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SAÚDE MENTAL

Reforma Psiquiátrica
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REFORMA PSIQUIÁTRICA

• Ampla mudança do atendimento público em Saúde Mental, objetivando garantir o


acesso da população aos serviços e o respeito a seus direitos e liberdade.

 Obs.: o modelo anterior primava pela internação.

• Significa mudança do modelo de tratamento: do isolamento ao convívio na família e na


comunidade.

Transtornos Mentais
Indicadores Epidemiológicos
• 3% da população geral sofre com transtornos mentais severos e persistentes.
• Mais de 6% da população apresenta transtornos psiquiátricos graves decorrentes do
uso de álcool e outras drogas.
• 12% da população necessita de algum atendimento em saúde mental, seja ele contí-
nuo ou eventual.
• 2,3% do orçamento anual do SUS para a Saúde Mental.

Política Nacional de Saúde Mental


O Governo brasileiro tem como objetivo:
• Reduzir progressivamente os leitos psiquiátricos;
• Qualificar, expandir e fortalecer a rede extra-hospitalar:
- Centros de Atenção Psicossocial (CAPS);
- Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs);
- Unidades Psiquiátricas em Hospitais Gerais (UPHG) – incluir as ações da saúde
mental na atenção básica, implementar uma política de atenção integral a usu-
ários de álcool e outras drogas, implantar o programa "De Volta Para Casa”.

Lei n. 10.216 de 6 de abril de 2001


5m
• Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais
e redireciona o modelo assistencial em saúde mental.
ANOTAÇÕES

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Direitos da Pessoa Portadora de Transtorno Mental


Parágrafo único. São direitos da pessoa portadora de transtorno mental:
I – ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas necessidades
II – ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde, visan-
do alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade
III – ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração
IV – ter garantia de sigilo nas informações prestadas
V – ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou não de
sua hospitalização involuntária
VI – ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis
VII – receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu tratamento
VIII – ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis
IX – ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental

Compete ao Estado
Art. 3º É responsabilidade do Estado o desenvolvimento da política de saúde mental, a assistência
e a promoção de ações de saúde aos portadores de transtornos mentais, com a devida participa-
ção da sociedade e da família, a qual será prestada em estabelecimento de saúde mental, assim
entendidas as instituições ou unidades que ofereçam assistência em saúde aos portadores de
transtornos mentais

Internação Psiquiátrica
Art. 6º A internação psiquiátrica somente será realizada mediante laudo médico circunstanciado
que caracterize os seus motivos.
Parágrafo único. São considerados os seguintes tipos de internação psiquiátrica:
I – internação voluntária: aquela que se dá com o consentimento do usuário
II – internação involuntária: aquela que se dá sem o consentimento do usuário e a pedido de terceiro
II – internação compulsória: aquela determinada pela Justiça

ATENÇÃO
É importante atentar-se às diretrizes do artigo 6º, pois é um tema bastante cobrado em prova.
10m

Portaria n. 336/GM, em 19 de Fevereiro de 2002


Estabelece que os Centros de Atenção Psicossocial poderão constituir-se nas seguintes
modalidades de serviços:
ANOTAÇÕES

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• CAPS I, CAPS II e CAPS III, definidos por ordem crescente de porte/complexidade e


abrangência populacional, conforme disposto nesta Portaria.

Conceito
• Os CAPS são instituições destinadas a acolher os pacientes com transtornos mentais,
estimular sua integração social e familiar, apoiá-los em suas iniciativas de busca da
autonomia, oferecer-lhes atendimento médico e psicológico.
• Sua característica principal é buscar integrá-los a um ambiente social e cultural con-
creto, designado como seu “território”, o espaço da cidade onde se desenvolve a vida
cotidiana de usuários e familiares.
• Os CAPS constituem a principal estratégia do processo de reforma psiquiátrica.

