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Apostila de Psicologia Geral

Prof. Roberto Lins


Pavlov no primeiro momento chamou a salivação do cão de "secreção psíquica salivar",
depois para “reflexo psíquico” para definir de “reflexo condicionado”.
Conceitos empregados por Pavlov:

 Estímulo incondicionado: é aquele capaz de causar uma resposta imediata e não


precisa de uma aprendizagem prévia (Comida).
 Resposta incondicionada: é a resposta que o indivíduo emite diante do estímulo
incondicionado (Salivação).
 Estímulo condicionado: é o estímulo neutro que substituiu o estímulo incondicionado
(Sino).
Para que ocorra a aprendizagem no condicionamento clássico é preciso emparelhar os
estímulos “incondicionado e neutro” ao mesmo tempo. O experimento de Pavlov ficou conhecido
tanto pelo nome de “condicionamento clássico” quanto pelo nome de “condicionamento
respondente”. O condicionamento respondente possui três características:
 é munido de uma herança genética,
 por causa disso é universal,
 e suas respostas são automáticas.
Baseando-se no experimento de Pavlov, John Watson propôs como experimento a
aplicação do condicionamento respondente na “aquisição do medo”. Para o seu experimento, ele
escolhe um bebê de 9 meses, chamado Albert. Albert era uma criança calma que nos testes não
esboçou nenhuma reação ao ser apresentado a ratos, coelhos, macacos e máscaras. A única
coisa que assustou Albert foi o som inesperado de um martelo batendo em uma barra de aço, que
ficava atrás dele.
 O rato (por exemplo), inicialmente, era um estímulo neutro porque não provocava medo
em Albert.
 O som alto do martelo batendo na barra de ferro era o estímulo incondicionado
(estímulo significativo).
 O medo era a resposta incondicionada, ou seja, uma resposta natural ao som.

Por fim, o rato, que antes era um estímulo neutro, passou a ser condicionado, porque só em ver o
animal (sem o som da martelada) Albert já demonstrava medo. Todos os animais apresentados
tinham os pêlos brancos e Albert acabou generalizado o seu medo para todos os animais que ti
vessem os pelos dessa cor como, também, de pessoas que se vestissem de branco. Tal fenômeno
é chamado de “Generalização do Estímulo”.
Generalização é quando a resposta é dada para objetos semelhantes ao estímulo
condicionado.

Outros conceitos empregados por Watson:

Condicionamento Vicariante do Medo.


Para o surgimento do medo não é preciso que a pessoa passe por uma experiência
assustadora. Como somos dotados de cognição basta, por exemplo, associarmos um aviso de
alerta, histórias de afogamentos para termos medo de uma determinada área da praia ou de um
rio.
Extinção
Uma vez adquirida uma resposta condicionada, esta poderá persistir enquanto o estímulo
condicionado existir. Ou seja, sem perceber uma pessoa se condicionou a dar uma resposta a um
dado estímulo. Essa resposta só deixará de existir quando deixar de ser reforçada. O
desaparecimento do condicionamento é chamado de “extinção”.
Contracondicionamento

O contracondicionamento é um tipo especial de condicionamento respondente que ocorre


quando uma resposta condicionada específica é substituída por uma resposta condicionada nova.
Tomando como base o exemplo anterior, a pessoa ao estar estressada troca a resposta
condicionada de comer muito pela resposta condicionada do consumo excessivo em compras.

Condicionamento Operante

O condicionamento operante é um conjunto de teorias criadas por Burrhus Frederic


Skinner que visam a aprendizagem pelo condicionamento.
Diferentemente do condicionamento clássico, que emparelha o estímulo neutro com o
estímulo incondicionado antes que aconteça a aprendizagem; no condicionamento operante o
reforço só é dado logo após o comportamento. No condicionamento operante são as
consequências agradáveis geradas pelo reforço que permite que o comportamento que se
espera se repita. Skinner propõe 5 tipos de reforçamentos, que são:

O reforço positivo é um tipo de premiação que é ofertada, algo que traga prazer, que tem o
objetivo de aumentar a possibilidade do comportamento se repetir outras vezes.
O reforço negativo remove um estímulo aversivo para fortalecer um comportamento desejado.
Por exemplo, um garoto tem a incumbência de lavar os pratos do almoço todos os dias, tarefa que
ele detesta. A mãe, querendo reforçar o comportamento que deseja remove a tarefa do filho de
lavar os pratos, mas impõe que o quarto esteja sempre limpo e arrumado.
Punição positiva. Acrescenta-se algo como meio de punir um comportamento indesejável. Por
exemplo, a professora passa uma tarefa de casa para uma aluna, mas a mesma não faz. Como
punição a professora passa a tarefa do dia e acrescenta mais uma como forma de punir a aluna.
Neste caso, a aluna terá que responder agora 3 tarefas, a anterior, a que foi acrescentada como
punição e a do dia.
Punição negativa. Na punição negativa retira-se algo importante para a pessoa. Por exemplo, o
filho está tirando notas baixas pelo uso excessivo do celular e por acessar as redes sociais. Os
pais então retiram o celular só devolvendo após o rendimento do filho aumentar.
Extinção. A diminuição gradual do reforço ao ponto de o comportamento voltar o que era antes
do condicionamento.
Teoria da Motivação de Maslow

