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Revisão

Leis em psiquiatria
DIRETRIZES PARA UM MODELO DE ATENÇÃO
INTEGRAL EM SAÚDE MENTAL NO BRASIL, 2020
• 25% da população irão desenvolver transtornos mentais
• 29,6% da população de SAMPA tem algum transtorno mental
• Avalia-se que cerca de 3% do currículo nas faculdades de medicina são
dedicados a temas de saúde mental
• Transtornos de alta prevalência e de possível resposta:
• o primeiro episódio psicótico
• as depressões
• o transtorno afetivo bipolar
• os transtornos ansiosos
• somatoformes
• alimentares
• o abuso e a dependência de álcool e outras substâncias
Investimento
• O Brasil investe em média 2% do orçamento total dos recursos do Ministério
da Saúde na Saúde Menta

• Crack tem recurso adicional de outros ministérios

• Os recursos escassos são aplicados sem a transparência necessária, o que


torna difícil elaborar estimativas precisas.

• Não há uma rubrica específica da área de Saúde Mental no orçamento do


Ministério da Saúde
Pressupostos
• 1) Promoção dos direitos humanos dos indivíduos com transtorno
mental e seus familiares;
• 2) Ética, no que diz respeito à conceitualização da psiquiatria e de
transtorno mental;
• 3) Ética da responsabilidade do psiquiatra com o direito, tratamento e
sigilo sobre o paciente que é doente mental;
• 4) Ética, levando sempre em conta a educação para a diminuição do
estigma em relação ao doente mental e suas repercussões;
Pressupostos
• 5) Garantia do direito do doente mental e seus familiares à saúde
integral com acesso às melhores terapêuticas disponíveis
fundamentadas em evidências científicas;
• 6) Promoção da participação do paciente e seus familiares na
avaliação do modelo terapêutico aplicável, assim como estimular a
supervisão e avaliação constantes;
• 7) Defender a adequada destinação de recursos financeiros para
qualificar a assistência;
• 8) Influenciar políticas e elaboração de leis.
Nível primário - Prevenção
• Campanhas para reduzir o estigma
• Ações de prevenção ao suicídio
• Psicoeducação
• Suporte familiar
• Divulgação do acesso aos serviços
• Referencia e contra referencia
• Matriciamento
Nível secundário – Atendimentos ambulatórias
• CAPS - reabilitação de doentes graves e crônicos, e não poderiam
funcionar como emergência ou ambulatório geral.
• Ambulatório:
• Equipe tipo 1: composta por 1 (um) médico especialista em psiquiatria ou médico com
experiência em psiquiatria (total de 10 horas semanais), 1 (um) psicólogo (30 horas semanais)
e 1 (um) assistente social (30 horas semanais);
• Equipe tipo 2: composta por 1 (um) médico especialista em psiquiatria (total de 20 horas
semanais), 2 (dois) psicólogos (total de 60 horas semanais) e 1 (um) assistente social (total de
30 horas semanais);
• Equipe tipo 3: composta por 1 (um) médico especialista em psiquiatria (total de 30 horas
semanais), 2 (dois) psicólogos (total de 60 horas semanais), 1 (um) assistente social (total de
30 horas semanais) e 1 (um) profissional de nível superior da área de saúde mental (total de
30 horas semanais)
Nível Terciário
• UNIDADES DE EMERGÊNCIA PSIQUIÁTRICA EM PRONTOSOCORROS
GERAIS
• UNIDADES ESPECIALIZADAS EM EMERGÊNCIA PSIQUIÁTRICA
• UNIDADES PSIQUIÁTRICAS EM HOSPITAIS GERAIS
• HOSPITAIS PSIQUIÁTRICOS ESPECIALIZADOS (+ de 30 dias)
Município com recursos de baixa
complexidade
• a) Avaliação e tratamento na atenção primária;
• b) Triagem e investigação geral; orientação; tratamento
farmacológico;
• c) Encaminhamento de casos complexos para outros municípios da
região com recursos de média/alta complexidade;
• d) Encaminhamento de casos graves e crônicos para CAPS
(reabilitação social).
Município com recursos de média
complexidade
• a) SAMU com Psiquiatria ou EMERGÊNCIA PSIQUIÁTRICA: casos
agudos e graves;
• b) Enfermaria de Psiquiatria em Hospital Geral: quadros agudos com
indicação para internamento;
• c) Encaminhamento de casos graves e crônicos para CAPS
(reabilitação social);
• d) Moradia Assistida: pacientes dependentes e crônicos sem laço
social
Município com recursos de alta
complexidade
• a) SAMU com Psiquiatria ou EMERGÊNCIA PSIQUIÁTRICA: casos agudos
e graves;
• b) Enfermaria de Psiquiatria em Hospital Geral ou Hospital Especializado
em Psiquiatria: quadros agudos com indicação para internamento;
• c) Encaminhamento de casos graves e crônicos para CAPS(reabilitação
social);
• d) Moradia Assistida: pacientes dependentes e crônicos sem laço social;
• e) Hospital de retaguarda: cuidados paliativos de longa duração para
pacientes com dependência continuada de cuidados paliativos:
acamados, sondados, etc.
Internação
• Os serviço de emergências municipal ou regional devem ter em seu
corpo clínico psiquiatra de plantão e leitos de observação preparados
para acolher o paciente por ao menos 48 horas
• São elegíveis para internação os Distúrbios graves e persistentes que
constituem ameaça a vida:
• Depressão, suicídio, distúrbios alimentares, distúrbios obsessivos, encoprese intratável,
psicoses, conversão histérica
• Esclarecimento diagnóstico ou das indicações terapêuticas
• Avaliação dos cuidados maternos quando há risco para a criança (Síndrome de
Münchausen).
Dependência Química
• Não existe tratamento único e ideal para a dependência química.
• Tratamentos da saúde física geral, suporte social adequado e
orientação profissional.
• Terapias Cognitivas, Motivacionais, Treinamentos de Habilidades
Sociais, Grupos de Apoio Psicológico.
• Grupos de auto-ajuda:
• Alcoólicos Anônimos, Narcóticos Anônimos, Amor Exigente, Manejo de Contingências e
Prevenção de Recaída;
• Tratamentos intensivos (internações)
Prevenção ao suicídio
• a) Deve ser promovida o treinamento sobre o tema na área básica.

