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Vigilância em Saúde

Profª. Me. Sabrina Faria


Aula 07
• Em 12 de junho de 2018 foi instituída a
Política Nacional de Vigilância em Saúde
(PNVS), por meio da Resolução n. 588/2018
do Conselho Nacional de Saúde (CNS).
Política Nacional
de Vigilância em • A PNVS é um documento norteador do
Saúde (PNVS) planejamento das ações de vigilância em
saúde nas três esferas de gestão do SUS,
caracterizado pela definição das
responsabilidades, princípios, diretrizes e
estratégias dessa vigilância.
Premissas
• A PNVS é definida como uma política pública de Estado e função essencial do SUS, de caráter universal, transversal e
orientadora do modelo de atenção à saúde nos territórios. Sua efetivação depende de seu fortalecimento e articulação
com outras instâncias do sistema de saúde, enquanto sua gestão é de responsabilidade exclusiva do poder público.

• Art. 2º A Política Nacional de Vigilância em Saúde é uma política pública de Estado e função essencial do SUS, tendo caráter universal,
transversal e orientador do modelo de atenção nos territórios, sendo a sua gestão de responsabilidade exclusiva do poder público.
• Art. 3º - Parágrafo único. A análise de situação de saúde e as ações laboratoriais são atividades transversais e essenciais no processo de
trabalho da Vigilância em Saúde.
• Art. 4º - Parágrafo único. A PNVS deve contribuir para a integralidade na atenção à saúde, o que pressupõe a inserção de ações de vigilância em
saúde em todas as instâncias e pontos da Rede de Atenção à Saúde do SUS, mediante articulação e construção conjunta de protocolos, linhas
de cuidado e matriciamento da saúde, bem como na definição das estratégias e dispositivos de organização e fluxos da rede de atenção.
• Art. 5º - A PNVS deverá contemplar toda a população em território nacional, priorizando, entretanto, territórios, pessoas e grupos em situação
de maior risco e vulnerabilidade, na perspectiva de superar desigualdades sociais e de saúde e de buscar a equidade na atenção, incluindo
intervenções intersetoriais.
• Parágrafo único. Os riscos e as vulnerabilidades de que trata o caput devem ser identificadas e definidas a partir da análise da situação de saúde
local e regional e do diálogo com a comunidade, trabalhadores e trabalhadoras e outros atores sociais, considerando-se as especificidades e
singularidades culturais e sociais de seus respectivos territórios.
• Art. 2º - Parágrafo 2. A PNVS incide sobre todos os
níveis e formas de atenção à saúde, abrangendo

Abrangência todos os serviços de saúde públicos e privados,


além de estabelecimentos relacionados à produção
e circulação de bens de consumo e tecnologias que,
direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde.
• Art. 3º A PNVS compreende a articulação dos
saberes, processos e práticas relacionados à
vigilância epidemiológica, vigilância em saúde
Composiçã ambiental, vigilância em saúde do trabalhador e
vigilância sanitária e alinha-se com o conjunto de
o políticas de saúde no âmbito do SUS, considerando
a transversalidade das ações de vigilância em
saúde sobre a determinação do processo saúde
doença.
• Art. 4º A PNVS tem como finalidade definir os
princípios, as diretrizes e as estratégias a serem
observados pelas três esferas de gestão do SUS,
para o desenvolvimento da vigilância em saúde,
Finalidade visando a promoção e a proteção da saúde e a
prevenção de doenças e agravos, bem como a
redução da morbimortalidade, vulnerabilidades e
riscos decorrentes das dinâmicas de produção e
consumo nos territórios.
• Art. 7º A PNVS tem como princípios:

• I – Conhecimento do território: utilização da epidemiologia e da avaliação


de risco para a definição de prioridades nos processos de planejamento,
alocação de recursos e orientação programática.

• II – Integralidade: Articulação das ações de vigilância em saúde com as


demais ações e serviços desenvolvidos e ofertados no SUS para garantir a

Princípios
integralidade da atenção à saúde da população.

• III – Descentralização político-administrativa, com direção única em cada


esfera de governo.

