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ESTUDO TUTORIA 5
Fontes úteis para o estudo sobre dor e neuro:

1. Sociedade Internacional para o Estudo da Dor (International Association for the Study of
Pain): https://www.iasp-pain.org/

2. Instituto Nacional de Distúrbios Neurológicos e Derrame (National Institute of Neurological


Disorders and Stroke): https://www.ninds.nih.gov/Disorders/All-Disorders/Pain-Information-
Page

3. Centro Nacional de Informação sobre Biotecnologia (National Center for Biotechnology


Information - NCBI): https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/?term=pain

4. PubMed: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/

5. Portal de Saúde do Ministério da Saúde: https://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/dor

6. Hospital Sírio-Libanês: https://hospitalsiriolibanes.org.br/hospital/sobre-o-


hospital/campanhas-e-iniciativas/pagina-de-dor

7. "Histologia Básica" de Luiz C. Junqueira e José Carneiro

8. "Princípios de Neurociência" de Eric Kandel

QUESTÕES CORRIGIDAS
Q1: "Qual a via da dor?"
A via da dor é o caminho percorrido pelos sinais dolorosos desde o local da lesão ou estímulo
doloroso até o cérebro. Essa via é composta por diferentes estruturas, como os neurônios
sensitivos, a medula espinhal e diversas áreas do cérebro responsáveis pela percepção e
modulação da dor.
A via da dor pode ser descrita em um trajeto que envolve os seguintes passos:

1. Estímulo doloroso: ocorre um estímulo doloroso em uma região do corpo, que pode ser causado
por uma lesão tecidual, inflamação, pressão, temperatura extremas, entre outros.

2. Ativação dos nociceptores: os nociceptores, que são receptores especializados em detectar


estímulos dolorosos, são ativados pelo estímulo doloroso e geram potenciais de ação.

3. Transmissão das fibras nervosas: as fibras nervosas que contêm os potenciais de ação são
transmitidas pelos nervos periféricos até a medula espinhal.

4. Sinapses na medula espinhal: as fibras nervosas fazem sinapses com os neurônios da medula
espinhal. Esses neurônios podem enviar o sinal diretamente para o cérebro ou fazer sinapses

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com outros neurônios antes de enviar o sinal ao cérebro.

5. Transmissão ascendente: o sinal de dor é transmitido pela via ascendente, que envolve
diversas regiões do sistema nervoso central, incluindo a medula espinhal, o tronco
encefálico e o tálamo, até chegar ao córtex cerebral.

6. Percepção da dor: o córtex cerebral é responsável pela percepção consciente da dor, que
envolve a interpretação do estímulo doloroso e a atribuição de um significado emocional e
cognitivo a ele.

7. Modulação da dor: a via descendente é responsável pela modulação da dor, que envolve a
ativação de sistemas analgésicos naturais do corpo e a inibição ou potencialização da
transmissão do sinal de dor pela via ascendente.

Q2: "Quais são os tipos de dor?"


Existem diferentes tipos de dor, classificadas de acordo com sua origem, duração e intensidade.
Alguns exemplos são:

1. Dor aguda: é uma dor de início súbito e intenso, geralmente associada a uma lesão tecidual
recente, como uma fratura óssea, uma queimadura ou uma cirurgia. Pode ser acompanhada de
outros sintomas, como vermelhidão, inchaço e aumento da temperatura na área afetada.

2. Dor crônica: é uma dor persistente, que dura mais de três meses e pode ser causada por
diversas condições, como artrite, fibromialgia, neuropatias, câncer, entre outras. Pode
afetar diferentes partes do corpo e interferir na qualidade de vida do paciente.

3. Dor neuropática: é uma dor causada por lesões ou disfunções no sistema nervoso, como lesões
na medula espinhal, neuropatias diabéticas, esclerose múltipla, entre outras. É descrita
como uma dor em queimação, formigamento ou choque elétrico e pode ser acompanhada de outras
alterações sensoriais, como hipersensibilidade ou dormência.

4. Dor somática: é uma dor que afeta as estruturas corporais, como ossos, músculos, tendões,
ligamentos e articulações. Pode ser descrita como uma dor em pontada, pressão ou rigidez, e
geralmente é localizada na área afetada.

