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Uma iniciativa

Copyright © 2020

organização e revisão: Roberta Melo


projeto gráfico e capa: Flávio Anselmo
revisão de texto: Melina Melo, Paola Lima
impressão:

Autores Roberta Melo


Renata Pão
Jessé Ulisses
Aline Calixto
Paola Lima
Kátia Mendonça
Carol Brunelle
Richard Câmara
Carla Santos
Aldê Rodrigues

Desperte Sua Essência, 2020 - Autores diversos


144 p.; 14 x 21 cm.
ISBN 978-65-00-11059-3
1.Autoconhecimento 2. Desenvolvimento Pessoal 3. Ser Humano

www.portaldespertesuaessencia.com.br
1ª Edição – Versão – 10/2020
Copyright© 2020 Conhecer e Despertar

Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/1998.

Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito dos autores, poderá
ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônic-
os, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros.
Nem os autores, nem a editora, assumem quaisquer responsabilidades por even-
tuais danos ou perdas a pessoas ou bens oriundos do uso desse material. Toda e
qualquer decisão tomada após a leitura desse livro é de única e exclusiva responsa-
bilidade do leitor.
Depoimentos

“A essência das pessoas está na capacidade que possuem de ser


tudo aquilo que são. Isso significa descobrir o próprio potencial, o próprio
caminho, a própria missão. Despertar sua essência é trazer à tona o desejo
mais íntimo de ser feliz. É colocar para fora o que se tem de melhor, para si
e para os outros. Este grupo possui esse mágico poder: extrair da essência
de cada pessoa tudo o que ela pode oferecer, não apenas para o seu próprio
benefício, mas para o exercício de sua plena humanidade, nas mais variadas
realidades sociais contemporâneas.”
Dra. Niliane C. Aguiar - Bibliotecária, professora pesquisadora na
Universidade Federal de Sergipe, Coach e membro do Portal Desperte Sua
Essência.

“Cheguei a esse grupo através do livro O que aprendi com a dor, da


Roberta Melo. É um trabalho maravilhoso e muito importante, que me fez ol-
har para dentro de mim mesma e buscar a cura de minhas feridas interiores.
As palestras feitas pelo grupo são claras e objetivas e me ajudam bastante na
minha caminhada de autoconhecimento! Gratidão!”
Carla Bona - Funcionária pública aposentada e membro do Portal
Desperte Sua Essência

“Fazer parte do grupo Desperte Sua Essência me transformou com-
pletamente. Estou aprendendo a me amar, me aceitar, me acolher e a ser gra-
ta por todas as experiências vividas, pois é através delas que desperto para
minha essência.”
Layanne Cristine – Contadora, empresária e membro do Portal
Desperte Sua Essência.

“Sei que o propósito de estarmos aqui neste Planeta é para evoluir


e nos tornar seres humanos melhores: mais sensíveis, humildes, éticos, gen-
erosos, afetivos, enfim, um tanto mais de tudo que possa nos elevar. Um
dos vieses para isso, eu acredito, é a busca do autoconhecimento. O grupo
Desperte Sua Essência é uma eficiente ferramenta que nos proporciona essa
oportunidade, nos envolvendo num clima de reflexão que encaminha a esse
despertar. As referências bibliográficas, as reflexões, a imersão (ah, que delí-
cia!) nos conduzem a essa análise profunda. Assim que “o (meu) corpo pede
um pouco mais de alma” é nesta fonte que busco a calma para refletir, porque
“a vida é tão rara e não para, não para não!”.
Níbia Carvalho – Professora e membro do Portal Desperte Sua Es-
sência.
”O grupo Desperte Sua Essência foi crucial no meu processo de des-
pertar. Estava passando por uma fase muito difícil da minha vida, depressiva,
com baixa estima e sem nenhum amor próprio. Hoje, graças aos profission-
ais e aos processos realizados no grupo, aprendi a me amar, me respeitar, a
parar de me julgar e principalmente de me condenar. O amor e o acolhimen-
to que encontrei no grupo, além do nosso encontro presencial, fizeram toda
diferença em minha vida. Sou muito grata por participar desse grupo de luz!
Gratidão!”
Luciana Soares – Advogada e membro do Portal Desperte Sua Es-
sência

“A participação neste grupo terapêutico me fez expandir a consciên-


cia, convertendo meus desejos em ações. O nome Desperte Sua Essência
não é em vão.”
Ivanilda de Souza Santos – Empreendedora e membro do Portal
Desperte Sua Essência.
Dedicamos esta obra a todos os mestres
que passaram em nossas vidas, sejam na
posição de nossos pais, filhos, professores,
treinadores, amigos, líderes espirituais ou
algozes. Todos eles nos ensinaram, a seu
modo, e nos ajudaram a fazer de nós as pes-
soas que somos hoje.
Sumario

Prefácio............................................................................................................................................... 13
Desperte sua essência, leitor...................................................................................................... 15

Parte 1............................................................................................... 19
1 - Por que eu não consigo mudar?......................................................................................... 20
2 - A mente física e a busca do ser.......................................................................................... 22
3 - Sobre vulnerabilidade.............................................................................................................. 25
4 -Meditação: o que ela pode fazer por você?...................................................................... 27
5 - Sobre mendicância espiritual............................................................................................... 29

Parte 2...............................................................................................33
6 - A mudança por meio do autoconhecimento................................................................. 34
7 - Autoaceitação: acredite em você!....................................................................................... 37
8 - Autoestima é atitude............................................................................................................... 39

Parte 3...............................................................................................43
9 - O medo de não ser amado................................................................................................... 44
10 - O outro não faz o que eu quero........................................................................................ 46
11 - Comunicação.......................................................................................................................... 48
12 - As mágoas do passado....................................................................................................... 50

Parte 4...............................................................................................53
13 - Encontro de almas que têm um jeito diferente de ser............................................. 54
14 - Dependência, codependência ou independência?..................................................... 57
15 - Pelos caminhos da autoestima........................................................................................ 60
16 - Autorresponsabilidade: você é causa, não consequência...................................... 65
17 - Você está preso em sua armadura?............................................................................... 68

Parte 5...............................................................................................75
18 - Centro vertical de auto gestão.......................................................................................... 76
19 - O poder das perguntas........................................................................................................ 82
20 - A vaidade ................................................................................................................................. 84
21 - Como se tornar autorresponsável exercitando as leis do universo.................... 87
Parte 6............................................................................................... 91
22 - Gratidão como estilo de vida............................................................................................. 92
23 - Autorresponsabilidade e resultados................................................................................ 95

Parte 7...............................................................................................99
24 - Desperte a melhor percepção da sua história..........................................................100
25 - Existir não é o suficiente. Posicione-se!.......................................................................103

Parte 8............................................................................................ 109


26 - Identidade...............................................................................................................................110
27 - O poder da comunicação..................................................................................................113
28 - Autoconfiança.......................................................................................................................116

Parte 9............................................................................................. 121


29 - A saída da codependência................................................................................................122
30 - Autoestima: como você se vê?.......................................................................................126
31 - Depende de sua atitude.....................................................................................................129
32 - As oportunidades da vida.................................................................................................131

Parte 10...........................................................................................135
33 - De desperta a terapeuta desperta.................................................................................136
34 - Conversando com o criador............................................................................................139
Pósfacio............................................................................................................................................141
Referências bibliográficas..........................................................................................................142
Prefácio

Em julho de 2019, nasceu em meu coração o desejo de criar um


grupo terapêutico online, para suprir três demandas que eu sempre escutei
das pessoas que me procuravam para algum tipo de atendimento terapêuti-
co: é longe, não tenho tempo ou não tenho dinheiro.

Um grupo online resolveria o problema da distância, pois todos


poderiam ter acesso no próprio celular; seria a solução também da falta de
tempo, já que os conteúdos seriam gravados, e as pessoas assistiriam no seu
tempo; por fim, auxiliaria as pessoas que não tivessem dinheiro no momento
para investir em terapias ou processos de coaching, visto que o valor de troca
para estar no grupo seria bem simbólico, diante de toda a riqueza de conteúdo
oferecido na plataforma.

Como boa executora, imediatamente criei o grupo, e pessoas fo-


ram se inscrevendo bem rapidamente. É uma grande alegria quando confiam
em nosso trabalho. No entanto, bem rapidamente também foi que eu percebi
que esse não seria um projeto que eu desenvolveria sozinha. Sendo assim,
convidei alguns profissionais/amigos para fazer parte comigo da missão de
cuidar, através de nossa palavra, do maior número de pessoas possíveis.

Foi assim, que chegaram no grupo Renata Pão e Jessé Ulisses, as


primeiras pessoas que convidei, de acordo com a proposta que eu tinha em
mente para cuidar de corpo, mente, emoções e energia. Contudo, vi a neces-
sidade de trabalhar outras áreas da vida, e senti no meu coração de chamar
alguns profissionais para compor essa equipe. Desse modo, chegaram Ali-
ne Calixto, Paola Lima, Kátia Mendonça, Caroline Brunelle, Richard Câmara,
Renata Moon, Carla Santos, Aldê Rodrigues e Patrícia Ordini, também nessa
ordem.

Hoje somos uma equipe de profissionais na área do Desenvolvi-


mento Humano, gerando conteúdo diário em um grupo fechado no Telegram
e em uma plataforma online, interagindo com pessoas de todas as regiões do
Brasil, refletindo sobre temas importantes, escolhidos pelos próprios mem-
bros do grupo.

Em outubro de 2019, fizemos o nosso primeiro encontro presen-


cial anual: a Imersão Desperte Sua Essência, na cidade de Lagoa Santa, Minas
Gerais. A experiência foi tão rica para os presentes, que ali, naquele lugar, tive
a ideia: o conteúdo deste grupo vai virar um livro, para que mais pessoas te-
nham acesso às nossas reflexões. “Quem sabe não faça sentido para mais
alguém?”, foi o que pensei.

É por isso que, agora, você tem esta obra em suas mãos. Ela nas-
ceu do desejo de eternizar, por meio da escrita, as mensagens contidas no
grupo terapêutico online Desperte Sua Essência. Os textos estão dispostos de
acordo com a entrada do coach ou terapeuta no grupo, seguindo o princípio
da hierarquia, da Constelação Familiar.

De todo coração, e com todo nosso amor, convidamos você a


olhar conosco para as palavras aqui contidas, para que, juntos, possamos co-
templá-las nos movimentos novos que surgirem em nossa experiência diária.

Muita luz e muita paz na sua jornada!

Com amor,

Roberta Melo.

Acesse o site portaldespertesuaessencia.com.br para se tornar


membro do nosso grupo terapêutico.
Desperte sua essência, leitor...

Sobre ser quem você é...

Esse é um tema que tem sido muito recorrente na minha vida.


Tem surgido sempre nas palestras que faço, ainda que não seja o tema do
dia, mas, durante a preleção, acabamos chegando no assunto. Também tem
acontecido muito nos atendimentos e eu fico pensando que, de ordem geral,
as pessoas, especialmente as que estão conectadas com a vibe do Desenvol-
vimento Humano, têm se perguntado:

Quem sou eu? O que eu vim fazer neste mundo?

Funciona mais ou menos assim: quando a gente precisa ir e vir


nesse mundão de meu Deus, usamos um veículo. Nem que sejam nossos
pés. Mas para viajar, por exemplo, necessitamos de um avião ou um carro que
nos dê suporte na jornada. De igual modo, quando chegamos a esse mun-
do, nós recebemos nosso veículo, nosso corpo físico. E nossa mente, para
também fazer o seu trânsito aqui no planeta, recebe o ego, que começa a se
desenvolver na primeira infância.

Mas o que isso tem a ver com quem eu sou?

Bem... Quando nosso Ser, nossa Essência nasce na Terra, temos


um propósito para viver, uma missão a cumprir. Contudo, na matéria, nós re-
cebemos o ego, e ele tem uma difícil, porém muito útil função a desempenhar:
ele precisa dar respostas aos sistema de crenças para nos manter vivos.

Sistema de Crenças! Ufa!

Esses sistemas são os valores e regras da coletividade, quais se-


jam a família, a escola, a religião, a mídia, a sociedade, de modo geral. Tudo
que o mundo externo espera que nós sejamos. E o ego, para nos proteger,
seja física ou psiquicamente, se adequa, para evitar que novas situações
sejam geradas e ele se ressinta. Existem, sendo assim, pessoas que vivem
completamente identificadas com seu ego e com que tudo que o sistema de
crenças espera delas. Então, acabam por se afastar da sua Essência, de sua
Verdade, do Ser...

Já ouviu falar em CRISE EXISTENCIAL?


É aqui que ela surge, pois se abre um espaço, uma lacuna entre
quem temos sido e quem nascemos para ser. Um buraco entre o seu ego e
o Ser. E, desse modo, passamos a viver a vida que dá pra viver, ao invés da
vida que nascemos pra viver. Nós nos esquecemos, até mesmo inconscien-
temente, do nosso propósito, de nossa missão... Há pessoas, inclusive, que
nem se esquecem de seu propósito, porque, simplesmente, passaram uma
vida inteira sem saber qual era ele...

É preciso olhar para dentro para relembrar quem você é!

De certa forma, esse vazio que se abre é bom, porque pode ser
ele que nos impulsionará nessa jornada em busca de nós mesmos. Assim,
quando olhamos pra dentro, para o mais profundo de nossos labirintos, nos
reconectamos com essa essência perdida e questionamos o nosso ego:

Será que é isso mesmo que eu queria fazer? Será que é assim
mesmo que eu queria viver?

Então, quando jorramos luz em nossas sombras, acolhendo-as,


é que ocorre a transformação, a metamorfose... Quando passamos a viver,
não para agradar os outros, mas para revelar o nosso tesouro escondido, aí
sim, estaremos vivendo nosso propósito de vida, nossa missão, simplesmen-
te sendo quem somos.

E não será esse o objetivo mais nobre e lindo de toda essa história:
ser quem você é?

Estejamos a serviço da Vida. Desfrute a leitura e Desperte Sua Es-


sência.

Com amor,

Roberta Melo.
Roberta Melo é uma profissional que valoriza o aspecto huma-
no nas relações com o conhecimento e com o saber. É Palestrante,
Escritora, Consteladora Familiar, Terapeuta, Psicanalista, Professora e
Tutora de cursos online.
Com 20 anos de experiência na área da Educação e 16 anos como
palestrante de Desenvolvimento Humano, com experiência no Brasil e
no exterior, criou o núcleo de serviços e canal do YouTube Conhecer e
Despertar, em setembro de 2017, com o objetivo de oferecer às pes-
soas conhecimentos e técnicas que as permitissem despertar o olhar
para a plenitude que já existe nelas mesmas.
Em agosto de 2019, criou o grupo terapêutico Desperte Sua Essência,
para o qual convidou diversos profissionais, a fim de que construís-
sem juntos um ambiente virtual de desenvolvimento integral para to-
dos os seus participantes.
Sua expertise está em acompanhar as pessoas através de sua pala-
vra, construindo com cada uma delas estratégias para aplicação dos
conhecimentos na vida cotidiana.
Mineira, adora pizza, viajar e falar espanhol. É mestre em Intervenção
Psicológica no Desenvolvimento e na Educação, Pós-graduada em
Psicopedagogia e graduada em Letras e Pedagogia.
Aperfeiçoou sua prática através de diversos cursos de extensão em
Educação, Psicanálise, Desenvolvimento Pessoal, Educação Emocio-
nal, Idiomas, Gestão de Pessoas e Oratória, estudos esses que con-
tribuíram para o olhar sobre o Desenvolvimento Humano que possui
hoje.
Parte 1

“Abrace a sua vulnerabilidade! Abandone as


máscaras que te impedem de crescer, de se aco-
lher, de se amar. Peça ajuda! Aproxime-se! Nós
somos todos um e podemos aprender e crescer
uns com os outros. Mas para isso é preciso se
revelar, desabrochar, despertar... “

Roberta Melo
1 - Por que eu não consigo mudar?

Por que eu não consigo mudar? Essa é uma pergunta que eu já me


fiz diversas vezes. É bem provável que você, que está trilhando sua jornada de
desenvolvimento pessoal também já tenha se questionado: por que razão eu
não consigo me transformar?

Por que não consigo?

Eu, depois de já ter batido muito a cabeça por aí, comecei a tentar
entender o motivo pelo qual isso acontece. Você, como eu, já deve se reco-
nhecer com conteúdos que nos possibilitem uma transformação real... Viver
mais leve, mais em paz, nos desenvolvermos como seres humanos...

Mas por que não transformamos todo discurso em comporta-


mento?

Por que, apesar de tudo que lemos, estudamos, pesquisamos, ví-


deos que assistimos, cursos que fazemos, não vemos transformação efetiva
na nossa vida cotidiana? E seguimos nos questionando, ávidos que estamos
por viver melhor...

Muita calma nessa hora!

Todos nós estamos vivendo processos. E olha só que interessan-


te: a palavra processo tem sua origem no latim e significa movimento para
adiante, andamento... Andamento... Andar... Dando um passo de cada vez é
que se movimenta para adiante.

Entretanto, nessa trajetória, somos tomados por uma ansiedade


que não nos permite compreender que esses processos têm um tempo de
latência e que, sendo assim, precisamos exercitar esperas importantes em
nossa caminhada.

Exercitar esperas...

Esperas inclusive biológicas, visto que nosso cérebro está con-


dicionado a repetir os hábitos antigos, que tanto desejamos modificar. São
memórias sinápticas, rotas neurais cristalizadas e uma bioquímica cerebral
que nos mantém viciados em ser quem somos. Sim! Exatamente isso! Fisio-
logicamente, estamos programados para ser nós mesmos. Não é isso que
20
Desperte Sua Essência

temos sido há tantos anos?

Somos viciados em ser quem somos!

Funciona mais ou menos assim: sabe aquele hábito que você não
quer mais ter? Pensa aí... Pensou? Pois é. Então vou te contar: você ganha algo
com ele! “A Roberta enlouqueceu, só pode. Tô doido pra me livrar disso! Ganho
o quê?” Calma! Vou te explicar. Nenhum de nós é imbecil para querer manter
um hábito que nos incomoda de graça. Você, por exemplo, está vendo que
continuar fumando vai te matar, você quer parar, sabe dos riscos, mas não
para. Sabe por quê? Há um ganho nisso!

Existe um benefício secundário que nos impede de romper com o


hábito.

Isso mesmo! No caso que citamos, por exemplo, o cigarro pode


estar trazendo alguma espécie de alívio para o fumante. E, quando não nos
tornamos conscientes disso, seguiremos sendo quem somos, sem criar no-
vas rotas neurais que propiciarão a mudança definitiva. Sendo assim, se foi
através da repetição que abrimos esse caminho no nosso cérebro, será tam-
bém repetindo novos passos, que criaremos nossa nova realidade.

Mas é um passo de cada vez!

É preciso um pouco mais de amorosidade com nossos processos.


Neste mundo de ultra velocidades, neste mundo WiFi, agir tranquilamente e
esperar não parece tão natural. Mas é! A nossa natureza é a do desenvolvi-
mento, nessa perspectiva do des-envolver-se, sair do envoltório, da casca, do
casulo, desabrochar. E tudo isso leva tempo!

A nossa natureza é a do ser humano perfeito!

Contudo, é necessário respeitar o tempo que se leva para cami-


nhar essa jornada. E, assim, com mais leveza e, sobretudo, com mais amor
pela nossa trajetória, quando nos dermos por conta, novos hábitos, mais con-
dizentes com o que já conhecemos, estarão instaurados em nosso psiquis-
mo. Vai ser quando poderemos dizer, ajudando a outros que passam pelo
mesmo processo:

É possível mudar!

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2 - A mente física e a busca do ser

Há mais ou menos uns quatro anos, eu me embrenhei num uni-


verso rico chamado Psicanálise. Depois de vivenciar algumas dores daquelas,
comecei a buscar recursos novos para vivenciar autoconhecimento e cura,
visto que os conteúdos que eu já conhecia não vinham me ajudando muito.
Eu precisava me reconstruir e a psicanálise foi um caminho bem fértil para
que isso se desse.

“Ou eu descubro como minha mente funciona ou ela vai me en-


louquecer!”

Era mais ou menos assim que eu estava e, por isso, vou contar o
que descobri pra vocês (vai que tem alguém aí quase ficando doido, como
aconteceu comigo, né? No meu livro O que eu aprendi com a dor, eu conto
isso de maneira mais extensa e detalhada, e eu te aconselho a passar o olho
nele. Mas vamos lá!

Que tal de mente física é essa, segundo a Psicanálise?

Você já deve ter ouvido falar por aí sobre ID, EGO e SUPERGO. Eles
são as três instâncias da mente física, segundo a Teoria da Personalidade,
cunhada por Sigmund Freud, em sua segunda tópica. O ID são nossos dese-
jos e instintos mais primitivos, nossas pulsões, e aparece desde que nasce-
mos. O SUPERGO são as regras, são os valores morais e culturais da coletivi-
dade. O EGO é o executivo estressado que se posiciona entre ID e SUPEREGO,
na tentativa de atender aos desejos do ID, sem ferir as regras do SUPEREGO.

O EGO é um executivo estressado!

Ele trabalha o tempo todo para que você não se ressinta. Para que
você tenha seus desejos atendidos, mas sem ferir os valores e normas do sis-
tema de crenças no qual você está inserido. Por exemplo: você nasceu numa
família de médicos; a medicina é uma tradição no seu núcleo familiar. No en-
tanto, muito embora todos esperem que você siga pelo mesmo caminho (seu
avô já te deu um estetoscópio de aniversário!), sua vibe é a da música... Você
quer tocar violino pelo mundo afora... Nada de horários, uniformes, nada dis-
so...

Xiiiii, e agora?

22
Desperte Sua Essência

Pois é! É aqui que entra o coitado do EGO, tentando equilibrar toda


a situação para que você não sofra, e para que sua sobrevivência na matéria
seja garantida. O EGO, possivelmente, vai dar um jeito de você fazer as duas
coisas do exemplo acima, para sobreviver sem maiores problemas. Mas é
exatamente isso: sobrevida! Pode ser que não seja vida, pois, ao se identificar
com valores externos, a gente corre o risco de passar uma vida inteira sem ser
quem nós somos de fato.

Mas como a mente faz para não entrar em colapso entre ID (dese-
jos – aquele que tudo quer) e SUPEREGO (sistema de crenças – aquele que
nada pode)? Como o EGO faz para não surtar de vez? Como é possível existir
equilíbrio entre essas duas polaridades? Como o EGO dá conta?

O que o EGO faz?

Ele simplesmente se ressente e nos protege de tudo que possa


ser novo, ou de dores que possam se repetir. O EGO já tem um repertório de
respostas prontinho para usar no momento exato, mas, se aparece algo iné-
dito, surge a dúvida, o risco, o “não sei como agir nesta situação”... É aqui que
o conflito retorna e o EGO não quer isso, porque a novidade pode causar dor.

É por isso que a mente vive no tempo!

Já percebeu? “Roberta, Roberta, você já bateu a cabeça na parede


ali atrás por causa disso e já está indo fazer a mesma coisa? Vai quebrar a
cara ali na frente de novo!” A mente te leva para o passado, com o objetivo de
que você se lembre de como tudo aconteceu lá atrás, para que, no futuro, você
não sofra novamente. Mas aqui aparece um grande perigo:

A mente mente!

Pode ser que você não sofra de novo. Pode ser que tudo dê cer-
to. Pode ser que você seja feliz como nunca. Todavia, a mente irá te contar
um monte de catástrofes que somente ocorrerão dentro da sua cabeça. E, se
você acreditar nela, se manterá numa zona de conforto que não te permitirá
crescer, evoluir, fazer descobertas e, até mesmo, se equivocar novamente, so-
frer e, com isso, Conhecer e Despertar!

Foi isso que aconteceu comigo!

Quer dizer, ainda acontece! Depois que eu comecei a fazer o exer-


cício de me libertar dos domínios da mente, arrisquei muita coisa, vivi experi-
ências lindas, outras frustrantes, viagens e tombos... Mas, quer saber de uma
coisa? Como eu cresci! Esta Roberta que vos fala, seguramente, não é a mes-

23
ma daquela de quatro anos atrás, quando comecei a estudar essas maluqui-
ces tão relevantes para mim.

Meu processo de Desenvolvimento Humano acelerou!

Sabe por quê? Porque eu descobri que a mente mente, e que a


gente não precisa dar tanta trela para a falação sem fim que ela arruma den-
tro da nossa cabeça. Além disso, a gente também não tem que ficar indo
com ela pro passado – gerando depressão – , nem para o futuro – gerando
ansiedade.

O aqui-agora é nosso maior presente!

E, para viver o agora, basta sair dos domínios da mente, sentir o


coração, que só pulsa nesse momento chamado presente, único tempo no
qual podemos intervir de fato.

* No meu livro O que eu aprendi com a dor, você vai ver algumas
técnicas poderosas para sair da mente e viver o poder do agora. Confere lá!

24
Desperte Sua Essência

3 - Sobre vulnerabilidade

A vulnerabilidade é um estado inerente a todos nós, seres huma-


nos em evolução, que vem dizer da nossa fragilidade, e do nosso estado de
estarmos suscetíveis aos incômodos, desconfortos e desafios que a vida nos
traz.

A nossa mente física vive a serviço do nosso ego, que quer sempre
nos proteger das dores do cotidiano, reproduzindo padrões de comportamen-
tos de defesa. Por isso, muitas vezes, esse tal ego não nos permite mostrar a
nossa natureza de seres vulneráveis, porque fazer isso seria admitir para nós
mesmos, para o sistema de crenças no qual estamos mergulhados e para os
outros, as nossas fragilidades, medos, incertezas, inseguranças...

Contudo, há uma tendência perversa neste jogo do ego: quando


nos escondemos atrás de uma máscara de super-heróis, camuflamos nos-
sas vulnerabilidades e, desse modo, retiramos de nós mesmos a possibilidade
de nos enxergarmos e de, com isso, exercitar o autoamor e a autoaceitação.

