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Psiquiatria

Comunitária
Final Século XVIII

− Iluminismo / Revolução Francesa: os loucos queria fazer mal às pessoas


− Base empírica

Abandona fundamentos místicoreligiosos. Os loucos vão precisar de se tratar e


de um local onde se tratar.

“Loucos” → “Doentes Mentais”

Tratamento Moral – Bem estar Social e Direitos Individuais

Atividades, Compaixão, Calma vs. Tratamento autoritário/controlador prévio

Pinel e Pussin (Bicetre e Salpêtrière);

Tentativa de cuidados humanizados

Fim dos doentes acorrentados, reformas e DESENVOLVIMENTO ASILAR

Cuidados prestados em grandes instituições com acesso a espaços verdes e


locais para trabalho; simulava as atividades do dia-à-dia; mostrava de uma forma
metafórica que essa não deveria ser a abordagem a fazer;

Movimento Asilar - Início do Século XIX

Até ao inÍcio do Século XIX

Pessoas com doença mental: vagabundos, indigentes, etc. (papel da revolução


industrial com rutura do tecido social)
Sem resposta estatal - Proliferavam asilos privados no Reino Unido (“Negócio da
Loucura”)

Expandiram modelo asilar:

− Esquirol em França
− William Tuke no Reino Unido

Começaram a surgir oportunidades de negócio na criação destas casas de


acolhimento, os asilos,

Modelo Asilar replicado em vários países


− The Retreat no RU
− Brattleboro Retreat nos EUA
− Hospital Conde Ferreira no Porto (asilo no Porto)

Desafios encontrados pelo Modelo Asilar

− Taxas de ocupação Crescentes


− Doenças de difícil tratamento
− Leis e Patologias que dificultavam a alta
− Degradação das condições de tratamento

Na altura não tinhamos tx eficazes tinhamos terapias, o que significa que a maior
parte dos doentes mentais nunca ia ter alta; eles iam para os asilos e a tendencia
era ficar lá até a morrer, logo as taxas de ocupação vão aumentar e os locais não
eram suficientes.

Início do Século XX
Inicialmente retirara-se os doentes e mandaram para o asilo. No séc. XX surgiram
os primeiros tratamentos, malarioterapia,..., a doença mental passa agora a ser
vista como algo potencialmente curável.

Cria outra pergunta:

Se eles tem alta fazemos o que com eles:

Criação de cuidados continuados

Após a II Guerra Mundial

Estabelecimento em Paises desenvolvidos de Serviços Nacionais de Saúde

1952 - Primeiro Antipsicótico

Entre 1921 e 1937 - Apenas 6%


dos doentes com esquizofrenia
tinham alta 1955-1967 - 67%Alta
-Cloropromazina

Possibilidade de Reintegração na Sociedade

Anos 70/80
Reintegração após a Alta
O que deviamos fazer no pós-alta.

− Reabilitação social
− Terapias ocupacionais (capacitar utentes para o pós Alta)

Mas

Serviços de saúde mental (Hospitais Psiquiátricos) centralizados, longe do


contexto original dos pacientes e continuavam fora da comunidade.

Anos 80, 90 e 2000

Encerramento dos Hospitais Psiquiátricos


Anos 80, 90 e 2000 a ritmos diferentes; e fazer abordagens mais pequenas;

Maior Desenvolvimento de:

− Consulta Externa – Acompanhamento regular de utentes


− Hospital de Dia – Deslocações Diárias ao Serviço, para tratamento
− Grupos de Apoio/Psicoterapia
− Serviços de Internamento Agudo – Para patologia aguda descompensada;
atuar naquela altura; curta duração;
− Cuidados Residenciais – Descentralização dos Cuidados para o
Domicilio

Princípios Orientadores

Minimizar cuidados em internamento

Internamentos Breves, apenas quando não existe alternativa de tratamento em


Hospital de Dia ou Ambulatório em serviços de Psiquiatria de Hospital Geral (
vs. Hospital Psiquiátrico)

Equipas Multidisciplinares
Psiquiatras, Enfermeiros especialistas, Psicólogos Clinicos e Serviço Social, em
articulação com atores da comunidade.

Fornecer Reabilitação precocemente

Proteger e promover a funcionalidade e prevenir deterioração adicional

Reforma legal promotora dos cuidados de saude mental comunitária

Reformas e plano para a saúde mental; para estimular as equipas para que sejam
efetivas;

Envolvimento do utilizador no processo terapêutico

Envolver todos e principalmente o doente;

Gestão de Caso para cada utente

Com um gestor de caso treinado que coordena os esforços em equipa para


determinados utentes. O doente é parte da sua própria cura!

Prestação de cuidados de saúde mental em


contexto domiciliário
Comunidade - prestador de cuidados de saúde mental !

