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Andre Charone Tavares Lopes

Francisco Almeida Costa


Israel Ribeiro Alves
Luzia Corsini Dejavite
Poliana Rodrigues Pionório Freire Assis
Sylvana Lima Teixeira
Tiago Felix dos Santos Porfirio
Ticiane Barboza Galdino da Silva Nakashima
E S T Ã O
E D A G

Alexandra Mastella (Org.)


A ART

Carlos Gustavo Lopes da Silva (Org.)


Geisse Martins (Org.)
A ARTE DA GESTÃO

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta edição pode ser utilizada
ou reproduzida sem a expressa autorização dos organizadores e autores.
copyright©2022.

Divulgação gratuita. Venda proibida.

A Arte da Gestão

Organizadores:
Alexandra Mastella
Carlos Gustavo Lopes da Silva
Geisse Martins

Autores:
Andre Charone Tavares Lopes
Francisco Almeida Costa
Israel Ribeiro Alves
Luzia Corsini Dejavite
Poliana Rodrigues Pionório Freire Assis
Sylvana Lima Teixeira
Tiago Felix dos Santos Porfirio
Ticiane Barboza Galdino da Silva Nakashima

Diagramação
Pedro Victor da Silva Sales

Capa
Geisse Martins

Revisão e Formatação
Ilda Cristina de Borba Zakovicz

Ilustrações
Os autores

Editora
Letra e Forma. CNPJ 36.247.686/0001-67.
Contato: (41)999148163. E-mail: letraeforma.editora@gmail.com

A editora não se responsabiliza pelos dados e informações dos artigos deste


livro.
A ARTE DA GESTÃO

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

A ARTE DA GESTÃO

ORGANIZADORES

Alexandra Mastella

DEDICATÓRIA

Dedico este livro a todos que fazem a diferença no mundo, por


meio de
aaaaaaaa
sua liderança e gestão. E, principalmente, aos mestrandos da
MUST University, da área de Business, que auxiliam o progresso da ciência
da Administração com suas indagações e pesquisas.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha família, pelo incentivo contínuo e pela


possibilidade
aaaaaaaa
do estudar. Agradeço aos alunos, que me motivam a
pesquisar e aprimorar sempre. Agradeço também o apoio e incentivo da
MUST University, por meio da direção e coordenadores, que fazem parte
do meu desenvolvimento como profissional e ser humano.

Carlos Gustavo Lopes da Silva


DEDICATÓRIA

Dedico esta publicação a todos profissionais que tem a


responsabilidade
aaaaaaaaaade administrar, gerir e motivar suas equipes para o
sucesso das empresas e organizações, vivenciando no cotidiano a Arte da
Gestão.

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao universo por me permitir atingir tantos objetivos na


vida, de
aaaaaaaa
poder contribuir de alguma forma com a melhoria da sociedade e
minha sincera gratidão a todos mestrandos que me ensinam a ser uma
pessoa e profissional melhor a cada dia. Agradeço também o apoio e
aaaaaaaaaa
A ARTE DA GESTÃO

incentivo da MUST University, por meio da direção e coordenadores, na


minha jornada de aperfeiçoamento profissional. E uma gratidão profunda
a minha família, que sempre me incentivou a acreditar nos meus sonhos.

Geisse Martins

DEDICATÓRIA

Dedico a organização deste livro para meus pais e minha família.

AGRADECIMENTOS

Agradeço A Must University pela oportunidade em poder,


juntamente
aaaaaaaa
com nossos alunos do mestrado, produzir e disseminar
conhecimentos. Aos alunos/autores pela confiança na curadoria dos seus
excelentes textos, bem como aos professores Carlos e Alexandra pela
caminhada em direção ao conhecimento científico de qualidade.
A ARTE DA GESTÃO

AUTORES

Andre Charone Tavares Lopes


DEDICATÓRIA

Dedico este livro aos meus pais, à minha esposa, ao meu irmão e à
minha aaaaaaaa
filha.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, aos familiares e aos amigos que sempre me


apoiaram.
aaaaaaaa

Francisco Almeida Costa


DEDICATÓRIA

À minha inesquecível filhinha, Sofia Soares Costa (in memoriam),


pela oportunidade
aaaaaaaaaa de sentir o maior e profundo sentimento de amor
incondicional.

À minha bonitíssima e amada esposa, Weslene Ferreira Soares, pelo


apoio eaaaaaaa
inspiração de sempre.

Aos meus pais, José Ferreira da Costa (in memoriam) e Maria de


Fátimaaaaaaaaaa
Almeida Costa, pelos ensinamentos quanto aos princípios e valores
básicos da vida, pela referência de pessoas dignas de todo respeito e
admiração no que há de mais sublime.

Aos meus irmãos pelo apoio em todos os momentos, pelo privilégio


que meaaaaaaaa
outorgaram ao compartilhar nossa existência, emprestando
sentido às minhas ações.

Aos meus demais familiares e amigos, pessoas importantíssimas


em minha
aaaaaaaaa
vida.
A ARTE DA GESTÃO

AGRADECIMENTOS

Muitas pessoas contribuíram na minha trajetória profissional e


desenvolvimento
aaaaaaaa pessoal. A palavra que melhor representa o meu
sentimento é “Gratidão”!

E, de modo especial, agradeço ao corpo docente, coordenação e


diretoria
aaaaaaaaa
da Must University, em especial ao Professor Carlos Silva e a
Professora Alexandra Mastella, pelo convite e oportunidade de fazer parte
desse seleto grupo de autores para concretizar esta obra, que acopla
conteúdos científicos contemporâneos.

Aos colegas autores, pela dedicação e troca de conhecimentos.

Ao Conselho Federal de Administração (CFA), nas pessoas dos meus


amigosaaaaaaaaaaa
administradores Mauro Kreus e Rogério Ramos, presidente e vice-
presidente respectivamente, pelo apoio de sempre e por oportunizar o
desconto especial na bolsa desse mestrado internacional concedida pelo
convênio firmado entre o CFA e a Must University.

A todos que, direta ou indiretamente, corroboraram nas minhas


conquistas.
aaaaaaaaaa

E, sobretudo a Deus, por conceder a dádiva da vida e a graça de


continuar
aaaaaaaa
a galgar nas escadarias do sucesso, com saúde e felicidade.
A ARTE DA GESTÃO

Israel Ribeiro Alves


DEDICATÓRIA

Dedico a organização deste livro a todos que me ajudaram a


alcançar
aaaaaaaa
meus objetivos pessoais e profissionais. Em especial aos meus
pais Fidencio Ribeiro Alves (in memoriam), que me ensinou como se
reerguer diante das adversidades da vida e a minha mãe Ivone Ribeiro
Alves, mulher guerreira e lutadora, a qual tenho profunda admiração,
respeito e amor infinito. A minha esposa Ivanderlei Giusti Ribeiro Alves,
cuja presença foi essencial, pela sua ajuda em manter nosso lar
operacional enquanto eu investia tempo para a conclusão deste trabalho,
grato pela sua compreensão com as minhas horas de ausência. Muito
obrigado pela sua presença em minha vida. Te amo. Aos meus filhos
Bruna Ribeiro Alves e Eliézero Felipe Ribeiro Alves e, ao meu genro Lucas
Ferenc, pelo amor incondicional que tenho por eles.

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao Professor Carlos Silva pela oportunidade em fazer


parte dessa
aaaaaaaajornada sensacional, reunindo trabalhos de incomensurável
valor científico, produzido por autores que são verdadeiros expoentes na
atualidade.

Também a Must University, através das pessoas que integram toda


a direção
aaaaaaaa
e coordenação pela acolhida e desafios propostos, que cada vez
me engrandecem como pessoa e profissional.

Não poderia deixar de agradecer a Ilda da Editora Letra e Forma,


pela Parceria
aaaaaaaaa
em realizar este projeto.
A ARTE DA GESTÃO

Luzia Corsini Dejavite


DEDICATÓRIA

Dedico este Livro à minha família, aos amigos e incentivadores e,


especialmente,
aaaaaaaaa Deus.

AGRADECIMENTOS

Minha gratidão à família, pelo incentivo e compreensão constantes,


ao Professor
aaaaaaaa
Carlos Gustavo Lopes da Silva, pelo apoio e confiança e,
especialmente a Deus, pela oportunidade e excepcional experiência.

Poliana Rodrigues Pionório Freire Assis


DEDICATÓRIA

Dedico este capítulo aos meus clientes, amigos e familiares, que me


ajudaram
aaaaaaaa
a alcançar os objetivos pessoais e profissionais. Em especial aos
meus pais Abdias Pionório (in memoriam) e Maria Pionório (in memoriam),
por me ensinarem que a melhoria contínua vem com a consistência e
resiliência. Aos meus irmãos e sobrinhos, aos meus filhos Heitor e
Giovanna, que me inspiram todos os dias para vencer e, ao meu esposo
Alex. A vocês o meu amor infinito.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por me conceder sabedoria. A Professora Dra.


Grazi Carvalho
aaaaaaaa pela oportunidade de realizar este estudo no Instituto
Smart Citizen junto aos Líderes LICI e fazer parte dessa missão de acelerar
50%+1 de cidades inteligentes no Brasil, até 2030. Também a todos que
fazem a MUST University, nas pessoas de Giuli Carbonari, Professora.
Alexandra Mastella e Coordenador Carlos Silva, pela parceria construída
até aqui. Aos demais escritores que são na atualidade verdadeiros
expoentes em suas áreas de atuação.
A ARTE DA GESTÃO

Sylvana Lima Teixeira


DEDICATÓRIA

À minha família e aos meus irmãos em Cristo Jesus.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos os que, direta ou indiretamente, contribuíram


para que
aaaaaaaa
os meus mais singelos sonhos se tornassem realidade.

Tiago Felix dos Santos Porfirio


DEDICATÓRIA

Dedico esta publicação a todos aqueles que de algum modo


influenciaram
aaaaaaaa
positivamente a minha jornada, me conduzindo até este
momento sublime.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha família que sempre foi luz em meu caminho, aos
meus aaaaaaaa
amigos que foram força em minha jornada e a todos que me
inspiraram até aqui.
A ARTE DA GESTÃO

Ticiane Barboza Galdino da Silva Nakashima


DEDICATÓRIA

Dedico minha participação nesta obra literária a todos os que me


apoiamaaaaaaaaaa
na caminhada na busca constante pelo conhecimento. Aos meus
pais que sempre valorizaram o poder transformador da educação para
minha formação pessoal e profissional. Aos meus filhos e esposo, que são
o motivo da minha luta por dias melhores.

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao professor Carlos Gustavo Lopes da Silva pelo incentivo


constante
aaaaaaaa
e pela oportunidade em poder fazer parte deste projeto que
reúne um pouco do maravilhoso trabalho realizado por esta equipe de
grande potencial, que divide seu conhecimento com os leitores desta
obra. Também agradeço à Diretoria Executiva da Fundação Araucária de
Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná, em que
trabalho, pelo apoio dado para a realização do meu mestrado.
A ARTE DA GESTÃO

APRESENTAÇÃO

Carlos Gustavo Lopes da Silva

É uma grande honra apresentar um livro tão especial, o que torna


ainda maior
aaaaaaaa
a minha responsabilidade.

Nesta obra você é convidado a conhecer os desafios da gestão e


liderança
aaaaaa
no século XXI, em que o mundo dos negócios passa por grandes
mudanças de modelo e organização, advindas da 4ª Revolução Industrial e
da 5ª Revolução Industrial, que atualmente avança de forma exponencial.

Este livro foi organizado com artigos científicos dos alunos do


Mestrado
aaaaaa
em Administração de Negócios da MUST University, o que me
preenche de muita emoção, pois a cada capítulo temos uma grande
riqueza de conhecimento compartilhado por esses profissionais, que
estão a revolucionar seus ambientes de trabalho com muita inovação e
humanidade.

A gestão e a liderança serão apresentadas ao longo do livro com


diversosaaaaaa
olhares diante das transformações do mercado e da sociedade,
levando-nos a reflexão de que as empresas são feitas de pessoas para
pessoas, sendo o capital humano e intelectual a base de toda a
organização, assim, cuidar dessas pessoas, gerir essas pessoas é uma
arte, a Arte da Gestão.

Esta obra tem também como organizador, além de mim, que faço
parte do
aaaaaaa
corpo docente e coordenação da MUST University, a professora
Dra. Alexandra Mastella, coordenadora acadêmica dos mestrados de
Business da MUST University e o ex-aluno Geisse Martins, hoje atuante
como professor tutor na MUST University e, também um palestrante e
empreendedor de sucesso.

A coletânea de artigos, fruto das pesquisas dos mestrandos, foi


organizada
aaaaaaaaaa
de forma gradativa para avançar nos temas que levam a
compreensão de que fazer gestão é uma arte, a arte de entrelaçar mentes
humanas, habilidades e competências para o sucesso dos negócios,
aaaaaaaaaa
A ARTE DA GESTÃO

empreendimentos e organizações.

No primeiro capítulo vamos tratar de um tema muito atual, as


cidadesaaaaaaaa
inteligentes (smart cities), através de uma pesquisa acurada,
baseada num estudo de caso.

Nos capítulos dois, três, quatro e cinco, os temas serão sobre a


liderança
aaaaaa
contemporânea, a respeito da importância da inteligência
emocional na administração das organizações e ainda, compreender os
desafios de liderar as novas gerações no mercado de trabalho. Além
disso, entender sobre a importância de uma mentalidade de crescimento
para o sucesso na liderança.

Posteriormente, no capítulo seis, veremos um estudo do quanto a


Educação
aaaaaa
a Distância (EAD) contribui para o desenvolvimento humano e
organizacional.

Os capítulos sete e oito, irão aprofundar estudos e insights sobre o


potencial
aaaaaa
da inovação nas organizações como vantagem competitiva e a
modelagem de negócios baseada na qualidade estratégica de valor.