5. Dor visceral: é uma dor que afeta os órgãos internos, como estômago, intestino, fígado,
pâncreas, rins, entre outros. Pode ser descrita como uma dor difusa, mal localizada,
acompanhada de sensação de desconforto ou pressão.

6. Dor psicogênica: é uma dor que é influenciada por fatores emocionais, como estresse,
ansiedade, depressão ou trauma psicológico. Pode ser descrita como uma dor difusa, sem causa
aparente ou desproporcional ao dano tecidual.

7. Dor referida: é uma dor que é percebida em uma região diferente daquela onde ocorre a lesão
ou estímulo doloroso, devido à convergência de fibras nervosas em níveis da medula espinhal.
Por exemplo, a dor de infarto pode ser referida para o braço esquerdo.

Além disso, pode haver descrições que os pacientes podem usar para tentar transmitir a natureza
ou a qualidade da dor que estão sentindo. Eles podem ser encontrados em diferentes tipos de dor
e suas causas podem variar amplamente:

1. Dor em pontada: é uma dor aguda, súbita e intensa, geralmente descrita como um choque
elétrico ou uma picada. Pode ser causada por uma lesão nervosa, como no caso de neuropatias,
ou por espasmos musculares.

2. Dor em queimação: é uma dor descrita como uma sensação de queimação, formigamento ou ardor.
Pode ser causada por lesões nervosas, como em casos de neuropatias ou hérnias de disco, ou
por inflamação.

3. Dor em cólica: é uma dor descrita como contrações intermitentes, geralmente acompanhada de
náuseas, vômitos e diarreia. Pode ser causada por problemas no trato gastrointestinal, como
cólica renal, cólica biliar, cólon irritável, entre outros.

4. Dor em facada: é uma dor aguda, descrita como uma punhalada ou uma facada, que geralmente
ocorre de forma rápida e intensa. Pode ser causada por lesões musculares ou nervosas, como
em casos de neuralgia do trigêmeo, ou por problemas na coluna vertebral, como hérnias de
disco.

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5. Dor latejante: é uma dor pulsante e constante, geralmente descrita como uma batida ou uma
pulsação. Pode ser causada por inflamação, como em casos de enxaqueca, ou por lesões
musculares.

6. Dor lancinante: é uma dor aguda e intensa, que pode parecer queimação ou choque elétrico, e
geralmente é localizada em uma área específica. Pode ser causada por lesões nervosas, como
em casos de neuralgia do trigêmeo, ou por espasmos musculares.

7. Dor em aperto: é uma dor descrita como uma pressão ou aperto, como se algo estivesse
espremendo a área afetada. Pode ser causada por problemas cardíacos, como angina, ou por
problemas respiratórios, como asma.

8. Dor difusa: é uma dor que é sentida em uma área ampla, sem uma localização específica. Pode
ser causada por inflamação generalizada, como em casos de fibromialgia, ou por problemas
emocionais, como depressão ou ansiedade.

Q3: "Quais os tipos e funções celulares do sistema nervoso central?"


Sistema Nervoso Central (SNC):

1. Neurônios: células responsáveis por transmitir impulsos elétricos, formando as redes neurais
responsáveis pelas funções cerebrais.

2. Astrócitos: células gliais do SNC responsáveis por diversas funções, como o fornecimento de
nutrientes e oxigênio aos neurônios, a manutenção do equilíbrio iônico e a formação da
barreira hematoencefálica.

3. Oligodendrócitos: células gliais responsáveis por produzir a bainha de mielina, que protege e
isola os axônios dos neurônios do SNC, facilitando/acelerando a transmissão de sinais
elétricos.

4. Micróglia: células imunes do SNC que atuam na defesa do tecido cerebral, removendo células
mortas e substâncias tóxicas, além de contribuir para a regulação do processo inflamatório.

5. Células ependimárias: células que revestem os ventrículos cerebrais e produzem o líquido


cérebro-espinhal, que banha e protege o SNC.

6. Células de Purkinje: São neurônios encontrados no cerebelo, uma região do cérebro que é
importante para o controle motor e o equilíbrio. Os neurônios de Purkinje são responsáveis
por integrar informações sensoriais e motoras e coordenar movimentos musculares suaves e
precisos.

