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2023/2024
A APRENDIZAGEM
O que a aprendizagem?
Aquisição ou mudança relativamente estável e duradoura do comportamento e/ou conhecimento,
que deriva da experiência, da prática e do estudo e não só da maturação ou de transformações
físicas ou fisiológicas e com uma função adaptativa relativamente ao meio e às suas mudanças.
A importância da aprendizagem
Permite adquirir características humanas;
Permite adquirir diversos modos de agir e de reagir, de alterar os nossos comportamentos para
nos adaptarmos a novas circunstâncias que, inevitavelmente, enfrentamos num mundo em
constante mutação;
Permite adquirir distintos tipos de saberes: saber intelectual; saberes-fazer, saberes ser ou
estar;
Condiciona ou forma o nosso pensamento, as motivações, as atitudes, a personalidade….
TIPOS DE APRENDIZAGEM
1. APRENDIZAGEM NÃO ASSOCIATIVA
Habituação – consiste em aprender a não reagir a determinado estímulo como forma de protecção
e defesa.
Reconhecemos e ignoramos estímulos sem importância ou significado que são repetidos. (exemplo:
ruído da cidade para dormir ou estudar; conversas quando nos queremos concentrar em
determinada tarefa).
Da imensa quantidade de estímulos a que estamos sujeitos em cada momento, ignoramos a maior
parte deles porque nos habituamos, não lhes dando, por isso, atenção. É então graças à habituação
que conseguimos selecionar do meio ambiente o que nos interessa, centrando a nossa atenção no
que é essencial para nós.
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A habituação e a sensitização são duas formas de aprendizagem não associativa porque o indivíduo
não relaciona estímulos entre si ou estímulos e respostas específicas.
Ivan Palov é o cientista que define esta aprendizagem: afirmava que a aprendizagem resulta de
associações entre estímulos e respostas;
Estímulo - Qualquer elemento do meio que produz efeito sobre o organismo;
- Provoca uma reação, uma alteração no comportamento.
Resposta - Qualquer atividade do organismo que se segue ao Estímulo;
- Pode ser um movimento, uma secreção glandular, um pensamento, uma emoção.
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acionava, por acaso, a alavanca que abria a porta, comendo o alimento quando saía. Com a
repetição da experiência, o gato demorava cada vez menos tempo a resolver o problema. A partir
de certa altura ao entrar na caixa, dirigia-se diretamente à alavanca, pressionava-a e abria a porta
comendo de imediato o alimento. Isto significa que depois de várias tentativas e erros o animal
aprendeu a resolver o problema.
O investigador concluiu que as respostas desadequadas – atirar-se contra as grades, saltar, miar –
eram substituídas progressivamente por respostas eficazes. Chegou à conclusão que há respostas
que são enfraquecidas e outras que são fortalecidas, formulando a lei do efeito para explicar este
processo.
Assim, se a resposta for recompensada, fortalecer-se-á; se não houver recompensa ou se houver
castigo, a resposta enfraquecerá. São retidas as respostas mais adequadas, mais eficazes: a
aprendizagem desempenha um papel importante no processo de adaptação ao meio ambiente
Existe, assim, uma associação entre estímulo e a resposta que é acompanhada pela recompensa e
que produz um estado de satisfação. A ligação enfraquece ou desaparece se for seguida de um
estado de insatisfação motivada pela ausência de recompensa ou pela punição.
EXPERIMENTAÇÃO DE SKINNER
Segundo Skinner um organismo tende a repetir as respostas que têm consequências favoráveis. O
alimento, neste caso constitui o REFORÇO. Neste caso, é POSITIVO, dado que o animal tudo o fará
para o obter.
O reforço também pode ser NEGATIVO. Skinner ilustrou o reforço negativo com a seguinte
experiência:
1º Utilizou estímulos dolorosos ou desagradáveis: o rato é colocado numa gaiola, sobre uma rede
metálica, ao fundo da qual existe um pedal.
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2º Pela rede faz-se passar uma corrente elétrica que pode ser interrompida se o pedal for
carregado.
3º O animal, após várias tentativas, aprende a evitar a dor, carregando no pedal.
Reforço: estímulo que aumenta a probabilidade de um comportamento se repetir. O estímulo
surge como consequência de uma ação e fortalece a nossa tendência para a repetir. Pode ser
positivo ou negativo.
Reforço positivo: Estímulo que tem consequências positivas e agradáveis e que se segue a um dado
comportamento. sempre que um comportamento ou ação, em virtude das suas consequências, nos
permite obter algo agradável.
Tendemos, por isso, a repeti-la, de modo a fazer com que o reforço ocorra de novo.
Ex: Estudar disciplinadamente e obter boa nota.
Reforço negativo: O sujeito evita uma situação dolorosa se se comportar de determinado modo.