Na sequência, vamos compreender os desafios envolvidos na


gestão aaaaaaa
de empresas com o impacto social e econômico provocado pela
pandemia da Covid-19.

Em seguida, os capítulos 10, 11 e 12 iremos compreender a


importância
aaaaaaaaaa
da educação financeira para uma melhor gestão pessoal.

O capítulo 13 traz um estudo sobre a internacionalização de


negócios
aaaaaaaaaaaa
e todos os desafios envolvidos nesta dinâmica.

Para encerrar, o capítulo 14 apresentará um estudo sobre uma das


áreas cruciais
aaaaaaaaada administração - a gestão da cadeia de suprimentos e a
competitividade de mercado.

É um livro contemporâneo, instigante e de leitura obrigatória a


todos aaaaaaaaa
gestores e líderes de empresas ou organizações, que vivem no
cotidiano a Arte da Gestão.
A ARTE DA GESTÃO

SUMÁRIO

1
EFEITOS DA MENTORIA LICI SOBRE O
DESENVOLVIMENTO DE LIDERANÇAS PARA
CIDADES INTELIGENTES

Poliana Rodrigues Pionório Freire Assis 18


CAPÍTULO

2
LIDERANÇA CONTEMPORÂNEA: A NECESSIDADE
DE DESENVOLVIMENTO DE UM MINDISET DE
CRESCIMENTO PARA UMA ATUAÇÃO FELIZ E
EFICAZ

CAPÍTULO Francisco Almeida Costa 46

3
OS DESAFIOS DOS LÍDERES DA GERAÇÃO Z E O
PAPEL DA COMUNICAÇÃO

Ticiane Barboza Galdino da Silva Nakashima 70

CAPÍTULO

4
GESTÃO DAS EMOÇÕES COMO FERRAMENTA
ESTRATÉGICA NA ADMINISTRAÇÃO DAS
ORGANIZAÇÕES DE SUCESSO

Luzia Corsini Dejavite 88


CAPÍTULO
A ARTE DA GESTÃO

5
A IMPORTÂCIA DA MENTALIDADE DE
CRESCIMENTO PARA O ALCANCE DE OBJETIVOS

Israel Ribeiro Alves 98

CAPÍTULO

6
A UTILIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA COMO
FERRAMENTA ESTRATÉGICA NO
DESENVOLVIMENTO HUMANO E
ORGANIZACIONAL

CAPÍTULO Luzia Corsini Dejavite 108

7
A INOVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES COMO
ESTRATÉGIA PARA VANTAGEM COMPETITIVA E
PERENIDADE EM NEGÓCIOS

Israel Ribeiro Alves 122


CAPÍTULO

8
A MODELAGEM DE NEGÓCIO COM QUALIDADE
ESTRATÉGICA DE VALOR

Sylvana Lima Teixeira 134

CAPÍTULO
A ARTE DA GESTÃO

9
O PAPEL DA GESTÃO NA IMPLANTAÇÃO DAS
AÇÕES ESTRATÉGICAS PARA ENFRENTAMENTO
DOS DESAFIOS DAS ORGANIZAÇÕES

André Charone Tavares Lopes 152


CAPÍTULO

10
EDUCAÇÃO FINANCEIRA: A IMPORTÂNCIA DA
GESTÃO DAS FINANÇAS PESSOAIS

Francisco Almeida Costa 166

CAPÍTULO

11
A REALIDADE DO ANALFABETISMO E DA
IMATURIDADE EMOCIONAL NO TRATO COM
FINANÇAS

Sylvana Lima Teixeira 188


CAPÍTULO

12
DESMISTIFICANDO AS ESTRATÉGIAS DE
INVESTIMENTO

Tiago Felix dos Santos Porfirio 206

CAPÍTULO
A ARTE DA GESTÃO

13
ANÁLISE DOS FATORES ESSENCIAIS PARA O
PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DE
NEGÓCIOS

Tiago Felix dos Santos Porfirio 224


CAPÍTULO

14
A COMPETITIVADADE DAS EMPRESAS COM O SCM

Israel Ribeiro Alves 252

CAPÍTULO
1
CAPÍTULO
A ARTE DA GESTÃO

EFEITOS DA MENTORIA LICI SOBRE O


DESENVOLVIMENTO DE LIDERANÇAS PARA CIDADES
INTELIGENTES:

Uma Perspectiva sob a Ótica da Teoria DISC e IE


Estudo de Caso no Instituto Smart Citizen - BRA


Poliana Rodrigues Pionório Freire Assis¹


[1] Mestranda em Business Adminstration - MUST UNIVERSITY. Especialista em Gestão de Negócios com
Ênfase em Gestão do Conhecimento | UGF (RJ) Consultora Empresarial e de Gestão Pública para o
Desenvolvimento de Cidades. E-mail: adm.polianapionorio@gmail.com.

20
A ARTE DA GESTÃO

INTRODUÇÃO

Durante muitos anos as empresas públicas e privadas acreditavam


existir aaaaaaaa
uma separação da emoção versus razão no ambiente de trabalho.
E, ainda hoje, por mais que seja o desejável, não é o que o acontece na
maioria delas. O equilíbrio emocional é colocado em cheque no cotidiano
das pessoas com trabalhos sob pressão, com metas a serem batidas, com
a interação entre membros de equipe pela busca de resultados, o que
pode gerar estresse e desconforto.

Segundo Gonzaga e Rodrigues (2018), “o comportamento humano


chegouaaaaaa
a ser considerado como resultado único da nossa cognição e
interação cultural, ou seja, da nossa capacidade de pensar e decidir sobre
a realidade que vivenciamos, a partir de processos de educação e
socialização”.

Em via de mão dupla, as empresas, a partir da década de 80,


buscaram
aaaaaa
soluções para o entendimento dessa dicotomia na
neurociência, que ampliou a probabilidade de análise de pensamentos,
avaliação de percepções e crenças arraigadas nas emoções de cada um.
O contexto de estresse passa a ser compreendido por comportamento
do indivíduo e não apenas do ambiente que ele faz parte.

Em contraponto, nasce a figura do líder como principal condutor de


equipeaaaaaa
ou de um povo, logo (símbolo) de desenvolvimento organizacional
e institucional. Numa abordagem funcional, o líder é responsável pelo
gerenciamento direto das suas emoções e, por ter a percepção assertiva
dos seus liderados, ou seja, ele tem alta inteligência emocional. “A
inteligência emocional é uma aptidão mestra, uma capacidade que afeta
profundamente todas as outras, facilitando ou interferindo nelas”
(GOLEMAN, 2011 apud GONZAGA; RODRIGUES, 2018).

Segundo Robbins, Judge e Sobral(2010), para melhor compreender


as emoções,
aaaaaaa
especialmente no ambiente profissional, podemos separá-las
em sentidas e demonstradas. As emoções sentidas são as emoções
genuínas de uma pessoa. As emoções demonstradas, pelo contrário, são
aquelas requeridas pela organização e consideradas apropriadas para um
determinado cargo. Estas não são inatas, são aprendidas.
21
A ARTE DA GESTÃO

Outrossim, o objetivo do líder é preparar e reter talentos nas


organizações,
aaaaaaaa
sendo fundamental compreender que cada colaborador
traz consigo competências e habilidades e, de mesmo modo, as
formações técnicas e acadêmicas. Esse combo de prerrogativas reflete
diretamente no âmbito corporativo. Isso posto, para aumentar a
produtividade da equipe e assegurar o alcance de bons resultados, faz-se
necessário a compreensão do que os perfis comportamentais podem
aprender e entregar para agregação de valor.

METODOLOGIA

Este artigo foi desenvolvido a partir de um estudo de caso na


Mentoria
aaaaaaaa
LICI do Instituto Smart Citizen (BRA), partindo no primeiro
momento do levantamento do número de líderes LICI, para dar lastro a
pesquisa. Em seguida, a identificação dos perfis comportamentais e as
competências emocionais baseadas no autoconhecimento,
autogerenciamento, consciência social e gestão de relacionamento.

Quanto ao tipo de pesquisa, para Yin (2001, p. 21), “o Estudo de


Caso aaaaaa
como ferramenta de investigação científica é utilizado para
compreender processos na complexidade social nas quais estes se
manifestam: seja em situações problemáticas, para análise dos
obstáculos, seja em situações bem-sucedidas, para avaliação de modelos
exemplares”.

A pesquisa explicativa é aquela, que além de registrar e analisar os


fenômenos
aaaaaaaa
estudados, busca identificar as suas causas, seja através da
aplicação do método experimental/matemático, seja através da
interpretação possibilitada pelos métodos qualitativos (SEVERINO, 2007,
apud LIMA, 2012).

O universo desta pesquisa contempla o grupo Lideres LICI, em que


156 jáaaaaaaa
realizaram o Teste Assessment DISC (sendo pre- requisito para
participação desta). A pesquisa foi enviada pelo aplicativo de comunicação
Telegram por link gerado no Google Forms, constituindo assim, uma
amostra de 50 respondentes, perfazendo um percentual de 32,05%,
sendo possível utilizar as informações para este trabalho.
22
A ARTE DA GESTÃO

TABELA 1 | DADOS GERAIS DA PESQUISA


Gênero

Feminino: 28

Masculino: 22

Grupo de Agente de Inovação:

Cidadão: 18

Setor Privado: 15

Setor Público: 9

Acadamia: Universidades e Escolas de todos os níveis: 8


FONTE: ELABORADA PELA AUTORA (2021).


O Instituto Smart Citizen, em que esta pesquisa foi realizada, é uma


start-upaaaaaaaa
que está inserida no setor de ensino público com reconhecimento
no seu mercado. A empresa trabalha com produtos de consultoria,
mentoria e treinamentos voltados para essa esfera e tem a sua sede
estabelecida na cidade de Brasília – DF. Além disso, apresenta-se como
uma empresa que proporciona estratégia, desenvolvimento de liderança e
capacitação técnica para os seus alunos. O envio do link do questionário
ocorreu no dia 21 de junho de 2021, pelo canal de comunicação do ISC e,
a coleta de dados foi realizada no dia 23 de junho do mesmo ano.

O questionário foi desenhado com base na Escala de Likert que,


segundoaaaaaa
Duarte (2016) “se trata de uma escala de resposta psicométrica,
geralmente utilizada em pesquisas de opinião de clientes. Criada em
1932, por Rensis Likert (psicólogo norte-americano). É apresentada como
uma tabela de classificação de 5 pontos onde o respondente emite o seu
grau de concordância com aquela questão, marcando na escala a
resposta que mais traduz a sua opinião. Exemplo: variação de 1 (discordo
totalmente) até 5 (concordo totalmente) e, aqui nesta pesquisa sendo
adequado o verbo de acordo com cada pergunta.

O instrumento possui 13 itens no total subdivididos em questões


aaaaaa
23
A ARTE DA GESTÃO

sobre identificação (3 itens), perfil comportamental pertencente (se


executor, planejador, comunicador ou analista) e descritos os dois perfis
mais acentuados segundo o Assessment DISC (1 item). A partir deste,
questões de inteligência emocional: autoconhecimento (2 itens), mudança
comportamental (3 itens), desenvolvimento de liderança (2 itens) e base
de inteligência emocional (1 itens). Por fim, pergunta aberta sobre opinião
quanto a Mentoria LICI (1 item).

O efeito da Mentoria LICI nos Líderes LICI foi medido por gráficos e
exportadas
aaaaaaaa
para o software R, sendo uma linguagem de programação
estatística e gráfica que vem se especializando na manipulação, análise e
visualização de dados, sendo atualmente considerada uma das melhores
ferramentas para essa finalidade (DIDÁTICA TECH, [s. d.]).

DESENVOLVIMENTO TEÓRICO
.
1. Teoria Disc por Marston

A avaliação DISC é uma ferramenta criada pelo Dr. Walter Vernon


Clarke aaaaaaaa
nos anos 70 e baseada nos estudos do perfil DISC desenvolvidos
por William Moulton Marston, pesquisador da Universidade de Harvard. Ele
também é o criador do detector de mentiras, ferramenta usada pelo
mundo forense. Assim, a teoria se baseia no conceito de que as pessoas
poderiam ser classificadas em dois eixos: ativas ou passivas e, segundo o
ambiente, favorável ou antagonista. Para Marston (1928), uma pessoa
poderia ser enquadrada em quatro quadrantes: dominância; influência;
estabilidade; e, conformidade.

Com o passar dos anos, o Prof. Dr. John G. Geier aprimorou a


ferramenta,
aaaaaapassando por processos de evolução fundamentais,
transformando-a no teste que conhecemos atualmente. Dessa forma, o
DISC é uma das ferramentas de avaliação de perfil comportamental mais
usadas no mundo, aplicada em mais de 50 milhões de pessoas e em mais
de 75 países.

24
A ARTE DA GESTÃO

2. Tipos de Perfis Comportamentais

Half (2018), detalha os perfis comportamentais em analista,


comunicador,
aaaaaaaaexecutor e planejador e como podem ser melhor
aproveitados.

QUADRO 1 | PERFIS COMPORTAMENTAIS


ANALISTA COMUNICADOR EXECUTOR PLANEJADOR

É detalhista, meticuloso e É a pessoa comunicativa, O aspecto positivo desse É um colaborador de ritmo


preocupado. Além de que tem grande poder de perfil é que essa pessoa constante, também
responsável, é muito persuasão e carisma. É um realiza o que é necessário a conservador e estável,
conservador e organizado, indivíduo de bons todo custo. Para isso, tende a trabalhar bem em
capaz de controlar rotinas relacionamentos, e costuma também demostra elevada equipe. É paciente e não
repetitivas e processos influenciar outras pessoas autoconfiança, além de ser apresenta altos e baixos
executados diariamente. rapidamente e contagiá-las objetivo, determinado e nas suas atividades.
com seu ponto de vista focado em resultados. O
favorável. O lado negativo - lado negativo é que a
além da falta de perseguição a um resultado
planejamento e análise - é a pode causar prejuízos
dificuldade em seguir quando a empreitada é
processos, normas e desnecessária ou
cronogramas. inatingível, bem como
dificuldades de seguir as
regras da empresa.

