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Teoria Behaviorista/Comportamentalista

A teoria comportamentalista, ou o behaviorismo, é uma corrente que afirma que o


comportamento toda manifestação observável e susceptível de ser medido. De acordo com esta
corrente, o comportamento dos indivíduos é observável, mensurável e controlável
cientificamente, tal como acontece com os factos estudados pelas ciências naturais e exactas.

Baseado no condicionamento clássico de Ivan Pavlov, John Broadus Watson foi considerado o
pai do behaviorismo ao defender a Psicologia como um ramo puramente objectivo e
experimental das ciências naturais, para ele a aprendizagem é uma modificação do
comportamento provocado por um estímulo proveniente do meio envolvente. O outro
behaviorista é Skinner que desenvolveu a teoria de condicionamento operante, segundo o qual
o comportamento que produz efeitos agradáveis tende a tornar-se mais frequente, enquanto
que o comportamento que produz efeitos adversos tende a tornar-se menos frequente. Em
síntese, se uma resposta for compensada é fortalecida, tende a manter-se; o que significa que a
aprendizagem depende de consequências.
O reforço, que assume uma importância basilar na teoria de Skinner, é uma consequência de um
comportamento que condiciona a repetição ou a extinção desse comportamento. Skinner
identificou 3 tipos de reforços:

Reforço positivo

Consequência (feedback) de um comportamento que tem consequências agradáveis para o


indivíduo, pelo que funciona como mecanismo para manter e fortalecer a resposta.
Exemplo: O elogio do tutor ao bom desempenho do formando que executou correctamente uma
tarefa, em virtude da atenção que prestou, terá como consequência o fortalecimento da atenção e
do interesse do formando.

Reforço negativo

O reforço negativo é um estímulo que prevê consequências não desejadas pelo indivíduo. Este

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tipo de reforço pretende enfraquecer um comportamento em proveito de outro, retirando um


estímulo agradável. O estímulo negativo é devolvido após a obtenção da resposta pretendida.

Exemplo: O chefe de equipa reclama com o trabalhador até este cumprir uma certa regra ou
tarefa de forma correcta. Após cumpri-la, o trabalhador escapa às reclamações (reforçando o
comportamento desejado).

Punição/Castigo

A punição visa reduzir a probabilidade que um determinado comportamento volta a ocorrer.


Refere-se, em termos conceptuais, a um estímulo que é dado após um determinado
comportamento não desejado, com vista à extinção deste mesmo comportamento, através de
consequências que são desagradáveis para o indivíduo.
Exemplo: Tomada de medidas coercivas para uma pessoa que ignorou as normas de higiene e
segurança, gerando uma situação de perigo para ela e para os colegas de trabalho.

Skinner defendeu o uso de reforços positivos (recompensas), como uma alternativa positiva às
punições e aos esquemas repressivos, perante um comportamento correcto, defendendo que é
mais eficaz pedagogicamente.
O fundamento das teorias comportamentalistas/behavioristas, no que diz respeito concretamente
à aprendizagem, reside no conceito de associação: a aprendizagem é resultado de conexões, de
associações entre Estímulos (E) e Respostas (R).

A aprendizagem consiste em respostas passivas a estímulos ou a reforços, uma vez que aquilo
que indica a acção é o estímulo e/ou o que dirige a acção é o reforço.

Aprendizagem por Modelagem ou Teoria da Aprendizagem Social

Na aprendizagem social defendida por Albert Bandura diz que o indivíduo não precisa de
experimentar para aprender. O conceito de modelagem ou Aprendizagem Social pressupõe que
se aprende por observação: a alteração de comportamento de um indivíduo resulta da observação
dos comportamentos dos outros. A observação do comportamento de outros permite ao indivíduo
que aprende, extrair regras e princípios gerais de comportamento. Neste processo de observação

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do modelo o indivíduo intervém de uma forma activa. A teoria da aprendizagem social, como
corrente posterior e inspirada no neobehaviorismo, teve em conta factores não observáveis, como
sejam as motivações, intenções e expectativas.

Para os teóricos da aprendizagem social, as pessoas não têm um papel passivo no processo de
aprendizagem: elas influenciam e são influenciadas pelo meio, afectam e são afectadas pelas
situações. É neste processo de interacção contínua que o indivíduo se modifica e modifica o meio
de acordo com as suas competências, expectativas, experiências, condutas anteriores.

A teoria Psicanalítica/ Psicanálise

A Psicanálise foi criada pelo neurologista austríaco Sigmund Freud, com o objectivo de tratar


desequilíbrios psíquicos. Esta corrente visa também analisar o comportamento humano, decifrar
a organização da mente e curar doenças carentes de causas orgânicas.

Desde então ele passou a utilizar a arte da cura pela fala, descobrindo assim o reino onde os
desejos e as fantasias sexuais se perdem na mente humana, reprimidos, esquecidos, até
emergirem na consciência sob a forma de sintomas indesejáveis, por uma razão qualquer o
“Inconsciente”.
No atendimento clínico, o paciente, em repouso, é estimulado a verbalizar tudo que brota em sua
mente (sonhos, desejos, fantasias, expectativas), bem como as lembranças da infância. Cabe ao
psicanalista ouvir e interferir apenas quando julgar necessário, assim que perceber uma ocasião
de ajudar, analisando a trazer para a consciência seus desejos reprimidos, deduzidos a partir da
livre associação. No geral, o analista deve se manter imparcial.

