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SAÚDE MENTAL

RAPS Atualizada
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RAPS ATUALIZADA

A Portaria n. 3.088 de 23/12/2011 institui a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas


com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool
e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Essa portaria, portanto, consolida tudo o que começou a ser construído com a Lei n.
10.216/2001.
Art. 1º Fica instituída a Rede de Atenção Psicossocial, cuja finalidade é a criação, ampliação e ar-
ticulação de pontos de atenção à saúde para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com
necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único
de Saúde (SUS).

Art. 2º Constituem-se diretrizes para o funcionamento da Rede de Atenção Psicossocial:


I – respeito aos direitos humanos, garantindo a autonomia e a liberdade das pessoas;
II – promoção da equidade, reconhecendo os determinantes sociais da saúde;
III – combate a estigmas e preconceitos;
IV – garantia do acesso e da qualidade dos serviços, ofertando cuidado integral e assistência mul-
tiprofissional, sob a lógica interdisciplinar;
V – atenção humanizada e centrada nas necessidades das pessoas; (o foco deixa de ser a doença)
VI – diversificação das estratégias de cuidado;
VII – desenvolvimento de atividades no território, que favoreça a inclusão social com vistas à pro-
moção de autonomia e ao exercício da cidadania;
VIII – desenvolvimento de estratégias de Redução de Danos;
5m

Obs.: nesse sentido, é superada a lógica de que o indivíduo deve estar limpo, sem o uso de
drogas. Na realidade, o que se busca é a questão relacionada à redução de danos
causados pelo uso de tais substâncias. Antes, pensava-se que o indivíduo, para ser
tratado, precisava se manter em uma situação de abstinência em relação aos entor-
pecentes que utilizava. Hoje, o entendimento é que essa situação de abstinência irá
surgir com o tempo.

IX – ênfase em serviços de base territorial e comunitária, com participação e controle social dos
usuários e de seus familiares;
X – organização dos serviços em rede de atenção à saúde regionalizada, com estabelecimento de
ações intersetoriais para garantir a integralidade do cuidado;
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XI – promoção de estratégias de educação permanente; e


XII – desenvolvimento da lógica do cuidado para pessoas com transtornos mentais e com necessi-
dades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, tendo como eixo central a construção
do projeto terapêutico singular.

Obs.: o Projeto Terapêutico Singular (PTS) só será possível se todos esses itens trazidos
no art. 2º forem respeitados e levados em consideração.

Art. 3º São objetivos gerais da Rede de Atenção Psicossocial:


I – ampliar o acesso à atenção psicossocial da população em geral; (toda a população deve ter
direito à assistência, independentemente do seu grau de comprometimento)
II – promover o acesso das pessoas com transtornos mentais e com necessidades decorrentes do
uso de crack, álcool e outras drogas e suas famílias aos pontos de atenção; e
III – garantir a articulação e integração dos pontos de atenção das redes de saúde no território,
qualificando o cuidado por meio do acolhimento, do acompanhamento contínuo e da atenção às
urgências.

Art. 4º São objetivos específicos da Rede de Atenção Psicossocial:


I – promover cuidados em saúde especialmente para grupos mais vulneráveis (criança, ado-
lescente, jovens, pessoas em situação de rua e populações indígenas);
10m II – prevenir o consumo e a dependência de crack, álcool e outras drogas;
III – reduzir danos provocados pelo consumo de crack, álcool e outras drogas;
IV –promover a reabilitação e a reinserção das pessoas com transtorno mental e com necessi-
dades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas na sociedade, por meio do acesso ao
trabalho, renda e moradia solidária;
V – promover mecanismos de formação permanente aos profissionais de saúde;
VI – desenvolver ações intersetoriais de prevenção e redução de danos em parceria com organi-
zações governamentais e da sociedade civil;
VII – produzir e ofertar informações sobre direitos das pessoas, medidas de prevenção e cuidado
e os serviços disponíveis na rede;
VIII – regular e organizar as demandas e os fluxos assistenciais da Rede de Atenção Psicossocial; e
IX – monitorar e avaliar a qualidade dos serviços por meio de indicadores de efetividade e resolu-
tividade da atenção.