Objetivo
• O objetivo dos CAPS é oferecer atendimento à população de sua área de abrangência,
realizando o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso
ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e
comunitários.
• É um serviço de atendimento de saúde mental criado para ser substitutivo às interna-
ções em hospitais psiquiátricos.
• Os CAPS visam:
– prestar atendimento em regime de atenção diária;
– gerenciar os projetos terapêuticos oferecendo cuidado clínico eficiente e per-
sonalizado;
15m – promover a inserção social dos usuários por meio de ações intersetoriais que envol-
vam educação, trabalho, esporte, cultura e lazer, montando estratégias conjuntas de
enfrentamento dos problemas. Os CAPS também têm a responsabilidade de organi-
zar a rede de serviços de saúde mental de seu território;
– dar suporte e supervisionar a atenção à saúde mental na rede básica, PSF (Pro-
grama de Saúde da Família), PACS (Programa de Agentes Comunitários de Saúde);
– regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental de sua área;
– coordenar junto com o gestor local as atividades de supervisão de unidades hospi-
talares psiquiátricas que atuem no seu território;
– manter atualizada a listagem dos pacientes de sua região que utilizam medicamen-
tos para a saúde mental.
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Os CAPS devem contar com espaço próprio e adequadamente preparado para atender à
sua demanda específica, sendo capazes de oferecer um ambiente continente e estruturado.
Deverão contar, no mínimo, com os seguintes recursos físicos:
• consultórios para atividades individuais (consultas, entrevistas, terapias);
• salas para atividades grupais;
• espaço de convivência;
• oficinas;
• refeitório (o CAPS deve ter capacidade para oferecer refeições de acordo com o tempo
de permanência de cada paciente na unidade);
• sanitários;
• área externa para oficinas, recreação e esportes.

Quem pode ser atendido nos CAPS?

• As pessoas atendidas nos CAPS são aquelas que apresentam intenso sofrimento psí-
quico, que lhes impossibilita de viver e realizar seus projetos de vida.
• São, preferencialmente, pessoas com transtornos mentais severos e/ou persistentes,
ou seja, pessoas com grave comprometimento psíquico, incluindo os transtornos rela-
cionados às substâncias psicoativas (álcool e outras drogas) e também crianças e
adolescentes com transtornos mentais;
• Os usuários dos CAPS podem ter tido uma longa história de internações psiquiátricas,
podem nunca ter sido internados ou podem já ter sido atendidos em outros serviços de
saúde (ambulatório, hospital-dia, consultórios etc.).
• O importante é que essas pessoas saibam que podem ser atendidas e saibam o que
são e o que fazem os CAPS.
20m

O CAPS poderá oferecer, conforme as determinações da Portaria GM 336/2002:


• Atendimento Intensivo: trata-se de atendimento diário, oferecido quando a pessoa se
encontra com grave sofrimento psíquico, em situação de crise ou dificuldades intensas
no convívio social e familiar, precisando de atenção contínua. Esse atendimento pode
ser domiciliar, se necessário.
• Atendimento Semi-Intensivo: nessa modalidade de atendimento, o usuário pode
ser atendido até 12 dias no mês. Essa modalidade é oferecida quando o sofrimento
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e a desestruturação psíquica da pessoa diminuíram, melhorando as possibilidades


de relacionamento, mas a pessoa ainda necessita de atenção direta da equipe para
se estruturar e recuperar sua autonomia. Esse atendimento pode ser domiciliar, se
necessário.
• Atendimento Não Intensivo: oferecido quando a pessoa não precisa de suporte con-
tínuo da equipe para viver em seu território e realizar suas atividades na família e/ou no
trabalho, podendo ser atendido até três dias no mês. Esse atendimento também pode
ser domiciliar.

Dias e Horários de Funcionamento dos CAPS


Os CAPS funcionam, pelo menos, durante os cinco dias úteis da semana (2ª a 6ª feira).
Seu horário e funcionamento nos fins de semana dependem do tipo de CAPS:
• CAPS I – municípios com população entre 20.000 e 70.000 habitantes:
Funciona das 8 às 18 horas, de segunda a sexta-feira.

• CAPS II – municípios com população entre 70.000 e 200.000 habitantes:


Funciona das 8 às 18 horas, de segunda a sexta-feira.
Pode ter um terceiro período, funcionando até 21 horas.

• CAPS III – municípios com população acima de 200.000 habitantes:


Funciona 24 horas, diariamente, também nos feriados e fins de semana.

CAPSi – municípios com população acima de 200.000 habitantes:


Funciona das 8 às 18 horas, de segunda a sexta-feira.