Quando olhamos para nosso interior e percebemos nossas do-


res, fraquezas e incômodos, damos a nós mesmos a chance de ser quem
nascemos pra ser, neste processo de autodescobrimento e acolhimento. E,
ao contrário do que seu ego diz, é preciso ser muito corajoso para admitir a
própria fraqueza.

Certa vez, eu acompanhei o Flávio, meu esposo, em uma palestra


dele, na cidade de Vespasiano, Minas Gerais. Foi uma conversa super gostosa
sobre o que seria ser um “Homem de Bem”.

Eis que, no meio da palestra, surge um rapaz, dizendo algo mais


ou menos assim: “Eu estou vindo aqui pela primeira vez. Eu briguei na minha
casa, eu senti muita raiva. Eu sou assim. Eu sinto raiva, não estou leve, não
consigo ser feliz, não consigo sorrir. O que eu faço para ser iluminado? Para
ser mais leve? Preciso de ajuda.”

Gente, eu achei isso muito fantástico! Um homem, no meio de um


bando de desconhecidos, se abrindo pra nós, se expondo de uma forma tão
genuína... Ficamos conversando um tempão depois da palestra (ele solicitou),
oferecendo a ele o nosso olhar para este lindo processo de Despertar! Mas, se
ele não tivesse falado, não poderíamos ter ajudado.

25
E mais: se ele não tivesse falado, eu não teria me visto tanto nele, e
confirmado a teoria de que somos todos um! Quanto mais ele falava, mais eu
me via em suas palavras. Eu pensava: “também sinto raiva. Também quero
ser mais leve e iluminada. Como vou ajudá-lo se tenho os mesmos conflitos?”

Mas ele se mostrou VULNERÁVEL, frágil, necessitado. E foi aí que


eu me vi refletida naquele espelho!

Abrace a sua vulnerabilidade! Abandone as máscaras que te im-


pedem de crescer, de se acolher, de se amar. Peça ajuda! Aproxime-se! Nós
somos todos um e podemos aprender e crescer uns com os outros. Mas para
isso é preciso se revelar, desabrochar, despertar...

E não será isso que todos nós viemos fazer nesta vida?

26
Desperte Sua Essência

4 -Meditação: o que ela pode fazer por você?

Há mais ou menos uns quatro anos, eu incluí a prática da me-


ditação na minha vida. Isso se deu em um daqueles momentos obscuros,
pelos quais todos nós passamos, e que fazem com que nos movimentemos
e busquemos novos recursos para que surjam frutos dali. Assim, procurando
novas estratégias para lidar com a dor, descobri a meditação.

Muitas descobertas sobre ela sugiram daí!

A primeira delas foi ver que meditar não é parar de pensar, ou não
pensar em nada, como eu já havia ouvido tantas vezes. A meditação pode ser
entendida como um treinamento para nossa mente, através do qual podemos
ficar mais conscientes do nosso mundo interno e também do que está ocor-
rendo ao nosso redor, no aqui-agora.

Meditar é sair do piloto automático!

De ordem geral, é a nossa mente, por meio dos nossos pensamen-


tos que conduz o nosso cotidiano. Muitas vezes, em nossas atitudes diárias,
reagimos ao que nossa mente propõe, e acabamos por viver num turbilhão
emocional que nos empurra para os caminhos da inconsciência. Quando me-
ditamos, no entanto, olhamos para esses estados com amorosidade e saí-
mos do fluxo dessas águas turvas.

Meditar é sair do rio caudaloso dos pensamentos!

Sim. É isso mesmo! É como se nossa mente fosse um rio e aque-


las águas ligeiras, turvas, fossem nossos pensamentos. Acontece que, co-
mumente, nós nos lançamos nessa correnteza e nem sequer percebemos.
Quando notamos, já estamos imersos nesse mar revolto. Quando a medita-
ção entra em cena, o que acontece é o seguinte: nós saímos desse rio e fica-
mos à margem dele. Assumimos o papel do observador. Não é porque águas
estão rolando à nossa frente que precisamos nos atirar nelas, não é mesmo?

Meditar é assumir o controle da mente!

É óbvio que, se não temos o costume de meditar, isso não ocorrerá


assim tão facilmente. Eu estou há quatro anos meditando e, várias vezes, me
percebo nadando de braçada no rio da mente. Contudo, assim como exerci-
tamos o corpo numa academia, da mesma forma acontecerá com a mente,
27
no processo meditativo.

A transformação não ocorre da noite para o dia!

É preciso criar o hábito! Meditar um pouquinho, cinco minutos que


sejam, mas todos os dias, com constância. Um dia vai ser lindo; no outro,
uma catástrofe. E está tudo bem! Somente prossiga e deixe fluir. Dedique esse
tempo a você!

Medite! Esse pode ser um passo essencial para a transformação


genuína que você busca para sua vida.

Obs.: No meu canal do YouTube, Conhecer e Despertar, tenho a


Jornada de meditação para iniciantes, com técnicas bem simples para você
que deseja começar. No site portaldespertesuaessencia.com.br, você tam-
bém encontra o link para o nosso curso básico de meditação.

28
Desperte Sua Essência

5 - Sobre mendicância espiritual

Já há algum tempo que eu participei como voluntária de uma tare-


fa realizada por um grupo beneficente da minha cidade, Santa Luzia, em Mi-
nas Gerais, que consistia em levar pão com manteiga e café com leite à região
da cracolândia, num bairro antigo de Belo Horizonte. Saímos, às 22 horas de
uma quinta-feira, em um grupo de quatro pessoas, sendo eu a única mulher,
estratégia esta escolhida pela instituição por questões de segurança, já que
o trabalho acontecia tarde da noite, e em área de alta vulnerabilidade social.

Partimos!

Lembro-me de que o coordenador do grupo solicitou que manti-


véssemos o pensamento o mais elevado quanto possível durante todo o tra-
balho, a fim de vibrarmos em frequências mais elevadas, contribuindo, desse
modo, para que a atividade se realizasse em harmonia e tranquilidade.

Enfim, chegamos!

Recordo que minha primeira sensação foi a de estar no memo-


rável e obscuro cenário do clip Triller, do Michael Jackson. Aquelas pessoas
vindo em direção ao nosso carro, como zumbis inconscientes, despertaram
em mim profundo sentimento de compaixão. Eles começaram rapidamente
a nos cercar, até que um deles, mais consciente, disse:

“Está tranquilo, pessoal! É a galera do pão e do café!”

Confesso que me senti bastante aliviada ao escutar isso, pois a


compaixão começou a se misturar com o medo. A cada minuto, o exercício de
manter a vibração elevada era restabelecido, e eu tentava pensar em coisas
positivas, apesar de tudo.

Começamos a distribuir o café com leite e o pão com manteiga


e, a grande maioria das pessoas, mostrava-se muito grata. Deparamo-nos,
contudo, com uma triste realidade: somente os usuários de drogas aceitavam
nossa oferta. Os outros, que estavam “trabalhando”, cuidando seus postos,
não se distraíam dele de forma alguma.

Isso também foi bem doloroso de presenciar.

No entanto, algo interessante ocorreu: a cura pela fala, como dizia


29
Freud, sempre deseja acontecer, quando encontra ouvidos disponíveis. Alguns
pediam para que fizéssemos orações junto com eles; outros, por sua vez, co-
meçavam a contar o drama que os levou para a vida das ruas e para o mundo
das drogas. Muitos ainda contavam que usavam o craque para esquecer a
fome dilacerante, o frio contumaz e as dores da vida. Muitas mulheres, algu-
mas grávidas, pareciam alheias a tudo que se passava ao redor... Homens
sem esperança e sem perspectiva... Consciências reprimidas...

“Mendicância espiritual” ... Foi o que eu pensei, observando tudo


aquilo...

Eu estava como que absorta por esses pensamentos, quando um


companheiro da nossa equipe disse que havia sobrado pão e café com leite, e
que poderíamos distribuir para quem quisesse guardar para o outro dia.

Foi aí, nesse momento, que algo incrível aconteceu comigo, um


insight poderoso e transformador, em meio a todo aquele contexto de dor. Um
senhor, aparentando os seus 50 anos, que estava me contando sua saga de
procurar emprego e nunca conseguir e, por fim, decidir ficar por ali, disse algo
que me surpreendeu sobremaneira:

“Não, amiga. Agradeço muito, mas não quero outro pão. Está ven-
do aquela moça ali embaixo, sentada perto das outras? Ela está grávida, dê a
ela. Amanhã é outro dia, eu me viro, com certeza.”

Naquele momento, não sei exatamente o porquê, eu olhei para


minha mão e vi o meu anel de formatura, com os emblemas de Letras e Pe-
dagogia, que eu tanto gosto de usar, junto da aliança. Um símbolo de conhe-
cimento, que me fazia lembrar dos meus diplomas e conquistas. Entretanto, o
senhor que eu acabara de conhecer, não precisava de mais um pão, pois tinha
a fé no amanhã. E, embora tenham sido segundos, parece que, na verdade, eu
fiquei ali horas a fio, olhando para o meu anel e para aquele senhor, e pensan-
do qual de nós dois era mendigo de fato.

“Mendicância espiritual” ... Foi o que eu pensei, de novo, mas de


modo bem diferente.

Pensei em quantas vezes eu comi 2, 3 pães, sem necessidade e


sem fome, só porque estavam novos e quentinhos... Pensei no meu edredom
rosa para o dia a dia, no preto e branco para quando viesse visita, enquanto
aquelas pessoas dormiam amontoadas e drogadas para esquecerem do frio
intenso... Pensei sobre todos os excessos, as sobras, as demandas irreais que
a nossa mente (que mente) cria para o nosso dia a dia... E voltei de lá pen-
sando sobre qual seria o real conceito de mendicância e sobre como seria se

30
Desperte Sua Essência

eu, simplesmente, tomasse a decisão de me importar com o que realmente


importa.

É preciso reavaliar os nossos desejos!

Às vezes, ou melhor, muitas vezes, eles são somente produtos de


uma mente que pensa que quer, pensa que necessita... Do nosso Ego que pre-
cisar ter para sentir que existe de fato. Mas a nossa essência divina, o nosso
Ser, sabe que, no fundo, é preciso menos, bem menos, para que estejamos
realmente plenos e nutridos, apenas estando repletos de nós mesmos.

31
Renata Pão atua há 22 anos com foco em desenvolvimento hu-
mano na área da saúde mental com sessões de psicoterapia, wor-
kshops e imersões, com o objetivo de transformar vidas (fazer com
que cada pessoa entre em contato com seu verdadeiro eu, se aceitan-
do e se valorizando).
Atua em T&D (Treinamento e Desenvolvimento), com ênfase nas
áreas de capacitação, desenvolvimento, motivação, liderança, comu-
nicação inter e intrapessoal e qualidade no atendimento, através de
seminários, cursos, workshops e palestras.
Estudiosa em Programação Neurolinguística, Psicodrama e Grafo
Análise. Vasta experiência em treinamentos comportamentais na
áreas de desenvolvimento pessoal e profissional, qualidade de vida,
autoestima, superação, relacionamento e excelência pessoal, usando
como ferramentas jogos, técnicas teatrais, dinâmicas e técnicas vi-
venciais, com foco na educação experiencial.
Como coach, realiza um trabalho com orientação, mentoria e treina-
mento para que seu coachee eleve sua trajetória, alcançando suas
metas.
Realiza palestras com vivências, possibilitando a seu público expe-
riências que conduzam ao início das mudanças necessárias.
Parte 2

“Acredite! Essa mudança é para os fortes! É


preciso coragem para ser uma pessoa melhor
a cada dia. Seja você um diferencial e faça o
melhor pela pessoa mais importante da sua vida:
você!”

Renata Pão
6 - A mudança por meio do autoconhecimento

Estamos vivendo um momento de muitas mudanças: no mundo,


nos lugares, nas pessoas, na sua vida e em nós. Já parou para pensar nisso?

Pois bem, e como é possível se acostumar e querer mais daquilo


que não é bom e não faz bem a você? É fácil de explicar: você já sabe como
lidar com a dor e muitas vezes, devido às suas crenças limitantes, acredita
que não é merecedor do melhor.

Por esse motivo, as linhas que seguem discorrerão sobre a impor-


tância do autoconhecimento pois, acredite, é provável que você não se conhe-
ça. Lembre-se de quantas vezes aconteceram fatos em sua vida nos quais
pensou: “Como eu pude fazer isso? Minha nossa, esse não era eu!” Entretanto,
devo informar que sim, aquele era você! Aquele é você!

Confesso que tudo isso pode ser um tanto assustador, mas so-
mente para quem não quiser se conhecer, não estiver pronto para se des-
cobrir e valorizar o que já tem de bom, para quem não quiser enxergar suas
sombras e aceitá-las como partes de si mesmo, para quem não quiser ser
humilde e procurar ajuda, isto é, para quem não quiser se desenvolver. Con-
tudo, acredite! Ir em frente nessa jornada de autoconhecimento vai te gerar
evolução.

Evoluir é a palavra deste momento. Para não ser engolido pela vida,
é preciso evoluir. As pessoas que se recusam, vão apenas sobrevivendo e não
vivendo. Porém, viver cada segundo, o hoje, o agora, é mérito seu. Pare para
pensar claramente, você só tem o agora.

Refiro-me ao agora mesmo, o momento presente. Por exemplo,


nesse momento, o seu “agora” está sendo ler este livro então, considerando
que parou para fazer isso, faça! Leia com carinho e preste atenção. Faça o
melhor por você.

Queira viver! Isso mesmo! Chega de sobreviver, pois você é uma


pessoa merecedora de vida em abundância. Então, acredite em você e faça
tudo a partir de agora com dedicação. Sugiro que, assim como está lendo
esse livro, você viva cada segundo de sua vida, tendo em vista que, daqui a um
segundo, o presente já terá se tornado passado.

Você está lendo um livro cujo título é Desperte sua Essência; po-
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Desperte Sua Essência

de-se então dizer que já está no caminho certo. Entretanto, pergunto: o que
mais você está realizando por si mesmo? É importante se fazer essa pergunta
todos os dias. Pare agora mesmo, pense, reflita e responda com sinceridade.
Se a resposta for positiva, parabéns! Mas se lembre de que essas atitudes são
para sempre e, se a resposta for negativa, ótimo, pois há tempo de se ajudar
hoje mesmo.

Segue uma técnica para contribuir com seu processo de autoco-


nhecimento:

1 - Escreva quem é você e, a partir do escrito, será possível enten-


der do que você gosta e não gosta em você.

2 - Trace metas para ser essa pessoa que você deseja ser.

3 - Por fim, coloque-se em movimento hoje mesmo.

Não perca mais tempo, pois a vida passa rápido e, se ainda está
aqui comigo, é porque quer viver da melhor maneira possível.

Pare de perder energia com quem ou o que não vale a pena. Pare
de gastar energia com o problema, pelo contrário, invista-a na busca por uma
solução.

Temos aqui três comportamentos enfraquecedores a serem eli-


minados:

1 - O julgamento de si mesmo e dos outros. Nessa história, não


existem culpados. Conscientize-se de que é um ser humano passível de erros,
pontos fortes e pontos a serem desenvolvidos. O julgamento é um vício para
o qual precisamos olhar!

2 - Outro comportamento enfraquecedor que pode derrubar você


é a reclamação. Reclamar é uma atitude que baixa seu nível energético e lhe
coloca como vítima do mundo, fazendo com que sua vida não deslanche, que
você não prospere, não evolua.

3- Guarda mágoas é outro comportamento que nos enfra-


quece. Portanto, aprenda a perdoar, pois será libertador e, com isso, perceberá
que sua vida estará mais leve e fluida.

Assim, tendo em vista tudo sobre o que discorremos até aqui, mi-
nha sugestão é que observe melhor os pensamentos, a partir de agora. Preste
mais atenção neles, a fim de entender o quanto está julgando, reclamando ou

35
preso a mágoas, de maneira que será necessária essa mudança interna para
evoluir. Livrar-se desses três comportamentos enfraquecedores será primor-
dial para sua evolução, no processo de conhecimento de si mesmo.

E, por último, responda as questões:

1 - O que faço e gosto de fazer?

2 - O que faço e não gosto de fazer?

3 - O que não faço e gosto de fazer?

Após respondê-las, entenda suas respostas e tome atitudes para


melhorar a resposta da questão um, só que essa resposta só vai melhorar
quando tiver atitudes positivas nas questões dois e três.

O autoconhecimento exige coragem, e te dou meus parabéns por


ter chegado até aqui. Contudo, há de se lembrar que isso é apenas o começo
de uma longa jornada. Entretanto, não a veja como um peso, já que é justa-
mente essa jornada que o conduzirá para a vida que você deseja.

36
Desperte Sua Essência

7 - Autoaceitação: acredite em você!

Vivemos em um momento de muita pressão em nossa sociedade,


e isso está refletindo na vida de cada um de nós de várias maneiras. Fato é
que as consequências estão sendo devastadoras, pois o ser humano está
tentando realizar, além do seu limite, todos os papéis de sua vida.

Cada um de nós temos nossos limites e nossas potencialidades.


No entanto, percebo que hoje as pessoas estão ultrapassando tais limites e
querendo dar de si muito além do que seria possível, dentro de um quadro de
saúde mental estável.

Por exemplo: penso que tenho que dar 100% no meu trabalho, mas
logo vem o pensamento e a cobrança interna de que 100% é pouco. Então vou
dar 300%! Isso pode ser muito prejudicial, pois, além de não conseguir, por
ser inviável, tampouco entendemos isso e acabamos por nos frustrar. Essas
frustrações, por sua vez, geram uma fragilidade na nossa saúde mental, oca-
sionando, muitas vezes, depressão, ansiedade excessiva, síndrome do pânico,
entre outros diversos transtornos.

Para que essa situação melhore, temos que parar um pouco com
essa rotina insana e trabalhar o autoconhecimento, entender quem somos
e nos aceitar como tal. Após essa aceitação, poderemos mudar ou adaptar
alguns aspectos nossos, conforme a necessidade.

Desse modo, começamos a entender nossos limites e nossos po-


tenciais, fazendo o melhor por nós, visto que cada um tem que cuidar primeiro
de si mesmo, para depois ter condições de cuidar do outro.

O que ocorre é que abusamos muito em não nos cuidarmos e so-


mente darmos foco ao cuidado com o outro. Infelizmente, essa atitude vai
tirando nossa energia, pois só estamos dando e não estamos repondo e, com
isso, adoecemos em algum momento. Quando as questões psicológicas são
somatizadas, através do nosso corpo (o soma), chamamos de psicossomáti-
ca, isto é, o que a boca cala o corpo fala.

Se pararmos de colocar o que não gostamos da nossa vida ou


de nós mesmos embaixo do tapete, vai facilitar bastante para a melhoria do
nosso bem-estar, pois, com esse comportamento, vamos nos fortalecer para
refletir sobre quem somos, sobre nossos pontos fracos e fortes. Assim, com
esse autoconhecimento, teremos mais sabedoria para mudar o que for ne-
37
cessário, de criar metas e ter foco para conseguir alcançar nossos objetivos.

Sei que não é uma tarefa fácil!

No entanto, ela é necessária para a mudança que precisa aconte-


cer em nossas vidas, para termos a vida que queremos e merecemos.

A autoaceitação faz com que a nossa vida fique clara, fácil de sa-
ber para onde queremos ir, pois, quando não sabemos para onde ir, qualquer
lugar serve. Desse modo, conseguimos nos lembrar que somos responsáveis
pela vida que temos, e que, se ela está como está hoje, somos os únicos res-
ponsáveis por isso.

Um fruto importante que colhemos quando nos aceitamos é parar


de julgar a si e ao outro. Isso é libertador, pois percebemos que todos somos
seres humanos, todos com fraquezas e forças, todos querendo acertar, mas
nem sempre conseguindo. E está tudo bem! O importante é não parar, não
desistir de nossos objetivos, da nossa vida e não desistir de nós mesmos.

Entenda que o nome de hoje é presente, por realmente ser um pre-


sente, que deve ser desfrutado da melhor forma possível, com muito amor,
alegria e gratidão.

Após essa reflexão, só nos resta agir. Primeiro você precisa querer,
ter forças para se ajudar. Depois, entenda até que ponto é com você e até
que ponto precisa do outro, de profissionais, de recursos, como livros, filmes,
palestras, cursos...

Acredite! Essa mudança é para os fortes! É preciso coragem para


ser uma pessoa melhor a cada dia. Seja você um diferencial e faça o melhor
pela pessoa mais importante da sua vida: você!

Posso te garantir que vai valer muito a pena, pois você é uma pes-
soa que merece ser realizada e muito feliz!

38
Desperte Sua Essência

8 - Autoestima é atitude

Autoestima é a base de uma vida saudável, por isso todos nós pre-
cisamos trabalhá-la, a fim de que ela se estabeleça de forma elevada e equili-
brada. Então, eu te pergunto: Como está sua autoestima? O que você tem feito
por você nesse momento?

Autoestima é a estima que temos por nós, é o quanto nos acei-


tamos, nos valorizamos, nos amamos, nos cuidamos... O que você está fa-
zendo da sua vida? Pense e reflita sobre o que você tem feito por si mesmo
atualmente.

Alguns comportamentos não nos ajudam no processo de equi-


librar a nossa autoestima. Eu gostaria que você pensasse se você vivencia
algum deles no seu no dia a dia.

O primeiro comportamento é pensar que você não é capaz. Esse


pensamento desmotiva qualquer pessoa, fazendo com que desacreditemos
do nosso potencial. Então, vamos virar a chave e acreditar que sim, somos
capazes! Você é capaz e, se quiser, você pode, você consegue, você faz.

O que acontece é que, muitas vezes, damos muitas desculpas: não


posso, não consigo, não tenho tempo... Lembre-se novamente de que, quan-
do você realmente quis, você fez, você foi, você conseguiu. Só precisamos
entender se estamos sendo prioridade para nós mesmos.

O segundo comportamento que te sabota é a comparação. Cui-


dado! Não se compare ao outro, cada um é um, cada um tem seu jeito, suas
qualidades, suas fragilidades, seu próprio jeito de ser... Tenha foco em você e
não se compare a ninguém, pois, comparando, você se enfraquece e perde as
forças para ser uma pessoa melhor a cada dia.

Um outro comportamento que pode minar sua autoestima é


quando você não se coloca em primeiro lugar e sempre coloca o outro. Per-
ceba bem: sempre o outro, nunca você. Precisamos encontrar um equilíbrio.
Não veja como egoísmo e sim como fortalecimento, para que, estando bem,
você possa ajudar os outros. Pense com muito carinho, quebre as crenças
limitantes e se coloque em primeiro lugar.

Pensar e viver só no futuro ou no passado é mais um dos com-


portamentos sabotadores para o equilíbrio da sua autoestima. Se estamos só
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no futuro, isso irá gerar uma ansiedade enorme e, muito provavelmente, não
sairemos do lugar. Por outro lado, se estamos só no passado, podemos de-
senvolver uma depressão terrível. Em ambos os casos, seremos conduzidos
a um vazio, que tentaremos preencher, muitas vezes, de forma equivocada.
Por isso, devemos viver o agora, o presente, já que é ele que vai fazer a dife-
rença, pois só ele é real em nossa vida. Viva cada momento com intensidade
e entenda que você é uma pessoa merecedora do melhor.

Guardar mágoas e rancores é também um comportamento que


pode fazer mal para a nossa autoestima, criando peso em nossas vidas. Por
isso, perdoe! Perdoar é libertador, não para quem está sendo perdoado, mas
sim para quem está perdoando.

Acredite, você é uma pessoa especial! Faça o melhor por você, se


ame, mas se ame muito! Olhe-se no espelho e observe se você está tendo
alguns desses comportamentos que estão te derrubando. Pare já e entenda o
que realmente vai te ajudar nesse momento da sua vida.

Vou te ensinar agora três ferramentas de transformação, para te


ajudar no fortalecimento da sua autoestima. São três listas: a primeira é a lista
da luz, da sua luz. Você vai se sentar, relaxar e escrever tudo de bom que há
em você: suas habilidades, o que você faz com facilidade, o que você gosta
no seu físico, o que você gosta da sua personalidade, suas qualidades, o que
você gosta, o que te traz prazer e segurança, o que você valoriza e admira em
si mesmo. Não economize!

A segunda ferramenta, é a lista das sombras, na qual você vai es-


crever tudo que você não gosta em você (no seu físico, na sua personalidade,
em seus pensamentos, atitudes, palavras, etc.).

A terceira lista é a do prazer, na qual você registrará tudo o que


você ama fazer, o que dá muito prazer (escreva tudo que te eleva e te fortale-
ce, tanto dentro de casa como fora, onde você gosta de ir, coisas que gosta de
fazer, tudo que te dá vida e alegria).

Ao terminar as três listas, você poderá ler várias vezes e refletir. Na


lista da luz, está tudo o que você tem de bom, tanto interna quanto externa-
mente. Aqui você vai lembrar tudo de bom que há em você, vai se valorizar e
se fortalecer.

Já a lista das sombras, preciso que você entenda que ela é muito
importante, pois será o ponto de partida para você se conhecer, se aceitar e
transformar o que for possível. Compreenda também que algumas coisas
não vamos conseguir mudar, e tudo bem, pois, a partir do momento em que

40
Desperte Sua Essência

nos aceitamos, tudo flui melhor.

Seu trabalho com a terceira lista, a do prazer, será ler e programar


sua vida para realizar o que gosta de fazer. A vida passa muito rápido, não
deixe para amanhã! O prazer é um gerador de energia e todos nós precisamos
muito disso.

Você pode fazer alterações nessas listas sempre que sentir neces-
sidade. Leia cada uma delas sempre que puder, faça as modificações neces-
sárias para melhorar sua vida e fortaleça sua autoestima.

Entenda que você é responsável pela vida que tem hoje e pela pes-
soa que você é hoje e, se está feliz com sua colheita, ótimo! Todavia, se não
está, tudo bem, porque sempre é momento de mudar as sementes e fazer
uma nova plantação, para que uma nova colheita surja, com frutos de uma
pessoa mais feliz e mais realizada.