Quando uma ação tem como consequência evitar uma situação indesejável, remover um obstáculo
ou pôr termo a uma situação desagradável. Tende por isso a ser repetida.
Ex: Trabalhar bem e evitar assim ser despedido.
Punição: toda e qualquer consequência de uma ação que enfraquece a nossa tendência para a
repetir.
Deve notar-se que no caso da punição o estímulo aversivo ocorre depois da resposta ou
comportamento e eventualmente diminui a probabilidade de esta se verificar de novo; no caso do
reforço negativo, o estímulo aversivo acontece antes da resposta e a sua negação torna possível a
repetição da mesma resposta.
Skinner não considerava a punição como uma forma efetivamente poderosa e eficaz de influenciar
o comportamento. Aplicando a punição a ratos, verificou que a probabilidade de o comportamento
castigado acontecer de novo diminui. Contudo, apenas temporariamente se eliminou o
comportamento indesejável. Além disso, este processo pode conduzir a comportamentos
emocionais negativos.
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• Reforço vicariante ou indireto – o reforço é recebido pelo modelo. Ex. A criança observa que
uma outra pessoa por ter determinado comportamento é elogiada, é recompensada, então este
facto estimula-a a imitar esse comportamento.
APRENDIZAGEM VICARIANTE E A
IMPORTÂNCIA DA MODELAÇÃO
Albert Bandura desenvolveu numerosas
experiências que fundamentaram a
aprendizagem por modelação, também
conhecida por aprendizagem social ou
aprendizagem por observação, dado que
resulta da interação e da imitação social.
Muitas vezes aprendemos ao observarmos o
comportamento dos outros e ao imitá-lo. Este tipo de aprendizagem é uma aprendizagem social ou
por modelagem. As pessoas que tentamos imitar constituem modelos para nós, daí a designação
para este tipo de aprendizagem.
Ao observarmos o comportamento dos outros, principalmente daqueles que elegemos como
modelos, observamos também as consequências dos seus comportamentos, as positivas e as
negativas. Consoante essas consequências ficamos a saber se o comportamento deve ser imitado
ou evitado. O reforço neste tipo de aprendizagem é um reforço indireto ou vicariante, porque é
atribuído aos outros e não a nós diretamente.
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É um tipo de aprendizagem que tem um papel importante no processo de socialização, por isso não
nos permite apenas a aquisição de competências cognitivas, mas também atitudes, valores, regras
de comportamento.
Nesta forma de aprendizagem é importante é importante que algumas condições se cumpram,
nomeadamente a atenção em relação ao comportamento dos outros e a retenção na memória do
comportamento observado, bem como das suas consequências. É importante também efetuarmos
a avaliação do comportamento dos outros e, finalmente a reprodução desse comportamento.
5 - Aprendizagem simbólica
Ausubel como exemplo teórico - Aprendizagem por símbolos
Para Ausubel, a aprendizagem tem de ser significativa, este é um ponto central na sua teoria. O que
vai ser aprendido tem de fazer sentido para o indivíduo que aprende e isto só acontece quando a
nova informação se ancora nos conceitos relevantes já existentes na estrutura cognitiva do
indivíduo.
Quando o material a ser aprendido não é associado a algo já conhecido, ocorre o que Ausubel
chamou de aprendizagem mecânica. Ou seja, isto ocorre quando as novas informações são
aprendidas sem interagirem com conceitos relevantes existentes na estrutura cognitiva. Estas
aprendizagens ocorrem quando se memorizam fórmulas, leis, etc.
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Quando um indivíduo adquire informações numa área completamente nova, ocorre a aprendizagem
mecânica até que alguns elementos de conhecimento, novas informações na mesma área, existam
na estrutura cognitiva e possam servir de âncora. A aprendizagem mecânica e a aprendizagem
significativa encontram-se em extremos opostos de um processo contínuo. Ao incorporarem novos
conteúdos, as estruturas cognitivas evoluem.
Assim, o ensinante que adote estratégias enquadradas nas teorias cognitivistas deverá ter em
atenção os seguintes aspetos:
Fazer introduções no início de cada nova etapa da aprendizagem
Procurar a ancoragem do novo conhecimento: recorrer a problemas concretos, usar uma
linguagem adequada e compreensível para o formando, sinónimos, citar exemplos, explicar
de maneiras diferentes (por exemplo, usar termos como "isto é", "ou seja") e usar uma
argumentação lógica;
Recorrer à diferenciação progressiva, isto é, apresentar primeiro as ideias mais gerais e,
progressivamente, deverá diferenciá-las com detalhe e especificidade;
Utilizar a reconciliação integradora, isto é, no final de cada etapa da FCT o tutor deverá
apresentar as relações
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