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VESPASIANO
2023
APRESENTAÇÃO
Elaborada por:
1. INTRODUÇÃO E CONCEITOS...................................................................... 4
2. ESTUDO DA PERSONALIDADE ................................................................... 7
3. A HISTÓRIA DA ASSISTÊNCIA PSIQUIÁTRICA ........................................ 13
4. A REFORMA DA ASSISTÊNCIA PSIQUIÁTRICA ....................................... 22
5. POLÍTICA NACIONAL E SERVIÇOS EM SAÚDE MENTAL ........................ 28
6. FUNÇÕES PSIQUICAS E SINAIS E SINTOMAS ........................................ 42
7. PRINCIPAIS TRANSTORNOS PSIQUICOS ................................................ 51
8. ALCOOLISMO E DROGAS .......................................................................... 76
9. CLASSIFICAÇÃO E TRATAMENTO PSIQUIÁTRICO ................................ 87
10. RELACIONAMENTO COM O PACIENTE ................................................. 97
11. MORTE E LUTO ...................................................................................... 105
12. SAÚDE DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM ................................... 109
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 115
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1. INTRODUÇÃO/ CONCEITOS
Saúde:
Saúde Mental:
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Normalidade x anormalidade
Do ponto de vista social esses dois conceitos estão baseados nas crenças de
determinada comunidade sobre aquilo que considera ideal para uma pessoa
conduzir sua vida em relação aos outros.
Muitas são as normas sociais adotadas por diferentes culturas para indicarem
a adequação conforme a faixa etária, o gênero, a profissão e a categoria social.
Critérios de Normalidade
5
Normalidade como Ausência de doença: nesse prisma, a saúde é vista
como ―ausência de sintomas, sinais ou doenças‖. Assim, o indivíduo normal é
aquele não portador de transtorno mental definido. Pelo olhar crítico, esse
critério é significativamente falho e redundante, em que define a saúde não
pelo que ela é, mas sim pelo que ela não é, pelo que lhe falta (Almeida Filho;
Jucá, 2002).
Doença Mental:
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2. ESTUDO DA PERSONALIDADE
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constante e particular do indivíduo perceber, pensar, sentir e agir, além da
interferência de fatores culturais e sociais nessas características.
Existem muitas teorias que estudam a personalidade, porém uma das mais
importantes na história do estudo de personalidade é de Freud.
Sigmund Freud é uma das figuras históricas mais marcantes do século XX. É
considerado o pai da psicanálise - método de investigação e clínica. Sigmund Freud
foi o responsável pela revolução no estudo da mente humana. Nascido em 6 de
maio 1856 em Freiberg, Morávia, hoje República Checa, Freud foi o primogênito de
Jacob Freud e de Amalie Nathanson, morou em Viena, capital da Áustria, por quase
todos os seus 83 anos de vida. Aos 17, ele ingressou na Universidade de Viena, no
curso de Medicina.
CONSCIENTE
PRÉ-CONSCIENTE
INCONSCIENTE
Id, ego e superego: esses são os três componentes da Teoria Estrutural, que
representam, respectivamente, os impulsos, a racionalidade e o senso de moral.
Cada uma dessas partes é responsável por diferentes aspectos da personalidade e
definem como o indivíduo age e se relaciona com outras pessoas. Conheça um
pouco mais!
ID
EGO
SUPEREGO
https://lucasnapoli.files.wordpress.com/2012/03/homer-simpson-angel-devil15.jpg
10
Desajuste da Personalidade
COMPLEXO DE ÉDIPO
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3. HISTÓRIA DA ASSISTÊNCIA PSIQUIATRICA
Também neste modelo surge, pela primeira vez, a descrição da histeria, que
curiosamente era atribuída ao deslocamento do útero (hístero), por falta de
atividades sexuais. Pode parecer engraçado, mas acreditava-se que se movendo
pelo corpo, o útero poderia atingir o cérebro, causando dispneia, palpitação e até
desmaios. Recomendava-se então, como terapêutica, o casamento para viúvas e
moças, além de banhos vaginais com ervas para atrair o útero de volta ao seu local
de origem.
Platão (429-347 A.C) considerava que a perda da razão era uma doença da
alma, e que uma das formas dessa doença era a loucura. Dessa forma, a loucura
era entendida como um desarranjo na ordenação do sistema da alma. Por isso ele
mencionava que as alterações mentais dependiam de três partes: a orgânica
(doença), a ética (comportamento inadequado que gerou a perda da razão) e a
divina (a loucura é uma doença da alma).
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Ao contrário da concepção grega, que atribuía à migração do útero a causa
da histeria, Galeno (130-200 A.C) afirmava que a doença mental poderia ter origem
orgânica ou psíquica e considerava que a saúde dependia do equilíbrio entre o
racional e irracional. Afirmava que a retenção do líquido feminino pela abstinência
sexual causava envenenamento do sangue, originando as convulsões. Assim, a
histeria não tinha uma causa sexual-mecânica, como afirmava o paradigma grego,
mas uma causa sexual-bioquímica. Entretanto, para o eminente médico romano, não
apenas a retenção do líquido feminino era a causa dos distúrbios psíquicos. Para o
alívio das mulheres da época, e das de hoje, o homem também tinha suas
alterações mentais oriundas da retenção do esperma. Desta forma, as relações
sexuais e a masturbação, para Galeno, serviriam de alívio para as tensões.
Neste período, o conceito de doença mental que surgiu foi a de uma doutrina
dos temperamentos, isto é, do estado de humor do paciente. ―Melancolia‖ era o
termo utilizado com frequência para descrever todos os tipos de enfermidades
mentais.
Com o passar dos anos o tratamento foi se tornando mais rígido, embasado
na ideia de aliança satânica, as possessões. Os clérigos realizavam o exorcismo e
queimavam as pessoas para obter a ―purificação‖. Muitas pessoas foram mortas em
grandes fogueiras em praça pública, vítimas da hegemonia da igreja e da cultura da
época. Aos doentes mentais que escapavam a essa ―terapêutica‖ imposta pelas
ideias religiosas da época, o abandono à própria sorte foi o que restou.
