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REDE DE SAÚDE MENTAL

SUBSTITUTIVA AO SERVIÇO
HOSPITALAR
• A Reforma Psiquiátrica é um movimento mundial de lutas por transformações
nas práticas de atenção ao sofrimento psíquico e mental que se desdobrou em
experiências concretas em diversos países, desde mudanças nos manicômios e
na sua lógica, até propostas de desospitalização e desinstitucionalização
(COSTA-ROSA, 2013).
O processo de desinstitucionalização
• O processo de redução de leitos em hospitais psiquiátricos e de
desinstitucionalização de pessoas com longo período de internação passou a
ser política no Brasil desde os anos 90, com grande impulso em 2002, através
de uma série de normatizações do Ministério da Saúde.
O processo de desinstitucionalização
• Foram criados mecanismos de substituição dos leitos em hospitais
psiquiátricos e expansão de serviços substitutivos:

• Programa Nacional de Avaliação do Sistema Hospitalar (PNASH) – avalia,


pontua e classifica os hospitais psiquiátricos (boa qualidade, suficiente,
precisam de adequações, revistoria, baixa qualidade e descredenciamento)
O processo de desinstitucionalização
• Programa Anual de Reestruturação da Assistência Hospitalar Psiquiátrica no
SUS (PRH) – visa promover redução progressiva e pactuada de leitos a partir
de macro hospitais e hospitais de grande porte.
Rede de Atenção
Psicossocial - RAPS
• A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) estabelece os pontos de atenção para o
atendimento de pessoas com problemas mentais, incluindo os efeitos nocivos do
uso de crack, álcool e outras drogas. A Rede integra o Sistema Único de Saúde
(SUS).

• A Rede é composta por serviços e equipamentos variados, tais como: os Centros de


Atenção Psicossocial(CAPS); os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT); os
Centros de Convivência e Cultura, as Unidade de Acolhimento (UAs), e os leitos
de atenção integral (em Hospitais Gerais, nos CAPS III).

• Faz parte dessa política o programa de Volta para Casa, que oferece bolsas para
pacientes egressos de longas internações em hospitais psiquiátricos. As
informações completas para adesão à Rede estão na Portaria do GM Nº 3.088.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/conheca_raps_rede_atencao_psicossocial.pdf
Componentes da RAPS
• Atenção Básica em saúde: unidade básica de saúde, núcleo de apoio a saúde
da família, consultório na rua, apoio aos serviços do componente atenção
residencial de caráter transitório, centros de convivência e cultura.
• Atenção psicossocial estratégica: Centro de atenção psicossocial, nas suas
diferentes modalidades;
• Atenção de Urgência e Emergência: SAMU 192, sala de estabilização,
UPA 24 horas e portas hospitalares de atenção à urgência/pronto socorro,
unidades básicas de saúde.
Componentes da RAPS
• Atenção residencial de caráter transitório: unidade de acolhimento,
serviço de atenção em regime residencial.
• Atenção Hospitalar: enfermaria especializada em Hospital Geral, serviço
hospitalar de referência para atenção às pessoas com sofrimento ou
transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e
outras drogas.
• Estratégias de desinstitucionalização: serviços residências terapêuticas,
programa de volta para casa
• Estratégias de reabilitação psicossocial: iniciativas de geração de trabalho e
renda, empreendimentos solidários
Programa de volta para casa
• O programa de volta para casa tem como objetivo promover a reinserção
social das pessoas com longo período de internação, garantindo a assistência
e o acompanhamento dos mesmos fora da unidade hospitalar.
Programa de volta para casa
• Para receber o benefício o beneficiário deve ter período de internação
psiquiátrica igual ou superior a dois anos ininterruptos e a cidade deve estar
habilitada no Programa.
Programa de volta para casa
• Os documentos que regulamentam esse programa são:

• Lei no 10.708, de 31 de julho de 2003.