7. Células granulares: São neurônios encontrados no córtex cerebral, a camada externa do cérebro
que é importante para a percepção sensorial, o pensamento e a memória. Os neurônios
granulares estão envolvidos na integração de informações sensoriais e na formação de
memórias.

Sistema Nervoso Periférico (SNP):

1. Neurônios: células responsáveis por transmitir impulsos elétricos, formando as redes neurais
responsáveis pelas funções sensoriais e motoras do corpo.

2. Células de Schwann: células gliais responsáveis por produzir a bainha de mielina nos axônios
dos neurônios do SNP, facilitando a transmissão de sinais elétricos.

3. Células satélites: células gliais do SNP que atuam na regulação do ambiente extracelular ao
redor dos neurônios, fornecendo nutrientes e removendo resíduos.

4. Terminais nervosos: estruturas especializadas dos neurônios periféricos que transmitem sinais
elétricos para outras células do corpo, como músculos, glândulas e outros neurônios.

5. Células ganglionares: neurônios do SNP que formam os gânglios nervosos, responsáveis por
integrar e transmitir sinais sensoriais e motores entre o SNC e os tecidos periféricos.

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Q4: "Qual a diferença entre analgésicos e anestésicos?"
Os analgésicos são medicamentos que aliviam a dor, atuando geralmente nos receptores de dor
periféricos ou no sistema nervoso central. Eles podem ser usados para tratar diferentes tipos de
dor, como dor de cabeça, dor muscular, dor de dente, entre outras. Já os anestésicos são
medicamentos que promovem a perda temporária da sensibilidade em uma determinada região do
corpo, bloqueando a transmissão dos sinais nervosos. Eles são frequentemente usados para
procedimentos cirúrgicos, odontológicos e outros procedimentos médicos invasivos.

Q5: "Como percebemos a dor?"


A percepção da dor envolve diversas etapas, desde a detecção do estímulo doloroso até a
interpretação e resposta do cérebro. Quando há uma lesão ou estímulo doloroso, os receptores de
dor no corpo são ativados e enviam sinais elétricos para a medula espinhal e, posteriormente,
para o cérebro.

A modulação da dor pode ocorrer em diferentes níveis do sistema nervoso, incluindo a medula
espinhal e o cérebro. Alguns exemplos de mecanismos de modulação da dor incluem a liberação de
neurotransmissores que inibem ou potencializam a transmissão dos sinais dolorosos, e a ativação
de vias neurais que promovem a liberação de substâncias analgésicas naturais do corpo, como as
endorfinas.

No cérebro, a percepção da dor envolve diversas áreas, incluindo o córtex somatossensorial, que
recebe informações sensoriais do corpo, e o córtex pré-frontal, que está envolvido na avaliação
emocional da dor e na tomada de decisões relacionadas a ela. Além disso, outras áreas cerebrais,
como o tálamo e o sistema límbico, também estão envolvidas na percepção e modulação da dor.

A percepção da dor envolve diversas etapas, que podem ser divididas em cinco fases principais:

1. Transdução: Ocorre quando um estímulo doloroso é convertido em um sinal elétrico pelos


receptores nervosos periféricos (nociceptores).

2. Transmissão: O sinal elétrico é conduzido pelos nervos periféricos até a medula espinhal.

3. Modulação: Na medula espinhal, o sinal pode ser modulado ou amplificado por interneurônios,
que podem inibir ou potencializar a transmissão do sinal.

4. Percepção: Ocorre quando o sinal doloroso é transmitido para áreas específicas do cérebro,
onde é interpretado como dor. A percepção da dor pode ser influenciada por fatores
cognitivos, emocionais e contextuais.

5. Modulação descendente: O cérebro envia sinais para a medula espinhal para modular a
transmissão do sinal doloroso. Essa modulação pode ser inibitória ou facilitatória e pode
envolver várias áreas do cérebro.

Q6: Quais áreas percebem a dor?


Dentre as principais áreas envolvidas estão:

1. Córtex somatossensorial: Recebe informações sobre a localização e intensidade da dor, além de


informações sobre a textura, forma e temperatura do estímulo doloroso.

