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DESCRIÇÃO

Criação do conceito de defesa em Freud; os mecanismos de defesa em Freud e seguidores; o papel da defesa na formação
do sintoma.

PROPÓSITO
Compreender o desenvolvimento dos conceitos e dos mecanismos de defesa, relacionando-os à formação do sintoma, é
fundamental para a prática clínica psicanalítica.

PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o estudo deste conteúdo, tenha em mãos alguns dicionários de Psicanálise, tais como:

Vocabulário de Psicanálise, de Laplanche e Pontalis, publicado pela editora Martins Fontes.

Dicionário de Psicanálise, de Elizabeth Roudinesco e Michel Plon, publicado pela editora Zahar.

OBJETIVOS

MÓDULO 1

Reconhecer o conceito de defesa identificando os diferentes mecanismos de defesa

MÓDULO 2

Relacionar os mecanismos de defesa à formação de sintomas

INTRODUÇÃO
Todos os seres humanos vivem um conjunto de pressões no seu cotidiano que se originam tanto do mundo interno quanto
do mundo exterior. Tais pressões podem trazer certos impasses que causam angústia. A teoria psicanalítica entende que, na
tentativa de resolução desses conflitos, utilizamos mecanismos psíquicos inconscientes chamados de mecanismos de
defesa. Defender-se é uma tendência normal de todos os indivíduos. Entretanto, podemos considerar que esses
mecanismos podem ser bem-sucedidos ou não quanto a suprimir sofrimento ou dor psíquica. Nesse sentido, os mecanismos
de defesa podem trazer adoecimento de acordo com sua rigidez, sua repetição e não flexibilidade, levando à criação de
sintomas.

Nos próximos módulos, vamos reconhecer e diferenciar os mecanismos de defesa e


sua relação com a formação de sintomas. Tal estudo é fundamental para o
conhecimento de como se encontra o funcionamento da psique, saudável ou
patológica, colaborando para o trabalho na clínica psicanalítica.

MÓDULO 1

 Reconhecer o conceito de defesa identificando os diferentes mecanismos de defesa

A ORIGEM DO CONCEITO DE DEFESA


O desenvolvimento da teoria psicanalítica teve seu fundamento na prática clínica. Freud, ao iniciar seu trabalho clínico, no
final do século XIX, realizou uma mudança de perspectiva – deixou de olhar o sintoma e passou a escutar o drama de cada
paciente, como esse sintoma se organizou. A partir desse ângulo, passou a buscar a organização e funcionamento do
psiquismo. Trabalhando com a histeria, suas primeiras experiências clínicas o colocaram de frente com a questão do trauma.
Na tentativa de compreensão do traumático, Freud se depara com as origens do mecanismo defensivo.

 VOCÊ SABIA

A primeira vez que Freud fez uso do termo defesa foi no seu texto Neuropsicoses de Defesa, de 1894. Estamos falando do
início do desenvolvimento da teoria psicanalítica. Veremos mudanças nessa conceituação com o passar de seus estudos e
com as novas concepções sobre o aparelho psíquico, mais precisamente a apresentação da segunda tópica, referente ao
surgimento das instâncias psíquicas Id, Ego e Superego.

Freud, no texto Sobre o mecanismo psíquico dos fenômenos histéricos (1893), estabelece uma relação entre o traumático e
o adoecimento psíquico. Essa relação é encontrada no processo de “defesa”. E como Freud descreve tal situação? A
existência de uma incompatibilidade na vida mental, mais precisamente uma experiência de caráter aflitivo, de desprazer, em
uma contradição vivida entre uma ideia conflitante e o eu, produz o ato voluntário na direção do esquecimento. Para tal,
será necessária a “divisão da consciência”, resultado da tentativa de livrar-se dessa lembrança tão aflitiva. Podemos
perceber que, no final do século XIX, havia uma ideia bem geral do conceito de recalcamento, que será melhor entendido
posteriormente. Esse recalque incidiria sobre a ideia ou lembrança e também sobre o afeto, expulsando-os da consciência e
fazendo surgir essa segunda consciência.
Prosseguindo nessas investigações e conclusões, veremos a ação do mecanismo de defesa sofrendo importantes
modificações. No texto, Neuropsicoses de Defesa, Freud (1975, p. 55) descreveu:

(...) HOUVE UMA OCORRÊNCIA DE INCOMPATIBILIDADE EM SUA VIDA


REPRESENTATIVA — ISTO É, ATÉ QUE SEU EU SE CONFRONTOU COM
UMA EXPERIÊNCIA, UMA REPRESENTAÇÃO OU UM SENTIMENTO QUE
SUSCITARAM UM AFETO TÃO AFLITIVO QUE O SUJEITO DECIDIU
ESQUECÊ-LO, POIS NÃO CONFIAVA EM SUA CAPACIDADE DE
RESOLVER A CONTRADIÇÃO ENTRE A REPRESENTAÇÃO
INCOMPATÍVEL E SEU EU POR MEIO DA ATIVIDADE DE PENSAMENTO.
A TAREFA QUE O EU SE IMPÕE, EM SUA ATITUDE DEFENSIVA, DE
TRATAR A REPRESENTAÇÃO INCOMPATÍVEL COMO “NON-ARRIVÉ”,
SIMPLESMENTE NÃO PODE SER REALIZADA POR ELE. TANTO O
TRAÇO MNÊMICO COMO O AFETO LIGADO À REPRESENTAÇÃO LÁ
ESTÃO DE UMA VEZ POR TODAS E NÃO PODEM SER ERRADICADOS.

Freud (1975, p. 55).

 ATENÇÃO

Fica claro o comportamento de sujeito no sentido de se proteger da dor psíquica, mas também seu insucesso.

Continuando suas pesquisas, principalmente a partir de sua clínica, Freud passa a observar que, para além da divisão da
consciência, destinos múltiplos para o afeto rejeitado da consciência seriam encontrados. No esforço de afastar a ideia
irreconciliável, o afeto a ela ligado toma caminhos diversos. Esse afeto, ou “soma de energia”, ou “soma de excitação sexual”
é deslocada para outra ideia, ou para partes somáticas. Esse destino dado à carga afetiva será responsável pelo surgimento
dos sintomas e das patologias.

Em 1896, no texto Novas observações sobre as psiconeuroses de defesa, Freud identifica os mecanismos defensivos mais
característicos da histeria, da neurose obsessiva e da psicose.

É preciso compreender que o movimento defensivo do sujeito é absolutamente normal. Entretanto, por nem sempre ser bem-
sucedido, poderemos encontrar repercussões no funcionamento da mente significando adoecimento ou estados patológicos.

No final do século XIX, período chamado pré-psicanalítico, já encontramos o esboço de alguns conceitos de mecanismos
defensivos utilizados por um “eu” que luta contra os impulsos internos, contra a pulsão que deseja se satisfazer.
Vislumbramos o recalque e o deslocamento que estudaremos aqui mais adiante.

A pergunta sobre o porquê esse “eu” coloca em jogo uma defesa contra a possibilidade de alcançar uma satisfação pulsional
ou obter prazer só seria mais bem respondida com o aprofundamento teórico-clínico de conceitos elaborados nos anos e
décadas seguintes. A proposição de um modelo do aparelho psíquico em que existem sistemas com características e
funções diferenciadas demonstra a complexidade do funcionamento da psique. A ação defensiva localiza-se na relação e no
surgimento do conflito entre os diferentes sistemas.