• b) Encaminhamento e atendimento por um médico psiquiatra em até


72 horas do evento de tentativa ou auto mutilação.

• c) Elaborar estratégias de prevenção nos casos de tentativas de


suicídio e auto mutilação.
Atenção psicossocial
PORTARIA Nº 3.588, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2017
Constituição
• Unidade Básica de Saúde
• Equipes de Atenção Básica, Equipes de Atenção Básica para populações específicas, . Equipe de
Consultório na Rua, Equipe de apoio aos serviços do componente Atenção Residencial de Caráter
Transitório, Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASF

• Centros de Convivência e Cultura


• Atenção Psicossocial, formada pelos seguintes pontos de atenção, b) Equipe Multiprofissional de Atenção
Especializada em Saúde Mental / Unidades Ambulatoriais Especializadas

• Estratégias de Desinstitucionalização, formada pelo seguinte ponto de


atenção
• a) Serviços Residenciais Terapêuticos

• Estratégias de Reabilitação Psicossocial


• Iniciativas de trabalho e geração de renda, empreendimentos solidários e cooperativas sociais.
Constituição
• Atenção de Urgência e Emergência, formada pelos seguintes pontos
de atenção:
• SAMU 192, Sala de Estabilização; UPA 24 horas;
• Portas hospitalares de atenção à urgência/pronto socorro em Hospital Geral
• Unidades Básicas de Saúde, entre outros.
• Unidade de Acolhimento Serviços de Atenção em Regime Residencial.
• Atenção Hospitalar, formada pelos seguintes pontos de atenção
• a) Unidade de Referência Especializada em Hospital Geral;
• b) Hospital Psiquiátrico Especializado;
• c) Hospital dia
CAPs
• Os Centros de Atenção Psicossocial são serviços de saúde de caráter aberto
e comunitário que compõe a Rede de Atenção Psicossocial.

