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Resumos Psicologia da Aprendizagem

Psicologia da Aprendizagem (Universidade de Évora)

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1. Introdução à Psicologia da Aprendizagem


1.1. Definição de Aprendizagem
Conceito de Aprendizagem
I- Definição: Não existe uma definição universalmente aceite, no entanto de
forma geral aceita-se como sendo uma mudança relativamente permanente.

Definição BEHAVORISTA: A aprendizagem é uma mudança relativamente permanente


no comportamento, devido à experiência e observáveis diretamente.
Definição COGNITIVISTA: A aprendizagem é uma mudança relativamente permanente
nas associações mentais devido à experiência.
II- Critérios para considerar que ocorreu aprendizagem:

1º Critério: Existência de uma mudança no comportamento ou na capacidade.


Aprender envolve desenvolver novas ações ou modificar as anteriormente
existentes.
a) Para os BEHAVORISTAS são somente as mudanças que podemos observar
diretamente
b) Para os COGNITIVISTAS são também mudanças que não podemos observar
diretamente, como:
 Pensamentos, sentimentos, e motivos experienciados que não podem ser
observados diretamente, mas sim pelo que as pessoas dizem, escrevem
ou fazem.
 São mudanças que as pessoas não demonstram quando a aprendizagem
está a ocorrer.
 Podem ser inferidas a partir de produtos

2º Critério: A mudança deve ser permanente/ durar longo tempo


3º Critério: A aprendizagem ocorre através da prática ou de outras formas de
experiência (por exemplo, observação).
Em síntese, a aprendizagem é:
 Um Processo: Realiza-se num tempo mais ou menos longo.
 Uma Construção Pessoal: Passa por uma experiência pessoal de quem aprende e
por um equilíbrio entre o adquirido e o que falta adquirir.
 Um Processo Experiencial: Interior à pessoa, ocorre no interior do individuo
através de um processo de transformação e mudança, mas apenas possível de ver
os seus efeitos.
 Verificável/ Observável: Através de modificações no comportamento
(manifestações exteriores e observáveis dos seus efeitos)

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 Relativamente estável: Ações que o sujeito passa a realizar de forma consistente


depois de um período de aprendizagem.

1.2. Aprendizagem, Desenvolvimento, Educação e Ensino

Relação Desenvolvimento e Aprendizagem

 Cada princípio da aprendizagem pressupõe um nível adequado de


desenvolvimento
 O desenvolvimento está intimamente ligado à aprendizagem
 Aprendizagem e maturação podem ser vistas como componentes do
desenvolvimento
 O nível de desenvolvimento coloca constrangimentos à aprendizagem (o
quê, onde, porquê, e como aprender)

Relação Aprendizagem e Ensino


 Historicamente existiu escassa ligação entre os campos da aprendizagem e
do ensino, em termos teóricos e de pesquisa

Atualmente:
 Os investigadores examinam também os processos de aprendizagem que
ocorrem durante a instrução, especialmente na escola e nos contextos onde
as pessoas aprendem.
 Investigadores de diferentes tradições aceitam a ideia de que o ensino e a
aprendizagem interagem

2. Teorias Comportamentais da Aprendizagem


A mudança de comportamento observável ocorre através de 4 processos de
aprendizagem:
 Contiguidade (associações simples);
 Condicionamento Clássico;
 Condicionamento Operante;
 Condicionamento Vicariante.

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Princípio da Contiguidade
 Sempre que duas sensações se produzem juntas, ao fim de algum tempo
começam a associar-se.
 Se posteriormente só uma delas surgir (estímulo), a outra será recordada e
aparecerá (resposta).

2.1. Condicionamento Clássico (Pavlov)


Elementos:
 Estímulo Neutro- estímulo que não produz dada resposta antes do
condicionamento
 Estímulo Incondicionado- estímulo que de uma forma automática provoca uma
dada resposta fisiológica ou emocional
 Estímulo Condicionado- estímulo que evoca uma resposta fisiológica ou
emocional após ter ocorrido o processo de condicionamento
 Resposta Incondicionada- resposta fisiológica ou emocional que ocorre
normalmente na sequência de um estímulo incondicionado
 Resposta Condicionada- resposta que foi aprendida para um estímulo
inicialmente neutro e similar à resposta original

Ocorrido o condicionamento, o que mais pode acontecer?


 GENERALIZAÇÃO: quando a resposta condicionada a um estímulo tende a ser
emitida também com outros estímulos semelhantes. Respostas idênticas face a
similaridades.
 DISCRIMINAÇÃO – Processo que leva a responder a certos estímulos, mas não
a estímulos similares. Respostas diferentes face a pequenas diferenças.
 CONDICIONAMENTO DE ORDEM SUPERIOR – Um outro estímulo neutro
provoca a mesma resposta condicionada antes para outro estímulo

E para terminar com o condicionamento?


 EXTINÇÃO – única forma de quebrar a associação entre um estímulo e uma
resposta condicionada.
-Alcança-se quando o EC perde o poder de evocar a RC
-Consegue-se apresentando o EC sozinho (i.e., sem que se siga o EI; ex.
apresentar repetidamente o som sem se apresentar a carne).

Dessensibilização:
1. Fase: definição da hierarquia da ansiedade por relação com as situações de teste.
Ex- baixa ansiedade ao ouvir anunciar o exame e ao organizar o material de
estudo; ansiedade moderada ao estudar na noite anterior ao teste a ao entrar na

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sala no dia do teste; elevada ansiedade ao receber o teste na sala e ao não saber a
resposta a uma questão.