2. Córtex cingulado anterior: Envolvido na atenção, processamento emocional e motivação em


relação à dor.

3. Tálamo: Recebe informações sobre a dor e as envia para o córtex somatossensorial e outras
áreas do cérebro.

4. Insula: Envolvida na percepção sensorial e emocional da dor.

5. Amígdala: Envolvida na resposta emocional e comportamental à dor.

6. Córtex pré-frontal: Envolvido na modulação da dor, como a interpretação da dor e sua relação
com o contexto social e emocional.

7. Hipotálamo: Envolvido na regulação do sistema nervoso autônomo, como a resposta de luta ou


fuga, que pode ser ativada pela dor.

Q7: Quais os tipos de neurotransmissores? Como são classificados?

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Os neurotransmissores podem ser classificados em diferentes categorias, dependendo dos critérios
utilizados. Alguns critérios comuns incluem:

1. Química: os neurotransmissores podem ser classificados de acordo com sua estrutura química,
como aminoácidos (por exemplo, glutamato, glicina), aminas (por exemplo, dopamina,
serotonina), peptídeos (por exemplo, endorfina, substância P), entre outros.

2. Função: os neurotransmissores podem ser classificados de acordo com sua função geral, como
neurotransmissores excitatórios (que aumentam a atividade neuronal) ou inibitórios (que
diminuem a atividade neuronal).

3. Localização: os neurotransmissores podem ser classificados de acordo com as regiões cerebrais


onde são produzidos e liberados, como os neurotransmissores dopaminérgicos (produzidos nas
células dopaminérgicas do mesencéfalo) ou os neurotransmissores serotoninérgicos (produzidos
nas células serotoninérgicas do tronco cerebral).

4. Receptores: os neurotransmissores podem ser classificados de acordo com os tipos de


receptores aos quais se ligam, como os neurotransmissores que se ligam a receptores
ionotrópicos (como o glutamato, que se liga a receptores de glutamato) ou a receptores
metabotrópicos (como a dopamina, que se liga a receptores D1 e D2).

OBJETIVOS

O1:Caracterizar vias da dor (nociceptiva e neuropática)


As vias da dor podem ser divididas em dois tipos principais: nociceptiva e neuropática. A via
nociceptiva envolve a ativação de nociceptores, que são receptores sensoriais especializados em
detectar estímulos nocivos, como calor, pressão intensa ou produtos químicos irritantes. Essa
via é responsável pela transmissão da dor aguda, que é uma resposta protetora do organismo a
lesões ou ameaças iminentes.
Por outro lado, a via neuropática envolve danos ou disfunções no sistema nervoso que afetam a
transmissão ou processamento da dor. Isso pode ocorrer devido a lesões nervosas, doenças ou
condições médicas, como neuropatia diabética, esclerose múltipla ou síndrome do túnel do carpo.
A dor neuropática pode ser crônica e persistir por longos períodos de tempo, mesmo na ausência
de estímulos nocivos.

O2:Descrever o arco-reflexo
O arco-reflexo é um circuito neural básico que medeia respostas reflexas a estímulos dolorosos.
Ele é composto por uma sequência de eventos que começa com a ativação de nociceptores
periféricos e termina com a contração muscular ou outra resposta reflexa. O processo é o
seguinte:

1. Estímulo doloroso: um estímulo doloroso é aplicado a uma parte do corpo.

2. Nociceptores periféricos: os nociceptores, que são receptores especializados em detectar


estímulos nocivos, são ativados no local do estímulo.

3. Transmissão do impulso nervoso: os nociceptores enviam impulsos nervosos através das fibras
nervosas aferentes para a medula espinhal.

4. Sinapse na medula espinhal: os neurônios aferentes fazem sinapse com os neurônios eferentes
na medula espinhal.

5. Contração muscular: os neurônios eferentes enviam impulsos para os músculos efetores,


desencadeando uma resposta reflexa, como a contração muscular.