Necessidades fisiológicas
As necessidades fisiológicas são as mais básicas, mas importantes para a sobrevivência
e desenvolvimento saudável da pessoa, que incluem comida, água, oxigênio, sono, manutenção
da temperatura, entre outras. Quando as pessoas não conseguem satisfazer tais necessidades
elas vivem essencialmente para tentar satisfazê-las.
As necessidades fisiológicas diferem das outras necessidades pelo menos por dois
aspectos: é uma necessidade que precisa ser satisfeita por completo. Por exemplo, quem tem
fome precisa saciar a fome por completo. O outro aspecto é que com o passar das horas a pessoa
sentirá fome outra vez. Assim, trata-se de uma necessidade que está constantemente se
renovando, diferentemente das demais.
Necessidades de segurança
As necessidades de segurança se seguiria logo após das necessidades fisiológicas.
Para Maslow, todo ser humano tem necessidade de ter segurança física, estabilidade (emocional,
financeira, etc.), sentir-se seguro e livre, sem perigo de guerra, incêndio, enchentes, etc. Quando
a pessoa convive com ameaças tendo a sua necessidade de segurança quebrada isso pode gerar,
segundo Maslow, uma ansiedade básica.
A ansiedade básica levaria a pessoa a sentir medo e insegurança de se relacionar com
as outras pessoas. As necessidades fisiológicas diferem das outras necessidades pelo menos por
dois aspectos: é uma necessidade que precisa ser satisfeita por completo. Por exemplo, quem
tem fome precisa saciar a fome por completo.
Necessidades sociais ou de amor e pertencimento
Satisfeitas as necessidades de segurança a pessoa é motivada a preencher a
necessidade de pertencer a um ou mais grupos sociais, assim como de encontrar um grande amor.
Essas duas condições: amor e pertencimento também incluiriam a necessidade do contato físico,
do sexo e de dar e receber amor. A pessoa que têm satisfeitas as necessidades de amor e de
pertencimento desde uma idade precoce não se desesperam quando o amor é negado, pois a
base de sua personalidade foi construída com esses referenciais, ou seja, de que é amada por
pessoas que são de fato importantes para ela. A rejeição mesmo que seja sentida não é um
acontecimento desestruturante, ou seja, que desestrutura o seu emocional.
O segundo grupo de pessoas envolve aquelas que nunca experimentaram o amor e o
sentimento de pertencimento. Essas pessoas raramente foram abraçadas, acariciadas, beijadas
ou experimentaram qualquer forma de amor verbal. Geralmente essas pessoas ao se tornarem
adultas serão incapazes de amar. Elas acabam aprendendo a desvalorizar o amor achando natural
a ausência dele.
Necessidades de autoestima
Faz parte da necessidade de autoestima o autorrespeito, a confiança e o conhecimento
de que os outros têm a pessoa em alta conta. Maslow identificou alguns níveis de necessidade de
autoestima, dentre eles a reputação ou prestígio, competência, confiança, domínio, etc. Dito com
outras palavras, a autoestima está baseada na competência real e não meramente na opinião dos
outros. É preciso que a pessoa reconheça seu potencial e não apenas que ouça dos outros que
tem.
Necessidades de autorrealização
As necessidades de autorrealização estão intimamente ligadas as necessidades de
autoestima. Esta última forneceriam as bases necessárias para a pessoa buscar a primeira. As
necessidades de autorrealização podem transitar das necessidades estéticas, da busca da beleza
estética, até a realização de um sonho profissional ou amoroso, como casar-se e construir uma
família. Segundo Maslow, as pessoas que se sente realizadas são mais motivadas e esse estado
de ânimo refletiria na saúde mental da pessoa.
Partindo desse entendimento, ele compreendeu que o ego não é totalmente consciente
e uma parte dele seria inconsciente. A resistência se comporta de modo semelhante a uma
representação recalcada, demandando certo trabalho para se tornar consciente, isto é, para que
o paciente reconheça que estava empregando tais defesas.
Nesta segunda tópica, Freud divide o aparelho psíquico também em 3 partes: “ego,
superego e id”. Ao contrário da primeira tópica que sugere uma condição mais passiva para o
aparelho mental, nesta, ele defende um aparelho ativo e extremamente dinâmico. O ego é descrito
como uma instância que nasce com o contato com o mundo externo, pela identificação com o
outro (s) e pelo investimento libidinal que recebe. O ego surgiria do contato do id com o mundo
externo.
Freud menciona o bebê por ser movido pelo princípio do prazer, pela busca da
gratificação imediata de suas necessidades e desejos, o bebê está sob o controle do id. São com
as exigências da realidade, com os intervalos de tempo que a mãe leva para atende-lo, que com
o passar do tempo aumenta pouco a pouco, pela repetição das ações do outro e dele mesmo, que
as coisas vão formando sentido e a percepção da criança em relação a si vai se construindo
fazendo com que ela adentre a linguagem.
Características do ego:
 O ego possui o papel mediador, integrador e harmonizador entre as exigências do
id e um censo de cobrança exagerado do superego.
 O ego pode atender as demandas do id desde que elas estejam dentro do limite
que a cultura estabelece.
 O ego é que integra as funções cognitivas e que dá vasão aos conteúdos
inconscientes.
 O ego também é uma instância defensiva que se utiliza da censura para afastar
aquilo que lhe traga mal-estar e sofrimento.
 O ego também pode ser visto como único objeto de seu próprio amor (narcisismo).
O superego é visto como a nossa consciência moral, os nossos valores morais, éticos,
ideias, preconceitos e crenças ditadas pela cultura na qual o sujeito está inserido. O superego é
construído pelas introjeções e identificações que a criança em relação as qualidades dos pais,
como: padrões de conduta bem, também, pela qualidade do relacionamento com os pais.
Características do superego:
 O superego é considerado o censor ou o juiz do ego.
 O superego visa impedir a realização e a tomada de consciência dos desejos não
aceitos pela sociedade.
 Geralmente, ele está associado ao luto patológico quando este envolve um
sentimento de culpa.
 Um superego severo é extremamente crítico e interditor.
 Classicamente, o superego é definido como o herdeiro do complexos de Édipo.

Já, o id, é descrito por Freud como o reservatório da energia psíquica, o pólo pulsional
da personalidade. Sendo por um lado herdado e inato e, por outro, recalcado. Por causa de sua
própria natureza pulsional, ou seja, de querer que suas necessidades e desejos sejam logo
realizados estará sempre entrando em conflito com o ego e superego. É graça a sua relação com
o ego e o superego, que o id não exerce o que deseja, sua total satisfação.
O evento traumático poderá ocorrer precocemente durante a gestação ou nos primeiros
anos de vida, ou a qualquer momento da vida. Traumas emocionais decorrentes da infância –
período da formação da personalidade – quase sempre acarretam consequências mais nocivas
podendo gerar sérios adoecimentos psicológicos. Eventos traumáticos na infância nem sempre
são facilmente lembrados, mas nem por isso deixará de repercutir de alguma maneira no
psicológico da pessoa. Situações potencialmente traumáticas na infância podem ocorrer:

 Situações de abandono e maus-tratos;


 Violência física e psicológica;
 Abuso sexual;
 Brigas ou separação entre os pais;
 Perda de um dos genitores;
 Bullying, entre outros.
Em boa parte dos Conflitos observa-se à oposição entre os sistemas Ics e o sistema
perceptivo (Pré-consciente/Consciente) representado pela censura. Quando o conflito é gerado
pelo desejo e fantasias incompatíveis com o que é pregado pela cultura, temos aí um dualismo
entre o princípio do prazer e o princípio de realidade. O que traz prazer ao inconsciente (nosso
lado mais selvagem e instintivo) poderá trazer angústia e sofrimento para o ego (nosso lado regido
pela cultura e moralidade).
Todo conflito psicológico ou trauma gera um estado de tensão psíquica. A Contracatexia
(ou contrainvestimento) é a base da Censura Psíquica, que tem a finalidade de afastar toda
representação nociva e manter o equilíbrio psíquico ou a manutenção da homeostase psíquica
(certo estado de equilíbrio). Segundo Freud, não há como evitar algum tipo de tensão em nosso
cotidiano, entretanto, quando esse nível de tensão excede a capacidade de retenção entra em
cena as defesas para restabelecer a homeostase. Segundo Freud (1899), a catexia baseia-se na
importância da experiência como motivo para procurar lembrá-la, enquanto a contracatexia tenta
impedir que a representação recalcada seja mostrada para a pessoa. Uma não consegue cancelar
a outra e também não existe um predomínio entre as forças, mas existe um acentuado gasto de
energia psíquica para manter o conteúdo recalcado no inconsciente. Para Freud, diante desse
impasse efetua-se uma espécie de conciliação entre as forças que produziriam os sintomas.
Definições
Racionalização.
É um processo pelo qual a pessoa elabora desculpas ou razões lógicas para tentar justificar
comportamentos, pensamentos ou sentimentos inaceitáveis. Apoiando-se em um raciocínio lógico,
a pessoa procura explicar sentimentos e emoções que na verdade não controla, disfarçando com
isso seus conflitos internos para si e para os outros.
Repressão.
É um processo pelo qual o indivíduo visa inibir ou fazer desaparecer um conteúdo desagradável.
É uma ação totalmente consciente que busca suprimir uma ideia ou um afeto cujo conteúdo é
desagradável.
Recalque.
É uma ação que visa manter no inconsciente impulsos ou ideias inaceitáveis, que caso
emergissem para consciência provocaria um grande desprazer, afetando o equilíbrio do
funcionamento psicológico do indivíduo.
Formação reativa.
É um mecanismo que tende a inverter o impulso indesejado, substituindo-o pelo seu oposto. Por
exemplo: A pessoa “prega” a moralidade extremamente puritana, mas é totalmente entregue às
perversões sexuais.
Regressão.
É um processo temporário ou a longo prazo que leva o ego a retornar a etapas ultrapassadas do
seu desenvolvimento. Geralmente, esse mecanismo é posto em ação quando o indivíduo se vê
em alguma situação problemática, aparentemente de difícil resolução e, ao invés de agir como um
adulto, tem um comportamento infantilizado.
Fixação.
Ocorre quando uma pessoa, em seu desenvolvimento, não progride de maneira normal, parando
parcialmente em uma fase do desenvolvimento.
Projeção.
Mecanismo pelo qual o indivíduo atribui a outras pessoas conteúdos psíquicos que são dele
próprio. O sujeito expulsa de si e localiza no outro qualidades, defeitos, sentimentos, desejos e
“objetos” que ele desconhece ou recusa nele.
Sublimação.
Mecanismo pelo qual o indivíduo redireciona a energia de um impulso ou desejo não aceito pelo
social para uma atividade ou comportamento que seja socialmente aceito.
Resistência.
Trata-se de um conjunto de reações de um analisando que visa criar uma oposição, um obstáculo
ao processo analítico, na medida em que ele se aproxima do núcleo recalcado, ou seja, da
descoberta dos desejos inconscientes ou do trauma que inflige a pessoa ao sofrimento.
Definindo temperamento e o caráter

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