FONTE: ELABORADA PELA AUTORA (2021).


A Figura a seguir demonstra a conexão dos perfis comportamentais


com o aaaaaaa
DISC.

25
A ARTE DA GESTÃO

FIGURA 1 |CONEXÃO DOS PERFIS COMPORTAMENTAIS COM O DISC


FONTE: ADAPTADA DE ISC (2021).


3. Inteligência Emocional por Goleman

Considerado o “Pai da Inteligência Emocional”, Daniel Goleman é


um psicólogo,
aaaaaaaaescritor e PhD da Universidade de Harvard, nos Estados
Unidos, com anos dedicados ao estudo do tema.

Enquanto pesquisador, Goleman define a Inteligência Emocional


como aaaaaaaa
a “capacidade de identificar os nossos próprios sentimentos e os
dos outros, de nos motivarmos e de gerir bem as emoções em nós e nos
nossos relacionamentos”. Isto posto, e de maneira clara, para Goleman, a
Inteligência Emocional é a maior responsável pelo sucesso ou insucesso
dos indivíduos. As competências comportamentais se tornam um
diferencial para permanecer nas empresas, sobretudo, os líderes que são
mais observados na condução das equipes pelos diretores ou superiores.

De acordo com Goleman, Boyatzis e Rhee (2002, apud GONZAGA;


RODRIGUES,
aaaaaaaaa
2018), a inteligência emocional e social é o principal
diferenciador, em que profissionais e líderes devem apoiar as suas
competências comportamentais. Na sua última revisão, o modelo de
Inteligência Emocional dos autores considera uma perspectiva
aaaaaaaaaaa
26
A ARTE DA GESTÃO

intrapessoal (emocional) e uma perspectiva interpessoal (social) na


atuação das competências de Inteligência Emocional.

Assim, as habilidades complementam as competências


comportamentais.
aaaaaaaaaaaSegundo Goleman (2001, apud MACEDO [s. d.]), a
inteligência emocional pode ter categorizada em cinco habilidades:

autoconhecimento emocional; reconhecimento das emoções


relacionamentos interpessoais; em outras pessoas;
automotivação. controle emocional;

A UTILIZAÇÃO DA MENTORIA LICI PARA DESENVOLVIMENTO DE


LÍDERES INTELIGENTES E CIDADES INTELIGENTES

A Mentoria LICI é recente, mas já é reconhecida nacionalmente há


mais deaaaaaaaa
dois anos, tendo em vista a sua elevada eficácia, escolha do
conteúdo e pelos convidados que fazem parte da sua grade de aulas.
Nesse momento, envolve um grande desafio que é informar a população
brasileira em 50%+1 até 2030 sobre cidades inteligentes, alinhando e
integrando os quatro agentes de inovação.

Segundo Goleman, Boyatzis e McKee (2013, apud GONZAGA,


RODRIGUES,
aaaaaa2018), um líder não pode “criar confiança”, mas pode criar as
“condições para o surgimento da confiança”. A liderança deve promover a
abertura, mesmo que posicione os líderes num patamar de maior
vulnerabilidade e esse tenha que arcar com consequências de desvios e
resultados não tão favoráveis. Para os autores, apenas uma liderança
aspiradora consegue promover autonomia, autoestima e relacionamentos
saudáveis numa organização.
As cidades são construídas por ações individuais e se
refletem no espaço de forma coletiva, criando padrões de
organização, os quais podem ser identificados por alguns
modelos voltados para o estudo das dinâmicas espaciais.
Através desta compreensão, vem surgindo uma nova
formade se fazer a gestãoe planejamento das cidades,
baseadanas teorias da complexidade, posto que não é mais
possível abrir mão da concepção de interação dinâmica
(espaço-temporal) para ajudar neste processo (CARVALHO,
2019, p. 32).

27
A ARTE DA GESTÃO

A partir dessas indagações então surge o conceito de cidades


inteligentes
aaaaaaaaaaa
que conforme Carvalho (2019), a União Européia, declara que
Cidades Inteligentes são sistemas de pessoas interagindo e usando
energia, materiais, serviços e financiamento para catalisar o
desenvolvimento econômico e a melhoria da qualidade de vida.

Para haver lideranças inteligentes e o progresso de um país para o


futuro,aaaaaaaa
faz-se necessário alinhar as premissas desse conceito entre os
agentes de inovação, sendo: administração pública, iniciativa privada,
universidades e cidadãos. Todos imbuídos de promover o
desenvolvimento de um país e do seu povo. Ou seja, ao invés de
determinar que cidades devem ou não ser consideradas "inteligentes", é
fundamental refletir na capacitação e qualificação das pessoas que
podem tornar uma cidade mais inteligente.

FIGURA 2 | FRAMEWORK PARA PLANEJAMENTO DE CIDADES INTELIGENTES


FONTE: RODRIGUES (2015).

28
A ARTE DA GESTÃO

Nesse contexto, para corroborar com a afirmação de cidades


inteligentes,
aaaaaaaaaaa
pode-se observar que todos os indicadores, nos seus
respectivos eixos, são formados por pessoas, logo, também cidadãos. As
entregas dos protagonistas que formam cada eixo explicitam a smart city.

ANÁLISE ESTATÍSTICA GERAL DA PESQUISA E CONSIDERAÇÕES


FINAIS

Com a amostra em Likert, as tendências estatísticas permitidas para


analisar
aaaaaaaaaaa
os dados são a mediana e a moda encontradas. A mediana
mostrará o ponto em que a amostra se divide ao meio, indicando se as
escolhas tendenciam aos pontos de fragilidade ou de força do
comportamento. A moda indica qual a maior concentração de respostas
por item, ou seja, as que foram mais escolhidas pelos respondentes e
devem ser ponto focal das tratativas pós-análise.

A Tabela abaixo relaciona os valores de mediana e moda relativos à


amostra
aaaaaaaa
completa do estudo. O impacto da Moda corresponde à
quantidade de respostas dadas ao valor na referida questão aplicada em
questionário.

29
A ARTE DA GESTÃO

TABELA 2 | RELAÇÕES ESTATÍSTICAS





Geral
Referência Referência Tendências
Questões Valor Impacto
Questionário Estudo Estatísticas
Você é consciente das suas
Mediana: 5
Questão 5 1 limitações, bem como as suas 33
Moda: 5
forças pessoais como líder?
Você consegue lidar bem com
a suas emoções negativas – Mediana: 4
Questão 6 2 18
por exemplo, recuperar-se Moda: 5
rapidamente?
Você consegue se adaptar
Mediana: 5
Questão 7 3 facilmente a realidades em 30
Moda: 5
mudança?
Você mantém foco nos seus
objetivos principais e conhece Mediana: 3
Questão 8 4 25
os passos necessários para Moda: 5
chegar lá?
Você normalmente consegue
Mediana: 5
Questão 9 5 perceber os sentimentos das 30
Moda: 5
pessoas com quem interage?
Você possui um dom para a
Mediana: 4
Questão 10 6 persuasão e para usar a sua 27
Moda: 4
influência com eficácia?
Você consegue conduzir uma
Mediana: 4
Questão 11 7 negociação para um acordo 21
Moda: 4
satisfatório, evitando conflitos?
Você trabalha bem em Mediana: 5
Questão 12 8 36
equipe? Moda: 5

FONTE: ELABORADA PELA AUTORA (2021).


O Gráfico Box-Plot, abaixo, ilustra a comparação das medianas,


variabilidade
aaaaaaaaaaa
de respostas e os limites mínimos e máximos escolhidos
pelos respondentes.

30
A ARTE DA GESTÃO

GRÁFICO 1 | MEDIANAS, VARIABILIDADE DE RESPOSTAS E LIMITES MÍNIMO E MÁXIMOS


ESCOLHIDOS PELOS RESPONDENTES

FONTE: ELABORADO PELA AUTORA (2021).


O eixo vertical do gráfico corresponde aos valores atribuídos às


questões,
aaaaaaaaaaa
já o eixo horizontal se refere às questões respondidas (da 5ª à
12ª questão do instrumento de coleta). A linha mais escura do gráfico
indica a mediana de cada questão e os espaços em cor cinza mostram a
dispersão ou variabilidade encontradas nas respostas dadas.

A grande maioria das respostas mostram tendência à escolha cinco


da escala,
aaaaaaaa
que reflete sobre pontos positivos do comportamento dos
respondentes. No entanto, as questões dois e quatro apresentam uma
variabilidade maior que as demais. Esta característica sugere
aprofundamento no estudo das escolhas, pois, somente com a análise
geral, teríamos um resultado inconclusivo da pesquisa.

O aprofundamento do estudo considera os perfis comportamentais


como aaaaaaa
dimensões das respostas da pesquisa, conforme o Teste do
Assessment – DISC: Perfil Planejador; Perfil Executor; Perfil Comunicador e
Perfil Analista.

31
A ARTE DA GESTÃO

1. Avaliação Aprofundada da Amostra

É importante conhecer qual o perfil em maior destaque entre as


pessoas
aaaaaaaa
analisadas e, a partir desta informação, comparar as
características dos perfis em relação aos valores gerais calculados. O
questionário de coleta solicitava aos respondentes que assinalassem os
dois perfis mais fortes indicados pelo DISC, no entanto, nem todos
declararam dois perfis. Esta ação permitiu que a resposta se desdobrasse
em duas, em que, a primeira opção representa o primeiro perfil mais
marcante e a segunda opção indica o segundo perfil mais marcante.

32
TABELA 3 | RELAÇÕES ESTATÍSTICAS POR DIMENSÃO




Geral Executor Analista Planejador Comunicador
Referência Referência Tendências
Questões Valor Impacto Valor Impacto Valor Impacto Valor Impacto Valor Impacto
Questionário Estudo Estatísticas

Você é consciente das suas


Mediana: 5 - 5 - 5 - 3,5 - 4 -
Questão 5 1 limitações, bem como as suas
forças pessoais como líder? Moda: 5 33 5 21 5 8 5 3 4 1

Você consegue lidar bem com a


suas emoções negativas – por Mediana: 4 - 4 - 4 - 4,5 - 3 -
Questão 6 2 exemplo, recuperar-se Moda: 5 18 5 11 4 5 5 4 3 1
rapidamente?

Você consegue se adaptar


Mediana: 5 - 5 - 4 - 4,5 - 3 -
Questão 7 3 facilmente a realidades em
mudança? Moda: 5 30 5 20 5 5 5 4 3 1

Você mantém foco nos seus


objetivos principais e conhece os Mediana: 3 - 3 - 5 - 5 - 1 -
Questão 8 4 passos necessários para chegar

33
Moda: 5 25 5 13 5 6 5 5 1 1
lá?
A ARTE DA GESTÃO

Você normalmente consegue


Mediana: 5 - 5 - 4 - 5 - 4 -
Questão 9 5 perceber os sentimentos das
pessoas com quem interage? Moda: 5 30 5 18 5 5 5 6 4 1

Você possui um dom para a


Mediana: 4 - 3 - 4 - 4 - 3 -
Questão 10 6 persuasão e para usar a sua
influência com eficácia? Moda: 4 27 3 14 4 6 4 5 3 1

Você consegue conduzir uma


Mediana: 4 - 4 - 4 - 4,5 - 4 -
Questão 11 7 negociação para um acordo
satisfatório, evitando conflitos? Moda: 4 21 5 12 4 5 5 4 4 1

Mediana: 5 - 5 - 5 - 5 - 3 -
Questão 12 8 Você trabalha bem em equipe?
Moda: 5 36 5 21 5 7 5 7 3 1

FONTE: ELABORADA PELA AUTORA (2021).


A ARTE DA GESTÃO

É possível notar na tabela acima, que o perfil Comunicador obteve


somente
aaaaaaaaaaa
uma resposta como perfil principal, logo, serão utilizados os
dados do perfil Comunicador como segundo perfil mais marcante para
continuidade da análise. A Tabela a seguir traz as informações com o perfil
comunicador ajustado, seguindo as informações já explicadas.

34
TABELA 4 | RELAÇÕES ESTATÍSTICAS DO PERFIL COMUNICADOR AJUSTADO

Comunicador



Geral Executor Analista Planejador
Ajustado
Referência Referência Tendências
Questões Valor Impacto Valor Impacto Valor Impacto Valor Impacto Valor Impacto
Questionário Estudo Estatísticas

Você é consciente das suas


Mediana: 5 - 5 - 5 - 3,5 - 4 -
Questão 5 1 limitações, bem como as suas
forças pessoais como líder? Moda: 5 33 5 21 5 8 5 3 5 12

Você consegue lidar bem com a


suas emoções negativas – por Mediana: 4 - 4 - 4 - 4,5 - 3 -
Questão 6 2 exemplo, recuperar-se Moda: 5 18 5 11 4 5 5 4 5 10
rapidamente?

Você consegue se adaptar


Mediana: 5 - 5 - 4 - 4,5 - 3 -
Questão 7 3 facilmente a realidades em
mudança? Moda: 5 30 5 20 5 5 5 4 5 15

Você mantém foco nos seus


objetivos principais e conhece os Mediana: 3 - 3 - 5 - 5 - 1 -

35
Questão 8 4 passos necessários para chegar Moda: 5 25 5 13 5 6 5 5 5 9
lá?
A ARTE DA GESTÃO

Você normalmente consegue


Mediana: 5 - 5 - 4 - 5 - 4 -
Questão 9 5 perceber os sentimentos das
pessoas com quem interage? Moda: 5 30 5 18 5 5 5 6 5 14

Você possui um dom para a


Mediana: 4 - 3 - 4 - 4 - 3 -
Questão 10 6 persuasão e para usar a sua
influência com eficácia? Moda: 4 27 3 14 4 6 4 5 3 13

Você consegue conduzir uma


Mediana: 4 - 4 - 4 - 4,5 - 4 -
Questão 11 7 negociação para um acordo
satisfatório, evitando conflitos? Moda: 4 21 5 12 4 5 5 4 5 12

Mediana: 5 - 5 - 5 - 5 - 3 -
Questão 12 8 Você trabalha bem em equipe?
Moda: 5 36 5 21 5 7 5 7 5 17

FONTE: ELABORADA PELA AUTORA (2021).