O3: Rever características da dor na anamnese

Localização

Intensidade

Caráter (exemplo: pontada, queimação, fisgada)

Duração

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Fatores desencadeantes ou agravantes

Fatores atenuantes

Momento do dia em que ocorre com mais frequência

Irradiação

Histórico da dor (exemplo: frequência, duração, intensidade)

Impacto na qualidade de vida

O4: Descrever a histologia do sistema nervoso relacionado à dor

1. Neurônios: são as células nervosas responsáveis pela transmissão de impulsos nervosos. Eles
possuem um corpo celular, que contém o núcleo e os organelos necessários para a sua
sobrevivência, e prolongamentos que permitem a comunicação com outras células. Existem
vários tipos de neurônios, como os motores, sensoriais e interneurônios.

2. Células de suporte: essas células auxiliam na manutenção e função dos neurônios. Entre elas,
destacam-se:

Astrócitos: são células que possuem prolongamentos que se ramificam entre os neurônios e os
vasos sanguíneos. Eles ajudam na regulação do ambiente extracelular do sistema nervoso
central e na manutenção da barreira hematoencefálica.

Oligodendrócitos: são células que produzem a bainha de mielina, que isola e acelera a
transmissão do impulso nervoso em certos tipos de neurônios no sistema nervoso central.

Células de Schwann: são células que produzem a bainha de mielina em neurônios periféricos.

Micróglias: são células que atuam na defesa do sistema nervoso, limpando células mortas e
participando da resposta imune.

Células ependimárias: são células que revestem os ventrículos cerebrais e o canal central da
medula espinhal, produzindo o líquido cefalorraquidiano.

3. Sinapses: são as conexões entre os neurônios, que permitem a transmissão do impulso nervoso.
Elas ocorrem em pequenos espaços chamados de fendas sinápticas, onde os neurônios se
comunicam por meio de neurotransmissores.

4. Substância cinzenta e substância branca: essas são duas regiões distintas do tecido nervoso.
A substância cinzenta é composta principalmente por corpos celulares de neurônios e é
encontrada na superfície do cérebro e em núcleos profundos. Já a substância branca é
composta principalmente por fibras nervosas mielinizadas e é encontrada em regiões internas
do cérebro e da medula espinhal.

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5. Barreiras hematoencefálicas: são barreiras físicas que protegem o cérebro de substâncias
indesejadas, mantendo um ambiente controlado. A barreira hematoencefálica é formada pelos
astrócitos e pelas células endoteliais dos vasos sanguíneos do cérebro.

O5: Entender a farmacodinâmica e farmacocinética dos analgésicos e anestésicos


Analgésico:

A farmacodinâmica de um analgésico refere-se ao seu mecanismo de ação no corpo. A maioria dos


analgésicos age através da inibição da produção ou liberação de substâncias químicas chamadas
mediadores da dor, que são produzidas em resposta a uma lesão ou inflamação e ativam os
receptores de dor nos nervos periféricos ou no sistema nervoso central. Outros analgésicos
atuam bloqueando diretamente os receptores de dor, impedindo que eles enviem sinais de dor
para o cérebro. Além disso, alguns analgésicos também podem ter efeitos em outras vias de
dor, como a inflamação e a resposta imunológica. Por exemplo, os anti-inflamatórios não
esteroides (AINEs) podem aliviar a dor ao reduzir a inflamação no local da lesão ou
inflamação. A farmacodinâmica de um analgésico pode ser influenciada pela dose, via de
administração, interações com outros medicamentos e condições de saúde do paciente.

A farmacocinética de um analgésico é o estudo do movimento do medicamento no corpo, incluindo


sua absorção, distribuição, metabolismo e eliminação. Esses processos influenciam a
quantidade e a duração do efeito do analgésico no organismo. A absorção do analgésico ocorre
quando ele entra na corrente sanguínea e é transportado para as áreas do corpo onde é
necessário. A distribuição do medicamento ocorre quando ele se espalha pelos tecidos e
órgãos, incluindo o sistema nervoso central, onde exerce seu efeito analgésico. A
metabolização é o processo pelo qual o corpo transforma o medicamento em outras substâncias,
geralmente menos ativas, que são então eliminadas pelo organismo. Por fim, a eliminação é o
processo pelo qual o medicamento e suas substâncias metabolizadas são removidos do corpo. A
farmacocinética dos analgésicos varia de acordo com a via de administração (oral,
intravenosa, intramuscular, tópica, etc.), a formulação (comprimidos, cápsulas, soluções,
cremes, etc.), o tipo de medicamento e outros fatores, como idade, peso, função renal e
hepática do paciente. Esses fatores podem influenciar a velocidade e a eficácia da absorção,
distribuição, metabolização e eliminação do analgésico.