A palavra-chave é atitude!!!

41
Jessé Ulisses é um profissional que valoriza o acolhimento nas
relações. É Palestrante, Escritor, Coach, Analista Corporal e Compor-
tamental.
Passou por várias situações em sua busca pelo meu propósito de
vida, que o lapidaram e prepararam para entender que todo ser hu-
mano tem o seu valor, inclusive ele mesmo.
Começou sua vida profissional trabalhando com o pai; depois, atuou
na área da informática em diversas profissões. Em seguida, se for-
mou como coach da gratidão financeira, fez a formação de analista
corporal e comportamental e hoje se dedica a levar o valor do autoco-
nhecimento para seus clientes.
Sua expertise está em cuidar das dores emocionais das pessoas,
mostrando que existem motivos para ser feliz por trás disso, motivos
esses que nos fazem ser mais do que pensamos ser.
Paulista, adora jogos, viajar, ler, conhecer histórias e lugares, animais,
natureza e compartilhar experiências. É Bacharel em Ciência da Com-
putação e Pós graduando com MBA em gestão da psicologia organi-
zacional.
Parte 3

““(...)toda vez que seu jeito de ser e amar for


diferente do jeito de ser e amar do outro, você
vai respirar fundo e repetir mentalmente: “cada
um tem o seu papel e juntos nos completamos
para sermos melhores. Gratidão por você ter as
qualidades que me faltam”.

Jessé Ulisses
9 - O medo de não ser amado

O medo de não ser amado é interpretado por cada indivíduo de


uma forma diferente. Para alguns não ser amado é ter suas ideias rejeitadas
e incompreendidas; para outros é ser deixado de lado e ter seus sentimentos
negados; para outros, ainda é ter suas atitudes mais valorizadas do que a si
próprio; outro grupo não se acha amado quando vive em um ambiente que
não passa segurança; e, por último, existem aqueles que não se sentem ama-
dos quando não são reconhecidos por seus esforços.

Bem... agora que sabemos o que faz as pessoas não se sentirem


amadas, podemos observar quando isso acontece para que elas se sintam
assim. Muito provavelmente, você já deve ter pensado: “Ah essa é fácil! Acon-
tece quando o outro faz isso conosco.” Você tem toda a razão; porém, nós só
não seremos amados quando, além do outro fazer isso conosco, nós tam-
bém o fizermos conosco mesmos.

Quantas vezes você rejeitou suas próprias ideias e pensamentos;


deixou de lado seus sentimentos e engoliu o choro; valorizou mais as situa-
ções do que você mesmo; se deixou de lado para manter as aparências ou
negou seus próprios feitos?

Agora que sabemos que, para nos sentirmos não amados, duas
condições precisam ser satisfeitas (o outro precisa não demonstrar o nosso
tipo de amor por nós e nós mesmos precisamos não manifestar esse amor
próprio), podemos deduzir que o medo de não ser amado provém de colocar-
mos no outro a responsabilidade de demonstrar amor por nós, para que ele
seja o único responsável por essa falta de amor que sentimos.

Vou ilustrar para que fique mais claro. Imagine que seu coração
tem uma porta que impede que o amor se vá e essa porta precisa que duas
trancas sejam abertas para que a porta se abra e o amor se vá.

Imaginou? Ótimo! Agora imagine que uma das trancas é de sua


responsabilidade e a outra das pessoas com quem você se relaciona. Quando
você mantém a sua tranca bem segura, demonstrando amor por você, mes-
mo que o outro não demonstre, você não deixará de se sentir amado, pois
sentirá seu amor próprio.

Ah! Não se esqueça de que você também tem a chave de uma


das trancas do coração das pessoas com quem você se relaciona! Então,
44
Desperte Sua Essência

você tem a responsabilidade de identificar o tipo de demonstração de amor


que fará a outra pessoa se sentir amada, para que a tranca do coração dela
finalmente se abra para você.

Por tudo isso, que tal observarmos em quais momentos deixamos


que nosso amor próprio se vá e trocarmos esses momentos por demonstra-
ções de nosso amor por nós? E também observarmos quando falhamos em
demonstrar nosso amor pelo outro?

Apenas tentar pode valer a pena. Experimente!

45
10 - O outro não faz o que eu quero

É quase um pensamento de senso comum que devemos cobrar


do outro aquilo que fazemos para ele, certo? Porém, esse pensamento pode
causar muitos conflitos.

“Como assim, Jessé?”

Primeiramente, como conversamos anteriormente, cada pessoa


tem a sua forma de se sentir amada e, por isso, tem um jeito particular de ex-
pressar o seu amor. Se você se sente amado quando suas ideias são aceitas
e acolhidas, você vai tender a expressar seu amor de forma racional. Agora,
imagine que seu parceiro se sente amado quando os sentimentos são acolhi-
dos. Seguramente, a forma dele expressar o amor será mais emotiva. Então,
como será esse relacionamento se cada um cobrar do outro a sua forma de
ser amado?

Percebe porque cobrar o que você faz do outro pode não dar certo?

Outro ponto que reforça que devemos mudar esse modo de nos
relacionar é a definição de empatia. Empatia é a capacidade de se colocar no
lugar do outro e fazer por ele o que você gostaria que ele fizesse por você.

Porém, aqui temos uma armadilha que devemos tomar muito cui-
dado. Empatia é fazer o seu melhor para que o outro se sinta bem e amado, e
não fazer para o outro o que faz você feliz.

Imagine que você vai vir almoçar na minha casa e como eu quero
te agradar, escolho fazer para você o meu sorvete favorito, sabor pistache.
Você vai gostar? Provavelmente não, se esse não for o seu sabor favorito tam-
bém. Então, para ser verdadeiramente empático preciso primeiro descobrir
como te agradar.

Agora sabemos porque é importante entendermos o nosso modo


de ser e amar e também o jeito de ser e amar do outro. Quando nos entende-
mos, podemos nos blindar das frustrações com relação às atitudes do nos-
so parceiro e, quando entendemos o outro, podemos ver a manifestação de
amor dele nas atitudes que antes julgávamos serem afrontas.

Quer ver como essa atitude funciona mesmo e você já a coloca em


prática no seu dia a dia? Por acaso você se zanga quando não usa uma chave
46
Desperte Sua Essência

de fenda para cortar um pão ou quando não usa o seu carro para nadar ou
ainda quando um peixe está vivo dentro d’água?

Portanto, que tal fazermos uma prática nova: toda vez que seu jeito
de ser e amar for diferente do jeito de ser e amar do outro, você vai respirar
fundo e repetir mentalmente: “cada um tem o seu papel e juntos nos comple-
tamos para sermos melhores. Gratidão por você ter as qualidades que me
faltam”.

47
11 - Comunicação

Agora que sabemos que cada pessoa tem o seu jeito de ser ama-
da, de expressar o seu amor e que devemos respeitar o papel de cada um na
relação, ainda falta ajustar uma questão: a comunicação!

Aqui temos uma situação muito parecida com a que conversamos


no capítulo anterior. Temos duas pessoas com nuances diferentes na forma
de falar, se expressar e interpretar o mundo, tentando se entender.

É como se um americano estivesse falando em inglês com um


japonês, que só entende o seu próprio idioma.

Assim como acontece no exemplo que eu dei, para que a comu-


nicação possa acontecer é necessário encontrar uma língua que ambos en-
tendam ou um intérprete que possa mediar a comunicação. Esse intérprete
pode ser um terapeuta, um constelador, um coach ou um psicólogo. Esses
profissionais podem orientar o casal com relação à linguagem do amor de
cada um deles, e isso fará uma grande diferença.

Porém, existe uma outra linguagem mais profunda, que mostra


como cada pessoa interpreta a vida e essa linguagem são poucos profissio-
nais que sabem identificar, por isso precisa ser escolhido com cuidado.

“Mas, Jessé, por que tem que ser um profissional? Não pode ser
um amigo ou parente?”

Como eu disse antes, existem 5 formas de interpretar o mundo.


Desse modo, você corre o risco de pedir um conselho para um amigo, dizendo
a ele que busca segurança sobre uma situação na qual você não está se sen-
tindo valorizado e ele responder que “isso acontece” ou “que isso é normal”.

Se você sentiu a dor de imaginar essa cena, reflita: como será que
seus conselhos são recebidos? Por isso, para ajustar a comunicação nos re-
lacionamentos é necessário que você ajuste a forma de falar para que ela seja
parecida com a forma de interpretar o mundo do outro.

Se você fez os exercícios anteriores, você já deve estar perceben-


do algumas sutilezas na forma do outro se comunicar; se ele fala de forma
mais lógica e racional, você deve falar mais seguindo um “caminho”, como se
você estivesse contando uma história com começo, meio e fim; se ele fala de
48
Desperte Sua Essência

forma exagerada e sentimental, deve colocar um pouco mais de emoção na


sua fala; se ele fala de forma mais fria e racional, deve tirar mais a emoção da
sua fala e dar mais controle para o outro; se ele fala de forma mais detalhista
e metódica, deve colocar mais detalhes na sua fala; se ele fala de forma mais
encantadora e competitiva, tente colocar um pouco mais de bajulação na sua
fala.

“Ah! Mas, por que eu tenho que ajustar a minha fala?”

Por dois motivos: o primeiro é que você quer que a relação dê cer-
to. E o segundo é que é você quem está participando da jornada de leitura
desta obra, portanto o outro não conhece o que você aprendeu até aqui.

Pense nisso!

49
12 - As mágoas do passado

Mágoas são resultados das frustrações que tivemos ao longo da


vida, muitas vezes por querer que o outro agisse como nós. Essas frustrações
ficam impressas em nossa mente, acumulando lixo emocional, reforçando
traumas e pensamentos negativos que, com o tempo, podem até acabar se
tornando doenças.

Com o que vimos até agora, podemos perceber que acumular es-
sas mágoas é um engano que cometemos na esperança de termos razão e,
assim, justificarmos as brigas. A verdade, porém, é que as mágoas não justi-
ficam nada e ainda impedem que você consiga coisa melhor.

“Tá legal, se as mágoas são tão ruins assim, como nos livrarmos
delas?”

O melhor antídoto para as mágoas é o perdão. E aqui quero deixar


logo um aviso: perdoar não é aceitar e deixar que façam o que quiserem com
você. Perdoar é deixar que a mágoa se vá, para que você possa fazer uma
limpeza interna.

Quer dizer que é fácil perdoar e deixar a mágoa ir? Claro que não!
Existe um benefício em manter essa mágoa, como eu disse antes, que é jus-
tificar as coisas erradas, mas a verdade é que esse benefício é uma mentira.

Sua mágoa por uma pessoa não justifica ela ter feito o que fez e
muito menos justifica você reagir como reage ou reagiu. A verdade é que você
agiu de acordo com a interpretação que tem do mundo em que vive.

O desafio de hoje é selecionar uma situação que tenha te mago-


ado no passado e analisá-la, para ver onde as coisas não saíram como você
tinha planejado. Em seguida, você vai pensar sobre qual foi a interpretação
que a pessoa fez da situação com o que conversamos até aqui. Depois, es-
creva tudo o que está sentindo sobre essa situação numa folha de papel, e
então você vai queimar esse papel ou rasgá-lo em pedaços bem pequenos,
enquanto diz: “me livro dos sentimentos ruins que me prendem ao passado”.
Por último, vai jogar as cinzas ou os pedacinhos no vaso sanitário, enquanto
imagina todo o lixo indo embora.

Realize o desafio e abra espaço interno para que novas coisas


aconteçam!
50
Aline Calixto é um ser que acredita na paz interior, na felicidade,
nas pessoas e, principalmente, na lei da evolução. Utiliza dos conheci-
mentos de Master Coach e PNL, Terapeuta, Analista Comportamental
e Palestrante, mas o que mais faz, na verdade, é estar presente na
hora que escuta, vê e sente seu cliente.
Em 25 anos de vivências na área do desenvolvimento humano, apren-
deu que, na verdade, todos os seres humanos são eternos aprendizes
e cocriadores da realidade.
No momento, desenvolve três programas: o Believe, o Be Unique e o
Be Happy, pois acredita nos sonhos e na vida.
Desde abril de 2018, incentiva o funcionamento de um espaço conhe-
cido como Shanti, e acredita verdadeiramente ser um lugar onde as
pessoas possam se encontrar consigo mesmas, de forma legítima e
amorosa.
Seu maior talento está em cuidar, inspirar e perceber o que as palavras
às vezes não dizem, mas que a alma sente de forma tão profunda, tor-
nando-se espelho para que as pessoas se percebam e encontrem a
resposta ou a cura que existe dentro dela.
Mineira de alma, corpo e coração, adora aprender coisas novas, pra-
ticar a fé, conectar-se com a natureza, escutar música e conhecer
lugares.
Aperfeiçoou sua prática quando Deus a colocou em teste, em dor, mas
também em alegria; na presença, mas também na ausência; na far-
tura, mas também na carência; e, ao longo de 41 anos, vem tentando
ser melhor do que foi ontem e menos do que pode se tornar amanhã.
Parte 4

“Dizer que você é causa e não consequência é


deixar de reclamar, é não dar desculpas, não cul-
par ninguém, não se vitimizar. É, de outro modo,
adequar-se ao tamanho que a situação exige e
atuar como protagonista da sua jornada, como
protagonista da sua vida.”

Aline Calixto
13 - Encontro de almas que têm um jeito diferente de ser

Hoje é domingo, dia 29 de dezembro de 2019. É uma simples tarde


de verão e, enquanto escrevo, estou aqui a escutar a trilha sonora de um filme
encantador, La vita é bela, e fico a refletir sobre quantos ensinamentos pode-
mos retirar dessa obra de arte, a fim de conduzi-los até nossos cruéis e doces
dias, para deixá-los mais aquecidos e ternos.

Nesse filme, é possível tirar várias lições e a primeira delas refe-


re-se a honrar a nossa história e quem veio antes. Você já parou para refletir
o quanto as pessoas que vieram antes de você prepararam o ambiente e as
condições físicas, emocionais, políticas e econômicas para que você desfru-
tasse de um ambiente melhor, mais acolhedor e, principalmente, mais propí-
cio à sua evolução?

O “bom dia, princesa” do personagem ficou como um despertar


agora dentro de mim, como o início de uma caminhada que não teve fim e
que nunca mais terá. Esse filme fala mais do que amor, ele exala alegria, feli-
cidade e trata de uma jornada encantadora: a de acreditar e de ter resiliência
perante as adversidades da vida, para que contaminemos positivamente tudo
que está ao nosso entorno e todos aqueles que, de alguma maneira, compar-
tilham da nossa vida.

E podemos começar a divagar sobre infinitos aprendizados.

Eu posso dizer que, somente depois que eu me encontrei comigo


mesma, é que existiu verdadeiramente a competência da felicidade na minha
vida. Foi nessa jornada de autoconhecimento, de uma busca interna de mim
mesma, por mim mesma e para mim mesma, que eu aprendi o quanto a feli-
cidade está dentro e nunca fora, o quanto as respostas estão dentro e nunca
fora e, especialmente, de como somos responsáveis pelos nossos próprios
sorrisos.

Eu quero aqui prestar não só uma homenagem aos judeus, mas ir


muito além e ser grata por cada ser que já passou pelo planeta Terra.

Eu quero honrar a todos que já puderam desfrutar da vida e de


todos os seus sabores, mas em especial aquelas pessoas que têm um jeito
diferente de ser, aquelas pessoas que conseguem olhar para fora com olhar
diferenciado. Esses olhares, como que, em um passe de mágica, conseguem
transformar, a todo momento, situações adversas em situações positivas, si-
54
Desperte Sua Essência

tuações dolorosas em situações de aprendizado, pois conseguem transmutar


em eloquência a alegria, a dor em amor e o amor em luz.

O que eu mais tenho aprendido aqui é ter esse olhar de gratidão


sobre a vida. Esse olhar é capaz de mudar todas as perspectivas reais e ima-
ginárias em uma alquimia ainda não explicada, mas que conduz a um cami-
nho certo de felicidade e de sucesso, independente do que seja sucesso para
você.

Isso é viver com otimismo, e nada vale mais do que a capacidade


de ver sempre o lado positivo das coisas.

Além de acreditar nas pessoas e na paz, eu acredito que o otimis-


mo real é aquele que transforma interferências em recursos. Ele habita nas
pessoas que conseguem acreditar que existe algo maior, algo além delas. As
interferências são propostas que ainda não conseguimos compreender e, por
isso, às vezes, elas se tornam pedras, embora possa vir a ser relevante utili-
zá-las no processo.

Outra lição que tiro é a importância de viver como se fosse real


até que seja. Umas das soluções que tenho mais aprendido na vida é que
somos criadores da nossa realidade e, a partir do momento que usamos toda
a nossa fisiologia, mente, desejo, emoções e pensamentos, somos capazes
de constituir e de construir qualquer coisa, qualquer realidade.

Acredite e tente, insista no seu projeto até que ele dê certo, pois
você é um projeto de Deus, feito para dar certo.

É necessário olharmos as circunstâncias sob um novo ângulo,


com uma mentalidade diferente. Seja o condutor, aja rápido, aprofunde e
aproveite a oportunidade, seja criativo e acredite em sua causa.

Acima de tudo, divirta-se no processo, utilize os recursos que você


tem enquanto ainda não adquire ou recebe os que você quer. Sempre será
assim! Você sempre vai ter uma visão além dos recursos do momento, pois
eles são concedidos às pessoas que conseguem fazer da visão uma realida-
de. Para isso, é necessário que você entenda que você é muito maior do que
o momento presente e que o merecimento já ocorreu quando você foi capaz
de visualizar.

Essa é a prova de que tudo depende da sua mente, pois o que ela é
capaz de imaginar, você é capaz de realizar. Se eu puder, em alguma instância,
te dar um conselho nesse caminho, eu diria para que você treine todos os dias
com resiliência, com amor, com energia, com vontade para que, quando o que

55
deseja se torne realidade, você consiga perceber e desfrutar.

Entenda, contudo, que a jornada não será só de flores, mas tam-


bém de momentos decisivos, para, enfim, se aglutinarem com os momentos
bons e únicos. Cabe a você conseguir e perceber em qual deles você quer
focar, visto que, onde colocamos o nosso foco, as coisas se expandem.

Nesse processo, é importante que você agregue confiança, auto-


confiança, fé e atitude. É necessário que você queira ser o protagonista e que
não deixe a vida te conduzir, mas que você a conduza sempre.

Por tudo isso, eu te digo: o mesmo trabalho que dá para sonhar


pequeno é o que dá para sonhar grande. Sendo assim, sempre que estiver es-
tagnado, espere, pois a criatividade vai chegar. Essa é a hora que eu confesso
acreditar em milagres, pois eu entendo que milagres são “coincidências” em
que Deus prefere não aparecer, mas é quando Ele age, contribuindo para que
os nossos sonhos se tornem realidade.

Simplesmente tudo vale a pena se a alma não for pequena, já dizia


o poeta.

E, como seria, se você se importasse apenas em realizar os seus


sonhos, não se incomodando com as opiniões dos outros?

A realização e a conquista são para as pessoas que tem um jei-


to diferente de ser. Espero que, juntos, consigamos construir mais autoamor,
mais autocompaixão, mais autoconhecimento, para que sejamos causa e
não consequência, a fim de que, de uma vez por todas, entendamos que não
viemos ao mundo a passeio.

56
Desperte Sua Essência

14 - Dependência, codependência ou independência?

Esse é o fluxo natural de qualquer ser humano: todos partimos de


uma dependência física absoluta até que cheguemos à independência com-
pleta. Porém, por diversos motivos, muitos de nós, senão todos, em alguma
instância, nos mantemos em dependência ou codependência emocional, e é
aí justamente que mora o nosso dever de nos tornar melhores a cada dia e
nos desenvolvermos em independência.

O primeiro passo para mudar esse fato é ter clareza de qual po-
sição você está; o segundo é assumir e entender o porquê você se encontra
nesse ponto; e o terceiro é saber que isso pode ser uma disfunção temporária
e, como qualquer disfunção, ter nítido o que você ganha ou perde ao perma-
necer como está ou ao decidir mudar é fundamental.

E o que é disfunção? É estar abaixo de um ponto ótimo, padroniza-


do pela maioria (deixando claro que a média não deveria ser parâmetro para
ninguém que deseja mais da vida). É importante ressaltar também que, em
qualquer disfunção, existem graus de intensidade.

Antes de falar de como nós, pessoas codependentes, podemos


nos tornar independentes, precisamos saber que ser codependente é uma
condição psicológica em que uma pessoa se apega emocionalmente à outra.
Os relacionamentos acontecem da junção das esferas do eu e do outro, pro-
duzindo uma intercessão conhecida como NÓS. Ressaltando que não ocorre
uma fusão, e sim a criação de um novo espaço multifuncional de conexão.

Precisamos também deixar claro que em certo grau, momentos ou


áreas, a codependência pode ser funcional, mas qualquer anulação ou cessão
das esferas individuais nos relacionamentos deixa de ser funcional, pois a co-
nexão e a troca existente em qualquer relação também se esvai. E isso não é
saudável, isso não está de acordo com a lei de evolução do Universo.

Todo relacionamento é composto de uma porcentagem para cada


pessoa, lembrando que é diferenciada e específica para cada tipo de relação.
Isso significa que eu preciso ter contribuição de x% nos meus relacionamen-
tos para que ele seja equilibrado, caso contrário, ele vai ser um relacionamen-
to doentio.

Sendo assim, o sofrimento vem desse desequilíbrio, e isso faz com


que desenvolvamos crenças de que relacionamentos não são bons ou cren-
57
ças sobre si mesmo, como pensar que não sou suficiente, que não sei me
relacionar, que não mereço estar nesse relacionamento e, principalmente, que
eu não consigo fazer nada diferente, a não ser viver na sombra do outro. Es-
sas situações podem gerar casos de autoabandono, de perda de segurança e
problemas de autoestima, medo, ansiedade, dentre outros.

Crenças opostas a essas também podem acontecer, quando sen-


timos que damos mais em uma relação do que recebemos ou esperávamos,
o que está ligado a diversas questões internas da visão que temos de nós
mesmos, fato esse que também altera a nossa responsabilidade sobre a re-
lação.

Vamos pensar fora da caixa e entender que independência é uma


habilidade/competência e que pode ser desenvolvida. A partir daí, criamos
responsabilidade, e posso cocriar uma existência, dizendo: “eu posso, eu con-
sigo, eu mereço”, para que haja base ou terreno para progredir na construção
da competência da independência e minimizar os sabotadores que podem
existir por trás da codependência.

Quando falamos em independência, é preciso entender que esta-


mos apontando para o desenvolvimento da autonomia, autogestão e deter-
minação.

E o que é autodeterminação? É aquilo que faz com que iniciemos


qualquer ação por vontade própria, simplesmente porque queremos fazer
algo e nos autodeterminamos a fazer. A ciência diz que a autodeterminação
está proporcionalmente ligada com a motivação. Ser motivado é ter um mo-
tivo que nos leve a entrar em ação. E esse motivo, geralmente, está atrelado a
uma ação emocional. A motivação é o que nos move e ela pode ser intrínseca
ou extrínseca.

Vamos nos concentrar na motivação intrínseca, aquela que faz


com que eu faça qualquer ação por vontade e não pelo resultado que ela vai
gerar. Saber disso é libertador, pois quantas foram as vezes que começamos
algo e não terminamos?

Existem diversos níveis de motivação intrínseca, motivação para


se interessar, para querer, para iniciar e para realmente chegar à conclusão.
Ela está ligada ao prazer de executar a ação.

Essa é a chave: é preciso desenvolver formas para que vejamos


prazer em executar, pois vendo prazer, você vai querer cumprir todas as ações
que são necessárias para te aproximar do seu objetivo final.

58
Desperte Sua Essência

Entretanto, se o foco estiver no que se conseguirá quando concluir,


a motivação pode se findar ou não ser suficiente. É importante que enten-
damos que, se otimizarmos as ações, aumentaremos a produtividade, pois
melhoraremos performance, resultados e bem-estar, ou seja, promoveremos
autorregulação.

A motivação intrínseca possui três componentes fundamentais:


Autonomia, Competência e Relacionamento.

Autonomia é estar em harmonia com o interno de forma que te-


nha controle para executar. Competência é interagir com tranquilidade com
o meio ambiente, seja ele qual for. E relacionamento, é entrar em conexão de
sucesso com o outro.

Esse assunto é extenso e intenso. Por isso, está claro que não será
do dia para a noite que nos tornaremos independentes, mas sim com ações
diárias e pequenas. Mesmo que em nossa infância tenhamos sido totalmente
dependentes para sobrevivermos, agora já não somos totalmente dependen-
tes emocionalmente.

Mesmo que, na velhice, nos tornemos novamente dependentes


para exercermos nossas atividades de vida diária, nascemos e morreremos
sozinhos, em termos de companhia. Isso deixa claro para nós que, felizmente,
já existe e nunca se extinguirá, uma considerável independência emocional.

59
15 - Pelos caminhos da autoestima

Eu aprendi com o tempo que a verdadeira autoestima é o amor


próprio. Entretanto, quando conseguimos, ao mesmo tempo, dar ao outro o
mesmo amor que damos a nós mesmos, cumprimos o segundo maior man-
damento: amai ao próximo como a ti mesmo.

Estima é capacidade de estimar e a autoestima é a capacidade


de estimar a si mesmo, é valorizar e perceber a si, é se amar. Não é estimar
somente o que é bom, é ter percepção completa de quem somos, aceitando-
-nos na totalidade e não reverenciando aquilo que queremos ser.

Dar ênfase ao que outro gostaria que fôssemos é a ilusão mais


tola de conquista de mais amor e aceitação. Entretanto, evoluir é uma lei, por-
tanto, a melhora contínua é obrigatória, isso é inquestionável, é da vida. Sendo
assim, aceitar-se e aceitar ao outro é um dever.