Art. 5º A Rede de Atenção Psicossocial é constituída pelos seguintes componentes:


I – atenção básica em saúde, formada pelos seguintes pontos de atenção:
a. Unidade Básica de Saúde;
b. equipe de atenção básica para populações específicas:
1. Equipe de Consultório na Rua;
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2. Equipe de apoio aos serviços do componente Atenção Residencial de Caráter Transitório;


c. Centros de Convivência;
II – atenção psicossocial especializada, formada pelos seguintes pontos de atenção:
a. Centros de Atenção Psicossocial, nas suas diferentes modalidades;
III – atenção de urgência e emergência, formada pelos seguintes pontos de atenção:
a. SAMU 192;
b. Sala de Estabilização;
15m c. UPA 24 horas;
d. portas hospitalares de atenção à urgência/pronto socorro;
e. Unidades Básicas de Saúde, entre outros;
IV – atenção residencial de caráter transitório, formada pelos seguintes pontos de atenção:
a. Unidade de Recolhimento;
b. Serviços de Atenção em Regime Residencial;
V – atenção hospitalar, formada pelos seguintes pontos de atenção:
a. enfermaria especializada em Hospital Geral;
b. serviço Hospitalar de Referência para Atenção às pessoas com sofrimento ou transtorno men-
tal e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas;
VI – estratégias de desinstitucionalização, formada pelo seguinte ponto de atenção:
a. Serviços Residenciais Terapêuticos; e
VII – reabilitação psicossocial.

Obs.: a reabilitação psicossocial pode acontecer, por exemplo, em parcerias com empre-
sas, que podem inserir esses indivíduos dentro de um contexto laboral.

Art. 6º São pontos de atenção da Rede de Atenção Psicossocial na atenção básica em saúde os
seguintes serviços:
I – Unidade Básica de Saúde: serviço de saúde constituído por equipe multiprofissional responsá-
vel por um conjunto de ações de saúde, de âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção
e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a re-
dução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver a atenção integral que
impacte na situação de saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes de
saúde das coletividades;
(...)
§ 1º A Unidade Básica de Saúde, de que trata o inciso I deste artigo, como ponto de atenção da
Rede de Atenção Psicossocial tem a responsabilidade de desenvolver ações de promoção de saú-
de mental, prevenção e cuidado dos transtornos mentais, ações de redução de danos e cuidado
para pessoas com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, compartilha-
das, sempre que necessário, com os demais pontos da rede.
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Art. 7º O ponto de atenção da Rede de Atenção Psicossocial na atenção psicossocial especializa-


da é o Centro de Atenção Psicossocial.
§ 1º O Centro de Atenção Psicossocial de que trata o caput deste artigo é constituído por equi-
pe multiprofissional que atua sob a ótica interdisciplinar e realiza atendimento às pessoas com
transtornos mentais graves e persistentes e às pessoas com necessidades decorrentes do uso
de crack, álcool e outras drogas, em sua área territorial, em regime de tratamento intensivo, semi-
-intensivo, e não intensivo.
20m (...)
§ 4º Os Centros de Atenção Psicossocial estão organizados nas seguintes modalidades:
I – CAPS I: atende pessoas com transtornos mentais graves e persistentes e também com neces-
sidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas de todas as faixas etárias; indicado
para Municípios com população acima de vinte mil habitantes;

Obs.: ou seja, qualquer município com menos de 20 mil habitantes não precisa ter um
CAPS, pois a assistência a esses pacientes será dada pelas unidades básicas de
saúde.

II – CAPS II: atende pessoas com transtornos mentais graves e persistentes, podendo também
atender pessoas com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, conforme
a organização da rede de saúde local, indicado para Municípios com população acima de setenta
mil habitantes;

Obs.: vale lembrar que quando o município possui um CAPS AD, o cuidado para com os
pacientes com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas
será feito por esse CAPS. Já nos municípios que não possuem um CAPS AD, esse
cuidado pode ser prestado pelos CAPS I, II e III.

