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Foi no estudo com animais em laboratório, em especial a digestão de cães, que Pavlov
percebeu que alguns estímulos provocavam a salivação e a secreção estomacal no animal, o
que deveria ocorrer apenas quando o animal ingerisse um alimento. A partir disso, ele
percebeu que o comportamento do cão estava condicionado a esses estímulos, normalmente
aplicados poucos instantes antes do cão se alimentar.
Há uma série de termos presentes na teoria de Pavlov que merecem ser explicitados:
1 - Emparelhamento:
Associação de estímulos. Para o condicionamento, usa-se normalmente um estímulo
incondicionado em conjunto com um estímulo neutro.
2 - Estímulo incondicionado:
Evento que produz naturalmente uma certa resposta reflexa. Por exemplo, a irritação nasal
(estímulo incondicionado) causa naturalmente o espirro (resposta reflexa ou reflexo
incondicionado).
3 - Estímulo neutro:
Evento que não provoca nenhuma espécie de resposta reflexa.
4 - Estímulo condicionado:
Estímulo inicialmente neutro, que passa a produzir uma resposta reflexa a partir de uma
sucessão bem sucedida de emparelhamentos. Um estímulo neutro, depois de ser emparelhado
um número suficiente de vezes com um estímulo incondicionado, passa a produzir a mesma
resposta que este, podendo substituí-lo.
Aquisição : O processo que consiste na gradual formação de uma conexão ou associação entre
o estímulo condicionado e o estímulo incondicionado.
Extinção : A redução ou a eliminação da resposta aprendida devida ao facto de o E.C. ser
repetidamente apresentado sem o E.I.
Recuperação espontânea : O retorno, embora sob forma enfraquecida, da resposta
condicionada após uma certa quantidade de tempo sem contacto com o estímulo
condicionado.
Generalização do estímulo : Processo que consiste no facto de a resposta original a um
estímulo particular também ocorrer na presença de estímulos similares.
Discriminação dos estímulos : Processo que consiste em aprender a responder a um estímulo
particular e a não responder ou reagir a estímulos semelhantes ao original.
Exemplos
1 – A publicidade à cerveja aplica alguns princípios do condicionamento clássico ao apresentar
pessoas de aspecto agradável e atraente a saboreá-la enquanto conversam e riem ou sorriem,
quer numa praia bonita e cheia de sol quer num confortável apartamento. Os produtores de
cerveja esperam que os espectadores associem um estímulo neutro (uma lata ou uma garrafa
de cerveja) a um estímulo não condicionado que naturalmente suscita uma resposta
emocional positiva (as situações agradáveis), de modo a que a cerveja por si só induza uma
resposta de agrado (sentir-se bem só de pensar que se vai beber tal cerveja). O mesmo
acontece com outros produtos publicitados por pessoas atraentes, bem-parecidas, admiradas
(as celebridades em geral). O raciocínio dos produtores é o seguinte: se os produtos ou
estímulos em princípio «neutros» forem associados a pessoas de que gostamos, então é muito
provável que com o tempo esses produtos sejam também desejados.
2 – Uma criança aprende a recear o centro de saúde ao associá-lo com a resposta espontânea
de desagrado a uma injecção dolorosa.
3 – Os homens de negócios costumam reunir-se com os seus clientes em restaurantes luxuosos
e de excelente reputação gastronómica na possível expectativa de que os produtos ou serviços
que querem vender suscitem uma resposta tão positiva como o bom aspecto e a boa comida
do restaurante.
Ele afirma que uma conexão é fortalecida quando seguida de uma consequência satisfatória (é
mais provável que a mesma resposta seja dada outra vez ao mesmo estímulo) e, inversamente,
se a conexão é seguida de um "estado irritante" ela é enfraquecida (é provável que a resposta
não seja repetida). Dito de outro modo: de acordo com a “lei do efeito” expressa por
Thorndike, tendemos a repetir as ações que têm consequências favoráveis (aumento da
frequência da ação) e a não repetir as ações que têm consequências desfavoráveis (diminuição
da frequência da ação).
