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SISTEMAS E TEORIAS EM

PSICOLOGIA

PROF. SANDRA RICARDO


PROF. SANDRA RICARDO
1
AULA 5
FUNCIONALISMO
BUSCA PELA FUNÇÃO DA MENTE
Em vez de apenas descrever superficial e esteticamente nossa
psique, a proposta era entender a função da mente. Com
isso, creditam que os processos mentais colaboram ao
organismo para que possamos nos adaptar ao ambiente.

*PRAGMATISMO
FILOSOFIA
corrente de ideias que prega que a validade de uma doutrina é
determinada pelo seu bom êxito prático [É esp. aplicado ao
movimento filosófico norte-americano baseado em ideias de
Charles Sanders Peirce 1839-1914e William James 1842-1910.].
O pioneiro da Psicologia Funcional
desenvolvida nos Estados Unidos foi
o americano William James (1842-
1910) que, segundo pesquisa
realizada 80 anos após sua morte,
perdia prestígio apenas para Wilhelm
Wundt.

Mas sua importância perdia um


pouco de brilho, devido ao seu
interesse por assuntos místicos como
telepatia, clarividência, espiritismo e
comunicação com os mortos. Tinha
verdadeira aversão pelo método de
experimentação em psicologia e
pouco trabalho realizou nessa área.
William James foi o principal percursor da Psicologia funcional é
considerado ainda hoje por muitos como o maior psicólogo
americano. James foi considerado o maior psicólogo americano
por três razões básicas:

Ele escrevia com uma clareza rara na ciência;

se posicionou contra o objetivo de Wundt na psicologia, que


era analisar a consciência a partir de seus elementos ;

forneceu uma maneira alternativa de analisar a mente, a


abordagem funcional da psicologia.
A visão que se tornou o ponto central do funcionalismo
americano foi a teoria de que a psicologia não tem como meta a
descoberta dos elementos da experiência, mas sim o estudo sobre
a adaptação dos seres humanos ao seu meio ambiente. A função
da nossa consciência é guiar-nos aos fins necessários para a
sobrevivência.
A consciência é vital para as necessidades dos seres complexos
em um ambiente complexo; de outra forma, a evolução
humana não ocorreria.

Ele também enfatizava os aspectos não racionais da natureza


humana. As pessoas eram criaturas dotadas de emoção e
paixão, assim como de pensamento e razão. Mesmo quando
discutia os processos puramente intelectuais, James destacava
o não racional.

Alegava que a condição física afetava o intelecto, que os fatores


emocionais determinavam as crenças e que as necessidades e
os desejos humanos influenciavam a formação da razão e dos
conceitos.
- A FUNDAÇÃO DO FUNCIONALISMO - UMA FUNDAÇÃO
NÃO DELIBERADA

Os pesquisadores associados à fundação do funcionalismo não


tinham a ambição de criar uma nova escola de Psicologia. Eles
protestavam contra as limitações da Psicologia de Wundt e do
estruturalismo de Titchener, mas não desejavam substitui-los.

Paradoxalmente, foi o próprio Titchener que pode ter


"fundado" a Psicologia funcional ao adotar a palavra estrutural
em oposição a funcional, assinalando as diferenças entre
ambas.

Ao estabelecer o funcionalismo como oponente, Titchener


acaba por torná-lo visível, dando nome ao novo movimento,
contribuindo para a sua divulgação.
A Psicologia funcional, como o próprio nome indica, interessa-
se pelo funcionamento da mente. Os funcionalistas estudavam
a mente não do ponto de vista da sua composição (uma
estrutura de elementos mentais), mas como um aglomerado
de funções ou processos que levam a consequências práticas
no mundo real.

De fato, os funcionalistas adotaram muitas das descobertas


feitas nos laboratórios dos estruturalistas. Não faziam objeções
à introspecção nem se opunham ao estudo experimental da
consciência.

A sua oposição voltava-se para as definições anteriores de


Psicologia que eram desprovidas das considerações acerca das
funções utilitárias e práticas da mente.
A atual Psicologia americana é funcionalista tanto em termos
de orientação como de atitude. Evidencia-se a ênfase nos
testes, na aprendizagem, na percepção e em outros processos
funcionais que ajudam a nossa adaptação e nos ajustam ao
ambiente.

O principal interesse dos psicólogos funcionalistas, era a


utilidade dos processos mentais para o organismo nas suas
permanentes tentativas de se adaptar ao meio ambiente.

Os processos mentais eram consideradas atividades que


levavam a consequências práticas, o que levou a que os
psicólogos se interessassem mais pelos problemas do mundo
real.
O termo "fenômenos" é usado para indicar que o objeto de
estudo se encontra na experiência imediata. James reconhece a
consciência como sendo o ponto de grande interesse.

James acredita que é possível investigar estados de consciência


examinando a própria mente por meio da introspecção, sendo
este o objeto e respectivo método de estudo, de acordo com
James.

Uma das maiores contribuições de James foi a sua Teoria das


Emoções. Supunha-se que a experiência subjetiva de um
estado emocional precede a expressão ou a ação corporal física,
por exemplo, se vemos um urso assustamo-nos e fugimos logo
o medo surge antes da reação corporal de fuga.
James-Lange(flexas vermelhas),o homem percebe o animal ameaçador e reage com
manifestações físicas (neurovegetativas). Como consequência de tal reação física
desprazerosa, ele desenvolve medo.

Na teoria Cannon Bard(flexas azuis),o estímulo ameaçador conduz,primeiro,


ao sentimento de medo, o qual, então, causa a reação física.
James inverte esta noção, afirmando que o despertar de uma
resposta física precede o surgimento da emoção,
especialmente nas emoções que designou de "mais rudes"
como o medo, a raiva, a angústia e o amor.