2. Fase: aprender a relaxar. Ex- Aprender a relaxar por exemplo imaginando cenas
agradáveis e chaves de relaxamento (ex. dizendo “relax)

3. Fase: o estudante estando descontraído imagina a situação menos ansiosa da


hierarquia. Repetição. Até que imagina a segunda cena menos ansiosa (Idem)

2.2. Condicionamento Operante (Skinner)


 As respostas são controladas pelas suas consequências e não pelo estímulo
antecedente.
 A aprendizagem ocorre quando realizamos comportamentos
 A resposta tem de ser dada para o reforço ser dado.
 O reforço muda o tipo ou o número de ocorrência da resposta

 Skinner retoma a lei do efeito de


Thorndike, e introduz alguns aspetos e chama-lhe “reforço”.
 REFORÇO- aumenta a força da resposta e a sua ocorrência.
 Os reforços são definidos pelos seus efeitos

Reforço positivo- Apresentar um Estímulo ou adicionar algo a uma situação, a


seguir a uma resposta que aumenta a probabilidade dessa resposta ocorrer nessa
situação.

Reforço Negativo- Remover um Estímulo ou retirar algo a uma situação a seguir


a uma resposta que aumenta a probabilidade dessa resposta ocorrer nessa
situação.

Extinção- Envolve o declínio da resposta por não haver reforço. Deixar que a
resposta ocorra, mas não a reforçar.

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Esquemas de Reforço:
CONTINUO- sempre que a pessoa dá uma resposta adequada, é reforçada.
Aconselhável no início da aprendizagem de novos comportamentos.
INTERMITENTES- reforço de algumas respostas corretas, mas não de todas. Definidos
em termos de
tempo (intervalo
fixo\ variável) ou
número de
respostas
(proporção fixa\
variável) entre os
reforços.

Método Shaping (aproximações sucessivas): é um reforço diferencial de aproximações


sucessivas à forma
desejável de
comportamento.

Conexionismo: Aprendizagem por tentativa e erro- Thorndike

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A sua teoria é uma teoria de condicionamento, porque enfatiza associações entre E-R
como base da aprendizagem.
Surgiu através de estudos experimentais com animais, em situações de prolemas tentado
atingir um objetivo. A aprendizagem ocorre por tentativa e erro (selecionando e
conectando\ associando) ex: gato na gaiola- apos uma série de respostas ao acaso, o gato
carrega na alavanca e escapa. Depois de tentativas o gato escapa mais depressa e faz
menos erros.
Conclusões parciais:
 A aprendizagem por tentativa e erro ocorre gradualmente (aumentando)
consoante as respostas bem-sucedidas são estabelecidas e as infrutíferas
abandonadas.
 As conexões\ associações são formadas mecanicamente através da repetição, a
consciência não é necessária.
1. Lei do exercício: lei do uso (quanto mais for utilizada uma conexão E-R mais
forte se torna. Lei do desuso (quanto menos for usada uma conexão E-R mais
enfraquece (é esquecida)). Mais tarde, a prática leva a uma melhoria se for
seguida de uma recompensa.
2. Lei do efeito: Uma conexão E-R é fortalecida se for seguida de uma satisfação
(recompensa). Uma conexão E-R é enfraquecida se for seguida de
aborrecimento (punição).

2.3. Aprendizagem Social ou Modelação- Vicariante (Albert Bandura)


 Tem como pressuposto que é no contexto das interações sociais que se
aprendem comportamentos que nos permitem viver em sociedade e que
possibilitam o desenvolvimento de capacidades como falar, ler, escrever…
 Introduz e realça o efeito que a modelagem, observação e a imitação podem
ter sobre a aprendizagem
 Mantém a ideia de que os comportamentos são aprendidos, que o
comportamento é adquirido, mantido e modificado por mecanismos básicos da
aprendizagem, como o reforço positivo ou negativo; mantém a ideia de que há a
decomposição dos comportamentos complexos em unidades de análise mais
simples
 Contundo, acrescenta a ideia da aprendizagem através da observação de
modelos sociais.

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 Amplia a perspetiva da aprendizagem comportamentalista: inclui o estudo de


processos cognitivos que não podem ser observados diretamente, como
expetativas, pensamentos e crenças.
 Considera como importantes na aprendizagem fatores externos e internos

Progressivamente, Bandura vai demonstrando, também, o papel relevante de vários


processos cognitivos na aquisição, manutenção e modificação de comportamentos,
no campo da aprendizagem, passando a sua teoria a ser conhecida como Teoria
Social Cognitiva.
1- Modelagem\ Condicionamento Operante
 Reconhece a importância do Condicionamento operante, mas considera que
nem toda a aprendizagem resulta do reforço direto de respostas.

Ao contrário da linha behavorista de Skinner, Bandura acredita que o


ser humano é capaz de aprender comportamentos sem qualquer tipo de
reforço, sendo suficiente a observação do comportamento dos outros,
mesmo quando as respostas imitativas não são reforçadas.

2- Interações Recíprocas
 Preocupa-se com a aprendizagem que ocorre no contexto de uma situação
social
 No decurso de uma interação social, o sujeito pode modificar o seu
comportamento como resultado de respostas a outros membros do grupo.
 O comportamento, as estruturas cognitivas internas e o meio interagem de
forma indissociável.
 As pessoas são até certo ponto produto do seu meio, mas também escolhem e
moldam o seu meio

Modelo Triádico de Causalidade


Existe uma interação
recíproca entre fatores
internos, fatores externos e o
comportamento do sujeito,
através da qual se
influenciam mutuamente
(causalidade recíproca).

Outra grande diferença relativamente às teorias comportamentais diz respeito ao


papel do sujeito que aprende. Ou seja, para os comportamentalistas radicais o ambiente
molda a pessoa, enquanto para os teóricos da aprendizagem social a pessoa tem um
papel ativo – a pessoa também atua sobre o ambiente, existindo uma interação recíproca

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3- Aprendizagem Inativa e Vicariante


A aprendizagem ocorre:
A) INATIVAMENTE: através das consequências da ação de si próprio; As
consequências servem de informação e motivação para o sujeito.
B) VICARIANTE: é uma aprendizagem mediante a observação dos outros (é outra
pessoa que realiza a ação e experiencia as suas consequências); a pessoa aprende
através da experiência alheia- modelação.

