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9. EMOÇÃO E AJUSTAMENTO
As emoções estão presentes em todos os momentos da nossa vida. Desde a alegria por
tirar uma nota boa na prova, até a tristeza depois de terminar um namoro, é natural e comum a
todos os seres humanos experimentar emoções diversas ao longo de um dia, de uma vida. Mas
será que todos sentimos as mesmas coisas? Na mesma intensidade? Antes de responder essas
perguntas, é preciso se perguntar o que é emoção?
Emoção - Estados interiores de difícil controle, que não podem ser medidos
diretamente. Estão ligadas a nossas experiências, pensamentos e podem causar mudanças
fisiológicas. (Davidoff, 2012)
Ao redor do mundo, todas as pessoas estão, a todo tempo, sentindo coisas diferentes.
Sabemos que a cultura, o meio social e nossas particularidades influenciam em tudo na vida;
mesmo assim, cientistas conseguiram encontrar 6 emoções universais, que todos já
experimentaram e que são expressas e rotuladas de maneira muito parecida ao redor do mundo.
Elas são: alegria, medo, tristeza, raiva, desagrado e surpresa. (Ekman, 1982).
Como vimos no Cap. 6, uma das principais funções da Linguagem é comunicar
informações importantes a indivíduos da mesma espécie. Antes mesmo de aprender a falar, já
estamos nos comunicando de forma não verbal com os outros. No caso das emoções, essa
comunicação se dá através das expressões faciais, um tipo de mudança física com padrões
muito semelhantes: nós sorrimos quando estamos felizes, arregalamos os olhos quando estamos
assustados e desviamos o olhar quando estamos com vergonha. É importante que esse tipo de
padrão seja parecido e, de certa forma, inato a todos os seres humanos, pois é uma forma de
interação que não depende da escrita ou fala.
Na verdade, Darwin (1872-1965) entendia que as emoções eram necessárias à
sobrevivência, por exemplo, quando um bebê chora, na tentativa de informar aos pais que está
com fome. Outra função importante é a de aprender a ler as emoções dos outros, para que
possamos saber como reagir em determinadas situações desconhecidas. Isto é útil, por exemplo,
para evitar uma situação perigosa ou desagradável.
É claro que, não podemos cair na ilusão de que um componente não irá influenciar o
outro, muito pelo contrário, Zajonc (1985b) afirma que, por exemplo, as expressões faciais
podem alterar os nossos sentimentos e a fisiologia. Além disso, como somos seres muito
complexos, é extremamente comum termos emoções mistas, onde sentimos duas coisas muito
diferentes ao mesmo tempo. Após uma prova, você pode ficar aliviado mas, ao mesmo tempo,
preocupado com seu desempenho.
Outro fenômeno emocional é o de emoções volúveis, isto é, a compreensão de que as
emoções estão em constante mudança. Acerca disso, Richard Solomon (1977,1980) elaborou
a Teoria do Processo Oponente considerando que o cérebro humano tende a manter a
homeostase, regularizando a intensidade das emoções. Essa teoria se divide em 5 pontos:
1. A experiência causa uma reação forte, como o medo do ataque de um cachorro 2. Essa
emoção desperta uma pós-reação de efeito contrário. A ansiedade, por exemplo,
desperta uma pós-reação de calma
3. A pós-reação toma conta, suprimindo sua emoção geradora. É dado o nome ao modelo
pela junção da emoção e da pós-reação. Ex: ansiedade-calma
4. Enquanto a reação desaparece por completo ao final da experiência, a pós-reação
perdura por mais algum tempo
5. Por fim, quando a recorrência de experiências similares, a emoção tende a ficar mais
fraca enquanto a pós-reação tende a se intensificar a cada episódio
Imaginemos que você está escutando uma música. Ela possui uma melodia lenta e a
letra melancólica, até que, mesmo sem saber direito o porquê, você começa a chorar
descontroladamente. De onde veio essa reação? E esse sentimento de tristeza?
