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Os mecanismos de defesa do Ego

Os mecanismos de defesa do Ego são as formas que a mente usa para se proteger.
Segundo Freud, esse mecanismo é a operação pelo qual o Ego tira da consciência as coisas
indesejáveis, protegendo o aparelho psíquico. Ele é orientado pelo princípio da realidade.
Conhecendo os mecanismos de defesa do ego
Os mecanismos de defesa vão possibilitar à pessoa uma relação com o mundo, garantindo sua
sobrevivência psíquica. Alguns mecanismos de defesa são: Recalcamento ou
repressão, negação, Renegação ou recusa, Regressão, Conversão orgânica, Projeção,
Deslocamento, Racionalização, Formação Reativa e Sublimação.
O Recalcamento ou Repressão é uma defesa contra as ideias incompatíveis com o Eu. As idéias
ou impulsos indesejáveis para a consciência são reprimidos por ela e impedidos de entrar no
estado consciente. Ele afasta determinada coisa do consciente, mantendo a distância. É
uma forma de negação fora da consciência. Negação é quando se nega a realidade exterior e
a substitui por outra que não existe, afim de evitar sofrimento, proteção da autoestima, satisfação
de desejos ou por comportamento.
De uma forma inconsciente a pessoa não quer tomar conhecimento de um fato, pensamento ou
sentimento. Na Renegação ocorre o rompimento parcial com a realidade. A pessoa não
nega a existência da verdade, diferente do mecanismo da negação. Na negação o psicótico
rompe totalmente com a realidade, enquanto na Renegação existe um rompimento parcial
relacionado à perversão.
A regressão e os mecanismos de defesa do ego
A Regressão é o responsável por fazer o Ego retornar a um ponto anterior no
desenvolvimento. Surge assim um ponto de fixação em uma determinada fase de
desenvolvimento, fazendo com que a pessoa volte ao seu estado primitivo ou infantil de
acordo com o ponto de referência.
Na Conversão orgânica os conflitos psíquicos ou trauma somatizam, levando a descarga dessa
pulsão reprimida. É a transposição de um conflito e uma tentativa de resolução, convertida
em uma queixa física. A projeção é quando você projeta no outro aquilo que está dentro de você
e você não se dá conta, aí no senso comum tem aquilo que a gente fala: “O bom julgador julga a
si mesmo.”
Todo mundo desconfiado, mentiroso, achando que todo mundo é mentiroso também, isso
é um mecanismo de defesa. Ele protege o nosso ego do sofrimento de entrar em contato com
quem nós realmente somos. você pode estar falando dos outros mas pode ser que esteja falando
de você mesmo e nem percebe, então a projeção é projetar em outras pessoas sentimentos
negativos sobre si mesmo.

O deslocamento
O Deslocamento é uma variante da Projeção. O inconsciente transfere uma reação emocional de
um objeto ou pessoa para outro objeto ou pessoa, virando alvo de descargas. Esses
mecanismos são maneiras que o indivíduo terá de se defender de conteúdos que o afetam
emocionalmente, então ele utiliza para não entrar em contato com isso.
Na racionalização o indivíduo utiliza um raciocínio lógico para conseguir explicar atitudes e ações.
Ele utiliza um raciocínio lógico para tornar coerente aquilo que não tem coerência.  Quando uma
pessoa tem alguma atitude que prejudica a outra pessoa, e para justificar o que ela fez ela
diz que aquela pessoa foi merecedora da atitude e encontra várias justificativas para
explicar isso.
Ao longo da história da humanidade a gente encontra vários exemplos de onde coisas que não
seriam justificáveis ou aceitáveis foram feitas e foram justificadas dentro de um contexto religioso.
Os mecanismos de defesa do ego e a racionalização
A racionalização acaba sendo uma maneira do indivíduo proteger a sua auto-estima e não
reconhecer os próprios erros. Ela impede o auto conhecimento, impede o contato com as
verdadeiras causas que o levaram a tomar aquela decisão ou atitude, então o indivíduo acaba
não reconhecendo qual foi o pensamento, qual foi o sentimento e não consegue se dar conta.
Não consegue tomar consciência de qual foi o motivo real, então ela é muito prejudicial ao
amadurecimento. Na Formação reativa os sentimentos ou comportamentos são os opostos
ao real desejo. A pessoa tem atitudes opostas ao que foi recalcado, utilizando um
comportamento excessivo.
Como por exemplo uma pessoa homossexual agindo como uma pessoa heterossexual
promíscua. É um mecanismo que leva a um pensamento contrário ao que foi recalcado, e se
mantém como conteúdo inconsciente. As formações reativas podem alterar a estrutura da
personalidade, mantendo o indivíduo em alerta como se estivesse sempre em perigo ou sob
ataque.

