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(...) a confusão entre o que seria a área clínica, a área da saúde e também a Psicologia
Hospitalar não é somente de ordem semântica, mas também de ordem estrutural, ou
seja, estão em jogo os diferentes marcos teóricos ou concepções de base acerca do fazer
psicológico e sua inserção social. (Castro & Bornholdt, p.51,2004).
Implicações:
* saúde não significa ausência de doença, possibilitando mudanças conceituais;
* saúde não se limita apenas ao corpo, dizendo respeito a mente, as emoções, as
relações sociais, a coletividade;
* existe necessidade do envolvimento de outros setores sociais e da própria economia
para que as pessoas possam de fato ter saúde;
* saúde de todos nós, além de ter um caráter individual, também envolve ações das
estruturas sociais, incluindo necessariamente as políticas públicas;
*Ênfase nas condições sociais para uma vida digna como condição para a saúde.
*A saúde deixa locais específicos, como os hospitais e centros de saúde, para ir para
outros lugares: nossa casa, nossa escola, o ar que respiramos, a água que bebemos, os
alimentos que ingerimos, o salário que recebemos, o que fazemos nas horas de lazer, e
na liberdade que temos ou deixamos de ter.
*Saúde também resulta da responsabilidade que cada pessoa precisa ter com o seu
próprio bem-estar.
*Diz de auto-cuidado: saber se prevenir, evitar as situações que colocam a saúde em
risco, prestar atenção à alimentação e higiene, pensar na vida a longo prazo (e não
apenas nesse instante).
Atenção Secundária
• É prestada por meio de uma rede de unidades especializadas – ambulatórios e
hospitais –, garantindo o acesso à população sob sua gestão. Está baseada na
organização do Sistema Microrregional dos Serviços de Saúde, de acordo com a
definição do Plano Diretor de regionalização (PDR), que tem como objetivo definir
as diretrizes para organização regionalizada da Atenção Secundária.
• Pode incluir as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e os Centros de
Atendimento Psicossociais (Saúde Mental)
• A organização da Atenção Secundária se dá por meio de cada uma das
microrregiões do Estado, onde há hospitais de nível secundário que prestam
assistência nas especialidades:
básicas (pediatria, clínica médica e obstetrícia), além dos serviços de urgência e
emergência,
ambulatório eletivo para referências e assistência a pacientes internados,
treinamento, avaliação e acompanhamento da Equipe de Saúde da Família
(ESF).
Atenção terciária
• É a atenção da saúde de terceiro nível, integrada pelos serviços ambulatoriais e
hospitalares especializados de alta complexidade. A Atenção Terciária é organizada
em pólos macrorregionais, através do sistema de referência. O modelo técnico-
científico de atenção à saúde, que privilegia o hospital como ambiente para a prática
de cuidados, contribuiu para que a atenção terciária permanecesse no imaginário
popular como nível de atenção à saúde de maior importância. Com efeito, é comum
ver a mídia em geral destacar novíssimas tecnologias e até mesmo técnicas
experimentais como sendo soluções para os problemas de saúde. Liga-se a imagem
do hospital bem equipado à de eficiência de sistema de saúde.
Norteadores para se re-pensar a Saúde Mental
Questionamento e provocações...
Quem chega até os serviços de saúde? Quem consegue se utilizar deles? A maioria?
O que é qualidade de vida? Quais são as imagens e ideias que vêm à mente? Há um
padrão (normalidade)?
O trabalho pode interferir na saúde? Como? Dá para separar a saúde física e mental?
E o consumo cada vez maior de antidepressivos e ansiolíticos?
Será que o que considero e reconheço como bem-estar será o mesmo bem estar
percebido por outras pessoas que vivem em contextos, situações sociais, extremamente
diferentes das minhas?
É possível determinar, externamente aos sujeitos, o que é o seu estado de bem-estar?
Psicologia na Saúde: “resgatar para o sujeito o lugar na clínica”, dando-lhe voz para que
diga sobre seu sofrimento” OU “exercer o papel de “coadjuvante nas práticas
disciplinares da sociedade de controle”, contribuindo para a instauração de um
sentimento cada vez maior, nos indivíduos, a respeito de sua responsabilidade sobre sua
doença e “consequentemente, pela manutenção de sua saúde”.
- Diz respeito à crença no ato transformador que, para além da culpa assistencialista,
dispõe-se a cuidar de quem sofre, aceitando o desafio de confronto com o estranhamente
diferente, esperando que o assombro com o estranho, com acontecimentos inesperados
propiciados por essa abertura para o mundo, possibilite a criação de outras dimensões à
compreensibilidade da humanidade do homem.
Seria a “doença somática” (câncer, úlcera péptica, colite irritativa, asma brônquica,
etc) apenas uma “via a mais” para externar a turbulência afetiva, tendo sido essa via
inconscientemente buscada pelo sujeito, incapaz de harmonizar os seus conflitos
interiores? Trata-se de uma relação de causalidade?
“Deve se tratar o doente e não a doença”. Mas, cada vez mais os diagnósticos são
computadorizados, utilizam-se programas de informática como anteparo para
relação...
Admite-se que seja assim, em parte, pelo profissional de saúde, despreparado muitas
vezes para o estabelecimento daquele tipo de vínculo...
E que as aulas e os textos nos ajudem a responder essas questões... entre outras...
Referências
Fernandes, M.I.A & Scarcelli, I.R. (2005) Psicologia e políticas publicas: da construção
de modelos à implementação de praticas. In: Amarante, P. (org) Archivos de Saúde
Mental e Atenção Psicossocial 2. Rio de Janeiro: Nau.
Silva, R.C. (1992) A formação em Psicologia para o trabalho na Saúde Pública. In:
Campos, F.C.B. Psicologia e Saúde: repensando práticas. São Paulo: Hucitec.