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O que é coerção?
...Por que punimos? O que queremos obter? A principal razão é controlar outras
pessoas.
...Punimos pessoas baseados na crença de que as levaremos a agir
diferentemente.
...Os dados de laboratório sustentam fortemente a posição de que punição,
embora claramente efetiva no controle do comportamento, tem sérias desvantagens, e
que nós precisamos desesperadamente de alternativas.
...Comportamento inadequado persiste a despeito da punição porque é também
reforçado. A maioria de nós preferiria reforçar ações alternativas em vez de utilizar
punição para fazer com nossos filhos e outros mudassem. Algumas vezes, entretanto, o
comportamento indesejado é tão forte que ele impede o individuo que se comporta
inadequadamente de tentar qualquer outra coisa. O diálogo frequentemente não os
persuade a abandonar um curso de ação que já funciona. Podemos, então, sentir que a
punição é o único recurso. Se uma ocasião assim surge podemos usar punição suave. A
supressão temporária do ato punido nos dá uma oportunidade para ensinar ao individuo
algo novo, alguma outra maneira de obter os mesmos reforçadores. Tendo parado
momentaneamente um ato indesejável punindo-o suavemente, podemos então substituí-
lo por meio do reforçamento positivo de uma atividade mais desejável.
...Vale a pena lembrar que a menos que tenhamos deliberada e habilidosamente
usado o efeito supressivo inicial da punição suave para instalar a nova conduta que
queremos, nada garante que a substituição será desejável.
...Administrar dor a si mesmas como o único meio de obter atenção.
...”Já sei, a maneira de realmente conseguir o afeto de papai é fazer algo ruim,
fazer com que ele me puna e então ele vai me amar. ”
...A punição em represália a algum malfeito tem raízes emocionais, assim seus
praticantes não são receptivos à critica ou a argumentos com base racional ou factual.
...Independentemente de nossas motivações reais para aplicar punição, podemos
obter este resultado com punição intensa, ou combinando habilidosamente punição
suave com reforçamento para ações alternativas.
...Também se supõe que punir mau comportamento ensina bom comportamento.
...É o vasto catálogo de efeitos colaterais da punição- consequências da punição
que cancelam seus benefícios e são responsáveis por muito do que esta errado em
nossos sistemas sociais.
....Os efeitos colaterais da punição também, longe de serem secundários,
frequentemente têm significação comportamental consideravelmente maior que os
esperados “efeitos principais”.
...Punidores condicionados, porque sua habilidade para nos fazer parar de fazer
algo é condicional a outras circunstancias.
...Se vamos ou não obter nossos reforçadores e punidores depende, então, do
ambiente físico e social presente.
...O primeiro efeito colateral da punição, então, é dar a qualquer sinal de punição
a habilidade para punir por si mesmo.
...Novos reforçadores ou punidores são criados desta maneira – sinalizando
outros reforçadores ou punidores.
...Quando quer que sejamos punidos, mais e mais elementos de nosso ambiente
tornam-se reforçadores negativos e punidores. Ficamos cada vez mais sob controle
coercitivo e dependemos cada vez mais de contra coerção para nos mantermos à tona.
...Ambientes em que somos punidos tornam-se eles mesmos punitivos e
reagimos a eles como a punidores naturais. Não gostamos eles, os odiamos ou tememos,
evitando-os completamente se pudermos, ou escapando deles assim que for possível.
...É crítico, portanto, reconhecer que uma parte particularmente importante de
nosso ambiente é uma fonte importante de punição condicionada. É o ambiente social.
...É que as pessoas que usam punição tornam-se elas mesmas punidores
condicionados. Outros as temerão, odiarão e se esquivarão delas. Se punimos outras
pessoas, nós também nos tornamos punidores. Nossa própria presença será punitiva. Se
simplesmente nos aproximamos daqueles a quem costumeiramente punimos,
colocaremos um fim ao que quer que seja que estejam fazendo. Se apenas ameaçamos
de nos aproximar, eles fugirão. Todos os efeitos colaterais que os choques geram, nós
também geraremos. Qualquer um que use choque torna-se um choque.
