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Sabe-se que o Reforço obrigatoriamente mantém determinado comportamento e

que sua tendência é de aumentar a emissão de respostas. Com o Reforço Negativo, mesmo

com a conotação de negação em seu nome complementar, ocorre exatamente a mesma

coisa. (Compreenda melhor sobre Reforço)

Se o Reforço Negativo mantém o comportamento assim como o Reforço

Positivo, qual é de fato a diferença entre os dois? Muitas!

Vamos começar deixando claro que os conceitos de Positivo e Negativo para a

Psicologia Comportamental nada tem a ver com Bom ou Ruim, mas sim com

Apresentação e Retirada.

Quando tratamos de Reforço Negativo, queremos então dizer que algo foi

retirado do ambiente do organismo, fazendo com que o comportamento se mantenha.

Mas, de fato, o que o organismo retira? Algo que lhe é aversivo, e é por esse motivo que,

mesmo sendo Reforço, o Reforço Negativo é considerado um Controle Aversivo ou

Controle Coercitivo.

As Contingências Reforçadoras mantêm os comportamentos por trazerem

consequências as quais os organismos procuram quando emitem uma resposta, e no caso

do Reforço Negativo, o organismo quer fugir ou se esquivar de algo aversivo. Se o seu

comportamento resulta no êxito dessa fuga ou esquiva, grandes são as chances de ser

mantido e ter sua frequência aumentada.


Para exemplificar, imagine o sol escaldante a 40 graus. Você sai de casa e tem

em sua mão um óculos de sol. Ao coloca-lo, a sensação ruim em seus olhos passa a não

mais existir. O comportamento de usar óculos de sol foi reforçado (você voltará a fazer,

mantendo esse comportamento e aumentando de frequência) negativamente (por tirar o

estímulo aversivo – o sol ocasionando incômodo nos olhos – do seu ambiente).

Isso acontece também quando você evita frequentar determinado

estabelecimento por, por exemplo, tocar um gênero musical que não lhe agrada. Sendo

assim, você é reforçado negativamente ao evitar ouvir músicas que, em sua concepção,

não são legais.

Mas, entre esses dois exemplos, há uma diferença. Eles não são da mesma

categoria de Reforço Negativo. Um é considerado Fuga e, o outro, Esquiva.

Para melhor compreensão, trataremos de cada um deles separadamente. O

comportamento de Fuga sempre será o primeiro a ser aprendido, isso por que para o

organismo fugir é necessário estar no mesmo ambiente que o estímulo aversivo. Então

considera-se fuga aquele comportamento que retira o estímulo aversivo do ambiente o

qual o organismo está, como o choro de uma criança, uma pedra no sapato, uma sujeira

no óculos ou, como no exemplo, o sol escaldante nos olhos.

A Esquiva é uma consequência da Fuga, pois o comportamento de Fuga

posteriormente tem a tendência em se tornar de Esquiva, já que o organismo fugiu


anteriormente ao estímulo e agora busca evitar entrar em contato, esquivando-se como no

segundo exemplo. Para saber que a música não o agradava, pelo menos uma vez entrou

em contato com ela e teve de fugir (comportamento de Fuga, pois a música estava no

mesmo ambiente que o organismo), mas posteriormente o organismo passa a evitar entrar

em contato por já saber que não o agrada, esquivando-se (evitando o contato).

O primeiro exemplo (do óculos de sol) facilmente se tornará um comportamento

de esquiva posteriormente, quando o organismo não mais esperar estar em contato com o

sol escaldante para colocar o óculos de sol, mas sim coloca-lo antes de sair de casa, por

exemplo.

Esses comportamentos são importantes para a sobrevivência, mas pela

Generalização de Estímulos, o organismo tende a fugir ou se esquivar de grande parte

daquilo que aparentemente é igual ao que ele considera aversivo.

Compreender as contingências por reforçamento negativo é fundamental para

explicação de muitos comportamentos que trazem sofrimento ao organismo, pois muitas

vezes há fuga ou esquiva de elementos que aparentemente são aversivos, mas na realidade

não deveriam ser.

O Controle Aversivo possui efeitos colaterais e, no caso do Reforço Negativo,

um deles é dificultar o organismo a ter acesso a Reforçadores Positivos por estar fugindo

ou se esquivando.
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FAP vem do inglês Functional Analytic Psychotherapy e a tradução seria

Psicoterapia Analítico Funcional. É uma Psicoterapia que tem se destacado nas ultimas

décadas nos EUA e tem muita aceitação também no Brasil, foi desenvolvida por Tsai e

Kohlenberg.

O destaque da psicoterapia se de por meio do CRBs (Clinically Relevant

Behavior ou Comportamento Clinicamente Relevante), que são divididos em 3 categorias

de CRBs.

CRB 1 - São os comportamentos "problemas" que gera sofrimento e que ocorre

durante a sessão, o ideal é que esse comportamentos seja evocados durante a sessão para

que o terapeuta não tenha uma escuta punitiva, esses comportamentos no dia a dia, quando

gera sofrimento na pessoa, ela tende a se esquivar ou fugir da situação assim não reagindo

de forma adequada, quando ela não tem como fugir da situação e o terapeuta não tem essa

escuta punitiva ele faz com que o cliente tenha outras formas de reagir durante aquela

situação, sempre com a ajuda do terapeuta, e de forma não diretiva, para que o próprio

cliente consiga resolver a situação e que não fique dependente do terapeuta.

CRB 2 - Quando a pessoa começa a responder de forma mais adequada, esse

progresso do cliente são tratados como CRB 2, e o terapeuta precisa reforçar esse
comportamento de forma natural para aumentar sua freqüência, reforços arbitrários tende

a não generalizar para o ambiente fora da sessão, mas as vezes é necessário para que algo

que não é reforçador se torne reforçador com o tempo e o reforço arbitrário mantém por

um tempo até que isso ocorra.

CRB 3 - Quando o cliente começa a analisar as causas do seu comportamento,

começa a fazer análises funcionais do porque seu comportamento esta ocorrendo em

determinadas situações e que ele se mantém por determinados conseqüências isso se

chama CRB 3. (Algumas pessoas emitem CRB 3, sabe analisar o comportamento mas

não emite CRB2, em outras palavras ela sabe a função das causas do comportamento mas

não se comporta de maneira adequada a situação)

Geralmente na sessão sempre esta ocorrendo os CRBs, cabe ao terapeuta ver,

evocar, responder e interpretar os CRBs. Mas de inicio temos que ter uma relacionamento

muito intimo com o cliente, para que ele confie e que seja um lugar de aprendizagem e

assim ocorra as mudanças.

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