Na constelação familiar, há uma frase que diz assim: eu amo você


e tudo aquilo que te conduz. Será que nos amamos e amamos o outro a esse
ponto? Será que se tivéssemos uma oportunidade ou uma borracha não apa-
garíamos nada?

Creio verdadeiramente que o autoamor é capaz de diminuir nos-


sas necessidades em relação ao outro, como reconhecimento, falta de amor,
falta de compreensão, cobrança... Além disso, fica mais fácil entender a im-
perfeição do ser humano, iniciando, desse modo, um processo de focar nas
qualidades e competências de cada um.

Pense na sua capacidade de amar, na sua real necessidade de ser


amado. Você também consegue concluir que só vamos poder ter um mundo
melhor se construirmos um mundo melhor, partindo de nós?

Exerçamos a real humildade, sejamos exatamente como somos,


nem mais nem menos. Trabalhemos a humildade, vejamos o que existe
dentro que pode aflorar e o que precisa ainda melhorar. Com essa clareza, o
sentimento de menos valia, soberba e inveja diminuem, pois aproxima-se a
autenticidade.

Pela visão da ciência, a autoestima é produzida internamente e


pertence a uma via de mão dupla, pois gera alegria, otimismo, determinação e
confiança, assim como esses sentimentos também produzem a autoestima.
60
Desperte Sua Essência

Assim, podemos concluir que a criamos, e se criamos também jul-


gamos, nos autojulgamos. Todas as vezes que alguém se comunica conosco,
independente da forma com que essa comunicação aconteça, a mensagem
recebida passa por um filtro, que também aloja todas as nossas crenças, ou
seja, tudo aquilo em que acreditamos.

Portanto, o que chega até seu pensamento foi alterado de acordo


com sua referência e sua realidade, não importando o que o outro, na verdade,
comunicou ou pensa de você. Pessoas mais pessimistas julgam mais nega-
tivamente e pessoas mais otimistas julgam mais positivamente, de acordo
com as suas crenças sobre aquele assunto.

Conectando todos os pontos, tudo que acredito sobre alegria,


otimismo, determinação e confiança vão produzir sentimentos que guiarão
comportamentos. Mas o que são esses sentimentos?

Confiança é aceitar a vulnerabilidade, somando a crença otimista


das intenções do outro. Quando eu aceito expor minhas qualidades, talentos
e pontos fracos, eu entendo que o olhar do outro sobre mim poderá ser de
forma positiva como o meu.

Uma consideração importante a se fazer sobre a confiança é que


ela é a somatória do senso de confiança (capacidade que acho que tenho) e
senso de valor próprio (o quanto eu acho que eu mereço, que sou digno).

Otimismo é acreditar e olhar as coisas por um lado positivo, mes-


mo que esteja difícil achar que determinada situação vai terminar bem. Quan-
do tenho pensamentos positivos, provavelmente, eu vou atrair coisas positi-
vas e espero por desafios com desfechos favoráveis.

A determinação, ou a persistência no que se deseja, vem de uma


decisão após uma reflexão (eu determino a ação, ou seja, eu a condiciono, eu
a guio, eu dito a direção).

Cabe aqui diferenciar persistência de resistência. Resistir é impri-


mir uma força contra o que gera dor. Já a persistência promove êxito e ganho.

E, por último, mas não menos importante, a alegria. O prazer de


viver, contentamento e encantamento... Ser feliz, respeitando as necessidades
e interesses próprios. Interesse é aquilo que eu quero buscar, e necessidade
tem a ver com desejo, ligado a um conceito básico de existência.

Conhecer as próprias necessidades é muito importante, pois elas


dizem da sobrevivência emocional e normalmente não são negociáveis.

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Quando tentamos, o resultado é frustração e baixa de autoestima. Então, para
que você seja feliz é necessário que você atenda aos seus interesses e às
suas necessidades.

Norman Vincent tem uma frase que confirma a capacidade de co-


criação:

“O pensamento positivo pode vir naturalmente, mas também pode


ser aprendido e cultivado; mude seus pensamentos e você mudará o seu
mundo.”

Isso significa que, se eu ressignifico as minhas crenças e a forma


como eu as vejo, automaticamente, mudo o meu mundo e altero a realidade.

Todos nós temos autoestima em algum grau, e esse nível serve


de termômetro, que pode subir e descer quando variamos períodos, fases e
áreas da vida. Quando, por algum motivo, estiver com a autoestima em baixa,
tente identificar a causa. Quais são os valores ou crenças que estou usando
naquele momento que estão fazendo com que a minha autoestima seja aba-
lada?

Trabalhe o senso de merecimento e, principalmente, o senso de


capacidade de fazer as coisas porque você é o único que pode mudar a sua
vida.

E, por último, quero fazer uma correlação entre sistema imunológi-


co emocional e autoestima.

O sistema imunológico emocional é direcionado às emoções, que


podem ser positivas e negativas. Sempre que a nossa autoestima está bai-
xa, nós produzimos lesões psicológicas. Elas podem ser pequenininhas, mas,
somadas vão gerar uma lesão significativa. Elas também podem acontecer
de uma só vez, ocasionando uma lesão maior. Independentemente da forma
que a lesão apareça, a longo prazo, pequenininhas, médias ou grandes, essas
lesões são nocivas, pois atingem não só o emocional, mas o físico, o mental,
o energético e o espiritual, pois os sistemas funcionam de forma integrada.

Para acionar seu sistema imunológico emocional é preciso ter cla-


reza de onde a lesão vem e de quais nutrientes eu preciso para repará-la. Para
tanto, existem três itens fundamentais:

O primeiro deles é uma autonomia emocional. Ser autônomo é


ser dono, é ser responsável pelas reações emocionais. As emoções podem
ser treinadas por meio da Inteligência Emocional. É comum buscarmos nas

62
Desperte Sua Essência

outras pessoas o que não nos damos. Comece a observar o que te chateia
se o outro não faz. Só buscamos algo no outro porque nos falta determinada
competência.

O segundo é a esperança, uma palavra que significa acreditar que


dará certo um dia. Mesmo que inconsciente, a esperança de que algo vai
acontecer promove convicção. A autoestima precisa de convicções, nossa
terceira chave.

Precisamos de certezas, de autoafirmação, para que nos susten-


temos. A melhor maneira de fazer isso é valorizando o que você tem de bom,
ao invés de focar na busca do que você não possui ou não é tão bom.

Resumindo, a palavra chave para aumentar a autoestima é amor


próprio, e precisamos desenvolvê-lo. A adaptação dos versos de Kim e Ali-
son McMillen nos ajuda a entender que, quando nos amamos de verdade,
“compreendo que em qualquer circunstância, estamos no lugar certo, na hora
certa, no momento exato, então eu pude relaxar”. Isso é autoestima!

Percebemos que angústias e sofrimento emocional são sinais de


quando estamos indo contra nós mesmos... Isso é exercer a autenticidade,
sua verdade!

Paramos de desejar que a vida seja diferente e começamos a ver


que tudo que acontece contribui para o crescimento... Isso é amadurecimen-
to!

Percebemos o quanto é ofensivo tentar forçar alguma situação ou


alguém apenas para realizar aquilo que desejamos, mesmo sabendo que não
era o melhor momento porque a pessoa não estava preparada, e essa pessoa
poderia ser eu mesmo... Isso é respeito!

Começamos a nos livrar de tudo que não é saudável, pessoas, ta-


refas ou qualquer coisa que nos puxe para baixo... Isso é amor próprio!

Deixamos de temer o tempo livre, desistimos de fazer grandes


planos, abandonamos os megaprojetos do futuro, ocupando-nos só do que
achamos certo, da forma que gostamos de fazer e com nosso ritmo... Isso é
simplicidade!

Desistimos de querer ter razão e, com isso, erramos muito me-


nos... Isso é humildade!

Desistimos também de ficar revivendo o passado, e de nos preo-

63
cuparmos com o futuro, mantendo-nos no presente, que é onde a vida acon-
tece... Isso é plenitude!

Percebemos que a nossa mente pode e vai nos atormentar, decep-


cionar, mas, se nos colocarmos a serviço do coração, ela vai se tornar valiosa
e uma grande aliada... Isso é saber viver!

E este é o convite que eu te faço: ame-se! Primeiro e depois de


tudo, não se esquecendo de amar-se durante todo o caminho também.

64
Desperte Sua Essência

16 - Autorresponsabilidade: você é causa, não consequência

Apesar deste tema estar sendo um dos mais debatidos atualmen-


te no mundo do desenvolvimento humano, poucos sabem o que vem a ser
autorresponsabilidade.

Se separarmos as raízes da palavra encontramos auto, que signi-


fica de mim mesmo, respon, de responder e abilidade, de habilidade. Temos
aqui, então, o conceito de autorresponsabilidade: a habilidade de responder à
vida por mim mesmo. Sendo assim, quais têm sido as respostas e os posi-
cionamentos que temos dado para a vida e, sobretudo, para os desafios com
os quais temos nos deparado?

Eis um mantra que tem me acompanhado e tem feito muito senti-


do para mim: “É para frente que eu olho, eu sou causa, não sou consequência”.
Eu o aprendi em uma imersão e me empoderei de tal maneira que, hoje, de
frente a uma nova meta, objetivo, realização, coloco-me em um estado de
fisiologia física, mental e emocional que me conduzem não somente à au-
torresponsabilidade, mas à confiança, ao direcionamento e ao movimento,
apropriados para o meu funcionamento.

O que acontece é que, com a autorresponsabilidade, crio foco e,


com ele, as coisas crescem e acontecem, além, claro, de diminuir automati-
camente a distração, pois ela destrói.

Tudo o que eu vivi até hoje me trouxe até aqui, mas é tudo que eu
vou fazer a partir de agora, de novo e diferente, que vai me levar ao próximo
estágio. Portanto, a solução para todos os problemas e desafios, para que
você faça a sua vida ir para um próximo patamar, um novo resultado, um novo
contexto, está nas atitudes, nas escolhas e nas decisões que iremos fazer, a
partir de agora, no momento presente.

É preciso desenvolver uma mentalidade e as habilidades adequa-


das para que tenhamos o comportamento, a fala, as emoções e a espirituali-
dade necessárias e congruentes com nosso objetivo.

Fazer acontecer, não deixar a vida te levar, como diz a música, é


não permitir que o sistema externo e o ambiente de conflitos internos deci-
dam por nós. Dê a resposta que é adequada e gerencie a sua vida, o estado
presente.

65
E o que é poder gerenciar esse tal estado presente?

É a capacidade de programar positivamente, de atuar de forma


positiva nos pensamentos, nos modelos mentais, nas emoções e nos com-
portamentos. Administre as palavras, as condutas, os gestos, as orações e
se posicione para gerenciar, para fazer com que as coisas aconteçam, para
que elas não só sejam positivas, mas que elas tenham uma sequência, um
cadenciamento, e te orientem aos próximos passos, te aproximando cada vez
mais do seu objetivo.

Dizer que você é causa e não consequência é deixar de reclamar,


é não dar desculpas, não culpar ninguém, não se vitimizar. É, de outro modo,
adequar-se ao tamanho que a situação exige e atuar como protagonista da
sua jornada, como protagonista da sua vida.

Todos nós, em nosso ritmo, já estamos fazendo esse caminho,


pois ele é inevitável. O que está sendo pedido a você é consciência, a fim de
que você faça o processo focado no objetivo, para que vislumbre a importân-
cia que terá para o mundo se você se tornar ainda maior do que é.

Autorresponsabilidade é quando aceitamos que, por sermos cria-


dores, somos merecedores de tudo que temos de positivo e negativo. O que
temos nada mais é do que a colheita do que temos plantado e cultivado.

Este é o melhor conceito de autorresponsabilidade: colher o que se


planta e escolher a forma que se cultiva. Como diz Paulo Vieira, autor do livro
O Poder da autorresponsabilidade, só podemos estar onde nos colocamos, e
esse lugar diz das nossas escolhas, ações e comportamentos.

Qual seria o resultado se validássemos nossas competências,


melhorássemos nossas habilidades, treinássemos e nos colocássemos, se
nos expressássemos e déssemos sugestões? E se nossa performance fo-
casse em assumir, aprender, contribuir, ensinar, ter atitude e, principalmente,
se comportar congruentemente com o objetivo, propósito e missão?

Existe uma frase de muita significância para mim: ter disciplina é


ser discípulo. Ser discípulo é seguir algo, é ter comportamento adequado pe-
rante as escolhas, é ser livre para escolher onde e o que plantar, mas também
é ter a certeza de colher e se alimentar daquilo. A disciplina, desse modo, é a
ordem de plantio e colheita.

A partir do momento que entendo que disciplina é estar atuando


dentro daquilo que eu acredito, torno-me discípulo e seguidor dessa lei, e pas-
so a atrair pessoas, situações, desafios, tudo alinhado com aquilo em que eu

66
Desperte Sua Essência

acredito. Sendo assim, cuidado com o que você envia para o universo, cuida-
do com os sons que você faz, com os verbos que você usa e cuidado com as
falas, pois até na Bíblia diz: no princípio era o verbo, expressando o poder da
palavra, à qual o nosso corpo vai responder.

Nosso corpo é como um barco em um oceano gigantesco de


possibilidades, no qual seus pensamentos, emoções, palavras e ações são
os remos e o leme. É, por isso, muito importante que eles estejam seguindo
para o mesmo lado, alinhados, para que o barco saia do lugar, tenha sentido
e direcionamento. Os remos devem ser potentes e positivos para que o ca-
minho seja resultado e não consequência. Portanto, é necessário preparar a
musculatura não só do corpo, mas da mente, das emoções. Observe o que
entra e sai dos seus ouvidos, do seu olhar, da sua fala e de seu olfato. Perceba
também qual é a sua capacidade de perdoar, de sentir e de agir. Nisso resu-
me-se a sua performance.

Que autorresponsabilidade é a capacidade de responder já sa-


bemos, mas a questão é como se responde: quais palavras, pensamentos,
crenças, vibração, frequência, sentimento, registros positivos e negativos uti-
zamos?

Qual é o seu dialeto? As palavras são relevantes, mas lembre-se


de que elas são só 7% dos 100% da comunicação. Outros 38% do que se
comunica são ritmo, volume, potência, cadência, e os 55% restantes são a
parte não verbal que transmitimos. Não se iluda. Não respondemos para a
vida somente através das palavras.

Nesse aspecto, qual é a congruência sistêmica que está usando?


Você fala para o mundo externo, mas também para o interno. E, ao falar com
o seu interior, você reforça as crenças por uma química, com reagentes, pro-
dutos e catalisadores.

Sim, já temos uma programação! Mas a boa notícia é que você


pode desprogramar, reprogramar, substituir ou reforçar alguma programa-
ção. A fórmula para fazer isso é esquecer frases do tipo: “eu quero, eu vou
tentar, vou fazer o que dá, vou fazer o possível”, pois os resultados serão
medíocres. Para ter resultados extraordinários é necessário ser uma pessoa
extraordinária, com pensamentos extraordinários, emoções extraordinárias,
que vão fazer coisas extraordinárias para que, finalmente, os resultados se-
jam extraordinários!

67
17 - Você está preso em sua armadura?

A história de um cavaleiro real e bem parecido conosco, ligado a


várias questões mundanas que nos aprisionam, é o tema do livro O cavaleiro
preso na armadura, do autor Robert Fisher.

Se me permitir, quero compartilhar com você o que eu aprendi


com esse livro, navegar pelos pensamentos, falas e aprendizados do nosso
cavaleiro.

Então vamos lá!

Em suma, o livro oferece grandes lições sobre autoconhecimento.


E a primeira reflexão que trago é: O que você pensa a seu respeito é mesmo
real?

O que o nosso cavaleiro pensava sobre si não era. Tudo que o mo-
via era o deslumbre com a sua armadura, que lhe conferia a imagem perfeita,
atitude que o impedia de perceber algo além de si. Ao se trancafiar dentro da
sua armadura, ele acreditava se cercar com suas virtudes e perfeição, igno-
rando, assim, a vida real.

Um dia, rodeado de possibilidades ameaçadoras, devido à sua de-


cisão de não retirar a armadura, como, por exemplo, a perda significativa da
esposa e do filho, ele resolve se aventurar pelo caminho de seu despertar.

Abro parênteses aqui para dizer que ser o número um do mundo


nem sempre é ser o número um para si próprio. E, ao fazer essa troca, aceita-
mos os valores impostos pela sociedade e perdemos os próprios valores, nos
esquecendo do que mais importa, a própria essência.

Como nosso intuito é gerar autorreflexão, a segunda questão que


trago é te desafiar a dizer se você tem mais orgulho de ser quem você é ou se
prefere trocar isso pela aprovação dos outros, e se sujeitar à disponibilidade
das pessoas para receber elogios ou palavras de aprovação.

O problema, de ordem geral, está na expectativa que colocamos,


na ansiedade e codependência que criamos. O resultado sempre será uma
incógnita, podendo ser supervalorizado ou destoante, em relação ao empe-
nho feito.

68
Desperte Sua Essência

Uma coisa é certa: o autoconhecimento é um caminho estreito e


que se inicia com um ambiente frio, sombrio e, principalmente, solitário, fato
esse que alude ao questionamento: Qual é o caminho da verdade? Ele é real?

O maior segredo da vida talvez se encontre nessa reflexão. Vários


caminhos podem levar a um mesmo lugar, como está inclusive na Bíblia: “há
muitas moradas na casa do meu pai.” Desse modo, com certeza existe o ca-
minho da sua verdade, a questão é você se perguntar qual é. E sim, a sua
verdade também vai possuir vários lados, ela só não será universal, unânime
e eterna, e precisará fazer sentido para você.

Mas, na real, eu acredito que a verdade mais autêntica é conhecer


a si mesmo, pois o caminho será consequência e, a partir disso, você será
livre, sofrerá menos e será capaz de amar a si e ao outro, aceitando-os como
são.

Como diz um dos meus mentores, Gerônimo Thelm, a maior ba-


talha que lutamos é aquela que acontece dentro da gente. Fecho parênteses.

E lá se foi nosso cavaleiro para o desconhecido.

A parte mais substancial do livro relata três castelos pelos quais o


personagem passa, em sua trajetória: o castelo do silêncio, do conhecimento
e o da vontade e ousadia.

No primeiro castelo, percebemos como o silêncio é desafiador e


potente, pois ele consegue acalmar a mente, aproximando-nos da calma. As-
sim, a transparência e a clareza acontecem. E, como em um rio translúcido,
enxergamos, paradoxalmente, o conteúdo do rio e o reflexo externo da nossa
face.

E, assim como em uma fábula, acontece o encontro de você con-


sigo mesmo, e mais do que se ver, você se ouve, fala com seu íntimo e se
sente. Como mágica, aparecem suas melhores habilidades, competências,
vontades, desejos e preferências. Porém, sem distinção do que é luz e som-
bra, trazendo a dualidade como equilíbrio.

Partimos então para o segundo castelo. Ele fala do conhecimento,


da luz da vida. Traz a potencialidade e a claridade, pois nos demostra que,
mais importante do que aprender, é aplicar o aprendizado concebido.

Conhecimento, reconhecimento e o autoconhecimento são coisas


diferentes. O reconhecimento é o conhecimento sobre o que somos, vindo
dos outros. Ele nos engana e ilude do que somos por um tempo, mas logo

69
isso cai por terra, pois percebemos que só é possível reconhecer aquilo que já
é conhecido ou demonstrado, ou aquilo que reconhecemos dentro das nos-
sas crenças existentes.

Somente ao entender quem você é, você consegue deixar de bus-


car o amor dos outros e começa a buscar o autoamor. Após conhecer seu
potencial, você coloca essa luz para dentro e então passa a irradiá-la para o
mundo. Nesse momento, você entende que é feito de amor! Esse amor é o
seu maior potencial, é a sua melhor forma de contribuir com o mundo. Mas
também enxerga o outro lado que diz quais são as suas necessidades e o
que você precisa para se harmonizar. O que não pertence mais a você precisa
deixar ir para liberar espaço para que o novo entre.

Eis que se traz à luz o quarto questionamento desse texto: quais


são os seus potenciais de criação? Qual é a sua luz para o mundo?

O terceiro castelo trata da vontade e da ousadia. Ele demostra que


todos temos monstros que residem dentro de nós e que, às vezes, são verda-
deiros gigantes. Assim, parece que não nos resta nada a não ser nos sentir-
mos impotentes e ficarmos paralisados, sem reação.

É quando o cavaleiro percebe duas coisas: a primeira é que esses


monstros não são reais, são ilusórios como a dúvida, por exemplo. A segunda
é que existem outros personagens dentro dele que possuem sonhos, propó-
sitos e vontades, os quais ele quer vivenciar e dos quais não deseja abrir mão.

Precisamos exercer e entender a potência de todas essas perso-


nas: príncipes, fadas, reis, rainhas, bobos da corte e cavaleiros, para, então,
encaixá-las nos diversos momentos em que a vida nos pede para buscarmos
crescimento e evolução.

Mas, antes disso, como em qualquer jornada do herói, é neces-


sário que você enfrente aquilo que mais alimentou durante toda a sua vida:
seus medos e dúvidas. Mesmo sabendo que se tratam de ilusões, eles são
significativos o suficiente, pois te impediram até hoje de chegar onde você
gostaria de estar.

E qual seria o lugar onde você mais gostaria de estar?

Geralmente, todas as pessoas que chegaram lá, narram que é um


lugar onde sentimos um amor tão sublime, que conseguimos amar incondi-
cionalmente a nós mesmos e aos outros. Um lugar tão pleno que nele não
sente necessidade de aprovação, e sim a necessidade de contribuição. É tão
singelo que a gentileza, a atenção plena, a escuta ativa e as respostas brotam

70
Desperte Sua Essência

como se fossem uma nascente, sem precisar de qualquer estímulo.

Para toda essa jornada, existe um ingrediente especial: a coragem,


que se apresenta no livro resumida em uma frase: assim Deus deu ao homem
coragem e a coragem deu Deus ao homem (Fisher).

Coragem é uma palavra que, quando partilhada em dois radicais,


cor de coração e agem de agir, nos demonstra que agir com o coração é a
verdadeira coragem que precisamos. Com ela, somos capazes de solucionar
quaisquer questões, pois recebemos forças extras que nos trazem disposição
e entusiasmo.

Essas forças, sim, são forças inconscientes que vêm do que é in-
visível, e que, no meu mundo, eu chamo de Deus. Assim, nesse momento, re-
cebemos aquele empurrãozinho que nos encoraja e, principalmente, gera im-
pulso para que consigamos chegar onde queremos ou o mais próximo disso.

A sua visão sempre estará acima dos seus recursos. Entretanto,


tudo que a sua mente consegue conceber, você conseguirá realizar, embora
seja importante saber que sem esforço nada será possível, nada virá sem que
você faça a sua parte, pois Deus não tem escolhidos ou preferências.

Uma próxima chave que o livro traz é que de nada adianta que o
cavaleiro possua o Universo, mesmo assim ele nada possui, pois não pode
conhecer o desconhecido se ao conhecido ele se agarrar.

Nossa tendência é nos agarrarmos fortemente àquilo ou àqueles


a quem atribuímos valor, que, por diversas vezes, parecem ser mais impres-
cindíveis do que o ar que respiramos. Contudo, se estamos enraizados em
algo, se torna impossível trilhar qualquer caminho com leveza e beleza. Ao
enraizamento, às crenças, aos valores, às pessoas, aos conceitos, às dores,
aos sofrimentos, às cicatrizes, às feridas, às doenças e às histórias... Nada
disso agrega. Criamos ideias, as alimentamos e nos tornamos refém delas.

Para seguir adiante, é necessário permitir se soltar dos medos e


crenças e se atirar como o arcano maior do Louco na inconsciência, no des-
conhecido. Jogue-se, acredite em Deus!

Agora já é possível fazer a mais profunda pergunta: Será que você


sabe quem é você verdadeiramente?

Tenho certeza de que, na sua primeira resposta, você teve clareza


do que não quer. Mas, e o que se quer na essência? Poucos têm visibilidade
antes de chegar até esse ponto da jornada.

71
Entendendo que você não é as suas crenças, que você não é o que
você julga ser e que você não é culpado por nada, simplesmente por não exis-
tirem culpados, e compreendendo que estamos todos no Todo e o Todo está
em nós, chegamos à conclusão de que você não é o que pensa a seu respeito,
você não tem a identidade com a qual se rotulou e, por isso, você não precisa
estar vestido com a armadura, apesar de estar enjaulado nela.

Confie em você, acredite, você é uma vida com propósito e com


significado, com sentido, você é importante e único.

O cavaleiro entende que uma pessoa não pode fugir e aprender ao


mesmo tempo; ela precisa permanecer por algum tempo no mesmo lugar,
para poder se enxergar, se sentir, se cheirar, se ouvir, se degustar, se digerir,
extrair desse momento o que é essencial...

Estamos todos presos a algum tipo de armadura, que costuma-


mos chamar de máscara. Qual é a armadura que te prende? Qual é a parte de
você que ainda não consegue viver sem rótulos, que ainda não consegue ser
autossuficiente e ainda é codependente?

Quando você estiver pronto para dizer chega, parar e aceitar o que
é ao invés de ter expectativas e promessas falsas, seus desapontamentos se-
rão menores. Então, você será capaz de curtir, aproveitar, se divertir e, princi-
palmente, de se encantar com o que vem, com o que você recebe, com o que
é naquele momento, com o que é único e que pode construir a sua história.

Como foi dito, somos nós que levantamos nossas próprias barrei-
ras, no intuito de nos proteger, e ficamos presos sem conseguir sair. Esse é o
pior momento, em que percebemos o que somos capazes de fazer pelo medo
e pela dúvida. E agora, além da tomada de consciência, somente você poderá
destruir a barreira que construiu para te proteger e que agora te aprisiona.
Esse é o momento que vamos precisar ir além de desconstrui-las, vamos
também ter que nos reconstruir, pois já não sabemos mais quem somos, do
que gostamos e o que queremos. Consequentemente, não sabemos o que
nos faz feliz.