Para Freud toda perturbação de ordem emocional tem sua fonte em vivências sexuais marcantes,
que por se revelarem perturbadoras, são reprimidas no Inconsciente. Esta energia contida, a
libido, se expressa a partir dos sintomas, na tentativa de se defender e de se preservar, este é o
caminho que ela encontra para se comunicar com o exterior. Através da livre associação e da
interpretação dos sonhos do paciente, o psicanalista revela a existência deste instinto sexual.

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A teoria da Gestalt

A Gestalt ou teoria da Forma é uma corrente de pensamento que propõe que a simples união das
partes não explica o todo. A percepção humana é estruturada e organizada e, por isso, não deve
ser reduzida a elementos menores. Uma das áreas actuais em que a Gestalt têm tido grande
sucesso de aplicação é a do Design. Afinal, se o objectivo dessa especialidade é em construir
uma forma, a teoria gestaltista ajuda a entender como ela será recebida pelo público. Logo, seja
para campanhas publicitárias, divulgação ou ilustração, o Design pode se basear nessas ideias
para construir imagens que atingirão melhor o seu objectivo. Além disso, a Gestalt é utilizada
também em outros campos, como a da psicologia clínica.

A teoria Humanista/Humanismo
A Psicologia Humanista busca conhecer o ser humano, tentando humanizar seu aparelho
psíquico, contrariando assim, a visão do homem como um ser condicionado pelo mundo externo.

Um dos principais teóricos da Psicologia Humanista foi Abraham Maslow, americano,


considerado o pai espiritual do movimento humanista, acreditava na tendência individual da
pessoa para se tornar autorrealizadora, sendo este o nível mais alto da existência
humana. Maslow criou uma escala de necessidades a serem satisfeitas e, a cada conquista, nova
necessidade se apresentava. Isso faria com que o indivíduo fosse buscando sua auto-realização,
pelas sucessivas necessidades satisfeitas. A teoria humanista propôs o estudo do homem a partir
de uma visão holística e que considerasse a tendência inata à satisfação de determinadas
necessidades, que levam o indivíduo a crescer, se desenvolver e realizar todo seu potencial. Para
Maslow, as necessidades humanas são 5 e estão organizadas de modo hierárquico onde:

1- Necessidades fisiológicas: são as mais básicas e de maior força quando não realizadas,
pois representam a sobrevivência do indivíduo. No entanto, quando satisfeitas, perdem
seu poder motivador. São exemplos de necessidades fisiológicas: a respiração, a
alimentação, o sono, etc.

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2- Necessidades de segurança: se caracterizam pela importância de um ambiente seguro e


protegido, sem ameaças que representem algum perigo para a pessoa. Como exemplo,
podemos citar um ambiente limpo e organizado.

3- Necessidades de afiliação e amor: também chamadas de necessidades sociais, estas


dizem respeito à tendência de nos vincularmos a outras pessoas, seja por meio de um
relacionamento amoroso ou pela presença de amigos próximos. Fazer parte de um grupo
e sentir-se amado é uma necessidade que tem grande impacto na saúde emocional das
pessoas.

4- Necessidades de estima: tendo sido satisfeitas (mesmo que parcialmente) as


necessidades de afiliação e amor, tendemos a ambicionar por reconhecimento e sucesso
social. Além disso, há a necessidade de auto valorização, ou seja, da estima por nós
mesmos (auto-estima). Ambas nos ajudam a desenvolver um senso de auto-confiança,
que é essencial para o enfrentamento dos desafios e dificuldades de modo saudável.

5- Necessidade de autorrealização/realização pessoal: é a mais elevada na hierarquia,


sendo de difícil alcance. Configura-se no desenvolvimento máximo dos potenciais,
talentos e capacidades individuais. A autorrealização é de difícil obtenção por várias
razões. É a menos potente, então, se as anteriores não forem minimamente satisfeitas, sua
aquisição estará comprometida. A figura abaixo ilustra todas as 5 necessidades em
hierarquias.

Fonte: Pirâmide de hierarquia das necessidades de Maslow.

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Outro grande teórico da Psicologia Humanista foi Carl Rogers, americano, que baseou seu
trabalho no indivíduo. Sua visão humanista surgiu através do tratamento de pessoas
emocionalmente perturbadas. Ele trabalhou com um conceito semelhante ao de Maslow, a que
deu o nome de tendência actualizante, que é a tendência inata de cada pessoa actualizar suas
capacidades e potenciais. Defendeu, também, a idéia de autoconceito como um padrão
organizado e consciente das características de cada um desde a infância que, à medida que novas
experiências surgem, esses conceitos podem ser substituídos ou reforçados. Para ele, a
capacidade do indivíduo de modificar consciente e racionalmente seus pensamentos e
comportamentos, fornece a base para a formação de sua personalidade.

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