• IV – Inserção da vigilância em saúde no processo de regionalização das


ações e serviços de saúde.

• V – Equidade: Identificação dos condicionantes e determinantes de saúde


no território, atuandode forma compartilhada com outros setores
envolvidos.
• VI – Universalidade: Acesso universal e contínuo a ações e
serviços de vigilância em saúde, integrados a rede de atenção à
saúde, promovendo a corresponsabilização pela atenção às
necessidades de saúde dos usuários e da coletividade.

• VII – Participação da comunidade de forma a ampliar sua


autonomia, emancipação e envolvimento na construção da
consciência sanitária, na organização e orientação dos serviços de
saúde e no exercício do controle social.

Princípios • VIII – Cooperação e articulação intra e intersetorial para ampliar a


atuação sobre determinantes e condicionantes da saúde.

• IX – Garantia do direito das pessoas e da sociedade às


informações geradas pela Vigilância em Saúde, respeitadas as
limitações éticas e legais.

• X – Organização dos serviços públicos de modo a evitar


duplicidade de meios para fins idênticos.
Art. 8º A PNVS tem as seguintes diretrizes:

• I – Articular e pactuar responsabilidades das três esferas de governo,


consonante com os princípios do SUS, respeitando a diversidade e
especificidade locorregional.
• II – Abranger ações voltadas à saúde pública, com intervenções
individuais ou coletivas, prestadas por serviços de vigilância
sanitária, epidemiológica, em saúde ambiental e em saúde do
trabalhador, em todos os pontos de atenção.

Diretrizes • III – Construir práticas de gestão e de trabalho que assegurem a


integralidade do cuidado, coma inserção das ações de vigilância em
saúde em toda a Rede de Atenção à Saúde e em especial na Atenção
Primária, como coordenadora do cuidado.
• IV – Integrar as práticas e processos de trabalho das vigilâncias
epidemiológica, sanitária, em saúde ambiental e em saúde do
trabalhador e da trabalhadora e dos laboratórios de saúde pública,
preservando suas especificidades, compartilhando saberes e
tecnologias, promovendo o trabalho multiprofissional e
interdisciplinar.
• V – Promover a cooperação e o intercâmbio técnico
científico no âmbito nacional e internacional.
• VI – Atuar na gestão de risco por meio de estratégias
para identificação, planejamento, intervenção,
regulação, comunicação, monitoramento de riscos,
doenças e agravos.
• VII – Detectar, monitorar e responder às emergências
em saúde pública, observando o Regulamento Sanitário
Diretrizes Internacional, e promover estratégias
implementação, manutenção e fortalecimento das
capacidades básicas de vigilância em saúde.
para

• VIII – Produzir evidências a partir da análise da situação


da saúde da população de forma a fortalecer a gestão e
as práticas em saúde coletiva.
• IX – Avaliar o impacto de novas tecnologias e serviços
relacionados à saúde de forma a prevenir riscos e
eventos adversos
• No campo da saúde, a vigilância está
relacionada às práticas de atenção e promoção
da saúde dos cidadãos e aos mecanismos
adotados para prevenção de doenças.
• Além disso, integra diversas áreas de
conhecimento e aborda diferentes temas, tais
como política e planejamento,
territorialização, epidemiologia, processo
saúde-doença, condições de vida e situação de
saúde das populações, ambiente e saúde e
processo de trabalho.
A vigilância se
distribui entre:
• epidemiológica,
• ambiental
• sanitária
• saúde do trabalhador.
Vigilância Epidemiológica
• A vigilância epidemiológica reconhece as principais doenças de
notificação compulsória e investiga epidemias que ocorrem em
territórios específicos. Além disso, age no controle dessas doenças
específicas.
Vigilância Ambiental
• A vigilância ambiental se dedica às interferências dos ambientes físico,
psicológico e social na saúde. As ações neste contexto têm privilegiado, por
exemplo, o controle da água de consumo humano, o controle de resíduos e o
controle de vetores de transmissão de doenças – especialmente insetos e
roedores.
Vigilância Sanitária
• As ações de vigilância sanitária dirigem-se, geralmente, ao controle de bens,
produtos e serviços que oferecem riscos à saúde da população, como
alimentos, produtos de limpeza, cosméticos e medicamentos. Realizam também
a fiscalização de serviços de interesse da saúde, como escolas, hospitais, clubes,
academias, parques e centros comerciais, e ainda inspecionam os processos
produtivos que podem pôr em riscos e causar danos ao trabalhador e ao meio
ambiente.
Saúde do Trabalhador
• Já a área de saúde do trabalhador realiza estudos, ações de
prevenção, assistência e vigilância aos agravos à saúde
relacionados ao trabalho.
Epidemiologia
“... ciência que estuda o processo saúde-doença na sociedade,
analisando a distribuição populacional e os fatores determinantes das
enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva,
propondo medidas específicas de prevenção, controle ou erradicação de
doenças e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao
planejamento, administração, e avaliação das ações de saúde.”