Os CAPS são diferentes:


25m
a) Quanto ao tamanho do equipamento, estrutura física, profissionais e diversidade nas
atividades terapêuticas.
b) Quanto à especificidade da demanda, isto é, para crianças e adolescentes, usuários
de álcool e outras drogas ou para transtornos psicóticos e neuróticos graves.
Os diferentes tipos de CAPS são:
• CAPS I e CAPS II: são CAPS para atendimento diário de adultos, em sua população
de abrangência, com transtornos mentais severos e persistentes.
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• CAPS III: são CAPS para atendimento diário e noturno de adultos, durante sete dias
da semana, atendendo à população de referência com transtornos mentais severos e
persistentes.
• CAPSi: CAPS para infância e adolescência, para atendimento diário a crianças e ado-
lescentes com transtornos mentais.
• CAPSad: CAPS para usuários de álcool e drogas, para atendimento diário à população
com transtornos decorrentes do uso e dependência de substâncias psicoativas, como
álcool e outras drogas. Esse tipo de CAPS possui leitos de repouso com a finalidade
exclusiva de tratamento de desintoxicação.

Relação dos CAPS com a Rede Básica de Saúde


• Rede e território são dois conceitos fundamentais para o entendimento do papel estra-
tégico dos CAPS e isso se aplica também à sua relação com a rede básica de saúde.
• A Reforma Psiquiátrica consiste no progressivo deslocamento do centro do cuidado
para fora do hospital, em direção à comunidade, e os CAPS são os dispositivos estra-
tégicos desse movimento.
• Entretanto, é a rede básica de saúde o lugar privilegiado de construção de uma nova
lógica de atendimento e de relação com os transtornos mentais.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Alexandre Sampaio Rodrigues Pereira.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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REFORMA PSIQUIÁTRICA II

A REFORMA PSIQUIÁTRICA E OS CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL


(CAPS)

Tipos de Profissionais que Trabalham nos CAPS (Equipes Mínimas)

CAPS I
• 1 médico psiquiatra ou médico com formação em saúde mental;
• 1 enfermeiro;
• 3 profissionais de nível superior de outras categorias profissionais: psicólogo, assis-
tente social, terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro profissional necessário ao
projeto terapêutico;
• 4 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico adminis-
trativo, técnico educacional e artesão.

CAPS II
• 1 médico psiquiatra;
• 1 enfermeiro com formação em saúde mental;
• 4 profissionais de nível superior de outras categorias profissionais: psicólogo, assis-
tente social, terapeuta ocupacional, pedagogo, professor de educação física ou outro
profissional necessário ao projeto terapêutico;
• 6 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico adminis-
trativo, técnico educacional e artesão.

CAPS III:
• 2 médicos psiquiatras;
• 1 enfermeiro com formação em saúde mental;
• 5 profissionais de nível superior de outras categorias profissionais: psicólogo, assis-
tente social, terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro profissional necessário de
nível superior;
• 8 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico adminis-
trativo, técnico educacional e artesão.
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Obs.: O CAPS III funciona 24h e 7 dias por semana, por isso a necessidade de uma equipe
maior que as equipes dos CAPS que funcionam apenas em horário comercial.

CAPSi
• 1 médico psiquiatra, ou neurologista ou pediatra com formação em saúde mental;
• 1 enfermeiro;
• 4 profissionais de nível superior entre as seguintes categorias profissionais: psicó-
logo, assistente social, enfermeiro, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, pedagogo
ou outro profissional necessário ao projeto terapêutico;
• 5 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico adminis-
trativo, técnico educacional e artesão.

CAPSad
• 1 médico psiquiatra;
• 1 enfermeiro com formação em saúde mental;
• 1 médico clínico, responsável pela triagem, avaliação e acompanhamento das inter-
corrências clínicas;
• 4 profissionais de nível superior entre as seguintes categorias profissionais: psicó-
logo, assistente social, enfermeiro, terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro profis-
sional necessário ao projeto terapêutico;
• 6 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico adminis-
trativo, técnico educacional e artesão.
5m

Obs.: O psiquiatra é um profissional muito solicitado e é comum que alguns desses equi-
pamentos funcionem sem esse profissional, contrariando a estrutura mínima para
composição dos CAPS.

Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) deverão assumir seu papel estratégico na


articulação e norteamento das redes, tanto cumprindo suas funções na assistência direta
e na regulação da rede de serviços de saúde, trabalhando em conjunto com as equipes de
Saúde da Família e Agentes Comunitários de Saúde, quanto na promoção da vida comunitá-
ria e da autonomia dos usuários, articulando os recursos existentes em outras redes: socios-
sanitárias, jurídicas, cooperativas de trabalho, escolas, empresas etc.
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Obs.: As associações de moradores têm um papel muito importante no modelo da Reforma


Psiquiátrica, sendo alguns dos principais atores na reintegração social e comunitária
dos pacientes atendidos nos CAPS.

