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As seis principais escolas de pensamento na psicologia

Funcionalismo

O funcionalismo possui a maior influência entre as teorias da psicologia contemporânea.


Essa corrente tenta descrever os pensamentos e o que fazem sem questionar como o
fazem. Para os funcionalistas, a mente lembra um computador, e para entender esses
processos, você precisa olhar para o software (o que faz) sem ter que entender o
hardware (o que permite que tudo seja feito).

Psicologia de Gestalt

De acordo com essa corrente, a mente humana funciona interpretando dados seguindo
várias leis, regras ou princípios de organização, transformando a informação parcial em
um todo. Por exemplo, a sua mente pode interpretar uma série de linhas como um
quadrado, mesmo que estas não estejam completas, pois os espaços são completados.
Os psicólogos da corrente Gestalt aplicam essa lógica à resolução de problemas para
ajudar os pacientes.

Psicanálise

A teoria psicoanalítica, originada com o Sigmund Freud, explica o comportamento


humano em termos da mente subconsciente. Freud sugeriu que o instinto de buscar o
prazer, descrito por ele como de natureza sexual, se apoia na raíz do desenvolvimento
humano. Até o desenvolvimento das crianças, ele disse, está ligado às etapas principais
ao descobrir esse prazer, através de atos como ser amamentado e defecar, e tratou o
comportamento anormal dos adultos focando nisso.

Behaviorismo

Na década de 1950, B. F. Skinner realizou experimentos com animais como ratos e


pombos, demonstrando que estes repetiam certos comportamentos quando os
associavam com recompensas em forma de comida. Os behavioristas creem que
observar o comportamento, em vez de tentar analisar o funcionamento da própria mente,
é a chave da psicologia. Isso abre a disciplina a métodos experimentais com resultados
que podem ser replicados da mesma forma que qualquer outro método científico.
Psicologia humanística

Os humanistas ensinam que para entender a psicologia é preciso olhar para as


motivações de cada indivíduo. A "pirâmide das necessidades" de Abraham Maslow é
um exemplo dessa abordagem: um sistema de necessidades, como comida, amor e
autoestima, determina o comportamento de uma pessoa em vários âmbitos. Satisfazê-las
leva a uma sensação de auto-satisfação e resolve problemas psicológicos.

Cognitivismo

A psicologia cognitiva segue ao behaviorismo entendendo a mente através da


experimentação científica, mas difere ao aceitar que os psicólogos podem estudar e
entender o funcionamento interno da mente e seus processos. Rejeita a psicoanálise,
pois considera que as teorias dessa corrente são subjetivas e não podem ser analisadas
cientificamente.
Funcionalismo

O funcionalismo possui a maior influência entre as teorias da psicologia contemporânea.


Essa corrente tenta descrever os pensamentos e o que fazem sem questionar como o
fazem. Para os funcionalistas, a mente lembra um computador, e para entender esses
processos, precisamos olhar para o software (o que faz) sem ter que entender o
hardware (o que permite que tudo seja feito).

A escola do funcionalismo é considerada a combinação da ciência, da preocupação


pelo prático, da ênfase no indivíduo e da teoria da evolução. Ela tem seu início no final
do século XIX.

O início formal do funcionalismo começou com a publicação do livro Princípios de


Psicologia, de James. O funcionalismo considera a consciência das pessoas como uma
corrente que muda constantemente. Ela tem as características de ser pessoal (reflete as
experiências particulares de cada um) e contínua (não pode ser dividida para sua
análise).

Os autores dessa corrente, pelo interesse particular que têm em conhecer a razão dos
processos mentais, começam a se preocupar com a motivação. Ou seja, se preocupam
em conhecer aquilo que nos leva a agir para satisfazer nossas necessidades.

A psicologia funcionalista possuía diversos temas de interesse:

1. Se opôs ao que considerava a busca inútil de elementos da consciência.

2. Pretendem conhecer a função da mente em vez de proporcionar uma descrição


estática dela. Consideram que os processos mentais têm como função ajudar o
organismo a se adaptar ao ambiente.

3. Consideram a psicologia uma ciência prática e procuram aplicar suas


descobertas na melhoria da vida.

4. Tem grande interesse na razão dos processos mentais. Pretendem conhecer como
a vontade de um organismo age de maneira diferente no mesmo ambiente à
medida que as necessidades do indivíduo mudam.

5. Consideram a introspecção como uma das muitas ferramentas válidas de


pesquisa.
6. Valorizam as diferenças individuais: estão mais interessados no que diferencia
os organismos do que no que eles têm em comum.

7. Todos os funcionalistas são influenciados, em maior ou menor grau, por James,


que por sua vez foi influenciado pela teoria da evolução de Darwin.

Princípios

Para os funcionalistas, as suposições relativas à mente derivavam da teoria da


evolução e seu objetivo era conhecer o funcionamento da mente e do
comportamento na tentativa de ajudar o organismo a se adaptar ao ambiente. Para isso,
as ferramentas de pesquisa incluíram tudo que possuía um valor informativo, inclusive a
introspecção, o estudo do comportamento animal e o estudo das doenças mentais.

O criador dessa corrente considerava que se uma ideia funcionava, era válida. Ou seja,
afirmava que o único critério que deveria ser empregado para julgar uma ideia era a
utilidade da mesma. James indicou que, ao empregar o método científico na
psicologia, era completamente necessário supor que todo comportamento dos homens
estava determinado.

