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Psicanálise

Mecanismos de Defesa
Freud descreveu muitos mecanismos de defesa no decorrer da sua obra e seu
trabalho foi continuado por sua filha Anna Freud; os principais mecanismos são:

Repressão é o processo pelo qual se afastam da consciência conflitos e


frustrações demasiadamente dolorosos para serem experimentados ou
lembrados, reprimindo-os e recalcando-os para o inconsciente; o que é
desagradável é, assim, esquecido;

Formação reativa consiste em ostentar um procedimento e externar


sentimentos opostos aos impulsos verdadeiros, indesejados.

Projeção consiste em atribuir a outros as ideias e tendências que o sujeito não


pode admitir como suas.

Regressão consiste em a pessoa retornar a comportamentos imaturos,


característicos de fase de desenvolvimento que a pessoa já passou.

Fixação é um congelamento no desenvolvimento, que é impedido de continuar.


Uma parte da líbido permanece ligada a um determinado estágio do
desenvolvimento e não permite que a criança passe completamente para o
próximo estágio. A fixação está relacionada com a regressão, uma vez que a
probabilidade de uma regressão a um determinado estágio do desenvolvimento
aumenta se a pessoa desenvolveu uma fixação por este.

Sublimação é a satisfação de um impulso inaceitável através de um


comportamento socialmente aceito.

Identificação é o processo pelo qual um indivíduo assume uma característica


de outro. Uma forma especial de identificação é a identificação com o agressor.

Deslocamento é o processo pelo qual agressões ou outros impulsos


indesejáveis, não podendo ser direcionados à(s) pessoa(s) a que se referem,
são direcionadas a terceiros.
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Freud descreve quatro fases distintas, pelas quais a criança passa em seu
desenvolvimento. Cada uma dessas fases é definida pela região do corpo a que
as pulsões se direcionam. Em cada fase surgem novas necessidades que
exigem satisfação; a maneira como essas necessidades são satisfeitas
determina como a criança se relaciona com outras pessoas e quais sentimentos
ela tem para consigo mesma.

A transição de uma fase para outra é biologicamente determinada, de tal forma


que uma nova fase pode iniciar sem que os processos da fase anterior tenha se
completado. As fases se seguem umas às outras em uma ordem fixa e, apesar
de uma fase se desenvolver a partir da anterior, os processos desencadeados
em uma fase nunca estão plenamente completos e continuam agindo durante
toda a vida da pessoa.

Neurose é a existência de tensão excessiva e prolongada, de conflito persistente


ou de uma necessidade prolongadamente frustrada, é sinal de que na pessoa
se configurou uma neurose. A neurose determina uma modificação, mas não
uma desestruturação da personalidade e muito menos de perda de valores da
realidade.

Com o desenvolvimento da psicanálise, o conceito evoluiu, até finalmente


encontrar lugar no interior de uma estrutura tripartite, ao lado da psicose e da
perversão. Em consequência disso, do ponto de vista freudiano, classificam-se
no registro da neurose a histeria, a fobia e a neurose obsessiva, às quais é
preciso acrescentar a neurose atual, que abrange a neurose de angústia e
a neurastenia, e a psiconeurose, que abarca a neurose de transferência e a
neurose narcísica.

Costuma-se catalogar os sintomas neuróticos em certas categorias, como:

Histeria - Quando um conflito psíquico encontra saída através de conversões.


Neste tipo de neurose, a ideia conflitiva com o ego é convertida em sintomas
físicos, como cegueira, mutismo, paralisias, etc.; que não têm origens orgânicas.
Atualmente a histeria foi banida dos manuais psiquiátricos, o que leva muitas
pessoas da área de saúde, inclusive psicólogos, a acreditarem que a histeria não
existe mais. Porém, a histeria ainda existe e sempre existirá, mesmo que os
sintomas possam variar de acordo com a sociedade e o tempo a que se refere.
Algo bastante específico da histeria é sua referência ao corpo e à sexualidade,
especialmente com questão à "o que é uma mulher?".