• Constituído por equipe multiprofissional

• Realiza atendimento às pessoas com transtornos mentais persistentes

• Inclui pessoas com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e


outras drogas, em sua área territorial, tanto em crise quanto no processos
de reabilitação psicossocial.
CAPS
• CAPS I: Indicado para Municípios ou regiões de saúde com população acima
de quinze mil habitantes.
• CAPS II: Indicado para Municípios ou regiões de saúde com população acima
de setenta mil habitantes. (Pode ser especializado AD/Inf)
• CAPS III: Proporciona serviços de atenção contínua, 24 horas, ofertando
retaguarda clínica e acolhimento noturno a outros serviços de saúde mental.
Indicado para Municípios ou regiões de saúde com população acima de
cento e cinquenta mil habitantes.
• CAPS IV: municípios com mais de quinhentos mil habitantes e capitais de
Estado, funcionamento vinte e quatro horas, oferta assistência a urgências e
emergências, contando com leitos de observação.
CAPS I - funcionar no período de 08 às 18 horas, em 02 (dois) turnos, durante os
cinco dias úteis da semana;

• a - atendimento individual (medicamentoso, psicoterápico, de orientação, entre outros);


• b - atendimento em grupos (psicoterapia, grupo operativo, atividades de suporte social,
entre outras);
• c - atendimento em oficinas terapêuticas executadas por profissional de nível superior
ou nível médio;
• d - visitas domiciliares;
• e - atendimento à família;
• f - atividades comunitárias enfocando a integração do paciente na comunidade e sua
inserção familiar e social;
• g - os pacientes assistidos em um turno (04 horas) receberão uma refeição diária, os
assistidos em dois turnos (08 horas) receberão duas refeições diárias.
Recursos Humanos – CAPS 1
• a - 01 (um) médico com formação em saúde mental;
• b - 01 (um) enfermeiro;
• c - 03 (três) profissionais de nível superior entre as seguintes
categorias profissionais: psicólogo, assistente social, terapeuta
ocupacional, pedagogo ou outro profissional necessário ao
projeto terapêutico.
• d - 04 (quatro) profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar
de enfermagem, técnico administrativo, técnico educacional e
artesão;
Caps II - - funcionar de 8:00 às 18:00 horas, em 02 (dois) turnos, durante os cinco dias
úteis da semana, podendo comportar um terceiro turno funcionando até às 21:00 horas.

• a - atendimento individual (medicamentoso, psicoterápico, de orientação, entre


outros);
• b - atendimento em grupos (psicoterapia, grupo operativo, atividades de suporte
social, entre outras);
• c - atendimento em oficinas terapêuticas executadas por profissionalde nível
superior ou nível médio;
• d - visitas domiciliares;
• e - atendimento à família;
• f - atividades comunitárias enfocando a integração do doente mental na
comunidade e sua inserção familiar e social;
• g - os pacientes assistidos em um turno (04 horas) receberão uma refeição
diária: os assistidos em dois turnos (08 horas) receberão duas refeições diárias
CAPS II
• a - responsabilizar-se, sob coordenação do gestor local, pela organização da
demanda e da rede de cuidados em saúde mental no âmbito do seu território;
• b - possuir capacidade técnica para desempenhar o papel de regulador da
porta de entrada da rede assistencial
• c - coordenar, por delegação do gestor local, as atividades de supervisão de
unidades hospitalares psiquiátricas no âmbito do seu território;
• d - supervisionar e capacitar as equipes de atenção básica, serviços e
programas de saúde mental no âmbito do seu território e/ou do módulo
assistencial;
• e - realizar, e manter atualizado, o cadastramento dos pacientes que utilizam
medicamentos essenciais para a área de saúde mental.
Recursos humanos
• a - 01 (um) médico psiquiatra;
• b - 01 (um) enfermeiro com formação em saúde mental;
• c - 04 (quatro) profissionais de nível superior entre as seguintes
categorias profissionais: psicólogo, assistente social,
enfermeiro, terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro
profissional necessário ao projeto terapêutico.
• d - 06 (seis) profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar
de enfermagem, técnico administrativo, técnico educacional e
artesão.
CAPS III – Serviço contínuo, 24 horas, inclusive finais de semana e feriados.

