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Embora Bandura concordasse com Skinner a respeito da possibilidade de mudar o comportamento humano
por meio do reforço, também sugeriu e demostrou, na prática, a capacidade de as pessoas aprenderem quase
todos os tipos de comportamento sem receberem diretamente qualquer reforço.
Para ele, não é necessário receber sempre um reforço para se aprender algo, pois a aprendizagem também
ocorre por meio de reforço vicário, ou seja, mediante a observação tanto do comportamento das outras
pessoas como das suas consequências, substituímos nossas condutas.
A capacidade de aprender por meio de exemplos e por meio de reforço vicário parte do princípio de que
somos capazes de antecipar e avaliar as consequências que observamos nas outras pessoas, mesmo não
passando pela mesma experiência. É possível controlar o próprio comportamento, observando as
consequências, ainda que não experimentadas, de determinado comportamento e fazendo uma opção
consciente de agir ou não da mesma forma.
O autor acredita não existir uma ligação direta entre estímulo e resposta, ou entre comportamento e reforço,
como afirmava Skinner. Para ele, há um mecanismo interposto entre o estímulo e a resposta, que nada mais é
do que o processo cognitivo do indivíduo.
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BANDURA, Albert. Aprendizagem social cognitiva. Porto Alegre: Artmed, 2008. (Com adaptações)
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Desse modo, o processo cognitivo exerceu um papel importante na teoria social cognitiva de Bandura,
diferenciando a sua visão da de Skinner. Na opinião de Bandura, não é o esquema de reforço em si que
produz efeito na mudança do comportamento de uma pessoa, mas o que ela pensa desse esquema.
A aprendizagem ocorre não pelo reforço direto, mas por meio de "modelos", observando o comportamento
de outras pessoas e nele fundamentando os próprios padrões. Para Skinner, o controlador do reforço regula o
comportamento. Para Bandura, o controlador do modelo social regula o comportamento.
Bandura conduziu pesquisas completas sobre as características dos modelos que influenciam o
comportamento humano. A tendência do indivíduo é modelar o próprio comportamento com base nas
pessoas do mesmo sexo e idade, ou seja, nos nossos semelhantes que conseguiram resolver os problemas
similares aos nossos.
Há uma propensão também de se deixar impressionar por modelos de prestígio e status superiores ao nosso.
O tipo de comportamento envolvido afeta a amplitude da imitação. A tendência é de imitar mais os
comportamentos simples do que os extremamente complexos. A hostilidade e a agressividade tendem a ser
muito imitadas, principalmente pelas crianças (Bandura, 1986). Assim, o que se vê na vida real ou na mídia,
muitas vezes, determina o nosso comportamento.
A abordagem de Bandura consiste em uma teoria de aprendizagem "social", porque estuda a formação e a
modificação do comportamento nas situações sociais. Bandura criticou Skinner por usar apenas um único
sujeito na observação (na maioria das vezes, ratos e pombos) em vez de pessoas interagindo umas com as
outras. Poucas pessoas vivem isoladas socialmente. Bandura afirmava que os psicólogos não devem
considerar relevantes para o mundo moderno as descobertas de pesquisas que ignorem as interações sociais.
"O aprendizado seria excessivamente trabalhoso, para não mencionar perigosos, se as pessoas dependessem
somente dos efeitos de suas próprias ações para informá-las sobre o que fazer. Por sorte, a maior parte do
comportamento humano é aprendida pela observação através da modelagem. Pela observação dos outros,
uma pessoa forma uma ideia de como novos comportamentos são executados e, em ocasiões posteriores, esta
informação codificada serve como um guia para a ação." (Bandura, 1977, p22).
DETALHANDO A TEORIA:
• Aprendizagem ativa é aprender, fazendo (e experimentando as consequências da ação).
• Aprendizagem indireta é aprender, observando os outros.
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BANDURA, Albert. Aprendizagem social cognitiva. Porto Alegre: Artmed, 2008. (Com adaptações)
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Âmbito/Aplicação:
• Compreensão das desordens agressivas (Bandura, 1973) e psicológicas, em especial no contexto da
modificação do comportamento (Bandura, 1969);
• Técnica de modelagem de comportamento que é muito usada em programas de treinamento.
Exemplo: os comerciais sugerem que, ao consumir certa bebida, ou usar um determinado xampu, vamos nos
tornar populares e ganhar a admiração de pessoas atraentes. Dependendo dos processos dos componentes
envolvidos (como atenção ou motivação), podemos fazer um modelo do comportamento mostrado no
comercial e comprar o produto que está sendo anunciado.
Princípios:
1. O nível mais alto de aprendizado de observação é alcançado, primeiro, organizando e ensaiando o
comportamento-modelo de modo simbólico e, depois, representando-o publicamente. A codificação de
um comportamento modelado em palavras, rótulos ou imagens, resulta em retenção mais eficiente do
que aquela proporcionada pela observação.
2. É mais provável que os indivíduos adotem um comportamento como modelo se ele produzir resultados
que eles valorizam.
3. É mais provável que os indivíduos adotem um comportamento como modelo, se o modelo for parecido
com o observador.
CONCEITOS
• Auto-eficácia: senso de uma pessoa de ser capaz de lidar efetivamente com uma tarefa particular;
• Modelagem: mudança no comportamento, pensamento, ou emoções que ocorrem por meio da
observação de outra pessoa - um modelo;
• Modificação cognitiva do comportamento: procedimentos baseados nos princípios comportamentais
e cognitivos de aprendizagem para mudar seu próprio comportamento, usando fala privada e auto-
instrução;
• Auto-instrução: falar consigo mesmo, executando os passos de uma tarefa.
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BANDURA, Albert. Aprendizagem social cognitiva. Porto Alegre: Artmed, 2008. (Com adaptações)