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Albert Bandura e a Teoria da

Aprendizagem Social
Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO
Disciplina: Psicologia da Personalidade
Prof. José da Rocha
• O comportamento só pode ser compreendido em termos de uma interação
recíproca entre estímulos externos e cognições internas.

• As representações simbólicas de eventos passados e da situação atual orientam o


comportamento, e os processos auto-reguladores permitem que as pessoas
exerçam controle sobre o próprio comportamento.

• O reforço: em vez de gravar um comportamento associado, funciona


proporcionando informações.

• Dentro dos limites impostos pela biologia, a aprendizagem explica a aquisição e a


manutenção do comportamento. Ela só pode ser compreendida em um contexto
social, e baseia-se na crença da importância causal da cognição.
Baseia-se na premissa de que o comportamento é amplamente adquirido e que os
princípios da aprendizagem são suficientes para explicar o desenvolvimento e a
manutenção desse comportamento.

Muitas aprendizagens importantes ocorrem indiretamente. Ao observar o


comportamento dos outros, os indivíduos aprendem a imitar aquele comportamento
ou de alguma maneira modelam-se de acordo com os outros.

A aprendizagem por meio de experiências emparelhadas é um processo mediado


cognitivamente. As pessoas aprendem a predizê-los e a convocar reações
antecipatórias apropriadas.
Reconceitualização do reforço

As consequências comportamentais alteram o comportamento subsequente,


fornecendo informações. Ao representar simbolicamente resultados previsíveis, as
pessoas podem converter futuras consequências em motivadores atuais do
comportamento: função informativa e motivacional. (regulação)

Na aprendizagem observacional, o reforço serve como uma influência “antecedente”


ao invés de “consequente”. Podem influenciar uma pessoa a prestar atenção a um
modelo e a encorajá-la a ensaiar o comportamento que foi observado.

Auto-reforço: ocorre quando o indivíduo compara seu comportamento com padrões


internos.
Todo comportamento produz dois conjuntos de consequências: autoavaliações e
resultados externos. As consequências externas tem o maior efeito sobre o
comportamento quando são compatíveis com as consequências autogeradas. É
análogo ao superego.

Reforço indireto ou vicário: quando o indivíduo testemunha alguém experienciar


consequências reforçadoras ou punitivas por um comportamento, e passa a antecipar
consequências semelhantes no caso de produzir o mesmo comportamento.

A maior parte do comportamento é aprendida observacionalmente por meio da


modelagem: nós observamos o comportamento dos outros e usamos essa informação
como um guia para o nosso comportamento subsequente.
Princípios da aprendizagem observacional

Processos de Atenção
Um modelo vívido, atraente, competente e visto repetidamente tende a chamar
mais a nossa atenção.
As características do modelo e do observador em geral determinam juntas, o que
vai ocorrer.

Processos de Retenção
A retenção do comportamento observado depende principalmente das imagens
mentais e das representações verbais.
A memória pode ser aumentada pela organização do material e pelo ensaio.
Processos de Produção
Pode ser extremamente informativo, e perturbador, ver ou ouvir fitas gravadas do
nosso comportamento. Tentativa e erro, prática e feedback contribuem para o
processo gradual de traduzir conhecimento em ação.

Processos Motivacionais
Bandura enfatiza a distinção entre aquisição e desempenho porque as pessoas não
encenam tudo o que aprendem. O desempenho de um comportamento observado é
influenciado por incentivo direto, vicário e auto-administrado.
Efeitos da exposição a modelos:
1. Aquisição de novos comportamentos.
2. Servir para provocar o desempenho de respostas semelhantes já existentes no
repertório do observador. (efeito facilitador)
3. Quando o modelo está apresentando um comportamento socialmente proscrito ou
desviante. (inibição ou estimulação)
4. Aquisição indireta de respostas emocionais classicamente condicionadas.
Determinismo Recíproco
Skinner: o comportamento é controlado por reforços situacionais. Contracontrole.
Freud: motivos internos.
Determinismo reciproco: as influências pessoais, as forças ambientais e o próprio
comportamento funcionam como determinantes interdependentes. Ex.: o ambiente é
uma potencialidade cujos efeitos dependem do entendimento que o organismo tem
dele e do seu comportamento nele.

