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Sim, a Psicologia recorre a modelos pois nunca conseguiu criar um modelo teórico que
funcionasse como protocolo de leitura geral.
Os modelos criam um corpo de conhecimento que deve permitir que retiremos consequências
quando se trata de intervir, tendo assim uma leitura epistemológica. Dão-nos instrumentos de leitura
para conseguirmos ajudar as pessoas.
a) modelo;
d) todas verdadeiras.
4. Tudo o que é produzido no Sistema Nervoso é consciência? Comente. (epunp, pág. 13/26/190-192)
6. Qual é a função dos mecanismos de defesa? (apontamentos, ego e mecanismos de defesa pág.37,
epunp pág.43/110)
Mecanismos de defesa são as ações psicológicas que têm por finalidade reduzir qualquer
manifestação que possa trazer angústia para o indivíduo.
Os mecanismos de defesa funcionam como uma “barreira”, pressupõem que sentimos tudo em
tempo real e que nunca estamos distraídos, mas sentimos que não podemos expressar o que estamos a
sentir/pensar – servem para reprimir e censurar.
Podem também vistos como “a proteção do ego contra as exigências pulsionais”. São sempre
formações de compromisso entre as tentativas de mentalização e os obstáculos que se erguem contra
ela.
As emoções podem ser vistas como o primeiro mecanismo de defesa do corpo e da mente, que
funcionam como área privilegiada na sua comunicação e que, perante a avaliação de sinais específicos,
conduzem a mudanças fisiológicas e desbloqueiam comportamentos.
7. “Sinónimo” de Recalcamento é:
a) repressão;
b) censura;
c) controle;
d) a e b verdadeiras;
e) todas verdadeiras.
● Negação: Mecanismo associado à projeção, surge como uma forma de branquear qualquer
consciência que o próprio fará de um acontecimento doloroso, serve para “negar” uma
realidade menos agradável, para evitar ter consciência do que nos magoa em tempo real, para
lidarmos com isso mais tarde;
● Projeção: Representa o insucesso do recalcamento e representa um processo de clivagem no
sofrimento de uma pessoa de partes intoleráveis, projetadas sobre alguém, e controladas fora
do psiquismo – pegamos na dor e na culpa e colocamo-las noutra pessoa para nos aliviar
momentaneamente;
● Deslocamento: A representação de uma pulsão interdita é separada do seu afeto e é reportada
a uma outra representação, mais genérica, mais ligada à primeira por um elemento associativo –
é uma obra da censura onde um elemento do sonho a nível latente é substituído por um dos
seus fragmentos constituintes;
● Recalcamento: Processo ativo destinado a conservar fora da consciência as representações
inaceitáveis.
Sim. Os mecanismos de defesa surgem como uma proteção contra qualquer conteúdo mental
que o sujeito considere inaceitável por si mesmo ou pelos outros, o que o leva a censurá-lo e a retirá-lo
da sua consciência. O isolamento do afeto advém da repressão dos sentimentos e dos pensamentos,
quando a pessoa se nega a sentir e a pensar certos conteúdos, daí que se possa dizer que este é uma
consequência dos mecanismos de defesa, que impedem que o sujeito experiencie acontecimentos mais
dolorosos, não sentindo nada.
A natureza dos afetos tanto pode ser agradável como dolorosa ou mesmo traumática. Nos casos
dos últimos, isso basta para que os mecanismos de defesa entrem em ação e os reprimam/recalquem,
deixando-os isolados da nossa consciência.
Em situações de angústia, tendemos a racionalizá-las, levando-nos a isolar os afetos e, quanto
mais o fazemos, mais propensos estamos a situações de rutura.
Sim, são dois processos psíquicos diferentes. A identificação funciona como mecanismo de
defesa, quando um indivíduo diminui a sua angústia ao identificar-se características de outros
indivíduos, que possam ser consideradas mais desejáveis.
A projeção consiste no indivíduo retirar características de si mesmo que considera indesejáveis e
atribuí-las a outra pessoa, passando essas características a pertencer ao mundo exterior e não ao
próprio. Isto acontece quando o indivíduo não reconhece alguma característica como sua (por exemplo,
ser homossexual) e assim essas projeções tendem a deslocar-se em direção a objetos e pessoas cujas
qualidades e características são mais adequadas para encaixar o material deslocado. Isto pode
acontecer para se defender da angústia gerada por fracasso, culpa ou por defeitos.
11. Clivagem:
a) dupla personalidade;
b) desdobramento do EU;
12. Identificação de um mecanismo que se faz à margem da projeção ou dos processos psíquicos?
A projeção é um mecanismo de defesa no qual o sujeito vai atribuir a objetos externos aspetos
psíquicos que lhe são próprios, mas não são reconhecidos como seus. Antes da projeção vem um
mecanismo de negação, ou seja, é uma forma de deslocamento que se dirige para fora e atribui a outras
pessoas os seus próprios traços e características.
A negação consiste na recusa do sujeito a aceitar a existência de uma situação demasiado
dolorosa para ser tolerada, ou seja, o indivíduo dá como inexistente um pensamento ou sentimento que
lhe iria causar grande sofrimento se ele o “aceitasse”.
13. Os mecanismos de defesa levam ao falso self, que leva à redução da autenticidade e
espontaneidade. Comente.
A não integração da informação (através de mecanismos de defesa) faz com que se crie um
espaço de ilusão e, quando esse espaço de ilusão adquire sentido de realidade, é construído um falso
self. O falso self é a porta de entrada para a psicopatologia – quanto mais nos tentamos afastar do que
sentimos, mais mal-entendidos criamos.
