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ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................4

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..........................................................................................5

2.1. Conceito do Ego...............................................................................................................5

2.2. Conceito de mecanismos de defesa do Ego.....................................................................5

2.3. Classificação dos mecanismos de defesa do Ego............................................................5

2.3.1. Repressão..................................................................................................................5

2.3.2. Negação.....................................................................................................................6

2.3.3. Racionalização..........................................................................................................6

2.3.4. Intelectualização.......................................................................................................6

2.4.5. Formação reativa.......................................................................................................6

2.3.6. Projeção.....................................................................................................................7

2.3.7. Anulação...................................................................................................................7

2.3.8. Regressão..................................................................................................................8

2.3.9. Deslocamento............................................................................................................8

2.3.10. Isolamento...............................................................................................................8

2.3.11. Fixação....................................................................................................................9

CONCLUSÃO..........................................................................................................................10

BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................11

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1. INTRODUÇÃO
A personalidade é constituída por três sistemas característicos: o Id, o Ego e o Super-ego.
Onde cada qual desempenha uma função específica tendo propriedades inerentes e que
refletem directamente no comportamento humano.
Conforme Zimerman (2001), refere que os mecanismos de defesa como sendo os diferentes
tipos de operações mentais que se processam pelo Ego e praticamente sempre são
inconscientes. Nesse modo a utilização dos mesmos tem por objectivo diminuir as tensões
psíquicas internas, porém, qualquer mecanismo, quando é utilizado pelo Ego de forma
indevida ou excessiva, pode funcionar de maneira desestruturante. Assim, entende-se que as
defesas são mais primitivas e carregadas de magia de acordo com o nível de maturidade e o
desenvolvimento do Ego do individuo. Para Pereira (2000) aponta que Ego é a base para
obtenção de uma imagem do Id e do Super-ego. É esta imagem que torna possível perceber o
impulso do Id modificado pelas medidas defensivas que são adoptadas pelo Ego.
De acordo com Segal (1964), entende que os mecanismos primitivos de defesa visam proteger
o Ego da ansiedade e é considerada uma etapa muito essencial para o desenvolvimento.
Este presente trabalho, esta focalizado apenas em um sistema de personalidade neste caso o
Ego e seus mecanismos de defesa, na qual fazem parte a repressão, a negação, a
racionalização, a intelectualização, a formação reativa, a projeção, o deslocamento, a
compensação, o isolamento, a regressão e a fixação. Sendo que estes mecanismos ajudam o
Ego a amenizar suas tensões oriundas de um diagnóstico de ansiedade.
Base nisso, traçou-se os objectivos para o alcance do tema, que incluem:
 Definir Ego e seus mecanismos;
 Caracterizar cada mecanismo de defesa do Ego.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. Conceito do Ego
Existem uma relação entre Ego e Id, e essa relação é pacífica, o Id desempenha o seu papel de
observação do Ego. Onde várias moções pulsionais estão perpetuamente forçando sua
introdução no Ego, a partir do Id, para ganharem acesso ao aparelho motor, por meio do qual
obtêm gratificação. Nos casos favoráveis, o Ego não faz objeções aos intrusos, mas coloca
suas próprias energias à disposição, limitando-se, por sua vez, a perceber; assinala o
desencadear moção pulsional, o aumento de tensão e os sentimentos de “dor” que a
acompanham e, finalmente, o alívio de tensão quando é obtida a gratificação. A observação de
todo o processo propicia-nos uma imagem clara e sem distorções da moção pulsional que
estiver em jogo, da quantidade de libido libertada no investimento e a finalidade a que visa. O
Ego, se consentir no impulso, não participará, de maneira alguma, dessa imagem.