DIRETRIZES

A Política de Saúde Mental para os CAPS tem papel estratégico na organização da rede
comunitária de cuidados e fará o direcionamento local das políticas e programas de Saúde
Mental, desenvolvendo projetos terapêuticos e comunitários, dispensando medicamentos,
encaminhando e acompanhando usuários que moram em residências terapêuticas, asses-
sorando e sendo retaguarda para o trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde e Equipes
de Saúde da Família no cuidado domiciliar.
Os CAPS, assim como os NAPS (Núcleos de Atenção Psicossocial) e os CERSAMs
(Centros de Referência em Saúde Mental) e outros tipos de serviços substitutivos que têm
surgido no País, são atualmente regulamentados pela Portaria n. 336/GM, de 19 de fevereiro
de 2002, e integram a rede do Sistema Único de Saúde (SUS).

Obs.: Vale destacar que algumas mudanças ocorreram na rede e impactaram os serviços
oferecidos a pessoas com transtornos mentais, devendo ser estudadas.

A Portaria n. 336/GM, de 19 de fevereiro de 2002, reconheceu e ampliou o funcionamento


e a complexidade dos CAPS, que têm a missão de dar um atendimento diuturno às pessoas
que sofrem com transtornos mentais severos e persistentes, num dado território, oferecendo
cuidados clínicos e de reabilitação psicossocial, com o objetivo de substituir o modelo hos-
pitalocêntrico, evitando as internações e favorecendo o exercício da cidadania e da inclusão
social dos usuários e de suas famílias.

DIRETRIZES DA POLÍTICA SAÚDE MENTAL

• Desinstitucionalização: o paciente não deve receber somente o olhar a partir do


transtorno que ele apresenta, devendo ser visto como uma pessoa, um cidadão a se
reintegrado à sociedade.
10m
• Reorientação do modelo assistencial: sendo o CAPS a principal ferramenta.
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• Modelo descentralizado e de base comunitária.


• Redução gradual dos leitos psiquiátricos (Portaria n. 251/2002).
• Ampliação da rede extra-hospitalar (Portaria n. 336/2002) – criação dos CAPS.
• Princípios do SUS: universalidade, equidade, integralidade.
• Noção de território: área de abrangência dos equipamentos.
• Organização da atenção à saúde mental em rede.
• Intersetorialidade: vários componentes como CAPS, CREAS etc., voltados à atenção
assistencial.
• Atenção integral, contínua e de qualidade.
• Multiprofissionalidade.

Obs.: O número de CAPS no Brasil ainda é extremamente baixo, levando em consideração


os parâmetros que o próprio Ministério da Saúde recomenda como o mínimo de es-
truturas presente.

REDE DE SAÚDE MENTAL

Pode ser constituída por vários dispositivos assistenciais que possibilitem a atenção psi-
cossocial aos pacientes com transtornos mentais, segundo critérios populacionais e deman-
das dos municípios. A rede deve funcionar de forma articulada, tendo os CAPS como servi-
ços estratégicos na organização de sua porte de entrada e de sua regulação.
Essa rede pode contar com ações de saúde mental na:
• Atenção Básica;
• Centro de Atenção Psicossocial (CAPS);
• Serviços Residenciais terapêuticos (SRTs);
• Leitos hospitalares gerais;
• Ambulatórios;
• Programa de Volta para a Casa.
Os CAPS podem ser classificados em:
• Tipo I – Não exige ter médico psiquiátrico, basta ser generalista capacitado;
• Tipo II – Precisa de médico psiquiátrico;
• Tipo III – Funciona 24h e faz internações de até 72h;
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• CAPSad – Álcool e drogas;


• CAPSi – Infantojuvenil.

