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Psicologia da motivação e das emoções

As emoções

O que é uma emoção?


Emoção define-se como um estado caracterizado pela ativação fisiológica, mudanças
na expressão facial, gestos, postura e sentimentos subjetivos.
A emoção é um fenómeno multidimensional, com quatro componentes inter-atuantes:
1. Sentimentos. A emoção é um sentimento (feeling), relacionado com a auto-
consciência do fenómeno que estamos a viver. É uma experiência subjetiva que
envolve processos cognitivos. Cada um de nós tem experiências pessoais e são únicas.
2. Propósito/Direção. As emoções surgem normalmente como reação a
acontecimentos importantes da vida. Uma vez ativadas, geram sentimentos,
despertam o corpo para a ação, geram estados motivacionais e produzem expressões
faciais reconhecíveis. O nosso discurso interno, a forma como nos sentimos influencia
os objetivos a que nos propomos e os nossos comportamentos. As emoções permitem
a direção para metas mais adaptativas.
3. Reação biológica. À primeira vista, todos nós sabemos que emoções são
sentimentos. Sabemos o que é a alegria e o medo, porque o aspeto sentimental destas
emoções é marcantes na nossa experiência. É quase impossível não notar aspetos da
emoção em sentimentos quando nos deparamos com uma ameaça (medo) ou quando
fazemos progresso em direção a uma meta (alegria). Tal como o nariz faz parte da face,
os sentimentos fazem parte das emoções. Desta forma, a emoção prende-se com a
ativação fisiológica, que através de uma preparação orgânica, se traduz em respostas
motoras, i.e., corresponde a mudanças ao nível cortical e subcortical que visam
preparar o sujeito para a ação. Este é um aspeto adaptativo da emoção, que permite a
mobilização de respostas que preparam o corpo para se adaptar a quaisquer situações.
4. Expressiva/social. Há uma visibilidade das reações fisiológicas através da postura,
expressão facial e vocalização, que demonstramos que estamos a sentir. Os
acontecimentos significativos influenciam a emoção. Uma das funcionalidades das
emoções prende-se coma regulação da interação social. As emoções geralmente
surgem como uma reação a acontecimentos de vida importantes. Uma vez ativadas, as
emoções geram sentimentos, levam o corpo a agir, geram estados motivacionais e
produzem expressões faciais reconhecíveis. As emoções têm um carácter
multidimensional, pois as emoções existem como um fenómeno subjetivo, fazendo-
nos sentir de uma maneira particular, biológico, porque energizam e mobilizam
respostas que preparam o corpo para se adaptar a quaisquer situações que ele
enfrente, dirigido para um propósito, por exemplo, a raiva cria um desejo motivacional
para fazer o que de outro modo não faríamos, e social, ao enviarmos sinais faciais,
vocais e posturais reconhecíveis que indicam a qualidade e intensidade das nossas
emoções. Nenhuma destas dimensões por si só não define adequadamente o que é
uma emoção. Cada uma delas enfatiza um aspeto diferente da emoção.
A experiência subjetiva encontra-se diretamente dependente com a reação biológica.
Esta última está subjacente à experiência emocional e exprime-se através da expressão
social, diretamente ligada ao propósito/ direção comportamental que leva à emoção
(dirige o comportamento para objetivos específicos).Para que todo este processo
ocorra é necessário gerar um acontecimento que seja considerado significativo para o
sujeito (diretamente relacionado com o limiar de sensibilidade das pessoas, com as
experiências únicas e subjetividade atribuída aos acontecimentos), para que a emoção
ative o comportamento para determinadas metas. Por exemplo, a raiva é uma emoção
muito forte, dirige o sujeito para a destruição do obstáculo. Em estado de raiva, o
sujeito comete atos que nunca cometeria
O ser humano é um ser biológico: Condicionado pelo contexto/ambiente. Recolhe dados
sobre o mundo através dos sentidos e dá uma organização a esses dados

Assim as emoções são uma experiência subjetiva experimentada como um tipo de ativação
psicofisiológica que resulta da interação de: perceção de um estímulo ambiental; Respostas
neuronais e hormonais as perceções (sentimentos); Avaliação cognitiva da situação que ativa
o estado do sujeito; Expressão externa do estado

Importância das emoções: Determinam a viabilidade pessoal; Preparam para ação; Dão forma
e estrutura ao comportamento (reforçam); Regulam as interações sociais; Facilitam a
comunicação não verbal facilitam as relações adulto-criança e o seu desenvolvimento; Dão
valor as experiencias (fazem a vida valer a pena ); Permitem flexibilidade de resposta ao
contexto (aproximar do bom, evitar o mau)

O que provoca uma emoção?


Acontecimentos situacionais significativos induzem a experiência emocional através de
processos cognitivos ou processos biológicos, que permitem explicar as componentes
da emoção, os sentimentos, o propósito/direção, a reação biológica e a expressão – os
desafios ou oportunidades que são importantes.