4- Aprendizagem Através da Observação


Formas principais:
A) Reforço e castigo indiretos – observação das consequências do comportamento de
outros.
B) Por imitação da conduta de um modelo mesmo quando o mesmo não recebe reforço
ou castigo na presença do observador.
C) Pela imitação de um modelo admirado

Os modelos não precisam de ser pessoas reais.


Através da modelagem aprendemos a forma de nos comportarmos e também as
consequências do que nos acontecerá em situações especificas.

Existem 3 formas de reforço que fomentam a aprendizagem por observação:


1- Reforço Direto: o observador reproduz condutas do modelo e recebe reforço
direto (ex. treino ginasta)
2- Reforço Indireto/Vicariante: o observador vê outra pessoa a ser reforçada e
aumenta a sua produção de tal conduta (ex. anúncios)
3- Autorreforço: controle dos nossos próprios esforços, satisfação com o nosso
esforço e competência

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Fatores que afetam a aprendizagem por observação

Processos da Aprendizagem por Observação


 Atenção: A aprendizagem por observação será tanto mais eficaz quanto mais
atento o observador estiver ao comportamento apresentado. Por sua vez, não
prestamos atenção a tudo, selecionamos os modelos a que prestamos atenção.
Esta escolha dos modelos a imitar é influenciada pelas caraterísticas do modelo,
pela pessoa e pelo ambiente. É mais frequente a imitação de modelos do mesmo
sexo e de idades mais próximas de cada indivíduo, de acordo com o estatuto dos
modelos.

 Retenção: A aprendizagem por observação requer também capacidades de


organização mental das informações que nos chegam através dos sentidos, ou
seja, implica a memória. A informação proveniente da observação será
codificada, traduzida e armazenada no nosso cérebro. Os observadores que
transformam a atividade observada em códigos verbais, ou imagens, aprendem
ou retêm a informação muito melhor do que aqueles que se limitam a observar.

 Reprodução: A reprodução consiste na tradução das conceções simbólicas do


comportamento, armazenado na memória, em ações correspondentes.

 Motivação: A aprendizagem é diferente da execução de um comportamento.


Para que um determinado comportamento aprendido seja executado, o indivíduo
deve estar motivado para o fazer, o que pode ser alcançado através de incentivos

Aprendizagem por observação: 5 tipos possíveis de resultados

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1- Ensino de novas condutas – Por exemplo, observar outros modelos a aprender pode
ser particularmente efetivo
2- Fomenta condutas já aprendidas/Facilita a resposta – Observar a conduta de
outros diz-nos qual das nossas condutas já aprendidas temos de usar
3- Reforça ou debilita inibições – “efeito de onda”
4- Dirigem a atenção – ao observar aprendemos acerca de ações e também percebemos
os objetos nela implicados
5- Provocam emoção – através da observação as pessoas podem desenvolver reações
emocionais a situações que nunca experimentaram
Síntese
◼As pessoas aprendem em um contexto social, a aprendizagem humana é mais
complexa do que simples condicionamento.
◼ O indivíduo não precisa de experimentar para aprender. A observação do
comportamento de outros permite ao indivíduo que aprende, extrair regras e princípios
gerais de comportamento.
◼ As pessoas têm um papel ativo no processo de aprendizagem: influenciam e são
influenciadas pelo meio.
◼ Como corrente posterior e inspirada no neobehaviorismo, a teoria da aprendizagem
social teve em conta fatores não observáveis, como as motivações, intenções e
expectativas.
◼ Os teóricos da aprendizagem social reconhecem a importância da cognição, daí esta
abordagem ser considerada uma “ponte” entre as teorias comportamentais clássicas e a
perspetiva cognitivista.

3. Teorias Cognitivas da Aprendizagem


Insistência tanto no meio (estratégias e materiais) como na estrutura interna
(pensamento e sentimento).
O reforço é importante porque é uma fonte de dados complementares que nos dão
informação sobre o que provavelmente acontecerá se se repetirem as condutas.
Interessam-se pelas diferenças individuais
A aprendizagem resulta de uma interação entre um estímulo ambiental (a informação a
aprender) e o aprendiz (o sujeito que processa, ou transforma a informação)
É uma teoria cognitiva porque:
 Investiga a natureza de quem aprende
 Vê o sujeito como um sujeito ativo que interpreta e manipula os estímulos
ambientais

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 Considera a aprendizagem como uma interação entre o aprendente e o meio

Procura compreender como as pessoas:


●Adquirem nova informação
●Armazenam a informação
● Recordam a informação
● Têm orientações que determinam o que aprenderão e como aprenderão

Esta teoria estuda a forma como os estímulos do meio são:


 percebidos
 transformados em informação significativa
 armazenados na memória
 recordados
 traduzidos em condutas observáveis

A aprendizagem do ponto de vista cognitivo


 A Aprendizagem é o resultado do nosso objetivo de dar sentido ao mundo, para
o fazer usamos os instrumentos mentais que possuímos.

A forma como refletimos sobre as situações e as nossas crenças influenciam o que


aprendemos
O que cada aluno aprende depende: - do que já conhece (conhecimentos prévios) e -
da forma como trata a informação.
A aprendizagem é encarada como o processo mental ativo de adquirir, recordar e
utilizar informação e conhecimento. O conhecimento é aprendido e as mudanças
no conhecimento tornam possíveis as mudanças no comportamento.

3.1. Processamento de Informação


Considera que as pessoas:
 Possuem um certo nº de estruturas mentais e internas para tratar a informação
 Tais estruturas realizam processos de perceber, codificar e recordar a informação

Supõe que o que já conhecemos e que está guardado na memória (conhecimento prévio)
influencia o que aprendemos e recordamos numa situação nova.
 As pessoas são encaradas como agentes ativos da sua aprendizagem, como
indivíduos que iniciam experiências, procuram informação para resolver

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problemas e reorganizam o que realmente sabem para ganhar em nova


compreensão e construir em conhecimento.