De acordo com o porte dos municípios, a implantação dos serviços é definida da


seguinte forma:
• Municípios de até 20 mil habitantes – Rede básica com ações de saúde mental;
• Municípios entre 20 mil e 70 mil habitantes – CAPS I e rede básica com ações de
saúde mental;
• Municípios entre 70 mil e 200 mil habitantes – CAPS II, CAPSad e rede básica com
ações de saúde mental;
• Municípios com mais de 200 mil habitantes – CAPS II, CAPS III, CAPSad, CAPSi,
rede básica com ações de saúde mental e capacitação de SAMU dentro de urgên-
cias e emergências psiquiátricas.
15m

AÇÕES DE SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO BÁSICA

As ações de saúde mental na atenção básica devem ser organizadas a partir da constitui-
ção de núcleos de atenção integral na saúde da família. Essas equipes deverão dar suporte
técnico (supervisão, atendimento em conjunto e atendimento específico, além de participa-
rem das iniciativas de capacitação) às equipes responsáveis pelo desenvolvimento de ações
básicas de saúde para a população (Estratégia de Saúde da Família e Agentes Comunitários
de Saúde).
Os núcleos devem ser constituídos em municípios acima de 40 mil habitantes, na pro-
porção de um núcleo para cada 9 a 11 equipes de Estratégia de Saúde da Família. Para a
região da Amazônia, nos municípios acima de 30 mil habitantes, na proporção de um núcleo
para cada 7 a 9 equipes de Estratégia de Saúde da Família, em razão da dificuldade de des-
locamento na região.
A equipe de saúde mental deverá ser constituída por um psicólogo ou psiquiatra, neces-
sariamente, e um terapeuta ocupacional e/ou um assistente social.
As equipes devem estar articuladas preferencialmente aos CAPS, onde houver, ou a um
outro serviço de saúde mental de referência.
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COMO IMPLANTAR UM CAPS

O município tem autonomia para implantar o serviço, mas primeiro deve-se observar
o critério populacional definido para escolha do tipo de CAPS mais adequado ao porte do
município.
O Ministério da Saúde repassa um incentivo antecipado para a implantação do serviço
nos valores de:
• R$ 20 mil - CAPS I;
• R$ 30 mil - CAPS II e CAPSi;
• R$ 50 mil - CAPS III e CAPSad.

Obs.: Se o CAPS não for implantado em 90 dias, os recursos recebidos deverão ser devol-
vidos ao Ministério da Saúde (Portaria n. 245/GM, de 17 de fevereiro de 2005).

O gestor municipal deve:


• Encaminhar ofício ao Ministério da Saúde com o Projeto Terapêutico dos serviços,
cópias de identidades dos profissionais técnicos, termo de compromisso assegu-
rando a implantação em até três meses, proposta técnica de aplicação dos recursos;
• Solicitar a aprovação pela bipartite;
• Encaminhar processo de cadastramento ao Ministério da Saúde com os documentos
exigidos (Portaria n. 336/GM, 19 de fevereiro de 2002, e Portaria n. 189/SAS, de 20
de março de 2002.
20m

SERVIÇOS RESIDENCIAIS TERAPÊUTICOS (SRTS)

São casas localizadas no espaço urbano, constituídas para responder às necessidades


de moradia de pessoas com transtornos mentais graves egressas de hospitais psiquiátricos
ou hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico, que perderam os vínculos familiares e
sociais; moradores de rua com transtornos mentais severos, quando inseridos em projetos
terapêuticos acompanhados nos CAPS.
O número de usuários em cada SRT pode variar de uma pessoa até um pequeno grupo
de no máximo oito pessoas, que deverá contar com suporte profissional sensível às deman-
das e necessidades de cada um. Os SRTs deverão estar vinculados aos CAPS ou a outro
serviço ambulatorial.
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São prioritários para implantação de SRTs os municípios-sede de hospitais psiquiátricos


e com CAPS.

IMPLANTAÇÃO DOS SERVIÇOS RESIDENCIAL TERAPÊUTICO

O gestor municipal deve:


• Solicitar ao MS o incentivo antecipado no valor de R$ 10 mil para cada módulo;
• Providenciar a casa com espaço físico compatível com o número de moradores e
garantir, no mínimo, três refeições diárias;
• Garantir a equipe técnica mínima de suporte;
• Aprovar a implantação na bipartite;
• Enviar documentação de cadastramento junto ao Ministério da Saúde (Portaria n.
246/GM, de 17 de fevereiro de 2005).