Considerações finais
Na sublimação o indivíduo transforma algum desejo ou pulsões destrutivas em algo socialmente
aceitável pela sociedade. Ele transforma algo destrutivo em algo criativo culturalmente ou
intelectualmente. A energia é transformada pelo Ego em obra artística ou atividade de utilidade
social.
Na sublimação o indivíduo transforma a angústia ou algo negativo em algo produtivo, com valor
social positivo. Esses mecanismos de defesa são estratégias do Ego para proteger a
personalidade contra as possíveis ameaças. São subterfúgios criados para proteger a pessoa
de prováveis dores, situações e decepções.
Mecanismos de Defesa do Ego

Acredito que uma das melhores


elaborações da psicanálise tenha sido no que se refere aos mecanismos de defesa
do Ego. Tais mecanismos são modos de operação psíquica que o Ego
utiliza/constrói para defender-se de perigos reais ou fictícios. Tem a função
de proteger o ego contra elementos como a ansiedade e o desprazer, por exemplo,
e são normais a todos os seres humanos, podendo ser utilizados também para
defender de forma patológica o narcisismo do sujeito.
Ana Freud (1946/2006), que
escreveu uma obra prima sobre o tema, teoriza que tais mecanismos existem pelo “medo”
do ego de regredir ao estado inicial de fusão com o ID, na hipótese da falha do
Superego na tarefa de reprimir os impulsos.
Mas o objetivo deste texto não é
discorrer academicamente sobre o tema, senão fornecer um breve resumo sobre
quais são tais mecanismos de defesa:
 
Repressão: Movimento que o Ego realiza para rebaixar conteúdos
dolorosos (sejam ideias, afetos ou desejos) da consciência para o nível
inconsciente;
 
Negação: Consiste na recusa da aceitação da realidade incômoda ao
Ego;
 
Deslocamento: Consiste na transferência de um impulso para outro
alvo considerado menos ameaçador;
 
Racionalização: É um processo pelo qual a pessoa elabora desculpas
ou razões lógicas para tentar justificar comportamentos, pensamentos ou
sentimentos inaceitáveis;
 
Compensação: Mecanismo de defesa utilizado para encobrir uma
fraqueza através da atribuição de ênfase à outra característica mais desejada
ou aceita;
 
Formação reativa: É um mecanismo que tende a inverter o impulso
indesejado, substituindo-o pelo seu oposto. Exemplo: A pessoa “prega” a
moralidade extremamente puritana, mas é totalmente entregue às perversões
sexuais;
 
Projeção: Talvez este seja o mais famoso mecanismo de defesa, que é
o responsável por atribuir aos outros conteúdos psíquicos que são da própria
pessoa a outrem;
 
Isolamento: Consiste em separar um pensamento, recordação ou afeto
de outros associados, em determinado evento/fato, de modo a minar ou fazer com
que nenhuma reação emocional ocorra;
 
Anulação: Busca cancelar ou desfazer uma ação/sentimento indesejado
de forma “simbólica” através de outra;
 
Introjeção: É o mecanismo responsável por integrar elementos de
outro indivíduo a estrutura do Ego;
 
Regressão: É o mecanismo responsável pro fazer o ego retornar a um
estágio anterior de desenvolvimento;
 
Fixação: Ocorre quando uma pessoa, em seu desenvolvimento, não progride
de maneira normal, parando parcialmente em uma fase do desenvolvimento;
 
Sublimação: É o mecanismo responsável por redirecionar a energia de
um impulso para outra atividade socialmente mais aceitável ou desejável;
 
Supressão: É o bloqueio consciente e voluntário de sentimentos e
pensamentos desagradáveis;
 
Identificação: É o mecanismo responsável por aumentar o valor do
ego através da aquisição de características de um sujeito referência (admirado).
Enfim, podem existir outros
mecanismos de defesa do Ego, pois como já foi tratado no texto, sé apenas um
breve resumo, com objetivo de apenas nomear e informar sobre a existência do
mesmo. Aos interessados existem literaturas que podem aprofundar sobre o tema:
Freud (1946/2006), Freud (1923/1996) e Hall e Lindzey (1971).
Lembrando também que tal conteúdo
faz parte de uma série de construtos teóricos que se fazem sentido quando estão
integrados dentro do corpo teórico da psicanálise e que, descontextualizados
não refletem o pensamento original dos autores. Ter uma visão global do
assunto, por mais que não seja especializada, é um fator que nos ajuda a olhar
para tal conteúdo sem a aquisição de preconceitos ou visões distorcidas.
Mecanismos de defesa: 10 tipos mais comuns