O processamento da informação envolve a codificação, o armazenamento e a


recuperação da informação. Ou seja, envolve recolher informação e organizá-la,
tendo em conta o conhecimento anterior, guardar essa mesma informação e
recuperá-la, quando necessário, à semelhança do que faz um computador.
Modelo de Memória Advogado
 1º Os recetores e o registo sensível
 os recetores são os elementos do sistema sensorial para ver, ouvir, apalpar,
cheirar, saborear
 os estímulos do meio bombardeiam constantemente os nossos recetores
 essa informação chega ao registo sensorial onde só está ¼ de segundo. Nesse
tempo selecionamos a informação para o seu posterior tratamento.
 Temos a oportunidade de lhe dar um sentido, de a organizar através do
reconhecimento do modelo. Transformamos em modelos de imagens, sons, etc.
 Não percebemos tudo: prestamos atenção a certos traços e procuramos modelos.
 Os modelos percebidos baseiam-se em conhecimentos anteriores (no que se
esperava ver, nos sistemas de codificação que se têm, nos conceitos que se
entendem, etc.).

Reconhecimento
 Envolve traços–chave de um estímulo e a sua relação com informação que já
temos armazenada.
 Depende em parte de informação extraída do estímulo e em parte da informação
armazenada na memória delongo termo.
 Quanto mais um objeto for ambíguo ou um aprendiz tiver escasso conhecimento
prévio anterior mais difícil será o processo de reconhecimento.
 Por exemplo: o reconhecimento de palavras ou frases durante a leitura pode ser
ajudada por fatores como impressão clara, conhecimento dos padrões de fala,
conhecimento dos sons das letras e frequência com que as palavras aparecem na
língua.

Memória Curto Prazo


 A informação entra na memória a curto prazo e só permanece aí +-20 segundos
 Só é possível reter aqui a informação por mais tempo se a repetirmos
mentalmente até a utilizarmos

Limites da memória a curto prazo: Tempo permanência da informação não repetida. Nº


de temas diferentes que podemos reter (5 a 7).
Passagem da MCP para a MLP: implica uma transformação da informação, uma
codificação semântica=organização da informação de acordo como seu significado.
Memória Longo Prazo

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Parecem existir muitas formas diferentes de codificar a informação para o seu


armazenamento na MLT:
 Hierarquias de conceitos de Bruner e Ausubel
 Organização da informação em quadros, gráficos, imagens, frases, associações,
etc.

 Uma vez entrada a informação na MLP ela torna-se disponível de forma


permanente
 O problema pode ser encontrá-la quando se necessita
 O acesso à memória a longo prazo depende da organização. Para recordar
precisa-se de alguma estratégia ou indício.
 Não se conhece uma localização específica para a memória a nível cerebral

(vemos o que a experiência anterior nos direciona para ver e o que vemos afeta o que
sabemos)
Esquecimento e Memória a Longo Prazo
Parece que a informação armazenada na MLP pode sempre ser recuperada com as
condições oportunas
Por ex. usando a lógica, indícios e outros conhecimentos podemos reconstruir a
informação (às vezes codificada incorretamente) e usar o nosso conhecimento atual para
colmatar falhas.
Mediante a estimulação elétrica de determinadas zonas do cérebro pode conseguir-se
que algumas pessoas recordem experiências infantis longínquas.
As investigações parecem confirmar a ideia de que é a interferência a causa do
esquecimento tanto para a MCP como para a MLP
 Interferência Retroativa – quando as novas associações verbais tornam difícil
a recordação de uma informação mais antiga
 Interferência Proativa- quando as recordações de antigas associações verbais
tornam difícil a recordação de informação nova

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Só é provável ocorrer interferência quando a nova informação contradiz diretamente a


antiga.
Outras Explicações:
 Esquecemos quando a informação não é utilizada frequentemente
 Para Freud esquecemos intencionalmente e suprimos certas experiências que não
desejamos recordar.

Modelo do processamento de informação

Processos de Controlo
São importantes porque:
 Determinam a quantidade e qualidade da informação que se armazena e depois
se recupera
 É o aprendiz quem decide se, quando e como a usar.
 É importante estarem sobre o nosso controle consciente

Incluem:
 O reconhecimento,
 A atenção,
 A manutenção de repetição;
 A repetição elaborativa (ou codificação elaborativa)

Impacto da Atenção
 O ambiente fornece-nos muito mais informação do que aquela que podemos
processar ao mesmo tempo.
 Só uma fração destes estímulos é gravada no registo sensorial reduzimos

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 Só podemos processar 1/3 da informação já selecionada e gravada no Registo


Sensorial
 A esta focalização numa porção da informação chamamos atenção.
 Há diferenças na forma como cada um consegue prestar atenção
 Nós prestamos atenção àquilo que temos já como esquema na memória a longo
termo e ignoramos o resto. Ou seja, escolhemos o que vamos ver ou ver
antecipando a informação que vai proporcionar.
 Por vezes os estudantes distraem-se e não prestam atenção porque antecipam
que o que vão ouvir tem pouco valor.

3.2. Construtivismo Cognitivo de Piaget


Construtivismo
O construtivismo cognitivo enfatiza as variáveis individuais na construção do
conhecimento.
Construtivismo Cognitivo de Piaget
O objetivo primordial dos estudos de Piaget foi compreender a natureza e a evolução do
conhecimento, isto é a sua estrutura. Ou seja, para Piaget, a questão inicial foi de ordem
epistemológica: O que é o conhecimento?
Pressupostos Base da Teoria Piagetiana
 Abordagem Genética: estuda as dimensões evolutivas dos comportamentos.
 Epistemologia Genética: teoria explicativa da construção do conhecimento e da
sua evolução.
 Interacionista: biologia e experiência atuam juntas para produzir mudanças
cognitivas, ou seja, o indivíduo, aquando do seu nascimento, possui um
património genético que possibilita a interação com as situações do quotidiano
que vai experimentando.