Nos séculos XV, XVI e XVII muitas instituições para loucos foram criadas,
tendo como cuidadores ex presidiários, cuja principal ferramenta de trabalho era o
chicote, sendo auxiliados por cães. O tratamento era à base de violência e
humilhação. Nos dias de festas, se cobrava uma irrisória ‗entrada‘ para ver os loucos
enjaulados, exibidos como ‗troféus‘, tornando-se a diversão da cidade. A loucura era
vista como uma coisa cômica, engraçada, desrespeitando a pessoa doente.
Ainda que vozes se levantassem clamando por um tratamento mais digno aos
alienados e, por conseguinte se fizesse uma seleção mais nítida das ―anomalias
mentais‖, a ideia de que ―os loucos‖ eram perigosos e inúteis permaneceu na
sociedade até os fins do século XVIII.
Mas com a nova ordem social que se instalava, era preciso uma nova
conceituação da loucura e, principalmente, de suas formas de atendimento. A partir
desta nova concepção social de loucura, a clausura deixa de ser sinônimo de
exclusão e passa a assumir um caráter terapêutico: era necessário isolar o paciente
em locais adequados – nos manicômios – afastando-o do meio que gerava os
distúrbios. Era o início do tratamento alienista, o tratamento moral. O movimento
alienista tinha como principais elementos de tratamento o isolamento e o tratamento
moral. Pinel, Esquirol, Ferrus são alguns representantes do movimento alienista,
iniciado no século XVII.
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Philippe Pinel
Uma das principais atitudes que Pinel teve foi separar os doentes mentais dos
demais marginalizados, isolando estes doentes para realizar o tratamento. Isso
demonstrou que havia distinções entre doente e não-doente, diferente do que se
podia pensar antes, quando todos enclausurados tinham os mesmos adjetivos e
eram aglomerados no mesmo espaço.
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O tratamento oferecido aos loucos era de péssima qualidade. Os doentes
mentais ficavam sob a responsabilidade das santas casas de misericórdia, sendo
abrigados em porões. O atendimento oferecido não incluía cuidados médicos, visto
que a principal finalidade era fornecer abrigo, alimento e cuidados religiosos aos
alienados. Era necessário reestruturar o atendimento prestado a estas pessoas.
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Em 1902 tornou-se deputado federal e elaborou a primeira lei de assistência
aos alienados (decreto 132, de 23 de dezembro de 1903). Neste ano de 1902
também deixou o hospício para dedicar-se à política. Teixeira Brandão faleceu em
1921.
Juliano Moreira
Fonte: www.saude.rs.gov.br
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Figura 02: Hospital Psiquiátrico Juqueri
Fonte: <www.adhemar.debarros.nom.br>
Foi por intermédio de sua oficina que muitos ‗loucos‘ puderam expor seus
conflitos e sentimentos por meio da arte (pintura e modelagem, em particular),
revelando-se grandes artistas e, acima de tudo, pessoas, com suas diferentes
histórias de vida. Os produtos de expressão de seus pacientes passaram a fazer
parte do acervo do Museu de Imagens do Inconsciente, a partir de 1952.
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Nos anos 50, 60 e 70, durante o regime militar, o governo instituiu uma
política de privatização dos hospitais psiquiátricos, terceirizando a assistência,
deixando de conceder assistência direta através dos hospitais públicos. Este período
foi denominado indústria da loucura. As pessoas que tinham acesso ao poder e à
economia (médicos, empresários, políticos) passaram a ser proprietários de
hospitais psiquiátricos. A partir disso, aconteceu um movimento de internação
indiscriminada e até sem indicação, porque hospital sem doente não gera lucro.
Medicamentos/Tratamentos:
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Reforma Psiquiátrica
PSICOTERAPIA INSTITUCIONAL
COMUNIDADE TERAPÊUTICA
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A comunidade terapêutica, em seu íntimo, mantinha princípios como
democratização de opiniões, tolerância, comunicação, liberdade de expressão,
confronto com a realidade, atividades coletivas, participação do coletivo nas
decisões.
PSIQUIATRIA DE SETOR
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membro da sociedade, que tem sua contribuição no coletivo e que possui
capacidades e habilidades.
PSIQUIATRIA DEMOCRÁTICA
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A Reforma Psiquiátrica Brasileira
O movimento reformista no Brasil teve início no final dos anos 70, sendo
contemporâneo à Reforma Sanitária. A Reforma Psiquiátrica brasileira foi influenciada
pelo movimento reformista italiano.
Outro ponto era com relação à organização dos profissionais de saúde mental
com o Estado, para que fossem reconhecidos como trabalhadores da saúde pública. E
o terceiro e último eixo buscava a reflexão sobre a prática profissional concreta, no
cotidiano, para que houvesse efetivamente a ruptura com o isolamento social.
Também atenta à necessidade de participação da sociedade nas discussões
relacionadas à assistência em saúde mental e psiquiatria visto que a sociedade possui
sua parcela de responsabilidade nesta questão.
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Inspirado na lei Basaglia (Lei 180 – maio/ 1978) o então deputado Paulo
Delgado (PT-MG) apresentou um projeto de lei ao Congresso Nacional, no ano de
1987, que propunha uma mudança radical no que se referia à assistência em saúde
mental. No projeto de lei constava que seriam proibidas novas internações em
hospitais psiquiátricos e que a rede hospitalar psiquiátrica seria extinta em até cinco
anos. Propunha também tratamentos alternativos e a interferência da autoridade
judiciária que julgaria a internação ou não, quando solicitado pelo paciente. Este
projeto de lei tramitou por 12 anos no Senado, sofrendo várias modificações. O
interesse político e econômico para que os hospitais psiquiátricos se mantivessem em
pleno funcionamento dificultaram o andamento do processo de reforma.
Somente no dia 06 de abril de 2001 é que foi sancionada a lei nº10. 216
(também chamada Lei Paulo Delgado), que dispõe sobre a Reforma Psiquiátrica no
Brasil. Neste momento algumas mudanças básicas tiveram início. A começar pela
nomenclatura dada ao doente mental: não se usa mais paciente, mas usuário, no
sentido de que ele é um usuário de um serviço de saúde, serviço de saúde mental
especificamente.
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VIII - ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis;
Art. 7o A pessoa que solicita voluntariamente sua internação, ou que a consente, deve
assinar, no momento da admissão, uma declaração de que optou por esse regime de
tratamento.