A Teoria de James-Lange
A primeira grande teoria que surgiu foi a Teoria de James-Lange. Esta teoria defende
que uma emoção surge por via da ativação fisiológica que sentimos. Se encontrarmos
um predador, o nosso sistema nervoso simpático irá iniciar uma ativação fisiológica
intensa, que fará o nosso ritmo cardíaco acelerar, bem como tornar a respiração mais
ofegante. De acordo com esta teoria, apenas sentimos medo nesta situação após esta
ativação fisiológica tiver acontecido. Sem ativação fisiológica, não existe emoção.
Adicionalmente, esta teoria defende ainda que para cada sentimento existe um padrão
fisiológico distinto. Segundo esta teoria, não choramos porque estamos tristes. Mas,
ficamos tristes porque choramos. Estímulo -> Ativação Fisiológica -> Emoção

Teoria Cannon-Bard
A Teoria de Cannon-Bard surgiu como crítica à teoria anterior e defende que a
experiência emocional e ativação fisiológica ocorrem em simultâneo, mas de forma
independente (Lang, 1994). Então, quando vemos um predador, sentimos medo ao
mesmo tempo que o nosso corpo inicia a resposta de fuga ou luta.
Esta emoção é então independente da ativação fisiológica, mesmo que ocorram em
simultâneo.
Estímulo -> Ativação Fisiológica + Emoção
A teoria Cannon-Bard é conhecida também como uma teoria “talâmica” das emoções,
em referência à estrutura cerebral “tálamo”, pois foi Bard quem descobriu que todas
as informações sensoriais, motoras e fisiológicas tem que passar pelo diencéfalo
(particularmente o tálamo), antes de serem submetidas a qualquer processamento
adicional.

Teoria de dois fatores da emoção


A Teoria de Schachter-Singer é outra variação, que tem em conta quer a ativação
fisiológica, quer a experiência emocional. De acordo com esta teoria, as emoções são
compostas de dois fatores: fisiológicos e cognitivos. Ou seja, a ativação fisiológica é
interpretada em contexto para produzir a experiência emocional.
Se virmos um predador, esta teoria defende que o estímulo ativa o sistema nervoso
simpático que é rotulado como medo dado o contexto em que estamos inseridos. Se
por exemplo, tivéssemos rotulado essa ativação como alegria, sentiríamos alegria.
Estímulo -> Ativação Fisiológica -> Interpretação Cognitiva -> Emoção
De acordo com Schachter e Singer, as nossas emoções são o produto tanto da
excitação física quanto de nossos pensamentos, o resultado de um processo biológico
e cognitivo. Segundo a teoria, quando somos expostos a um evento estimulante,
encontramos uma maneira de entender o que acabamos de vivenciar. Por exemplo,
procuramos pistas em nosso ambiente e em nossas experiências anteriores para nos
ajudar a rotular cognitivamente a excitação fisiológica. Inevitavelmente, o evento
estimulante leva a algum tipo de sintomas físicos, como suor, aumento da frequência
cardíaca, respiração pesada e outros sintomas relacionados. Somente depois que esses
pensamentos e sintomas ocorrem, experimentamos uma emoção específica.
É importante notar que nossa excitação fisiológica pode ser a mesma para várias
emoções diferentes, razão pela qual os rótulos cognitivos são tão importantes. A
excitação em si não é suficiente; também é necessário que identifiquemos a excitação.

Quantas emoções existem?

Existem 6 emoções primárias:

- Medo

- Surpresa

- Tristeza

- Nojo

- Raiva

- Felicidade

Felicidade
A felicidade é considerada uma emoção primária, que surge a partir de determinados
estímulos positivos do ambiente de convívio humano. Ela talvez seja considerada a
emoção mais sentida positivamente, pois ela é capaz de expandir o ego e contagiar a
todos os que estiverem mais próximo. Ela pode ser vivenciada ao desfrutar de bons
momentos da vida com prazer, seja sozinho ou com amigos, familiares, etc. Os seus
efeitos refletem sempre em impulsos fortalecedores e um elevado fluxo de energia
geral, tendo como consequência uma tendência a aproximação física, como toques,
abraços, entre outros.

Tristeza
Também caracterizada como uma emoção primária, a tristeza provoca sensações que
são opostas a alegria, como baixa estima, solidão, depressão, etc.
Normalmente, ela é acionada como uma frustração a algo em que se criou muita
expectativa positiva, gerando um sentimento negativo.
O mais comum é que se possa expressar a tristeza através de palavras e gestos, como
chorar ou se recluir do meio social, para poder recuperar e estabilizar a energia.
Raiva
A raiva também é considerada uma emoção primária, acionada quando o ser humano
necessita de energia para superar obstáculos ou ameaças à sua vida ou condição de
vida.
Ela funciona como uma reação instintiva ao primeiro sinal de ameaça, podendo ter
reações como movimentos violentos de ataque ou de defesa.
A raiva pode ter como consequência reações como revolta, indignação, ira, entre
outros.

Medo
Apesar de ser considerado como uma emoção primária, o medo caracteriza-se como
um impulso negativo, que pode impedir qualquer ação que possa colocar a vida do ser
humano em perigo.
Entretanto, o medo também ensina a ter respeito e limite nas atitudes, além de
motivar os indivíduos a superar esta limitação.

Surpresa
A surpresa é tida como uma sensação reativa a algum acontecimento que não era
esperado, seja ela positiva ou negativa.
Também considerada como uma emoção básica, ela pode se manifestar a partir de
impulsos nervosos, originados da liberação de adrenalina no sangue. Ela é capaz de
aumentar o ritmo cardíaco da pessoa que a vivencia.
Nojo
O nojo é considerado uma emoção secundária, pois ela pode se originar de outras
emoções. Normalmente, ela caracteriza-se como um sentimento de repulsa ou
repugnância, que afasta algo ou alguém que transmita sentimentos negativos. Ela
pode apresentar-se como uma certa repulsão a algo que não se considere correto ou
positivo.

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