• a - constituir-se em serviço ambulatorial de atenção contínua,


• b - responsabilizar-se, sob coordenação do gestor local, pela organização da demanda
e da rede de cuidados em saúde mental no âmbito do seu território;
• c - possuir capacidade técnica para desempenhar o papel de regulador da porta de
entrada da rede assistencial no âmbito do seu território
• d - coordenar, por delegação do gestor local, as atividades de supervisão de unidades
hospitalares psiquiátricas no âmbito do seu território;
• e - supervisionar e capacitar as equipes de atenção básica, serviços e programas de
saúde mental no âmbito do seu território e/ou do módulo assistencial;
• f - realizar, e manter atualizado, o cadastramento dos pacientes que utilizam
medicamentos essenciais para a área de saúde mental
• g - estar referenciado a um serviço de atendimento de urgência/ emergência geral de
sua região, que fará o suporte de atenção médica.
CAPS III
• a - atendimento individual (medicamentoso, psicoterápico, orientação, entre outros);
• b - atendimento grupos (psicoterapia, grupo operativo, atividades de suporte social, entre outras);
• c - atendimento em oficinas terapêuticas executadas por profissional de nível superior ou nível médio;
• d - visitas e atendimentos domiciliares;
• e - atendimento à família;
• f - atividades comunitárias enfocando a integração do doente mental na comunidade e sua inserção
familiar e social;
• g - acolhimento noturno, nos feriados e finais de semana, com no máximo 05 (cinco) leitos, para
eventual repouso e/ou observação;
• h - os pacientes assistidos em um turno (04 horas) receberão uma refeição diária; os assistidos em
dois turnos (08 horas) receberão duas refeições diárias, e os que permanecerem no serviço durante
24 horas contínuas receberão 04 (quatro) refeições diárias;
• i - a permanência de um mesmo paciente no acolhimento noturno fica limitada a 07 (sete) dias
corridos ou 10 (dez) dias intercalados em um período de 30 (trinta) dias.
Recursos Humanos
• a - 02 (dois) médicos psiquiatras;
• b - 01 (um) enfermeiro com formação em saúde mental.
• c - 05 (cinco) profissionais de nível superior entre as seguintes categorias: psicólogo, assistente social, enfermeiro,
terapeuta ocupacional, pedagogo ou outro profissional necessário ao projeto terapêutico;
• d - 08 (oito) profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico administrativo, técnico
educacional e artesão.

Para o período de acolhimento noturno, em plantões corridos de 12 horas, a equipe deve ser composta por:
• a - 03 (três) técnicos/auxiliares de enfermagem, sob supervisão do enfermeiro do serviço;
• b - 01 (um) profissional de nível médio da área de apoio;

Para as 12 horas diurnas, nos sábados, domingos e feriados, a equipe deve ser composta por:
• a - 01 (um) profissional de nível superior dentre as seguintes categorias: médico, enfermeiro, psicólogo, assistente
social, terapeuta ocupacional, ou outro profissional de nível superior justificado pelo projeto terapêutico;
• b - 03 (três) técnicos/auxiliares técnicos de enfermagem, sob supervisão do enfermeiro do serviço
• c - 01 (um) profissional de nível médio da área de apoio.
UAA – Apoio CAPS/Atenção básica
• I - Unidade de Acolhimento: oferece cuidados de saúde contínuo
(24hrs), em ambiente residencial, para pessoas com necessidade
decorrentes do uso de crack, álcool e outras, de ambos os sexos, que
apresentem vulnerabilidade social e/ou familiar permanência é de até
seis meses.
• II - Serviços de Atenção em Regime Residencial, (Comunidades
Terapêuticas) permanência por até nove meses para adultos com
necessidades clínicas ESTÁVEIS decorrentes do uso de crack, álcool e
outras drogas.
Residência terapêutica
• São moradias inseridas na comunidade, destinadas a acolher pessoas
egressas de internação de longa permanência (dois anos ou mais
ininterruptos).

• O Programa de Volta para Casa, enquanto estratégia de desinstitucionalização, é uma


política pública de inclusão social que visa contribuir e fortalecer o processo de
desinstitucionalização, instituída pela Lei nº 10.708, de 31 de julho de 2003, que provê
auxílio reabilitação para pessoas com transtorno mental egressas de internação de longa
permanência
Serviço Hospitalar de Referência - DQ
• I - o número de leitos de atenção a pessoas com transtornos mentais
e/ou com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras
drogas não deverá exceder o percentual de 20% (vinte por cento) do
número total de leitos do Hospital Geral;
• II - cada unidade de enfermaria não poderá ultrapassar o máximo de
30 leitos;
• III - os Planos de Ação Regionais da RAPS que ultrapassarem os
parâmetros dos incisos I e II acima poderão ser aprovados, em caráter
de excepcionalidade
Modalidades de internação
• I - Internação Psiquiátrica Involuntária (IPI);
• II - Internação Psiquiátrica Voluntária (IPV),
• III - Internação Psiquiátrica Voluntária que se torna Involuntária (IPVI),
• IV - A Internação Psiquiátrica Compulsória é aquela determinada por
medida judicial.