A ARTE DA GESTÃO

A grande maioria das modas estão relacionadas ao valor cinco da


escala aaaaaaaaaaa
de Likert no questionário, polarizado para o lado positivo das
respostas. Em outras palavras, é possível interpretar que a amostra
demonstra ótimos resultados em relação ao domínio da Inteligência
Emocional e suas atribuições. Para corroborar com esta interpretação, as
medianas também possuem valor cinco em sua maioria, o que representa
uma tendência de que as respostas se concentram com maior
intensidade nos níveis positivos do comportamento, como pode-se
perceber nos gráficos a seguir.

GRÁFICO 2 | BOX-PLOT DIMENSÃO PERFIL EXECUTOR


FONTE: ELABORADO PELA AUTORA (2021).

O box-plot da dimensão Perfil Executor indica que existe uma


dispersão
aaaaaaaaaaa
ou variabilidade de respostas no item quatro (correspondente à
questão oito). Por ser o perfil mais frequente da amostra, é possível
sugerir que este grupo de pessoas revela não manter foco nos objetivos
principais, sendo este um ponto de melhoria do perfil. O perfil mostra
ainda uma variabilidade no item dois, que reflete o domínio das emoções
negativas do indivíduo.

36
A ARTE DA GESTÃO

GRÁFICO 3 | BOX-PLOT DIMENSÃO PERFIL ANALISTA


FONTE: ELABORADO PELA AUTORA (2021).

O segundo perfil mais frequente da primeira opção é o Perfil


Analista,aaaaaaaaaaa
e, também, apresenta variabilidade alta nas respostas do item
quatro, sugerindo, de maneira análoga ao perfil executor, que é
necessária uma melhoria na manutenção do foco nos objetivos. Além
disto, o item oito também mostra variabilidade, relacionada ao bom
desempenho do indivíduo quando trabalhando em equipe.

37
A ARTE DA GESTÃO

GRÁFICO 4 | BOX-PLOT DIMENSÃO PERFIL PESQUISADOR


FONTE: ELABORADO PELA AUTORA (2021).

O perfil pesquisador tem variabilidade igual nos itens um e


quatro,aaaaaaaaaaa
indicando que este grupo pode melhorar na auto percepção
como líder, além da manutenção do foco nos objetivos.

38
A ARTE DA GESTÃO

GRÁFICO 5 | BOX-PLOT DIMENSÃO PERFIL COMUNICADOR


FONTE: ELABORADO PELA AUTORA (2021).

Por fim, o box-plot do perfil Comunicador ilustra que, além do item


oito, o aaaaaaaaaa
item um e dois possuem certa variabilidade de respostas. Todos os
itens já foram mencionados nos perfis anteriores e podem ser
entendidos.

Em linhas gerais, o resultado do estudo deixa claro que o item 4 é


um eixo
aaaaaaaaa
de fragilidade a ser trabalhado, devido à variabilidade nas
respostas obtidas na amostra, e confirmada com o aprofundamento do
estudo de acordo com os quatro perfis, já que todos eles refletem a
mesma característica.

Dadas as especificações gerais do instrumento como: data, gênero


e grupo
aaaaaaaa
de agente de inovação, os demais itens se aproximam das
respostas acima da mediana e que contemplam características positivas
às questões.

39
A ARTE DA GESTÃO

No que toca a Inteligência Emocional, é interessante que se tenha


uma maior
aaaaaaaaaaa
atenção aos itens 4, 1, 2 e 8, respectivamente, como focos de
melhorias futuras. Este ranking é dado considerando a frequência de
respostas por dimensão em relação a variabilidade percebida nos gráficos
box-plot.

Aqueles itens que têm a Mediana 4 e 5, embora não participem de


um planoaaaaaaaa
de melhoria urgente, devem ter planos de manutenção dos
níveis, para uma melhor gestão do conhecimento. Um estudo longitudinal
destas variáveis pode desencadear trabalhos futuros que verifiquem os
indícios de correlação entre os perfis e as características de IE que mais
impactam em seu desenvolvimento, e auxiliar no monitoramento deste
desenvolvimento de forma assertiva e eficaz, contando com amostras
maiores e com características mais abrangentes.

Conforme comparativo da Tabela 3, em que fazemos o contra-


ponto aaaaaaaaa
da Teoria DISC, por Marston, com Inteligência Emocional, por
Goleman, vemos que uma ferramenta complementa a outra,
principalmente quanto as características e habilidades.

QUADRO 2 | COMPARATIVO DA TEORIA DISC E IE


AUTORES MARSTON (1928) GOLEMAN (2001)

Referência no Meio
Universidade de Harvard Universidade de Harvard
Científico
ESCI ®
Avaliação / Tipo de
Teoria DISC Escala para auto avaliação e
Escala
Comparação com pares (360º)
Autoconsciência, autocontrole,
Características / Dominância, influência,
motivação, empatia e habilidades
Habilidades estabilidade e conformidade
sociais
Competências emocionais no
Composição Relatórios e análises trabalho, Avaliação, Treinamento e
Coaching de IE.
A inteligência emocional pode ser o
O DISC traz informações a respeito fator decisivo para que um líder
Relatórios
das características possa tirar proveito de todos os
seus talentos.

FONTE: ELABORADO PELA AUTORA (2021).

40
A ARTE DA GESTÃO

Chegou-se a conclusão que a Mentoria LICI tem como resultado


principal
aaaaaaaaaaa
- a transformação de pessoas comuns em líderes inteligentes,
bem como chefes em líderes. Conforme resultados da pesquisa, o ISC
demonstra o potencial ainda maior quando associa a Teoria DISC à
Inteligência Emocional, promovendo assim maiores oportunidades de
crescimento pessoal e profissional para seus alunos, levando em
contrapartida, também, seus efeitos benéficos para o desenvolvimento de
cidades inteligentes.

41
A ARTE DA GESTÃO

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Disponível em: https://didatica.tech/a-linguagem-r/. Acesso em: 26 jul.
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2010 por Nicholas Brealey.

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GIL, A. C. Gestão de Pessoas: Enfoque nos papéis profissionais. São


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GIL, A. C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas,


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Janeiro: 2021, Objetiva.

GOLEMAN, D.; BOYATZIS, R.; RHEE, K. Agrupando as competências de


inteligência emocional: visões do Emotional Competence Inventory. Cap.
16. In: BAR-ON, R.; PARKER, J. Manual de Inteligência Emocional: teoria,
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Porto Alegre: Artmed Editora, 2002.

GONZAGA, A. R. RODRIGUES, M. C. Inteligência Emocional nas


Organizações. [Livro eletrônico], Canoas: Ed. Unilasalle, 2018.

42
A ARTE DA GESTÃO

HALF, R. Perfis comportamentais: conheça os tipos e saiba como ajudar


seus colaboradores. 2021. Disponível
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comportamentais-conheca-os-tipos-e-saiba-como-ajudar-seus-rc. Acesso
em: 26 jul. 2021.

LIMA., C. T. O Impacto da Gestão do Conhecimento nas


Organizações: Um Estudo Realizado no Produto EMPRETEC do SEBRAE e
sua Contribuição para as Micro e Pequenas Empresas no Município de
Paulo Afonso. Paulo Afonso: FASETE, 2012.

MACEDO. F. Liderança e Inteligência emocional. [s. d.]. Disponível em:


https://docplayer.com.br/52476515-Lideranca-e- inteligencia-
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MARSTON, W. M. As Emoções das Pessoas Normais. 1. Ed. Success for


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43
A ARTE DA GESTÃO

RODRIGUES, M. D. Framework para planejamento de cidades


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Acesso em: 23 Jan. 2022.

SEVERINO, A. J. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: Cortez


Editora, 2010. YIN, Robert K. Estudo de Caso, planejamento e
métodos. 2. ed. São Paulo: Bookman, 2001.

44
2
CAPÍTULO
A ARTE DA GESTÃO

LIDERANÇA CONTEMPORÂNEA: A NECESSIDADE DE


DESENVOLVIMENTO DE UM MINDISET DE CRESCIMENTO
PARA UMA ATUAÇÃO FELIZ E EFICAZ

Configuração da Mentalidade-Expandida: uma


visão futurista para o sucesso

Francisco Almeida Costa²


[2] Graduação em Administração. Pós-graduação com MBA em Gestão Empresarial. Mestrando em


Administração pela Must University. E-mail: adm.francisco.costa@gmail.com.

48
A ARTE DA GESTÃO

INTRODUÇÃO

A humanidade se torna mais inteligente a cada geração. Esse


fenômenoaaaaaaaa
advém dos efeitos da evolução do mundo, cada vez mais
conectado globalmente. Porém, sofre cada vez mais as suas
consequências, que implicam numa pressão mental intensa, em especial
diante de períodos pandêmicos como a do contexto em que o novo
coronavírus veio como um acelerador de futuros e provocou
comportamentos sopesados na resiliência, assim como no medo,
desânimo e insegurança, o que tem provocado problemas psicológicos
graves em várias pessoas. O ambiente turbulento exige um potencial
cognitivo intenso que desafia as habilidades mentais e, sobretudo, o
controle emocional dos indivíduos.

Esse cenário promove atitudes empreendedoras, mas também


provocaaaaaaa
o descontrole emocional em muitos indivíduos. Tal fato decorre
do poder mental de cada pessoa, se opera com uma mentalidade fixa ou
uma mentalidade de crescimento. Outrossim, é evidente que o cérebro
humano pode ser verdadeiramente incrível, não obstante, o tamanho
relativamente pequeno em relação ao restante do corpo humano, ele é a
máquina processadora responsável por controlar praticamente tudo nas
nossas vidas, desde processos fisiológicos como a respiração e a
circulação sanguínea, até o complexo psicológico, envolvendo
emaranhados de pensamentos, emoções e sentimentos, que excita ações
e comportamentos dos mais diversos tipos e intensidades. Percebe-se
que a mente, também chamada parte consciente do nosso cérebro, é o
que promove a evolução incrivelmente rápida da espécie humana. A
capacidade de aprender, pensar e agir, diferencia o Homo sapiens dos
demais animais que habitam no planeta, assim como diferencia os
próprios serem humanos uns dos outros.

Este artigo foi delineado com uma metodologia pautada em


estudosaaaaaa
bibliográficos, tendo como ponto basilar o referencial teórico,
considerando as discussões sobre o contexto da temática, descritos por
diversos autores citados: Elrod (2019), Dweck (2006), Robbins (2020),
Goleman (2012), entre outros. Diante do exposto, o objetivo deste estudo
consiste em vislumbrar a importância da configuração mental no processo
do desenvolvimento de uma mentalidade de crescimento e aaaaaaaaaa
49
A ARTE DA GESTÃO

inteligência emocional como essência para a conquista da felicidade e a


eficácia na atuação do líder contemporâneo, destacando as práticas
estratégicas necessárias para ativar a expansão da mentalidade de
sucesso e desenvolver comportamentos emocionalmente equilibrados
para o êxito nos relacionamentos e nos resultados almejados, dignos de
uma visão futurista. Na sequência, pontua sobre a mentalidade-expandida
como alicerce para o alcance de objetivos. Desta forma, este artigo está
dividido do seguinte modo: após essa introdução, apresenta-se o
desenvolvimento discorrendo sobre os assuntos: identificação e
mapeamento das características da mentalidade; desenvolvimento de
estratégias para potencializar o desenvolvimento e o alcance dos
objetivos; e, os benefícios gerados a partir dessa transformação.
Referenciando os principais conceitos abordados. Logo após, as
considerações finais com as conclusões obtidas.

Assim, este estudo tem a conotação particular de revisar


criticamente
aaaaaaaaaaa
as evidências científicas disponíveis sobre o assunto e
contribuir para a reflexão sobre a importância do desenvolvimento da
mentalidade de crescimento e do poder mental, de modo a incentivar as
pessoas a trabalharem o seu psíquico-intelectual e despertar o potencial
para uma liderança mais eficaz e uma vida mais feliz e inteligente
emocionalmente, não querendo aqui esgotar o assunto pela sua
complexidade e relevância.

DESENVOLVIMENTO

Ao expor uma pesquisa sobre a necessidade de desenvolvimento


de umaaaaaaaaa
mentalidade de crescimento para melhores resultados na
atuação de um líder contemporâneo e uma vida mais feliz, em especial
sobre a essência da prática da configuração da mentalidade-expandida
numa visão futurista para o sucesso, assim como discorrer as estratégias
necessárias para ativar a expansão dessa mentalidade de sucesso
avançada peculiar ao controle emocional, faz-se necessário compreender
de maneira estruturada o que as pesquisas condizentes ao assunto vêm a
ponderar quanto ao tema, de maneira a ilustrar o melhor escopo para
essa abordagem. Assim sendo, o compilado inicial de informações do
desenvolvimento do presente trabalho apresenta os assuntos:
aaaaaaaaaaaa
50
A ARTE DA GESTÃO

identificação e mapeamento das características da nossa mentalidade;


desenvolvimento de estratégias para potencializar o desenvolvimento e o
alcance dos objetivos; e, os benefícios que serão gerados a partir dessa
transformação. Assim como os principais conceitos correlatos à temática.

O mindset, enquanto configuração da mentalidade, é um palco


frutíferoaaaaaaaaaaa
para se conhecer melhor a performance das pessoas, em
especial no ambiente de trabalho com o mapeamento do perfil de
liderança existente. Outrossim, os estudos apontam, em suma, dois
modelos mentais: o fixo e o de crescimento.