Anestésico:

Os anestésicos têm como principal efeito farmacodinâmico a supressão da atividade elétrica


dos neurônios, inibindo a transmissão do estímulo doloroso ao sistema nervoso central e,
assim, proporcionando analgesia e reduzindo a consciência do paciente. Esses medicamentos
podem ser classificados em dois grupos principais: os anestésicos locais, que atuam
bloqueando a condução nervosa em um local específico, e os anestésicos gerais, que produzem
um efeito sedativo em todo o sistema nervoso central. Os anestésicos locais funcionam
bloqueando os canais de sódio nas membranas neuronais, impedindo a geração e propagação dos
impulsos nervosos. Eles são utilizados principalmente em procedimentos cirúrgicos e
odontológicos, bem como para alívio da dor em condições como dor neuropática e dor pós-
operatória. Já os anestésicos gerais atuam em diversas áreas do cérebro, produzindo uma
depressão do sistema nervoso central que leva à perda da consciência e da capacidade de
resposta aos estímulos externos. Eles são utilizados em procedimentos cirúrgicos mais
complexos, bem como em situações de emergência para estabilizar pacientes em estado crítico.

A farmacocinética dos anestésicos é caracterizada pela absorção, distribuição, metabolismo e


eliminação da substância. A absorção do anestésico depende do tipo e da via de administração,
como por exemplo, inalação, injeção intravenosa, transdérmica ou epidural. Após a absorção, o
anestésico é distribuído para os tecidos do corpo e atinge os locais de ação, como o sistema
nervoso central. O metabolismo dos anestésicos é geralmente realizado pelo fígado, embora
também possam ser metabolizados por outros tecidos, como rins e pulmões. O processo de
metabolismo geralmente envolve a conversão da substância em metabólitos inativos, que são
eliminados do corpo. A eliminação dos anestésicos também pode ocorrer por diferentes vias,
como a urina, bile e pulmões. A taxa de eliminação depende de vários fatores, incluindo a
dose administrada, a duração da exposição, a idade e a função renal e hepática do paciente.

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O6: Compreender o percurso da percepção da dor

1. Transdução da dor

A primeira etapa da percepção da dor é a transdução, que ocorre quando os nociceptores


convertem um estímulo nocivo (como um corte ou uma queimadura) em um sinal elétrico.

Isso acontece quando os nociceptores são ativados por estímulos físicos, químicos ou térmicos
que danificam ou ameaçam danificar tecidos corporais.

2. Transmissão da dor

A segunda etapa da percepção da dor é a transmissão, onde os sinais elétricos gerados pelos
nociceptores são transmitidos ao longo das vias nervosas para o cérebro e a medula espinhal.

As fibras nervosas responsáveis pela transmissão da dor são divididas em três tipos: A-delta,
C e A-beta.

3. Modulação da dor

A modulação é a terceira etapa da percepção da dor, onde o processamento da dor é modulado e


regulado em várias etapas.

Existem dois tipos principais de modulação da dor: a modulação ascendente (que aumenta a
percepção da dor) e a modulação descendente (que diminui a percepção da dor).

4. Percepção da dor

A percepção da dor é a quarta e última etapa da percepção da dor, onde as informações


processadas pelo sistema nervoso central resultam na percepção consciente da dor.

Essa percepção é influenciada por fatores psicológicos, sociais e culturais, e pode variar de
pessoa para pessoa.

5. Inibição da dor

Além das etapas acima, o organismo pode responder à dor através de mecanismos de inibição da
dor, como a liberação de endorfinas, que são substâncias produzidas pelo corpo que têm um
efeito analgésico natural.

6. Plasticidade neuronal

A dor crônica pode resultar em plasticidade neuronal, que é uma reorganização das conexões
entre os neurônios envolvidos na percepção da dor.

Isso pode levar a uma maior sensibilidade à dor e à percepção da dor mesmo em situações que
não seriam normalmente dolorosas.