Almeida Filho & Rouquayrol, 1992


Histórico:
Antes da primeira metade da década de 60.

• “ Observação sistemática e ativa de casos suspeitos ou confirmados de Doenças Transmissíveis”.


• Tratava-se da vigilância de pessoas, através de medidas de isolamento ou de quarentena. Eram ações
aplicadas individualmente e não de forma coletiva.

Após a primeira metade da década de 60.


• Com a introdução das campanhas de Erradicação de doenças como a Varíola e Malária, foi organizada
uma estrutura de vigilância tendo como objetivo a busca ativa de casos da doença, a fim de desencadear
as ações destinadas a bloquear a transmissão. Que era desativada após o término do problema.

Vigilância = vigiar= olhar= observar= conhecer.


Histórico

Em 1975, por recomendação Em 1976, o Decreto 78.231


Tentava-se compatibilizar as
da V Conferência Nacional de Regulamentou o SNVE -
diversas estratégias
Saúde, foi instituído o Sistema incorporando o conjunto de
operacionais de intervenção
Nacional de Vigilância Doenças Transmissíveis, então
desenvolvidas para controlar
Epidemiológica - SNVE - Lei consideradas de maior
doenças específicas.
6259/75. relevância sanitária do país.
Algumas características básicas da
epidemiologia:

• todos os achados devem ser referidos à população;


• as doenças ou problemas de saúde não ocorrem ao acaso;
• fatores causais estão associados, no nível populacional, com a ocorrência de doenças;
• o conhecimento epidemiológico é essencial para a prevenção de doença;
• A maior parte do conhecimento sobre causa de doenças deriva de estudos
epidemiológicos (Béria, J.U. 2002)
Ref Bibliografica - Meneghel, Sheila N. Cadernos de exercícios de epidemiologia/Stela
N. Meneguel, Luciana P. Gigante, Jorge U. Béria - Canoas: Ed.ULBRA, 2002.
Vigilância Epidemiológica e a Atenção
Primária em Saúde

• PORTARIA 648/06 :
Visando à operacionalização da Atenção Básica, definem-se como áreas
estratégicas para atuação em todo o território nacional a eliminação da
hanseníase, o controle da tuberculose, o controle da hipertensão arterial, o
controle do diabetes mellitus, a eliminação da desnutrição infantil, a saúde da
criança, a saúde da mulher, a saúde do idoso, a saúde bucal e a promoção da
saúde.
Os profissionais de saúde, em especial da APS em
seu território, são responsáveis por:
- detectar casos de agravos transmissíveis e notificar, orientar formas de transmissão para prevenção
de novos agravos e acompanhar a assistência à saúde do indivíduo e sua coletividade;
– detectar casos de agravos não transmissíveis como hipertensão e diabetes, realizando a
assistência à saúde, ações de promoção e ter um cadastro dos mesmos;
– detectar gestantes e acompanhar seu pré-natal, assim como o acompanhamento de suas
crianças, desde o nascimento;
– detectar óbitos ocorridos informando a causa do óbito e verificando se há necessidade de ações
de acompanhamento diferenciado à família.

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