III – CAPS III: atende pessoas com transtornos mentais graves e persistentes. Proporciona servi-
ços de atenção contínua, com funcionamento vinte e quatro horas, incluindo feriados e finais de
semana, ofertando retaguarda clínica e acolhimento noturno a outros serviços de saúde mental,
inclusive CAPS Ad, indicado para Municípios ou regiões com população acima de duzentos mil
habitantes;
IV – CAPS AD: atende adultos ou crianças e adolescentes, considerando as normativas do Esta-
tuto da Criança e do Adolescente, com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras
drogas. Serviço de saúde mental aberto e de caráter comunitário, indicado para Municípios ou
regiões com população acima de setenta mil habitantes;
25m
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Obs.: é importante ressaltar que existe um grande movimento pela criação de um novo
CAPS, que seria o CAPS ADI, destinado exclusivamente à assistência de crianças e
adolescentes quanto ao uso de álcool e drogas.

V – CAPS AD III: atende adultos ou crianças e adolescentes, considerando as normativas do Esta-


tuto da Criança e do Adolescente, com necessidades de cuidados clínicos contínuos. Serviço com
no máximo doze leitos para observação e monitoramento, de funcionamento 24 horas, incluindo
feriados e finais de semana; indicado para Municípios ou regiões com população acima de duzen-
tos mil habitantes; e
VI – CAPS I: atende crianças e adolescentes com transtornos mentais graves e persistentes e os
que fazem uso de crack, álcool e outras drogas. Serviço aberto e de caráter comunitário indicado
para municípios ou regiões com população acima de cento e cinquenta mil habitantes.

Obs.: o quantitativo de população destacado nos incisos do dispositivo acima deve ser
memorizado, pois as bancas costumam cobrá-los em prova. Além disso, é possível
que a banca utilize a nomenclatura de cidades de pequeno, médio e grande porte.
Nesse sentido, para as cidades de pequeno porte, tem-se o CAPS I e as unidades
básicas de saúde; para as cidades de médio porte, tem-se o CAPS II e o CAPS AD;
já o CAPS III e o CAPS I são destinados às cidades de grande porte de uma forma
geral.

Art. 8º São pontos de atenção da Rede de Atenção Psicossocial na atenção de urgência e emer-
gência o SAMU 192, Sala de Estabilização, UPA 24 horas, as portas hospitalares de atenção à
urgência/pronto socorro, Unidades Básicas de Saúde, entre outros.

Obs.: vale ressaltar que, em algumas situações, as pessoas acabam mobilizando a Polícia
Militar e o Corpo de Bombeiros Militar,, mas essas duas instituições não compõem a
RAPS. Contudo, de uma forma geral, esses serviços atuam de forma complementar
à RAPS.
30m

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Alexandre Sampaio Rodrigues Pereira.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL – RAPS

Portaria n. 3.088, de 23/12/2011


Art. 9º São pontos de atenção na Rede de Atenção Psicossocial na atenção residencial
de caráter transitório os seguintes serviços:
I – Unidade de Acolhimento: oferece cuidados contínuos de saúde, com funcionamento
de vinte e quatro horas, em ambiente residencial, para pessoas com necessidade decorren-
tes do uso de crack, álcool e outras drogas, de ambos os sexos, que apresentem acentuada
vulnerabilidade social e/ou familiar e demandem acompanhamento terapêutico e protetivo de
caráter transitório cujo tempo de permanência é de até seis meses; e

 Obs.: ou seja, esses indivíduos podem ficar por um dia ou mesmo uma semana nessas
unidades de acolhimento, contudo, não devem ultrapassar os seis meses nessas ins-
tituições. Na prática, há pacientes que ultrapassam esse período, contudo, é definido
um prazo determinado quando isso acontece.

II – Serviços de Atenção em Regime Residencial, entre os quais Comunidades Tera-


pêuticas: serviço de saúde destinado a oferecer cuidados contínuos de saúde, de caráter
residencial transitório por até nove meses para adultos com necessidades clínicas está-
veis decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas.
(...)
§ 2º As Unidades de Acolhimento estão organizadas nas seguintes modalidades:
I – Unidade de Acolhimento Adulto, destinados a pessoas que fazem uso do crack, álcool
e outras drogas, maiores de dezoito anos; e
II – Unidade de Acolhimento Infanto-Juvenil, destinadas a adolescentes e jovens (de doze
até dezoito anos completos);
5m
§ 3º Os serviços de que trata o inciso II deste artigo funcionam de forma articulada com:
I – a atenção básica, que apoia e reforça o cuidado clínico geral dos seus usuários; e
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II – o Centro de Atenção Psicossocial, que é responsável pela indicação do acolhimento,