O modelo mental fixo pressupõe que a inteligência, a habilidade


criativaaaaaaaaa
e o caráter são dados estáticos que não podem ser mudados de
forma significativa, e, que o sucesso é a confirmação dessa inteligência
inerente. Assim sendo, se avigorar pelo sucesso e impedir o fracasso a
todo custo, torna-se essencial para manter a sensação de ser inteligente
mentalmente. Já o modelo mental de crescimento, por outro lado,
progride em desafio. Os obstáculos funcionam como trampolim
encorajador para o desenvolvimento da mentalidade.

Nesse contexto, dentre essas duas mentalidades: fixa e de


crescimento,
aaaaaaaaaa
que se revelam desde uma idade muito precoce, guiam os
comportamentos dos indivíduos, sua relação com o sucesso e o fracasso
em ambientes profissionais e pessoais e, inclusive, na capacidade de
desenvolver a liderança contemporânea.

1. Identificação e Mapeamento das Características da


Mentalidade

Viver, sentir, pensar e agir sob a orientação de uma mente de


sucessoaaaaaaaa
avançada são desafios constantes. Todavia, poucas pessoas têm
esse perfil e aquelas que o tem desenvolvido, se destacam das demais.

Robbins (2019, p. 40) afirma que “a maioria das pessoas está atrás
de mudança
aaaaaaaa de estado. Querem ser felizes, alegres, extáticas,
concentrarem-se em algo. Querem paz de mente, ou estão a tentar sair
de estados de que não gostam”.

51
A ARTE DA GESTÃO

Nesse sentido, torna-se essencial entender o conceito e o histórico


da palavra
aaaaaaaaaaa
mentalidade ou ‘midset’, assim como saber identificar e mapear
as suas características.

Percebe-se que mindset é uma expressão muito utilizada na


atualidade,
aaaaaaaa
cuja origem etimológica vem do inglês, que significa:
mentalidade ou modelos mentais. Em outras palavras, o termo mindset é
um estrangeirismo que denota ‘modelo mental’, numa tradução semântica
aproximada para o português, a palavra “mind” significa mente, e a palavra
“set”, configuração. Ou seja, é a programação mental, a maneira de uma
pessoa pensar ou a visão que cada um tem da vida. Na ótica da psicologia
do sucesso, intui que mentalidade determina a organização do
pensamento, o estilo otimista ou pessimista de enxergar o contexto da
vida e como nos posicionamos diante deles. Destarte, mindset seria,
grosso modo, o estilo de pensar de cada um, a lente com que se observa
o mundo.

Embora seja um termo contemporâneo, o conceito do que hoje


conhecemos
aaaaaaaa
por mindset, já era tratado na literatura desde o início do
século passado, quando o escritor americano Napoleon Hill, depois de
duas décadas de pesquisa com cerca de dezesseis mil pessoas de
sucesso extraordinário publicou, o seu Best Seller, a Lei do Triunfo Hill, em
1928. Anos depois, outra respeitável contribuição deste autor para a
consolidação do atual conceito de mindset veio em 1937, com a
publicação da obra “Penso & enriqueço”, em que esclarece que a mente
consegue delinear os resultados.

Em meio à vasta literatura que aborda a expressão mindset, vale


destacar
aaaaaaaa
a contribuição de Anthony Robbins que, com o seu livro “O poder
sem limites”, obra em que revelou as principais técnicas para o sucesso
baseadas na ação e no autoconhecimento.

Para Robbins (2019, p. 37), “se controlamos as nossas


comunicações
aaaaaaaaaaaaa
em nós e produzimos sinais visuais, auditivos e cinestésicos
do que queremos, consequentemente podem ser produzidos resultados
positivos relevantes, mesmo em situações em que as possibilidades de
sucesso parecem limitadas ou inexistentes”. Nesse sentido, o autor
acredita que todas as pessoas conseguem conquistar exatamente o que
aaaaaaaaaa
52
A ARTE DA GESTÃO

quiserem, mas precisam configurar suas mentes para tal.

Mais recentemente, o termo mindset se popularizou com a


publicação
aaaaaaaaaaa
do livro “Mindset: a nova psicologia do sucesso”, da renomada
professora de psicologia da Universidade Stanford, PhD. Carol S. Dweck,
considerada uma das maiores especialistas do mundo nos seguintes
campos: psicologia social; personalidade; desenvolvimento; motivação e
sucesso. Ela foi responsável por evidenciar que o mindset de uma pessoa
pode alterar completamente a sua própria vida. O seu estudo sobre
mapeamento e configuração mental é bastante discutido e aplicado nos
ambientes organizacionais e acadêmicos, assim como nos processos de
coaching.

Para Dweck (2006, p. 56), “os mindsets são uma parte importante
da sua aaaaaaaa
personalidade, mas você pode modificá-los. Simplesmente
tomando conhecimento da existência dos dois mindsets, pode-se começar
a raciocinar e reagir de novas maneiras”. Assim sendo, segundo a sua
teoria, a configuração mental é crucial para o sucesso e que, toda
circunstância, pode proporcionar tendências boas ou ruins dependendo
da compreensão de quem vê.

Numa ótica mais ampla, refere-se a um conjunto de crenças,


pressupostos,
aaaaaaaamodo de pensar, ou ponto de vista de um indivíduo, ou
grupo de pessoas.

Segundo Dweck (2006) há dois tipos fundamentais de atitudes


mentais:aaaaaaaaa
a fixa e a progressiva ou crescimento. No primeiro, as pessoas
acreditam que o talento e as capacidades são definidos no DNA e não se
mudam ao longo da vida, são imutáveis. No segundo, as pessoas com o
modelo mental progressivo, creem que o talento pode ser desenvolvido
no decorrer do tempo, por meio da experiência e persistência, acreditam
no propósito. Percebe-se assim, que o mindset determina como as
pessoas encaram a vida, seus objetivos, os desafios, os contratempos e
dificuldades, a sua performance, e como se esforçam para melhorar
continuamente. Ou seja, observa-se que há dois modelos mentais básicos
pelos quais as pessoas guiam as suas vidas, comumente chamados como
mindset fixo e de crescimento.

53
A ARTE DA GESTÃO

Destarte, o conjunto de manifestações de ordem mental delimita a


capacidade
aaaaaaaaaaa
de lidar com as diversidades da vida, a percepção sobre elas
define a maneira como as pessoas agem diante de situações peculiares
do dia a dia, reflete nas aptidões e atitudes, assim como, pode alimentar
as crenças ou verdades limitantes. Congratulando com essa constatação,
estudiosos apontam várias crenças limitantes, como exemplo: não
acreditar no potencial, medo de fracasso e desafios, baixo estímulo, não
definir prioridades, pensamentos negativos, não gostar do que faz, falta
de compromisso, falta de confiança, duvidar da capacidade de
aprendizado, descontrole emocional, não saber lidar com imprevistos,
procurar culpados em vez de soluções, não aceitam feedbacks, crer que o
sucesso do outro é pura sorte, dentre outros correlatos.

FIGURA 1 | CRENÇAS LIMITANTES


FONTE: ELABORADA PELO AUTOR (2022).

54
A ARTE DA GESTÃO

Dweck (2006, p. 34), afirma que “indivíduos de mindset fixo


acreditam
aaaaaaaaaaa
que a aptidão se revelará por si só, antes que ocorra qualquer
aprendizado”.

O mindset fixo gera comportamentos limitantes, ou seja, o jeito


pessimista
aaaaaaa
de pensar atrapalha o avanço e impede a confiança no
aprendizado constante. Nesse diapasão, infere-se que os resultados são
frutos das próprias escolhas e, influencia na tomada de decisão.

O nascimento da excelência começa com o nosso reconhecimento


de queaaaaaaaaa
a nossa crença é uma escolha. Em geral, não pensamos nela,
dessa forma, mas a crença pode ser uma escolha conscienciosa. Você
pode escolher crenças que o limitem, ou que o apoiem. O truque é
escolher crenças que contribuam para o sucesso e os resultados que
queira e descartar as que o retardam (Robbins 2019).

Segundo Dweck (2006, p. 45), “outra forma pela qual as pessoas de


mindsetaaaaaaaa
fixo procuram restabelecer a sua autoestima depois de um
fracasso é atribuir a culpa a alguém ou arranjar desculpas”.

Na visão de Robbins (2019, p. 53), “pessoas acreditando em


fracasso
aaaaaaaa
têm quase garantida uma existência medíocre”. Corroborando
com essa mesma linha de pensamento, Dweck (2006, p. 43) afirma que
“no mindset fixo, no entanto, perder-se devido ao fracasso pode se
transformar num trauma permanente e temível”. Ainda segundo Robbins
(2019, p. 54), “a crença no fracasso é um modo de envenenar a mente.
Quando armazenamos emoções negativas, afetamos a nossa fisiologia,
nosso processo mental e nosso estado. Uma das maiores limitações de
grande parte das pessoas é seu modo de fracassar”.

Quando as pessoas acreditam em traços imutáveis, estão sempre


acreditando
aaaaaaaaaa
que arriscam ser avaliadas como fracasso. O fracasso pode
defini-las de maneira permanente. Por mais inteligentes ou talentosas que
sejam, essa atitude parece incapacitá-las para o uso dos seus recursos de
reação. Quando as pessoas acreditam que as suas qualidades básicas
podem ser desenvolvidas, os fracassos podem ser dolorosos, mas não as
definem. E, se é possível expandir as capacidades — se a mudança e o
crescimento são possíveis —, então, ainda há muitos caminhos para o
aaaaaaaaaa
55
A ARTE DA GESTÃO

sucesso (DWECK, 2006). Nesse sentido, entende-se que as pessoas com


modelos mentais de sucesso expansivos podem sofrer com os fracassos,
contudo, a experiência penosa não define as suas competências, pois
pensa que o problema deve ser enfrentado e tratado e dele extrair
aprendizados.

O fracasso é a base do processo de aprendizado e o caminho para


o crescimento.
aaaaaaaaaaaQuando você aborda objetivos dessa forma, mesmo se
não conseguir chegar à meta pretendida, nunca vai fracassar na conquista
do propósito maior. Se mantiver a fé inabalável e fizer um esforço
extraordinário, mas ficar longe do alvo, terá desenvolvido as qualidades e
características de um mestre dos milagres, que levaram à conquista dos
seus objetivos de modo consistente no futuro (ELROD, 2019).

Assim, deduz-se que as características como fé, disciplina,


profissionalismo,
aaaaaaaaaaaresiliência, dentre outras, são relevantes no processo do
desenvolvimento da mentalidade.

Pessoas que possuem uma mentalidade fixa acreditam que sua


inteligência,
aaaaaaaa
habilidades e capacidades não podem ser desenvolvidas. Elas
são submissas, aceitando todas as condições que são impostas. Se
desestabilizam facilmente ao se deparar com novos desafios, pois não
gostam de sair da zona de conforto. Enxergam sempre o lado negativo de
qualquer situação, o que leva a desmotivação e estagnação, tanto na vida
profissional, quanto na pessoal. Mudanças não são bem vindas para esse
tipo de pessoa, pois com as mudanças vem também algum esforço e
disciplina, e ao modo de pensar dessas pessoas, isso não traz nenhum
retorno, preferem a procrastinação. Elas entendem que o sucesso de
outras pessoas são devidos a dons e sorte (DWECK, 2006).

Desse modo, observa-se dentre as características relevantes do


perfil da
aaaaaaaaaaa
pessoa com mindset fixo, o julgamento de que o sucesso do
próximo é mera sorte, assim como o hábito de deixar para depois o que
poderia fazer logo.

Para Elrod (2019, p. 161) “o primeiro obstáculo que geralmente dá


as caras
aaaaaaaa
são os medos irracionais (do fracasso, do sucesso, de mudança),
que geralmente nos levam a Procrastinar”.

56
A ARTE DA GESTÃO

Elrod (2019, p. 143) afirma que “a procrastinação se transforma em


um modo
aaaaaaaaaaa
de vida, no qual habitualmente adiamos as tarefas
desconfortáveis, menos importantes ou desconhecidas, justamente as
que são necessárias para conquistar nossos objetivos”.

Entretanto, contrapondo a mentalidade fixa, intui que pessoas com


mentalidade
aaaaaaade crescimento são responsáveis, comprometidas e
disciplinadas, elas acreditam no desenvolvimento constante, veneram
novos desafios, entendem que tudo é aprendizado e que seus resultados
dependem de suas decisões, pensamentos e atitudes. São otimistas,
entendem que habilidades e competências compõem um processo de
aprendizagem e que qualquer indivíduo pode desenvolver. Procuram
sempre superar suas limitações e melhorar a cada dia. Tem a capacidade
de enxergar oportunidades em qualquer tipo de circunstância e desafios.
Ou seja, as pessoas com o mindset de crescimento avançado conseguem
desenvolver a configuração mental pautada na inteligência emocional e
desenvolvem um perfil de maturidade e aprendizado constante.

Elrod (2019, p. 85) “a capacidade de os seres humanos expandirem


o limiteaaaaaaaa
do possível impressiona, tanto como espécie quanto em termos
individuais. O que parecia fantasia vira realidade e nos leva a expandir
nossa identidade e criar novas possibilidades para o futuro”.

Assumir responsabilidade é, em minha opinião, uma das melhores


medidas
aaaaaaaaa
do poder e maturidade de uma pessoa. É também um exemplo
de crença apoiando outras crenças, de capacidade sinergética de um
sistema coerente de crenças. Se você não acredita em fracasso, se sabe
que atingirá seu efeito, não tem nada a perder e tudo a ganhar,
assumindo responsabilidade. Se você estiver no controle, terá sucesso
(ROBBINS, 2019).

Na ótica de Dweck (2006, p. 30), “no mindset de crescimento, as


pessoas
aaaaaaaaa
não apenas buscam o desafio, mas prosperam com ele. Quanto
maior o desafio, mais elas se desenvolvem”. Robbins (2019, p. 58) afirma
que “é a qualidade do compromisso que separa os bons dos grandes.
Compromisso é um componente importante do sucesso em qualquer
campo”.