• Portaria nº 2077/GM, de 31 de outubro de 2003.
Programa de volta para casa
• Um grande problema que acontece nas internações prolongadas é a ausência
de documentos mínimos dos potenciais beneficiários para o cadastramento no
Programa e o exercício da cidadania.
RESIDÊNCIAS TERAPÊUTICAS

As residências terapêuticas ou moradias são


casas financiadas pelo SUS, localizadas na
cidade, com a finalidade de acolher às pessoas,
portadoras de transtornos mentais, e com
necessidade de moradia, egressas de hospitais
psiquiátricos ou não.
RESIDÊNCIAS TERAPÊUTICAS

Essas residências visam garantir o direito a


moradia das pessoas portadoras de transtornos
mentais, que não tem um local para se abrigar,
assim como, auxiliar na reintegração à
sociedade.
Cada residência é única, e deve ser respeitado as
preferências dos moradores.
RESIDÊNCIAS TERAPÊUTICAS
Essas residências visam acolher portadores de transtorno
mental que não tem residência. Entre eles:
• Egressos de hospitais psiquiátricos;
• Egressos de hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico;
• Pacientes dos CAPS;
• Moradores de rua em seguimento do CAPS.
RESIDÊNCIAS TERAPÊUTICAS

Cada residência deve acolher de 1 a, no máximo,


8 moradores.
Deve possuir um cuidador que apoiará os
moradores nas tarefas e conflitos do cotidiano,
auxiliando na autonomia deste.
Cada residência deverá estar referenciada a um
CAPS
RESIDÊNCIAS TERAPÊUTICAS

As residências terapêuticas podem ainda se diferenciar


em I e II.
As RT I visam atender a maioria da população,
auxiliando na reintegração da sociedade, com um
cuidador somente.
As RT II visam atender aos idosos, dependentes
físicos, pessoas que exigem maior cuidado, e cuidado
24 horas, necessitando de mais de um coordenador.
RESIDÊNCIAS TERAPÊUTICAS
As leis que regulamentam as RT são:

• Lei Federal n.º 10.216/2001


• Lei n.º 10.708/2003
• Portarias GM n.º 52 e 53/2004
• Portaria n.º 106/2000
• Portaria n.º 1.220/2000, que regulamenta a
portaria 106/2000.
CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
CAPS

Os Centros de Atenção Psicossocial surgiram no


Brasil na década de 80, e passou a receber uma
linha de específica e financiamento do
Ministério da Saúde no ano de 2002, momento
no qual teve grande expansão.
Eles são os dispositivos estratégicos para a
Reforma Psiquiátrica Brasileira, na forma de
rede com a assistência básica à saúde.
CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
CAPS

Os CAPS são instituições ambulatoriais


substitutivas ao hospital psiquiátrico, destinadas
a acolher os portadores de transtornos mentais,
auxiliar na sua integração familiar e na
comunidade, auxiliando na aquisição de
autonomia, mas mantendo o acompanhamento
clínico.
CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
CAPS
Segundo o Ministérios da Saúde, os CAPS visam:
• Prestar atendimento em regime de atenção diária;
• Gerenciar os projetos terapêuticos oferecendo cuidado clínico
eficiente e personalizado;
• Promover a inserção social dos usuários através de ações
intersetoriais (educação, trabalho, esporte, cultura e lazer),
montando estratégias conjuntas de enfrentamento dos problemas.
• Responsabilidade de organizar a rede de serviços de saúde
mental de seu território;
CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
CAPS

• Dar suporte e supervisionar a atenção à saúde mental na rede


básica,
• Regular a porta de entrada da rede de assistência em SM de
sua área;
• Coordenar junto com o gestor local as atividades de supervisão
de unidades hospitalares psiquiátricas que atuem no seu
território;
• Manter atualizada a listagem dos pacientes de sua região que
utilizam medicamentos para a saúde mental.
CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
CAPS
Os CAPS devem possuir ambiente estruturado para:

• Desenvolver atividades individuais (consultas, terapias)