Tenha coragem para ir em busca de si mesmo!

Faça uma viagem interior ainda mais profunda do que a que você
fez e entregue o que não te pertence mais, para descobrir quem é a partir de
agora e do que precisa.

Então, o cavaleiro chega à conclusão de que o tempo passa rápido


quando se está em contato consigo mesmo. Apesar de difícil, essa é uma

72
Desperte Sua Essência

das melhores viagens que podemos fazer. Uma viagem para dentro de nós
mesmos, na qual entendemos como é poderosa a nossa verdade, como ela é
mais poderosa do que uma espada.

Agora é chegado o momento do complexo e desejado fim, no qual,


ao mesmo tempo em que sentimos uma dor enorme, nos sentimos também
aliviados por estar em sintonia com nosso eu maior. Este piloto automático
que representa nossa armadura, é responsável por não sabermos conscien-
temente o que acontece à nossa volta ou mesmo dentro de nós.

Eis que chega ao fim a jornada, e o cavaleiro se torna apenas ho-


mem, sem rótulos, sem piloto automático, sem previsibilidade, mas feliz e
consciente do poder do inconsciente, da presença, dos sentimentos e aberto
aos novos aprendizados.

73
Paola Lima é uma profissional que fundamenta sua atuação nas
próprias experiências. A “diferentona” da família, natural de Cascavel,
no Paraná, criada na bela cidade morena, “capital com jeitinho de in-
terior”, como costuma dizer, Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
É mãe de Polyana, sua grande companheira de todas as aventuras e o
ser que deu um norte para sua vida.
Como boa aquariana que é, ama a liberdade, implementar novas
ideias, viajar, estar com a filhota e com as pessoas que ama e, é claro,
falar!!!
Foi em busca de prosperidade financeira que descobriu um universo
de infinitas possibilidades! Emagreceu, se encontrou profissionalmen-
te, deixou ir vícios como tabagismo e onicofagia (popular roer unhas).
Depois de duas carteiras de trabalho, um concurso público, dois em-
preendimentos em sociedade, entre outras atividades remuneradas,
foi há três anos que se realizou na profissão.
Atua como coach, terapeuta, palestrante, escritora, idealizadora e
mentora de treinamentos online. Utiliza em seus atendimentos e
treinamentos as técnicas energéticas Access Consciousness, Reiki,
Ho’oponopono, associadas ao coaching.
Sua especialidade é fazer conexões entre pessoas e possibilidades
para tornar a vida dos conectados mais leve e agradável.
“Eu amo o que eu faço e aprendi a amar a mim mesma justamente
porque eu faço o que eu faço!”
Parte 5

“Seja o que você deseja manifestar na sua vida!


Quer um relacionamento de confiança, respeito,
amor e carinho? Então seja uma pessoa de con-
fiança, respeitosa, amorosa e carinhosa primeiro
consigo mesmo!”

Paola Lima
18 - Centro vertical de auto gestão

“Ser humano é aprender a ficar sozinho e se


sentir muito bem acompanhado de si mesmo.”
Paola Lima

A proposta deste capítulo é realizar uma breve e, ainda assim, pro-


funda avaliação.

O quanto o seu olhar está voltado para si mesmo? O quanto seu


olhar está voltado para o outro? Você tem desenvolvido autorresponsabili-
dade e ido em busca de conhecimentos para criar uma nova realidade, ou
apenas sendo um acumulador de conteúdos, ainda buscando respostas no
seu meio exterior?

Será que está colocando a culpa e a responsabilidade na desigual-


dade social, na família desestruturada ou na falta de amor pela humanidade
proveniente dos próprios seres humanos?

Muito fácil olhar para “fora” e ver o que as pessoas fazem em mo-
mentos extremos. Chegamos até a cogitar que nós mesmos talvez tivésse-
mos o mesmo comportamento diante daquilo.

Tudo isso se refere apenas ao nosso julgamento sobre o com-


portamento humano diante dessa realidade, no entanto, não nos permite a
conscientização dos aprendizados para o nosso próprio desenvolvimento en-
quanto seres humanos.

Você assistiu ao filme “O poço”? Caso ainda não tenha tido a opor-
tunidade, sugiro que o faça antes mesmo de ler este capítulo do livro. A per-
gunta enredada do filme é: o que vamos comer?

Esse filme é um excelente termostato para medir o seu grau de


autorresponsabilidade diante dos conhecimentos que está obtendo com a
leitura deste livro cujo título – Desperte sua essência - é bastante adequado
ao que segue.

“O poço” trata de uma prisão vertical com duas pessoas por andar,
chamados no filme de níveis. “Ninguém sabe o quanto terá de comida. Mas
um detento se cansou de passar fome e resolveu mandar um recado”. Será
que mandou um recado para a administração ou apenas se permitiu cons-
76
Desperte Sua Essência

cientizar-se de si?

Cada andar revela um nível de profundidade dos processos da


alma humana pelos quais nós passamos no decorrer de nossa existência. A
cada nível, adentramos uma camada mais profunda, a partir de nossas pró-
prias escolhas, considerando ainda que há sempre algo a ser absorvido ou
abstraído para que se torne consciente.

Com base nesse filme polêmico, embora inegavelmente profundo,


vou pontuar alguns trechos que chamam a atenção, no que tange ao auto-
conhecimento, aos processos de dores, à solução de problemas, à cura de
doenças, à fuga da escassez, tudo isso com a meta final de nos tornarmos
seres humanos plenos.

Sempre há uma escolha e ela é sempre sua!

Por motivos diferentes, cada personagem escolheu estar ali, no


poço. Você escolheu estar exatamente onde está, fazendo exatamente o que
faz e vivendo exatamente o que vive, por mais que não tenha plena consciên-
cia de cada escolha que tenha feito para tal.

O personagem protagonista do filme, Goreng, escolheu entrar ali


para conseguir parar de fumar, ler um livro e receber um certificado, o que
denota simples e claramente que por amor a si mesmo fez tal escolha.

Entretanto o velho, Trimagasi, recebeu uma punição e, por mais


que possa parecer que não tenha sido uma escolha, ainda assim foi. Teve a
oportunidade de escolher entre um hospital psiquiátrico e o poço.

Logo no início, esse personagem evidencia o indivíduo que nada


tem de autorresponsável, tendo em vista que coloca a culpa no infeliz que
matou “acidentalmente”. Relata que, ao se sentir enganado por um comercial
de TV, perdeu a razão. Num ataque de fúria, jogou uma televisão pela janela de
sua residência e acertou um imigrante que por ali passava, levando-o a óbito.
Ele culpa o falecido pelo seu infortúnio dizendo: “se aquele imigrante estivesse
em seu país, eu não estaria aqui!”.

O filme começa no nível 48. Pode-se considerar que, nesse nível, a


dor é suportável. A comida chega escassa, restos de outras noventa e quatro
pessoas dos níveis acima. Contudo, ainda estamos em uma camada super-
ficial na qual podemos até nós deixar envolver pelo comportamento do outro,
fato esse que é mostrado através do personagem principal, que começa a se
comportar como seu companheiro de sela, velho insano e impiedoso.

77
O próximo nível é mais profundo, o 171.

A falta de valores e de empatia é manifestada na atitude puramen-


te egoísta e fria do velho. Enquanto Goreng ainda dormia acometido pelo gás
aplicado pela administração, para que fosse realizada a troca de nível da du-
pla, Trimagasi, seu par de sela, o amarrou, deixando-o totalmente à sua mer-
cê. Como alimento algum chegaria a um nível tão profundo, o velho pretendia
se nutrir da carne de seu colega para manter-se vivo.

Eis que surge a mulher vista como uma selvagem e totalmente


instintiva, que anteriormente conhecera. Ela estava perambulando pelos níveis
em busca da sua criança, segundo o que o velho havia explicado a Goreng.

Na ocasião de seu primeiro encontro, a ajuda que Goreng deu


àquela mulher foi nada fazer. Ele apenas permitiu que ela seguisse seu cami-
nho conforme sua escolha. E, justamente essa atitude de “nada fazer” dele,
que trouxe à tona a expressão de gratidão de sua conhecida.

Todos os dias, a mesa repleta de comida, descia e parava em cada


um dos níveis por tempo suficiente para as pessoas comerem. A mulher des-
ceu com a mesa, saltou e cortou a garganta do velho que havia começado a
dilacerar o corpo do outro para se alimentar de sua carne fresca.

Goreng, nesse momento, mesmo machucado, debilitado e fraco,


se encheu de raiva e, em um ato de vingança e revolta, ao ser liberto pela
mulher, pegou a faca oferecida a ele esfaqueando seu algoz até a morte. A
mulher, um tanto animalesca, pode ser o simbolismo do instinto animal sel-
vagem ainda presente no homem.

Essa cena demonstra que o instinto não pode predominar, mas,


existe até o momento, simplesmente por ser necessário para a nossa sobre-
vivência. Mais adiante, essa personagem morre, justamente pelo instinto ani-
mal selvagem não se fazer mais necessário nos processos mais profundos
de conscientização do ser.

O nível 171 representa aquela situação na qual imaginamos que


não há solução para nossas questões. A vida fica meio conturbada, nossa
mente começa a tagarelar... Inicia-se uma perturbação mental. Às vezes, fica-
mos confusos sem saber ao certo o que faz ou não sentido para nós, o que é
certo e errado, o que é bom e ruim...

Se você está nesse ponto em sua vida, eu preciso te dar os para-


béns! Significa que você está desconstruindo crenças, paradigmas e verdades
que comprou de outras pessoas, está começando a descobrir as suas verda-

78
Desperte Sua Essência

des. Portanto, sim, você está no caminho do autodescobrimento e desenvol-


vendo a tal da autorresponsabilidade!

Retomando o filme, Gorenge agora está no nível 33. A vida tem


seus altos e baixos, e esta é uma oportunidade para asserenar. Nesse nível,
ele reencontrou aquela que o entrevistou para sua entrada no poço.

Considerando que Imoguiri trabalhava para a administração e que


não havia mais sentido sua existência para ela, devido à descoberta de que iria
morrer assolada por uma doença terminal. A personagem deixou sua função
de enviar pessoas para o poço em prol de contribuir para que as pessoas de-
senvolvessem a solidariedade espontânea e com isso fossem libertadas dali.

Acreditava que a mudança poderia acontecer a partir de seu dis-


curso e exemplo. Em suma, escolheu entrar no poço por amor ao próximo.

Embora a mulher confiasse nisso, ficou notório que as mudanças


não acontecem de maneira espontânea. É necessário que uma força externa
funcione como válvula propulsora e nos conduza à mudança. Normalmente,
passamos por processos dolorosos para nos desenvolvermos e conscienti-
zarmos aquilo que trará a cura, a abundância; mais leveza para a vida.

Recuperados dos momentos de dores entranhadas, eis que a vida


nos permite aprofundar com o intuito de nos trazer mais consciência e, agora,
no nível 202, Gorenge fica sozinho, pois sua companheira de sela não resiste
e tira a própria vida. Nesse momento, a tendência é a mente ficar ainda mais
perturbada.

É chegada a hora de silenciar, de utilizar seu conhecimento, con-


vertendo-o em sabedoria para focar na solução. A situação está pesada,
praticamente insuportável, mas você é capaz. Conecte-se com o presente e
direcione o seu foco. A solução está dentro de você.

Tendo em conta que a vida não é uma eterna descida, menos ain-
da linear, após passarmos por processos de dores e nos conscientizarmos do
necessário para a nossa iluminação, somos “recompensados”. É chegado o
momento do refazimento de nossas forças, alcançamos novamente a zona
de conforto, tão famosa nos tempos atuais!

Aplica-se aqui aquele dito popular: após a tempestade sempre vem


a bonança.

Gorenge acorda no nível 6. Seu novo colega de sela é um homem


forte e otimista, que julga estar perto de sair definitivamente daquele tormen-

79
to. Trata-se de um guerreiro crente de que, somente com sua força, consiga
ascender. Ao longo da nossa jornada, todavia, percebemos que a força física
e a coragem não são o bastante; faz-se necessário também conhecimento,
serenidade e sabedoria.

Ho’oponopono é uma técnica de autocura ancestral havaiana que


nos traz o conhecimento dos três Eu’s: superconsciente; consciente e sub-
consciente. Pai, mãe e criança interior, respectivamente.

Nossa criança precisa ser vista, reconhecida, acolhida, nutrida e


amada o suficiente por nós mesmos, independentemente de nosso meio ex-
terno, que inclusive, mudará na mesma proporção que nos transformarmos
internamente.

Ser Humano é passar por processos de dor. É às vezes nos deixar


envolver pelos outros, pelo meio externo. Mas também é ter conhecimento e
muita coragem de aprofundar-se em suas dores. É aprender a ficar sozinho e
se sentir muito bem acompanhado de si mesmo.

E, quando tudo estiver aparentemente bem, ter a coragem, aliada à


sabedoria e serenidade adquiridos no decorrer da caminhada chamada vida,
para adentrar mais a fundo e finalmente conectar-se com sua criança interior
com o propósito de ascender e alcançar a plenitude.

Conscientizar-se de que o caminho é mais importante que a che-


gada, pois o percorrer desse caminho chama-se viver!

Em alguns momentos, é preciso fazer uma escolha totalmente


consciente de se aprofundar no universo do subconsciente para acolher a
nossa criança interior, mesmo que ainda não se admita sua existência.

A vida nos traz inúmeras oportunidades de crescimento; entretan-


to, quando há uma criança ferida precisando ser nutrida, nos inclinamos a ter
um comportamento infantil diante dos desafios, colocando a culpa no outro,
na sociedade, no governo, nos pais... E a lista não cessa.

Avalie o seu olhar. Até mesmo em um simples momento de lazer,


assistindo a um filme, é possível perceber se o seu olhar é de protagonista da
sua própria história, autorresponsável, ou se ainda não expandiu o suficiente
a ponto de perceber a mensagem subliminar por trás da mensagem aparente
que os filmes nos trazem.

Pelas minhas pesquisas sobre o diretor do filme “O poço”, Galder


Gaztelu-Urrutia, a mensagem que ele realmente quis transmitir foi sim a so-

80
Desperte Sua Essência

ciedade capitalista desumanizada, seu enfoque foi o olhar para “fora”. Mas
você está em um processo de despertar a sua essência em busca de uma
vida plena, então volte o seu olhar para si e pergunte-se todos os dias:

O que eu posso escolher para fazer a minha vida valer a pena ser
vivida? Que escolhas eu posso fazer para tornar a minha vida melhor a cada
dia? Qual o legado que eu vou deixar com a vida que eu estou escolhendo
levar? Sempre há uma escolha e ela é sempre sua!

81
19 - O poder das perguntas

Você já ouviu aquela frase que diz que a palavra tem poder?

Então, hoje você vai descobrir que a palavra tem mais poder ainda
quando a utilizamos para fazer perguntas!

Para te explicar isso preciso fazer uma breve introdução. Então va-
mos lá!

O Universo é mental. Mas o que isso quer dizer?

Vamos por partes. Faça as seguintes perguntas: por que eu não


consigo emagrecer? Por que eu não consigo realizar meus sonhos? Sua men-
te, imediatamente, vai te trazer respostas do tipo: “Emagrecer? Porque você
não fecha a sua boca, não faz uma atividade física...” “Prosperar? Isso não te
pertence, você não nasceu para ser rico...”

Agora, perceba a energia que essas perguntas trazem para você.


Perceba as sensações que você tem. Você tem uma sensação de algo leve,
expansivo ou algo pesado e contraído?

Agora vamos mudar as perguntas? Pergunte: como eu posso


emagrecer? Quais as possibilidades, oportunidades e pessoas que existem
que contribuirão para eu prosperar? O que ocorre normalmente é que sua
mente te traz várias ideias, várias formas de como você pode emagrecer, fa-
zer dinheiro, várias soluções...

E agora? Percebeu a leveza e a expansão que essas perguntas te


trouxeram?

O que acontece é que nossa mente está o tempo todo querendo


nos proteger e, para isso, ela quer nos dar respostas a todas as perguntas que
fazemos. Se fizermos perguntas impotentes, as respostas que virão serão
enfraquecedoras; porém, se fizermos perguntas poderosas, as respostas nos
fortalecerão e contribuirão conosco de alguma forma.

Mas afinal, o que isso tem a ver com o Universo?

O Universo é mental! Ele “opera” da mesma maneira que a nossa

82
Desperte Sua Essência

mente. Tudo está à nossa disposição, só precisamos saber pedir e a melhor


rogativa ao Universo é perguntar, porque ele quer nos presentear, nos res-
ponder, na verdade, nos dar consciência de tudo, especialmente daquilo que
perguntamos.

Sendo assim, como ele nos responde então? O Universo é regido


por diversas leis: lei da gravidade, lei da atração, lei do dar e receber... Algumas
são leis da física clássica, outras são leis espirituais, assim chamadas pelo
médico vibracional indiano, Deepak Chopra em seu livro As sete leis espiritu-
ais do sucesso.

À lei responsável pelo movimento do Universo em direção de nos


trazer consciência, Carl G. Jung, psiquiatra, psicoterapeuta fundador da psico-
logia analítica, deu o nome de Lei da Sincronicidade.

Essa lei nos mostra que o Universo é auto-organizável e nos traz


a melhor solução dentre as infinitas possibilidades que existem para a reso-
lução de uma situação e nossa tomada de consciência. Pode ser por meio de
um insight, uma pessoa que fala alguma coisa para você, uma frase em um
livro que você lê, uma oportunidade de realizar algo, um presente inesperado,
entre outras inúmeras formas, desde que saibamos perguntar.

O intuito de perguntar não é necessariamente obter uma resposta,


mas nos trazer consciência do assunto ou situação.

E agora? Fez sentido que o poder está sim nas palavras, mas mui-
to mais quando utilizamos as palavras para formular perguntas poderosas?
Vamos treinar?

Supondo que você esteja passando por uma situação desafiante


para a qual não consegue encontrar, racionalmente, a solução. Como seria
você utilizar o poder das perguntas para que o Universo, por meio de sua sin-
cronicidade, te traga a consciência para lidar com essa situação?

“Universo, o que está certo sobre isso que eu não estou perceben-
do que quando eu perceber irá transmutar toda essa realidade atual?”

“Universo, o que mais é possível aqui?”

E claro, a minha pergunta preferida a qual chamo carinhosamente


de pergunta coringa:

“Universo, como pode melhorar?”

83
20 - A vaidade

Você se considera uma pessoa vaidosa? Mas o que seria vaidade?

Primeiramente, vamos à definição segundo o dicionário:

“Vaidade. Substantivo feminino. Qualidade do que é


vão, vazio, firmado sobre aparência ilusória. Valoriza-
ção que se atribui à própria aparência, ou quaisquer
outras qualidades físicas ou intelectuais, fundamenta-
da no desejo de que tais qualidades sejam reconheci-
das ou admiradas pelos outros.”

E agora, novamente a pergunta: você é uma pessoa vaidosa?

Compartilho com vocês que eu não me considerava uma pessoa


vaidosa até que me foi dito o seguinte: uma pessoa vaidosa é aquela que quer
ser “a linda”. Vaidade não quer dizer tão somente não sair de casa sem fazer
uma make, ou não ficar uma semana sequer sem fazer as unhas, ou ainda ter
cuidados em demasia com a aparência.

Nesse dia, eu percebi que vaidade também é estar se sentindo mal


por estar fazendo algo por alguém, mesmo quando você não tem a menor
vontade, quando esse algo lhe faz mal, lhe deixa triste, machuca e principal-
mente, quando acaba deixando de fazer por si para fazer pelos outros... Foi
quando eu notei que desejava ser “a linda”, numa busca desesperada por
aceitação e reconhecimento dos outros.

Você pode estar pensando: “não, Paola. Eu faço as coisas pelos


outros porque eu sou uma pessoa boa, porque precisam de mim, se não for
eu, não tem quem faça.”

E eu te pergunto: verdade? Você é uma pessoa boa ou está fugindo


de viver a sua vida, de olhar para você, de fazer por você, porque está procu-
rando fora o que você só encontrará dentro? Verdade? Você faz pelos outros
porque eles precisam de você ou você que precisa se sentir útil na tentativa de
ser aceita e amada por eles?

Fica o convite para a seguinte reflexão: o quanto a vaidade está


ligada aos seus sentimentos mais profundos por si mesmo, de forma incons-
84
Desperte Sua Essência

ciente?

Sempre tenha algo em mente: nós só conseguimos dar aquilo que


temos. Ou, por acaso, você consegue dar dinheiro para alguém se você não
tem nem para você? Se você não tem amor por si mesmo, tem como dar
amor para outras pessoas? Se nem você consegue se aceitar, como quer que
alguém o aceite, reconheça e ame?

Um rapaz passou pela Terra, cerca de uns 2020 anos atrás, e afir-
mou o seguinte: “amai ao próximo como a ti mesmo”. O que será que ele quis
dizer com isso? Para ir até ao outro, é essencial ir em sua própria direção.
Agora, se você tem a necessidade de aceitação externa, é porque, lá no fundo,
você não se aceita. E se você não se aceita, subentende-se que você não se
ama.

Quer ver?

Por exemplo: você tem filhos e ama muito cada um deles. Você,
conscientemente, faria algo que os machucasse, seja física ou emocional-
mente? Acredito que não. Então por que você faz para si mesmo algo que te
machuca, te fere? Isso é se amar?

Se Jesus nos ensina a amar ao próximo como a nós mesmos.


Como podemos fazer algo que nos machuca? Estamos nos amando assim?
E, quando não nos amamos, poderemos amar alguém? Conseguimos dar o
que não temos?

Percebe a falta de amor por si mesmo? Percebe a falta de autoes-


tima? Percebe o excesso de vaidade? Tudo bem, você fazia tudo isso incons-
cientemente. E agora, que você tem consciência, vai continuar se ferindo?

Muitas pessoas buscam vestir as roupas da moda, frequentar de-


terminados locais, mesmo sem ter condições financeiras para isso, ou até
mesmo se submetem a fazer coisas que não querem, que vão contra seus
valores, somente na tentativa de serem aceitas. Veja bem, eu não estou falan-
do que gostar de estar bem arrumado e em ambientes requintados seja algo
errado ou ruim, de forma alguma!

Nós somos seres humanos. E o que é ser humano? É ter todas as


características, sentimentos, emoções, tudo dentro de si e aprender a usar
tudo isso na sua vida de forma equilibrada e harmônica. Não é errado ser
vaidoso, está tudo bem. O que não contribui com o seu processo de se amar
e se aceitar como é, é usar essa vaidade de forma desequilibrada na tentativa
de ser aceito e reconhecido externamente.

85
Não se reconhecer um ser humano, não reconhecer sua potên-
cia e a contribuição que você é, com suas características, com seus talentos,
com a energia que é você, faz com que você busque isso externamente, por
meio do reconhecimento dos outros, e você deixa de ser você. Quem você é
pode contribuir para o mundo apenas se permitindo ser, e deixando que os
outros sejam os outros, sem julgamento.

Sendo assim, se vaidade é a valorização de quaisquer qualidades,


como seria você valorizar quem você é e se permitir ser você de verdade?

Vou deixar aqui algumas perguntas do livro Sendo você, mudando


o mundo, cujo autor é o cofundador de Access Cons-
ciousness, o Dr. Dain Heer. Essas perguntas têm o intuito de nos trazer mais
consciência e você pode fazê-las para abrir mais possibilidades em sua vida.

Desse modo, se você se reconheceu nos mesmos processos que


eu, te sugiro seguir o caminho das perguntas para sair desse julgamento e
criar uma vida gloriosa com mais, facilidade e alegria.

Atenção! Pergunte, mas não busque a resposta, saia do lógico, do


racional, do mental, apenas esteja no presente e pergunte:

O que está certo sobre isso que eu não estou percebendo?

Posso mudar isso? Se posso, o que se requer para que eu mude


isso?

O que mais é possível?

O que se requer para que isso saia melhor do que eu possa ter
imaginado?

Quem sou eu hoje, que grandiosas e gloriosas aventuras terei?

E claro, como sempre, a minha pergunta coringa:

Como pode melhorar?

86
Desperte Sua Essência

21 - Como se tornar autorresponsável exercitando as leis do


universo

Existem inúmeras ferramentas e técnicas para contribuir com o


nosso processo de autoconhecimento. Todas elas têm como base que so-
mos 100% responsáveis por tudo que acontece em nossas vidas. Que somos
os criadores de nossa própria realidade.

Tudo no Universo está interligado. Sendo assim, com o intuito de


percebermos que nada está separado e nada deve ser excluído para o propó-
sito de nosso crescimento, evolução e desenvolvimento, aqui vamos articular
algumas das leis universais com as leis para se tornar autorresponsável.

Você sabia que o Universo é regido por diversas leis? Algumas re-
conhecidas pela física clássica como, por exemplo, a Lei da Gravitação Uni-
versal – popular Lei da Gravidade – e Lei de Ação e Reação, descobertas pelo
físico, matemático e astrônomo inglês, Isaac Newton.

Outras leis, por sua vez, são apoiadas pelos princípios da física
quântica como, por exemplo, as Lei da Vibração e Atração popularizadas no
mundo por autores famosos como Napoleon Hill, Rhonda Byrne, Bob Proctor,
Tonny Robbins, Louise Hay e Deepak Chopra.

Em seu livro O poder da autorresponsabilidade, o PhD em Business


Administration e escritor brasileiro Paulo Vieira evidencia seis leis, as quais
nomeia de “práticas linguísticas e comportamentais para a conquista da au-
torresponsabilidade”.

Desse modo, faremos um “link” entre algumas dessas e as leis que


o médico indiano e autor Deepak Chopra explana em seu livro As sete leis es-
pirituais do sucesso, que são corroboradas pelos princípios físico-quânticos.

No quadro abaixo estão as correlações que vamos expor a seguir.