Em um primeiro tempo, é descrita a conhecida primeira tópica: Inconsciente, Pré-consciente e Consciente (1900); e
posteriormente, a segunda tópica: Id, Ego e Superego (1923). Com a caracterização da segunda tópica, uma nova
perspectiva da personalidade, o Ego será apresentado como a instância central e o responsável por inúmeras funções,
incluindo a função de defesa.

O Ego é a via de contato direto com os mundos exterior e interior, servindo de intermediário entre esses dois “lugares” e
buscando regulação e estabilidade psíquica.

O Id é o reservatório da energia pulsional, fonte dessa energia inesgotável que procura ser descarregada, obter prazer e,
enfim, ser apaziguada.

O Superego representa a função crítica e se constitui a partir da interiorização das exigências e proibições parentais e da
cultura.

Em acordo com Freud, sabemos que a origem do Ego parece referir-se a camadas superficiais do Id que entram em contato
com a realidade e, observando todas as funções exercidas pelo Ego, identificamos partes consciente e inconsciente nele. De
posse desse entendimento, podemos afirmar que o processo de defesa é inconsciente.

Agora vamos circunscrever alguns aspectos do trabalho do Ego nessa função tão essencial que é a defesa.

O EGO E A FUNÇÃO DE DEFESA


A tarefa defensiva do Ego é motivada devido a algumas fontes internas ou externas: o papel do mundo exterior, as forças
superegoicas, incluindo a culpa, e a experiência de angústia. Vejamos cada uma dessas fontes:

O PAPEL DO MUNDO EXTERIOR


O mundo exterior auxilia na produção das defesas na medida em que pode oferecer algum estímulo que seria sentido como
traumático ou que teria a capacidade de reconectar outro estímulo anteriormente doloroso.
AS FORÇAS SUPEREGOICAS
Por meio de exigências e imposições, o Superego pressiona o Ego a respeito se “deve ou não” se permitir satisfazer as
solicitações do Id. Vale lembrar que o Superego é constituído pela incorporação de valores, crenças e ideais herdados das
figuras parentais e da cultura. Um impulso interno, um desejo que se mostre diferente ou oposto a esses conteúdos, é
sempre acompanhado de culpa. Sem dúvida, essa culpa interfere fortemente no lidar egoico sobre o desejo.

A EXPERIÊNCIA DE ANGÚSTIA
A angústia é experimentada desde os primórdios da vida de um bebê. Mesmo com um Ego primitivo, o bebê exibe
comportamentos defensivos com a intenção de afastar situações consideradas traumáticas de dor e desprazer. Podemos
dizer que a experiência de angústia é a fonte básica que motiva o Ego a ativar seus mecanismos de defesa.

Alguns autores, como Fenichel (1981), classificam as defesas do Ego como exitosas ou ineficazes.

Nas defesas consideradas exitosas, existe sucesso quanto a suprimir a ideia repulsiva e efetivamente mantê-la afastada da
consciência.


Já as defesas inoperantes são aquelas que precisam seguidamente repetir o movimento de expulsão da ideia, com o
objetivo que ela não ressurja no Ego. As defesas que levam ao adoecimento pertencem a esse segundo grupo.

Antes de passarmos à descrição dos mecanismos de defesa, é importante dizer que, além de Freud, o estudo sobre as
defesas foi essencialmente aprofundado por sua filha, Anna Freud. Ela se dedicou a analisar como o desenvolvimento infantil
podia ser afetado pela forma como o Ego lidava com os afetos dolorosos, com a ansiedade, e colocava em jogo os
mecanismos defensivos. Outros autores também contribuíram para a pesquisa e definição desses mecanismos. Poderíamos
mencionar Melanie Klein, Ferenczi, Lacan e Vaillant, este último é um autor mais contemporâneo.

Vamos conhecer agora os principais mecanismos de defesa: o recalcamento, a clivagem, a regressão, o deslocamento, a
formação reativa, o isolamento, a anulação, a projeção, a introjeção, a negação, a sublimação.

RECALQUE

O recalque é um dos mais importantes mecanismos descritos por Freud, sendo fundamental para se entender a dinâmica do
funcionamento mental. Durante o início do desenvolvimento conceitual, foi empregado de maneira comparável ao de defesa,
ou seja, usados de forma quase equivalente. A partir de 1926, no texto Inibição, sintoma e angústia, Freud estabelece uma
diferenciação, tomando a defesa como uma forma geral de atuação do Ego, e o recalque como uma ação mais específica.

O recalque consiste em um ato de eliminar do nível consciente, e manter no inconsciente, uma representação psíquica
(pensamento, ideia, imagens, lembranças) associada à pulsão, que seria passível de provocar desprazer no aparelho
psíquico, ou parte dele (alguma instância), sendo, portanto, inaceitável a sua permanência na consciência. Devemos reparar
que, para além de afastar da consciência a representação, tal mecanismo pressupõe a necessidade de continuar mantendo-
a afastada. Deduz-se daí que aquilo que foi recalcado precisará de um esforço contínuo, um “plus”, para manter tal
representação apartada. Apesar de o representante estar fora da consciência, ele não deixa de estar “vivo” e com energia
psíquica. Nesse sentido, precisará do que Freud chamou de contrainvestimento, uma energia para manter esse conteúdo
recalcado.

Um exemplo usado por Kusnetzoff (1982) tornará clara essa situação “(...) um homem que deseja manter afundado na água
um barril vazio deverá usar uma força constante e a interrupção da mesma permitiria que o barril voltasse bruscamente à
superfície”. Caso não haja esse gasto permanente de energia pelo Ego, o representante psíquico buscará uma forma de
escapar e tenderá a retornar para a consciência. Esse fenômeno é chamado de retorno do recalcado, uma ação que
consiste no reaparecimento desses elementos recalcados. No retorno do recalcado, os conteúdos reaparecem, mas agora
distorcidos.

Retomando o conhecimento do processo de recalque, testemunhamos que as representações expulsas passam a constituir
um “grupo psíquico separado”. Seria inaugurado um núcleo patogênico com capacidade de atrair uma série de outros
representantes assemelhados ou que se correlacionassem entre si – os chamados derivativos. Observamos então que o
mecanismo de recalque não se dá em uma única e efetiva vez. Freud distingue basicamente dois momentos em relação
ao processo de recalcamento:

RECALQUE ORIGINÁRIO OU PRIMÁRIO


RECALQUE SECUNDÁRIO

RECALQUE ORIGINÁRIO OU PRIMÁRIO

O recalque primário seria o primeiro tempo do recalque, ou aquele que inaugura o impedimento de que a representação
tenha acesso ao consciente. Logo, o recalque originário se relaciona às origens do inconsciente.

RECALQUE SECUNDÁRIO

O recalque secundário refere-se à sucessão de derivativos associados à representação primária. Em outras palavras,
consiste na atração de uma série de outros conteúdos representantes assemelhados ou que se correlacionam com o
conteúdo recalcado original.