PROGRAMA DE VOLTA PARA CASA

• 31 de julho de 2003: sancionada a Lei Federal n. 10.708, que institui o Programa De


Volta para Casa.
• 31 de outubro de 2003: Portaria GM 2.077, que regulamenta a Lei Federal n. 10.708.
• Instituição do auxílio reabilitação psicossocial no valor de R$ 240,00 aos pacientes
egressos de longas internações psiquiátricas (mínimo de dois anos ininterruptos de
internação até o ano de 2003).
25m
• Tem por objetivo garantir a assistência, o acompanhamento e a integração social,
fora da unidade hospitalar, de pessoas acometidas de transtornos mentais, com his-
tória de longa internação psiquiátrica.
• É parte integrante do Programa o auxílio reabilitação, no valor de R$ 240,00, pago ao
próprio beneficiário durante um ano, podendo ser renovado, caso necessário.
• Pode ser beneficiária do Programa qualquer pessoa com transtorno mental que tenha
passado dois ou mais anos internada, ininterruptamente, em instituições psiquiátri-
cas e também aquela que mora em residência terapêutica ou que tenha vivido em
hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico (manicômio judiciários) pelo mesmo
período.
30m

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Alexandre Sampaio Rodrigues Pereira.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conte-
údo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura
exclusiva deste material.

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SAÚDE MENTAL
Reforma Psiquiátrica III
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REFORMA PSIQUIÁTRICA III

HABILITAÇÃO NO PROGRAMA DE VOLTA PARA CASA

Estados e Municípios têm autonomia para adesão e, sendo do interesse, devem solici-
tar ao Ministério da Saúde a habilitação ao Programa, indicando as ações de saúde mental
realizadas nos municípios e assinando o termo de adesão junto ao Ministério, além de enviar
cadastro dos potenciais beneficiários do Programa (Lei Federal n. 10.708, de 31 de julho de
2003 e Portaria n. 2.077/GM de 31 de outubro de 2003).

PROGRAMA DE ATENÇÃO A ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS

O Programa ganhou força com o crescimento no consumo de crack no país e prevê a


constituição de uma rede que articule os CAPSad e os leitos para internação em hospitais
gerais (para desintoxicação e outros tratamentos).
Esses serviços devem trabalhar com a lógica da redução de danos como eixo central
ao atendimento aos usuários/dependentes de álcool e outras drogas. Ou seja, o tratamento
deve estar pautado na realidade de cada caso, o que não quer dizer abstinência para todos
os casos ou em um primeiro momento.
5m

HOSPITAIS PSIQUIÁTRICOS

A Política de Saúde Mental tem como uma de suas principais diretrizes a reestruturação
da assistência hospitalar psiquiátrica, objetivando a redução contínua e programada de leitos
em hospitais psiquiátricos, com a garantia da assistência desses pacientes na rede de aten-
ção extra-hospitalar (CAPS), buscando sua reinserção no convívio social e familiar.

REDUÇÃO DE LEITOS EM HOSPITAIS PSIQUIÁTRICOS

O gestor local deverá:


• Pactuar a redução com o prestador, por meio da assinatura de um termo de compro-
misso e ajustamento;
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• Encaminhar o termo de compromisso assinado ao Ministério da Saúde;


• Efetivar a alteração do n. de leitos junto ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos de
Saúde (CNES) – Portaria n. 52 e 53, de 20 de janeiro de 2004 e Portaria n. 251/GM,
de 31 de janeiro de 2002.

Obs.: É importante ressaltar que, nesse modelo, a estrutura de rede desempenha um papel
relevante no sentido de dimensionar as necessidades e encaminhar os pacientes
para os serviços de referência.

Desde 2001, o país vem trabalhando para reduzir o número de leitos psiquiátricos.

Leitos psiquiátricos por 100.000 habitantes segundo a região e UF


Região/UF Relação leitos/100.000 habitantes
Região Norte 4,76
Região Nordeste 29,98
Região Sudeste 56,51
Região Sul 35,64
Região Centro-Oeste 31,00
Total 40,26

Obs.: Quando se fala em leito psiquiátrico, não se deve pensar apenas na internação estrita-
mente psiquiátrica, mas também na internação para desintoxicação, para controle de
um surto psicótico e aquelas outras relacionadas a questões biológicas. Por isso, os
números são muito mais baixos do que de fato deveriam ser. Na comparação anual,
10m
desde 1996 até 2002, é possível perceber a redução. Vale destacar também que, para
o governo, a despesa para manutenção de um leito hospitalar é muito maior que para
a manutenção de um CAPS e o número de CAPS disponíveis ainda é insuficiente para
o número de habitantes do País, dado o crescimento populacional de 2002 a 2020.
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Reforma Psiquiátrica III
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A via de mão dupla da Reforma: declínio dos leitos psiquiátricos e ampliação dos
serviços de atenção diária (CAPS) – 1996/2002