57
A ARTE DA GESTÃO

Ao saltar para o merecimento esclarecido e decidir que merece


tudo o aaaaaaaaaaa
que deseja, mostrando-se disposto a fazer o esforço necessário e
acreditando ativamente em sua capacidade ilimitada em vez de se basear
nas limitações que você mesmo se impôs, será possível criar a energia e a
motivação necessárias para melhorar a sua vida (ELROD, 2019).

Numa visão futurista, considerando o perfil de uma mentalidade de


crescimento,
aaaaaaaa
ressalta-se que a maturidade aliada à inteligência emocional
gera o poder de estabelecer o controle das circunstâncias.

Na ótica de Robbins (2019, p. 61), “nada tem qualquer poder sobre


mim além
aaaaaaaa
daquilo que permito por meio de meus pensamentos
conscientes”.

Diante dessas constatações, percebe-se que o pensamento é capaz


de transformar
aaaaaaaaa
a realidade assim como as ações, reações ou a falta delas.

2. Estratégias para Potencializar o Desenvolvimento da


Mentalidade e o Alcance dos Objetivos

No atual contexto da globalização, num mundo cada vez mais


conectado,
aaaaaaaa
os desafios enfrentados pelas pessoas têm grande poder de
transformação mental e impactam nas emoções e comportamentos.
Diante deste cenário, faz-se necessário buscar estratégias para
potencializar o desenvolvimento da mentalidade e o alcance dos objetivos
e eliminar os pensamentos negativos. Outrossim, com base nosestudos
de especialistas no assunto, vale destacar algumas estratégias como
ingredientes para a mentalidade-expansiva, por exemplo, mudança de
comportamento, estabelecimento de prioridades, criação de bons
hábitos, disciplina, autoestima, comprometimento, pensamento otimista,
fé inabalável, esforço extraordinário, confiar no próprio potencial,
respeitar as pessoas, senso de aprendizado, paixão pelo que faz, bem
como, compreender a lei da atração e a programação do cérebro.

Mediante as diversidades, na maioria das vezes, as pessoas têm


como premissa
aaaaaaaafocar apenas nos pontos negativos da situação, deixando
de ver o que há de positivo e o aprendizado. Destarte, vale destacar os
dois principais tipos de mentalidade.

58
A ARTE DA GESTÃO

FIGURA 2 | MODELOS MENTAIS


MINDSET FIXO X MINDSET EXPANSIVO

Sente-se incapaz Acredita no seu potencial


Evita desafios Enfrenta desafios
Fica na defensiva Tem empatia
Detesta se esforçar Esforço extraordinário
Desiste facilmente Persiste
Não aceita feedback Aceita receber feedback
Inveja ou odeia sucesso alheio Se inspira com o sucesso do outro
Atribui culpados Promove a solução
Procrastina sempre Age e realiza
Descontrole emocional Controla as emoções
Não estabelece prioridades Define objetivos e metas
Não procura aprender algo novo Busca aprendizado constante
Descrença Fé inabalável
Ver o resultado dos outros como sorte Sabe que o resultado depende da dedicação de cada
Foca nos pontos negativos um
Foca nos pontos positivos

FONTE: ELABORADA PELO AUTOR (2022).

Conforme ilustrado na figura em supra, pode-se inferir que para


conquistar
aaaaaaaa
melhores resultados, seja em qual fase da vida for ou na
atuação profissional, é preciso focar em especial no positivo, ter fé,
esforço, controle emocional, paciência e autoestima elevada. Além disso, a
resiliência é essencial, pois essa característica ajuda no processo de
superação dos obstáculos e promove a ressignificação e maturidade. Isso
configura para um mindset expansivo. Percebe-se que o ser humano é
uma espécie com uma capacidade de aprendizado extraordinária. Porém,
muitas pessoas não acreditam que são capazes de fazer diferente, de
mudar sua realidade, de entender que o futuro desejado está em suas
mãos e pensamentos, para tal basta acreditar e agir! Esse modelo mental
aaaaaaaa
59
A ARTE DA GESTÃO

configura para um mindset fixo.

Com essa constatação, infere-se que uma das estratégias


importantes
aaaaaaaaaaa
é a aceitação dos resultados, alinhada a paciência e
maturidade em compreender que não é possível mudar o passado, pois a
resistência e o forte desejo de voltar o tempo e imaginar novos fatos
criam e perpetuam maior dor emocional. No caso, a partir da aceitação é
que se tem a liberdade interior.

Neste sentido, Elrod (2019, p. 64) assegura que “a regra dos cinco
minutosaaaaaaaaa
é eficaz porque deixa uma lição bem clara sobre dor emocional:
Não é a experiência, circunstância ou evento que causa a dor emocional, e
sim a falta de disposição para aceitar a vida como ela é e seguir em
frente”.

Outra característica estratégica das pessoas que possuem uma


mentalidade
aaaaaaaaaa
expansiva e que conquistam ótimos resultados é o respeito
às diferenças individuais.

Para Robbins (2019, p. 56), “indivíduos de excelência, isto é, pessoas


que conseguem
aaaaaaa resultados notáveis, quase universalmente têm um
tremendo senso de respeito e apreciação pelas pessoas. Têm um senso
de equipe, de interesse comum e unidade”.

Nas palavras de Elrod (2019, p. 70) “existe apenas uma causa para a
dor emocional,
aaaaaaaaaaque pode ser resumida em uma palavra: resistência.
Dizendo de modo simples, toda a dor emocional que já sentimos, estamos
sentindo agora ou vamos sentir no futuro é criada pela resistência à
realidade em que estamos”.

Robbins (2019, p. 57), fala que “uma das chaves do sucesso é fazer
um casamento
aaaaaaaaa bem-sucedido entre o que faz e o que gosta”. Com base
nesta afirmação, infere-se que as pessoas que gostam do que fazem são
mais felizes e têm mais chances de galgar nas escadarias do sucesso.

Outra importante estratégia descrita por Elrod (2019, p. 105) é que


“Se você
aaaaaaaaaaa
estiver cercado de pessoas que dão muitas desculpas e não
chegam a lugar algum na vida, vai ser difícil arranjar motivação”.

60
A ARTE DA GESTÃO

Para Robbins (2019, p. 88) “não há sucesso permanente sem


confiança.
aaaaaaaaaaa
Indivíduos que têm sucesso, têm crença no poder da
confiança”.

Destarte, cabe entender que a confiança e a responsabilidade são


aliadasaaaaaaaaa
do processo de desenvolvimento da mentalidade de sucesso e
que o controle mental, reflete no desenvolvimento do pensamento
otimista e na assertividade das escolhas.

Neste sentido, Elrod (2019, p. 88) diz que “quando você assumir o
controle
aaaaaaaa
e a responsabilidade pelos pensamentos, vai entender que a sua
capacidade de criar resultados e melhoras significativas na vida sempre
existirá. Ao fazer esse processo de modo consistente, a probabilidade de
ter mais sucesso aumenta”.

Outro importante ensinamento de Elrod (2019) visto como


estratégia
aaaaaaaaa
para desenvolver a mentalidade-expansiva é a necessidade de
se mover e superar a procrastinação, fazer o que tem que ser feito para
alcançar os objetivos.

Nota-se que a capacidade técnica alinhada ao equilíbrio emocional


é relevante
aaaaaaaa
na tomada de decisão dentro da organização, já que
oportuniza promover o êxito da atuação profissional.

Na visão de Eker (2006, p.19), “P-S-A=R, pensamentos conduzem a


sentimentos.
aaaaaaaaSentimentos conduzem a ações. Ações conduzem a
resultados”.

Segundo Elrod (2019), quando a pessoa tem uma inabalável fé e


colocaaaaaaaaaaaa
um esforço extraordinário sobre um período longo de tempo,
pode até enfrentar tropeços, mas o seu sucesso vai, por fim, sair de
possível para provável e inevitável. Para Eker (2006), pensamentos
positivos promovem ações positivas, que geram resultados positivos. No
mesmo sentido, entende-se que se a pessoa tiver pensamentos negativos
provavelmente terá comportamentos negativos e resultados também
negativos. Percebe-se que a visão de Eker corrobora com a visão de Elrod.

No contexto organizacional, observa-se que o profissional com a


aaaaaaaaaa
61
A ARTE DA GESTÃO

mentalidade de crescimento e que tem paixão pelo que faz, apresenta


maior chance de ser feliz e de obter maiores resultados positivos. Resta
evidente que o pensamento conduz a crença, que gera comportamentos
e que promove resultados. Ou seja, o mindset é que norteia as ações e
que as qualidades das ações balizam os resultados da vida das pessoas.

Dweck, (2006, p. 58) apoia essa linha de pensamento ao afirmar


que “o aaaaaaaaaaa
mindset de crescimento permite efetivamente que as pessoas
gostem do que fazem, e continuem a gostar mesmo diante de
dificuldades”.

Percebe-se que muitos profissionais de mindset de crescimento


não planejaram
aaaaaaaa chegar ao topo. Porém, chegaram porque gostavam do
que faziam. Parece ironia: o topo do sucesso é o lugar em que os de
mindset fixo miram estar, mas muitos dos profissionais de mindset de
crescimento chegam nesse patamar como consequência secundária de
sua paixão pelo que fazem.

Dweck, (2006, p. 60), “o mindset de crescimento é a crença de que


as aptidões
aaaaaaaaa
podem ser cultivadas. Mas isso não define a extensão possível
da mudança nem quanto tempo a mudança exigirá. Tampouco significa
que tudo possa ser modificado, como as preferências e os valores”.

Elrod (2016, p. 80) garante que “é a pessoa em quem você se


transforma
aaaaaaaaa
ao longo do processo que será importante para o resto da
vida, superando qualquer conquista de curto prazo”.

Com base nessa supracitada afirmação, entende-se que o essencial


é o desenvolvimento
aaaaaaaa da pessoa no decorrer da vida, o que permite ir além
das pequenas conquistas no processo de maturidade.

Dweck (2006, p. 61) conclui que “as pessoas de mindset fixo podem
ter tanta
aaaaaaaaa
confiança quanto as de mindset de crescimento — isto é, até que
aconteça alguma coisa. Mas, como se pode imaginar, sua confiança é mais
frágil, pois as decepções e mesmo o esforço são capazes de enfraquecê-
la”.

A inteligência sempre foi uma das marcas que caracterizam o ser


aaaaaaa
62
A ARTE DA GESTÃO

humano e o diferencia dos demais seres, o que revela ser um fator


bastante benéfico para a evolução da humanidade. Assim sendo, vale
conceitua-la.

Para Goleman (2012, p. 179 apud LEITE; SILVA; PONTES, 2019, p. 5),
“o tipoaaaaaaaaaaa
de elemento mais importante na inteligência de grupo, revela-se,
não é o Q.I. médio no sentido acadêmico, mas sim a inteligência
emocional”.

Neste sentido, compreende-se que a inteligência emocional é a


percepção
aaaaaaaaaaa
das emoções de maneira simples e inteligente, com atuação
equilibrada emocionalmente refletindo favoravelmente no processo de
desenvolvimento da mentalidade e nos resultados almejados.

3. Os Benefícios Gerados a partir da Transformação da


Mentalidade

Considerando as dificuldades da vida moderna com o advento da


globalização
aaaaaaaa
e do avanço tecnológico, bem como os seus problemas, por
exemplo, uma crise sanitária em decorrência de uma pandemia, percebe-
se que muitos indivíduos sofrem constantemente com problemas
psicológicos graves.

Neste contexto, vale destacar alguns dos benefícios gerados pela


transformação
aaaaaaaada mentalidade, como exemplo, bem-estar, felicidade,
alcance dos objetivos pessoais e profissionais, modelo mental expansivo,
controle emocional, construção de bons hábitos, entendimento das
emoções, revisão de crenças, paz interior, positividade, aprendizado
constante, resiliência e maturidade.

Existem dois tipos gerais de emoções, positivas e negativas. As


emoçõesaaaaaaaaa
positivas, como felicidade, alegria, empolgação, gratidão, amor e
similares, criam uma energia agradável que nos deixa bem. Já as energias
negativas, como medo, raiva, inveja, arrependimento e ressentimento,
criam uma energia desagradável que nos deixa mal. No espaço entre as
energias positivas e as negativas está o reino da paz interior, e é isso que
procuramos (ELROD, 2019).

63
A ARTE DA GESTÃO

Sabe-se que o desenvolvimento do mindset de crescimento nasce


da tomada
aaaaaaaaaaa
de decisão, uma escolha inicial para a mudança, como
pontapé para ampliar a capacidade de ver e entender melhor a situação e
permitir a identificação de novas possibilidades na vida pessoal e
profissional.

Assim, os especialistas vislumbram que as decisões podem ou não


serem aaaaaaaaa
complexas e cabe à pessoa decidir pelas melhores possibilidades
de solucionar problemas. Cabendo a cada pessoa a responsabilidade de
desenvolver seu mindset e trabalhar seu controle emocional. Ou seja, as
pessoas precisam assumir a responsabilidade quanto ao futuro desejado.

É perceptível que há múltiplos fatores que interferem nas emoções


de cada
aaaaaaaa
indivíduo, o que contribui ou impede a conquista de benefícios,
com um clima favorável ao bem-estar como a felicidade.

Diante disso, verifica-se que para conservar e promover o estado


de felicidade
aaaaaaaaa
do indivíduo, a pessoa precisa se nutrir da capacidade de
controlar suas emoções e praticar o pensamento com positividade e
inteligência.

Nesse sentido, observa-se que a busca constante por uma vida


mais feliz
aaaaaaaaa
é um desafio para a humanidade e, em especial, das pessoas
que estão às margens da pobreza, que na maioria dos casos, são
desprovidas de instruções, expectativas positivas e condições básicas de
dignidade da pessoa humana. Outrossim, tal realidade desafia os
indivíduos a trabalharem suas habilidades para aperfeiçoar seus modos
de pensar e agir para melhor conseguir lidar com as diversidades da vida,
assim com saber controlar suas emoções, devendo monitorar seus
sentimentos e aprender a guiar seus pensamentos para conseguir seus
objetivos. Neste diapasão, resta necessário a esperança, a fé, o esforço e a
disciplina.

