Você está na página 1de 20

Afinal, o que é DOR ?

Uma experiência desagradável associada a uma lesão tecidual real ou


potencial (IASP 2020)

O paciente busca a DOR. Mas, a lesão pode ser SEMELHANTE a uma


lesão tecidual.

40 anos para IASP para mudar a nomenclatura com a colocação


semelhante.
Fisiopatologia da dor:

Emoção Sensação
Desagradável desagradável

= Teremos repercussões físicas,


psíquicas, sociais.
Definição: Dor é um produto da nocicepção. Nocicepção refere-se a manifestação
FISIOLÓGICA causada por um estímulo nocivo.

Qual a função do sistema nervoso?

Uma das funções é enviar informações sobre a ocorrência ou perigo para os órgãos
e tecido.

Sensação de Dor
Sensação de Dor
Relacionado com sistema
nervoso periférico e central Formado pelo conjunto
discriminativo:
Afetivo-motivacional
Cognitivo
Locomotor
Função

Indica ocorrência de lesão


Dor fisiológica
ou de perigo a uma lesão

É reflexo de uma lesão


nervosa ou tecidual Inflamatória
Dor patológica
Nociplástica Neuropática
Nessa fase teremos a Está associada a lesões Mudanças morfológicas

DOR Neuropática

DOR Nociplástica
DOR Inflamatória produção de
mediadores químicos
no SNP ou central . metabólicas e
emocionais.
Mantém a sensação
da resposta dolorosa mesmo após Aqui a causa não é
inflamatória . tratamento da lesão conhecida, a causa
Pelas células do tecido inicial. inicial da dor sendo
lesado, célula de A dor continua caracterizada como
resposta inflamatória, acontecendo porque uma disfunção do
vasos sanguíneos e existe uma série de sistema nociceptivo.
nervos . modificações
Essas substâncias metabólicas e
liberadas atuam morfológica
ativando os receptores irreversíveis na
de dor, os mecanismos estrutura do sistema
de reparo e nociceptivo que
cicatrização. mantém a sensação
Aqui a sensação de dor dolorosa, MESMO
passa com a resolução APÓS A CURA DA
do processo PATOLOGIA INCIAL.
inflamatório ou cura
da doença.
A propagação de dor começa com
geração de potenciais de ação:

• nas fibras aferentes primárias


dos nervos periféricos chamadas
de fibras C e fibras D
• neurotransmissores excitatórios
como:
• Aminoácidos
• Glutamato
• Aspartato
• ATP
• Neuropepitídeos
• Substância P
• Neurocinina A
• Pepitídeos relacionados a
citonina
Via Ascendente ( o percurso da dor)

A dor tem inicio na periferia dos nociceptores, fibras C e A-Delta adentram o corno dorsal da medula .

Tratos de Neo-espinotalâmico: discriminação da natureza, magnitude, localização e inibição


Páleo-espinotalâmico: emoções, regulação de tônus muscular (ínsula)
projeção
rostral
Espino-retículotalâmico: alerta, tônus, automatismo, neuroendócrino, neuroimunitário, emoções,
agressividade (formação reticular), hipotálamo, cíngulo (núcleos da base sistema límbico)
Espino-mesoencefálico : reações neurovegetativas, defesa (substância cinzenta periequiductal) sistema
descendente inibitório.

Pós sináptico do funículo- posterior: Dor visceral (núcleo grácil e cuneiforme)


Espino-amigdaliano: comportamento, reações neurovegetativas, vocalização, congelamento, dilatação
pupilar, reações cardiorrespiratórias, medo, memória (núcleo parabraquial da ponte, complexo
amigdaliano)
Revisando:

Dor aguda = ação de proteção, sinalização.

Dor crônica = envolve perda de função, mecanismo de proteção.

Dor nociceptiva :

Dano real/ ameaça do tecido, ativação dos nociceptores.


• Terei uma dor precisa e localizada;
• Citação de um trauma;
• Piora durante o movimento ;
• Terei citação de um trauma;
• Piora durante o movimento/ melhora durante o repouso
• Piora a noite
Dor nociplástica:

• Dor difusa;
• Persistente;
• Várias queixas no corpo;
• A dor apresenta alivio no momento do treino.

Dor neuropática:

• Causado por lesão ou doença no sistema somatosensitivo;

Dor mista: causado por combinação de componentes nociceptivos e neuropáticos


Sensibilização central não é sinônimo de dor nociplástica

O que é sensibilização central ? É um mecanismo neurofisiológico que pode acompanhar qualquer quadro
de dor.

Vamos revisar o que é sensibilização?


Aumento da atividade dos circuitos da via nociceptiva. Ocorre por desenvolvimento bioquímico, aumento
da excitabilidade neuronal, aumento da eficácia sináptica, ou redução da atividade inibitória nociceptiva.
Responsável pela dor crônica.

Na sensibilização central ocorre sensibilização e recrutamento de nociceptores. Ocorrerá ativação ativação


no corno dorsal da medula espinhal de canais dependentes NMDA e cálcio.