Art. 11. Pesquisas científicas para fins diagnósticos ou terapêuticos não poderão ser
realizadas sem o consentimento expresso do paciente, ou de seu representante legal,
e sem a devida comunicação aos conselhos profissionais competentes e ao Conselho
Nacional de Saúde.
Art. 12. O Conselho Nacional de Saúde, no âmbito de sua atuação, criará comissão
nacional para acompanhar a implementação desta Lei.
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5.1.2. Portaria GM nº336, de 19 de abril de 2002
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Os atendimentos no serviço também são comuns a todos os CAPS, como:
a) Atendimento individual;
b) Atendimento em grupos;
c) Oficinas terapêuticas;
e) Atendimento à família;
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Define ainda que os serviços devam oferecer atendimento em três regimes de
tratamento: intensivo (acompanhamento diário), semi intensivo (acompanhamento
frequente, mas não diário – geralmente duas vezes por semana) e não intensivo
(menor frequência – em geral, duas vezes no mês).
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Define, ainda, a equipe responsável pelo SRT e seus usuários, e como se dará
esta assistência.
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3) redirecionamento dos recursos financeiros da internação para a atenção
extra-hospital ar em saúde mental. Em suma, este programa estabelece um
mecanismo organizador do processo de redução de leitos, com incentivo financeiro
pela redução (priorizando os hospitais de menor porte) e pela melhor qualidade de
assistência, aferida pelo PNASH – Psiquiatria.
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Sob o aspecto legal, o artigo 11, inciso I, alínea ―m‖, da Lei do Exercício
Profissional da Enfermagem nº 7.498, de 25 de junho de 1986, preconiza que o
Enfermeiro exerce todas as atividades de Enfermagem, cabendo-lhe, privativamente, a
execução de cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam
conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas. Leva em
conta ainda o Decreto nº 94.406, de 08 de junho de 1987, que regulamenta a Lei do
Exercício Profissional da Enfermagem, que, em seu artigo 11º, inciso I, alínea ―i‖, diz
que ―ao enfermeiro incumbe, PRIVATIVAMENTE Consulta de Enfermagem‖.
CONCLUSÃO
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5.2. Política Nacional de Saúde Mental
Ambulatórios
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Unidades Básicas de Saúde
Mas ainda há a ideia de que saúde mental não pode ser atendida na atenção
básica, por ser uma especificidade que exige grande conhecimento e manejo. É mais
fácil encaminhar o usuário para um atendimento especializado em saúde mental do
que tentar ações junto à família e à comunidade deste usuário, aproximando-o de suas
redes de suporte para o sucesso de seu tratamento.
Aqui é importante saber que os CAPS são categorizados de acordo com seu
porte e a clientela que atendem, recebendo as denominações de CAPSI, CAPSII,
CAPSIII, CAPS e CAPSad. A equipe dos serviços também é definida de acordo com
sua categoria.
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O CAPS para entrar em funcionamento deve ser cadastrado junto ao Ministério
da Saúde. Para realizar o cadastramento deve-se atender às diretrizes da portaria
nº336/ 2002 e também apresentar um projeto terapêutico. O projeto terapêutico é um
documento em que constam os objetivos do serviço, as atividades que serão
desenvolvidas, os profissionais que as desenvolverão, dentre outras informações. Para
melhor sistematizar o serviço, o CAPS utiliza o Plano Terapêutico Individual – PTI, que
é um documento onde estão colocadas as atividades que determinado usuário
participará bem como outras informações, tais como a medicação que o mesmo está
utilizando.
Hospital-dia
Atendem episódios agudos dos transtornos mentais, com algum tipo de risco
que necessitem de intervenção imediata.
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O SRT é assegurado pela Portaria nº106 de 11 de fevereiro de 2000. A
regulamentação destes serviços é toda visando à inserção do usuário na comunidade.
O SRT deverá estar vinculado a algum serviço ambulatorial, geralmente os CAPS.
Estes, por sua vez, deverão atuar na assistência e supervisão das atividades da
residência, tendo, no mínimo, um profissional de nível superior e dois de nível médio,
com especialização, experiência ou capacitação na área de saúde mental.
É de fato uma casa, um lar. As pessoas que ali residem são responsáveis pela
casa, como se fossem as ―donas‖. Lá eles cozinham, lavam, arrumam, limpam, cuidam,
como se estivessem na sua casa.
Esta data é comemorada há anos no país das mais diversas formas dependendo
do local, mas com o mesmo objetivo: deixar claro que a cidadania é um direito de
todos. É um momento de ―mostrar a nova cara da loucura‖: indo às ruas, falando
abertamente de doença e saúde mental, loucura, tratamento; mostrando que todos,
mesmo aqueles que não têm um doente na família, são responsáveis pelos passos
para frente ou para trás do movimento reformista. É mostrar podemos conviver com as
diferenças e que estas são importantes na construção de um mundo verdadeiramente
democrático. É a oportunidade de envolver a sociedade mais ampla nesta luta que
preza a vida.
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5.2.5. Dados da rede de atenção psicossocial (raps) no sistema único de saúde (sus).
CAPS:
Atualmente, o Brasil conta com 2.742 (dois mil, setecentos e quarenta dois) CAPS
habilitados, distribuídos em 1.845 (um mil, oitocentos e quarenta e cinco) municípios
em todos os Estados e no Distrito Federal, totalizando um investimento de incentivo de
custeio anual de R$ 1.234.308.138,00 (um bilhão, duzentos e trinta e quatro milhões,
trezentos e oito mil e cento e trinta e oito reais) para essa modalidade de serviço.
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6.1. Consciência
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Coma: é o grau mais intenso de inconsciência. A pessoa não é capaz de
despertar sob estímulo algum;
Estado crepuscular: consciência perturbada por alucinações e delírios, e
quando retorna ao estado de consciência normal, não recorda do
acontecido ou tem dificuldade para fazê-lo. O paciente pode aparentar
estar em pleno domínio de sua consciência, mas há um estreitamento da
mesma. É como se o paciente estivesse totalmente voltado ―para dentro‖.
Mostra-se psiquicamente ausente, age ―no automático‖ e sem objetivos
claramente definidos. Muito comum em pessoas com epilepsia, em
momentos que antecedem à crise. ;
Despersonalização e desrealização: acontece quando o indivíduo não
reconhece a si e o que o rodeia, perdendo a sensação de familiaridade,
deixando de reconhecer a própria identidade.