O7: Identificar a neuroanatomia relacionada à dor


Estruturas e vias neurais que são importantes para a percepção e processamento da dor:

Terminações nervosas livres: localizadas nos tecidos periféricos e responsáveis por detectar
estímulos dolorosos

Fibras nervosas aferentes: transportam informações da dor do local da lesão para o sistema
nervoso central

Gânglios da raiz dorsal: onde as fibras nervosas aferentes fazem sinapse antes de seguir para
o sistema nervoso central

Substância gelatinosa: camada de neurônios na medula espinhal que integra e modula os sinais
de dor antes de serem enviados ao cérebro

Trato espinotalâmico lateral: via neural que transmite informações sobre dor e temperatura do
nível da medula espinhal para o tálamo

Núcleo ventral posterior do tálamo: região do tálamo que recebe informações sensoriais de
todo o corpo, incluindo informações sobre a dor

Córtex somatossensorial: região do córtex cerebral que recebe e processa informações sobre o
toque, a temperatura e a dor

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Córtex cingulado: região do córtex cerebral envolvida na atenção, motivação e emoção
relacionadas à dor

Córtex pré-frontal: região do córtex cerebral que modula a percepção e resposta à dor com
base em fatores cognitivos e emocionais

Sistema límbico: conjunto de estruturas cerebrais envolvidas na regulação das emoções,


incluindo a resposta à dor

Tegmento pontino: região do tronco cerebral envolvida na modulação da dor

Substância cinzenta periaquedutal: região do tronco cerebral envolvida na modulação da dor e


na resposta analgésica

Córtex insular: região do córtex cerebral envolvida na percepção da dor visceral e na


regulação da homeostase corporal.

Mais detalhes:

Terminações nervosas livres: são responsáveis pela detecção de estímulos nociceptivos, sendo
encontradas em todos os tecidos do corpo, exceto no cérebro. Quando estimuladas, as
terminações nervosas livres geram potenciais de ação que viajam ao longo das fibras nervosas
aferentes, transmitindo a informação de dor para o sistema nervoso central.

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Fibras nervosas aferentes: são as fibras nervosas responsáveis por conduzir a informação de
dor do local da lesão até o sistema nervoso central. Existem três tipos principais de fibras
aferentes:

Fibras Aδ: são fibras de diâmetro médio que conduzem informações de dor aguda e bem
localizada, transmitindo a informação com alta velocidade. São ativadas por estímulos
mecânicos e térmicos intensos.

Fibras C: são fibras de diâmetro pequeno que conduzem informações de dor difusa e mal
localizada, transmitindo a informação com baixa velocidade. São ativadas por estímulos
mecânicos, térmicos e químicos.

Fibras Aβ: são fibras de diâmetro grande que conduzem informações táteis e de pressão, não
sendo relacionadas à transmissão da dor.

Medula espinhal: é o principal centro de processamento da informação de dor no sistema


nervoso central. As fibras aferentes entram na medula espinhal através das raízes dorsais dos
nervos espinhais, onde estabelecem sinapses com neurônios de diversos níveis da via de
transmissão da dor.

Substância gelatinosa: é uma camada de neurônios localizada na medula espinhal, que


desempenha um papel importante na transmissão e modulação da informação de dor. A substância
gelatinosa recebe sinapses diretas das fibras aferentes e se comunica com neurônios de níveis
superiores da via de transmissão da dor.

Via espinotalâmica: é a principal via de transmissão da informação de dor no sistema nervoso


central. Essa via é dividida em duas partes principais: a via espinotalâmica lateral,
responsável pela transmissão de informações de dor aguda e bem localizada, e a via
espinotalâmica medial, responsável pela transmissão de informações de dor difusa e mal
localizada.

Tálamo: é uma estrutura localizada no cérebro, que recebe informações sensoriais de diversas
regiões do corpo, incluindo as informações de dor transmitidas pela via espinotalâmica. O
tálamo é responsável por processar e direcionar as informações sensoriais para as áreas
apropriadas do córtex cerebral.

Córtex cerebral: é a camada externa do cérebro, responsável pela percepção consciente da dor.
O córtex cerebral recebe informações de diversas regiões do corpo, incluindo as informações
de dor transmitidas pelo tálamo. O processamento da informação de dor no córtex cerebral
envolve a ativação de diversas áreas, incluindo o córtex somatossensorial, o córtex cingulado
e o córtex pré-frontal.