Ansiedade (de angústia) - a pessoa é tomada por sentimentos generalizados e


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persistente de intensa angústia sem causa objetiva. Alguns sintomas são:
palpitações do coração, tremores, falta de ar, suor, náuseas. Há uma exagerada
e ansiosa preocupação por si mesmo.

Fobias - uma área da personalidade passa a operar por respostas de medo e


ansiedade. Na angústia o medo é difuso e quando vem à tona é sinal de que já
existia, há longo tempo. Se apresenta envolta em muita tensão, preocupação,
excitação e desorganização do comportamento. Na reação fóbica, o medo se
restringe a uma classe limitada de estímulos e representações objetais.
Geralmente verifica-se a associação do medo a certos objetos, animais ou
situações.

As informações a seguir foram extraídas do livro:

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Quadro sinótico das defesas

Para se ter uma visão panorâmica do que será exposto a seguir, organizei um
esquema das várias atividades defensivas do Ego de forma a iniciar os
interessados no tema. Tentei ordená-las conforme o seu aparecimento histórico,
articulado à sua temática predominante. Destaquei “sublimação” em um item
isolado pela importância que sua discussão atingiu entre os teóricos da
psicanálise. No final, anotei algumas atividades defensivas propostas por vários
autores para indicar que o campo está aberto à observação e à criação. Mas não
deixemos de notar que a todo momento teremos nomes novos para fenômenos
antigos e já descritos.

1. ATIVIDADES DEFENSIVAS NO PLANO DA REPRESSÃO


• Repressão, recalque ou recalcamento

2. ATIVIDADES DEFENSIVAS PARA FORTALECER A REPRESSÃO


• Anulação
• Conversão
• Deslocamento
• Dissociação
• Escotomização
• Humor
• Inibição
• Isolamento
• Lembrança encobridora
• Negação
• Postergação de afetos
• Racionalização/intelectualização
• Surdez emocional

3. ATIVIDADES DEFENSIVAS PARA MANTER A REPRESSÃO


• Formações reativas

4. ATIVIDADES DEFENSIVAS REGRESSIVAS


• Regressão
• Fixação

5. ATIVIDADE DEFENSIVA PRECOCE


• Clivagem, cisão, divisão, splitting

6. ATIVIDADES DEFENSIVAS ENVOLVENDO A RELAÇÃO COM O


OUTRO
• Projeção
• Introjeção
• Identificação
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• Identificação projetiva
7. ATIVIDADES PARA A SUPERAÇÃO DE CONFLITOS
• Elaboração
• Idealização
• Renúncia altruística
• Reparação
• Simbolização

8. ATIVIDADE DEFENSIVA COM DESTAQUE ESPECIAL


• Sublimação

9 ATIVIDADES DEFENSIVAS ENCONTRADAS NAS PSICOSES


• Autismo
• Confusão
• Fusão
• Rejeição (“forclusão”)

10. OUTRAS ATIVIDADES DEFENSIVAS


• Catatimia
• Compensação
• Construção de teorias
• Desatenção seletiva
• Defesas maníacas
• Mecanismos de evasão
• Narcotização
• UR – defesas

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Obsessiva-compulsiva - a obsessão é um termo que se refere a ideias que se
impõem repetidamente à consciência. São por isto dificilmente controláveis. A
compulsão refere-se a impulsos que levam à ação. Está intimamente ligada a
uma desordem psicológica chamada transtorno obsessivo-compulsivo.

Se o conceito de neurose é parte integrante do vocabulário da psicanálise, o da


psicose aparece, a princípio, como um anexo proveniente do saber
psiquiátrico, pautada numa concepção do sujeito que se organiza em torno da
ideia de alienação e perda da razão.

O psicótico pode se encontrar em estado de depressão, de extrema euforia ou


de agitação. Em dado momento age de um modo e em outro se comporta de
maneira totalmente diferente. Houve uma desestruturação da sua personalidade.
O dado clínico para se aferir à psicose é a alteração dos juízos da realidade. O
psicótico passa a perceber a realidade de maneira diferente, mas não menos
real em sua percepção.