Um exemplo poderia dar a dimensão do que estamos descrevendo como recalque. Para que a civilização pudesse existir, foi
necessário que o ser humano recalcasse vários conteúdos destrutivos e agressivos, privilegiando a construção e o amor.
Vários outros exemplos podem ser encontrados nos casos clínicos de Freud. Em um deles, o caso Lucy (1895), observa-se
o recalcamento do amor da mulher pelo seu patrão. A partir do momento que a ideia vem à tona durante o processo analítico
e é aceito pela mulher, Freud pergunta por que ela não tinha contado antes e recebe a seguinte resposta: “eu não sabia
disso, ou melhor, eu não queria saber, queria tirar da minha cabeça, nunca mais pensar nisso”. Na verdade, ela sempre
soubera disso, mas queria “tirar da cabeça”. Se colocarmos a questão em termos de instâncias, veremos aí a existência de
uma ação do consciente na direção do inconsciente; o Ego submetido ao Superego, não permitindo a satisfação desse
impulso do Id.
E como diferenciar o recalque da repressão? A primeira diferença encontra-se pelo caráter absolutamente consciente e
sua direção para o pré-consciente por parte da Repressão, no sentido de deslocar a representação do consciente para o pré-
consciente; assim, a representação tem maior facilidade de ser acessada por um esforço consciente de trazê-la de volta. O
recalcado, por outro lado, oferece uma resistência por meio do contrainvestimento que o impede de vir à tona.

CLIVAGEM

A clivagem ou cisão pode ser descrita como um fenômeno de dividir-se internamente. Um mecanismo muito particular em
que é observada a coexistência, no interior do Ego, de condutas psíquicas diferentes na relação com a realidade exterior,
quando esta não tem possibilidades de atender a uma exigência da pulsão. Importante perceber que encontramos aqui uma
luta entre o Ego e a realidade externa. Segundo Laplanche (1992), uma dessas condutas leva em conta a realidade e a outra
nega essa mesma realidade, colocando em seu lugar uma criação do desejo. Essas duas atitudes permanecem existindo
paralelamente sem se influenciarem, ou seja, o psiquismo parece estar desconectado entre si.

Muito importante também assinalar que Freud, além de trabalhar a ideia da clivagem como referida a processos patológicos
(perversão, psicose), incluiu-a em uma perspectiva de estruturação da psique em momentos primitivos do Ego. Melanie Klein
é clara quanto a essa ideia na elaboração do desenvolvimento do bebê quando da clivagem dos objetos e do Ego, tão
demonstrada na chamada posição esquizoparanoide. O termo esquizoparanoide é usado por Klein para se referir a um
estágio no desenvolvimento em que o bebê passa por relações de objeto parciais e uma ansiedade persecutória sobre a
sobrevivência do self. Nessa etapa, o bebê não reconhece que aquela mãe que odeia em um momento e adora em outro
trata-se da mesma pessoa.

Para Klein, a clivagem é o mecanismo de defesa mais primitivo contra a angústia primordial. A divisão inicial é fundamental
para que, somente de forma gradativa, as experiências subjetivas de prazer e desprazer, do bom e do mau, possam se
integrar em Ego e objeto totais e plenos. Servirá para que se consiga diferenciar e organizar a realidade, interna e externa,
amparada na ocorrência de experiências passadas boas e/ou más. O protótipo das relações vividas posteriormente no
mundo adulto estará referido a essa construção dos relacionamentos primordiais e a possibilidades de integração das
tendências boas e más do objeto. O mecanismo de clivagem pode ser ativado na vida adulta normal e utilizado para colocar
em “suspensão” determinados conteúdos ansiogênicos e realizar outras ações necessárias.

Para exemplificar tal situação, podemos citar as vezes em que colocamos de lado um determinado problema durante o
tempo necessário para assistir a uma aula ou realizar um trabalho que precisa ser entregue. Nos casos de psicose, podemos
exemplificar a criação de um delírio ou substituição da realidade por um desejo. Nesse sentido, verificamos a produção de
uma nova realidade, mais satisfatória, entretanto nada factual. Para finalizar, importante mencionar que Lacan nomeou esse
processo de cisão como forclusão.

REGRESSÃO

A regressão, de modo mais geral, é um processo psíquico relacionado ao retorno em algum ponto do desenvolvimento já
ultrapassado. Seria um “retorno a formas anteriores do desenvolvimento do pensamento, das relações de objeto e da
estruturação do comportamento” (LAPLANCHE, 1992, p. 440)

Freud diferencia três tipos de regressão:

TÓPICA
Alternância e sucessão entre os sistemas psíquicos, processo responsável pelos sonhos.

TEMPORAL
Retorno a etapas transpostas, tais como fases libidinais ou identificações mais primárias em termos evolutivos.

FORMAL
Retorno a modos de conduta menos complexos, estruturados ou diferenciados.

Na verdade, esses três tipos de regressão constituem um só, e em geral ocorrem juntos.

É possível pensar que todo sintoma se encontra associado a uma regressão, a um outro momento do desenvolvimento em
que o “eu” supõe ter obtido uma satisfação pulsional, permanecendo assim agarrado a uma antiga forma de satisfação,
desprezando o presente.

Por exemplo, uma criança que já deixou de usar fraldas torna a fazer xixi na cama diante de uma situação ameaçadora ou
que lhe gera angústia, como o nascimento de um irmão que ameaça a lhe tirar o amor de sua mãe.
DESLOCAMENTO

O deslocamento é um mecanismo de defesa reconhecidamente simples e o encontramos como usual nos sonhos.
Caracteriza-se pela “transposição” da energia psíquica vinculada a uma representação incômoda para outra menos ou nada
inoportuna, baseada em elementos associativos com representações entre si. A independência entre os representantes
psíquicos da pulsão (afetivo e ideativo) é demonstrada nesse mecanismo.

Na análise dos sonhos ou no relato dos pacientes, encontramos vários exemplos de deslocamento. O caso de fobia do
Pequeno Hans (FREUD, 1909) deixa claro o deslocamento do afeto proibido de ódio/medo do pai para medo de cavalos.
Desse modo, durante esse deslocamento, transferimos a importância de uma ideia para outra diferente.

O mecanismo do deslocamento está presente em inúmeros processos patológicos, mas é na fobia que poderemos melhor
visualizá-lo. O sujeito transfere (desloca) uma reação emocional a um objeto ou pessoa para outro objeto ou pessoa.

Por exemplo, deslocamos o medo que sentimos pelo nosso pai para outro objeto, por exemplo uma barata. Claro, isso não
quer dizer que o medo de baratas significa ter medo do pai, estamos apenas dando um exemplo. Cada caso precisa ser
analisado cuidadosamente.

FORMAÇÃO REATIVA

A formação reativa trata-se de um modo de garantir um recalque já pactuado. Diz respeito a uma oposição total à
realização de um desejo inadmissível inconsciente por meio de uma atitude ou de um investimento em um impulso oposto. O
Ego produz o aparecimento de uma disposição em direção totalmente oposta ao impulso para tentar proteger o sujeito de
algum perigo interno. Fenichel (1981) aponta a existência de formas intermediárias de reatividade. Uma das configurações
seria, por exemplo, a transformação de um ódio intenso em relação ao namorado em um aparente carinho e cuidado
extremo com ele, assegurando o recalque de seu ódio. A transformação fica restrita a um aspecto ou um objeto.
Outra forma refere-se a uma total alteração da personalidade, como no caso de neurose obsessiva, onde a bondade, a
consideração e a justiça tornam-se características rígidas da personalidade tentando garantir a ocultação da agressividade.

