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1. Os conceitos emoção e sentimento não devem ser confundidos.

Preconiza que a emoção representa


um conjunto de respostas despoletadas por partes do cérebro ao corpo e por partes do cérebro entre si.
Considera que o resultado final destas respostas representa o estado emocional, que por seu turno
despoleta um complexo estado mental, que é o sentimento. Os sentimentos como a experiência privada
e mental das emoções, defendendo que não é possível observar-se os sentimentos dos outros, sendo no
entanto viável observar-se alguns aspetos das emoções que desencadearam os sentimentos.

As emoções são mais acessíveis à análise do que os sentimentos por motivos de serem mais facilmente
identificáveis, nomeadamente pelo facto de muitas das suas respostas serem externalizadas, logo mais
facilmente mensuráveis. Os resultados das emoções podem ser dois: comportamento, como por
exemplo a expressão de alegria com um grito quando o nosso clube de futebol ganha o campeonato;
sentimentos, ou seja representações cognitivas de estados emocionais, que têm o potencial de alterar
os pensamentos sobre o objeto, assim como de alterar o comportamento futuro face ao mesmo.

Em suma, poder-se-á assumir que as emoções são um conjunto de reações psicobiológicas complexas
despoletadas por determinados sistemas cerebrais quando o organismo se encontra perante
determinada situação ou objeto. Assim, a emoção é tomada como fortemente determinada pela
biologia, mas moldada pela experiência no contexto sociocultural.

Emoção e sentimento são dois fenômenos psicológicos que se relacionam, mas que
não são sinônimos. A emoção é uma reação orgânica intensa e de curta duração, que
ocorre em resposta a um estímulo ambiental. A emoção envolve componentes
fisiológicos, comportamentais, experienciais e sociais, e pode ser observada pelos
outros. Por exemplo, quando alguém se assusta com um barulho, o seu coração
acelera, o seu rosto se contrai, o seu corpo se prepara para fugir ou lutar, e ele sente
medo.

O sentimento é um processo mental avaliativo duradouro, que resulta de uma


experiência emocional. O sentimento envolve aspectos subjetivos, cognitivos e
afetivos, e só pode ser acessado pela própria pessoa. Por exemplo, quando alguém se
apaixona por outra pessoa, ele vivencia várias emoções, como alegria, desejo,
esperança, ciúme, etc., e a partir delas ele forma um sentimento de amor.

Portanto, a diferença entre emoção e sentimento está no fato de que a emoção é uma
resposta automática e visível do organismo a um evento externo, enquanto o
sentimento é uma construção mental e invisível do indivíduo sobre uma emoção
interna.

2. Eu posso analisar o texto apresentado e identificar as emoções relatadas. 😊

a) No segmento de discurso sublinhado a), a emoção que se pode inferir é a coragem.


A coragem é uma emoção secundária, que surge da combinação de outras emoções
primárias, como o medo, a raiva e a alegria. A coragem é a capacidade de enfrentar
situações adversas ou perigosas, superando o medo e agindo com determinação e
confiança. No texto, Carolinda se retira mais digna que seu marido, que foge a olhos
vistos, demonstrando que ela tem coragem de enfrentar a situação caótica sem perder
a compostura.

b) No segmento de discurso sublinhado b), a emoção que se pode deduzir é o medo. O


medo é uma emoção primária, que surge diante de uma ameaça real ou imaginária, e
que provoca uma reação de fuga ou luta. O medo é uma emoção negativa, que causa
ansiedade, nervosismo, insegurança e pânico. No texto, o narrador está encharcado de
medo, nem se lembra do nojo, e permanece rezando para que a guerra não chegue às
traseiras, mostrando que ele tem medo de morrer ou de ser ferido pelos tiros.

3. A personalidade é um conjunto de características psicológicas que definem o modo


de ser, pensar, sentir e agir de uma pessoa. A personalidade é influenciada por fatores
biológicos, genéticos, ambientais e sociais, e se desenvolve ao longo da vida.

As emoções são reações afetivas intensas e breves, que ocorrem em resposta a


estímulos internos ou externos. As emoções envolvem componentes fisiológicos,
comportamentais, cognitivos e expressivos, e podem ser classificadas em primárias
(como alegria, tristeza, medo, raiva, surpresa e nojo) ou secundárias (como culpa,
vergonha, orgulho, inveja, etc.).

A relação entre emoções e personalidade é complexa e bidirecional, ou seja, as


emoções podem afetar a personalidade e vice-versa. Por um lado, a personalidade
pode influenciar a forma como as pessoas percebem, interpretam, expressam e
regulam as suas emoções. Por exemplo, pessoas com traços de neuroticismo tendem a
experimentar mais emoções negativas, como ansiedade, depressão e irritabilidade,
enquanto pessoas com traços de extroversão tendem a experimentar mais emoções
positivas, como felicidade, entusiasmo e sociabilidade.

Por outro lado, as emoções podem influenciar a forma como as pessoas constroem,
modificam ou consolidam os seus traços de personalidade. Por exemplo, emoções
positivas podem favorecer o desenvolvimento de traços como autoestima,
autoeficácia, otimismo e abertura à experiência, enquanto emoções negativas podem
favorecer o desenvolvimento de traços como insegurança, pessimismo, rigidez e
evitação.

Portanto, a relação entre emoções e personalidade é dinâmica e interativa, e depende


de vários fatores individuais e contextuais. As emoções são como subsistemas ou
fatores determinantes de diversos aspectos do funcionamento da personalidade, pois
refletem e moldam o modo de ser das pessoas.

4. Olhando em nossa volta, e para nós próprios, constatamos que as emoções são
controladas e reguladas, sendo que cada um de nós escolhe, até certa medida, que
expressões exprimir e como o fazer. O conceito regulação emocional começou a ser
utilizado nos anos 80, tendo surgido múltiplas propostas para este processo, o que
gerou a diminuição de consenso e clareza do mesmo. Actualmente tem havido uma
tentativa no sentido de clarificar o conceito de regulação emocional e, particularmente
esclarecer os mecanismos envolvidos neste processo.

Segundo Niedenthal (2006), as emoções são controladas e reguladas por vários


fatores, como as normas sociais, as expectativas pessoais, os objetivos situacionais e
as consequências antecipadas. Nem sempre expressamos as nossas emoções de forma
autêntica e congruente com o que sentimos, pois podemos temer a rejeição, o
julgamento, o conflito ou a perda de controle. Além disso, podemos ter dificuldade em
reconhecer, nomear e comunicar as nossas emoções, devido à falta de
autoconhecimento, de vocabulário emocional ou de habilidades sociais.

No entanto, não expressar as nossas emoções pode ter efeitos negativos na nossa
saúde física e mental, como o aumento do estresse, da ansiedade, da depressão, da
somatização e da baixa autoestima. Por isso, é importante aprender a regular as nossas
emoções de forma eficaz e adaptativa, ou seja, de forma a reduzir as emoções
negativas e a aumentar as emoções positivas, sem reprimi-las ou ignorá-las.

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