Já parou para pensar na maneira como você reage aos conflitos pessoais e às adversidades
naturais da vida? Todas as pessoas possuem jeitos específicos de lidar com o estresse, a
ansiedade, a raiva e outras emoções negativas. A esses comportamentos que parecem às vezes
inexplicáveis é dado o nome de mecanismos de defesa.
São eles que nos ajudam, ao nível consciente e inconsciente, a responder de modo apropriado a
eventos negativos e traumas. Todavia, nem sempre esses métodos de evitar o sofrimento
funcionam da maneira como deveriam ou são benéficos a longo prazo. Segundo psicólogos,
mecanismos ineficazes podem provocar mais sofrimento emocional com o passar dos anos se
não forem identificados e corrigidos.
O que são mecanismos de defesa?
Os mecanismos de defesa, assim como o próprio termo indica, são meios de proteção criados
pelo inconsciente para distanciar indivíduos de eventos, atitudes, sentimentos, crenças, palavras
e pensamentos desagradáveis.
O conceito foi criado por Sigmund Freud, conhecido como o pai da psicanálise, e posteriormente
aprofundado por sua filha Anna Freud. De acordo com a teoria psicanalítica, os mecanismos de
defesa são manifestações do ego diante de acontecimentos e fatores que geram sofrimento.
O desenvolvimento desses meios de proteção do ego acontece de maneira inconsciente.
Passamos a repetir certos comportamentos e pensamentos após vivências dolorosas e, quando
nos damos conta, eles já se tornaram parte de nós. Entretanto, nem sempre eles são lógicos.
Embora tenham o objetivo de cessar a ansiedade, o medo, a culpa e a angústia, alguns
mecanismos de defesa podem provocar outros sentimentos negativos ao longo do tempo.
É importante saber reconhecê-los para determinar quais mecanismos estão atuando com
eficiência e quais precisam ser ajustados para que você tenha uma vida mais feliz.
Mecanismos de defesa comuns
A psicanálise já identificou mais de 15 mecanismos de defesa. Assim como o seu
desenvolvimento, a sua manifestação também ocorre de maneira inconsciente. Ao se deparar
com uma situação que desperta um incômodo emocional semelhante ao do passado, o
mecanismo é ativado e o indivíduo reage da maneira que, até então, têm o protegido do
sofrimento.
A reação pode não ser a melhor opção, dado que pode desencadear consequências negativas
em outras áreas da vida, como a profissional e a afetiva. No momento da “ameaça”, no entanto, o
mecanismo de defesa cumpre o papel de ajudar o indivíduo a lidar com conflitos emocionais.
Os meios de proteção do ego começam a fazer mal quando afastam o indivíduo da realidade,
consequentemente dificultando a solução de problemas que merecem a sua atenção.
Eles podem pintar um cenário falso dos fatos, levando a erros, tomada de decisão precipitada e
interpretações equivocadas dos acontecimentos e das pessoas. Dependendo da situação, os
mecanismos de defesa podem até causar prejuízos à saúde mental.
Como são processos inconscientes, o indivíduo não se dá conta de que as suas reações aos
acontecimentos agravam o seu sofrimento. A psicoterapia ajuda as pessoas a alcançarem essa
percepção e a melhorarem o funcionamento dos seus mecanismos de defesa.
Em seguida, confira os mecanismos de defesa mais comuns e como eles funcionam.
1.     Negação
A negação é um dos mecanismos mais comuns e provavelmente o mais conhecido. Quando as
pessoas não conseguem encarar a realidade e se recusam a admitir verdades óbvias, elas
entram em negação.
Essa reação é comum entre quem sofre de um vício. Não raro indivíduos nessa condição
recusam ajuda ou a cessar o hábito negativo, como fumar ou apostar, por negarem as suas
consequências negativas. Vítimas de acontecimentos traumáticos também podem levar tempo
para aceitar a situação, embora tenham memórias de ter vivido a experiência marcante.
Enquanto essa reação pode combater a ansiedade, tristeza e estresse por um tempo, ela pode
facilmente se transformar em um problema. Afinal, precisamos lidar com todo o tipo de situação
no decorrer da vida, mesmo quando dolorosas.
2.     Repressão
Outro mecanismo de defesa bastante comum é a repressão. Memórias de eventos desagradáveis
são reprimidos a fim de proteger o indivíduo do sofrimento atrelado a eles. Elas não
desaparecem, mas ficam guardadas no inconsciente e, assim, podem influenciar o
comportamento e a maneira de pensar.
Por exemplo, uma pessoa que sofreu abusos na infância pode ter dificuldade de firmar
relacionamentos saudáveis na vida adulta. Sem saber o porquê, ela sabota as suas relações,
