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REGRESSÃO COMO MECANISMO DE DEFESA

Ao desenvolver a teoria da estrutura psíquica, Freud inicialmente descreve o modelo topográfico


onde divide o psiquismo em instancias sendo o consciente, pre -consciente e inconsciente; porem
com o tempo ele desenvolve o conceito da segunda tópica ou o modelo estrutural composto pelo
ego, id e superego, que interagem entre si de forma dinâmica. O Ego atua no consciente e no
inconsciente como um mediador, mantendo o equilíbrio entre os desejos e instintos do id e as
cobranças e regras moralistas advindas do superego. Para realizar a função de mediador o ego
muitas vezes necessita utilizar mecanismos de
defesa, com o objetivo de manter conteúdos que foram reprimidos no inconsciente e dessa forma se
proteger contra a dor psíquica causada por diferentes traumas. Em algumas situações essa barreira
se rompe e conteúdos que estavam reprimidos passam ao consciente e se manifestam na forma de
sintomas como angustias, ansiedade, fobias, culpa e outros. Todo esse trabalho mediador do ego
requer um intenso gasto de energia.
O Ego adota diferentes formas de se defender contra as pressões internas e externas. Frente
a uma situação geradora de ansiedade nosso ego pode adotar dois caminhos, enfrentar o problema
buscando a solução para o mesmo ou lançar mão dos mais variados mecanismos de defesa com
o objetivo de mascarar a realidade ou mesmo para abrandar alguma dor.
Os mecanismos de defesa podem ser divididos em:
• Defesas bem sucedidas – geram a cessação do que se rejeita.
• Defesas ineficazes – exigem uma perpetuação ou repetição do processo
de rejeição.
Os mecanismos de defesa são: regressão, negação, repressão,
deslocamento, formação reativa, expiação, isolamento, racionalização, sublimação, projeção,
compensação e a identificação.
A regressão é um dos mecanismos de defesa onde ocorre o retorno a um estado
infantil. Muitos dos medos e ansiedades dessa fase podem surgir, assim como fantasias e ilusões.
Freud divide o
desenvolvimento psicossexual em cinco fases e em cada uma delas pode ser observado
características próprias e peculiares.
• Fase oral: vai dos 0 - 2 anos. Nessa fase ocorre uma “incorporação”,
uma identificação que permite um registro subjetivo no psiquismo de
sentimentos de proteção e conforto.
• Fase anal: 2- 3 anos. O ego encontra-se em desenvolvimento, há
ensaios de individuação e separação; desenvolve a linguagem e a
comunicação verbal.
• Fase fálica: 3- 6 anos. Fase do complexo de Edipo que permite a
organização da personalidade; fase dos “porquês” em busca de respostas
para as suas novas perspectivas.
• Fase de latência: 6 anos – puberdade/adolescência. Desenvolve suas
estruturas egoicas e relacionamentos sociais.
• Fase genital: a partir da puberdade. Busca de uma nova identidade
individual, grupal e social; comum a existência de conflitos,
rebeldia.
A regressão pode ocorrer em situações de angustia ou de crise como resultado de problemas
ou traumas, em que o individuo é
incapaz de resolver e de suportar; a forma encontrada pelo seu psiquismo para se proteger é
regredir a uma determinada fase que lhe era gratificante e protetora. Há uma busca de algo que foi
perdido ou sentido, como uma tentativa de “resgate”.
Para Freud, o adoecimento psíquico e a regressão era o resultado de uma frustração ou uma
impossibilidade de satisfazer uma
necessidade libidinal, que levaria ao adoecimento e o surgimento dos sintomas, observado na vida
mental e orgânica. O paciente apresenta condutas e sentimentos imaturos, com características de
padrões
compatíveis com idades cronológicas inferiores; como se estivesse “preso” a um passado remoto,
passado esse que lhe era seguro. Esse retorno é uma busca neurótica por algo que lhe faz falta;
podendo ocorrer através dos sintomas de sua doença ou ser consequência direta desse sintoma.
Para Carl Jung “a tendência regressiva do paciente ...
não é apenas uma recaída no infantilismo, mas uma tentativa de chegar a algo necessário ... o
sentimento universal de inocência infantil, a
sensação de segurança, de proteção, de amor recíproco, de confiança”.
Mas, porque regredir a uma determinada fase ou a um
determinado ponto de fixação ? Acredita-se que esteja relacionado as
primeiras relações parentais, que influenciam diretamente a libido e a
fatores constitucionais de cada individuo. Sendo o objetivo encontrar
um ponto onde possa se sentir seguro. Porém, a regressão é um
mecanismo de defesa primitivo que deixa sem solução a fonte da
ansiedade inicial; quando se torna parte da personalidade do individuo
e uma estratégia frente a resolução dos problemas pode produzir uma
personalidade infantil.
Três tipos de regressão:
• Topográfico: regressão mais profunda que vai do consciente ao ,a
formação dos sonhos que são a expressão direta de conteúdos do
inconsciente.
• Temporal: Há uma regressão quanto ao objeto, a fase libidinal e a
evolução do ego. São retomadas lembranças antigas que fazem parte da
história e experiências do individuo.
• Formal: Formas de expressão são substituídas para formas mais primitivas.
Esses três tipos de regressão podem ocorrer de forma
isolada, porem é comum que ocorram simultaneamente.
Os mecanismos de defesa utilizam energia libidinal que
deveria ser canalizada para atividades produtivas e de desenvolvimento
do ego. Porém, quando alguma dessas defesas se torna muito forte e
influente, passa a dominar o ego e limita sua capacidade de adaptar-se
e flexibilizar-se frente aos problemas. O analista pode auxiliar o
paciente na compreensão do seu comportamento atual, para que ele possa
observar e se conscientizar sobre a “travas”, sendo possível avançar.
Recanalizar a energia gasta em diferentes pontos de fixação e ser
utilizada para um crescimento pessoal de forma madura e coerente.

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