Perspetiva sobre o Desenvolvimento Intelectual


 Concebe o desenvolvimento intelectual como um processo de construção do
conhecimento a partir das nossas interações com o meio o que resulta em
estruturas cognitivas representativas de período particular de desenvolvimento
ou estádio.
 Concebe a inteligência como um instrumento que capacita a pessoa para
encontrar um equilíbrio entre as suas estruturas cognitivas e o meio.
 Define 4 tipos de estruturas cognitivas ao longo de desenvolvimento através das
quais interagimos com o meio: sensório-motor; pré-operatório; operações
concretas e operações formais (neo piagetianos- + 1 estádio operações formais)

Fases do Desenvolvimento da Criança para Piaget


 Sensório-motor: 0-2 anos

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- O contacto com o meio é direto e imediato, sem representação ou pensamento


- O bebé constrói esquemas de ação para assimilar mentalmente o meio
- Inteligência prática, noções de espaço e tempo construído pela ação
- Sujeito vai, aos poucos separando-se do objeto
- Inicio da imitação, memória e pensamento
 Pré-operatório: 2-7 anos
- Aparecimento de representações mentais, desenvolvendo funções simbólicas.
- Egocentrismo: a criança não se consegue colocar, abstratamente, no lugar do
outro.
- Não aceita o acaso, tudo deve ter uma explicação
- Possui perceção global sem discriminar detalhes
- Desenvolvimento gradual da linguagem

 Operatório-concreto: 7-11 anos


- Maior capacidade de descentração, buscando identidades e diferenças, além do
percebido
- Deduz das ações percebidas, operações implícitas, através do estabelecimento
de relações, classificações e series
- Adquire o conceito de reversibilidade: no pensamento, as ideias podem ser
retomadas

 Operatório-formal: 11-adulto…
- Raciocínio hipotético e dedutivo, formulação de hipóteses a respeito de
soluções para o problema. Não precisa de limitar a sua perceção a situações
imediatas e concretas.
- Ocorre outro egocentrismo: valorização do próprio pensamento
- Pensamento científico (procura comprovar hipóteses)

Quadro síntese

Conceitos Fulcrais
Inteligência: consiste na adaptação do organismo às solicitações do meio. A inteligência
humana é uma forma superior de adaptação biológica, que resulta da ação do sujeito
sobre o mundo (assimilação) e da ação do mundo sobre o sujeito (acomodação).

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Desenvolvimento é uma equilibração progressiva dos processos de assimilação e


acomodação, que se expressa na passagem de estádios de menor equilíbrio para outros
de equilíbrio superior.
O sujeito adapta-se ao meio através dos processos:
a) Assimilação – processo através do qual novos objetos e experiências são
incorporadas em esquemas já existentes.
incorporação de nova informação numa estrutura cognitiva ou modo de pensamento já
existente.
b) Acomodação - modificação de esquemas como resultado de novas experiências.
Implica mudar as próprias ideias ou estruturas cognitivas para incluir o novo
conhecimento.
c) Equilibração - No processo de desenvolvimento mental deve ocorrer a resolução do
conflito entre velhas respostas a novas situações e a aquisição de novas respostas para
que o organismo se possa adaptar a novos problemas.
Ação- interação entre o ser humano e os objetos:
a) Assegura a continuidade entre os aspetos biológicos e o pensamento.
b) É manifestação da organização mental.
c) É o instrumento através do qual se adquire conhecimento sobre os objetos
externos.
d) Na ação constroem-se as formas de pensamento
e) A ação engloba dois aspetos:
1. aspeto particular – características da situação
2. aspeto de “esquemas” – uma ação nunca é completamente nova
(esquema – o que é generalizável e transponível em cada ação)
Esquema:
- Unidade estrutural do desenvolvimento cognitivo –
Sequência bem definida de ações físicas ou mentais (ação coordenada com um objetivo)
- Traduz-se numa sequência repetível e interrelacionada de atos que tem uma
significação central.
- Refere-se à interiorização de caraterísticas de forma reproduzível e generalizável,
permitindo compreender a realidade a que se aplica.
Em suma:
- Sucessão de acções, reais ou mentais, que têm uma organização e que são suscetíveis
de aplicar-se a situações semelhantes.
- Têm um elemento desencadeante e um elemento efetor

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- Automatizam-se
- São esquemas de ação
O sujeito conhece o objeto assimilando-o aos seus esquemas.
No decurso do desenvolvimento o sujeito reorganiza e reconstrói os seus
esquemas.
Formas de ação e de aprendizagem mediante a aplicação de esquemas: - Experiência
Física - Experiência lógico-matemática
Desenvolvimento Cognitivo
Cognição: Processos superiores de ordem mental através dos quais os seres humanos
tentam compreender e adaptar-se ao seu mundo (pensamento, raciocínio, aprendizagem
e resolução de problemas).
Desenvolvimento: Ocorre ao construírem-se estruturas qualitativamente diferentes que
permitem uma melhor compreensão do mundo. Tais estruturas qualitativamente
diferentes definem os 4 estádios gerais ou períodos de desenvolvimento. A inteligência
em cada período do desenvolvimento implica alguma forma de ação sobre o mundo
(desenvolvimento e aplicação de esquemas)

Fatores Gerais que contribuem para o desenvolvimento cognitivo:


1- Maturação biológica- constância na ordem de sucessão das aquisições
2- Experiência física - conhecimentos obtidos através da ação sobre os objetos
(Experiência lógico – matemática - inferências com base na coordenação de ações
interiorizadas)
3- Fator educativo em sentido lato (Experiência social – pouco desenvolvida pelo autor)
4- Equilibração progressiva – Fator integrador de todos os outros. Processo biológico de
autorregulação, tendência a ir para níveis mais altos de equilíbrio (tal explica a
organização, motivação e direccionalidade e desenvolvimento)
Posição face à aprendizagem
A aprendizagem está subordinada ao desenvolvimento. Está sujeita às leis gerais do
desenvolvimento.
A aprendizagem só é possível se existirem as estruturas cognitivas necessárias a uma
determinada aprendizagem.
Aceita que as aquisições das estruturas cognitivas podem ser aceleradas, mas é cético
quanto ao seu valor. Enfatiza a impossibilidades de treinos alterarem a sucessão natural
dos estádios.