Por isso afirma com convicção que tem percepções que nos parecem irreais não
apoiadas nem justificadas na lógica e na razão. Nas psicoses, além da alteração
do comportamento, são comuns alucinações (alterações dos órgãos dos
sentidos: ouvir vozes, ver coisas, sentir cheiros ou toques) e delírios (alterações
do pensamento sob forma de conspirações, perseguição, grandeza, riqueza,
onipotência ou de predestinação). As Psicoses se manifestam como:

Esquizofrenia - apatia emocional, carência de ambições, desorganização geral


da personalidade, perda de interesse pela vida nas realizações pessoais e
sociais. pensamento desorganizado, afeto superficial e inapropriado,riso insólito,
bobice, infantilidade, hipocondria, delírios e alucinações transitórias. (Consultar
DSM-V ou CID 10 para mais subtipos)

Maníaca-depressiva – caracteriza-se por perturbações psíquicas duradouras e


intensas, decorrentes de uma perda ou de situações externas traumáticas. O
estado maníaco pode ser leve ou agudo. É caracterizado por comportamento
exacerbado, hipersexualidade. Os maníacos são cheios de energia, inquietos,
barulhentos, falam alto e têm ideias bizarras, uma após outra. O estado
depressivo, ao contrário, caracteriza-se por inatividade e desalento. Seus
sintomas são: apatia, pesar, tristeza, desânimo, crises de choro, perda de
interesse (embotamento afetivo) pelo trabalho, por amigos e família, bem como
por suas distrações habituais. Torna-se lento na fala, não dorme bem à noite,
perde o apetite, pode ficar um tanto irritado e muito preocupado.

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Paranoia – caracteriza-se sobretudo por ilusões fixas. É um sistema delirante.
As ilusões de perseguição e de grandeza são mais duradouras do que na
esquizofrenia paranoide. Os ressentimentos são profundos. É desconfiado,
agressivo, egocêntrico e destruidor. Acredita que os fins justificam os meios e é
incapaz de solicitar carinho.

Psicose alcoólica – é habitualmente marcada por violenta intranquilidade,


acompanhada de alucinações de uma natureza aterradora.

Os perversos, ao vivenciarem o Complexo de Édipo, se recusam a aceitar a


castração a eles imposta passando, então, há duas possibilidades:

1) aferir que para eles não existe castração, assim, não existem limites sociais
impostos às suas ações ou

2) são eles que impõe os limites proveniente da castração aos outros.


Atualmente são comumente relacionados às psicopatias, porém se relacionam
mais abrangentemente com todas as formas de ausência de empatia com o
Outro - pela ausência de atuação do Superego.

Essa estrutura favorece o aparecimento de outros sintomas, como o


fetichismo e relações que objetificam o Outro, em troca de obtenção de prazer
(parafilias).

Retomado por Sigmund Freud a partir de 1896, o termo perversão foi


definitivamente adotado como conceito pela psicanálise, que assim conservou a
ideia de desvio sexual em relação a uma norma. Não obstante, nessa nova
acepção, o conceito é desprovido de qualquer conotação pejorativa ou
valorizadora e se inscreve, juntamente com a psicose e a neurose, numa
estrutura tripartite.

O trabalho de Sigmund Freud foi continuado por sua filha Anna Freud e por
outros autores, que procuraram desenvolver a teoria, enfatizando outros
aspectos e procurando solucionar os pontos críticos, entre eles os que mais se
destacam são os psicanalistas Sándor Ferenczi, Melanie Klein, Donald
Winnicott, Jacques Lacan, Wilfred Bion, Erik Erikson e Heinz Kohut; os
humanistas Abraham Maslow e Carl Rogers; o fundador da psicologia do
desenvolvimento individual Alfred Adler; Karen Horney, Wilhelm Reich e o
fundador da psicologia analítica Carl Jung.

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