• Involuntária deverá ter comunicação ao MP em até 72 horas


• Voluntária deverá ter consentimento livre e esclarecido
Lei 10.216
São direitos da pessoa portadora de transtorno mental
Princípios
• I - ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas
necessidades;
• II - ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde,
visando alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade;
• III - ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração;
• IV - ter garantia de sigilo nas informações prestadas;
• V - ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou
não de sua hospitalização involuntária;
• VI - ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis;
• VII - receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu tratamento;
• VIII - ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis;
• IX - ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental.
Tipos de internação

• I - internação voluntária: aquela que se dá com o consentimento do usuário;

• II - internação involuntária: aquela que se dá sem o consentimento do


usuário e a pedido de terceiro; e

• III - internação compulsória: aquela determinada pela Justiça.

• O término da internação voluntária dar-se-á por solicitação escrita do paciente ou


por determinação do médico assistente.
• A internação somente poderá ser feita por médico registrado no CRM
da região

• Em caso de internação involuntária, poderá ter seu encerramento por


solicitação escrita do familiar, ou responsável legal, ou ainda quando
estabelecido pelo especialista responsável pelo tratamento.

• A internação compulsória é determinada, de acordo com a legislação


vigente, pelo juiz competente, que levará em conta as condições de
segurança do estabelecimento.
Lei nº 13.819
Automutilação e suicídio
Princípios
• I - promover a saúde mental;
• II - prevenir a violência autoprovocada;
• III - controlar os fatores determinantes e condicionantes da saúde mental;
• IV - garantir o acesso à atenção psicossocial das pessoas em sofrimento psíquico
agudo ou crônico, especialmente daquelas com histórico de ideação suicida,
automutilações e tentativa de suicídio;
• V - abordar adequadamente os familiares e as pessoas próximas das vítimas de
suicídio e garantir-lhes assistência psicossocial;
• VI - informar e sensibilizar a sociedade sobre a importância e a relevância das
lesões autoprovocadas como problemas de saúde pública passíveis de
prevenção;
Princípios
• VII - promover a articulação intersetorial para a prevenção do suicídio,
envolvendo entidades de saúde, educação, comunicação, imprensa, polícia,
entre outras;
• VIII - promover a notificação de eventos, o desenvolvimento e o aprimoramento
de métodos de coleta e análise de dados sobre automutilações, tentativas de
suicídio e suicídios consumados, envolvendo a União, os Estados, o Distrito
Federal, os Municípios e os estabelecimentos de saúde e de medicina legal,
para subsidiar a formulação de políticas e tomadas de decisão;
• IX - promover a educação permanente de gestores e de profissionais de saúde
em todos os níveis de atenção quanto ao sofrimento psíquico e às lesões
autoprovocadas.
Canal de atendimento
• Art. 4º O poder público manterá serviço telefônico para recebimento
de ligações, destinado ao atendimento gratuito e sigiloso de pessoas
em sofrimento psíquico.
Notificação
• Art. 6º Os casos suspeitos ou confirmados de violência autoprovocada
são de notificação compulsória pelos:
• I - estabelecimentos de saúde públicos e privados às autoridades sanitárias;
• II - estabelecimentos de ensino públicos e privados ao conselho tutelar.

• entende-se por violência autoprovocada:


• I - o suicídio consumado;
• II - a tentativa de suicídio;
• III - o ato de automutilação, com ou sem ideação suicida
Drogas
Lei 13.840
Tipos de internação
• A internação de dependentes de drogas somente será realizada em unidades de saúde ou
hospitais gerais, dotados de equipes multidisciplinares e deverá ser autorizada por médico com
registro local

• I - internação voluntária: aquela que se dá com o consentimento do dependente de drogas; 

• II - internação involuntária: aquela que se dá, sem o consentimento do dependente, a pedido de


familiar ou do responsável legal ou, na absoluta falta deste, de servidor público da área de saúde,
da assistência social ou dos órgãos públicos integrantes do Sisnad, com exceção de servidores da
área de segurança pública, que constate a existência de motivos que justifiquem a medida.  
Internações
• § 4º  A internação voluntária:                
• I - deverá ser precedida de declaração escrita da pessoa solicitante de que optou por este regime de
tratamento;     
• II - seu término dar-se-á por determinação do médico responsável ou por solicitação escrita da pessoa que
deseja interromper o tratamento.        