Implicações Educativas

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Ainda que Piaget não tenha valorizado suficientemente o papel da educação no


desenvolvimento humano, a sua teoria trouxe alguns contributos para as práticas
educativas, nomeadamente:
Adequação das atividades ao nível de desenvolvimento do sujeito: só se a atividade
puder ter algum significado para o sujeito será eficaz.
MAS
Para que se dê progresso a mudança tem de ser gradual. As atividades devem ser
diferentes de forma a causar algum desequilíbrio nos esquemas prévios.
Deve ser criada incongruência – o desenvolvimento só ocorre quando os inputs do meio
não condizem com os esquemas do estudante.
O educador/professor deve preocupar-se com o processo responsável pela resposta da
criança e não apenas com o produto dessa mesma resposta;
Piaget dá pouca importância aos fatores sociais, interessando-se mais pela forma como
o sujeito constrói o conhecimento individual;

Aspetos Invariantes e Variantes da Teoria de Piaget:


Invariantes
 Função (organização; adaptação)
 Mecanismos (equilibração- assimilação; acomodação)

Variantes
 Estrutura; Esquemas; Estádios

3.3. Sócio Construtivismo de Vygotsky


Construtivismo
O construtivismo social dá especial revelo aos processos sociais na construção do
conhecimento.
ESTUDA - as funções psicológicas específicas do homem, i.e., a consciência.
PROCURA EXPLICAR - o que é específico do homem, ou seja, o que não é redutível a
processos elementares
A relação do ser humano com o meio é sempre uma relação ativa e transformadora que
é possibilitada pelo uso de instrumentos intermediários, que podem ser:
 físicos (ferramentas que tornam possível modificarmos o ambiente).
 psicológicos (signos ou sistemas de signos, a linguagem, os sistemas numéricos,
os sistemas de representação gráfica e em geral todo o tipo de sistema
convencional).

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Conceitos de Desenvolvimento
Linha natural do desenvolvimento – funções psicológicas elementares: sensações,
atenção não-consciente, memória natural, reações emocionais básicas, etc. Controlados
pelos estímulos do ambiente. Comuns a outras espécies. É uma condição necessária mas
não suficiente do desenvolvimento cultural
Linha social e cultural do desenvolvimento – unida ao aparecimento dos processos
psicológicos superiores exclusivos do homem: atenção ativa e consciente, pensamento
abstrato, memória voluntária, afetividade, etc. Carácter mediado por signos e execução
autorregulada e consciente.
Estão ambas interrelacionadas

O desenvolvimento é encarado como o produto da interação social: a criança recebe dos


que a rodeiam uma série de instrumentos socioculturais, dos quais se vai apropriando,
progressivamente, por um processo de internalização.
De todos esses instrumentos, Vygotsky dá um destaque particular à linguagem

Desenvolvimento das Funções Psicológicas Superiores


Os processos psicológicos superiores originam-se sempre 1º entre pessoas e só depois
surgem no plano individual.
Passagem da regulação intermental para a regulação intramental
O que é o processo de internalização?
 Processo de reconstrução interna de uma atividade externa.
 Processo mais ou menos lento, parcial, gradual e progressivo no qual criamos e
modificamos o funcionamento intramental através da reconstrução que a pessoa
faz das formas de mediação e dos processos usados antes na atividade conjunta
ou intermental.
 A linguagem intervém como mediador e tem um papel privilegiado no processo
de internalização.

Onde ocorre o processo de internalização?


Na Zona de desenvolvimento Proximal (ZDP) Região dinâmica onde se dá a transição
do funcionamento intermental para o intramental
A ZDP É: a diferença existente entre o nível que o indivíduo é capaz de fazer com a
ajuda de outros (desenvolvimento potencial) e o nível das tarefas que pode fazer
independentemente (desenvolvimento real)
O que origina a emergência de processos psicológicos superiores é o uso de sistemas de
signos que servem de mediadores. PORQUÊ? Porque os signos modificam a mente!

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Sistemas de signos = estímulos artificiais de origem social e cultural; carácter


convencional e arbitrário; só nos podemos apropriar deles e usá-los se participarmos em
situações de interação social com outros que já os dominam e são capazes de os
transmitir a nós próprios.
COMO modificam os signos a nossa mente? Voltando a apresentar os estímulos,
ordenando e colocando de novo a informação; fazendo com que o sujeito possa regular
a sua conduta de forma ativa e consciente em função do significado que dá aos
estímulos e NÃO uma resposta passiva e direta a estímulos físicos exteriores
Exemplos da utilização de signos para regulação voluntária:
- Fazer um nó no lenço ou colocar um papel no anel para não se esquecer de algo
O que se está a passar? Uma operação unicamente humana; introdução de recursos
auxiliares e artificiais para a memorização; criação e utilização activa de um estímulo
como ferramenta para a memória.
O papel da Educação- mudanças radicas
A aprendizagem pode tornar-se desenvolvimento. A aprendizagem [e o ensino] é
condição necessária, prévia ao processo de desenvolvimento. No entanto, o nível de
desenvolvimento eficaz continua a ser relevante
De acordo com Vygotsky, a educação eficaz não é aquela que se orienta para o
desenvolvimento já alcançado, mas sim aquela que tem em conta a ZDP, ou seja: “o
único ensino bom é o que se antecipa ao desenvolvimento”. A educação desempenha um
papel fundamental, pois o desenvolvimento é feito pelo processo social da educação.
O processo de desenvolvimento segue o da aprendizagem (criando-se dessa forma a
zona de desenvolvimento proximal ou potencial).
A aprendizagem é o motor do desenvolvimento e o papel da educação é criar
desenvolvimento.
Da Educação ao Desenvolvimento: Mecanismos Sociais de Ajuda
Andaime: É atuação estratégica mais eficiente de um tutor/adulto/agente
educativo para realizar conjuntamente com outro menos capaz uma tarefa complexa. O
aprendiz participa desde o começo na tarefa a ser realizada. Assume sempre algum tipo
de responsabilidade mesmo que, no início parcial ou reduzida e “protegido” pela
organização e estrutura (dada pelo adulto) e mesmo sem a compreender de forma
completa. Retirada progressiva das ajudas e suportes até possibilitar atuação
independente.