pelo acompanhamento especializado durante este período, pelo planejamento da saída e
pelo seguimento do cuidado, bem como pela participação de forma ativa da articulação inter-
setorial para promover a reinserção do usuário na comunidade.
Art. 10. São pontos de atenção na Rede de Atenção Psicossocial na atenção hospitalar
os seguintes serviços:
I – enfermaria especializada para atenção às pessoas com sofrimento ou transtorno
mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, em Hos-
pital Geral, oferece tratamento hospitalar para casos graves relacionados aos transtornos
mentais e ao uso de álcool, crack e outras drogas, em especial de abstinências e intoxica-
ções severas;
II – serviço Hospitalar de Referência para Atenção às pessoas com sofrimento ou trans-
torno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas ofe-
rece suporte hospitalar, por meio de internações de curta duração, para usuários de álcool e/
ou outras drogas, em situações assistenciais que evidenciarem indicativos de ocorrência de
comorbidades de ordem clínica e/ou psíquica, sempre respeitadas as determinações da Lei
n. 10.216, de 6 de abril de 2001, e sempre acolhendo os pacientes em regime de curtíssima
ou curta permanência. Funciona em regime integral, durante vinte e quatro horas diárias, nos
sete dias da semana, sem interrupção da continuidade entre os turnos.

 Obs.: quando um indivíduo é internado em uma unidade hospitalar, deve haver um prazo
determinado de internação. É sempre importante que essa avaliação seja feita diaria-
mente e por profissionais qualificados para que o indivíduo não extrapole o tempo de
permanência nas internações. Isso porque, quanto maior o tempo em que ocorrerá a
quebra do vínculo familiar por conta dessa internação hospitalar, mais problemática
se torna a reinserção e a reintegração social do indivíduo.

§ 1º O cuidado ofertado no âmbito da enfermaria especializada em Hospital Geral de


que trata o inciso I deste artigo deve estar articulado com o Projeto Terapêutico Indivi-
dual desenvolvido pelo serviço de referência do usuário e a internação deve ser de curta
10m duração até a estabilidade clínica.
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§ 2º O acesso aos leitos na enfermaria especializada em Hospital Geral, de que trata o


inciso I deste artigo, deve ser regulado com base em critérios clínicos e de gestão por inter-
médio do Centro de Atenção Psicossocial de referência e, no caso do usuário acessar a
Rede por meio deste ponto de atenção, deve ser providenciado sua vinculação e referência
a um Centro de Atenção Psicossocial, que assumirá o caso.


Obs.: no caso do § 2º, a preferência deve ser para o CAPS da região em que a pessoa mora.

§ 3º A equipe que atua em enfermaria especializada em saúde mental de Hospital Geral,


de que trata o inciso I deste artigo, deve ter garantida composição multidisciplinar e modo de
funcionamento interdisciplinar.
Art. 11. São pontos de atenção na Rede de Atenção Psicossocial nas Estratégias de
Desinstitucionalização os Serviços Residenciais Terapêuticos, que são moradias inse-
ridas na comunidade, destinadas a acolher pessoas egressas de internação de longa
permanência (dois anos ou mais ininterruptos), egressas de hospitais psiquiátricos e
hospitais de custódia, entre outros.
Art. 12. O componente Reabilitação Psicossocial da Rede de Atenção Psicossocial
é composto por iniciativas de geração de trabalho e renda/empreendimentos solidários/
cooperativas sociais.

 Obs.: é possível dizer que essa previsão do caput do art. 12 é um dos principais desafios a
serem enfrentados com relação às RAPS. Isso porque elas dependem de iniciativas
empreendedoras e, na maioria das vezes, os profissionais de saúde que nelas atuam
não possuem uma preparação específica nessas habilidades.
15m

§ 1º As ações de caráter intersetorial destinadas à reabilitação psicossocial, por meio


da inclusão produtiva, formação e qualificação para o trabalho de pessoas com transtorno
mental ou com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas em inicia-
tivas de geração de trabalho e renda/empreendimentos solidários/cooperativas sociais.
Art. 13. A operacionalização da implantação da Rede de Atenção Psicossocial se dará
pela execução de quatro fases:
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 Obs.: a existência dessas fases é considerada um dos maiores problemas quando se fala
da questão das RAPS, pois, em muitos casos, essas fases são puladas na imple-
mentação. Ou seja, não é feita uma articulação via secretarias de saúde municipal,
estadual e o Ministério da Saúde com relação a esse tipo de implementação.