Fonte: DATASUS/Gestores municipais e estaduais (a partir de 08/2000)/Área Técnica de Saúde


Mental/ASTEC/SAS

PORTARIA N. 3.090, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2011


15m

Estabelece que os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs) sejam definidos em tipo I


e II, destina recurso financeiro para incentivo e custeio dos SRTs, e dá outras providências.

Considerando a Lei n. 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os


direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial
em saúde mental;
Considerando a Lei n. 10.708, de 31 de julho de 2003, que institui o auxílio reabilitação
psicossocial para pacientes acometidos de transtornos mentais egressos de internações;
Considerando a Portaria n. 106/GM/MS, de 11 de fevereiro de 2000, que cria os Serviços
Residenciais Terapêuticos no âmbito do SUS;
Considerando as Portarias n. 52/GM/MS, e n. 53/GM/MS, de 20 de janeiro de 2004, que
estabelecem a redução progressiva dos leitos nos hospitais psiquiátricos do país;
Considerando que os Serviços Residenciais Terapêuticos configuram-se como ponto de
atenção do componente desinstitucionalização, sendo estratégicos no processo de desospi-
talização e reinserção social de pessoas longamente internados nos hospitais psiquiátricos
ou em hospitais de custódia.
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Reforma Psiquiátrica III
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Art. 1º Definir que os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs) acolham pessoas com
internação de longa permanência (dois anos ou mais ininterruptos), egressas de hospitais
psiquiátricos e hospitais de custódia, de acordo com as diretrizes descritas na Portaria n.106/
GM/MS, de 11 de fevereiro de 2000.
Art. 2º Estabelece que os SRTs se constituam nas modalidades tipo I e tipo II, defini-
dos pelas necessidades específicas de cuidado do morador, conforme descrito no Anexo I
da Portaria.
§ 1º São definidos como SRTs tipo I moradias destinadas a pessoas com transtorno
mental em processo de desinstitucionalização. Esta modalidade de moradia deve acolher até
8 (oito) moradores.
20m

Obs.: Para o tipo I, a Portaria não trouxe muitas mudanças, mas para o tipo II já traz algu-
mas alterações importantes, principalmente relacionadas ao financiamento.

§ 2º, consta que são definidos como SRTs tipo II as modalidades de moradia destinadas
àquelas pessoas com transtorno mental e acentuado nível de dependência, especialmente
em função do seu comprometimento físico, que necessitam de cuidados permanentes espe-
cíficos. Este tipo de SRT deve acolher até 10 (dez) moradores e contar com equipe mínima
descrita no Anexo I da Portaria.

Obs.: Destaca-se, no tipo II, a necessidade de profissionais com capacitação técnica, auxi-
liando nas necessidades dos usuários.

§ 3º As duas modalidades de SRTs mantêm-se como unidades de moradia, inseridos na


comunidade, devendo estar localizados fora dos limites de unidades hospitalares gerais ou
especializadas, estando vinculados à rede de serviços de saúde.

 Obs.: CAPS, Estratégia de Saúde da Família, algum ambulatório etc.


25m

Art. 3º Estabelecer novo incentivo financeiro, no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais),
para implantação/implementação de SRTs, tipo I e tipo II, observadas as diretrizes da Porta-
ria n. 106/GM/MS, de 2000.
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 Obs.: O valor costuma ser destinado para comprar insumos ou reformar o local.

Art. 4º Estabelecer como padrão o repasse de recurso financeiro mensal, fundo a fundo,
no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) para cada grupo de 8 (oito) moradores de SRTs tipo
I e R$ 20.000,00 (vinte mil reais) para cada grupo de 10 (dez) moradores de SRTs tipo II,
conforme aplicação de gastos sugerido na tabela a seguir:

ATENÇÃO
Algo que costuma ser cobrado nas provas é a dinâmica de constituição e a dinâmica de re-
passe das verbas. Tratam-se de verbas fundo a fundo e é preciso estar atento aos valores
destinados para cada tipo de moradia.
30m

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Alexandre Sampaio Rodrigues Pereira.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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