A FORMAÇÃO REATIVA E SUAS PARTICULARIDADES


O especialista Luciano de Souza Dias apresentará algumas das clássicas configurações em que a formação reativa pode
aparecer e como esse mecanismo se relaciona com o recalque.
ISOLAMENTO
O isolamento é um mecanismo que se refere a isolar algum pensamento ou comportamento, desligando-o de suas
conexões e de seu sentido emocional. Realiza-se um bloqueio impossibilitando qualquer tipo de contato com outros
pensamentos relacionados ou até mesmo experiências de vida. Conseguimos perceber essa tentativa de isolar um
pensamento quando no relato o sujeito faz interrupções no seu discurso, ou intervalos de tempo e espaço em suas ações,
quebrando o elo associativo das ideias e dos atos.

“(...) QUANDO O NEURÓTICO ISOLA UMA IMPRESSÃO OU ATIVIDADE


POR PAUSA, DÁ-NOS SIMBOLICAMENTE A ENTENDER QUE NÃO
PERMITIRÁ QUE OS PENSAMENTOS QUE LHES DIZEM RESPEITO
ENTREM EM CONTATO ASSOCIATIVO COM OUTROS”.

(LAPLANCHE, 1992, p. 259).

ANULAÇÃO
Se na formação reativa encontramos uma atitude oposta ao impulso primário recalcado, na anulação existe dispêndio de
energia para que pensamentos, discursos e até mesmo ações pregressas e já realizadas não tenham acontecido. Freud
entende que esse mecanismo parece utilizar-se de aspectos mágicos, executando atos imaginários ou mesmo reais,
contrários ao anteriormente já executado, com o objetivo de, nesse segundo tempo, torná-los nulos.

Um paciente, todas as vezes que no seu discurso apresentava pensamentos ou relatos de acontecimentos agressivos em
relação ao seu pai, procurava rapidamente uma madeira para bater nela, dizendo que não gostaria que nada disso
ocorresse, aliviando sua ansiedade e tentando neutralizar seus desejos quanto a seu pai. Ele agia assim como se, por meio
desse movimento, magicamente conseguisse anular seu pensamento.
PROJEÇÃO
O mecanismo de projeção é considerado bastante primitivo e foi descrito por Freud pela primeira vez em um caso de
paranoia. Entretanto, sabemos que esse mecanismo se encontra a todo instante no cotidiano de nossa vida, e não só em
comportamentos patológicos.

No sentido psicanalítico do termo, entende-se como a atribuição a outrem, sujeito ou objeto, peculiaridades ou
características, sentimentos ou desejos, que se desconhece em si mesmo ou que não sequer aceitar que possua.

Podemos afirmar que se dá uma operação de colocar para fora aquilo que recusamos em nós mesmos – transposição do
interno para o externo. Um alívio da tensão interna é encontrado nesse mecanismo. Assim como diz uma famosa frase
atribuída a Freud:

“Quando Pedro me fala sobre Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo”.

Muitos são os exemplos que são encontrados no dia a dia, tais como o ciúme excessivo onde os desejos de infidelidade são
conferidos ao cônjuge; ou quando em uma briga com o colega do trabalho você afirma que ele está com raiva por perceber
sua competência, sendo que ele acabou de ser promovido.

Não podemos deixar de lembrar que os mecanismos de projeção e os de introjeção são atuantes desde o início da vida
psíquica em bebês. Melanie Klein estudou os dois e os associou à ansiedade primitiva do bebê e aos primórdios da
diferenciação entre eu e não eu. Na tentativa de lidar com as ansiedades e frustrações, o bebê expulsa para o mundo
exterior aspectos maus, inaceitáveis, capazes de causar algum desprazer e dor. Através de sucessivas operações de
projeção e introjeção, o bebê irá construindo seu mundo interior.

INTROJEÇÃO
Foi Ferenczi quem propôs o conceito introjeção em analogia ao de projeção. Freud, posteriormente, o contrapõe à projeção.
Refere-se à apropriação, por parte de um sujeito, de qualidades ou traços de um outro ou objeto exterior. A introjeção tem
similitude com o conceito de incorporação e, no que diz respeito às crianças, é o método mais natural para desenvolver seu
Ego incipiente. Colocar para dentro (eu) cada vez mais partes do mundo exterior, enriquecendo-o.

O processo de identificação se concretiza paralelamente ao de introjeção, ou seja, ao introjetar-se, também se identifica,


tornando parte do mundo interno. O desenvolvimento do Ego e do Superego possui estreita correlação com os mecanismos
de introjeção e projeção. O Ego torna-se mais rico por meio do colocar para dentro aspectos do mundo exterior. O Superego
é constituído pelos aspectos provenientes tanto das interdições parentais quanto da cultura. De um modo mais amplo,
podemos afirmar que a personalidade se constitui por meio de sucessivas identificações, introjeções e projeções.

NEGAÇÃO
A negação é um dos mecanismos visivelmente associados ao recalque. Ao mesmo tempo em que há uma admissão de
um desejo, pensamento ou sentimento incompatível, deparamo-nos com uma negação de que lhe pertença (LAPLANCHE,
1992). Assim dizemos “você pode imaginar agora que deveria estar sentindo medo pelo que me aconteceu, mas não era
exatamente isso que iria mencionar”, ou “não, jamais pensei nisso” como típicos exemplos de uma negação.

Freud, em alguns artigos, cita exemplos, especialmente em A Negação (1975, p. 11), onde faz a seguinte afirmação: “(...) e o
‘não’ é seu sinal característico, um certificado de origem, algo como made in Germany”. Cada vez que enfaticamente
negamos algo, apontamos que é aí que se encontra a verdade, na afirmação desse conteúdo. É característica da infância a
negação de circunstâncias desagradáveis e a busca da satisfação pela fantasia. Mas quando a vida adulta avança, e com
ela o juízo de realidade, a capacidade de julgamento e percepção interna, esse mecanismo vai reduzindo.

Em alguns casos, Freud apontou o que podemos traduzir como recusa. Esse é um mecanismo de defesa que se diferencia
da negação. Trata-se de negar ou recusar a realidade da percepção da representação ou do conteúdo. Tal mecanismo é
encontrado especialmente nas perversões e nas psicoses. Encontra-se associado à castração, mais propriamente à recusa
e ao reconhecimento da percepção da falta do pênis (por relação a existência do mesmo em outro sujeito), e de não
aceitação da diferença anatômica dos sexos. Tal operação de rejeição radical é uma defesa primária pela necessidade de
afastamento de uma realidade insuportável – a falta. Nesse caso, o sujeito ao recusar acredita que aquilo que é recusado é
falso. Em algumas traduções de Freud, encontramos o termo denegação, fazendo referência ao sujeito que desmente o fato,
não reconhecendo o mesmo como verdade.

SUBLIMAÇÃO
A sublimação é reconhecidamente o mecanismo de defesa mais bem-sucedido. Apesar de ser um conceito extremamente
relevante, não foi tratado como tal, sendo, portanto, menos investigado do que poderíamos imaginar. Encontra-se espalhado
em toda a obra, mas sem uma organização e elaboração sintética. Sua primeira conceituação aparece em 1905, nos Três
ensaios sobre a teoria da sexualidade, e traz como traço a dessexualização. Portanto, falar em sublimação para a
Psicanálise é apresentar um conjunto de condutas humanas que, apoiadas na energia pulsional (sexual), não se referem à
sexualidade, possuindo outros objetivos.