Alterações da consciência corporal: apresenta estranhamento ou não
reconhecimento de partes do próprio corpo, como no caso de uma jovem
que ao ser questionada quem era sua acompanhante, respondeu: ―Ela diz
que é minha mãe‖.
6.2. Atenção
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Cegueira por desatenção: é um efeito da atenção seletiva, quanto mais
o foco da atenção está centrado no estímulo selecionado, maior será a
possibilidade de percebê-lo, processá-lo e lembrá-lo conscientemente e,
ao mesmo tempo, menor será a possibilidade de perceber e lembrar os
outros estímulos. Ao contrário, objetos podem passar pela extensão
espacial do nosso foco de atenção e mesmo assim não serem ―vistos‖ se
eles não forem especificamente focados.
6.3. Sensopercepção
6.4. Orientação
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6.5. Memória
Existem diferentes categorias de memória que vão nos mostrar que memorizar
datas, nomes e lugares não é o mesmo que aprender a andar de bicicleta. Aquilo que
aprendemos e lembramos são processados por diferentes áreas do cérebro. De acordo
com essas áreas, cada memória realiza um tipo diferente de função no cérebro
humano. Veja abaixo, as memórias que funcionam de acordo com a duração da
informação:
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6.6. Inteligência
6.7. Afetividade
6.8. Pensamento
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As alterações referentes à produção configuram-se basicamente em duas:
pensamento lógico, que respeita as noções de causa, tempo e espaço; e o
pensamento mágico, não há acordo com a realidade.
Exemplos:
―Maria refere que a sua irmã a observa 24 horas por dia através de câmaras que
instalou nos pregos da sua casa, diz também que a mesma finge agradá-la preparando
comidas gostosas, porém coloca veneno nelas.‖
―João faz todas as suas atividades (exceto banho) utilizando óculos de sol. O mesmo
diz que possui raios vermelhos nos olhos que podem atingir as pessoas se retirar o
óculos. Fala que adquiriu este poder pois é o imperador da galáxia e precisa defende-
la.‖
―Márcio se julga pecador diante dos deuses por sentir vontade de masturbar-se e às
vezes chegar ao ato de fazer. Por este motivo, já tentou cortar o pênis diversas vezes e
atualmente passa a maior parte do tempo em orações pedindo perdão.‖
―Aline vai até a delegacia fazer uma denúncia de que um familiar faleceu e deixou uma
grande herança para ela, porém, seu marido tomou posse de todos os bens. Ela chora
muito dizendo que precisa da sua cobertura em Manhattan.‖
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6.9. Conduta
6.10. Linguagem
Insônia: é a falta de sono durante uma parte ou toa à noite (ou período
habitual de sono do indivíduo). Pode ser inicial (a pessoa custa a ―pegar
no sono‖ – mais característica de quadros de ansiedade), ou terminal (a
pessoa acorda de madrugada e não consegue voltar a dormir – mais
característico da depressão).
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Entre os transtornos mentais, estão a depressão, o transtorno afetivo bipolar, a
esquizofrenia e outras psicoses, demência, deficiência intelectual e transtornos de
desenvolvimento, incluindo o autismo e por uso de substâncias como álcool e drogas.
- Tipos de esquizofrenia
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Esquizofrenia Catatônica: caracterizada por um distúrbio psicomotor
acentuado, que pode envolver imobilidade ou atividade excessiva. O
esquizofrênico catatônico pode apresentar estado de inatividade ou
mutismo (incapacidade de articular palavras) e posturas anormais. A este
conjunto de sintomas denomina-se estupor ou torpor catatônico. O
contrário do estado de estupor é o furor catatônico, caracterizado por
agitação extrema, acompanhada de ecolalia (repetição das palavras sem
sentido) e ecopraxia (comportar-se ou agir como a outra pessoa, copiá-la,
sem motivo).
Esquizofrenia Indiferenciada: este tipo de esquizofrenia inclui aqueles
pacientes que possuem sintomas variados e não se enquadrarem nas
anteriores. Dentre as características dos sintomas variados inclui delírios,
alucinações, fala incoerente e comportamento inadequado.
Esquizofrenia Residual: é caracterizada pela presença de evidências
contínuas de perturbação esquizofrênica, sem sintomas ativos. Sintomas
comuns: embotamento afetivo, retraimento social, comportamento
excêntrico, pensamento ilógico e leve afrouxamento de associações.
Farmacoterapia
A esquizofrenia é uma doença mental que afeta muitas pessoas, bem como
suas famílias e comunidades. É, talvez, a mais conhecida psicopatologia e por isso é
muito estigmatizante. As tentativas de suicídio são bastante frequentes nestes
pacientes.
Crença inabalável em algo que não é verdadeiro ou que não está baseado na
realidade;
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Pensamentos não excêntricos ou surreais, que podem envolver situações como
ser perseguido, enganado, envenenado ou conspirado;
A depressão não é o mesmo que ―baixo astral‖, por mais que esteja incluída na
gíria como ―fulano está na maior ―deprê‖. Ao contrário da tristeza comum, a depressão
caracteriza-se por um estágio mais prolongado e grave de abatimento do humor. A
pessoas com depressão apresenta tristeza patológica com perda da autoestima,
reclama de falta de ânimo, cansaço fácil e de não sentir interesse por nada.
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Outros sintomas identificados na CID-10 são: concentração e atenção reduzidas,
autoconfiança reduzida, ideias de culpa e inutilidade, visões desoladas e pessimistas
do futuro, ideias ou atos autodestrutivos ou lesivos ou suicídio (dependendo da
gravidade do episódio) e dificuldades em relação ao sono e apetite.
Este é um transtorno muito frequente (em torno de 20%) dos pacientes em
geral). Pode apresentar-se em diferentes graus, podendo ser leve, moderada ou
grave, mais incapacitante em alguns casos, menos incapacitante em outros. Algumas
pessoas, embora se sentindo todo o tempo mal e deprimidas, continuam
desempenhando suas atividades cotidianas.
Quanto à causa, a depressão pode ser dividida em endógena, psicogênica ou
somatogênica.