Foi uma teoria proposta por dois autores: William James (1884-1968) e Thomas
Lange (1885-1922), ficando conhecida como teoria de james-lange
1. A emoção produz uma resposta periférica controlada pelo Sistema Nervoso Periférico.
Ex: ser abordado por um ladrão, provavelmente fará seu coração disparar, as mãos
começarem a suar e sua atenção ficar mais aguçada
2. As respostas são distintas para cada padrão, permitindo identificar e classificar os
diferentes sentimentos envolvidos. Nesse caso, as respostas fisiológicas caracterizam
medo e ansiedade
Em suma, ainda não é possível afirmar com certeza qual das duas teorias está correta,
apesar de que, existem elementos em cada uma delas que façam sentido. De todo modo, é
inegável que sinais faciais, fisiológicos, cognitivos e situacionais influenciam muito nas
experiências emocionais.
Raiva e Agressão
Raiva - emoção caracterizada por forte sentimento de contrariedade, seja real ou não
Agressão - qualquer ato praticado com o fim de ferir alguém
Padrões sociais: em algumas culturas, reações violentas são mais comuns e esperadas
que em outras
Aprendizado na família: acontece de maneira direta, quando os pais ensinam ou
incentivam reações agressivas, ou indiretas, quando os filhos aprendem de forma vicariante
Frustrações na escola: falando de crianças, não ser bem sucedido na escola pode gerar
frustração e reprovação dos pais, aumentando a chance de uma reação agressiva Condições
sociais: em especial a disponibilidade de armas e a pobreza são elementos que aumentam o
índice de criminalidade e de reações agressivas atualmente. A sensação de anonimato também
pode deixar as pessoas mais confortáveis a práticas violentas, como acontece na Internet
O prazer e a alegria surgem sempre que uma necessidade ou desejo são satisfeitos,
gerando emoções positivas. Kanner et al., 1981 afirma que os prazeres na vida cotidiana são
chamados de enlevamentos, variando de acordo com a idade dos indivíduos. Enquanto isso,
Maslow (1963) cunhou o termo experiência culminante, para se referir aos momentos mais
felizes da nossa vida.
Ansiedade
Em relação as bases fisiológicas da ansiedade, é preciso discutir seus dois tipos:
Ansiedade Aguda: começa com uma mensagem de perigo, que vêm do ambiente e é
processada pelo Sistema Nervoso Central. O Córtex Cerebral exerce função de identificação,
avaliação e tomada de decisões sobre os estímulos recebidos. Após isso, ele se comunica com
o Hipotálamo e outras regiões do Sistema Límbico, que geram os sintomas. Estimulados pelo
hipotálamo, a Hipófise passa a liberar ACTH e betaendorfina, dois hormônios responsáveis
pelo aguçamento do pensamento e o prolongamento das memórias dos eventos estressantes que
o indivíduo passou.
Ansiedade Crônica: Selye foi o primeiro endocrinologista a explorar os efeitos da
ansiedade crônica, concluindo que os organismos experimentam uma Síndrome de Adaptação
Geral (SAG). O frio intenso, bactérias, conflitos acionam o mesmo padrão de respostas do
corpo:
Fontes de Ansiedade
Cientistas atuais identificam uma série de cargas crônicas que causam ansiedade.
Dentre elas estão: pobreza, viver em um lar conturbado, desemprego, mudanças de vida muito
bruscas, brigas… Até mesmo afazeres domésticos, supostamente simples e cotidianos podem
gerar ansiedade, afinal, ela é muito particular de cada ser. Os conflitos também são fonte de
ansiedade; eles surgem quando duas coisas opostas entram em embate, pressionando o
organismo em diferentes direções ao mesmo tempo
Tipos de conflito
Enfrentando a ansiedade
Consequências da ansiedade
Consequências sobre a saúde física: quando a ansiedade persiste por um longo tempo,
ela pode começar a afetar a saúde física do indivíduo. (Dohrenwend & Dohrenwend, 1981;
Dohrenwend et al., 1984; Lazarus & Folkman, 1984; Zarski, 1984). As chamadas doenças
psicossomáticas, dizem respeito exatamente a esse tipo de doença que é afetada diretamente
por mazelas do psiquismo. Dentre essas, podemos citar: doenças infecciosas, asma, hipertensão
essencial, doenças cardíacas e até mesmo câncer.