O que é preciso entender é a ação de dessexualizar a pulsão e utilizar tal energia como força propulsora de movimento
criativo. Vale aqui trazer como Freud, em 1908, expõe o conceito:
A PULSÃO SEXUAL PÕE À DISPOSIÇÃO DO TRABALHO CULTURAL
QUANTIDADES DE FORÇA EXTRAORDINARIAMENTE GRANDES (...)
CHAMA-SE A ESTA CAPACIDADE DE TROCAR A META SEXUAL
ORIGINÁRIA POR OUTRA META (...) A CAPACIDADE DE SUBLIMAÇÃO.

(FREUD apud LAPLANCHE, 1992, p. 495).

Algumas características se encontram vinculadas à noção de sublimação: a dessexualização; a estreita relação com o
âmbito da cultura; e a preservação quanto à intensidade do sexual na experiência humana.

A disposição assexual da sublimação foi a primeira marca de afastamento do aspecto sexual da pulsão, em uma “deflexão
da sexualidade”. A relação com a cultura aponta a possibilidade de formas alternativas de satisfação da pulsão, tais como a
construção da cultura. A preservação e a proteção quanto à força do sexual, ao desejo de manifestar e satisfazer as
excitações sexuais, se dariam pelo desvio da pulsão, tornando-nos capazes de construções culturais ou, como descrito no
“Caso Dora”, alcançar objetivos mais elevados e valorizados.

Encontramos Freud, em toda a sua obra, descrevendo o criar artístico e a atividade intelectual e científica como modelos de
processos sublimatórios.

CASO DORA

Dora foi uma paciente de Freud que começou a apresentar sintomas neuróticos aos 8 anos de idade. Esse caso foi de
grande importância para ilustrar conceitos centrais na teoria psicanalítica, como o conceito de transferência, a interpretação
dos sonhos e outros.

Acabamos de descrever importantes mecanismos de defesa. Conforme pudemos entender, eles são colocados em ação
pelo Ego para lidar com um conflito vivido pelo sujeito. Se as defesas não conseguirem ser efetivas no bloqueio da
ansiedade gerada por esses impulsos provenientes do Id, haverá a criação de sintomas.
VEM QUE EU TE EXPLICO
As primeiras ideias sobre defesa de Freud

As primeiras ideias sobre defesa de Freud

Explicação do Recalque

Explicação do Recalque

Explicando a clivagem

Explicando a clivagem

VERIFICANDO O APRENDIZADO

MÓDULO 2

 Relacionar os mecanismos de defesa à formação de sintomas

CONCEITO DE SINTOMA E SUA ASSOCIAÇÃO COM O


CONFLITO PSÍQUICO
Antes de iniciar a temática da formação do sintoma, é necessário estabelecer a diferença desse conceito em Psiquiatria e
Psicanálise. Seguindo a investigação da clínica orgânica em Medicina, a Psiquiatria se utilizaria da descrição de um conjunto
de sinais e sintomas para, a partir da definição diagnóstica, realizar a medicação e tentativa de eliminação dos referidos
sintomas.

 ATENÇÃO

O doente, em sua subjetividade, parece não ser alvo do olhar e atenção. A doença, enquanto uma coleção de fenômenos,
sintomas, são os procurados, reunidos e classificados em grandes manuais. A Psicanálise traz um deslocamento nessa
percepção.

Conforme mencionado, Freud passa a entender o sintoma de suas pacientes como referido às suas histórias, às
experiências vividas, cheias de sentido absolutamente particular. Essas histórias e o sentido delas só poderiam ser
alcançados pela escuta do discurso realizado sobre o sintoma. Discurso esse que só faz sentido pela relação com quem o
produziu.

Foi nessa escuta atenta que Freud encontrou o sintoma associado ao conflito psíquico.
Historicamente, desde o final do século XIX, Freud procurava as origens dos sintomas daqueles que chegavam até ele
reclamando de sofrimentos. Realizou investigações sobre a histeria e a neurose obsessiva, chamadas de psiconeuroses,
buscando a formação dos sintomas.

Em uma de suas publicações iniciais, apresenta a ideia de que as histéricas sofreriam de reminiscências, lembranças de
situações traumáticas que retornavam em forma de dores corporais. Essas situações se ligavam a conteúdos de vergonha e
baixa autoestima, impulsos sexuais inadmissíveis, tanto no âmbito pessoal quanto no julgamento social. Encontra-se aí o
conflito psíquico!

Com base nisso, os representantes da pulsão, ideativo e afetivo, eram desligados entre si.

O ideativo era afastado da consciência, em uma tentativa de esquecimento.


O afetivo era transformado em sintoma corporal em formas diversas, tais como paralisias, mutismo, cegueira.

Nessa descrição, Freud menciona dois movimentos, recalque e conversão, como estruturadores do sintoma histérico, e
a existência de um sentido que remete a algo de que os pacientes não querem saber nem falar, o componente sexual.

Exemplos de casos clínicos podem nos dar a dimensão do que se apresenta:


Caso Elizabeth

O famoso “Caso Elizabeth”, descrito em 1895, fala de uma jovem atendida por Freud com dores e paralisias nas pernas.
Após um longo passeio no campo ao lado de seu cunhado, veio à sua mente que ele seria um excelente marido. Um tempo
depois, sua irmã, que já se encontrava adoecida na época do passeio, não resiste à moléstia e vem a falecer. No momento
da morte, ela tem o pensamento de que o cunhado agora estaria livre para ser seu marido. Tal consideração foi
imediatamente repudiada e arrastada para fora de sua consciência. Em seguida, os sintomas de paralisia e dor aparecem e
não produzem nenhum sentido a Elizabeth. Ela parece não saber a que isso se encontra relacionado, nem como apareceu.
Não tem o que dizer ou evita dizê-lo.

Caso Maria

Um outro exemplo, mais atual, pode ser apresentado. Maria, 30 anos, vem à consulta com queixas de falta de ar, dores de
cabeça e tonturas. Não consegue manter relacionamentos duradouros e sempre se sente humilhada pelos namorados,
tendo crises de falta de ar quando é deixada por eles. Ao ser solicitada que fale sobre sua história familiar, relata que sua
mãe era um pouco distante, mas seu pai era amoroso. Ele viajava muito a trabalho, e ela o esperava na janela de casa,
ficando muito ansiosa quando ele demorava a retornar. Quando ele aparecia, estava cansado e somente tinha olhos para
sua mãe. Nesses momentos, ela desejava que a mãe desaparecesse ou que algo acontecesse com seu pai. A paciente
parecia não perceber nenhuma conexão entre seus sintomas e sua experiência infantil. Não percebe a repercussão de sua
experiência na sua atualidade das relações.

Durante o atendimento das pacientes histéricas, Freud reconhece uma afirmativa sempre presente no discurso dessas
mulheres: uma experiência de sedução sexual sofrida por elas fruto de fantasia, mais precisamente de um desejo de serem
seduzidas e amadas pela figura parental.

A partir dessa descoberta, novos caminhos foram seguidos pela Psicanálise.

Ainda dando continuidade ao estudo dos sintomas, percebemos o estabelecimento de diferenças quanto à neurose
obsessiva e a histeria no artigo As Psiconeuroses de defesa, de Freud (1894).

O mecanismo defensivo, apesar de se iniciar com o recalcamento, passa a um segundo tempo diferente. Distintamente da
conversão, observa-se que é o afeto, associado à ideia incompatível de caráter sexual, que irá ligar-se a outras
representações ideativas que se impõem à consciência e assim se tornarão obsessivas.