• § 5º  A internação involuntária:         
• I - deve ser realizada após a formalização da decisão por médico responsável;        
• II - será indicada depois da avaliação sobre o tipo de droga utilizada, o padrão de uso e na hipótese comprovada
da impossibilidade de utilização de outras alternativas terapêuticas previstas na rede de atenção à saúde;        
• III - perdurará apenas pelo tempo necessário à desintoxicação, no prazo máximo de 90 (noventa) dias, tendo seu
término determinado pelo médico responsável;        
• IV - a família ou o representante legal poderá, a qualquer tempo, requerer ao médico a interrupção do
tratamento.       

• § 9º  É vedada a realização de qualquer modalidade de internação nas comunidades terapêuticas acolhedoras.


Comunidade terapêutica
• O acolhimento do usuário ou dependente de drogas na comunidade terapêutica acolhedora
caracteriza-se
• I - oferta de projetos terapêuticos ao usuário ou dependente de drogas que visam à abstinência;         
• II - adesão e permanência voluntária, formalizadas por escrito, entendida como uma etapa transitória
para a reinserção social e econômica do usuário ou dependente de drogas;         
• III - ambiente residencial, propício à formação de vínculos, com a convivência entre os pares,
atividades práticas de valor educativo e a promoção do desenvolvimento pessoal, vocacionada para
acolhimento ao usuário ou dependente de drogas em vulnerabilidade social;         
• IV - avaliação médica prévia;        
• V - elaboração de plano individual de atendimento         
• VI - vedação de isolamento físico do usuário ou dependente de drogas.         
• § 1º  Não são elegíveis para o acolhimento as pessoas com comprometimentos biológicos e
psicológicos de natureza grave que mereçam atenção médico-hospitalar contínua ou de emergência,
caso em que deverão ser encaminhadas à rede de saúde.  
Resolução CFM 2057/13
Psiquiatria
Serviços em psiquiatria
• Os hospitais psiquiátricos
• As comunidades terapêuticas de natureza médica
• Ambulatórios especializados,
• Caps,
• Consultórios isolados ou institucionais;

.
Liberdade
• O médico assistente deve gozar da mais ampla liberdade
durante todo o processo terapêutico, sujeitando-se, entretanto,
aos mecanismos de revisão, supervisão e auditoria previstos
no Código de Ética Médica e na legislação vigente.
Contenção física
• O paciente que estiver contido deve permanecer sob cuidado e
supervisão imediata e regular de membro da equipe, não
devendo a contenção se prolongar além do período necessário
a seu propósito.

• Quando da contenção física, o representante legal ou a família


do paciente devem ser informados tão logo possível
Neuropsicocirurgia
• A neuropsicocirurgia e quaisquer tratamentos invasivos e
irreversíveis para doenças mentais não devem ser realizados
em pacientes que estejam involuntária ou compulsoriamente
internados em estabelecimento de assistência psiquiátrica,