87
Paulo Vieira inicia com “Se é para criticar (os outros), cale-
-se.”. Aqui, podemos fazer uma ligação com a Lei da Potencialidade Pura de
Chopra, que afirma que nós temos o verdadeiro poder dentro de nós e, quan-
do conseguimos acessá-lo, manifestamos a vida que desejamos. Criticar nos
afasta disso.

Existem diversas formas para acessar esse nosso poder pessoal e


nos beneficiarmos da Lei da Potencialidade Pura. Chopra cita, por exemplo, a
prática do silêncio, da meditação e do não-julgamento. À medida em que ca-
lamos o verbo e a mente, vamos nos tornando mais autorresponsáveis, pois
nos colocamos abertos para acessar a potencialidade pura, para a criação da
nossa realidade, sem expor o outro, somente olhando para si.

A sugestão de Chopra é reservar um tempo todos os dias para


apenas Ser. Praticar o silêncio ou se colocar em meditação por 30 minutos
pela manhã e à tarde pode ser um bom início.

Posteriormente, o autor Paulo Vieira coloca: “Se é para reclamar,


dê sugestão.” Podemos conectar essa afirmação com a Lei de Dar e Receber,
descrita pelo autor indiano.

Reclamar não é algo edificante, definitivamente não é contributivo.


Entretanto, dar sugestão, a fim de trazer alternativas de resolução, é com cer-
teza, uma contribuição.

A Lei de Dar e Receber ou Lei da Dádiva, é muito simples: implica


em que tudo o que você der você recebe de volta. Se você quer amor, dê amor;
se você quer contribuição, contribua... Sendo assim, reclamar bloqueia o fluxo
do recebimento de contribuição e gera mais situações para que reclame. Está
muito relacionado ao foco.

As pessoas de sucesso são autorresponsáveis e focam naquilo


que desejam e não nos obstáculos pelos quais passam. Se você reclama,
está focado nos obstáculos e mais disso você terá. Então preste atenção em
onde está o seu foco.

Estar aberto a receber as dádivas da vida e ofertar algo todos os


dias, seja um elogio, um sorriso, um abraço ou desejar em silêncio felicidade,
alegria e prazer, é uma das formas de exercitar essa lei, mantendo o fluxo da
abundância em sua vida e na do outro. Dessa forma, você também estará
trabalhando o desenvolvimento de sua autorresponsabilidade.

88
Desperte Sua Essência

Para finalizar, “Se é para se fazer de vítima, faça-se de vencedor.”,


que podemos relacionar com a Lei do Carma ou Causa e Efeito.

“Toda ação gera uma força de energia que nos é


devolvida na mesma espécie; aquilo que semeamos é
aquilo que colhemos”.

Isso significa que não existem vítimas, somente resultados e efei-


tos de causas criadas por nós mesmos. Sendo assim, até quando vamos in-
sistir em plantar os mesmos frutos e desejar ter resultados diferentes?

Você não gosta de meditar? Você não consegue não julgar aos
outros ou a si? A pergunta é: você pelo menos tentou? Foi perseverante?

E o que a autorresponsabilidade e as leis que regem o Universo


têm em comum, afinal? Todas mostram que a escolha é nossa, que o poder
está em nós! E você, vai continuar pensando e agindo como sempre fez?

Parafraseando Albert Einstein – ou a frase que foi atribuída a ele


– insano é aquele que faz sempre as mesmas coisas e quer obter resultados
diferentes. Fica o convite para você fazer algo novo e diferente do que sempre
fez, para que viva a vida que sempre desejou, mas nunca teve.

89
Kátia Mendonça é uma pessoa muito criativa, que ama viajar e
conhecer pessoas e culturas diferentes. É mãe de duas filhas lindas e
que enchem seu coração de orgulho. Tem um companheiro que ama
muito e que a acompanha em sua jornada de vida e profissional.
Nasceu em Recife, Pernambuco, Brasil, e tem como missão divulgar o
poder da GRATIDÃO e, assim, transformar vidas.
Sua formação acadêmica é em Medicina Veterinária. Atualmente,
atua como Coach da Gratidão Financeira, formação que realizou pela
ABRACOACHES.
Especializou-se em prosperidade de vida e financeira, por acreditar
que existe um equilíbrio entre as várias áreas da nossa roda da vida,
destacando a financeira, porque vivenciou isso em sua própria vida.
Possui o seu estúdio da gratidão, onde se dedica diariamente aos
atendimentos como Coach, bem como a meditar, orar, ler, estudar, e
criar conteúdos para suas palestras, cursos, treinamentos, jornadas,
desafios, além de gravar vídeos para suas redes sociais.
Agrega valores a tudo que faz, através de outros conhecimentos que
adquiriu em empreendedorismo, área financeira, desenvolvimento
pessoal, produtos digitais, entre outros.
Parte 6

““Sim, agradecer as coisas boas, mas saber ex-


trair das coisas que não foram positivas motivos
para agradecer.”

Kátia Mendonça
22 - Gratidão como estilo de vida

No decorrer dos anos, a palavra gratidão tem sido muito usada.


Virou hashtags nas redes sociais, está estampada em frases, camisetas, ade-
sivos de carro, etc. Ou seja: virou moda.

Mas agora lhe pergunto: será que ela tem sido usada da maneira
correta? As pessoas estão agradecendo mais pelo que são e têm? Será mes-
mo que estamos vivendo em gratidão? Não digo apenas dessa palavra bonita
e muito falada, mas sim do seu sentido real.

No dicionário, gratidão “é o sentimento experimentado por uma


pessoa em relação a alguém que lhe concedeu algum favor. Ou seja, é uma
espécie positiva de reconhecimento.” Já para a Psicologia Positiva, a gratidão
é conhecida como “uma emoção que pode sim, ser cultivada.” Ela é ainda
“uma energia que emanamos e recebemos na mesma intensidade”, segundo
explica a Física Quântica.

E na vida cotidiana? Penso que gratidão é um estado de ser grato


por tudo que temos e somos. Sim, agradecer as coisas boas, mas também
saber extrair das coisas que não foram positivas motivos para agradecer.

Embora haja muitas tentativas de definir a gratidão, ela não se de-


fine, senão no sentir e na prática diária, desde que ela se torne prioridade em
sua vida.

Agora, se você tem o hábito de reclamar, saiba que reclamação e


gratidão não combinam, pois caminham em sentidos opostos. É certo que
nem sempre temos motivos bons para agradecer; entretanto, é aí que está a
grande arte que a gratidão vem nos ensinar: extrair das coisas que não foram
tão boas, ou que não tiveram o resultado que você almejava, motivos para
agradecer. Agradecer pelo aprendizado, pelo crescimento pessoal, pela traje-
tória, apesar dos resultados.

Além disso, agradeça pelas coisas pequenas e simples da vida.


Olhe ao seu redor e agradeça por tudo que você já tem. Esteja mais atento a
tudo que te cerca.

Pratique também a gratidão antecipada: agradeça por seus so-


nhos e seus objetivos como se já fossem reais, mantendo o pensamento po-
sitivo na realização de suas metas.
92
Desperte Sua Essência

Não reclame, não julgue, não critique e sim regue sua vida com
pensamentos de alta frequência, amor, gratidão, alegria e felicidade. Você verá
a transformação!

Seja mais você, se ame, e seja grato pela pessoa maravilhosa que
você é, desperte para a sua verdadeira essência.

Vamos praticar a GRATIDÃO juntos um pouquinho por dia?

Escreva aqui 5 motivos pelos quais você tem GRATIDÃO hoje. Re-
pita essa atividade todos os dias. Aos poucos, você verá que esse número vai
crescer, porque você vai despertar para uma vida de mais GRATIDÃO.

1 __________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

2 __________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

3 __________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

4 __________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

5 __________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

Leia com atenção essas frases e as ressignifique, escrevendo


abaixo de cada uma delas uma nova frase com um sentido positivo e com
gratidão.

- Você não é merecedor!

____________________________________________________________________

- Você não consegue!

____________________________________________________________________

- Você está gorda!

____________________________________________________________________

93
- Você está magra demais!

____________________________________________________________________

- Dinheiro é sujo!

____________________________________________________________________

- Você já se olhou no espelho hoje?

____________________________________________________________________

94
Desperte Sua Essência

23 - Autorresponsabilidade e resultados

O que você quer para a sua vida?

Gosto muito da definição que o autor Paulo Vieira traz em seu livro
O Poder da Autorresponsabilidade: “Autorresponsabilidade é a crença de que
você é o único responsável pela vida que tem levado, sendo assim, é o único
que pode mudá-la”(2017).

Nesse aspecto, cada meta traçada, cada sonho desenhado, e cada


ação que você empreender no sentido de efetivá-los, será de sua total respon-
sabilidade, sejam os resultados positivos ou negativos.

Então, vamos pensar: se seu resultado não foi o esperado, procure


outro caminho, recomece de outra forma. Pergunte a si mesmo: o que eu fiz
que não deu certo dessa vez? E continue... Veja como pode fazer diferente,
refaça sua rota, seu plano de ação. A vida é um desafio, portanto desafie-se!
Tome a direção do barco, e perceba que o que muitos chamam de fracasso,
pode ser somente uma nova chance de seguir por um caminho melhor.

É sempre essencial se perguntar sobre qual papel eu quero ter no


livro da minha vida: protagonista ou coadjuvante? Ser protagonista é ter au-
torresponsabilidade, é estar no comando de sua vida. Mas isso exige decisão!

Além disso, para ter bons resultados em suas atitudes e escolhas,


são necessários três elementos fundamentais: determinação, comprometi-
mento e disciplina. Determine-se a conseguir o que almeja, comprometa-se
com você mesmo e seja disciplinado em suas ações. Pessoas de sucesso
agem com as ferramentas que têm e não deixam para amanhã. Isso também
é autorresponsabilidade!

Permita-se, crie suas oportunidades, não espere que elas che-


guem até você. Foque nas soluções e não nos problemas, que prefiro chamar
de obstáculos, pois eles existem para serem ultrapassados. Não fique repe-
tindo erros e esperando novos resultados.

Vamos exercitar a autorresponsabilidade? Responda às perguntas


abaixo e se autoavalie:

95
- Eu estou fazendo realmente o que quero fazer da minha vida?

____________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

- Eu vim a esse mundo para ser quem eu estou sendo hoje?

____________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

- Eu estou gostando dos meus sentimentos gerados pelos meus


resultados?

____________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

- Eu estou feliz?

____________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

- Eu acordo motivado para exercer o meu trabalho?

____________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

- Eu tenho uma vida financeira equilibrada, que me proporciona


realizar meus sonhos?

____________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

- Qual a minha responsabilidade pelos resultados de minhas atitu-


des ou escolhas hoje em minha vida?

* POSITIVOS: ______________________________________________________
________________________________________________________________________________

96
Desperte Sua Essência

* NEGATIVOS: _____________________________________________________
________________________________________________________________________________

2- Vamos avaliar as áreas de sua vida, girando a RODA DA VIDA,


que nada mais é que a sua realidade atual? Dê uma pontuação de 0 a 10 em
cada área, e ao terminar veja se ela está redondinha. Faça uma média das no-
tas que você deu, e se não estiver bem alinhada, pense em atitudes que você
pode ter para equilibrá-las.

97
Carol Brunelle é coach de vendas e consultora empresarial.
Com 14 anos de experiência na área de vendas, sua expertise está em
ajudar empreendedores e vendedores a se posicionarem no mercado,
explorar novas estratégias e vender mais!
Mineira, adora churrasco e passar o dia com sua sobrinha.
Trabalhou como consultora da qualidade e gestora comercial, até
descobrir que poderia ajudar muito mais os empreendedores a ala-
vancar seus resultados.
Foi quando buscou a formação em coaching de vendas, que contri-
buiu para ampliar seu olhar sobre as estratégias e controle de indica-
dores que possui hoje.
Parte 7

“Quem roubou minha coragem”? Aquela pirralha


que fazia e acontecia, incomodava de tanto que
realizava... Será que a idade chega e acaba com
tudo isso? Será que aquele salário havia com-
prado a minha vontade de ser tudo aquilo que eu
sonhei? Quanto estavam me pagando para eu
desistir de mim?

Carol Brunelle
24 - Desperte a melhor percepção da sua história

Taurina e executora, acredito que a palavra que me definiu até aqui


seja coragem! Sempre fui aquela pessoa que encorajava a todos e agia na
mesma velocidade que pensava. Se fosse necessário recomeçar, não me as-
sustaria, o importante era agir!

A única vez em que me esqueci dessa coragem, foi a época em


que mais sofri. Eu estava basicamente lutando para ser algo que eu não era,
porque eu decidi ouvir o externo: o mercado e as pessoas. Isso me tirou muita
energia!

Quantas noites eu fui dormir, falando para mim mesma: “eu pode-
ria muito acordar em um hospital, para não voltar naquela empresa, só por
um dia!”.

Os dias se passavam monótonos no departamento de qualidade


e meio ambiente onde eu trabalhava e todas as atividades que poderiam ser
desafiadoras eram, para mim, um inferno! Eu só queria ver “17:00” na tela do
meu celular, para começar a guardar meus pertences va-ga-ro-sa-men-te.

Mas isso não era o suficiente. Quando eu chegava em casa, na


mesa da cozinha, tomando meu café, eu parecia um zumbi. Sem força, sem
vontade, sem sonhos e chata! A falta de ação me levou a me ver como alguém
extremamente incompetente e morta.

Numa tarde bem quente de dezembro, em que eu reclamava até


do cheiro da empresa, passei pela psicóloga do RH, no pátio. Ela deve ter per-
cebido a minha cara de morta por dentro (aliás, quem não percebia?) e me
disse: “Coragem! O que a vida quer da gente é coragem”.

“É o quê?” Aquela frase me chacoalhou por dentro. Como uma pa-


lavra tão simples, tão batida – coragem - poderia fazer a diferença que fez?
“Essa mulher deve saber que meu aviso está pronto, não é possível!” – pensei,
torcendo para que realmente estivesse.

Perguntei: “Como assim?” Ela me respondeu leve e sorridente: “É


uma frase de Guimarães Rosa.” Ah, não, não é só isso! A essas alturas, ne-
gativa como eu estava, era impossível acreditar que era só uma frase bonita.

Nesse dia eu fui embora pensando o que havia acontecido com a


100
Desperte Sua Essência

minha coragem. Outro dia mesmo eu queria mudar o mundo. “Quem roubou
minha coragem”? Aquela pirralha que fazia e acontecia, incomodava de tan-
to que realizava... Será que a idade chega e acaba com tudo isso? Será que
aquele salário havia comprado a minha vontade de ser tudo aquilo que eu
sonhei? Quanto estavam me pagando para eu desistir de mim?

Isso foi o suficiente para me despertar para minha autorrespon-


sabilidade, reconhecendo minhas falhas e meu potencial! A partir dali, tudo
mudaria e minha carreira tomaria um rumo incrível, que eu mesma nunca
ousei sonhar.

Anos depois eu estaria alavancando os resultados de várias em-


presas, com o talento que eu mesma abafei em troca de salário fixo, décimo
terceiro e um plano de saúde.

Meses depois desse despertar, eu fui dispensada da equipe. Ge-


ralmente, isso é motivo de grande tristeza e luto. Mas, para mim, foi uma das
melhores notícias. Foi libertador e foi também um convite a olhar pra dentro
para entender o que eu amava fazer; olhar para trás e reconhecer tudo o que
eu já havia realizado na minha carreira; e olhar para a frente para seguir con-
ciliando paixão, talento e experiências.

Busquei me especializar para oferecer consultoria para as empre-


sas e permaneço em constante aprendizado. Entretanto, para começar essa
jornada, realizei um trabalho intenso de autoconhecimento. Ficar de frente
para os meus valores pessoais foi o início de toda essa busca. Foi o que me
fez perceber qual era o problema que eu via naquela rotina (tão sonhada por
tantos profissionais).

A autonomia estava no topo da minha lista e eu não estava vivendo


esse valor no meu dia a dia. Eu não conseguia fazer a diferença no mundo,
como eu tanto sonhei durante o curso superior. Isso ficou muito claro, quando
apresentei um projeto que economizaria 1 milhão em menos de cinco anos.
O sangue nos olhos, as noites de sono que passei imaginando o retorno eco-
nômico, ambiental e social... Tudo isso foi descartado, através de um “projeto
engavetado”.

Situações como essa minavam minha energia todos os dias e eu


não conseguia mais sonhar ali. Então, me faltava combustível!

Por fim eu compreendi que, para ser agente de mudança como eu


sonhava, eu precisaria estar fora do ambiente corporativo, para que minhas
ideias fossem aceitas por quem está dentro!

101
Estar hoje nas empresas, traçando estratégias de crescimento e
vendas, é resultado de um trabalho interno, no qual eu precisei reconhecer e
honrar o que eu fiz durante toda a minha vida!

O que significa para você estar onde está hoje?

O que você sente quando olha para sua história profissional e vê


tudo o que passou e que fez parte de quem você é?

Provavelmente você viveu experiências das quais não se orgulha.


Ou até mesmo experiências que você acreditou não fazerem sentido para
seus objetivos de vida. Que histórias você conta sobre essas experiências?

Eu também poderia te contar horrores sobre os meus últimos em-


pregos e, inclusive, sobre como foi desafiador iniciar minha carreira solo no
empreendedorismo, em um país como o Brasil e blá blá blá...

Mas eu posso te contar também que minha carreira começou em


uma loja de departamentos e eu fui galgando novos degraus, colecionando
experiências que foram construindo a consultora que eu me tornei. Sem es-
sas experiências eu jamais estaria completa para essa missão, onde é preciso
ter sangue nos olhos!

E você?

Qual é a nova versão de sua história que vai escolher contar?

102
Desperte Sua Essência

25 - Existir não é o suficiente. Posicione-se!

Você não vai chegar a lugar nenhum, se você não se posicionar!

Viver exige mais do que permanecer à espera de que as coisas


se resolvam. E viver em cima do muro é enviar ao universo uma mensagem
semelhante a “qualquer coisa serve”. Nem mesmo um pai amoroso consegue
atender a um filho que não sabe pedir. Na vida não é diferente. Além de ter
clareza do que queremos, precisamos nos posicionar, abrir a boca e declarar
nosso desejo!

É muito confortável esperar os outros decidirem por nós, eu sei.


Esperar o mercado melhorar. Esperar os clientes perceberem o nosso valor.
Esperar o apoio das pessoas. Afinal, se der errado, eu não tive culpa nesse
processo. E é, sim, desconfortável decidir o que é o melhor, assumir essa de-
cisão e peitar quem e o que for preciso.

Enquanto eu estive em cima do muro observando, de um lado uma


estável e morna carreira e, do outro, as inúmeras possibilidades de uma nova
jornada, trazendo um frio na barriga e vários desafios desconhecidos, senti
que eu poderia investir toda a minha energia represada. Enquanto estive em
cima do muro, sem consistência, fazer uma transição de carreira se tornou
inviável, apenas um sonho muito bonito, que já estava muito próximo de um
pesadelo.

Eu ouvia das pessoas mais próximas: “por que você não se dedica
somente ao trabalho que você quer e já faz tão bem?” E eu sempre estava
fazendo contas para entender se seria possível. As contas não eram muito
racionais, porque eu não acreditava que eu seria capaz de me manter sem
uma renda fixa. Então, por mais que eu tentasse ouvir essas pessoas, minha
mente acreditava nas outras que falavam: “o mercado está impossível”, “se
der errado, emprego está muito difícil”.

Um dia desses, em que eu dirigia para casa, eu percebi que a parte


mais interessante do meu dia era entrar no carro e escolher as minhas mú-
sicas e voltar para casa. Esse momento passou a ser o ápice da felicidade,
quando eu precisava contar para alguém como foi o meu dia. Foi ali que decidi
que não fazia sentido algum eu passar quase dez horas do dia em uma rotina
que não me trazia alegria. Para muitas pessoas, isso pode não ser algo tão
importante mas, para mim, viver cinco dias à espera do final de semana para
ser feliz sempre foi contraditório e pesado.
103
Isso ficou muito claro naquela segunda, às 18:00, voltando de um
desses trabalhos que trazem apenas dinheiro. A partir daí, eu não parei de
repetir, um dia sequer, que eu me dedicaria às consultorias ambientais o dia
todo e construiria minha carteira de clientes na consultoria e coaching de ven-
das, após o trabalho – até que eu pudesse me dedicar exclusivamente ao
segundo. E assim eu fiz. Todas as horas vagas eram dedicadas a divulgar
meu trabalho autônomo, conversar com os clientes pelo whatsapp e auxiliar
no desenvolvimento deles, além de pedir indicações, propor palestras e de-
senvolver eventos.

Em algumas semanas, ficou emocionalmente insustentável man-


ter os dois trabalhos. Era muito estranho oscilar entre uma alegria enorme
com a minha renda extra e um desgaste insuportável no trabalho tradicional.
Então me planejei, aceitei um empréstimo do meu marido para me manter
nos próximos meses e fui com a cara e a coragem.

Abri meu próprio negócio!

Posso dizer que foi extremamente do zero, porque eu não tinha ab-
solutamente nenhuma reserva, e já tinha a certeza de que precisaria investir
muito em conhecimento para me especializar, no mínimo, anualmente.

Um detalhe dessa jornada, que eu não contava para quase nin-


guém, é a quantidade de nãos que eu recebi. No início, é muito difícil ser rejei-
tado, porque ainda estamos criando musculatura, desenvolvendo essa “casca
grossa”, que hoje eu tenho de sobra! Mas cada “não, obrigada” que eu ou-
via, ou “você é muito nova nessa área”, me arrancava lágrimas sim, não vou
mentir, mas confirmava o meu posicionamento, a minha decisão. Cada “não”
ou falta de retorno, me ajudaram muito a crescer, a buscar mais e confirmar
que eu estava no caminho certo, porque, em nenhum desses momentos, eu
pensei em desistir ou que tivesse tomado a decisão errada. Pelo contrário: eu
entendi cedo demais a definição de “persona e cliente ideal”. Talvez aquelas
portas fechadas poderiam ser portas de clientes que não eram para mim re-
almente e, percebendo isso, eu passei a ser cada vez mais grata por não ter
sido contratada por eles.

Isso me trouxe um ensinamento ainda maior sobre posicionamen-


to: era preciso me posicionar como profissional. Quem eu queria ter como
cliente? Qual era o problema que eu queria resolver? Quando isso ficou claro
para mim e eu comecei a ser fiel a mim mesma, minhas vendas deram um
salto que eu não soube explicar.

Eu não queria mais atender todo mundo, não fazia propaganda


para qualquer empreendedor. Eu escolhi o meu público e me dediquei a es-

104
Desperte Sua Essência

tudar para ser melhor a cada dia para esse público. O meu maior medo era
não conseguir ter a mesma renda, mas no primeiro ano de trabalho eu con-
segui uma renda muito superior à do antigo trabalho e isso me fez entender
que o medo de assumir o que queremos nos impede de ser e ter o que mais
sonhamos.

Não vou dizer que tudo isso foi fácil – e acredito que você também
já tenha percebido. Antes de conseguir, eu chorei muito. Acreditei piamente
que eu não era capaz. Acreditei nos medos que eu tinha e, para completar, nos
medos que os outros tinham e transferiram para mim.

Mais uma vez, focar no que era valor para mim e o que pesava nas
minhas decisões, abriu o caminho e, assim, decidir ficou mais suave. Foi liber-
tador decidir. Não quero te dizer que uma carreira tradicional é pesada. Viver
uma vida que não é a sua: isso sim é pesado!

A maior sacada da minha vida é: precisamos nos posicionar!

Depois de me posicionar nesse sentido, várias outras áreas da mi-


nha vida ficaram mais claras e mais simples de viver. Eu sinto como se a vida
esperasse uma postura da minha parte para começar a dar certo.

E hoje, você pode estar lendo esse texto e se lembrando de alguma


decisão que você vem adiando, por medo de como será depois. Medo de que
o resultado não seja o que você sonha hoje. Escrevendo toda essa história
para você, eu me peguei revivendo as várias sensações que tive com o passar
desses anos e o que percebi é que o tempo vai passar de qualquer forma.
Então, daqui a um ano, você pode se orgulhar, no mínimo, do que aprendeu,
ou reclamar por ainda estar na mesma situação, por medo de sair do lugar.

Te convido a fazer o seguinte exercício, para que essa não seja


apenas mais uma leitura:

1. Pense em uma decisão importante que você vem poster-


gando.

____________________________________________________________________

2. Qual seria a sua decisão agora?

____________________________________________________________________

105
3. O que você ganha se você decidir de acordo com a sua
vontade nesse momento?

____________________________________________________________________

4. O que você perde se você decidir de acordo com a sua von-


tade nesse momento?

____________________________________________________________________

5. Agora a pergunta muda: O que você ganha se você não


decidir de acordo com a sua vontade ou postergar a decisão por mais um
tempo?

____________________________________________________________________

6. O que você perde se você não decidir de acordo com a sua


vontade ou postergar a decisão por mais um tempo?

____________________________________________________________________

A verdade é que não importa muito qual será o resultado. Todos os


resultados nos ensinam e trazem algo positivo. O que importa é você assumir
o papel que te cabe e se mostrar a fim de decidir!

“A vida é assim: esquenta e esfria,


aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem!”
Guimarães Rosa

106
Richard Câmara é treinador comportamental, palestrante, hip-
noterapeuta, practtioner em Programação Neurolinguística, Coach
especialista em Comportamento e Atitude e criador do JUMPER- Se-
minário de Desenvolvimento Emocional. Para além de toda sua for-
mação técnica, Richard possui um talento especial: a força da sua
palavra, que impacta aqueles que o ouvem de tal forma, que os con-
duz à ação.
Parte 8

“Qual é a pessoa que você gostaria de ser e


sabe que tem condição de ser, porém por algum
motivo, talvez
desconhecido, você não é?”

Richard Câmara
26 - Identidade

Gostaria de te convidar para uma reflexão profunda e desafiadora!