A depressão endógena é vista como de origem interna, indefinida. Embora o
primeiro episódio possa se dar após alguma perda ou crise, os outros geralmente não
apresentam causas observáveis. Geralmente é uma forma grave de depressão,
apresentando grande risco de suicídio (10 a 15% dos casos). Antigamente era
chamada de depressão psicótica. Responde melhor a tratamento medicamentoso.
A depressão psicogênica tem suas causas mais facilmente localizadas na
história de vida do indivíduo, que apresenta fatos que o levaram aos sintomas. Tanto
que já foi chamada de depressão reativa ou situacional. Os sintomas são menos
graves que na depressão endógena, e o risco de suicídio, embora existente, é menor.
Responde melhor à psicoterapia do que ao tratamento medicamentoso.
A depressão somatogênica é aquela causada por algum fator de alteração
principalmente orgânico, como o uso de algumas medicações (por exemplo, alguns
tipos de anti-hipertensivos, anti-inflamatórios e contraceptivos orais) ou ainda a
interrupção do uso de psicoestimulantes.
A ansiedade é uma reação normal, dita bio adaptativa. Ou seja, é uma resposta
do corpo a algum tipo de estressor externo; por exemplo, diante de uma ameaça (um
predador), o organismo deve reagir aumentando seu ritmo para que este possa se
preparar para a fuga. O ritmo cardíaco aumenta, a respiração aumenta sua frequência.
Portanto, todas estas reações são normais e preparam o indivíduo para enfrentar o
estressor externo.
Patológica
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físicos da ansiedade indicam que seu emocional não está bem. Portanto, não adianta
apenas tratar os sintomas físicos, mas tratar das causas emocionais que geram esta
ansiedade.
Sintomas Psicológicos: Medos irracionais e sem sentido; Sentimento
exagerado de irritação: ficar irritado e provocar brigas e discussões por nada; Ingestão
exagerada de bebidas alcoólicas ou calmantes, como modo de aliviar as tensões;
Choque entre exigências conflitantes; Perfeccionismo; Impulsos autodestrutivos; Medo
exagerado de magoar os outros.
Existem, portanto, vários níveis de ansiedade, desde manifestações ligeiras aos
ataques de pânico com quadros fóbicos.
60
7.5.4 Fobias Específica (F 40.2 – CID 10)
Como o próprio nome diz, são fobias restritas a uma situação ou objeto
altamente específicos, tais como, animais inofensivos (zoofobia), altura (acrofobia),
trovões e relâmpagos (astrofobia), voar, espaços fechados (claustrofobia), doenças
(nosofobia), dentista, sangue, entre outros. A incapacitação da pessoa no dia a dia
depende do tipo de fobia e de quão fácil é evitar a situação fóbica.
As fobias atingem cerca de 10% da população. Em geral surgem na infância ou
adolescência, persistindo na idade adulta se não são tratadas adequadamente.
Acometem mais frequentemente pessoas do sexo feminino (com exceção da fobia
social, que atinge igualmente homens e mulheres). Depressão, uso de drogas e álcool
podem ocorrer frequentemente associados aos transtornos fóbico-ansiosos.
O tratamento das fobias se faz com a associação de medicamentos com
psicoterapia. Os medicamentos mais utilizados pertencem ao grupo dos
antidepressivos; os ansiolíticos também são frequentemente indicados. A psicoterapia
auxilia na compreensão de fatores que podem agravar ou perpetuar os sintomas
fóbicos.
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O transtorno conversivo tende a se desenvolver durante o final da infância ou no
início da vida adulta, porém pode ocorrer em qualquer idade. É mais comum entre
mulheres.
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A anorexia é causada por distúrbios psicológicos em que a pessoa afetada,
mesmo sendo magra, se vê gorda, e desejando emagrecer cria inapetência alimentar,
resultando consequentemente em redução do peso corpóreo.
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Alguns pacientes podem chegar a vomitar até 20 vezes por dia. Os
vômitos se tornam tão "comuns" que pacientes se tornam capazes de
vomitar quando querem.
Pessoas com esse transtorno tendem a desconfiar dos outros e achar que vão
ser enganadas. Por causa disso, elas podem ser hostis ou emocionalmente
desapegadas.
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7.9.4 Transtorno de personalidade borderline – (F 60.3 – CID 10):
Pessoas com este transtorno são altamente emotivas e dramáticas, têm uma
necessidade excessiva de atenção e aprovação e podem usar a aparência física para
consegui-la.
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7.10.2 Roubo patológico [cleptomania] – (F 63.2 – CID 10):
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se sentir mais confortável com sua identidade de gênero, aumentar seu bem-estar
psicológico e atingir auto realização.
Uso de objetos inanimados (ex: calcinhas, soutiens, meias, sapatos, botas, etc.);
geralmente se masturba enquanto segura, esfrega ou cheira o objeto ou pode
pedir ao parceiro que use; caso não haja o objeto, pode haver também a
disfunção erétil; tende a ser crônico e geralmente inicia-se na adolescência.
As causas do Autismo:
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Caracteriza-se por dificuldades significativas na comunicação e na interação social,
além de alterações de comportamento, expressas principalmente na repetição de
movimentos, como balançar o corpo, rodar uma caneta, apegar-se a objetos. Todas
essas alterações costumam aparecer antes mesmo dos 3 anos de idade, em sua
maioria, em crianças do sexo masculino.
Riso inapropriado
Não tem real medo do perigo (consciência de situações que envolvam perigo)
Irregular habilidade motora - pode não querer chutar uma bola, mas pode
arrumar blocos
Não faz referência social - entra num lugar desconhecido sem antes olhar para o
adulto (pai/mãe) para fazer referência antes e saber se é seguro.
Também pode ser definida como uma condição onde houve interrupção do
desenvolvimento mental, prejudicando o nível global de inteligência, as aptidões de
aprendizado, de fala, de habilidades motoras e sociais.
72
Normalmente é definido por três condições:
Um QI de 70 ou menos;
Existem vários graus que pode ser auferido através de teste de quociente de
inteligência (QI):
Causas:
Condições genéticas
Problemas ao nascimento
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Qualquer condição de estresse aumentado durante o parto pode levar a lesão
cerebral do bebê; contudo, a prematuridade e o baixo peso ao nascer são fatores de
risco independentes mais frequentes que qualquer outra condição.