• Exceto:
• com prévia autorização judicial, obedecendo ao prerrequisito de
fundamentação mediante laudo médico
Neuropsicocirurgia
• A indicação de neuropsicocirurgia deverá ser feita pelo médico
assistente e respaldada por meio de laudo, por um psiquiatra e um
neurocirurgião pertencentes a serviços diversos daquele do
médico que a prescreveu
• Indicada para doença mental com duração de, no mínimo, 5 (cinco)
anos.
• Excepcionalmente quando a duração for menor que 5 (cinco) anos,
o pedido deverá ser referendado por junta médica formada por um
psiquiatra e um neurocirurgião, designados pelo presidente do
Conselho Regional de Medicina para produzir contraprovas
Indicação de internação involuntária
.
• Incapacidade grave de autocuidados.
• Risco de vida ou de prejuízos graves à saúde.
• Risco de autoagressão ou de heteroagressão.
• Risco de prejuízo moral ou patrimonial.
• Risco de agressão à ordem pública
Internação compulsória
• Nas internações compulsórias, quem determina a natureza e
tipo de tratamento a ser ministrado ao paciente é o médico
assistente, que poderá prescrever alta hospitalar no momento
em que entender que aquele se encontra em condições para
tal, devendo ser comunicada/autorizada pelo juiz.
Anamnese
• Identificação do paciente: nome, idade, data de nascimento, filiação,
estado civil, raça, sexo, religião, profissão, naturalidade, endereço e
telefone;
• Queixa principal: descrição sucinta da razão da consulta;
• História da doença atual: relato do adoecimento, início, principais sinais e
sintomas, tempo de duração, forma de evolução, consequências,
tratamentos realizados, internações, outras informações relevantes;
• História familiar: doenças pregressas na família, estado de saúde dos
pais, se falecidos, a idade e a causa, principal ocupação dos pais,
quantos filhos na prole, forma de relacionamento familiar, nas avaliações
psiquiátricas registrar a existência de doença mental na família
Anamnese
•.
• História pessoal: informações sobre sua gestação e doenças intercorrentes da
mãe durante a gestação, doenças fetais, parto eutócico ou distócico, condições
de nas cimento, evolução psicomotora com informações sobre idade em que
falou e deambulou; doenças intercorrentes na infância, ciclo vacinal,
aprendizado na escola, sociabilidade em casa, na escola e na comunidade;
trabalho, adoecimento no trabalho, relações interpessoais na família, no
trabalho e na comunidade; puberdade, vida sexual e reprodutiva, menopausa e
andropausa; se professa alguma religião e qual; doenças preexistentes
relacionadas ou não ao atual adoecimento; situação atual de vida;
• Revisão por sistemas com interrogatório sucinto sobre pele e anexos, sistema
olfatório e gustativo, tato, visual e auditivo, cardiocirculatório e linfático,
osteomuscular e articular, gênitourinário e neuroendócrino e psíquico
Anamnese
• 2) Exame físico
• 3) Exame do estado mental (para a psiquiatria e neurologia
• 4) Hipóteses diagnósticas: possíveis doenças que orientarão o diagnóstico diferencial
e a requisição de exames complementares;
• 5) Exames complementares: exames solicitados e registro dos resultados (ou cópia
dos próprios exames);
• 6) Diagnóstico: de acordo com o CID da Organização Mundial da Saúde em vigor;
• 7) Conduta: terapêutica instituída e encaminhamento a outros profissionais;
• 8) Prognóstico: quando necessário por razões clínicas ou legais;
• 9) Sequelas: fundamentação para prescrições específicas como órteses e próteses e,
materiais especiais;
• 10) Causa da morte
Perícias

• Os médicos peritos es tão submetidos aos princípios éticos da imparcialidade,


do respeito à pessoa, da veracidade, da objetividade e da qualificação
profissional.

• Os médicos assistentes técnicos estão submetidos aos mesmos princípios, com


ênfase ao da veracidade. Como são profissionais a serviço de uma das partes,
não são imparciais.

• É fundamental, nos procedimentos periciais, a observância do princípio do


visum et repertum (ver e registrar), de forma que o laudo pericial possa ser
objeto de análise futura sempre que necessário.
Laudo
• 1) Preâmbulo; Auto apresentação do perito, na qual informa sobre sua
qualificação profissional na matéria em discussão.
• 2) Individualização da perícia Detalhes objetivos sobre o processo e as partes
envolvidas.
• 3) Circunstâncias do exame pericial Descrição objetiva dos procedimentos
realizados (entrevistados, número de entrevistas, tempo dispendido,
documentos examinados, exames complementares etc.).
• 4) Identificação do examinando Nome e qualificação completa da pessoa que
foi alvo
• dos procedimentos periciais.
• 5) Quesitos Transcrição dos quesitos formulados pela autoridade e pelas partes.
Laudo
• 6) História pessoal Síntese da história de vida do examinando, com ênfase em sua relação com o objeto da
perícia, se houver.
• 6.1) História psiquiátrica prévia Relato dos contatos psiquiátricos prévios; em especial, tratamentos e
hospitalizações.
• 6.2) História médica Relato das doenças clínicas e cirúrgicas atuais e prévias, incluindo tratamentos e
hospitalizações.
• 9) História familiar Registro das doenças psiquiátricas e não psiquiátricas nos familiares próximos.
• 10) Exame do estado mental Descrição das funções psíquicas do examinando.
• 11) Exame físico Descrição da condição clínica geral do examinando.
• 12) Exames e avaliações complementares Descrição de achados laboratoriais e de resultados de exames e
testes aplicados.
• 13) Diagnóstico positivo Segundo a nosografia preconizada pela Organização Mundial da Saúde, oficialmente
adotada pelo Brasil.
• 14) Comentários médico
• 15) Conclusão Frase curta e direta que sintetiza todo o pensamento do perito.
• 16) Resposta aos quesitos Respostas claras, concisas e objetivas.

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