2.2. Conceito de mecanismos de defesa do Ego


De acordo com Hovanesian, Isakov, & Cervellione (2009), referem que os mecanismos de
defesa como sendo Processos Psíquicos Inconscientes que aliviam o EGO do estado de tensão
psíquica entre o Id intrusivo, o Superego ameaçador e as fortes pressões que emanam da
realidade externa. Isto é são processos inconscientes que protegem a mente de sentimentos e
pensamentos que são difíceis de lidar ou de impulsos carregados de desejo e que o Ego
consideraria perigosos ou que entravam em conflito com as exigências do Super-ego.

2.3. Classificação dos mecanismos de defesa do Ego


Segundo Freud A (1936), cita os seguintes mecanismos defesa que incluem: a regressão,
recalcamento, formação reativa, isolamento, anulação, projeção, introjeção, inversão contra o
Ego, reversão e sublimação ou deslocamento como sendo os métodos diferentes que o Ego
tem à sua disposição, em seus conflitos com os representantes pulsionais e os afectos.

2.3.1. Repressão
De acordo com Hall e Lindzey (1971) refere a repressão como sendo o mecanismo de defesa
que ocorre quando se afasta ou expulsa uma determinada coisa da consciência, especialmente
aquelas ocasionadas por experiências dolorosas e negativas. Mantendo-se distante e no
inconsciente, por ser algo que provoca ansiedade. Desse modo estando no inconsciente não

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traz ameaças No entanto, as repressões podem desencadear disfunções orgânicas chegando a
provocar sinais e sintomas como asma, artrite, impotência, frigidez, úlcera entre outros.
Mas, sabe-se que o conteúdo reprimido continua a exercer força dinâmica (apaga a lembrança,
e não a emoção do que foi causado). Com efeito, muito dos medos sentidos pelos adultos são
consequências de possíveis repressões na fase infantil.

2.3.2. Negação
Para Hinshelwood (1991), aponta que a negação consiste em não-aceitação de uma realidade
incómoda ou de qualquer facto que perturbe o Ego. Assim, para não encarar a situação que
lhe causa constrangimento, a pessoa nega a realidade. Este mecanismo de defesa procura
distorcer a realidade excluindo-a. Por exemplo, em comum nos adultos terem a tendência de
afastar certos acontecimentos.

2.3.3. Racionalização
De acordo com Bechelli e Santos (2005), apontam que a racionalização é um processo na qual
a pessoa elabora motivos isto é desculpas que são logicamente consistentes e aceitáveis para
pensamentos e acções inaceitáveis. Consiste uma espécie de justificação para actos que não se
justificam. Este mecanismo de defesa procura distorcer a realidade redefinindo-a.

2.3.4. Intelectualização
Consiste na tentativa de substituir uma razão que é genuína, instintiva, por uma fictícia,
socialmente aceitável, isto é, para tentar afastar-se de uma situação estressante a pessoa utiliza
os discursos puramente abstratos.
A intelectualização consiste em uma forma de transferência por meio de impulsos de origem
emocional na qual são evitados e substituídos por discursos intelectuais e por conceitos
complexos da ordem d o racional. Trata-se de uma fuga do mundo das emoções para o refúgio
do mundo das palavras e das teorias, de maneira a evitar a emoção que origina sofrimento,
realizando, desse modo, uma tradução para linguagem intelectual, dos seus processos
pulsionais.

2.4.5. Formação reativa


Para Zimerman (2001) refere a formação reativa é um mecanismo de defesa que tende a
substituir comportamentos e sentimentos que são totalmente opostos ao desejo real. Isto é,

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uma inversão clara e inconsciente do desejo e manifestada de maneira acentuada, “é
extravagante em sua manifestação a pessoas protesta com veemência e vem marcada com a
compulsividade.”
Exemplo: moralismo puritano, sentimentos contrários: “não suporto fulano”, mas na verdade
designa que ele a ama. Este tipo de mecanismo de defesa procura distorcer a realidade
invertendo-a.