Estado socioeconômico
A expectativa pode ser mais curta, e parece que quanto mais grave, menor a
expectativa de vida.
O TDAH pode ser herdado geneticamente, mas sua causa não é clara.
Independentemente da causa, ele parece se estabelecer cedo na vida da criança,
enquanto o cérebro está se desenvolvendo. Estudos de imagem sugerem que o
cérebro de uma criança com TDAH é diferente do de uma criança normal.
74
Falta de persistência: não termina tarefas e evita as que necessitam de algum
esforço,
Se houver suspeita de TDAH, a criança deve passar por uma avaliação médica.
A avaliação pode consistir em:
Fracasso escolar
_____________________________________________________________________
75
8. ALCOOLISMO E DROGAS
Drogas:
O fenômeno da Dependência
Tolerância
76
o indivíduo está desenvolvendo tolerância ao álcool. O mesmo ocorre com outras
drogas que causam dependência.
Abstinência
Delirium Tremens
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ocorrer também uma forma de alucinação induzida, por exemplo, o entrevistador
pergunta ao paciente se está vendo as formigas andando em cima da mesa sem que
nada exista e o paciente passa a ver os insetos sugeridos.
Síndrome de Dependência
Dependência Física
Dependência Psicológica
78
atribuído apenas as drogas que causam dependência psicológica. O estado de
angústia, por falta ou privação da droga é comum em quase todos os dependentes e
viciados.
Overdose
Os efeitos variam de indivíduo para indivíduo devido a vários fatores, tais como:
Quantidade;
Vias de administração;
Procedência da droga;
79
Constituição física e psicológica do usuário
Dependência ao Álcool
80
sintomas de embriaguez ou outros resultantes do consumo de álcool apesar da
continua ingestão de álcool.
8.2 Drogas
82
8.2.3 Alucinógenos (F 16 CID 10)
A avidez pelo uso de nicotina é muito forte, o que dificulta quando o usuário
deseja parar de fumar.
83
8.2.5 Opiaceos (F 11 CID 10)
84
Em doses elevadas, sedativos e ansiolíticos induzem ao sono, como os
hipnóticos. Da mesma forma, os hipnóticos em doses baixas conduzem à sedação
diurna, mecanismo de atuação dos sedativos e ansiolíticos.
• Benzodiazepínicos
• Barbitúricos
85
tratamento da abstinência é substituir os barbitúricos de longa duração pelo
fenobarbital, que não produz sintomas tóxicos.
Tratamento:
A questão das drogas também está muito relacionada com o início da vida sexual,
com as condutas de grupos de amigos. Há uma grande relação entre Doenças
Sexualmente Transmissíveis (DST) e AIDS com o uso de drogas injetáveis. Por isso
que se deve pensar numa proposta que abranja todas as idades, classes sociais, sexo,
cor, enfim, todos que se envolvem com as drogas.
86
É um assunto que deve permear as conversas em família, quebrando o tabu e
alertando os jovens para os riscos que correm ao, somente, experimentarem qualquer
droga.
___________________________________________________________________
Classificação:
87
A outra classificação utilizada em psiquiatria é o Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais – (DSM-5, 5ª edição) da Associação Psiquiátrica
Americana. Possui três eixos principais: I – transtornos clínicos; II – transtornos de
personalidade e retardo mental; e III – transtorno físico que esteja presente além do
transtorno mental. Publicado em 2013, foi o resultado de um processo de doze anos de
estudos, revisões e pesquisas de campo realizados por centenas de profissionais
divididos em diferentes grupos de trabalho. O objetivo final foi o de garantir que a nova
classificação, com a inclusão, reformulação e exclusão de diagnósticos, fornecesse
uma fonte segura e cientificamente embasada para aplicação em pesquisa e na prática
clínica.Uma classificação correlaciona-se com a outra.
88
Tratamento em Psiquiatria:
Terapia Familiar
É destinada às famílias com elevado número de conflitos. Consiste em
entrevistas com a família em sua totalidade, sendo adequadamente
conduzida e orientada pelo terapeuta. Os encontros ocorrem, em geral,
semanalmente, sendo necessárias duas horas para o momento.
As técnicas variam, conforme o que se deseja trabalhar.
Os objetivos da terapia familiar são cinco:
a) resolver ou reduzir o conflito e a ansiedade na família;
b) favorecer a percepção e o preenchimento das necessidades emocionais
uns dos outros, dentro da família;
c) promover relações de papéis adequados;
d) fortalecer a capacidade de cada um e da família como um todo; e
e) influenciar a identidade e os valores familiares, para que busquem a saúde.
Sendo que o objetivo principal é integrar a família no sistema maior, chamado
sociedade.
Terapias Medicamentosas
Os medicamentos psiquiátricos, psicofármacos ou psicotrópicos são grupos
de substâncias químicas que trabalham no sistema nervoso central. Por afetarem os
processos mentais, alteram a percepção, emoções e comportamentos dos
pacientes. Assim, é possível ―se desligar‖ dos sintomas dos transtornos mentais,
combatendo-os.
Há dezenas de psicofármacos no Brasil para o tratamento do mesmo
transtorno ou de transtornos diversos. O seu uso vai depender da orientação do
profissional. A escolha do medicamento leva em consideração uma variedade de
fatores particulares, como história pessoal do paciente, idade, patologias físicas,
histórico de doenças e resposta a usos anteriores. O uso também poderá ser
associado à psicoterapia dependendo do quadro clínico. Ademais, os transtornos
mentais apresentam peculiaridades e sintomas semelhantes que tornam o
diagnóstico preciso mais demorado. Não é incomum o paciente experimentar mais
de um remédio até encontrar aquele que aja da maneira desejada.
São subdivididos em antipsicóticos, antidepressivos, ansiolíticos,
antiparkinsonianos, anticonvulsivantes, dentre outros.
1. Fluoxetina
É um dos medicamentos mais utilizados para o tratamento da depressão,
ansiedade, síndrome do pânico, bulimia, disforia e outros. Ele aumenta os níveis de
90
serotonina, o neurotransmissor responsável pela regulagem do humor, bem-estar,
sono, apetite, entre outras funções. É ideal para transtornos que causam o
desequilíbrio na produção de serotonina.
A recomendação da fluoxetina é ingeri-la diariamente. Os efeitos positivos
começam a se manifestar no período de 2 a 6 semanas. Por isso, se não notar
diferença logo nos primeiros dias, é completamente normal.