O falso self vai prejudicar a capacidade de imaginação e a consciência de um indivíduo em
relação à sua própria realidade, criando constrangimentos na capacidade de estabelecer e manter
relações inter-pessoais.
O falso self pode ser entendido como uma formação de compromisso entre barreiras obsessivas
e narcísicas. A não integração da informação leva à criação de uma nova realidade que vai desencadear
elevados níveis de stress, conduzindo a pânico, terror e perturbações da personalidade.
Sempre que o sofrimento é exuberante, desencadeia barreiras de defesas ou repressão que
conduzem à formação de sintomas e que, consequentemente, levam a estados/distúrbios
psicopatológicos. O falso self, por levar à repressão de conteúdos mentais, vai impedir a expressão
autêntica do sujeito, não deixando que este partilhe o que pensa/sente. Isto vai influenciar a sua
autenticidade e espontaneidade, pois irá estar a “esconder” parte de si, não se permitindo ser quem
verdadeiramente é.
Quando a projeção está presente, o paciente pode muitas vezes associar características que não
reconhece como suas no analista. Quando estas características são negativas e vistas como inaceitáveis
ou indesejáveis pelo indivíduo, e se este as reconhece como descritivas do analista, isto irá influenciar a
sua atitude para com o mesmo.
A contratransferência consiste numa ressonância em tempo real, onde o analista tem uma
reação adequada à maneira como a pessoa fala/como se veste/como o trata. É extremamente
importante que o analista identifique e interprete as suas reações/sentimentos em tempo real, pois só
se o fizer será capaz de legendar também os sentimentos do sujeito. Se o analista tentar bloquear as
reações emocionais que o individuo desperta nele, poderá correr o risco de cometer enviesamentos,
pois deixa de estar sincronizado com o paciente.
Um dos níveis da contratransferência é a projeção de um “mau objeto”, onde o paciente replica
no analista relações das quais foi vítima, acabando o analista por recriar essas mesmas situações, devido
às reações que o paciente desperta. Este é um dos exemplos em que a projeção poderá ajudar a
entender a contratransferência – é necessário ter em consideração que, muitas vezes, o que os
indivíduos projetam para o analista são coisas que não aceitam em si mesmos, o que irá afetar a
compreensão das suas atitudes e dos seus sintomas.
15. A noção do objeto interno leva à dimensão representacional e simbólica das relações
significativas.
Os objetos internos representam a forma como vivemos (num nível primitivo) e aquilo a que
podemos chamar “estados mentais” (num nível mais amadurecido). Os objetos internos são o aparelho
de pensar. A identidade representa uma construção pessoal, cuja base são as relações pessoais
(interpessoais) significativas, ditas “relação objeto”, que constroem o pensamento e que permitem que
cada um de nós, em relação a elas, vá para além do enigma esfíngico e afirme “penso porque existo, e
existo porque fui amado; sem isso não seria reconhecido”. Desta forma, é possível representar e atribuir
significado às relações significativas.
16. A síntese e multiplicação dos objetos internos leva à identificação. Verdadeiro ou falso?
17. Quais são os três recursos saudáveis da personalidade que o individuo pode mobilizar?
● Inteligência (quanto mais inteligente for uma pessoa, mais fácil será de tratar);
A psicologia descritiva, por outro lado, consiste na observação dos comportamentos e dos
sintomas (diagnóstico e extinção de sintomas e sinais, raciocínios mais profundos).
c) antítese da consciência;
d) todas verdadeiras.
a) aconselhamento psicológico;
b) intervenção psicoterapêutica;
Os sintomas em psicopatologia significam tanto como a febre. A sua remoção não deve ser
tomada como o essencial de uma estratégia da psicologia clínica, porque isso aumentaria o risco de
descompensação do sofrimento que sustêm. Eles representam um conjunto de sinais de saúde do
psiquismo que, em consequência da falha dos recursos vitais ou das relações significativas duma pessoa,
se organizam duma forma mais ou menos acidental, encapsulando o sofrimento num sintoma ou numa
queixa. Por isso, devem ter-se em conta os sintomas, perceber o que os provoca e tratar a sua causa.
25. Deve incluir a definição de objetivos e uma estratégia de intervenção prévia à intervenção?
26. A angústia e a depressão estão presentes em todos os quadros clínicos. Verdadeiro ou falso.
Falso – a angústia e a depressão são elas próprias quadros clínicos. (esboço para uma nova psicanálise,
pág. 174)
Verdadeiro – já não entendo nada (esboço para uma nova psicanálise, pág.172/173)
Sim. Todos têm momentos lúcidos, não está sempre doente (ex: não há ninguém esquizofrénico
a 100%). A psicose, por exemplo, é consequência de um sofrimento enorme e duradouro, sendo errado
pensar que os indivíduos não sofrem – estes precisam de configurar os pensamentos que fugiam da sua
consciência, para conseguirem simplificar as coisas.
Todas as pessoas necessitam de ter consciência para que se lhes possa ser diagnosticado
qualquer quadro clínico. Podem não possuir insight sobre a sua situação, mas têm que estar
conscientes, têm que estar “acordadas”. A consciência pode variar de forma qualitativa e quantitativa
dentro de cada paciente, mas tem que estar sempre presente.
28. Faz sentido o diagnóstico pressupor explicações sobre os motivos por que os sintomas se
estruturam. Verdadeiro ou falso
Devemos tentar perceber como é que o sintoma se criou, sendo que este serve para aplacar a
descompensação, mas também inibe os comportamentos saudáveis das pessoas.
29. Faz sentido existir tópicos e um esquema de intervenção clínica antes de iniciar a intervenção. Sim
ou não?
Sim.