Elrod (2019, p. 122) afirma que “a fé inabalável alimenta o esforço


extraordinário”.
aaaaaaaa

Quanto à felicidade, como benefício do processo de expansão da


mentalidade,
aaaaaaaaa
ressalta-se que muitas são as definições do que é felicidade,
aaaaaaaaa
64
A ARTE DA GESTÃO

e a maioria delas faz menção a um estado emocional positivo, com


sentimentos de bem-estar e prazer.

O Dicionário Houaiss da língua portuguesa (2021) define felicidade


como aaaaaaaaaaa
“estado de espírito de quem se encontra alegre ou satisfeito;
alegria, contentamento, fortúnio, júbilo”.

Destarte, fica evidente que o ser humano tem uma capacidade de


desenvolvimento
aaaaaaa mental e aprendizado e que a busca pela felicidade é
uma constante. Nesse interim, a configuração do mindset se torna
essencial e inevitável. Todavia, torna-se relevante uma força interior nesse
processo de desenvolvimento da mentalidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo foi idealizado para apresentar uma


interpretação teórica da correlação entre a configuração mental e os
aaaaaaaaaaa
benefícios promovidos pela capacidade do sistema neurológico de
modificar sua estrutura e função em decorrência das experiências,
destacando as práticas e estratégias necessárias para ativar a expansão
da mentalidade de sucesso avançada, sejam na vida pessoal ou
profissional, em especial na atuação do líder contemporâneo.

Conclui-se que para conquistar melhores resultados, seja em qual


fase daaaaaaaaa
vida for ou na atuação de um líder no contexto atual, é preciso
focar sempre no positivo, ter fé, esforço, controle emocional, paciência e
autoestima elevada. Além disso, a resiliência é essencial, pois essa
característica ajuda no processo de superação dos obstáculos e promove
a ressignificação e maturidade. Isso configura para um mindset
progressivo e consequentemente o alcance de resultados positivos para
uma vida mais feliz e uma liderança provedora de sucesso.

O ser humano é uma espécie com capacidade de aprendizado


extraordinária.
aaaaaaaaPorém, muitas pessoas não acreditam que são capazes de
fazer diferente, de mudar sua realidade, de entender que o futuro
desejado está em suas mãos e pensamentos, para tal, basta acreditar e
agir!
65
A ARTE DA GESTÃO

Conclui-se ainda que, há várias estratégias para promover o


processoaaaaaaaaaaa
de mudança do mindset, cabendo destacar, dentre outras,
mudança de comportamento, acreditar no potencial, entender que cada
indivíduo tem suas habilidades, querer progredir, praticar o respeito e
empatia, não procrastinar, ter positividade nos pensamentos, calma,
controlar as emoções, estabelecer metas e prioridades, criar bons hábitos,
disciplina, autoestima, comprometimento, pensamento otimista, fé
inabalável, esforço extraordinário, senso de aprendizado tanto nos erros
como nos acertos e, gostar do que faz.

A prática da configuração mental, objeto principal deste estudo,


determina
aaaaaaaaa
o potencial do indivíduo para aprender os fundamentos do
autodomínio de pensamentos, autoconhecimento, equilíbrio emocional e
desenvolvimento da mentalidade.

Assim, é importante que as pessoas compreendam que o


pensamento
aaaaaaaaaa
é o guia do comportamento, que por sua vez é indutor das
ações e resultados, ciclo que reflete no acervo emocional e molda a ótica
de felicidade.

O mindset (mentalidade, em português), relaciona-se a uma


predisposição
aaaaaaaaa
mental de ter certos tipos de pensamento e padrões de
comportamentos. É a partir do modo como se pensa que se encaram as
circunstâncias do dia a dia, formando a compreensão, julgamentos e, com
isso, toma-se decisões que refletem nos objetivos almejados. Em supra,
no mindset fixo, tem-se o pensamento de que a inteligência é estática, no
mindset de crescimento, acredita-se que a inteligência pode ser
desenvolvida.

O pensamento é capaz de transformar a realidade assim como as


ações, aaaaaaa
reações ou a falta delas. A autorrealização não vem ao acaso, toda
conquista ou transformação requer trabalho, dedicação, reflexão e
autoconfiança.

Numa visão futurista, considerando o perfil de uma mentalidade de


crescimento,
aaaaaaaa
conclui-se que a maturidade aliada a inteligência emocional
gera o poder de estabelecer o controle das circunstâncias.

66
A ARTE DA GESTÃO

Com este trabalho, não esgotou o tema referente à configuração da


mentalidade
aaaaaaaaaaa
de crescimento, pois, faz-se necessário aprofundar os
estudos para maior reflexão e acompanhar a evolução dessa abordagem,
mas apresenta-las como importante ferramenta de apoio para auxiliar as
pessoas no seu processo de desenvolvimento mental.

67
A ARTE DA GESTÃO

REFERÊNCIAS

DWECK, C. Mindset - A nova psicologia do sucesso. 1. ed. Rio de Janeiro:


Schwarcz AS, 2006.

EKER, T. H. Os segredos da mente milionária. Rio de janeiro: GMT,


2006.

ELROD, H. 2019. A equação do milagre. 1. ed. Rio de Janeiro: Best Seller,


2019.

GOLEMAN, D. Inteligência emocional: a teoria revolucionária que


redefine o que é ser inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

LEITE, E.; SILVA, M. E.; PONTES, P. O uso da inteligência emocional como


ferramenta da gestão pública na tomada de decisões. Revista Psicologia
& Saberes, Maceió, v. 8, n. 11, 2019. DOI:
https://doi.org/10.3333/ps.v8i11.987.

MICHAELIS. Michaelis Moderno Dicionário Brasileiro da Língua


Portuguesa. [online], Melhoramentos, 2017. Disponivel em:
https://michaelis.uol.com.br/busca?id=wOXv. Acesso em: 29 jul. 2021.

ROBBINS, A. Poder Sem Limites: o caminho do sucesso pessoal pela


programação neurolinguística. 19. ed. California : Best Seller, 2020.

68
3
CAPÍTULO
A ARTE DA GESTÃO

OS DESAFIOS DOS LÍDERES DA GERAÇÃO Z E O PAPEL DA


COMUNICAÇÃO

Ticiane Barboza Galdino da Silva Nakashima³


[3] Graduada no curso de Comunicação Social – Jornalismo, com especialização em Comunicação


Empresarial. Mestranda em Administração pela Must University. E-mail: ticianebarbosa@hotmail.com.

72
A ARTE DA GESTÃO

INTRODUÇÃO

Composta por jovens que nasceram entre 1990 e 1995, a Geração


Z é caracterizada
aaaaaaaa por indivíduos hiperconectados e diretamente ligados à
tecnologia, perfil que pode representar um grande desafio para as
lideranças das organizações. Diante de um mercado de trabalho cada vez
mais multigeracional, estudos como o de Colet e Mozzato (2019) apontam
haver a necessidade de capacitação das lideranças para o gerenciamento
destes colaboradores, além de identificar práticas de gestão que facilitem
o convívio de diferentes gerações.

Observa-se que as organizações precisam investir no


desenvolvimento
aaaaaaaaaaaaa
das suas lideranças e em estratégias de comunicação
eficazes, contribuindo para atrair e reter a Geração Z. Devem estar
preparadas para trabalhar com a diversidade geracional, para entender
como obter o melhor da sua equipe respeitando as suas diferenças e
valorizando o potencial dos seus colaboradores. Incentivando que a
equipe contribua com as suas ideias para soluções e alcance de metas
comuns, convivendo em harmonia, com foco nos resultados da empresa.
Estudos evidenciam que o despreparo dos gestores pode incitar o conflito
entre as gerações.

O conteúdo aponta para a importância de uma política de gestão


de pessoas
aaaaaaque considere as expectativas de recompensas tangíveis e
intangíveis para reter estes jovens profissionais na organização. Segundo
Rech et al. (2017), embora sejam imediatistas e almejem rápido
crescimento profissional, eles também buscam aperfeiçoamento e novas
experiências, portanto o líder deve estar atento e oportunizar que se
sintam desafiados a conquistar novos conhecimentos. Considerando a
crescente presença destes jovens no mercado de trabalho, é importante
que o líder compreenda as suas expectativas para trabalhar maneiras de
mantê-los na empresa.

Este trabalho reforça a necessidade de que é preciso investir na


capacitação
aaaaaaaaaa
de liderança para trabalharem melhorias de gestão,
inovações organizacionais e a integração destes colaboradores. O líder
preparado para conduzir uma equipe multigeracional consegue obter da
diversidade de ideias e opiniões, a motivação para a criatividade e
aaaaaaaaaa 73
A ARTE DA GESTÃO

inovação no grupo. Busca-se demonstrar a importância do preparo de


líderes para trabalhar com a Geração Z e da comunicação clara e efetiva
entre líderes e empregados, não somente para atrair estes jovens
talentos, mas também para mantê-los.

Este estudo foi baseado em revisão da literatura a partir de artigos


científicos
aaaaaaaaaaa
relacionados à liderança de equipes com jovens profissionais e
à comunicação, que referenciaram conceitos importantes sobre o tema
proposto, de forma que se pudesse ter uma noção melhor do assunto
pesquisado.

A IMPORTÂNCIA DA PREPARAÇÃO DE LÍDERES PARA


TRABALHAR COM A GERAÇÃO Z

Um tema amplamente estudado na literatura nacional e


internacional,
aaaaaaaaaaa
é a gestão das gerações. Colet e Mozzato (2019) ressaltam
que tal interesse se dá ao fato de que a convivência entre diferentes
gerações no mesmo ambiente de trabalho, com características e anseios
diferentes, pode gerar conflitos. Situação que exige que o líder tenha
habilidades na mediação de conflitos para conduzir adequadamente os
seus funcionários, impedindo que reflita na produtividade e desmotivação
do grupo.

As características observadas na literatura evidenciam que a


tecnologia
aaaaaaaa
é o elemento central da Geração Z. Cavazotte et al. (2012) e
Rech et al. (2017) reforçam que integram a Geração Z, os jovens nascidos
em meados da década de 1990 momento de grande impacto das
tecnologias da informação e da comunicação, associada a esta geração a
habilidade com novas tecnologias. Sempre conectados, com rápido
acesso à informação.

Entre as principais características da Geração Z, Colet e Mozzato


(2019) aaaaaaaaa
observam que estes jovens são multitarefas, têm habilidade com
tecnologias, são imediatistas e querem uma rápida ascensão de carreira,
se interessam por ideias inovadoras. Ao mesmo tempo, querem qualidade
de vida e valorizam trabalhar em empresas socialmente responsáveis.
Valorizam a comunicação em todos os aspectos, o que exige que os seus
aaaaaaaaaaa
74
A ARTE DA GESTÃO

líderes trabalhem com feedbacks frequentes. Estes jovens também


priorizam trabalhar em empresas socialmente responsáveis e com bom
ambiente de trabalho.

Cavazotte et al. (2012) acrescentam que ao contrário de gerações


anteriores,
aaaaaaaaaaa
esses jovens não estão dispostos a fixar raízes e permanecer
numa única empresa grande parte da vida a espera de reconhecimento. A
construção de vínculo de longo prazo entre trabalhador e organização
não é o cenário vislumbrado por grande parte das novas gerações.

São trabalhadores em busca de novos desafios e novas


experiências
aaaaaaaaaaa
profissionais, construídas na inserção em diferentes
organizações. Algo que, segundo Colet e Mozzato (2019), deve ser
observado e trabalhado pelo líder ao definir as atividades destes jovens,
criando oportunidades motivadoras desta criatividade e de
aperfeiçoamento profissional que refletem na produtividade.

O fato de estarem sempre conectados contribui para estarem


sempreaaaaaaaaa
atualizados sobre diferentes temas, o que pode ser usado pelos
gestores estrategicamente para o repasse de conhecimento técnico das
suas rotinas de trabalho. Porém, esta conectividade, pode também levá-
los a um isolamento que pode torná-los individualistas. Mais antenados
ao mundo virtual do que ao real. O que também precisa ser dosado pelo
líder, para não influenciar negativamente no ambiente de trabalho e nos
relacionamentos interpessoais.

Cavazotte et al. (2012) analisam no seu estudo de caso, em que


ouviramaaaaaaaaa
gestores de equipes com profissionais da Geração Z, que os
jovens apresentam motivação por interação com outras pessoas no
trabalho. Valorizam um ambiente harmônico e cooperativo, em que os
funcionários não queiram competir entre si. Cabe ao líder despertar nos
funcionários a importância do trabalho em equipe, fazendo-os
perceberem que a atividade desenvolvida por cada indivíduo contribui
para o resultado geral ser positivo.

O gerenciamento adequado das diferentes características,


potencialidades
aaaaaaaaa e habilidades de um grupo multigeracional pode
promover resultados grandiosos para a organização. Um ambiente rico
aaaaaaa
75
A ARTE DA GESTÃO

em conhecimento. É importante que o líder valorize a troca de


conhecimento entre as gerações para que os objetivos comuns estejam
acima dos individuais.

Nesse sentido, Rech et al. (2017) e Colet e Mozzato (2019)


enfatizam
aaaaaaaaaaa
que o líder deve trabalhar atentamente para observar e
valorizar o potencial de funcionários das diferentes gerações de modo a
que a experiência do mais velho seja percebida e reconhecida de maneira
a completar o perfil ágil, dinâmico e com novos conhecimentos
tecnológicos dos jovens profissionais. Deve conduzir o grupo de forma
que se complementem formando uma equipe conectada e comprometida
gerando bons resultados a todos os envolvidos.