2. Escitalopram
Indicado para pacientes depressivos e ansiosos, além dos que apresentam
síndrome do pânico, transtorno obsessivo compulsivo e transtorno de ansiedade
social, é um dos medicamentos mais recomendados pelos médicos. O escitalopram
corrige as concentrações danosas de neurotransmissores no cérebro, aumentando
os níveis de serotonina entre os neurônios. Combate os sintomas da depressão
aguda mais rápido do que outros medicamentos.
A melhora clínica é visível entre 2 a 6 semanas. Em alguns casos, a ação
terapêutica pode ocorrer em apenas quatro semanas. Embora apresente efeitos
colaterais, é um dos medicamentos psiquiátricos mais seguros.
3. Mirtazapina
Mirtazapina é um antidepressivo tetracíclico que aumenta a quantidade de
serotonina e noradrenalina, associado às funções executivas e dores físicas, no
neurônio. Esse aumento dos neurotransmissores gera melhoras nos sintomas da
depressão.
Costuma ser mais rápido do que outros antidepressivos. Os efeitos positivos
já começam a surgir entre 2 a 4 semanas. Para balancear os efeitos colaterais
(aumento de peso, sonolência e disfunção sexual), pode ser utilizada em associação
com outros medicamentos indicados pelo médico.
4. Citalopram
Este medicamento é próprio para o tratamento da depressão, do pânico e do
transtorno obsessivo compulsivo. Os principais efeitos do citalopram são observados
entre 2 a 4 semanas após o início do uso. Atua corrigindo as concentrações
inadequadas de neurotransmissores, como a serotonina.
91
Medicamentos psiquiátricos para ansiedade
1. Diazepam
Gera alívio sintomático da ansiedade e outras patológicas associadas à
síndrome da ansiedade generalizada, incluindo também insônia e síndrome do
pânico. O diazepam produz um efeito calmante no corpo e também funciona como
sedativo. O efeito é notado após 20 minutos de sua ingestão, sendo que sua
concentração máxima é atingida de 30 a 90 minutos depois de sua administração.
2. Bromazepam
Indicado para ansiedade, tensão, transtornos do humor e esquizofrenia. Em
doses baixas, reduz a tensão e ansiedade e, em mais elevadas, tem efeito sedativo
e relaxante muscular. Seu uso é recomendado apenas em quadros graves ou
incapacitantes.
3. Alprazolam
O alprazolam é usado no tratamento de transtornos de ansiedade e do
pânico, com ou sem agorafobia. Ele atua principalmente no sistema nervoso central,
por isso, pode haver leve comprometimento de reflexões leves e sonolência durante
o dia. Reduz a manifestação de sintomas como tensão, apreensão, irritabilidade,
insônia, taquicardia, hiperatividade, etc.
4. Lorazepam
Atua como controle do transtorno de ansiedade generalizada ou para o alívio
dos sintomas no cotidiano. Pode ser também usado como medicação complementar
no tratamento da ansiedade em estados psicóticos e depressão profunda. Age em
diversos receptores em locais diferentes do sistema nervoso central, diminuindo a
geração de estímulos nervosos dos neurônios. Dessa forma, reduz a ansiedade.
92
Medicamentos psiquiátricos antipsicóticos
1. Clozapina
Usado na redução do risco de comportamento suicida em pacientes com
esquizofrenia ou transtorno esquizo afetivo. É recomendado quando há reincidência
da tentativa de suicídio e funciona como bloqueador do receptor D4, ou receptor de
dopamina, no cérebro.
2. Amissulprida
A amissulprida atua rapidamente no organismo, melhorando tanto os
sintomas positivos, associados aos comportamentos psicóticos incomuns em
pessoas saudáveis, como alucinações, delírios e perturbações do pensamento;
quanto aos sintomas negativos, caracterizados pela interrupção de emoções e
comportamentos normais, como redução da fala, do afeto e do prazer pela vida. A
ação terapêutica possui dois picos: um efeito uma hora após a ingestão e o
segundo, entre 3 a 4 horas.
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3. Quetiapina
A quetiapina é um antipsicótico atípico. É usada para tratar insônia,
esquizofrenia, quadros de depressão e ansiedade (como um potencializador),
transtorno bipolar. A quetiapina age de forma diferente em cada região do cérebro.
Nas áreas centrais, ela bloqueia a dopamina, assim, diminui sintomas de insônia,
irritabilidade, ansiedade e controla também o impulso.
Em pessoas que apresentam esquizofrenia, ajuda a diminuir delírios e
alucinações. As doses neste caso são mais altas. Ela também melhora o humor e as
interações sociais. Os efeitos dependem da dose utilizada. Os efeitos começam a
aparecer entre 2 a 4 semanas.
4. Risperidona
Este antipsicótico trata esquizofrenia, transtorno de estresse pós-traumático,
transtorno bipolar e irritabilidade associada com o autismo. Sua ingestão pode ser
tanta pela via oral quanto injetada no músculo. Atua também em distúrbios que
causam agressividade, desconfiança e isolamento social. O tempo de ação dela é
após 1 hora da ingestão.
Anticonvulsivante
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Possuem mecanismos de ação distintos, mas todos com efeitos
antiepilépticos. Na tabela abaixo é possível reconhecer os mais utilizados no
mercado.
As Oficinas Terapêuticas
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___________________________________________________________________
Qualidade no Atendimento:
Atendimento é todo serviço prestado pelo profissional que tem contato direto
com o público. O bom atendimento faz parte da nova conscientização em que o
papel do profissional deve ser cumprido com responsabilidade.
1. Gostar do trabalho.
3. Ouvi-lo cuidadosamente.
4. Ajudá-lo a se expressar.
Observação:
Anotações de Enfermagem:
Data.
Horário.
Sinais Vitais.
Sinais e Sintomas
Queixas.
Intercorrências.
Uma pessoa é resultado das relações interpessoais que teve durante sua
vida. Há sempre uma relação de causa e efeito.
Quem precisa de ajuda busca atenção por não poder cuidar de si mesmo.
100
Existem algumas características necessárias para se estabelecer uma relação
terapêutica:
Ser sincero
Estar disponível.
Ter sensibilidade.