B.F.Skinner (1904-1990)
Diferentemente do condicionamento (clássico), o condicionamento operante não se apoia em
reações provocadas por estímulos, mas em comportamentos emitidos pelo próprio organismo
que são seguidos de uma consequência. Se esta consequência é agradável, o comportamento
tende a se repetir. Ao contrário, se a consequência for desagradável o comportamento (ou
resposta) tem menos probabilidade de se repetir. Estas consequências são chamadas pelos
comportamentalistas de reforços ou estímulos reforçadores e são eles que modelam o
comportamento dos indivíduos, criando os hábitos. Segundo Skinner, grande parte do
comportamento humano é aprendido por condicionamento operante.
Reforço e e punição
O condicionamento operante é, segundo Skinner, uma forma de aprendizagem na qual a
probabilidade de ocorrência de uma resposta ou comportamento aumenta ou diminui
conforme a sua consequência é um reforço (positivo ou negativo) ou uma punição.
Entende-se por reforço toda e qualquer consequência de uma ação que fortalece a nossa
tendência para a repetir. O que é reforçar um comportamento? Já o sabemos, é tornar
provável que ele seja repetido ou aumentado de frequência.
Entende-se por punição toda e qualquer consequência de uma ação que enfraquece a nossa
tendência para a repetir. Em síntese:
Reforço - Processo que aumenta a probabilidade de nova ocorrência de um comportamento.
Reforço positivo - Fortalecimento de um comportamento em virtude de este se ter revelado
um bom meio para obter algo desejado.
Reforço negativo - Fortalecimento de um comportamento em virtude de este se ter revelado
um bom meio para evitar, afastar ou pôr termo a algo indesejado e desagradável.
O que é punir/castigar um comportamento? É tornar provável que ele não se repita ou, pelo
menos, que diminua de frequência. A punição tem um efeito oposto ao do reforço negativo.
Se a Joana come a sopa para evitar que os pais a proíbam de ver televisão, é muito provável
que o comportamento se repita no futuro sempre que não queira passar por essa situação
desagradável. O comportamento – comer a sopa – é reforçado negativamente: é um meio
para evitar algo desagradável (reforço negativo).
Se a Joana recusa comer a sopa e os pais a proíbem, como consequência desse
comportamento, de ver televisão, estamos perante uma punição/castigo, um meio para retirar
algo agradável (punição negativa).
CONDICIONAMENTO OPERANTE
COMPORTAMENTO CONSEQUÊNCIA EFEITO NO COMPORTAMENTO
Estudar Estímulo satisfatório : A tendência para estudar aumenta, é
Boas classificações fortalecida ou mantém-se.
Conduzir a velocidade Estímulo desagradável: A tendência para conduzir a velocidade
excessiva Acidente com traumatismo excessiva diminui, é enfraquecida
craniano ou desaparece.
PROCESSO COMPORTAMENTO CONSEQUÊNCIA EFEITO NO
COMPORTAMENTO
Reforço Estudar com a Boa classificação no A tendência para os
positivo namorada para o teste teste para ambos. dois namorados
de Psicologia. estudarem em conjunto
para outros testes é
fortalecida.
Reforço Tomar uma aspirina Alívio significativo da A tendência para tomar
negativo para combater uma dor de cabeça aspirina quando surgir
forte dor de cabeça. (remoção deste outra dor de cabeça é
estímulo aversivo ou fortalecida.
desagradável).
Punição Joana recusa-se a Os pais castigam-na A tendência para
comer proibindo-a de ver recusar comer a sopa
a sopa. televisão. eventualmente
diminuirá
(é enfraquecida).
Se, como já vimos, aprendemos com o que nos acontece (caso da aprendizagem por
condicionamento clássico – passiva) e se, como já vimos também, aprendemos com as
consequências dos nossos próprios atos (caso da aprendizagem por condicionamento
operante – ativa e voluntária), ficamos agora a saber que também aprendemos, e com muita
frequência, observando e imitando o comportamento dos outros. Trata-se da aprendizagem
observacional ou social, teorizada por Bandura. Recebe também o nome de aprendizagem por
modelação porque as pessoas cujos comportamentos tendemos a imitar têm o nome de
modelos.