Quando vemos o urso, fugimos, e então temos medo. Para


validar a sua teoria, James recorreu à observação introspectiva
de que, se as mudanças corporais como o aumento dos
batimentos cardíacos, a aceleração da respiração e a tensão
muscular não ocorressem, não haveria emoção.
O funcionalismo tornou-se parte da principal corrente da
Psicologia americana. A sua precoce e vigorosa oposição ao
estruturalismo teve um grande valor para o desenvolvimento
da Psicologia dos Estados Unidos.

Também foi importante a transferência da ênfase da estrutura


para a função, uma das consequências deste aspecto foi a
pesquisa sobre o comportamento animal, que não fazia parte
da abordagem estruturalista e que veio a ser um elemento
fundamental da Psicologia.

A Psicologia funcionalista incorpora também estudos de bebes,


crianças e indivíduos com atrasos mentais.
O funcionalismo permitiu que os psicólogos
complementassem o método da introspecção com outras
técnicas de obtenção de dados, como a pesquisa fisiológica,
testes mentais, questionários e descrições objetivas do
comportamento.

No entanto, o funcionalismo já não existe hoje como escola


distinta de pensamento. Devido ao seu sucesso, já não há
necessidade de se manter como uma escola e deixou a sua
marca na Psicologia americana contemporânea, especialmente
coma a ênfase na aplicação dos métodos e das descobertas da
Psicologia a problemas do mundo real.
CRÍTICAS AO FUNCIONALISMO

Os ataques ao movimento funcionalista vieram dos


estruturalistas.

Uma das críticas foi ao próprio termo que não estava


claramente definido. Os funcionalistas foram acusados de, por
vezes, usarem o termo função para descrever uma atividade e
outras vezes para se referirem à utilidade.

Outra crítica apresentada especialmente por Titchener,


relacionava- se com a definição de Psicologia. Os estruturalistas
afirmavam que o funcionalismo nada tinha de Psicologia, pois
não se restringia ao objeto de estudo e à metodologia do
estruturalismo.
De acordo com Titchener, qualquer abordagem que não fosse a
análise introspectiva da mente em seus elementos, não era
Psicologia, no entanto era exatamente esta a definição de
Psicologia que os funcionalistas questionavam e se
empenhavam em substituir. Outros críticos censuram o
interesse dos psicólogos funcionais por atividades de natureza
prática ou aplicada. Os estruturalistas não viam com bons olhos
a Psicologia aplicada.
Atualmente, a Psicologia aplicada está muito disseminada e isto
pode ser considerado uma contribuição do funcionalismo, e
não um defeito. A Psicologia interessa-se por dar as
contribuições que puder a todos os campos afins de
pensamento e de ação, como a filosofia, a sociologia, a
educação, a indústria, a medicina, o direito, os negócios.

Todo o conhecimento sobre a natureza humana tem extrema


utilidade para qualquer campo de atividade relacionado de
qualquer modo com o pensamento e a ação do Homem.
PRINCIPAIS EXPOENTES DO FUNCIONALISMO
PSICOLÓGICO
Alguns dos nomes responsáveis pela difusão e consolidação do
funcionalismo na Psicologia. Nem mais ou menos, cada um
contribuiu ao seu modo para que essa proposta se fixasse e
perpetuasse cientificamente.

John Dewey
Ele sustentava uma queixa a respeito das distinções inflexíveis
a respeito das sensações, atos e pensamentos.

James Rowland Angell


Participou ativamente da expansão do funcionalismo.

Harvey A. Carr
Ampliava o funcionalismo através de uma escola de
pensamento americana.
Angell tomou a frente ao defender que o aspecto estrutural
do psiquismo deve ser validado por suas funções, não
suposições.

Partindo daí, a Psicologia deve reconhecer o ato de julgar, recordar,


perceber… Etc em vez de sentimentos e sensações. Assim a
Psicologia se mostrava mais funcional que a Biologia
estruturalmente e também apresentando o fato por dois lados.

Por sua vez, a escola de Columbia se vale da mudança direcionada


ao comportamental suportada por pilares motivacionais. Assim,
Edward L. Thorndike, principal representante
do Associacionismo, indicava que um conjunto casual de
respostas são agrupadas com base nos efeitos de satisfação. No
momento em que substitui a consciência pelo acaso libera a porta
ao behaviorismo enquanto se adequa ao darwinismo.
Se torna importante ao formular uma primeira teoria de
aprendizagem.
Em 1906, Mary Whiton Calkins publicou um artigo
na Psychological Review pedindo uma reconciliação entre estas
duas escolas de pensamento. Estruturalismo e funcionalismo
não eram tão diferentes, ela argumentou, já que ambas são
principalmente preocupadas com a autoconsciência. Apesar
disso, cada lado continuou a difamar o outro. William James
escreveu que o estruturalismo teve “muita escola, mas nenhum
pensamento” (James, 1904), enquanto Wilhelm Wundt viu
o funcionalismo como “literatura” em vez de ciência.
Eventualmente, essas duas escolas de pensamento perderam o
domínio na psicologia, substituídsa pela ascensão
do behaviorismo, psicanálise e humanismo através do início e
parte do meio do século XX.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Angell, J. (1971). O Funcionalismo. Em R. Herrnstein & E. Boring (Orgs.), Textos básicos


de história da psicologia (p. 617-626., D. M. Leite, Trad.). São Paulo: Editora Herder.
(Originalmente publicado em 1907).
Araújo, S. (2010). O estruturalismo de Edward Titchener. Em A. Ferreira (Org.), A
pluralidade do campo psicológico (p. 39-52). Rio de Janeiro: Editora UFRJ.
Penna, A. (2006). Os filósofos e a psicologia. Rio de Janeiro: Imago
RESUMO

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