Esse pensamento é conhecido como pragmatismo, onde qualquer crença,


comportamento ou pensamento deve ser julgado por suas consequências. Através desse
pensamento, delimitou dois tipos diferentes de mentalidades:

 Mentalidade terna: caracterizada por serem pessoas otimistas, religiosas e


dogmáticas.

 Mentalidade difícil: pessoas empiristas, ateus e pessimistas.

No entanto, para ele, o pragmatismo consistia no comprometimento de ambas as


mentalidades, em aceitar o melhor de ambas e usá-las da melhor maneira possível, de
acordo com as circunstâncias que se apresentam.

O funcionalismo tinha a ideia central de que grande parte do comportamento, tanto


animal como a humana, estava governada pelo instinto. E por isso foi proposta a teoria
da emoção de James-Lange, uma das principais teorias da emoção, a qual alterava a
tradicional afirmação de que a emoção era o resultado da percepção.

Para os autores dessa corrente, primeiro ocorre a percepção de um evento, o que


resultará em uma reação corporal e, finalmente, a emoção será experimentada. Em
termos de exemplo: se vemos um urso, para James, o processo que realizamos
é: primeiro notamos a presença do urso, depois corremos e, finalmente, ficamos
assustados.

Essa teoria foi posteriormente criticada pelos behavioristas porque não estava baseada
em experimentos controlados, portanto, suas teorias tinham pouco poder preditivo.

Autores do funcionalismo na psicologia

Os principais representantes dessa corrente psicológica são:

 William James: considerado como o precursor da psicologia do funcionalismo.


Além disso, também foi o promotor do pragmatismo aplicado na psicologia.

 Harvey A. Carr: promotor do funcionalismo como uma escola do pensamento


na psicologia estadunidense.

 James Rowland Angell: foi um dos principais expoentes da psicologia


funcional.

 John Dewey: sua base funcionalista residia em sua queixa em relação às rígidas
distinções que eram usadas para fazer entre sensações, pensamento e atos. Para
ele, existia uma diferença entre estímulo e resposta, no entanto, essa deveria ser
funcional e não existencial.
A Teoria cognitiva surgiu nos Estados Unidos entre as décadas de 1950 e 1960 como
uma forma de crítica ao Comportamentalismo, que postulava, em linhas gerais,
a aprendizagem como resultado do condicionamento de indivíduos quando expostos a
uma situação de estímulo e resposta.

O termo cognição pode ser definido como o conjunto de habilidades mentais


necessárias para a construção de conhecimento sobre o mundo. Os processos cognitivos
envolvem, portanto, habilidades relacionadas ao desenvolvimento do pensamento,
raciocínio, linguagem, memória, abstração etc.; têm início ainda na infância e estão
diretamente relacionados à aprendizagem.

De acordo com os principais teóricos cognitivistas, dentre os quais se destacam Piaget,


Wallon e Vigotsky, é preciso compreender a ação do sujeito no processo de construção
do conhecimento. Apesar d e diferenças entre suas teorias, procuraram compreender
como a aprendizagem ocorre no que se refere às estruturas mentais do sujeito e sobre o
que é preciso fazer para aprender.

Jean Piaget (1896-1980) centraliza sua explicação para o desenvolvimento cognitivo nas
fases de desenvolvimento da criança. Para ele, o desenvolvimento cognitivo ocorre em
uma série de estágios sequenciais e qualitativamente diferentes, através do quais vai
sendo construída a estrutura cognitiva seguinte, mais complexa e abrangente que a
anterior. Nesse sentido a teoria piagetiana considera a inteligência como resultado de
uma adaptação biológica, aonde o organismo procura o equilíbrio entre assimilação e
acomodação para organizar o pensamento. O que determina o que o sujeito é capaz de
fazer em cada fase do seu desenvolvimento é o equilíbrio correspondente a cada nível
mental atingido.

Henry Wallon (1879-1962) compreende o desenvolvimento cognitivo como um


processo social e interacionista, no qual a linguagem e o entorno social assumem um
papel fundamental. Assim como Piaget, Wallon também categoriza o desenvolvimento
em etapas, mas procura o entendimento do sujeito em sua integralidade: biológica,
afetiva, social e intelectual. Desta forma, a existência do indivíduo se dá entre as
exigências do organismo e da sociedade e seu desenvolvimento ocorre por meio de uma
construção progressiva em que predominam ora aspectos afetivos, ora cognitivos
estabelecidos, através das relações entre um ser e um meio que se modificam
reciprocamente.

Lev Vygotsky (1896-1934) postula que o desenvolvimento do indivíduo e a aquisição


de conhecimentos é resultado da interação do sujeito com o meio, através de um
processo sócio-histórico construído coletivamente e mediado pela cultura. De acordo
com sua teoria, a aprendizagem promove o despertar de processos internos de
desenvolvimento que não ocorreriam senão por meio das interações estabelecidas com o
meio externo ao longo da vida. Como fruto dessas trocas e interações, o cérebro tem a
capacidade de criar novos conhecimentos, isto porque o contato com outras experiências
ativa as potencialidades do aprendiz em elaborar seus conhecimentos sobre os objetos,
em um processo mediado pelo outro.

Podemos apontar que a principal contribuição das teorias cognitivas é permitir um


maior nível de compreensão sobre como as pessoas aprendem, partindo do princípio de
que essa aprendizagem é resultado da construção de um esquema de representações
mentais que se dá a partir da participação ativa do sujeito e que resulta, em linhas gerais,
no processamento de informações que serão internalizadas e transformadas em
conhecimento.

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