A sensibilização periférica leva e sensibilização central leva a redução do limiar de dor, é um aumento na
resposta do estimulo nocivo.
Sensibilização

Acontecerá alteração no SNC, redução da substância cinzenta, encurtamento neuronal, diminuição do


volume cortical.

Como a sensação dolorosa chega ao SNC ?

Por meio de 2 vias:

1 – Sistema discriminativo sensorial que analisa a natureza, a localização, a intensidade, duração da


estipulação nociceptiva.

2- carrega componente afetivo - motivacional da dor

A sensibilização ao nociceptor é chamada de hiperalgesia periférica, resulta de um aumento na percepção


e na resposta da dor.
Mecanismos que explicam a hiperalgesia:

Ativação direta dos nociceptores;


Sensibilização dos nociceptores através de vários mediadores durante a lesão tecidual;
Inflamação ou anoxia e baixo PH;

Corno dorsal da medula espinhal : É uma estação importante para INTEGRAÇÃO E MODULAÇÃO de todos
os sinais aferentes periféricos nocivos e inócuos . Local onde pode ocorrer amplificação ou atenuação da
informação nociceptiva.
Glutamato e aspartato : são considerados os principais transmissores de interneurônios excitatórios.

Gaba: importante transmissor inibitório no SNC. Está em alta concentração nos interneurônios na lâmina
superficial do corno dorsal.

A substância P e colescistocinina CCK – fazem o transporte de informações nociceptivas (de onde ? ) do


trato espinotalâmico para o tálamo do tálamo para o trato espinoencefálico para substância cinzenta
periaqueductal
Sensibilização central e dor crônica:

Sensibilização central, é o processo de hipersensibilidade generalizada do sistema somatossensorial. Ou


seja amplificação da sinalização neuronal dentro do SNC , que provoca hipersensibilidade a dor. Que gera
uma disfunção do sistema neurofisiológico na medula espinhal, tronco cerebral, tálamo, sistema límbico,
córtex cerebral.

A sensibilização central mantém o sistema somatossensorial em alerta ao ser exposto a estímulo tenso/
prejudicial no sistema periférico.

O paciente com dor crônica a entrada nociceptiva prolongada leva a uma alteração morfológica ou da
citoarquitetura das áreas de projeção anatômica . Vai gerar nova entrada para vias não nociceptivas.
Sensibilização central:

Toda informação/lesão que acontece nos tecidos periféricos precisa ser transmitida para SNC para ser
percebida como dor.

Medula espinhal
Periferia
Transmitido pelo neurônio
de 2 ° ordem para o
tálamo e córtex = DOR
Processo inflamatório:

Ocorre um aumento exacerbado da transmissão sináptica para o corno dorsal.

Aumento do estímulo periférico – ocorrerá mais mensagem para medula espinhal – gera alterações no
neurônio de 2° ordem – aumento de estímulos para SNC – aumento da estimulação nociceptiva –
REDUÇÂO do mecanismo inibitório da medula espinhal – que vai GERAR – hiperalgesia – dor espontânea –
alodínea.
Papel da glia:

Manutenção do estado de dor – a glia libera uma série de neurotransmissores + citocinas que perpetuam a
inflamação.

Na sensibilização central pode ocorrer degeneração e perda da funcionalidade das fibras aferentes
nociceptiva e A-delta.

Alodínea – Ocorre reorganização central das vias aferentes – perda dos mecanismos inibitórios – redução
da serotonina e noradrenalina

Windup – facilitação sináptica – potenciais elétricos descarga ectópica – ativam receptores específicos no
corno dorsal da medula espinhal – aumento da resposta dolorosa

Brotamento – “sprouting” momento em que as fibras A-Delta da lâmina profunda vai para lâmina
superficial gerando alodínea.
Chega a informação
até o corno dorsal da
Ativação do nociceptores medula espinhal

Trauma Capaz de
alimentar a
resposta
dolorosa

Substância P A substância P vai ajudar


Glutamato a retroalimentar a
Aminoácido resposta periférica
Histamina
Serotonina
Que vai para o córtex sensitivo ou p/ amplos territórios corticais
Dependendo se é fibra tipo C ou Tipo Delta

Passa pelo tálamo Que faz com essa


informação transite
entre a zona
paleotalâmica e
Vai mandar p o neurônio de 2° ordem que está neoespinotalâmica
acontecendo um processo de dor lá no centro
supra- tentorial que fará a interpretação de dor
Compondo a
sensação dor
discriminativa
1° sinapse é sempre excitatória
função do glutamato

O estímulo sensorial sempre vai levar o estímulo


Fibras C - carrega uma informação emocional
para o corno dorsal da medula espinhal
Fibras D - oferecerá informação bem detalhada
Que regula a sensação dolorosa

Que emite projeções


descendentes para CORNO
DORSAL DA MEDULA ESPINHAL

Substância cinzenta
periquedutal

Estruturas inibitórias A relação dolorosa A resposta


de dor que parte do está entre o que sensorial, ocorrerá
córtex sensorial ascende e lá no corno dorsal
descende para que
Informação chegou possamos
no tálamo perceber como dor

Você também pode gostar