A força do afeto é transposta para uma nova ideia. O inconciliável foi apartado da consciência, mas o afeto, experimentado
pelo “eu”, associa-se a alguma representação conveniente para servir de suplente, criando assim uma desconfiança e
incompreensão quanto ao sentimento.
 ATENÇÃO

É comum que os principais sentimentos experimentados se relacionem à culpa e a autoacusações por motivos claramente
inconsistentes, que encobrem a real razão. Parece não fazer sentido, mas é assim que deve ser, só assim pode ser.

Todo esse processo acontece no campo mental, psíquico, não adentrando no corpo, como no caso da histeria. O caso do
Homem dos Ratos (1909), no qual Freud descreve um quadro de neurose obsessiva, revela várias substituições de ideias
insuportáveis, sintomas e rituais realizados no esforço de impedir o contato com a ideia recalcada.

 EXEMPLO

Na atualidade, encontramos muitos traços, correlatos dos mecanismos defensivos, nos casos de transtornos obsessivos, tais
como necessidade de organização e perfeição, comportamentos controladores, excesso de razão em detrimento do afeto e
outros.

MECANISMOS DE DEFESA NAS PSICOSES


Continuando suas investigações, Freud elabora uma primeira compreensão (1894) sobre a etiologia das psicoses. A partir de
alguns atendimentos, ele percebe que, no caso das psicoses, um mecanismo de defesa muito mais poderoso e severo entra
em ação. Presente o repúdio a uma ideia incompatível, separando-a do afeto, mas ocorrendo de forma tão violenta, que
ambos são expulsos totalmente do eu que, agora, passa a viver como se aquela ideia jamais tivesse acessado a
consciência.

Desse modo o “eu” se desliga tanto do que era incompatível como também da realidade.

Assim se procede o afastamento da realidade, que acaba trazendo uma série de repercussões, tais como delírios e
alucinações, tentativas de remendar e restabelecer a realidade. Nesses momentos iniciais, Freud ainda irá se utilizar do
mecanismo de recalque, tal como nas neuroses. Posteriormente, ele atribuirá a esse mecanismo o sentido de recusa ou
rejeição.

 EXEMPLO

O estudo clínico do famoso “Caso Schreber” (1911) é uma das grandes contribuições no campo da psicose. O Caso
Schreber representa uma análise de grande importância nos estudos de Freud que foi realizado partindo da leitura das
memórias escritas em 1903 por Daniel Paul Schreber. Schreber nasceu em Leipzig, Alemanha, em 25 de julho de 1842.
Jurista importante da época e escritor, relatou a sua condição mental descrevendo um quadro complexo com delírios
místicos e estupor alucinatório.

Em outros trabalhos posteriores (1924), Freud apontará diferenças fundamentais entre a psicose e a neurose. Aqui, nos
importa mencionar que o conflito essencial para a psicose se dará entre o Ego e a realidade, em um movimento brusco e
defensivo de fugir à realidade externa, de recusar como a realidade se apresenta. Em um desses textos, Perda da realidade
na neurose e na psicose (1924), Freud (1975, p. 196) afirma que
“A NEUROSE NÃO REPUDIA A REALIDADE, APENAS A IGNORA; A
PSICOSE A REPUDIA E TENTA SUBSTITUI-LA.”

Freud (1975, p. 196).

 ATENÇÃO

Sempre temos o conflito e uma ação defensiva, mas, às vezes, de forma mais radical na psicose.

Frente à pulsão sexual demandando satisfação, mas sendo inaceitável a exigência desse tipo, uma ação inconsciente de
defesa se revela para evitar o sofrimento. Esse material, que foi excluído da consciência pelos processos psíquicos de
censura e defesa, pode não ser lembrado, mas não está perdido, permanecendo no inconsciente.

Nessa perspectiva é importante entender que, apesar de retirado da consciência, o impulso ainda possui um quantum de
energia suficiente para buscar se manifestar, reaparecer. Assim as defesas podem não ser capazes de evitar que os
impulsos, que se encontram inconscientes pela ação da defesa, tentem abrir caminho de volta ao consciente.

Como satisfazer a pulsão e ao mesmo tempo impedir que algo inadmissível se “concretize”?

A RUPTURA COM A REALIDADE NA PSICOSE


O especialista Luciano de Souza Dias apresentará as diferenças fundamentais entre a psicose e a neurose segundo Freud,
ilustrando, brevemente, com exemplos como o caso Schreber.
O SINTOMA E OS MECANISMOS DE DEFESA
É normal fazer uso das defesas. O que seria de nós se não nos defendêssemos? Como afirmava Freud, “é impossível
enfrentar a realidade o tempo todo sem nenhum mecanismo de fuga”. Mas teremos custos.

Na resolução de um conflito, temos a presença de uma luta incessante, muitas negociações e, muitas das vezes, aparece o
sintoma como produção do inconsciente. Assim, será do fracasso da defesa que surgirão os sintomas. Também encontramos
as formações substitutivas, equivalente aos sintomas, descritas por Freud como formações sintomáticas que
proporcionam prazer a partir da substituição do desejado inconsciente através de algum tipo de proximidade com ele.

Por tanto, podemos traduzir o sintoma como um disfarce do desejo para alcançar alguma satisfação. Trata-se de um
evento elaborado pela operação de distorção do desejo. Dessa forma, os processos inconscientes só conseguem acessar o
consciente pela via dos derivativos, similares ao que foi expulso do inconsciente.

Temos aqui dois conceitos muito importantes para a teoria psicanalítica que, relacionados ao que estamos
apresentando, precisam de explanação agora.

RETORNO DO RECALCADO

O primeiro deles é o retorno do recalcado, que se caracteriza por ser um processo em que conteúdos recalcados, porém
não destruídos no inconsciente, forçam passagem para o consciente para ressurgir e tentarem obter satisfação. É claro que
precisam de novos caminhos e inclusive outras feições. Esses componentes inconscientes são capazes de se desfigurar
infinitamente sempre com o objetivo de se depararem com uma possibilidade de satisfação possível no consciente – por
meio de sintomas.

FORMAÇÃO DE COMPROMISSO

Outro conceito estreitamente vinculado ao retorno do recalcado é o de formação de compromisso. Segundo Laplanche
(1992), é a fisionomia que o recalcado assume para conseguir ser aceito no consciente, enquanto se faz sintoma ou
qualquer outra produção do inconsciente (um sonho, por exemplo).

Fundamental perceber que, na formação de compromisso, encontram-se negociadas tanto as exigências defensivas
quanto o desejo inconsciente que demanda ser satisfeito. Podemos observar ambos sendo atendidos. Existe um prazer
associado a esse sintoma, mas, ao mesmo tempo, há um mal-estar, um incômodo, por trazer sofrimento, já que não era
exatamente esse o desejo que deveria ser atendido, o que é oferecido pelo sintoma.

 EXEMPLO

Vamos nos utilizar agora de um exemplo baseado no proposto por Freud. Imaginemos que uma grande festa será realizada
em uma mansão. Um homem sabe da festa e, apesar de não receber o convite, deseja ir ao evento. Ao chegar lá, consegue
entrar, mas inicia uma discussão com outra pessoa e é convidado a se retirar pelo segurança, que o encaminha até o lado
de fora da mansão. Inconformado, já que a festa tinha tudo para ser boa, ele resolve tentar voltar. Troca de roupa e,
chegando com outro convidado, consegue se infiltrar. Mas em breve, no meio da dança, novo impasse se dá quando o chefe
de segurança reconhece a semelhança e torna a removê-lo do local, não sem gritaria.