Para começo de conversa, escrevi este texto com algumas inten-


ções: espero que faça muito sentido na sua vida, que possa tocar seu coração
e que, com todo respeito a você, que possa também te incomodar muito, a
fim de que, realmente, cause mudanças.

A premissa para a mudança real é você encontrar sentido, motivo


para mudar. Ou seja: se você não tem nada que te motive a mudar, você não
irá mudar. Eu, como treinador comportamental, tenho plena certeza, baseado
em tudo que estudo e com toda minha experiência em desenvolver pessoas,
que, se você não encontrar um sentido que verdadeiramente te faça sair do
lugar, você dificilmente irá mudar!

Eu acredito piamente que “tapinhas nas costas” não irão fazer com
que você tenha uma vida maravilhosa, de muita luz, progresso e prosperidade.

Por isso, preciso saber de você o seguinte: as promessas e objeti-


vos que você fez, no início dos dois últimos anos, se concretizaram?

Pelo que tenho observado, é muito provável que essas promessas


sejam as mesmas que você fez no começo do ano presente, acreditando que,
agora sim, tudo seria diferente. Mas, possivelmente, até o momento, poucas
ou quase nenhuma das promessas tornaram-se realidade.

E, mais uma vez, você se vê em meio a uma vida de oportunidades,


porém de nenhum ou quase nenhum resultado.

Aí eu te digo uma grande verdade: se existe algo em sua vida que


você ainda não tem, que você não conquistou, é porque esse sonho está por
trás de alguma coisa que você ainda não aprendeu!

Todo recurso que você tem, toda bagagem de conhecimentos e


experiências que você adquiriu ao longo dos anos, já geraram os resultados
que deveriam em sua vida. Se existe algo que você vem buscando e parece
que, quanto mais você se esforça em prol disso, mais ele se afasta, é porque
tem algo em você que precisa ser desenvolvido ou aprendido.

Porque eu estou te falando tudo isso?


110
Desperte Sua Essência

Porque os anos irão passar, a vida vai passar, você querendo ou


não. E, por mais duro que possa ser ler isto, eu não sei se você já percebeu,
mas a vida não está nem aí pra você.

É por isso que, se você não fizer as mudanças necessárias em sua


vida, ninguém irá fazer no seu lugar. Tem um dito que eu gosto muito e que
não me canso de repetir:

“Existe uma coisa que ninguém pode fazer por você: a sua parte”.

Portanto, o que é da sua parte que você não está fazendo? O que é
que você sabe que precisa parar de fazer, que tem te afastado dos seus proje-
tos e sonhos e comprometido seus resultados? O que você precisa começar a
fazer e não tem feito, mesmo sabendo que é primordial para suas conquistas?

O fato é que você precisa realmente fazer as mudanças neces-


sárias em sua vida e parar de dar desculpas, desculpas pra você e para as
pessoas que te amam. A grande maioria das pessoas usa desculpas, a fim de
esconder suas vulnerabilidades, simplesmente para não se submeterem aos
julgamentos dos outros. Na verdade, para não correr o risco de errar ao tentar
fazer ou falar algo, criam desculpas e se escondem em suas máscaras, pois
não querem que as outras pessoas saibam de suas limitações, bloqueios,
medos e traumas.

Quando isso acontece, você está vestindo uma armadura, uma


máscara, uma nova identidade para poder viver o “Eu Temido”, através do
qual você assume a postura de temer que os outros saibam de suas vulne-
rabilidades.

Daí, você fica tentando mostrar para os outros uma pessoa que
você sabe que não é, se comportando de forma incongruente com quem você
é, simplesmente porque tem medo de assumir sua verdadeira identidade, tem
medo de mostrar suas fragilidades. O grande problema é que isso acaba vi-
rando algo habitual, você se acostuma a ser um personagem e isso vai se
arrastando ao longo de sua vida.

Talvez você não assuma sua identidade, por ter tido um passado
doloroso, uma infância desafiadora, na qual, muito provavelmente, ocorreram
fatos e situações que te causaram dor e sofrimento, e tudo que você mais
quer é que ninguém, além de você mesmo, tenha conhecimento disso.

Assim, te convido a responder as seguintes perguntas:

Há algo em você que ainda não tem coragem de assumir? O que

111
em seus comportamentos, condutas, atitudes, trato com o outro, você passa
para as outras pessoas, mas não é você de verdade?

Após pensar sobre isso, faça uma reflexão sobre sua identidade:
qual é a pessoa que você gostaria de ser e sabe que tem condição de ser, po-
rém por algum motivo, talvez desconhecido, você não é? Talvez por medo de
não saber o que te espera, por medo das pessoas não te aceitarem da forma
que você é, ou por qualquer outro motivo baseado no medo...

Até quando você vai ficar vivendo assim, se passando por outra
pessoa, dando desculpas em cima de desculpas, simplesmente por medo de
mostrar sua real identidade, de mostrar quem você é de verdade?

Imagino que, neste exato momento, você esteja sentindo incômo-


do. Talvez um pouco ofendido, pode ser... Quero te dizer que, em momento
algum, minha intenção foi faltar com respeito, pelo contrário, só estou que-
rendo trazer clareza para você, ser verdadeiro, te estimular... A verdade é que,
quanto maior for o seu incômodo, maiores os estímulos internos que causa-
rão mudanças e te direcionarão até a sua essência. É como se eu estivesse
plantando sementes, a cada desconforto que lhe é gerado. Essas sementes,
se regadas com todo seu cuidado e intenção, irão fazer com que sua essência
aflore, acessando e transparecendo a sua real identidade.

Quando você se permitir viver a sua real identidade, mudanças irão


começar acontecer, porque você não veio a este mundo por acaso. Isso é fato
indiscutível!

Você tem um objetivo, você tem um propósito!!!

Pode ser, talvez, que você ainda não tenha encontrado, reconheci-
do ou percebido, mas você está aqui por algum motivo! Por isso, te pergunto:
o que você entende que é a sua vida? O que você sente que é pra você? O que
faz sentido na sua vida para com os outros? Por que você veio a este mundo?
Qual é o seu objetivo? Seu propósito? Para servir a quê? A quem?

Você já se fez essas perguntas?

Quando você acessar sua essência, e permitir viver sua verdadeira


identidade, seu Eu Verdadeiro, aí sim, você estará vivendo seu propósito e en-
contrará respostas para suas perguntas mais íntimas e desafiadoras.

Tenha coragem de ser quem você nasceu pra ser!

112
Desperte Sua Essência

27 - O poder da comunicação

O primeiro e mais importante passo para provocar mudanças na


sua vida, para que você tenha uma vida de realizações e conquistas e, definiti-
vamente, consiga alcançar aquilo que você sempre sonhou é a comunicação.

Talvez você esteja se perguntando: “Richard, mas como assim a


comunicação?

Comunicação é tudo o que eu leio, tudo que assisto, tudo que falo,
escuto, os lugares que frequento, as roupas que visto, minha postura, tudo
isso é comunicação. Tudo que eu sou e faço comunica algo. Existe também a
comunicação interna, que são os pensamentos, ou aquela conversa consigo
mesmo – já viu pessoas andando nas ruas falando sozinhas e até gesticu-
lando?

A forma que você se comunica é a forma através da qual você


atrai, constrói ou destrói tudo na sua vida. Vou te dar alguns exemplos:

Se, por ventura, você está passando por problemas financeiros,


certamente tem convivido com pessoas que vivem falando que ganhar di-
nheiro é difícil, que o país está em crise, que rico é desonesto e arrogante, que
dinheiro é o maior de todos os males, que rico não vai pro céu e assim por
diante...

Talvez você esteja passando problemas de relacionamento e, cer-


tamente, você e as pessoas ao seu redor têm dito: homem é tudo safado, não
existe casamento perfeito, relacionamento é tudo igual, não consigo dar certo
com ninguém, ninguém leva relacionamento a sério mais...

Toda sua comunicação verbal, visual e corporal, feitas de forma


repetida, dia após dia, vão fixando em seu cérebro, como verdades absolutas
e, a partir daí, você começa a colher os resultados da sua comunicação. Isso
acaba gerando um círculo vicioso: seu estado momentâneo, gerado por todo
conteúdo expressivo da sua vida, acaba por afetar diretamente sua comuni-
cação.

Isso significa que, se você está num estado de tristeza, por exem-
plo, você tende a ficar com os ombros caídos, o olhar direcionado para baixo,
seu andar mais lento, face mais relaxada, olhos mais cansados e postura fe-
chada diante de outra pessoa. Isso tudo comunica algo para as pessoas. E a
113
roda continua a girar...

Por outro lado, se você está em um estado de alegria, felicidade,


confiança, seus ombros certamente estarão eretos, sua cabeça elevada na
linha do horizonte, sua face mais leve, seus olhos dilatados e com mais brilho.
Você estará mais ativo, gesticulando mais e muito mais receptivo aos outros.

Portanto, se você precisa mudar algo em sua vida, inicie pela co-
municação!

Se você quer melhorar seu relacionamento, pare de buscar con-


selhos com aquela amiga ou amigo que nunca foram felizes em seus rela-
cionamentos e, devido às suas experiências desastrosas, não acreditam que
relacionamentos possam dar certo.

Se quer evoluir profissionalmente, comece a caminhar e conversar


com pessoas que já trilharam o caminho que pretende trilhar, que já chega-
ram aonde você deseja chegar.

E se, por ventura, no seu convívio, não existirem essas pessoas


que possam ser sua referência, comece a modelar, por exemplo, autores de
livros, profissionais da internet, gurus do desenvolvimento pessoal, entre ou-
tros. Sempre existirão exemplos a seguir para quem deseja crescer de fato!

Elimine do seu ciclo de amizades pessoas tóxicas, reativas, pessi-


mistas, que vivem reclamando de tudo e de todos, que falam mal dos outros
(se elas falam mal do outros, logo, falam mal de você também. Já pensou
nisso?) Tenha ao seu redor pessoas que vibram com suas conquistas, que
apoiam seus sonhos, que respeitam sua opinião, pessoas proativas que bus-
cam soluções para seus problemas, que falam de projetos e não de pessoas.

A força do meio influencia diretamente seus resultados; portanto,


você precisa selecionar as pessoas com quem tem se comunicado. Como
essas pessoas têm recepcionado suas intenções, projetos e sonhos?

É necessário que você mude também a forma como você tem ab-
sorvido informações e se desenvolvido: você tem assistido ou lido jornais que
só falam de crise e tragédia, que não agregam nada de valor em sua vida?
Comece a substitui-los por, podcasts, audiobooks, palestras, livros de auto-
desenvolvimento, autoconhecimento, comece a participar de treinamentos e
imersões, construa um novo hábito de comunicação positiva e evolutiva.

Troque também as músicas que não somam nada em sua vida,


como músicas que fazem apologia a crimes, drogas, desrespeito às pessoas,

114
Desperte Sua Essência

pornografias e outros. Dê um basta nas músicas de “corno” e pare de ficar


comparando seus relacionamentos com as letras de “sofrência”, pois isso
tende a influenciar diretamente em suas decisões.

Coloque como meta comunicar diariamente alegria e entusiasmo,


colocar um sorriso largo no rosto, vestir-se de forma mais elegante e agradá-
vel (especialmente para você mesmo), andar com ombros e cabeça eretos,
falar com as pessoas olhando nos olhos e transmitindo confiança.

Faça da sua comunicação uma aliada, para que seus dias sejam
mais leves e de grandes resultados. Leve sua vida para o próximo nível!

115
28 - Autoconfiança

Talvez a habilidade mais importante para construir uma vida de re-


alizações seja a autoconfiança. A pessoa que possui essa destreza faz o que
precisa ser feito, por mais que existam situações desconhecidas ou desafios
grandiosos.

Lembre-se de algo importante: confiança é ter a certeza de que


você pode fazer algo. Medo é a falta de confiança. Coragem é agir apesar do
medo.

Ou seja, tudo começa pela confiança; então, se lhe falta essa ha-
bilidade, sugiro que a desenvolva o quanto antes. Quando você tem autocon-
fiança, logo desperta a coragem e faz o que precisa ser feito, simplesmente
porque sabe que é capaz de fazer. É nesse momento que você desperta todo
o potencial de genialidade que todo ser humano tem.

Sendo assim, existem dois pontos importantíssimos aos quais


você deve se ater:

O primeiro deles é que você constrói autoconfiança quando escuta


as suas vozes internas, aquelas que você fica ouvindo bem no seu íntimo, que
vêm da sua alma, da sua essência e que gritam o tempo inteiro para que ex-
presse suas virtudes, te impulsionando a ser mais e melhor, dizendo que você
pode tudo e que, se alguém fez e conseguiu, você também pode.

São aquelas vozes que despertam questionamentos quando você


não conclui algo com êxito; quando se amedronta diante de situações de-
safiadoras; quando se sente diminuído por alguma situação; quando não se
sente capaz... Esses questionamentos vêm com uma força intensa, confron-
tando toda situação negativa que você possa estar vivendo, com intuito de lhe
convencer de que você é muito maior do que qualquer adversidade, e precisa
apenas confiar mais em si mesmo.

O simples fato de ouvir com frequência suas vozes internas e to-


mar decisões apoiadas nisso, mostra que está construindo e aumentando
sua autoconfiança. Quando você se permite fazer algo que vem da sua essên-
cia e isso gera os resultados pretendidos, pronto! Você acaba de instalar “um
alerta” em seu cérebro de que sua essência merece e deve ser ouvida para te
auxiliar e impulsionar em direção aos resultados com os quais se compro-
meteu.
116
Desperte Sua Essência

Uma das mais eficientes formas de ouvir suas vozes internas é no


silêncio, seja em forma de meditação, ou simplesmente se desligando daquilo
que prende sua atenção e se voltando pra si mesmo.

É importante também que você comece a focar em tudo aquilo


que lhe desperta autoconfiança, sejam situações do passado, seja algo pes-
soal, profissional, social, enfim... O que é que você faz e tem certeza que vai
dar certo? Comece a trazer essas imagens para sua mente, pois essa é uma
forma de elevar sua autoconfiança.

Crie o hábito de anotar suas tarefas do dia a dia, pois, na medida


em que for concluindo essas atividades e marcando na sua lista, isso vai ge-
rando a sensação de que você é capaz de cumprir o que prometeu, aumenta-
do sua autoconfiança.

Outro aspecto essencial: procure se desenvolver! Faça cursos, crie


o hábito da leitura, ouça podcasts, participe de palestras e grupos de autode-
senvolvimento, entre tantas outras possibilidades que elevarão seu grau de
conhecimento e, consequentemente, sua autoconfiança.

Ademais, tenha a seu lado pessoas que acreditam em você, que


confiam no seu potencial, que vibram com seus objetivos e aplaudem suas
conquistas. Pessoas são um dos canais de maior influência em nossa vida,
portanto policie seu círculo de amizades.

O segundo ponto a ser olhado com bastante cuidado é a destitui-


ção da autoconfiança. Ou seja, quando você começa a questionar sua capa-
cidade, quando simplesmente aborta algum projeto por medo, sem ao menos
ter tentado ou porque outras pessoas falaram que aquilo não é pra você, que
não tem competência para isso, que já tentou tantas outras coisas que não
deram certo, etc, etc, etc...

É nesse momento que você se permite ser conduzido pelos outros,


abafando as suas vozes internas, colocando de lado o que vem da sua essên-
cia, vivendo a insegurança e a falta da autoconfiança.

Todas as vezes que tomar decisões baseadas no que os outros


disseram e não naquilo que você verdadeiramente gostaria de ter feito, estará
destruindo sua autoconfiança, porque está anulando sua voz interior. O pior é
que isso acaba virando hábito, até que essa voz da sua consciência passa a
não fazer mais parte de sua vida.

É importante ressaltar que, quanto mais você aguçar sua autocon-


fiança e quanto mais agir pela sua essência, mais resultados positivos terá

117
e o seu cérebro sempre estará registrando todas essas sensações. Desse
modo, como todas as nossas decisões são tomadas baseadas nos arquivos
de memória e na ativação do sistema de recompensas (e isso é assunto para
outra oportunidade), suas próximas escolhas serão feitas com auxílio da sua
autoconfiança, tornando-se algo comum em sua vida.

Agora que já sabe dessa poderosa habilidade, só depende de você


perceber que tudo está a seu favor, quando desenvolve sua autoconfiança.
Mãos à obra!

118
Carla Santos tem 47 anos, é casada e mãe de dois lindos filhos.
Nasceu em Florianópolis/SC, onde reside atualmente. Gosta de praia,
dançar, ler e apreciar cada momento em sua casa com as pessoas
que ama.
Pedagoga, pós-graduada em Práticas Psicopedagógicas, coach, pa-
lestrante e terapeuta, está em constante busca por novos saberes,
aperfeiçoando-se para exercer suas funções com excelência. Reali-
zou diversos cursos complementares que ajudaram em sua forma-
ção profissional, como: teatro, palestras, contação de história, dentre
outros...
Atua como tutora em curso de Pedagogia e também como consultora
educacional, em diversos municípios do país, contribuindo na forma-
ção de professores para desenvolverem a educação socioemocional
e o autoconhecimento.
Encontrou seu propósito de vida trabalhando com desenvolvimento
humano, estimulando otimismo, expressando e aplicando sua capa-
cidade de mudanças, por meio de estudos e início de novos projetos.
Possui como objetivo ajudar o próximo, prevalecendo a dedicação, a
positividade, a independência e a liberdade.
Parte 9

“O autoconhecimento não é um milagre, ele é


um processo. Quanto mais cedo começarmos a
olhar para dentro de nós, mais cedo desfrutare-
mos da nossa
paz interior.”

Carla Santos
29 - A saída da codependência

Certa vez, me chamou a atenção o título do livro Codependência


nunca mais, de Melody Beattie, apresentado a mim pela minha querida amiga,
escritora e terapeuta Roberta Melo. E mais ainda o subtítulo: Pare de controlar
os outros e cuide de você mesmo. Identifiquei-me no meio dessas palavras
que tocaram meu coração profundamente.

Após lê-lo com atenção, houve um maior entendimento de minha


parte sobre o assunto e, confesso, um interesse que por longos anos não tive,
visto que encontrava-me desesperançada e mergulhada numa realidade da
qual não conseguia sair.

A primeira vez que ouvi sobre codependência, foi quando alguém


me apontou como uma codependente, em meio a um casamento que estava
sendo destruído pelo álcool e pelas drogas. A codependência é definida pelo
médico psiquiatra Geraldo José Ballone como abandono de si mesmo em
função do outro. Ao me deparar com tal conceito, descobri, então, que a de-
pendência química é uma doença, não só para o usuário, mas também para
seus familiares e amigos.

Envolvida demasiadamente numa vida dolorosa, não me enxerga-


va mais, perdendo a noção de quem eu era de verdade, me abandonando
por completo. No fundo do poço, de tempos em tempos, me sentia culpada
pelas recaídas de meu ex-marido, que aconteciam por motivos que eu des-
conhecia. Na verdade, não precisava haver motivos; simplesmente acontecia.
Enquanto isso, eu definhava e morria internamente.

Nas madrugadas, enquanto meus filhos dormiam, eu o buscava


na sarjeta. Desejava sua morte e a minha também, tamanho era o sofrimento.
A necessidade de fugir daquela situação era imensa, mas eu não conseguia,
e sabe o porquê? Ele era um homem bom, um bom pai, de bom caráter e boa
índole.

Em quinze anos de um casamento sofrido por todas essas cir-


cunstâncias, foram oito internações em clínicas de recuperação, com dura-
ção de seis meses a um ano cada. Inúmeras reuniões de grupo de apoio,
diversos encontros com psicólogas e terapeutas, apoio da igreja e de pessoas
conhecidas e desconhecidas.

Eu me isolei e algumas pessoas me isolaram. Tinha a sensação de


122
Desperte Sua Essência

que a minha vida não era uma vida. Eu, simplesmente, passava um dia após
o outro esperando pela próxima recaída. Eu não tinha mais esperança de que
as coisas mudassem.

Por me considerar a vítima, nunca entendi que ele estava fazendo


mal a ele mesmo, mais do que a mim. O sofrimento dele também era gran-
dioso, mas eu não tinha capacidade de ajudá-lo, porque a dependência nos
controlava e nos mantinha reféns. Por outro lado, eu me deixava manipular
por sua dor, frustração, pedidos de ajuda e palavras doces. Eu tentava fazer o
impossível e me considerava uma fracassada a cada derrota. Ele me atacava
com palavras, me feria, me batia e eu pagava na mesma moeda, o atacando,
ferindo e agredindo fisicamente. Era uma guerra sem fim.

E por que eu não conseguia me livrar dessa vida? Pelo medo de


ficar sozinha, desamparada, de não conseguir sobreviver financeiramente, de
ser incapaz de levar minha vida com independência.

Hoje, olhando para trás, vejo que eu estava dependente daquela


situação. Precisava da atenção e até da piedade das pessoas, embora muitos
nem soubessem do meu problema, mesmo convivendo comigo diariamente.
Eu estava muito doente, disfarçadamente doente.

Entretanto, mesmo diante de tantas tempestades, muitas vezes,


minha decisão foi de buscar um crescimento profissional. Iniciei a faculdade
de Pedagogia, com a intenção de proporcionar um futuro melhor para a mi-
nha família. Sentia a baixa autoestima de meu hoje ex-marido gritar contra
minhas conquistas. Uma certa competição se instalava. Sentia que ele estava
inconformado por sua incapacidade de viver uma vida sem o vício e de não
conseguir vencer como homem e como marido.

Eu não sabia mais o que era certo e errado, nem como agir. Pre-
cisava da aprovação de outros para tomar atitudes, me justificando constan-
temente sobre decisões que ainda queria tomar. A reconciliação após cada
internação é um exemplo. Enquanto amigos e familiares esperavam de minha
parte uma atitude definitiva, eu sempre voltava para o meu mundo de code-
pendente.

Meus desejos se resumiam a ter uma rotina “normal”, saudável e a


vida feliz que enxergava em tantas outras famílias. Meus sonhos já não exis-
tiam mais. Eu só esperava por algo que não sabia se iria chegar.

Preocupada com o futuro de meus dois filhos, ainda pequenos,


meu compromisso era levantar da cama todos os dias, tirando de dentro de
mim uma fortaleza que acreditava vir de Deus, em quem sempre me apoiei.

123
Mesmo parecendo masoquismo, sempre acreditei que nada acontece por
acaso, e que tudo isso era para meu crescimento e evolução. Eu agradecia a
todo o momento, mesmo em meio ao sofrimento.

“Por que comigo?” Era o que eu às vezes me perguntava e também


a Deus, mas sem culpá-lo. Não tinha a mínima noção do que era autorres-
ponsabilidade, nunca soube nada sobre isso, durante todos aqueles anos. Es-
colhas? Meus olhos eram vendados e, sem perceber, eu fazia sim as minhas
escolhas, mas a consciência veio muito mais tarde. Muitas e muitas vezes
abraçar a causa foi a minha escolha; viver a vida dele foi a minha escolha; ditar
regras com a esperança de melhora foi a minha escolha; agredir com palavras
foi a minha escolha; passar a mão na cabeça foi a minha escolha; enfim, a
codependência foi a minha escolha.

Até que um dia, o desligamento foi a minha escolha. Desligar-me


do casamento, da dependência química, do sofrimento, da desesperança, e
da pessoa que me tornei: salvadora, vítima e bandida ao mesmo tempo.

Um certo dia, por meio de alguns estímulos que a vida me apre-


sentou, Deus na sua infinita bondade, resolveu me libertar. Eu merecia agarrar
a oportunidade com toda a minha força. Tinha ciência de que precisava de
um novo olhar para a vida, precisava encontrar aquela pessoa perdida que
se encontrava dentro de mim e me joguei com coragem e fé num futuro sem
codependência.

E, como num passe de mágica, um dia depois da minha firme de-


cisão, tudo o que passei durante todos aqueles anos, não fazia mais parte de
mim, dos meus pensamentos, dos meus dias.

A capacidade que tive de perdoá-lo por todos os anos de sofrimen-


to foi grandiosa. Não sofria mais, só sentia felicidade pela minha nova vida.
Não me importei mais com o que ele sentia pela dor da separação, mas só
com o que eu estava sentindo. Amei minha liberdade, dormia e comia melhor,
sorria mais. Uma invasão de um suposto “egoísmo” me invadiu: pensava só
no meu novo caminho, mas não me sentia culpada por isso, pois sabia que
um novo ciclo estava iniciando, uma nova vida estava à minha espera, novas
oportunidades me aguardavam.

Após 10 meses de libertação, me casei novamente, com um ho-


mem sem vícios. A esperança de que alguém cuidasse de mim como nunca
fui cuidada era constante. Eu queria literalmente ser carregada no colo. E aí
veio novamente a codependência. Como assim? É isso mesmo!

Sentia a necessidade de viver para ele, fazer tudo por ele e de ouvir

124
Desperte Sua Essência

que era amada a todo momento. Ou seja: entrei numa nova relação com anti-
gos hábitos. A dependência emocional surgiu com mais força. As cobranças
pela verbalização das palavras amorosas, pelos gestos de carinho, pela de-
monstração de romantismo eram diárias. Meu marido, embora presente, não
tinha o hábito desse comportamento carinhoso, mas eu não aceitava. Queria
transformá-lo em alguém que ele não era.

Dois anos após nosso casamento, me sentindo frustrada e mal


amada, descobri o autoconhecimento que me fez acordar para a vida. Em
busca do significado do “Conhece-te a si mesmo”, passei a conhecer a Carla
na sua verdadeira essência, a entender e perceber certas atitudes desneces-
sárias para a vida. Hoje meu casamento é uma benção e meu marido se tor-
nou muito mais carinhoso sem as minhas cobranças. Quando o aceitei, tudo
aconteceu muito naturalmente.

Palavras que não faziam parte de minha rotina, como autoestima,


amor próprio e empatia, começaram a fazer sentido para mim. A gratidão se
tornou mais intensa e presente. Fui presenteada com amigos dos quais nun-
ca mais pretendo me afastar, que me apresentaram a leveza de viver, além do
respeito a mim e ao próximo.