2.3.6. Projeção
Projeção é definida como sendo a atribuição a outrem (pessoa, animal ou objecto) às
qualidades sentimentos ou intenções que se originam em si próprio. “A projeção, via de regra,
serve a um duplo propósito. A diminuição da ansiedade pela substituição de um perigo maior
por outro menor e habilitar a pessoa a externar seus impulsos sob o disfarce de defender-se
contra seus inimigos.” Sendo assim, é um mecanismo de defesa por meio do qual os aspectos
da personalidade de indivíduos são deslocados dentro para o meio externo. De modo que,
alguém afirma textualmente que todos são algo desonestos. Na tentativa de projectar as suas
características. Por exemplo, afirmar que todos homens e mulheres querem apenas sexo, pode
refletir a sua própria projeção.

2.3.7. Anulação
Zimerman (2001) aponta que a anulação consiste num mecanismo defensivo no qual o
indivíduo pretende desfazer um pensamento, fantasia ou comportamento inaceitável por meio
de pensamentos ou comportamentos opostos ao feito inicialmente. Neste tipo de mecanismo o
indivíduo contrapõe a situação inaceitável a fim de anulá-la. Nessa perspectiva, Laplanche e
Pontalis (1967), referem que esse mecanismo de defesa pode se manifestar quando um
comportamento tem por objectivo anular um comportamento oposto, ou o mesmo
comportamento é repetido, só que com um significado diferente, sendo consciente ou
inconsciente. Visando atenuar a significação, o valor e as consequências de um
comportamento. Trazendo um conflito de dois movimentos opostos e de intensidade igual,
que pode ser um conflito entre o amor e o ódio, ou um conflito entre as pulsões e o Ego. Para
Hinshelwood (1991) comenta que a anulação obsessiva inverte de maneira mágica a acção.
Assim, este tipo de mecanismo de defesa, o sujeito cria uma realidade mental paralela a
realidade objectiva, onde pode ser o que quiser e ter todos os seus desejos correspondidos;
neste tipo de virtualidade o individuo pode apresentar varias personagens (máscaras) que na

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vida real não poderia ser. Este tipo de defesa do Ego ocorre justamente para amenizar desejos
que não são possíveis de concretizar na realidade. Algumas pessoas tendem a criar protótipos
perfeitos, seja de si, dos outros e das coisas, hiperbolizando ou diminuindo.

2.3.8. Regressão
Zimerman (2001) aponta que a regressão consiste em um movimento para trás que procura
pontos de fixação, e explicar as três formas as quais esse mecanismo aparece, sendo que todos
pertencem a mesma base. Na qual a primeira diz respeito à regressão tópica que é aquela na
qual a libido regride a um modo anterior de organização psíquica. No caso da regressão
formal, o funcionamento psíquico regride do processo secundário para o primário, por fim, a
regressão temporal é marcada pelo indivíduo que regride em relação à fase libidinal e à
evolução do Ego.
Sendo assim, pode se dizer que a regressão consiste numa espécie de retorno a um nível de
desenvolvimento anterior ou a um modo de expressão mais simples ou mais infantil, onde o
nível de prazer é considerado maior e mais imediato e consequentemente o nível de ansiedade
é baixo ou inexistente. Este tipo de mecanismo de defesa é muito comum no convívio diário.
Por exemplo, “Uma mulher recém-casada, que tem dificuldade de relacionamento com o
marido, pode retornar à segurança do lar paterno, ou o homem que perdeu o emprego pode
procurar abrigo na bebida.” (HALL; LINDZEY, 1971, P. 66). Este mecanismo de defesa
procura escapar da realidade e amenizar a ansiedade.

2.3.9. Deslocamento
Este mecanismo de defesa do Ego procura redirecionar um motivo que não pode ser
gratificado. Neste mecanismo fica evidenciado as generalizações proveniente de situações mal
resolvidas, por exemplo, uma pessoa pode ter tido uma experiência negativa com um
psicólogo, então passa a estender esta experiência aos demais psicólogos (generalização).
Assim, o deslocamento, possui uma função defensiva, este mecanismo acontece quando uma
quantidade de energia de investimento desloca-se de uma representação para outra. Onde
essas representações utilizadas compõem contextos associativos muito afastados do conflito
existente. O deslocamento é predominante no inconsciente. É um mecanismo no qual uma
energia psíquica desloca de uma representação inconsciente para outra.