esconde os seus sentimentos ou escolhe parceiros abusivos.
3.     Projeção
A projeção acontece quando as pessoas transferem traços de personalidade e sentimentos que
não conseguem aceitar como parte de quem são para outros indivíduos. Dessa maneira, elas
julgam o comportamento alheio com base em fatores não existentes no outro (mas em si
mesmas) e com frequência chegam a conclusões errôneas sobre ele.
A projeção também pode acontecer com expectativas e desejos que uma pessoa não pode ou
não consegue satisfazer. Assim, ela vive através de indivíduos que possuem aspirações
semelhantes e são livres para correr atrás delas ou que conquistaram o que ela gostaria de ter.
4.     Formação reativa
Este mecanismo de defesa consiste em expressar o sentimento oposto ao que se sente, deseja
ou pensa para reduzir a ansiedade. O fator causador da ansiedade costuma ser protegido pela
mente inconsciente e o indivíduo tem dificuldade para identificar a sua existência. Logo, para os
outros, ele pode passar a imagem de ser hipócrita.
Um exemplo é quando um indivíduo desgosta de outro por conta de sua personalidade, crenças
pessoais, sexualidade, nacionalidade, entre outros. Em vez de expressar esse sentimento, ele o
trata bem para esconder o que sente de verdade. Ele também pode destratá-lo por secretamente
desejar ser como ele e precisar se distanciar para não encarar esse desejo.
5.     Racionalização
A racionalização envolve criar explicações lógicas para justificar um comportamento ou
sentimento difícil de aceitar. Quando um profissional não consegue a promoção que tanto deseja,
por exemplo, ele pode dizer que não estava, de fato, interessado no cargo ou que o chefe tomou
uma decisão errada e vai se arrepender.
O mesmo acontece quando as pessoas tentem justificar as suas inseguranças e medos,
procurando uma razão para continuar apegadas a elas. Normalmente, as justificativas colocam a
culpa no outro, impedindo que as pessoas percebem a sua parcela de responsabilidade nas
situações e cresçam como indivíduos.
6.     Regressão
Este mecanismo de defesa foi estudado extensivamente por Anna Freud. Segundo a psicanalista,
as pessoas às vezes voltam a expressar comportamentos presentes nos estágios iniciais de seu
desenvolvimento, como na infância ou adolescência. Elas podem chorar copiosamente, ficar
emburradas, comer excessivamente e recorrer a ofensas quando confrontadas por uma situação
ruim.
7.     Deslocamento
Outro mecanismo de defesa bastante comum é o deslocamento. Ele leva as pessoas a
deslocarem as emoções para uma representação de quem ou daquilo que o causou. Quando
alguém tem um dia ruim no trabalho e desconta a raiva em seus familiares, que nada tem a ver
com a situação, ele está deslocando o sentimento negativo para um alvo “mais seguro”, pois sua
vida profissional não sofrerá repercussões.
8.     Sublimação
A sublimação é a maneira de lidar com situações estressantes ou traumáticas descarregando
sentimentos negativos, como a frustração e a raiva, de maneira positiva. Também pode ser
definida como a transformação de desejos inapropriados em conceitos mais fáceis de
administrar. 
Por exemplo, uma pessoa extremamente irritada ou estressada com uma situação pode
expressar essas emoções ao praticar boxe, desabafar ou meditar. Dessa maneira, ela não
sucumbe a vontade de gritar ou brigar com alguém.
Freud acreditava que esse mecanismo de defesa é um sinal de maturidade emocional, além de
permitir que as pessoas convivam em sociedade de maneira apropriada.
9.     Intelectualização
Semelhante à racionalização, a intelectualização é caracterizada pela visão racional e calculista
de eventos ruins. Esse meio de proteção previne o apego aos aspectos emocionais de uma
situação negativa, como a tristeza e medo. A atenção é transferida somente para os aspectos
lógicos.
Um exemplo é quando uma pessoa recebe o diagnóstico de uma doença e, em vez de procurar
saber sobre os sintomas, ela foca em outros fatores. Dessa maneira, consegue evitar o estresse
provocado pelo conhecimento aprofundado da patologia.
10.  Compensação
A insegurança acerca de uma área da vida pode levar as pessoas a “compensarem” a falta de
aptidão, conhecimento ou até de sorte em outras. Por exemplo, quem tem dificuldade nos
estudos pode tentar compensar isso no trabalho ou em traços da sua personalidade. Assim,
consegue equilibrar as suas qualidades e defeitos e aliviar a culpa ou ansiedade por não
conseguir obter excelência em uma determinada área.

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