Participação Orientada:
 Fornece ponte entre as competências e informações familiares e as necessárias
para resolver os novos problemas
 Oferece estrutura para organizar os processos de resolução de problemas
 Implica transferência de responsabilidade

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 Comporta participação ativa do aprendiz e também do adulto ou companheiro


mais experiente
 Pode originar novas formas de instrução explícitas e tácitas

Ensino Assistido ou Aprendizagem Guiada


 Facilitadores do processo – o prof ensina competências de suporte a processos
de aprendizagem (ex. usar palavras-chave; fazer perguntas chave – onde,
quando, quem- para ensinar o auto-questionamento)
 Modelar a utilização de facilitadores- uso da modelagem para o seu ensino
 Pensar alto – o prof. verbaliza processos internos por si usados para resolver
determinadas tarefas
 Antecipar possíveis situações problemáticas – EX. ajudar um aluno a reconhecer
certas palavras que pronuncia mal para utilizar uma estratégia diferente de
 Fornecer indicadores de processo – Ex apresentar um cartão acerca do processo
ou estratégia que o aluno deve usar
 Importância de trabalho em pares e tutoria.
 Fornecer exercícios meio resolvidos.

Síntese
A interação social é a origem e o motor do desenvolvimento e da aprendizagem.
O que o sujeito conhece pela ação e pela interação com outros vai ser
interiorizado/internalizado (reconstruído a tal ponto que mais tarde irá conhecer e
executar sem essa ajuda.
A linguagem tem um papel importante na interiorização enquanto elemento regulador
da ação e do pensamento (nosso e dos outros).
A interiorização – é a passagem da regulação externa, social e interpsicológica de
processos psicológicos emergentes na interacção com outros (linguagem dos outros)
para uma regulação interna dos processos cognitivos através da linguagem interior

4. Fatores e caraterísticas Individuais intervenientes na


aprendizagem
4.1. Inteligência, Cognição e Aprendizagem
A inteligência não é uma capacidade abstrata e universal, mas sim uma caraterística
humana resultante não só de fatores genéticos mas também de fatores ambientais e
contextuais.
Dentro das novas conceções da inteligência, destacamos a Teoria das Inteligências
Múltiplas e a Teoria Triárquica de Sternebrg.

Teoria das Inteligências Múltiplas de Gardner

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Gardner começou por identificar 7 tipos de inteligência, acrescentado mais tarde as duas
últimas
1. Linguística
2. Lógico- Matemática
3. Espacial
4. Musical
5. Corporal-cinestésica
6. Interpessoal
7. Intrapessoal
8. Naturalista
9. Existencial

Teoria Triárquica de Sternberg


Segundo Sternberg, as pessoas bem-sucedidas, não se limitam a adaptar-se ao seu
ambiente, mas sim introduzem mudanças no próprio contexto, a fim de maximizar ou
capitalizar a sua adaptação àquele e compensar as suas fragilidades ou fraquezas.
A inteligência de sucesso é definida por Sternberg em função do equilíbrio dos seus três
aspetos constituintes: o analítico, o criativo e o prático.

Conhecimento tácito: tudo o que


aprendemos de modo informal, não
deliberado, na escola ou fora dela.
o Gerir-se a si próprio-
inteligência emocional
o Gerir os outros- inteligência
social
o Gerir tarefas- inteligência
prática

Relação entre Cognição, Emoção e Comportamento


Ao contrário do que anteriormente se pensava, a mente humana não está apenas
associada à dimensão cognitiva, mas também compreende a emoção, os sentimentos, a
afetividade e a ação.
A mente humana implica processos cognitivos (relacionados com o saber), processos
emotivos (relacionados com o sentir) e processos conativos (relacionados com o fazer).

Inteligência Emocional

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As pessoas podem ter mais ou menos capacidade para lidar com as informações
emocionais no processo adaptativo. Esta ideia é o que está na base do conceito de
Inteligência Emocional.
Salovey e Mayer: subsistema da inteligência social, no que diz respeito à capacidade do
indivíduo para monitorizar os seus próprios sentimentos e emoções, assim como os dos
outros, discriminá-los entre si e usar essa informação para guiar o seu pensamento e as
suas ações.
Bar-On: descreve a IE como um conjunto interrelacionado de competências, habilidades
e facilitadores emocionais que determinam a forma como efetivamente nos
compreendemos e nos expressamos, bem como a forma como compreendemos os outros
e nos relacionamos com eles, e como enfrentamos as exigências do dia-a-dia.