I – Fase 1 – Desenho Regional da Rede de Atenção Psicossocial; (que tipos de serviços


existem naquela regional)
II – Fase 2 – adesão e diagnóstico; (observação se os serviços se comunicam)
III – Fase 3 – Contratualização dos Pontos de Atenção; (firmar, entre os serviços, as res-
ponsabilidades de cada um diante da implementação da RAPS)
20m
IV – Fase 4 – Qualificação dos componentes. (capacitação dos profissionais dos serviços
para atuar, de forma integrada, em uma rede estruturada de atenção psicossocial)

 Obs.: ao estabelecer a regra do jogo, tem-se uma situação em que o serviço estará de fato
integrado.

Art. 14. Para operacionalização da Rede de Atenção Psicossocial cabe:


I – à União, por intermédio do Ministério da Saúde, o apoio à implementação, finan-
ciamento, monitoramento e avaliação da Rede de Atenção Psicossocial em todo territó-
rio nacional;
II – ao Estado, por meio da Secretaria Estadual de Saúde, apoio à implementação,
coordenação do Grupo Condutor Estadual da Rede de Atenção Psicossocial, financiamento,
contratualização com os pontos de atenção à saúde sob sua gestão, monitoramento e ava-
liação da Rede de Atenção Psicossocial no território estadual de forma regionalizada; e
III – ao Município, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, implementação, coor-
denação do Grupo Condutor Municipal da Rede de Atenção Psicossocial, financiamento,
contratualização com os pontos de atenção à saúde sob sua gestão, monitoramento e ava-
liação da Rede De Atenção Psicossocial no território municipal.
25m

 Obs.: é importante destacar que os serviços precisam de capacitação técnico-científica,


mas, também, de técnicas gerenciais e administrativas, isso para que os laços entre
os diversos componentes da RAPS possam, de fato, se consolidar.

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PORTARIA N. 3.588, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2017

Art. 5º (...)
b) Equipe Multiprofissional de Atenção Especializada em Saúde Mental / Unidades Ambulatoriais
Especializadas;
a) Unidade de Referência Especializada em Hospital Geral;
b) Hospital Psiquiátrico Especializado;
c) Hospital dia;

Conforme mostra o dispositivo acima, uma das novidades trazidas pela portaria de 2017
foi a inclusão do Hospital Psiquiátrico Especializado e do Hospital dia à RAPS. No entanto,
além disso, houve a inclusão do CAPS AD IV:
“VII – CAPS AD IV: atende pessoas com quadros graves e intenso sofrimento decorrentes
do uso de crack, álcool e outras drogas. Sua implantação deve ser planejada junto a cenas
de uso em municípios com mais de 500.000 habitantes e capitais de Estado, de forma a
maximizar a assistência a essa parcela da população. Tem como objetivos atender pessoas
de todas as faixas etárias; proporcionar serviços de atenção contínua, com funcionamento
vinte e quatro horas, incluindo feriados e finais de semana; e ofertar assistência a urgências
e emergências, contando com leitos de observação.”
Estes novos Centros podem ser de dois tipos: CAPS AD IV Novo ou CAPS AD IV Rees-
truturado, resultado, este último, da adaptação de um CAPS AD preexistente. Poderão ser
criados em todas as capitais estaduais, bem como nos municípios com população acima de
500.000 habitantes, devendo funcionar de forma a prestar assistência às pessoas em cenas
abertas de uso de drogas, as chamadas “cracolândias”.
5m Sua implementação deverá ocorrer conforme o previsto no Plano de Ação Regional ou
instrumento equivalente.
Para funcionar 24 horas nas regiões de cracolândias, o CAPS AD IV deverá contar
necessariamente com equipe completa, incluindo psiquiatras e equipe de enfermagem de
plantão. Os demais profissionais de Saúde Mental, que juntamente com psiquiatras e equipe
de enfermagem que comporão o Serviço, trabalharão em turno diurno. Tal modalidade de
Serviço está programada para atender pacientes em situações de emergência psiquiátrica,
encaminhá-los para abordagens terapêuticas em outros Serviços da Rede ou absorvê-los no
próprio CAPS AD para tratamento de reabilitação psicossocial.
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Art. 57. A definição da equipe técnica multiprofissional responsável pelo Serviço Hospitalar de
Referência para atenção a pessoas com transtornos mentais e/ou com necessidades de saúde
decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas (Unidade de Referência Especializada em
Hospitais Geral) observará a gradação do número de leitos implantados, na seguinte proporção:
I – para o cuidado em enfermaria de 8 a 10 leitos, a equipe técnica multiprofissional mínima será de:
a) 2 (dois) técnicos ou auxiliares de enfermagem por turno;
b) 2 (dois) profissionais de saúde mental de nível superior, totalizando carga-horária mínima de
40h por semana; e
c) 1 (um) médico psiquiatra responsável pelos leitos, carga horária mínima de 10h por semana.