Oferecimento de Apoio:
101
Colocação de Limites:
Medidas de Segurança:
102
Manter os pacientes muito agitados em ambientes com poucos estímulos e
sob supervisão mais direta.
COMPORTAMENTOS DO
AÇÕES ADEQUADAS DA EQUIPE DE ENFERMAGEM
PACIENTE
Observa-se o comportamento do paciente no
manejo de objetos que possam ser utilizados para
suicídio
Informa aos membros da equipe que fiquem
O paciente promete suicidar-se alertas
Comunica o fato a enfermeira ou médico
Registra no prontuário do paciente e no livro de
ocorrências de enfermagem
Procura identificar os motivos de tal
comportamento
O paciente agride determinado Ajuda o paciente a mudar de atitude se seus
profissional motivos são reais
Registra a ocorrência em relatório de enfermagem
103
Estimula o paciente a manifestar seus
sentimentos
Proporciona ao paciente um ambiente mais
tranquilo
Procura ajuda-lo a identificar as causas do
O paciente chora choro
Procura ajudar o paciente a enfrentar a
situação
Estimula o paciente a participar do
tratamento
Registra o comportamento do paciente
104
Procura ser atencioso e firme com o paciente
Manter contatos pequenos e frequentes com o
paciente
Demonstra interesse, fazendo perguntas sobre
seu sono, alimentação, conforto, etc.
O paciente que se isola
Estimula o paciente a se relacionar com os
demais
Registra seu comportamento, principalmente os
sinais de progresso no seu relacionamento com
as pessoas
Luto
105
reflete um processo de adaptação após o encerramento de um ciclo. A morte de
alguém, o fim de um relacionamento, a saída de um emprego, até mesmo a venda
de uma casa, podem desenvolver o Luto em um indivíduo.
Fases do Luto:
1. Negação:
2. Raiva:
3. Negociação ou Barganha:
4. Depressão:
Nesta quarta fase ocorre a reclusão da pessoa para o seu mundo interno,
onde ela passa a se isolar e a se considerar impotente frente ao ocorrido.
Geralmente, é a fase mais duradoura do processo do luto, caracterizada por um
sofrimento intenso. Para o paciente com uma doença incurável, essa fase é
106
marcada pela interiorização, o paciente começa a preferir o silêncio e o isolamento,
não quer receber visitas e nem acompanhar os fatos.
5. Aceitação:
Lembre-se que nem sempre os indivíduos vão passar por todas as fases do
luto de forma tão clara. E que ele pode experimentado de maneiras bem diferentes
dependendo da formação psíquica do indivíduo, da sociedade em que vive e de
suas experiências pessoais anteriores.
107
4) Participar das decisões referentes aos seus cuidados e tratamentos.
5) Receber cuidados médicos e de enfermagem mesmo que os objetivos de
cura mudem para os de conforto.
6) Ser avaliado na dor e no desconforto.
7) Estar acompanhado no momento de sua morte.
8) Ter suas questões respondidas honestamente.
9) Não ser enganado.
10) Receber ajuda dos familiares, no momento da aceitação da morte, e que
estes também sejam ajudados.
11) Morrer em paz e com dignidade.
12) Conservar sua individualidade.
13) Ter seu corpo respeitado.
14) Ser cuidado por pessoas sensíveis e competentes que possam ajudá-lo a
enfrentar a morte e garantir sua privacidade.
___________________________________________________________________
Síndrome de Burnout
110
certo cinismo na relação com as pessoas do seu trabalho e aparente insensibilidade
afetiva. Finalmente o paciente manifesta sentimentos de falta de realização pessoal
no trabalho, afetando sobremaneira a eficiência e habilidade para realização de
tarefas e de adequar-se à organização.
Nossa sociedade é representada por seu aspecto onde o homem tem sua
vida social e ritmo orgânico ligada à vivência diurna, ou seja, o homem costuma
acordar no período da manhã, onde temos a luz do dia e dormir durante a noite
(quando o sol se põe). A organização temporal do trabalho em turnos e noturno traz
inegáveis prejuízos para a saúde do trabalhador, tanto no aspecto físico, como
psíquico, emocional e social; em virtude das organizações do trabalho, ocorrem
marcas indeléveis no trabalhador.
As medidas para lidar com os efeitos adversos do horário de trabalho não são
propriamente soluções para esses problemas, mas recomendações que visam
minimizar as dificuldades dos trabalhadores quanto à saúde e ao bem-estar
psicossocial. Essas medidas incluem mudanças nos esquemas temporais de
trabalho e intervenções que permitem aos trabalhadores lidar com o esquema de
trabalho ou tendem a reduzir suas consequências.
Há uma complexa rede de fatores que podem ser modificados para facilitar a
tolerância do trabalhador ao trabalho em turnos. Além das medidas coletivas, o
próprio trabalhador pode adotar algumas rotinas especiais para lidar melhor com
seus horários de trabalho.
112
Deve-se estabelecer sistemas de revezamento que reduzam o débito de sono
(evitar o trabalho em mais de duas noites seguidas, e um período de pelo menos
24 horas após cada período de trabalho noturno)
113
Cuidar de si, da nossa dor, do nosso fracasso, do medo, da raiva, da inveja,
da humilhação, do sentimento de impotência perante determinada situação, cuidar
de tudo o que nos abate e deprime, é o meio pelo qual podemos chegar a tocar em
outro ser. Cuidar daquilo que nos faz mal possibilita a chegada serena perante o
outro ser que precisa de cuidado.
114
REFERÊNCIAS:
ALVARES, Julia Paglioza. Philippe Pinel (1765-1826) - Uma nova concepção de loucura.
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2001. BRASIL. Ministério da Saúde. A Política do Ministério da Saúde para
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rev. ampl.– Brasília:Ministério da Saúde, 2004.
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KAPLAN, H.I.; SADOCK, B.J.; GREBB, J.A. Compêndio de Psiquiatria. 7.ed. Porto Alegre:
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Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997.
ODA, Ana Maria Galdini Raimundo; DALGALARRONDO, Paulo. História das primeiras
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SOUZA, M. I. Na Trama da Doença: uma discussão sobre redes sociais e doença mental.
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STUART, G.M.; LARAIA, M.T. Enfermagem Psiquiátrica. Rio de Janeiro: Reichmann &
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116