A partir desse exemplo, conseguimos visualizar o sintoma, como uma formação substitutiva, tentando enganar o Ego,
retornando disfarçado. Ainda que tendo algum prazer, acaba causando confusão e desprazer/mal-estar.

Na formação do sintoma, duas forças encontram-se presentes: a exigência de satisfação da pulsão e a exigência da
censura ao elemento inconsciente inadmissível.

JÁ SABEMOS QUE OS SINTOMAS NEURÓTICOS SÃO RESULTADO DE


UM CONFLITO, E QUE ESTE SURGE EM VIRTUDE DE UM NOVO
MÉTODO DE SATISFAZER A LIBIDO. AS DUAS FORÇAS QUE ENTRAM
EM LUTA ENCONTRAM-SE NOVAMENTE NO SINTOMA E SE
RECONCILIAM, POR ASSIM DIZER, POR MEIO DO ACORDO
REPRESENTADO PELO SINTOMA FORMADO. É POR ESSA RAZÃO,
TAMBÉM, QUE O SINTOMA É TÃO RESISTENTE: É APOIADO POR
AMBAS AS PARTES EM LUTA.
(FREUD, 1975, p. 420).

A FALHA DO PROCESSO DEFENSIVO E O ADOECIMENTO


O sintoma tentará considerar esses dois lados do conflito psíquico, atendendo tanto ao Ego quanto ao Id, em uma mescla de
contenção e prazer. Mas a tentativa de conciliação acaba por não dar certo já que o prazer experimentado é vivido com certo
estranhamento pelo sujeito. Esse não era o prazer reivindicado.

O sintoma é apresentado como algo que incomoda e do qual queremos nos livrar. Sinal de que algo não vai bem, mas do
qual é difícil se desgarrar. Ao menos é a garantia de algum prazer.

Percebemos durante o trabalho clínico o quanto é difícil para o paciente se livrar de um sintoma que ele mesmo afirma lhe
causar desprazer. Assim, é muito difícil conseguir realizar mudanças em sua conduta. A esse fenômeno é dado o nome de
resistência.

Tal como o provérbio português “se não tem tu, vai com tu mesmo”. Mas, como se conformar?

Adoecendo?

Na falha do processo defensivo, vemos surgir o curso do adoecimento.

No texto Conferências Introdutórias (1916/1917), Freud expõe uma série de argumentos importantes sobre a formação do
sintoma, tendo como resultado o adoecimento ou, mais precisamente, a estruturação da enfermidade mental.

Na conferência O Sentido dos Sintomas, Freud apresenta algumas considerações que vão ao encontro do que esboçamos
acima: o sintoma se mostra como a manifestação distorcida de um elemento recalcado e inconsciente. Assim, o
sintoma tem um sentido passível de ser desvendado, que se encontra baseado nas experiências vividas pelo paciente.
Desse modo, o sintoma mantém conexão estreita com a vida sexual, ou seja, refere-se a como se deu o desenvolvimento
da sexualidade daquele indivíduo em particular.

Mais adiante, em uma outra conferência, Os Caminhos da Formação dos Sintomas, Freud reafirma que os sintomas
neuróticos são resultado de um conflito e da tentativa de uma possibilidade de satisfação da pulsão, mesmo que um
tanto desvantajosa. E, continuando suas colocações, apresenta o conceito de fixação, o qual é muito importante para
entendermos os caminhos feitos por um sintoma.

FIXAÇÃO E REGRESSÃO
Fixação e regressão são processos interdependentes. Ao longo da infância, toda criança vai experimentando prazeres,
desprazeres e traumas durante o desenvolvimento da sua sexualidade. Essas fases serão superadas, mas jamais
plenamente abandonadas ou perdidas, tornando-se sinais ou pistas passíveis de identificação ou polos de atração.

 VOCÊ SABIA

Em momentos posteriores, diante de uma frustração, quando a realidade não concede a satisfação pretendida, a libido,
energia da pulsão sexual, buscará se religar a essas fixações (sinais) localizadas no curso de seu desenvolvimento.

A fixação trata-se de um fenômeno relativo à tendência de reconectar a libido a formas anteriores de modos de satisfação, a
tipos arcaicos de objeto ou de relação (LAPLANCHE, 1992), típicos das experiências infantis. Zimerman (2001, p. 150)
aponta que

OS PONTOS DE FIXAÇÃO SE FORMARIAM COM MAIS FACILIDADE A


PARTIR DE UMA EXAGERADA GRATIFICAÇÃO OU FRUSTRAÇÃO DE
DETERMINADA NECESSIDADE OU DE UMA ZONA ERÓGENA E,
CONFORME O PREDOMÍNIO DE UMA DAS FORMAS, A MANIFESTAÇÃO
CLÍNICA TERÁ CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS.

Zimerman (2001, p. 150).

Já a regressão será o movimento de retornar até as “pistas” deixadas onde a libido possa obter satisfação. Encontramos
regressão e fixação se sucedendo no viver o mundo. Desse modo, podemos evidenciar a presença do passado no presente
em um movimento contínuo.

Exemplos do cotidiano podem nos clarificar essa relação entre a fixação e a regressão. Diante de uma chamada de atenção
do chefe no trabalho, uma pessoa tende a reagir da mesma maneira que fazia com seu pai quando se sentia rejeitada por
ele.

Retomando a questão do sintoma, para o surgimento deste, podemos mencionar a existência de um impedimento da
satisfação de uma pulsão no cotidiano do indivíduo. Esse impedimento gera frustração, seguida por um processo de
regressão às organizações anteriores da libido sexual infantil que jamais foram plenamente abandonadas – esses são os
chamados pontos de fixação no desenvolvimento sexual.

FATORES CONSTITUCIONAIS E AMBIENTAIS


Caminhando um pouco mais, vale apresentar o que Freud entende como fatores responsáveis pela etiologia das doenças. A
formação de sintomas dependerá de fatores múltiplos:

CONSTITUCIONAIS

Aspectos inatos

AMBIENTAIS

Acaso

Para melhor explicar, mostraremos a seguir “série complementar”, descrita em seu texto O Caminho da Formação dos
Sintomas,(1975):
 Série complementar de fatores associados a formação de sintomas segundo Freud.

 COMENTÁRIO

A constituição sexual é tudo aquilo que já trazemos em nós, o que nos compõe quando viemos à vida.

A experiência infantil refere-se ao vivido na infância, ao que foi adquirido nesse período na relação com o mundo.

A conjugação dessa constituição com a experiência infantil acarretará uma predisposição (disposição) que interagirá com
experiências de frustração vivida pelo adulto na atualidade.

Essa combinação definirá, em algum nível, o destino do sujeito quanto à sua vida amorosa, suas satisfações pulsionais,
fixações, sintomas, enfim, a totalidade da sua vida.