→ O processo do estímulo nervoso pode ser dividido em etapas:

1. Estímulo: qualquer alteração no ambiente externo ou interno que pode excitar um nervo, como a
luz, o som, o toque ou a dor.

2. Transdução: a conversão do estímulo em uma corrente elétrica, que é realizada pelos


receptores sensoriais localizados nas terminações nervosas.

3. Propagação: a transmissão do impulso elétrico do ponto de origem, onde o estímulo foi


recebido, até o ponto de destino, onde o impulso é transmitido para o próximo neurônio ou
órgão efetor.

4. Sinapse: a comunicação entre dois neurônios, onde o impulso elétrico é convertido em uma
substância química chamada neurotransmissor, que é liberada pelo terminal nervoso do
neurônio pré-sináptico e se liga aos receptores na membrana do neurônio pós-sináptico.

5. Integração: a soma dos estímulos e sinapses que determinam se um neurônio irá disparar um
impulso elétrico ou não.

6. Condução: a propagação do impulso elétrico ao longo do axônio até o terminal nervoso.

7. Liberação de neurotransmissores: a liberação de neurotransmissores pelos terminais nervosos,


que são responsáveis por transmitir o impulso nervoso para o próximo neurônio ou para o
órgão efetor.

8. Recepção do neurotransmissor: a ligação do neurotransmissor aos receptores na membrana do


neurônio pós-sináptico.

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9. Efeitos do neurotransmissor: a ativação dos receptores pelo neurotransmissor, que pode levar
à despolarização (excitação) ou hiperpolarização (inibição) do neurônio pós-sináptico,
dependendo do tipo de neurotransmissor e do tipo de receptor.

10. Inativação do neurotransmissor: a remoção do neurotransmissor da fenda sináptica, que pode


ocorrer por difusão, captação pelos terminais nervosos ou degradação enzimática.

O8: Identificar os principais neurotransmissores associados à dor

Os principais neurotransmissores associados à dor incluem:

1. Substância P: É um neurotransmissor neuropeptídico que é liberado por neurônios nociceptivos


e está envolvido na transmissão da dor. A substância P também está envolvida em outros
processos fisiológicos, como a inflamação e a regulação da função gastrointestinal.

2. Glutamato: É um neurotransmissor excitatório que é liberado por neurônios nociceptivos e está


envolvido na transmissão da dor. O glutamato atua em receptores NMDA (N-metil-D-aspartato),
que estão envolvidos na plasticidade sináptica e no aprendizado.

3. GABA (ácido gama-aminobutírico): É um neurotransmissor inibitório que está envolvido na


modulação da dor. O GABA atua em receptores GABAérgicos, que estão presentes em neurônios
inibitórios da medula espinhal.

4. Noradrenalina: É um neurotransmissor monoaminérgico que é liberado por neurônios simpáticos e


está envolvido na modulação da dor. A noradrenalina atua em receptores adrenérgicos, que
estão presentes em neurônios da medula espinhal e do tronco cerebral.

5. Serotonina: É um neurotransmissor monoaminérgico que está envolvido na modulação da dor. A


serotonina atua em receptores serotoninérgicos, que estão presentes em neurônios da medula
espinhal e do tronco cerebral.

6. Endorfinas: São peptídeos opioides endógenos que são liberados pelo corpo em resposta à dor e
outras formas de estresse. As endorfinas atuam em receptores opioides, que estão presentes
em neurônios da medula espinhal e do cérebro e estão envolvidos na modulação da dor.

7. Encefalinas: São peptídeos opioides endógenos que são liberados pelo corpo em resposta à dor.
As encefalinas atuam em receptores opioides, que estão presentes em neurônios da medula
espinhal e do cérebro e estão envolvidos na modulação da dor.

8. Dopamina: É um neurotransmissor monoaminérgico que está envolvido na regulação da emoção,


motivação e recompensa, mas também pode estar envolvido na modulação da dor. A dopamina atua
em receptores dopaminérgicos, que estão presentes em neurônios da medula espinhal e do
tronco cerebral.

ESTUDO TUTORIA 5 11

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