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Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG 

Unidade Divinópolis – MG 


Curso de Serviço Social – 5º Período 
POLÍTICA DE SEGURIDADE SOCIAL I: SAÚDE 
Alunas: GERUZA APARECIDA SILVÉRIO 
  LARA BEATRIZ ALVES SANTOS 
  MARIA LUIZA ROSA DIAS 
  RAFAELA LOPES DOS SANTOS 
 
 
Política de Saúde Mental 
 
1.  2,5 pts.). Historicamente, no mundo e no Brasil, o hospital psiquiátrico surge com a
aparente proposta de tratar a pessoa com transtorno mental. Entretanto, como mostrado no
documentário e na reportagem assistidos, observa-se que este tipo de instituição cumpriu um
papel bastante específico no âmbito da sociedade brasileira. Em um texto autoral, explique
qual foi esse papel? 
 
2.  5 pts.). No modelo assistencial hospitalocêntrico, predominante no Brasil desde o século
XIX até os anos de 1980, o atendimento à pessoa com transtorno mental ficava a cargo, quase
que exclusivamente, dos médicos e dos enfermeiros. A partir da Reforma Psiquiátrica
brasileira, o modelo centrado no hospital passa a ser questionado e é proposta uma rede de
serviços diversificados para oferecer cuidados à pessoa com transtorno mental. Parte
integrante dessa rede, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) têm garantido, pelo
Ministério da Saúde, que suas equipes mínimas sejam compostas por médicos, enfermeiros,
assistentes sociais, psicólogos, terapeutas ocupacionais etc. Redija um texto de, no máximo,
10 linhas, em que você explica por que o modelo hospitalocêntrico era composto,
basicamente, por duas categorias profissionais (enfermagem e medicina) e, no atual
modelo assistencial, há a obrigatoriedade de uma equipe multiprofissional. 

R: O modelo hospitalocêntrico tinha uma perspectiva medicamentosa, com uma ação


centrada em hospitais, centrada em médicos sem priorizar a saúde coletiva, onde a
enfermagem era um coadjuvante da pratica médica hospitalar. A partir da reforma o
atendimento passou a ser humanizado e centrado nas necessidades das pessoas, respeitando
assim os direitos humanos, garantindo a autonomia e a liberdade dos indivíduos com um
tratamento assistido.
O CAPS traz a perspectiva de um tratamento multidisciplinar, onde não só o sujeito
terá um tratamento medicamentoso, mais também um acompanhamento psicológico,
psiquiátrico, comunitário, um acompanhamento com assistente social, com uma terapia
ocupacional; com a ideia de que este serviço seja vinculado a todos os outros, com as
residências terapêuticas, com os centros de convivência, centro de cultura, hospitais.

3. (2,5 pts.) “A Lei 10.216/01 assumiu, no âmbito da saúde mental, o paradigma de


cuidado integral, o qual tem corroborado para – com ações e serviços propostos na legislação
– colocar a doença ‘entre parênteses’ e focalizar o sujeito na sua
existência global” (DUARTE, 2017, p. 172). Como a RAPS propõe materializar os
preceitos do cuidado integral no cotidiano das pessoas com transtorno mental? 

R: A RAPS faz parte da Política de Nacional de Saúde Mental vigente. Ela busca
consolidar a atenção às pessoas com sofrimento psíquico em um modelo aberto e de base
comunitária. É destinada ao atendimento de pessoas com necessidade psicossociais, incluindo
transtornos mentais e problemas decorrentes do uso abusivo de crack, álcool e outras drogas. 
A perspectiva do cuidado requer uma relação entre pessoas, que passam a ser
percebidas como sujeitos que são – e não como objetos de intervenção – que têm a contribuir
na construção de melhores condições de vida a todos 
Fazem parte da RAPS os equipamentos de Saúde que integram o SUS, nos variados
níveis de complexidade, da atenção básica à alta complexidade, tais como: Unidades Básicas
de Saúde (UBS); Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF); Consultório na Rua; Centros
de Atenção Psicossocial (CAPS); os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT); Unidades de
Acolhimento (UAs); SAMU 192; Unidades hospitalares de atenção à urgência, dentre
outros.  
LEI N° 10.216, DE 6 DE ABRIL DE 2001: Dispõe sobre a proteção e os direitos das
pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde
mental. 
 
4. (2,5 pts.). Faça um texto autoral, de no máximo 15 linhas, no qual você descreva as
principais características da política pública de saúde mental brasileira destacando os
seguintes elementos: 1) o modelo assistencial hospitalocêntrico, 2) a Reforma Psiquiátrica, 3)
a Lei 10.216 com sua proposta de cuidado integral. 

R: As formas como os portadores de doenças mentais recebiam tratamentos em


décadas anteriores se tornou algo histórico por ter como princípio “cuidados” semelhantes a
tortura e ao descaso, os doentes mentais eram segregados da sociedade, e dentro da circulação
coletiva só podiam transitar aqueles que estavam incluídos dentro de um padrão imposto. O
modelo assistencial hospitalocêntrico se torna algo indispensável dentro desses espaços, o
assistente social tem papel primordial na viabilização de direitos, ao acesso de políticas
públicas, aos acompanhamentos dentro de SRT’s, e o reinserir do usuário em territórios que
no passado já foram habitados por ele. A reforma psiquiátrica tem seu marco na década de 90
e teve influência principal do italiano Franco Basaglia, o psiquiatra observou várias falhas no
âmbito da assistência psiquiátrica no campo nacional e notou que a necessidade de mudanças
precisaria ser imediata. Com a reforma a preocupação com as políticas públicas voltadas para
as pessoas com doenças mentais começava a tomar visibilidade fazendo com que a lei 10.216
fosse promulgada em 2001. Tal lei traz consigo cuidados integrais que dizem respeito ao
usuário, o acesso ao tratamento no sistema de saúde, o respeito com o usuário prestando
atendimentos exclusivos e benéficos à sua saúde, ser protegido e obter os tratamentos
necessários dentro de espaços comunitários de saúde mental.

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