Doença Mental

Determinada por fatores ambientais, biológicos e Socioeconómicos


(OMS, 2018)

Tratamento

Reintegração, prevenção da disfunção. Promover, proteger e


recuperar a saúde mental de forma custoefetiva (OMS, 2018)

Foco no Contexto Social, na Recuperação e Prevenção

Saúde mental Comunitária junta perspetiva de doença (défices e


incapacidades) e perspetiva de recuperação (forças, capacidades e
aspirações)

Inclui a comunidade em sentido lato. Enfatiza a redução da


adversidade ambiental e a promoção das vantagens da família, redes
sociais, comunidades e organizações que rodeiam o individuo.

Assenta na prática baseada na evidência e no papel ativo do utente


que deve compreender a doença e as intervenções em curso e
participar da decisão tanto quanto possível

Community mental health care is the optimum direction for


future development of mental health services by Member States. This
is based on the following observations: (a) Evidence that community-
based mental health care is superior to psychiatry hospital-based care.
(b) Great scarcity of qualified mental health professionals to meet all
the needs of the community. (c) Problems in transportation of patients
from their homes to tertiary-care hospitals. (d)Preference of people to
seek health care locally in the community.

Community mental health service should be integrated into


the existing primary health care delivery system to ensure its
longterm sustainability.”

Em Portugal:
Ainda temos meramente psiquiátricos ativos, mas poucos, o
Magalhães Lemos e o Júlio de Matos.

Equipas de Saúde Mental Comunitária -Despacho 2753/2020

Decreto-Lei n.º 113/2021, de 14 de dezembro

− Criadas no Serviço Local de Saúde Mental Responsáveis pela


prestação dos cuidados globais de saúde mental, a nível
ambulatório.
− Reabilitação e reintegração das pessoas, desenvolvem
estratégias de promoção da saúde mental e prevenção da
doença em articulação com outras entidades da comunidade
− Funcionam em instalações localizadas na sua área de
intervenção, preferencialmente em instalações de um
agrupamento de centros de saúde, com condições para a
atividade da equipa multiprofissional. Decreto-Lei n.º 113/2021,
de 14 de dezembro.

Constituição das Equipas:

− Um médico com a especialidade de psiquiatra;


− Dois enfermeiros, sendo um enfermeiro especialista em saúde
mental e psiquiátrica;
− Um psicólogo clínico;
− Um técnico superior de serviço social;
− Um terapeuta ocupacional;
− Um assistente técnico.

Em Portugal
Decreto-Lei n.º 113/2021, de 14 de dezembro (não mt importante )

1. As equipas comunitárias de saúde mental asseguram a


prestação de cuidados a uma população de 50 000 a 100 000
habitantes, pela qual assumem responsabilidade, dando
resposta às suas necessidades, em estreita articulação com os
utentes e respetivas famílias e com os ele- mentos significativos
da comunidade.
2. As equipas comunitárias de saúde mental são responsáveis por
assegurar, em registo contínuo, todas as funções necessárias
num nível de atendimento especializado e diferenciado,
incluindo avaliação de necessidades, diagnóstico, consulta,
intervenções terapêuticas, visitas domiciliárias e intervenções de
reabilitação, tendo como objetivo a recuperação global da
pessoa com doença mental.
3. A atividade das equipas comunitárias de saúde mental integra
obrigatoriamente:
A) Consulta externa;
B) Psicoterapias e acompanhamento psicológico individual;
C) Terapias e intervenções de grupo;
D) Visitas domiciliárias;
E) Articulação com outras estruturas comunitárias com o objeVvo de
promover a saúde mental, nas vertentes da literacia e promoção da
saúde, prevenção da doença, intervenção terapêuVca e reabilitação
psicossocial;
F) Articulação com os cuidados de saúde primários e cuidados
conVnuados integrados;
G) Intervenção social;
H) Intervenções comunitárias centradas no utente;
I) Intervenções estruturadas, nomeadamente psicoeducativas,
programas de tratamento assertivo, intervenção neuropsicológica,
terapias de mediação corporal e terapia ocupacional.
4. As equipas comunitárias de saúde mental desenvolvem as suas atividades
fora do hospital, relativamente à população pela qual são responsáveis, em
articulação com as outras áreas funcionais do respetivo serviço local de
saúde mental, outras estruturas de saúde, locais de trabalho ou quaisquer
entidades significativas para a promoção da saúde mental.
5. As equipas comunitárias de saúde mental dispõem de instalações próprias e
dos meios indispensáveis ao acompanhamento dos utentes no domicílio e
à articulação com outras entidades.
6. As equipas comunitárias de saúde mental funcionam, em articulação com os
cuidados de saúde primários, de acordo com os seguintes modelos:
A) Modelo de gestão de casos, no seguimento de pessoas com
doenças mentais graves;
B) Modelo de cuidados colaborativos, no seguimento de pessoas com
doenças mentais comuns.

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