Três exemplos de como podem variar as contribuições desses componentes:


• Se pessoas forem largadas em águas profundas, a situação vai ditar que todos
comecem a nadar.
• Quando uma pessoa toca músicas conhecidas de piano para seu prazer pessoal.
• Quando falsas crenças desencadeiam respostas de esquiva que torna a pessoa
desatenta ao ambiente real e não são alteradas pelo feedback.
As pessoas são livres na extensão em que conseguem influenciar as futuras condições
às quais responderão, mas seu comportamento também é limitado pelo
relacionamento recíproco entre cognição pessoal, comportamento e ambiente.

O Auto-Sistema
As cognições tem claramente origens externas, mas seu papel na regulação do
comportamento não pode ser reduzido à experiência anterior.

Auto-Observação: nós observamos continuamente o nosso próprio comportamento,


notando fatores como qualidade, quantidade e originalidade daquilo que fazemos.

Processos de julgamento: o comportamento gera auto-reação por meio de


julgamentos sobre a correspondência entre aquele comportamento e nossos padrões
pessoais.
Auto-reação: as avaliações favoráveis geram auto-reações recompensadoras e os
julgamentos desfavoráveis ativam auto-respostas punitivas.

Pais, parentes e outros agentes socializadores estabelecem padrões comportamentais,


recompensando o indivíduo por viver à altura deles e expressando seu desagrado
quando a pessoa falha. Essas normas externamente impostas podem ser “assumidas”
pelo indivíduo e constituir a base de sistemas posteriores de auto-reforço.

Os padrões auto-avaliativos podem ser adquiridos indiretamente, observando os


outros.
Auto-eficácia

Os processos cognitivos desempenham um papel importante na aquisição e na


persistência dos comportamentos patológicos, exatamente como acontece no
comportamento “normal”.

O que cria problema para o indivíduo que está sofrendo de medo ou de um


comportamento de esquiva é a crença de que ele é incapaz de lidar bem com uma
situação. A mudança terapêutica resulta do desenvolvimento de um senso de auto-
eficácia pessoal, da expectativa de que podemos, por esforço pessoal, dominar uma
situação e provocar um resultado desejado.

A auto-eficácia afeta o início e a persistência do comportamento de manejo.


A expectativa de auto-eficácia determinam quanto as pessoas vão se esforçar e
persistir em um comportamento.

Fontes de auto-eficácia:
Realizações de desempenho: baseiam em experiências reais de domínio. Modelagem
participante.
A experiência indireta: menos do que a direto, múltiplos modelos são mais efetivos
do que um único modelo.
A persuasão verbal: encorajar a pessoa a acreditar que ela é capaz de lidar
efetivamente.
Excitação emocional: as situações extressantes frequentemente provocam excitação
emocional, e essa excitação pode servir como uma pista para desencadear um
percepção de baixa eficácia.
As experiências de sucesso tendem a aumentar a auto-eficácia se forem percebidas
como resultando de capacidades aumentadas, em vez de serem atribuídas à sorte ou a
circunstâncias especiais.

A ansiedade é a ineficácia percebida na capacidade de lidar com eventos


potencialmente aversivos.

Relação entre auto-eficácia e as reações afetivas:


• As pessoas podem desistir de tentar porque duvidam de sua capacidade de fazer o
que é requerido ou porque imaginam que seus esforços serão inúteis devido à falta
de resposta do ambiente.
• Um alto senso de auto-eficácia, combinado com um ambiente responsivo em que o
desempenho efetivo é recompensado, leva ao comportamento seguro e ativo.
• A baixa responsividade ambiental estimula o ativismo social, o protesto e o
ressentimento em indivíduos com elevada auto-eficácia.
• A mesma falta de responsividade leva à apatia, à resignação e à ansiedade em
indivíduos com baixa auto-eficácia.
• A combinação de baixa auto-eficácia e um ambiente potencialmente responsivo
que cria a depressão.

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