Um esquema talvez possa trazer luz ao que vimos expondo até agora:

Resumo dos fatores constitucionais e ambientais dos sintomas:

Conflitos internos e sofrimento psíquico

Experiências infantis e os processos de fixação e regressão

Frustração

A Falha nos Mecanismos defensivos

Impossibilidade de satisfação da pulsão sexual/libido

Demandas e conflitos externos

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

Esse esquema pode dar uma dimensão a respeito das origens dos sintomas e do que está implicado no que Freud chamou
de “escolha da neurose”. Os sintomas são substitutos das frustrações e revelam os caminhos realizados ou “escolhidos”
para obtenção de uma pseudossatisfação mesclada de sofrimento.
Segundo Bergeret (2008), a estrutura da personalidade implica em determinados componentes psíquicos essenciais:

Mecanismos de defesa

Grau de evolução da libido

Pontos de fixação da libido

Grau de desenvolvimento do Ego

Um modo seletivo de relação de objeto

OS MECANISMOS DE DEFESA NOS TRANSTORNOS


PSÍQUICOS
Os transtornos psíquicos apresentam um conjunto de mecanismos de defesa que se associam à exibição de sintomas.
Passaremos a enumerar alguns desses mecanismos que se apresentam como mais característicos, mas não exclusivos, de
determinadas patologias.

RECALQUE
O recalque é o mecanismo fundamental da estruturação da neurose. Logo, estará sempre presente.

PSICOSE
No caso da psicose, podemos verificar a cisão e recusa da realidade.

NEUROSE
Na neurose, podemos observar que a histeria se utiliza de mecanismos de deslocamento, isolamento.

NEUROSE OBSESSIVA
Já no caso da neurose obsessiva, encontram-se de forma muito efetiva os mecanismos de deslocamento, isolamento,
anulação e formação reativa.

Diríamos que, diante do conflito, a defesa age separando os representantes ideativos do afeto, tornando-os inconscientes.
Porém, é onde a libido encontra-se fixada que definirá os caminhos da formação do sintoma e, assim, o quadro
psicopatológico.

Repare na importância do entendimento dos mecanismos de defesa e também do conhecimento da história do sintoma,
contada pelo sujeito, pois nesse sentido poderemos realizar um melhor trabalho clínico.

VOCÊ DEVE ESTAR SE PERGUNTANDO: TODAS AS VEZES EM


QUE TIVERMOS UM CONFLITO OU FICARMOS FRUSTRADOS
DESENVOLVEREMOS SINTOMAS E, CONSEQUENTEMENTE,
UMA DOENÇA?

RESPOSTA
RESPOSTA

Na verdade, não. Se o Ego conseguir entrar em acordo com a pulsão para que um novo objeto, mais acessível e propiciado
pela realidade, seja aceito como possibilidade de prazer, não teremos um impasse e, nesse sentido, não veremos um
adoecimento.

Freud (1916/1917) aponta que muitas pessoas têm a capacidade de tolerar carências mais do que outras. Além disso os
impulsos parecem ter um tipo de “elasticidade” capaz de assumir o lugar de outro e inclusive viabilizar satisfação a partir de
outro objeto.

 ATENÇÃO

Repare que aquilo que desenvolve a doença refere-se à exclusividade no que diz respeito à satisfação. A flexibilidade nos
padrões de satisfação da libido será fundamental para o não adoecimento.

Talvez possibilitar a flexibilização seja uma das tarefas fundamentais de todo processo analítico.

VEM QUE EU TE EXPLICO


O mecanismo defensivo na neurose obsessiva

O mecanismo defensivo na neurose obsessiva

O sintoma como produto do inconsciente e as formações substitutivas

O sintoma como produto do inconsciente e as formações substitutivas

Fatores constitucionais e ambientais responsáveis pela etiologia das doenças

Fatores constitucionais e ambientais responsáveis pela etiologia das doenças

VERIFICANDO O APRENDIZADO

CONCLUSÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apresentamos a ideia de defesa como algo fundamental ao viver humano. Diante da vivência de conflitos e da
impossibilidade de satisfação da pulsão, ou dos desejos correlatos a ela, observamos que o Ego coloca em jogo um conjunto
de mecanismos de defesa, que são processos inconscientes.

O objetivo principal dos mecanismos de defesa é lidar com os conflitos internos e externos, vividos no cotidiano
como ameaçadores.

Discorremos sobre os principais mecanismos de defesa expostos principalmente por Freud e Anna Freud, tais como
recalque, regressão, clivagem, deslocamento, anulação isolamento, formação reativa, negação, projeção e introjeção.

Após a descrição desses mecanismos, estabelecemos sua relação com a criação dos sintomas na história da Psicanálise.
Estabelecemos como fatores fundamentais para a etiologia dos sintomas: o conflito, a frustação e os processos de fixação e
regressão. De acordo com esses fatores, apontamos os diferentes processos de adoecimento mental e seus mais
característicos mecanismos defensivos.

Para finalizar, refletimos sobre a importância do reconhecimento dos processos defensivos e da escuta dos sintomas como
referência para a execução do trabalho analítico.

 PODCAST
Agora, o especialista Luciano de Souza Dias desenvolverá a ideia de como, diante do conflito, a defesa do Ego age
separando os representantes ideativos do afeto, tornando-os em inconsciente. Dessa forma, explicará a importância de
analisar onde a libido encontra-se fixada para entender os caminhos da formação do sintoma e, assim, o quadro
psicopatológico.

AVALIAÇÃO DO TEMA:

REFERÊNCIAS
BERGERET, J. A Personalidade Normal e Patológica. Porto Alegre: Artmed, 2008.

FENICHEL, O. Teoria Psicanalítica das Neuroses. São Paulo: Atheneu, 1981.

FREUD, A. O Ego e os mecanismos de defesa. Porto Alegre: Artmed, 2006.

FREUD, S. Obras Completas. Rio de Janeiro: Imago, 1975.

GARCIA-ROZA, L. A. Freud e o inconsciente. Rio de Janeiro: Zahar, 1984.

KLEIN, M (Organiz.). Os progressos da psicanálise, Rio de Janeiro: Zahar, 1986

KUSNETZOFF, J. C. Introdução à Psicopatologia Psicanalítica. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982.


LAPLANCHE, J.; PONTALIS, J. B. Vocabulário de Psicanálise. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

LATTANZIO, F. Por que criamos? Reflexões psicanalíticas sobre a gênese da arte, Mosaico. Estudos em Psicologia, v. 3, n.
1, 2008.

MCWILLIAMS, N. Diagnóstico Psicanalítico. Porto Alegre: Artmed, 2014.

MEZAN, R. A trama dos conceitos. São Paulo: Perspectiva, 1982.

NEVES, T. I.; LOPES, A. M.; MORAES, T. C. B. Reintroduzindo o sintoma: a psicanálise como obstáculo à cientificização
do tratamento psíquico. Revista de Psicologia UERJ, Rio de Janeiro, 2013.

ROUDINESCO, E.; PLON, M. Dicionário de Psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar, 1998.

ZIMERMAN, D. Vocabulário contemporâneo de psicanálise. Porto Alegre: Artmed, 2001.

EXPLORE+
Para aprofundar os seus conhecimentos no assunto estudado:

Leia o artigo Casos Clínicos retratados no cinema: estudo de processos defensivos, de Tales Vilela Santeiro, Leylane
Franco Leal Barboza e Ludimila Faria Souza, publicado na Revista Brasileira de Psicoterapia, volume 18, número 2, em
2016.

Acesse o canal do YouTube “Falando nIsso”, de Christian Dunker.

Assista ao vídeo Caso Homem dos Ratos Freud, encontrado no canal SOBRAPSICO, no YouTube.

CONTEUDISTA
Teresinha Maria Nicolini da Fonseca Anciães

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