Compreendi, então, que a vida é cheia de dores, de adversidades,


mesmo fora da dependência química. Compreendi que cada um ama de um
jeito. Compreendi que as nossas escolhas nem sempre serão as melhores e
que tudo bem, porque errar faz parte. Compreendi que as dores nos fortale-
cem e que os problemas vem e vão. Compreendi que a nossa força vem de
dentro e que somos responsáveis por nós mesmos e não pelo outro, porque
viemos ao mundo sozinhos e sairemos dele sozinhos. Compreendi, enfim,
que sou única e que posso me tornar uma pessoa cada vez melhor.

Levei quase 20 anos para descobrir que só chorar, se lamentar e se


abandonar não são as melhores opções. Que ter coragem, fé, prestar atenção
nas oportunidades da vida e buscar o autoconhecimento são alguns cami-
nhos importantes para o encontro com a luz. Se estivermos preparados emo-
cionalmente, lembrando sempre que não somos responsáveis pelas escolhas
do outro, somente pelas nossas, o caminho ficará mais leve.

125
30 - Autoestima: como você se vê?

Autoestima é a avaliação que você faz de si mesmo. Não está re-


lacionada somente à aparência física, mas também associada aos sentimen-
tos e vivências que você traz da infância e de toda a experiência ao longo da
sua caminhada.

Segundo o Doutor Augusto Cury, tudo aquilo que nos causa um


impacto emocional tem um registro privilegiado na nossa psique. Por esse
motivo, os incentivos, os elogios recebidos, ou a falta deles, bem como críticas
e palavras destrutivas, vinda de pessoas que são referências para nós, como
pais, familiares, professores, companheiros(as) e chefes, contribuem signifi-
cativamente para a formação da autoestima.

Você sabia que a forma como nos enxergamos, afeta diretamente


a nossa vida? Qual julgamento você faz de si? Você se conhece o suficiente?
Gosta da pessoa que se apresenta em você?

Sendo assim, trabalhar a autoaceitação e se conhecer profunda-


mente é primordial e fundamental para o alcance das superações; somente
assim, você poderá se transformar integralmente. Não aceite ser menos do
que você é, nunca permita que as pessoas diminuam sua capacidade. Acredi-
te que você é e pode ser muito mais do que apresenta.

Domine o seu medo. Faça dos erros, os acertos de sua vida. Nunca
tenha medo de errar, pois é por meio desses erros que você se tornará uma
pessoa experiente, madura e sábia.

Tenha pensamentos positivos habitual e continuamente, encora-


je-se para realizar os melhores feitos. Acredite, tenha fé e se tornará capaz.
Seja a melhor versão de si mesmo em qualquer oportunidade ou situação,
independente do resultado.

Existem muitas pessoas comuns, que se superam, até por não te-
rem a chance, por conta da vida, de se deixarem abater. Cito aqui exemplos
reais de pessoas com graves doenças, lutando diariamente para sobreviver
e, muitas vezes, com um lindo sorriso no rosto. O sofrimento pode até estar
enrustido dentro do coração, mas demonstram força para mudar suas reali-
dades, se sentirem melhores.

O que você me diz das mães solteiras ou abandonadas por seus


126
Desperte Sua Essência

maridos, que não têm tempo, nem direito de chorar, porque precisam levantar
da cama todos os dias para sustentar sua casa? No mínimo, guerreiras.

Devem haver exemplos muito mais impactantes, ou até mesmo o


seu. O importante é saber que nem sempre a grama do vizinho é mais verde
do que a nossa, pois cada um sabe da cruz que carrega. Sempre haverá al-
guém com um problema maior do que o nosso, sem dúvida.

Diante de tantas adversidades que a vida nos apresenta, com o


tempo você descobre que seus pontos fracos, são na realidade seus pontos
mais fortes. São suas imperfeições que te tornarão único. Acredite ser uma
pessoa linda, maravilhosa, extraordinária, e sabe por quê? Porque Deus lhe fez
à sua imagem e semelhança.

Mesmo nos seus piores momentos, inove-se a cada dia, evolua,


incentive-se. Pare de reclamar, reclamar da sua vida, da sua casa, do seu ca-
belo, do seu emprego, do seu corpo... Agradeça! Não deixe que aquela voz ne-
gativa tome conta do seu ser, você tem esse poder, você comanda a sua vida.

Acredite em si; se você não acreditar, ninguém acreditará. E, se


achar que ainda tem algo a melhorar, trabalhe nisso e conquistará. Seja prota-
gonista da sua história. Sinta-se bem consigo mesmo, aceite-se, valorize-se,
tenha orgulho de você, olhe-se no espelho e se ame.

Nunca esqueça: a primeira pessoa que devemos amar no mundo


somos nós mesmos. Somente assim, os outros nos amarão também.

E sabe o que mais você deve fazer para elevar sua autoestima?

Evite pessoas negativas, tenha objetivos. Pratique o perdão e a


gratidão. Sorria. Produza, trabalhe, estude. Saia, divirta-se! Coloque aquela
roupa que você gosta. Fale somente sobre assuntos positivos. Evite tragédias.
Faça o bem. Levante com disposição, ouça música, pratique esportes, visite
amigos, faça novas amizades. Diga para alguém que o ama, fale de paixão.
Leia um livro, vá ao shopping, compre algo que você precise e que não precise
também. Veja um filme alegre. Faça uma viagem inesperada...

Não deixe para depois o que você pode fazer agora! A decisão é
sua!

“Você aprende a gostar de você, a cuidar de você, e


principalmente a gostar de quem gosta de você. O
segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do
jardim para que elas venham até você. No final das

127
contas, você vai achar não quem você estava procu-
rando, mas quem estava procurando por você!”
Mario Quintana

128
Desperte Sua Essência

31 - Depende de sua atitude

Segundo o dicionário, atitude é comportamento ditado por dispo-


sição interior, maneira, conduta.

Muitas pessoas oram a Deus, aguardando cair um milagre do céu.


Oração é =orar + ação. Isso significa que não basta orar, é preciso também
agir. Entretanto, há pessoas que afirmam aguardar a hora de Deus, mas ela
nunca chegará se não sairmos da zona de conforto, e esse é o grande desafio!

É preciso crer que o impossível é possível, que coisas extraordi-


nárias podem acontecer se acreditarmos que somos capazes e que, dar um
passo de cada vez, com paciência e perseverança, é seguir a trilha da vitória.

Todos nós temos sonhos, metas, objetivos, pois é isso que nos
move. Estudamos, trabalhamos para conquistar algo na vida, para fazermos
a diferença ou nos diferenciarmos dos demais. Mas o que faz com que nos
destaquemos? É justamente a atitude!

Sem atitude jamais conseguimos chegar aonde queremos. A ati-


tude para termos a iniciativa para começar e terminar o que começamos, ou
simplesmente fazer acontecer, agindo em prol de conquistar cada objetivo
sonhado.

Não conseguiremos um emprego, por exemplo, sem atitudes tais


como enviar um currículo, participar de seleções e de entrevistas, mostrando
interessado pela vaga. Tampouco nos destacaremos e seremos melhores na-
quilo que realizamos, sem as atitudes de nos especializar, estudar, participar
de treinamentos, ler livros sobre o assunto...

Também não vamos conseguir adquirir bens materiais e realizar


nossos sonhos, se não tomarmos a atitude responsável de poupar ou enfren-
tar um financiamento.

Até mesmo para fazer amigos fica complicado se não tivermos a


atitude de nos relacionarmos com pessoas e, para tal, é preciso desenvolver
nossas habilidades nas relações interpessoais e, principalmente, intrapesso-
ais, pois isso fará toda a diferença.

Enfim... Eu poderia citar aqui milhares de outros exemplos. Con-


tudo, o que quero dizer com isso? Quero dizer que tudo, tudo mesmo, que
129
quisermos conquistar na vida, depende única e exclusivamente de atitude.

Então, é preciso dar o primeiro passo, considerando que nossa


vida só gerará resultados, se nos propusermos a isso. Assim, ficarmos senta-
dos, aguardando que as coisas aconteçam por si sós, não vai mudar o nosso
quadro atual.

Algo bem importante a se falar também é que não devemos es-


perar e nem culpar ninguém pela falta de acontecimentos em nossa vida.
Segundo a jornalista e escritora Martha Medeiros, “tudo é uma questão de
humor e atitude: MUDE. Deixe de colocar sua felicidade nas mãos dos outros.”

Pois bem: nós somos os únicos responsáveis por nossas esco-


lhas! Por isso, se escolhermos não fazer nada, só esperar, esperar e esperar,
nossa vida ficará estagnada, visto que o poder da transformação está em
nossas mãos, não nas dos outros.

Ser uma pessoa de conquistas depende de empenho, dedicação


e vontade. A vida passa muito rápido e, se possuímos o desejo de fazermos
alguma diferença no mundo (especialmente no nosso mundo), façamos al-
guma coisa já!

Sejamos nossa própria motivação, dando valor às nossas poten-


cialidades. Nós podemos, conseguimos e merecemos. Vamos nos desafiar a
tomar uma pequena atitude diariamente, que faça diferença em nossa vida.

Aproveitemos as oportunidades que surgirem e mãos à obra!

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Desperte Sua Essência

32 - As oportunidades da vida

O mundo nos surpreende. As pessoas mostram-se vulneráveis,


quando se deparam com mudanças inevitáveis. Sair da zona de conforto, es-
tejamos nós pressionados ou não, não causa bons sentimentos e, por isso, é
um exercício que deve ser praticado diariamente. Muitas vezes, é um proces-
so doloroso, mas necessário.

Existem situações que mudam e nunca mais voltam a ser as mes-


mas. Que bom que isso acontece! O desconforto frente ao desconhecido nos
desestabiliza emocionalmente, mas sabemos que velhas convicções não nos
levam a lugar algum. Se observarmos e refletirmos sobre experiências ante-
riores, sempre resistiremos a qualquer mudança, bastando apenas que nos
adaptemos.

As áreas desconhecidas nos causam medo e passam a ser nos-


sos grandes desafios, quando precisamos assumir o controle e seguir adian-
te. O fortalecimento de nossa capacidade de ação se dá quando nos torna-
mos dinâmicos e determinados a superar o momento desafiador.

O movimento nos faz perder esse medo. Mudar de direção, o olhar


para o novo, para possibilidades diversas, enxergando o mundo de uma forma
diferente e otimista, pode ser um caminho seguro e feliz, embora muitas ve-
zes não pareça. Quando paramos de sentir medo, tudo se encaixa com leveza
e a tranquilidade se restabelece.

Importante ressaltar que toda mudança deve acontecer primei-


ramente dentro de nós, pois a transformação acontece de dentro para fora,
tendo em vista a quebra de paradigmas nos leva a novos caminhos, a novos
comportamentos.

Além disso, as mudanças nos proporcionam conhecer lugares


inimagináveis, nos aproximam de pessoas, e nos possibilitam viver grandes
experiências. Através das mudanças, criam-se novas oportunidades.

Há uma frase, atribuída a Albert Einstein, que diz: “Você não con-
seguirá mudar os resultados de sua vida, se continuar fazendo o que sempre
fez”.

Como seria o mundo se as coisas continuassem sempre da mes-


ma forma? Com quantas pessoas infelizes conviveríamos? Quantas oportuni-
131
dades de aprendizado, de evolução, de amadurecimento perderíamos?

Sair da mesmice, do comodismo é um ato de coragem! É preciso


se dar uma chance e experimentar! E se não der certo?

As nossas escolhas são as mais assertivas nos momentos mais


oportunos, considerando que para tudo há um aprendizado. Mesmo assim, se
o resultado não for o esperado, mudar de novo, de novo e de novo é o que nos
impulsiona para o movimento da vida.

Com certeza nos apresentaremos muito mais felizes quando nos


permitirmos agir e tentar sempre, com segurança e liberdade.

Basta uma decisão. Só depende de nós.

Desafio

Para enfrentarmos as grandes mudanças na vida, pratiquemos


então algo pequeno, todos os dias:

- Mudar o trajeto para o trabalho;

- Tomar chá ao invés de café;

- Trocar o chocolate da sobremesa por uma fruta;

- Usar um perfume diferente;

- Trocar o penteado;

- Outros...

Ousarmos, nos permitir e nos libertar para o novo é um presente


que podemos nos proporcionar! Nada muda se você não mudar!

132
Aldê Rodrigues é educadora e terapeuta. É natural de Belém do
Pará – Região Norte – descendente do povo Tupinambá, povo indíge-
na considerado guerreiro. Quando descobriu essa raiz, entendeu algu-
mas de suas ações de vida, nas quais apresentava postura corajosa
e de liderança.
De formação acadêmica, é Especialista em Gestão Escolar, Especia-
lista em Educação Especial Inclusiva, Pedagoga e Técnica em Peda-
gogia Catequética.
Aos 50 anos, entretanto, disseram a ela que poderia iniciar outra pro-
fissão e ela acreditou nisso.Hoje, além de professora do ensino pú-
blico, também atua como Terapeuta Evolucional Quântica e Mestra
Reiki, além de outras terapias holísticas, como a Fitoenergética, Cro-
moterapia, Aromoterapia, Cristalterapia, etc. Ao buscar cura para suas
dores físicas, descobriu esse mundo das Terapias Holísticas e o Reiki
confirmou qual era a sua missão: ser contribuição na vida do outro.
Como terapeuta, isso se concretiza de maneira leve, prazerosa e amo-
rosa, vivenciando sua mediunidade ostensiva de forma mais equili-
brada e em prol de sua evolução e dos outros. Possui um Grupo de
WhatsApp – Essência Energética Terapias – onde envia Reiki, Cura
Quântica e Meditação Visualizada à distância.
Parte 10

“Eis-me aqui, Amado Criador. Coloco-me a servi-


ço da Tua Divina Vontade e
Sabedoria nesta e em outras existências. Que,
dessa forma, possa a Criatura que sou, a exem-
plo do meu Criador, ser luz, amor e divindade
para tudo e todos, construindo e edificando um
reino de paz, ternura, amor, confiança e gratidão.”

Aldê Rodrigues
33 - De desperta a terapeuta desperta

Em busca de me livrar de dores físicas insuportáveis, advindas de


uma Síndrome Reumática denominada Fibromialgia, com a qual fui diagnós-
tica em 2014, empreendi uma busca para “livrar-me” dela. Contudo, nem ima-
ginava que era o início de uma linda e grandiosa jornada, através da qual me
tornaria um ser humano melhor.

Em outubro de 2017, tive uma crise na qual fiquei sem poder abai-
xar a mão direita durante 15 dias bem longos, dolorosos e sofridos. Eu estava
dependente dos outros para tudo. Nesse momento, lembrei-me de uma ora-
ção que uma amiga, há algum tempo havia me dado.

Não sei qual a inspiração que me tocou naquele momento, a fim


de que eu buscasse tal leitura pela internet, mas ao encontrar a Oração de 4
Etapas, do Bruno Gimenez, deparei-me com um convite dele para participar
da Jornada Meditar Transforma, facilitada pela Amanda Dreher. Depois disso,
conheci a Márcia Luz – Psicóloga e Doutora em Gratidão. Realizei dois cursos
com ela: A Gratidão Transforma sua Saúde e A Gratidão Transforma sua Vida
Financeira, com leituras e exercícios práticos.

Nesse período, aprendi muito e despertei para situações em mim


mesma nunca antes observadas. Percebi que tudo em mim havia adoecido, o
corpo, as finanças, o espírito e sabe lá Deus o que mais...

Entrei no Portal da Gratidão, também da Márcia Luz, e lá uma pro-


fissional me chamou a atenção: meu lindo espelho, Paola Lima, Coach de
Emagrecimento Consciente. A partir de então, adentrei em outra busca: a de
emagrecer sem sofrimento. Através do Programa Profunda Mente Magra,
lancei-me com muita dificuldade em estudos e temas nunca antes estuda-
dos.

Paralelamente a isso, outra profissional me chamou a atenção


pela suavidade na voz e algumas ações profissionais em comum comigo
(Professora, Diretora, Educadora, etc...). Eis que surge a Roberta Melo em mi-
nha vida e um convite no seu canal do YouTube Conhecer e Despertar me
chamou a atenção: iniciei com ela a Jornada do Despertar, que estava sendo
proposta no canal.

Nesse ínterim, o tempo já caminhou e chegou o mês de dezembro


de 2018. Nessa Jornada do Despertar, ganhei uma sessão com a Roberta
136
Desperte Sua Essência

(a qual hoje carinhosamente chamo de “Rô”). Diria que um portal se abriu e


muitos outros vieram despois desse. Continuei a empreender a minha busca,
embora não mais para me livrar da dor física, pois comecei a descobrir que
elas eram reflexos de outras dores ainda não descobertas.

A gratidão me fez conhecer mais uma pessoa, porém, desta vez,


na mesma cidade que eu, em Belém do Pará: o Benedito Leão surgiu em mi-
nha vida e, com ele, minha mestra de meditação presencial, Virginia Diniz,
também da minha cidade. Até esse momento, a meditação que eu fazia era
online. Na meditação presencial, aprendi a aceitar e acolher as minhas dores
físicas e, por meio das técnicas de respiração, comecei a compreender e sen-
tir grande alívio nelas.

Na sessão com a qual fui presenteada pela Roberta Melo, fui apre-
sentada ao Reiki e aceitei realizar um tratamento, no qual ela me enviaria essa
técnica energética maravilhosa. Na oportunidade, outros assuntos foram
conversados, muitos dos quais não eram de minha vivência.

Então, na minha primeira sessão desse tratamento, eis que meu


propósito de vida surgiu. Nesse momento, ainda não o havia identificado des-
sa forma, mas não tardou muito para que eu descobrisse que o Reiki era parte
da minha missão de vida.

Depois do tratamento com o Reiki, a Rô me lançou outro convite:


um curso que ela havia feito, o Namastê – Curso de Desenvolvimento Huma-
no e Autoconhecimento, criado por Sérgio Kiyoshi - o qual ela me dizia ter sido
um divisor de águas em sua vida.

Lancei-me sem hesitar nessa aventura. Para mim, foi impactante


e revelador o curso Namastê 1. Autoconhecimento e Espiritualidade: diria que
essas palavras foram literalmente expressivas e vivenciadas naquele fim de
semana, na serra da cidade de Extrema, em Minas Gerais.

Depois disso, já em junho de 2019, cheguei em minha cidade


pronta para fazer outro curso: Reiki nível 1, realizado em julho. Em agosto do
mesmo ano, recebi outro convite da Rô, para participar do Grupo Terapêutico
Online Desperte Sua Essência, do qual ela é a fundadora.

Lembra que eu falei dos portais que haviam se aberto para mim?
Pois é. Cada curso, cada pessoa, cada situação que foi acontecendo em mi-
nha vida funcionaram como portais para uma nova existência.

Nesse grupo terapêutico, a cada mês, a cada tema, a cada encon-


tro ao vivo, fui despertando, me conhecendo, me curando... Agora, já vivencio

137
meu propósito de servir, de ser um canal energético, pois já sou Terapeuta e
Mestra reikiana. Também me tornei consciente de poder ser uma fonte de
luz e amor para o mundo, com a certeza de que meu Criador assim me fez
para ser. Como reikiana, me disponibilizo a doar minhas sessões a parentes
e amigos.

Foram muitas experiências maravilhosas e descobertas lindas, ao


adentrar num mundo sútil e muitas vezes intenso. Tudo vai criando cor, forma
e sentido. Para quem vivia com dores insuportáveis, achando que não che-
garia aos oitenta anos de vida, me transformei naquele ser que leva alívio a
dores de outros, por ter acreditado que aos cinquenta anos poderia ter outra
profissão.

Ainda no Portal Desperte Sua Essência, conheci Renata Moon, que


tornou-se minha terapeuta espiritual e “socorrista”, quem, no futuro, acabou
se sendo a mestra Reiki que realizou minha iniciação como mestra nessa téc-
nica. Tenho imenso carinho e sou eternamente agradecida a ela, que sempre
disse que eu já era reikiana de outras vidas.

Minha jornada continuou e, para minha surpresa e imensa grati-


dão, recebi mais um convite da Rô: em abril de 2020, fui convidada para uma
participação já como terapeuta no Portal Desperte Sua Essência, com o Meu
Momento de Autocura.

Para minha total alegria, realização e confirmação sobre meu pro-


pósito e missão de vida, em junho de 2020, entrei oficialmente como tera-
peuta para o Portal, onde, no 4º domingo do mês, participo com a Terapia da
Oração.

Foi assim que, de “Membro Desperta” tornei-me uma “Terapeuta


Desperta”.

138
Desperte Sua Essência

34 - Conversando com o criador

Criador de tudo que há! Criador de tudo que é!

Coloco-me a Teu dispor nesta jornada terrena, aprendendo, ensi-


nando, buscando e acreditando que, a cada passo, a cada momento, a cada
jornada, encontros e reencontros, a Tua Divina Presença se manifesta no meu
viver. Creio que esta Centelha Divina que existe em mim cada vez mais me
ilumina e ilumina tudo ao meu redor.

Abrir meu coração a ti me faz perceber o quanto sou amada e


cuidada, auxiliada e orientada nos meus pensamentos e ações, recebendo
esclarecimentos e direcionamentos nas minhas buscas, no meu caminhar...

Os desafios aparecem e a Ti recorro, na certeza de receber o que


necessito para compreendê-los e superá-los.

Quanto é gratificante, Amado Criador, ser Criatura Tua, criada à


Tua imagem e semelhança, e aprender que isso é ser você na forma humana.
É extremamente consolador saber que me criastes como de um nada até Ser
Humano... Quantas experiências em todos os reinos passamos e vivencia-
mos, sempre juntos, unidos como um só... Assim, fomos dando forma a um
Ser que hoje pensa, sente age e é capaz de manifestar a Tua luz.

Nossa jornada é longa, por vezes ardorosa, muitas outras amo-


rosa... Quantos mundos vivenciados, quantos irmãos já passaram, quantas
experiências e existências já vividas... Quantas paisagens, encantos e desen-
cantos já compartilhados... Quantas descobertas e infortúnios já experiencia-
dos!...

Mas sempre, sempre juntos, Criador e Criatura!

Assim, hoje seguimos nessa jornada terrena. Amanhã quem sabe


aonde? Ah sim! Tu sabes! Possivelmente, eu também saiba, ainda que sob o
véu do esquecimento, mas na certeza de que será muito melhor do que hoje.

Sinto a verdadeira essência despertando e, com isso, percebo,


através de muitas outras criaturas Tuas e de mim mesma, a Tua Divina Luz
sendo manifestada em nosso viver.

Quanta graça recebemos e manifestamos quando assim o per-


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mitimos! Amar, perdoar, acreditar que somos um só, Criador e Criatura, e que
sendo Tua criatura, podemos, como disse nosso Mestre Jesus: “Em verdade
vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e
outras maiores fará...” (Jo 14,12).

Realizadores! É o que somos, frutos da tua Divina Presença que


existe em cada um de nós.

Buscando me conhecer, buscando te conhecer... Quantas surpre-


sas nesse caminho de autoconhecimento encontramos! E como é bela tal
jornada, pois, quando me vejo enquanto essência é que Tua face na minha
se reflete.

Desse modo, os que estão ao meu redor sentem a Tua Divina Pre-
sença e o Teu Divino Amor. Quanta diferença conseguimos viver e ser quando
essa mágica acontece, mágica que é luz e puro amor!

Criador meu, Criador nosso... Reconhecer e deixar ir o que nos foi


ensinado – que vivias num trono no mais alto céu – é libertador! Sentir e ter
a certeza que pulsas em cada batida do nosso coração é nos deparar com a
verdade de que somos uma fonte luz e amor na face da Terra.

Rendo-me ao Teu Divino Amor e digo como Samuel o disse, quan-


do foi chamado por Ti: “Eis-me aqui” (1Samuel 3, 4).

Eis-me aqui, Amado Criador. Coloco-me a serviço da Tua Divina


Vontade e Sabedoria, nesta e em outras existências. Que, dessa forma, possa
a Criatura que sou, a exemplo do meu Criador, ser luz, amor e divindade para
tudo e todos, construindo e edificando um reino de paz, ternura, amor, con-
fiança e gratidão.

Assim seja! Assim é! Agora e para sempre!

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Desperte Sua Essência

Pósfacio

Há mais de 17 anos, dedico-me a lapidar textos, fazer revisões e


reconstruções textuais, a fim de ajudar a levar as ideias de inúmeros autores
para o mundo. Já revisei as temáticas mais inusitadas possíveis, mas, desta
vez, me surpreendi!

Ao ler os artigos dos meus amigos que aqui escreveram, consegui


ver um pouquinho deles em cada linha. E, além de admirá-los como coaches
e terapeutas, hoje os admiro também como autores, dedicados a levar mais
conhecimento e leveza ao mundo.

As “lições” aqui apresentadas não pretendem ser originais; obje-


tivam, outrossim, com muita verdade, conduzir o amigo leitor a transforma-
ções na sua vida cotidiana, através da implementação das ideias aqui conti-
das, na prática do seu dia a dia.

Apresentamos aqui soluções simples, embora não sejam nada fá-


ceis, bem o sei. Mas, pode acreditar, tudo o que escrevemos aqui é fruto dos
nossos próprios processos de dor e crescimento, pois todos nós seguimos
no caminho do desenvolvimento, vivenciando transformações continuamen-
te. Por experiência própria, podemos afirmar: é possível Despertar a nossa
Essência, é possível revelar quem somos.

Gratidão aos meus amigos autores, pela confiança na proposta.


Gratidão a você leitor, por dar sentido para que sigamos vivendo da nossa
missão!
Luz e paz!
Até a próxima!
Roberta Melo

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Referências bibliográficas

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CHOPRA, Deepak. (2019). As sete leis espirituais do sucesso. Best-


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construção de pensamentos e da formação de pensadores. 8ª Ed. rev. São
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