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2.3.10. Isolamento
Segundo Zimerman (2001), refere que o isolamento consiste em um processo específico de
defesa e é uma técnica especial da neurose obsessiva. Abrange desde a compulsão a uma
atitude sistemática e concertada, consiste em uma ruptura das conexões associativas de um
pensamento ou de uma acção. Este tipo mecanismo de defesa é contra a pulsão, isto é, contra
o contacto corporal. Esse mecanismo acontece quando um pensamento, comportamento,
afecto ou situação é isolado de outros. É utilizado quando um indivíduo quer se defender de
ideias, sentimentos ou acções, ele age de forma a isolar tais estados. De acordo com Pereira
(2000), aponta que o isolamento é acto de dividir uma determinada situação, de forma a restar
pouca ou nenhuma reacção emocional ligada ao acontecimento, mantém a lembrança do facto
e não registra (apaga) a emoção. Por exemplo, uma pessoa sofre um acidente de carro e algum
passageiro morre. O inconsciente pode, por intermédio do trauma momentâneo, apagar os
sentimentos que trariam à tona a carga emotiva do acidente, e desta forma se mostrar apática
ao facto posteriormente relatado, isto é, a pessoas isola um pensamento dos demais a fim de
evitar, por exemplo, o sofrimento. Este mecanismo de defesa procura distorcer a realidade
dividindo-a.

2.3.11. Fixação
A fixação ocorre quando uma pessoa não progride normalmente de uma fase do
desenvolvimento psicossexual para outra, permanecendo muito envolvido numa fase
particular (oral, anal, fálica, latência, genital) tem podendo ocasionar futuramente em desvios
da personalidade.

Já a sublimação ocorre quando o indivíduo retira a energia da pulsão sexual e a investe em


campos que não tem relação aparente à sexualidade, assim ela obtém reconhecimento no
trabalho artístico e intelectual

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CONCLUSÃO
Conclui-se que o presente trabalho que abordou sobre o Ego e os sues mecanismos de defesa,
foi possível perceber a importante contribuição do Ego no desenvolvimento da personalidade
do ser humano e sua grande contribuição no sistema psíquico. Onde observa-se as relevâncias
dos mecanismos de defesa, que são fortemente desencadeados por quadros de ansiedade e que
se manifestam em nós, podendo até ocasionar desvios na personalidade.

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BIBLIOGRAFIA
Hovanesian, S., Isakov, I., & Cervellione, K. L. (2009). Defense mechanisms and suicide risk
in major depression. Archives of Suicide Research, 13, 74-86v. 1. São Paulo: Atheneu.
Colburn, K. (1993). A microstrutural theory of violence. New York: Harper and Row.
Machado, A. A. (1997). Psicologia do Esporte: sua história. Psicologia do Esporte: temas
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Las profesiones del mundo del deporte. Barcelona: Editorial Planeta. Patrick, G. T.W. (1903).
The psychology of football. American journal of psychology,14, p.104-117.
Riera, J. (1985). Introducción a la psicologia del deporte. Barcelona: Ediciones Martinez
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Hinshelwood, R. D. (1992). Dicionário do pensamento Kleiniano. Traduzido por José Octavio
de Aguiar Abreu. Porto Alegre: Artes Médicas. (Original publicada em 1991).
Pereira, S. W. (2000). Desamparo e sublimação: uma proposta metapsicológica. Psychê
Revista de Psicanálise, 4(5), 117-132.
Segal, H. (1975). Introdução à obra de Melanie Klein. Traduzido por Júlio Castañon
Guimarães. Rio de Janeiro: Imago Editora (Original publicada em 1964).
Zimerman, D. E. (2001). Vocabulário contemporâneo de psicanálise. Porto Alegre: Artmed.

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