4.2. Estilos Cognitivos e Estilos de Aprendizagem


Distinção entre estilos cognitivos e estilos de aprendizagem
Os estilos cognitivos associam-se à psicologia diferencial (estudo das diferenças
individuais no processamento da informação); SÃO padrões diferenciais e individuais
de reagir à estimulação recebida, de processar a informação (i.e., perceber e organizar) e
enfrentar cognitivamente a realidade; Variações estáveis na forma de processar e usar a
informação, ou seja, de: - Perceber, organizar, processar, pensar, resolver problemas,
tomar decisões e lembrar informação - Realizar tarefas

Os estilos de aprendizagem assentam na investigação sobre as condições educativas em


que o aluno aprende melhor (ou seja, na análise de formas de estudo). Maneiras
preferidas de estudar e aprender cujo emprego consistente pode levar a estados
permanentes ou estáveis.
Estilo de aprendizagem e estratégia e aprendizagem são conceitos diferentes.

Os 3 estilos cognitivos mais estudados são:


 Independência vs dependência de campo;
 Convergência vs divergência de pensamento;
 Reflexividade vs impulsividade de resposta.

Como variar a estrutura de ensino?


- Mudanças na responsabilidade do aluno pelo contexto e definição dos objetivos de
aprendizagem
- Mudanças na Organização prévia dos materiais de aprendizagem
- Variação no controlo imposto sobre as atividades do aluno durante a aprendizagem
- Ensino mais ou menos diretivo por parte dos professores

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Teoria dos estilos de aprendizagem de David Kolb: Conceito de aprendizagem: processo


em que o conhecimento é criado através da transformação da experiência
Processo de aprendizagem cíclico e composto por 4 fases:
1ª - experiência concreta (EC)
2ª - observação e reflexão sobre tal experiência (OR)
3ª - desenvolvimento de conceitos abstratos (CA)
4ª - experiência ativa de tais conceitos (EA)

A aprendizagem bem-sucedida na sala de aula envolve que o aluno use de forma


combinada e flexível a combinação destas 4 estratégias de aprendizagem
Estas 4 estratégias podem evoluir para padrões estáveis (estilos) de aprendizagem
reduzíveis a duas grandes diferenças: - CA-EC- indicando em que medida prefere a
abstração ao concreto - EA-OR – indicando em que medida prefere a ação sobre a
reflexão
4.3. Autoconceito
Definição: Conjunto de conceitos, representações e juízos descritivos e valorativos
acerca do próprio sujeito (e.g., corporal, psíquico, social ou moral). Resulta de um
processo de análise, valoração e integração da informação que deriva da própria
experiência do indivíduo e do feedback dos outros significativos.
3 Componentes do Autoconceito
1) Cognitiva – ideia, opinião, crenças, perceção e processamento de informação.
É o autoconceito como opinião acerca da própria identidade, personalidade e
conduta.
Envolve como o individuo se vê a si próprio, ,como gostaria dever-se e como se
mostra aos outros.
2) Afetiva – valor atribuído ao que existe em nós de positivo ou negativo produzindo
um sentimento o favorável ou desfavorável perante nós próprios(autoestima).
3) Conduta – processo de toda a dinâmica interna do autoconceito.
Significa tensão, intenção e decisão de atuar e agir
Autoafirmação dirigida para o eu em busca de consideração e reconhecimento
pelos outros e por si próprio

Funções do autoconceito

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1) Mediador do processo de informação social


2) Regulador de afeto
3) Comparação social
4) Fonte de Motivação

Formação, desenvolvimento e importância do autoconceito


O autoconceito não é inato: constrói-se por influência das experiências que temos na
relação com o mundo social no meio social, escola, familiar, etc. e também é uma
consequência dos êxitos e fracassos vividos.
Fontes principais que afetam a formação das atitudes face a si mesmo :
1- Feedback dos outros significativos
2 - Os êxitos e fracassos. Mais do que os êxitos e fracassos o que influencia as atitudes
face a si mesmo é a interpretação que o sujeito faz deles. Tal depende das crenças,
valores e as pirações da pessoa.
3- A comparação social. Os diferentes grupos de referência jogam um grande papel na
formação do autoconceito. O indivíduo faz comparações entre si mesmo e as pessoas do
seu contexto.
4- As atribuições acerca das causas da conduta. É importante sentir que tanto os êxitos
como os fracassos pessoais são controlados pela própria pessoa.
Relação entre o autoconceito, aprendizagem e rendimento escolar
 O autoconceito influencia o rendimento e este o autoconceito.
 Alunos com autoestima mais elevada têm melhor rendimento, atitudes mais
favoráveis para com a escola, comportamentos mais adequados na sala de aula e maior
popularidade junto dos colegas.
 Para aumentar a autoestima os alunos devem atribuir o seu sucesso às suas próprias
ações e não ao acaso, à sorte ou ajuda especial.
4.3. Motivação
Conceito: Estado interno que ativa, dirige e mantém a conduta
 fornece energia para realizar certas ações
 dirige tais ações para o objetivo a atingir
 escolhe os meios a alcançar
 torna o sujeito persistente
 mantém feed-back para continuar a orientar-se no bom sentido

Tipos de Motivação:

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Intrínseca
◼ ação determinada pelo gosto;
◼ sente-se recompensado pelo próprio facto de realizar o que decidiu (ex. curiosidade
intelectual);
◼ a atividade é recompensadora por si mesma
Extrínseca
◼ Ação do sujeito ocorre determinada pela recompensa, por contingências alheias ao
sujeito.
◼ Não nos interessamos pela atividade em si mesma mas sim pelo benefício que nos
trará.

2 Tipos de Cognições Motivacionais


1 - Crenças, perceções, julgamentos e antecipações relacionados com a
possibilidade de obter resultados desejados e evitar indesejados
 Expectativas de sucesso
 Perceções de capacidade
 Autoeficácia
 Atribuições
 Controlo percebido
2 - Valor das atividades, dos objetivos e dos resultados
 Valor da tarefa;
 Interesse intrínseco;
 Orientação para objetivos

5. Aprendizagem Autorregulada
5.1. Aspetos cognitivos, metacognitivos, motivacionais e comportamentais
5.2. Promoção da aprendizagem autorregulada

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