 Obs.: vale lembrar que a portaria traz outros cálculos e dimensionamentos para um maior
número de leitos.

Principais mudanças
1. Aumenta o valor da diária na internação paga para os hospitais gerais e psiquiátricos
(isso acaba estimulando um favorecimento à internação psiquiátrica).
10m
2. Amplia de 15% para 20% as vagas nas unidades de internação (de acordo com o
governo, houve uma maior procura pelo serviço, o que justifica essa ampliação).
3. Exige que os hospitais gerais mantenham uma taxa de ocupação de 80% para ter
direito ao repasse de verbas.
Esse ponto 3 foi o que mais chocou os profissionais de saúde mental, pois, em virtude
dessa exigência, há muitos casos em que pacientes que já poderiam ter alta hospitalar per-
manecem internados apenas para que as instituições cumpram a meta de taxa de ocupação
e, assim, possam receber o repasse das verbas. Esse foi um dos itens mais questionados
dentre essas mudanças.

NOTA TÉCNICA N. 11/2019- CGMAD/DAPES/SAS/MS

A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) passa a ser formada pelos seguintes pontos de
atenção (Serviços):
• CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), em suas diferentes modalidades;
• Serviço Residencial Terapêutico (SRT);
• Unidade de Acolhimento (adulto e infanto-juvenil);
• Enfermarias Especializadas em Hospital Geral;
• Hospital Psiquiátrico;
• Hospital-Dia;
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• Atenção básica;
• Urgência e Emergência;
• Comunidades Terapêuticas;
• Ambulatório Multiprofissional de Saúde Mental – Unidades Ambulatoriais Espe-
cializadas.

Todos os Serviços que compõem a RAPS são igualmente importantes e devem ser
incentivados, ampliados e fortalecidos. O Ministério da Saúde não considera mais Serviços
como sendo substitutos de outros, não fomentando mais fechamento de unidades de qual-
quer natureza. A Rede deve ser harmônica e complementar. Assim, não há mais por que se
falar em “rede substitutiva”, já que nenhum Serviço substitui outro. O país necessita de mais
e diversificados tipos de Serviços para a oferta de tratamento adequado aos pacientes e seus
familiares.
A partir de 2019, a Política acima passa a ser de competência da nova Secretaria Nacio-
nal de Cuidados e Prevenção às Drogas, do Ministério da Cidadania, conforme a medida
provisória n. 870, de 1º de janeiro de 2019:
15m
Art. 23. Constitui área de competência do Ministério da Cidadania: (...)
V – políticas sobre drogas, quanto a:
a) educação, informação e capacitação para a ação efetiva para a redução do uso indevido de
drogas lícitas e ilícitas;
b) realização de campanhas de prevenção do uso indevido de drogas lícitas e ilícitas;
c) implantação e implementação de rede integrada para pessoas com transtornos decorrentes do
consumo de substâncias psicoativas;
d) avaliação e acompanhamento de tratamentos e iniciativas terapêuticas;
e) redução das consequências sociais e de saúde decorrente do uso indevido de drogas lícitas e
ilícitas; e
f) manutenção e atualização do Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas.

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