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Punição está tão enraizada em nossas interações uns com os outros que
freqüentemente sequer sabemos que estamos usando-a. E então, quando
nossos negócios, casamentos, amizades e outros empreendimentos e relações
pessoais importantes repentinamente fracassam, ficamos desapontados,
magoados e bravos. Não compreendendo nosso próprio papel como
coercedores e não reconhecendo que outros estão na realidade fugindo de nós,
os acusamos de infidelidade, estupidez, deslealdade, vacilação e, até mesmo,
neurose. Portanto, é critico que saibamos mais sobre este comportamento que
chamamos de "fuga".
Inculca um repertório
comportamental estreito, deixando- Deixa-nos livre para satisfazer nossas
nos temerosos de novidades, com curiosidades, para tentar novas opções.
medo de explorar.
Rotas de fuga
Delegar a terceiros: deixar que outra pessoa lide com os problemas. Quando isso funciona,
torna-se ainda mais provável que desliguemos as demandas menos agradáveis da vida.
o Delegar responsabilidades a outros.
Fazer nada: Um movimento errado pode trazer um desastre tão enorme que não realizar
qualquer mudança parece o caminho mais seguro.
o Supressão de respostas; comportamento verbal – “travei”.
Mas, embora possamos fugir das coerções da vida por algum tempo
desligando-as até que demandem nossa atenção, uma carreira de
gerenciamento de crises é, paradoxalmente, uma existência
completamente coagida. Cada emergência nos mantém em suas garras,
ocupando toda nossa atenção e controlando todas as nossas ações até
que a tenhamos resolvido. Então, a próxima crise nos agarra.
Reforçamento negativo — fuga — domina nossas vidas. O fracasso, o
resultado de uma crise severa ou complicada demais para resolver, parece
uma possibilidade remota. Úlceras, ataques cardíacos, estafa e outros
problemas nos quais a coerção pode desempenhar um papel são
freqüentes na população, mas raramente atingem qualquer indivíduo
particular. Eles, portanto, exercem pouca influência até que realmente
aconteçam conosco.
Uma pitada de prevenção - Uma vez atingidos pela punição, faremos o que
puder para desligá-la ou ir embora. Se não podemos fugir, ou se a situação
prove reforçadores positivos suficientes para contrabalancear os
negativos, podemos apenas nos desligar por algum tempo. Se nossa
família, amigos ou colegas de trabalho distribuem choques muito
freqüentemente, ou se seus choques são muito intensos, podemos ir ao extremo
de desistir, mesmo que isso signifique abdicar de reforçadores positivos. Não
sofreríamos menos se, em vez de esperar receber um choque para então
fugir, pudéssemos impedir o recebimento do choque? Não faríamos
melhor esquivando-nos de choques? Crianças usualmente não esperam pelo
tapa ou pela bronca dos pais, esperando para fugir depois que a punição tenha
começado. Em vez disso, elas se escondem, correm, dão desculpas ou imploram
por perdão.
Permitir que choques ocorram antes de fazer algo a seu respeito, significa
desconforto, dor ou desastre. Muito de nosso comportamento negativamente
reforçado, portanto, parece sustentado pela prevenção em vez da cessação dos
choques da vida. Esta é a base para a distinção entre fuga e esquiva. Algo ruim
tem que acontecer realmente antes que possamos fugir; ao fugir, colocamos um
fim a uma situação ruim. Esquiva impede que um evento indesejado
aconteça, em primeiro lugar. Esquiva bem sucedida mantém afastados os
choques, tornando a fuga desnecessária. Esquiva, então, é uma outra
forma de reforçamento negativo. A coerção não somente gerará e
sustentará diferentes tipos de fuga, mas também fará com que nos
esquivemos. Nós necessariamente não esperamos receber um choque antes
de agir; algumas vezes agimos antes do tempo. No entanto, a despeito de sua
aparente orientação para o futuro, a esquiva realmente acaba sendo
comportamento de fuga. Estudos de laboratório têm mostrado que a esquiva
bem-sucedida de choques futuros é uma conseqüência secundária da fuga
de choques que já foram experienciados.
As causas da esquiva
Sempre que tivermos que fazer alguma coisa sobre a nossa esquiva induzida
pela coerção, ou a de qualquer outra pessoa — começar terapia, defender-nos
ou aprender a nos adaptar — nada conseguiremos fazer a menos que dois
passos preparatórios sejam dados:
Embora saibamos que estamos em perigo, nenhum sinal específico nos diz de
onde e quando o choque virá;
Com esquiva não sinalizada, o que o sujeito faz parece completamente não
relacionado a qualquer coisa mais;
Uma vez que tenham aprendido, eles pressionam a barra com freqüência
suficiente para receber choques apenas ocasionalmente. Macacos ficarão dias
sem um choque, raramente diminuindo o suficiente a velocidade para receber
um lembrete da contingência. Eles comportam-se com uma persistência e uma
compulsividade que sé; assemelha ao comportamento patologicamente rígido e
inflexível que freqüentemente vemos ao nosso redor — algumas vezes em
pessoas que, quanto ao resto, são normais. Se não se conhecer a histórià do
sujeito, pode-se observá-lo pressionando a barra hora após hora sem razão
aparente e perguntar-se sobre as fontes de sua estranha preocupação.
Skinner explica!
– Quanto mais efetiva for a prevenção, menos tendemos a nos comportar de modo seguro
pela falsa sensação de segurança;
– Quanto mais tempo em quarentena, mais forte será o desejo de voltar a fazer aquilo que
fazíamos antes da pandemia, ou seja, ficamos a cada dia mais inclinados
motivacionalmente para fazer coisas que podem nos colocar em risco.