• Desenvolver atividades em grupo
• Espaço de convivência
• Refeitório
• Sanitários
• Espaço para atividades, oficinas e recreações
CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
CAPS

• Existem cinco tipos de CAPS, que se diferenciam pelo


porte, capacidade de atendimento, clientela atendida, e
organizadas com o perfil populacional brasileiro. Estes
são: CAPS I, CAPS II, CAPS III, CAPS i e CAPSAD E
CAPSADIII.
*Munícipios com menos de 20.000 habitantes deverão ser
atendidos pela rede básica
CAPS I
• Menor porte
• Atendimento a adultos portadores de transtornos
mentais severos e persistentes, além dos decorrentes do
uso e abuso de álcool e drogas
• Implantados em municípios entre 20.000 e 70.000
habitantes
• Atendimento das 8:00 às 18:00 de segunda a sexta-feira
• Capacidade de acompanhar cerca de 240 pessoas por
mês.
• Equipe mínima 9 profissionais entre nível médio e
superior
CAPS II
• Médio porte
• Atendimento a adultos portadores de transtornos
mentais severos e persistentes
• Implantados em municípios entre 70.000 e 200.000
habitantes
• Atendimento das 8:00 às 18:00 de segunda a
sexta-feira, mas pode ter um terceiro turno até às 21:00
• Capacidade de acompanhar cerca de 360 pessoas por
mês
• Equipe mínima 12 profissionais entre nível médio e
superior
CAPS III
• Grande porte
• Atendimento a adultos portadores de transtornos mentais
severos e persistentes
• Implantados em municípios com população acima de
200.000 habitantes
• Atendimento todos os dias 24 horas, inclusive sábado,
domingo e feriados
• Possui no máximo cinco leitos para internação
• Capacidade de acompanhar cerca de 450 pessoas por mês
• Equipe mínima 16 profissionais entre nível médio e superior
CAPS i
• Especializados em atendimento de crianças e adolescentes
com transtornos mentais graves e persistentes e os que fazem
uso de crack, álcool e outras drogas.
• Implantados em municípios com mais de 150.000 habitantes
• Atendimento das 8:00 às 18:00 de segunda a sexta-feira, mas
pode ter um terceiro turno até às 21:00
• Capacidade de acompanhar 180 crianças e adolescentes por
mês
• Equipe mínima 11 profissionais entre nível médio e superior
CAPS AD
• Serviço especializados em atender pessoas que fazem uso
prejudicial de álcool e outras drogas
• Implantados em municípios com mais de 70.000 habitantes
ou que exista a necessidade na região.
• Atendimento das 8:00 às 18:00 de segunda a sexta-feira,
mas pode ter um terceiro turno até às 21:00
• Capacidade de acompanhar 240 pessoas por mês
• Equipe mínima 13 profissionais entre nível médio e superior
CAPS AD III
• Serviço com no máximo 12 leitos para observação e
monitoramento.
• Atendimento todos os dias 24 horas, inclusive sábado,
domingo e feriados.
• Implantados em municípios com mais de 200.000
habitantes
CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
CAPS

A lei que regulamenta o CAPS é:

• Portaria nº 336/GM, de 19 de fevereiro de 2002.


REFERÊNCIAS
• https://youtu.be/56tOYJqPsMM

• http://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/conheca_raps_rede_atencao_psicossocial.pdf

• http://www.saude.sp.gov.br/resources/instituto-de-saude/homepage/outras-publicacoes/politicas_de_saude_mental_capa_e
_miolo_site.pdf

• http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_mental_volume_5.pdf

• https://www.informasus.ufscar.br/o-que-e-a-rede-de-atencao-psicossocial-e-por-que-defende-la/

• https://youtu.be/qyEaK0BLD5U - Saúde Mental em Foco - Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) no SUS

• https://youtu.be/Sbacc2OIbiI - Profissão repórter 1

• https://youtu.be/_ZmGRT9A8bQ - Profissão repórter 2

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