CAP. 6 = FUGA
CAP. 8 – ESQUIVA
...Esta é a base para a distinção entre fuga e esquiva. Algo ruim tem que
acontecer realmente antes que possamos fugir; ao fugir colocamos um fim a uma
situação ruim. Esquiva impede que um evento indesejado aconteça, em primeiro lugar.
Esquiva bem sucedida mantém afastados os choques, tornando a fuga desnecessária.
....A esquiva bem –sucedida de choques futuros é uma consequência secundaria
da fuga de choques que já foram experienciados.
...Já vimos que qualquer um que use punição torna-se um punidor condicionado.
Agora podemos ver que qualquer um que pune também há de se tornar um sinal de
aviso condicionado. Ao primeiro sinal de sua aproximação, as pessoas que eles
geralmente punem afastar-se-ão. Uma vez que tenham se tornado sinais de aviso, as
pessoas vão se esquivar deles.
...Se quisermos fazer algo sobre o comportamento de esquiva, nosso curso mais
efetivo será identificar as contingencias controladoras. Aquelas relações entre sinais,
comportamento e choques geraram as ações e o medo ou ansiedade e agora mantêm
ambos. Alterar as contingências mudará o ato de esquiva e seus acompanhamentos
emocionais. Tentar lidar com os sentimentos sem alterar as contingências será
infrutífero.
...Se estamos severamente deprimidos, por exemplo, sofremos de duas maneiras.
Primeiro, fazemos muito pouco, talvez sentados em casa, deitados, falando raramente,
exceto para lamentar-se, não nos envolvendo em nenhuma das relações familiares nas
quais outrora ocupamos parte importante. Nossa conduta pode estar tão severamente
empobrecida que não nos alimentamos ou nos vestimos, ou mantemos higiene pessoal.
Ao esquivar de contato com qualquer parte de nosso ambiente, conseguimos um tipo
importante de sucesso: mantemos todos os choques longe.
Segundo, permanecemos em um continuo estado de ansiedade, temerosos de
todo contato pessoal, de cada demanda ambiental. Mesmo sem motivo óbvio, ficamos
apreensivos ou paralisados com terror. Completamente angustiados, atribuímos nossa
angústia a nossos sentimentos.
Por causa de nosso intenso sofrimento interno, a terapia para nossa depressão
provavelmente deve se concentrar em tentar atenuar nossos sentimentos. Drogas que
agem somente para reduzir estados fisiológicos de ansiedade podem fazer os
severamente deprimidos relatarem que eles se sentem melhor, mas o remédio não
necessariamente restaura atividade construtiva. Não mais tremulo, sentindo dor,
chorando, o paciente, entretanto, pode ainda passar todo o dia na cadeira de balanço,
evitando com sucesso choques reais ou imaginários.
...Qualquer um de uma série de eventos, reais ou imaginários, pode tê-la
convencido de que o mundo externo é muito perigoso para se aventurar nele.
...Se, em vez de tentar abrandar sua angústia interna, seu terapeuta se
concentrasse em tentar identificar os choque e os reforçadores que estavam mantendo
sua ausência de comportamentos, alguma coisa poderia ter sido feita para colocá-la de
pé e movendo-se novamente.
...Naturalmente, esquiva não é sempre ruim; frequentemente ela é útil. Se
devemos sobreviver, temos que aprender a nos esquivar de situações potencialmente
perigosas. Crianças não devem tocar no fogão quente. Esquiva útil conduziu à noção de
ansiedade útil e à concepção de que a ansiedade não deve sempre ser eliminada. Muitos
dos efeitos colaterais da coerção, conceituados por psicólogos como formas de
ansiedade, envolvem atos de esquiva que são desnecessários, irrealista ou não-
adaptativos. Hipotetizar medo e ansiedade como causas de esquiva desvia a atenção do
terapeuta dos observáveis que causam os estados internos e a conduta. Este tipo de
desvio tem retardado muito o entendimento prático e o tratamento efetivo de desordens
comportamentais.