O incentivo para a troca de informações de maneira adequada


pode aaaaaaaaa
contribuir para a melhoria da produtividade da equipe,
comprovando a importância da comunicação eficaz entre líder e
liderados, mas também entre os integrantes da equipe.

Incentivar a oportunidade de troca de conhecimento entre as


gerações
aaaaaaaaa
de modo que reflita na força de trabalho multigeracional muito
mais produtiva. Considerando que mais importante do que apontar
diferenças entre as gerações é a necessidade de trabalhar pela boa
convivência entre elas de modo que o grupo todo atinja grandes
resultados.

Cada vez mais esta geração vai predominar no mercado de


trabalho,
aaaaaaaaaa
Colet e Mozzato (2019) observam que diante disso é preciso
repensar a maneira de gestão destes colaboradores não somente para
atraí-los para as empresas, mas, principalmente, para mantê-los. Não
pensando apenas neste perfil de funcionário, independente da geração, é
importante promover um bom ambiente de trabalho, com harmonia na
equipe incentivando a integração dos mesmos.

Quando não há uma comunicação eficaz, boa interação entre os


membros
aaaaaaaa
do grupo até em razão das diferenças entre as gerações, Colet
e Mozzato (2019) destacam que o ambiente se torna propício a conflitos.
A proximidade do líder com os seus liderados, inteligente
emocionalmente, pode contribuir para que ele se antecipe observando o
aaaaaaaaaa
76
A ARTE DA GESTÃO

ambiente emocional e evite situações que possam impactar na


produtividade da equipe.

1. Expectativas da Geração Z

Habituada a um mundo conectado, interativo e dinâmico, em que


as mudanças
aaaaaaaaaaa
acontecem muito rapidamente, a nova geração de
profissionais ingressa no mercado de trabalho com a expectativa de
encontrar um ambiente semelhante nas empresas. Mais do que
estratégias para atrair estes profissionais, os gestores precisam estar
preparados para mantê-los.

A evolução do talento humano e as suas habilidades, segundo Rech


et al. (2017),
aaaaaaaa
são vistas como fator competitivo no mercado de trabalho
atual e globalizado. Observa-se, cada vez mais, a necessidade de que os
gestores invistam em programas atrativos que vão além da boa
remuneração e concessão de benefícios. Que contemplem o
desenvolvimento organizacional, como a oferta de capacitação e
treinamento, considerando que estes jovens valorizam a oportunidade de
adquirir novos conhecimentos.

O investimento em qualificação profissional também pode fazer


parte da
aaaaaaaaa
política de retenção destes profissionais, sempre atentos às
novas tecnologias e conectados às ideias inovadoras diversas.

Também avaliações de performance, por feedbacks constantes,


pois, são
aaaaaaa
ansiosos por reconhecimento no desempenho das suas
atividades. Momento em que, além de valorizar este jovem, mostrando os
seus pontos fortes e pontos em que pode desenvolver ainda mais o seu
potencial, o líder pode conquistar um maior engajamento deste
profissional para atingir os objetivos organizacionais e individuais.

Colet e Mozzato (2019) reforçam que os trabalhadores da Geração


Z não aaaaaaaa
se sentem confortáveis em ambientes monótonos, cabe ao líder
desenvolver estratégias como, propor novos desafios incentivando a
criatividade e abrindo espaço para o surgimento de ideias inovadoras.
Realidade também apontada por Rech et al. (2017), ao analisarem que os
novos profissionais buscam a realização de projetos inovadores, a
aaaaaaaa
77
A ARTE DA GESTÃO

transparência quanto aos valores da empresa, bom clima organizacional e


atividades que envolvam o terceiro setor.

As estratégias de retenção envolvem também a alta direção das


organizações,
aaaaaaaaaaa
para reverem seu plano de trabalho, já que recrutar e reter
novos talentos exige muito mais do que um pacote de benefícios ou uma
boa remuneração.

Os gestores ouvidos no estudo realizado por Rech et al. (2017)


demonstram
aaaaaaaque o trabalho remoto, que já se mostrou uma importante
experiência para as empresas em cenários de pandemia, por exemplo, é
observado pela nova geração como um modelo de trabalho atrativo que
atende à expectativa de flexibilidade tão almejada por eles.

Colet e Mozzato (2019) destacam que estes jovens acabam


desenvolvendo
aaaaaaaaaa
técnicas que facilitam o desempenho de diversas
atividades em simultâneo. Dessa forma, estão sempre em busca de
reconhecimento dos seus superiores, almejando uma rápida ascensão na
carreira. O que precisa ser verificado pelo líder, que deve se mostrar
sempre próximo e aberto à escuta, buscando motivá-los e fazê-los
entender o ritmo da empresa. Afirmam ainda, que esses jovens valorizam
conversas com a chefia, o que evidencia a importância de uma
comunicação efetiva na condução da Geração Z no ambiente de trabalho,
podendo contribuir para a retenção destes profissionais.

Cavazotte et al. (2012) observam que a reputação das empresas


influencia
aaaaaaaa
consideravelmente os jovens profissionais no momento de
escolher o local para trabalhar. Eles priorizam organizações que
consideram éticas, com transparência nas ações e preocupadas com
questões sociais e ambientais.

No estudo realizado por Rech et al. (2017), junto a gestores de


equipes
aaaaaaaa
com jovens profissionais, os mesmos reconheceram a
necessidade da adequação dos seus sistemas de trabalho diante das
características específicas de cada geração, para retenção da Geração Z
nas suas organizações. É necessário considerar o crescente número
destes jovens ingressando no mercado de trabalho, tornando-se uma
mão de obra importante a ser considerada pelas empresas para, a partir
aaaaaaaaaa
78
A ARTE DA GESTÃO

da valorização do potencial destes profissionais, alcançarem resultados


grandiosos.

2. Comprometimento Organizacional

O comprometimento do funcionário com a empresa é algo muito


valorizado
aaaaaaaaaaa
no mercado de trabalho e resulta também da motivação. Em
seu estudo, Cavazotte et al. (2012) verificaram que funcionários mais
jovens apresentam índices menores de comprometimento, o que
demonstra a necessidade ainda maior de estratégias motivacionais. O
líder inspirador pode despertar este sentimento em seus liderados a fim
de que estejam mais engajados na superação de resultados.

Considerando a crescente presença destes jovens no mercado de


trabalho,
aaaaaaaa
é importante que o líder compreenda a expectativa destes
profissionais para trabalhar maneiras de mantê-los na empresa. Os
estudos mostram que são trabalhadores que esperam recompensas
tangíveis e intangíveis. Embora almejem rápido crescimento profissional e
boa remuneração, eles também buscam aperfeiçoamento e novas
experiências, portanto, o líder deve estar atento e oportunizar que se
sintam desafiados à conquista de novos conhecimentos como apoio para
cursos de capacitação e workshop para a troca de experiências entre as
diferentes gerações, por exemplo. O incentivo à troca de experiência pode
contribuir ainda para a melhoria dos relacionamentos interpessoais entre
as gerações, impactando no clima organizacional.

No estudo realizado por Colet e Mozzato (2019), os gestores


entrevistados
aaaaaaaaa
apontaram o imediatismo, a necessidade de crescimento
rápido na empresa e o constante contato com celulares e internet como
comportamentos negativos da Geração Z. Entre as principais dificuldades
no gerenciamento destes trabalhadores também estão a administração
do imediatismo, a necessidade de crescimento rápido, além de aumento
salarial imediato e criticidade na execução das atividades.

Diante de tantas expectativas a curto prazo, um dos principais


desafios
aaaaaaa
dos líderes é desenvolver estratégias assertivas para a retenção
dos profissionais da geração Z. Colet e Mozzato (2019) apontam a
necessidade da construção de um plano de carreira. A transparência na
aaaaaaaaaa
79
A ARTE DA GESTÃO

forma de crescimento profissional evita falsas expectativas e possíveis


frustrações, que podem impactar na desmotivação deste jovem.

De outro lado, a liderança deve incentivar o constante


aperfeiçoamento
aaaaaaaaaaa de conhecimento, maior engajamento e
desenvolvimento do trabalho em equipe. Dado que, um líder inspirador e
bem conectado com sua equipe, fortalece a relação de confiança de
maneira a aumentar o nível de satisfação entre seus liderados.

3. O Papel da Comunicação

Em um mercado cada vez mais globalizado, a comunicação efetiva


pode ser
aaaaaaaaaaa
uma das estratégias determinantes para o sucesso de uma
organização. Colet e Mozzato (2019) observam que a Geração Z valoriza a
comunicação em todos os aspectos. Por meio das habilidades de
comunicação, as ações para a gestão diante de equipes multigeracionais
com profissionais podem ser mais assertivas.

Rech et al. (2017), Cavazotte et al. (2012) e Colet e Mozzato (2019),


reforçamaaaaaaaa
que a Geração Z deseja que tudo aconteça rapidamente, são
impacientes e ansiosos pela rápida progressão na carreira. Estão em
busca de desafios constantes, com grande rejeição à monotonia. Buscam
qualidade de vida e aliar o trabalho com os valores que pregam para a
vida, além de contribuir para a construção de uma sociedade melhor.

A comunicação eficaz pode ser uma importante ferramenta para


compreender
aaaaaaaaaeste idealismo e dialogar com estes profissionais. A boa
comunicação inclui o momento para a escuta, algo que pode ser visto de
maneira positiva por este perfil profissional.

Rech et al. (2017) lembram que a grande interação tecnológica faz


com queaaaaaaaa
eles fiquem muito tempo no mundo virtual, restringindo o tempo
de conversas e relacionamentos interpessoais em suas rotinas e
convivências diárias. Característica que deve ser observada e trabalhada
de maneira adequada pelos líderes, a fim de que motivem estes jovens a
interagirem com seu grupo de trabalho e se integrarem à equipe.

80
A ARTE DA GESTÃO

Esta integração é muito importante para evitar a geração de


conflitos
aaaaaaaaaaa
e para harmonia da equipe, já que a comunicação eficaz entre os
membros do grupo colabora para que todos saibam o ponto em que suas
atividades se completam e a importância do papel de cada um para atingir
resultados grandiosos.

Oliveira e Plaisant (2021) destacam o importante papel da


comunicação
aaaaaaaaaaaaa
em equipes de sucesso. Citam a pesquisa “O Papel Essencial
da Comunicação”, realizada pelo Pulse of the Profession do PMI, em março
de 2013, demonstra que profissionais que se comunicam eficientemente
têm cinco vezes mais probabilidade de ter sucesso no desempenho de
suas funções.

A pesquisa revela que ao perceber que o desempenho da equipe


não está
aaaaaaa
atingindo os níveis de sucesso esperados, é necessário verificar
se os empregados estão se comunicando da melhor maneira possível. Os
autores afirmam em diversos momentos de seu estudo que a
comunicação eficaz leva a projetos mais bem sucedidos. É preciso conferir
se há a comunicação entre líderes e colaboradores, frequente e de
maneira clara e transparente, utilizando os melhores recursos, para que a
comunicação aconteça de maneira eficaz.

A comunicação eficiente é fundamental para o bom relacionamento


interpessoal,
aaaaaaaa
que abre espaço para a motivação e para o desenvolvimento
da mentalidade construtiva na equipe. Esse estímulo deve ser um
exercício diário. O líder deve reforçar as potencialidades de cada membro
de sua equipe afim de que sejam aprimoradas e que os mesmos
acreditem no desempenho máximo de suas capacidades. Para construir
relacionamentos positivos é preciso se comunicar com eficácia com a sua
equipe.

Para conduzir adequadamente sua equipe o líder deve identificar


as dificuldades
aaaaaaaapara buscar a melhor solução. Oliveira e Plaisant (2021)
defendem que o líder deve usar sua capacidade de comunicação para
motivar a equipe de maneira que os colaboradores se engajem para
atingir o objetivo proposto. Segundo Kyrillos e Sardenberg (2019), a
comunicação contagia o interlocutor, portanto, se quero uma equipe
interessada e motivada é preciso que o líder fale de modo interessado e
aaaaaaaaaaa
81
A ARTE DA GESTÃO

motivado. Sentindo-se inspiradas e motivadas, as pessoas terão melhores


resultados.

Ferreira (2017) defende que a liderança eficaz demanda um bom


processo
aaaaaaaaaaa
de comunicação. Para desenvolver ações mais assertivas, o líder
precisa conhecer seus jovens liderados para saber como podem agregar
suas habilidades e competências individuais em favor do grupo. Estimulá-
los a trabalhar em equipe buscando objetivos coletivos e serem mais
produtivos. Para que isso aconteça, ele precisa estar próximo o que só é
possível por meio da comunicação. Ao conversar com estes profissionais
estará direcionando-os e orientando-os, tal comportamento fortalece a
relação de confiança entre líder e liderados.

Rech et al. (2017) destaca que a expectativa por rapidez e a


agilidade
aaaaaaaaaaa
que a Geração Z está habituada no mundo virtual, acaba sendo
transferida para as relações no ambiente de trabalho, comportamento
que pode não ser bem recebido pelos colegas das outras gerações. A
proximidade do líder, como facilitador da comunicação entre a equipe é
fundamental para que as informações cheguem corretamente e de
maneira adequada a todos. Respeitando suas diferenças mas com
tratamento igual para todos, para evitar o desconforto de que um grupo
se sinta desvalorizado diante de outros funcionários. Deve estar
preparado para gerenciar as convivências e diferenças ideológicas do
grupo multigeracional.

Para Salvagni et al. (2019), essa proximidade só é possível quando


há uma aaaaaaaa
boa comunicação entre os envolvidos. Para que a comunicação
flua como deve ser, é preciso saber se comunicar e usar esta habilidade
para contagiar e incentivar a Geração Z a se mostrar comprometida,
podendo refletir no aumento da produtividade.

Kyrillos e Sardenberg (2019) afirmam que somente conhecendo


bem aaaaaaaaa
sua equipe é que o líder vai saber adequar a melhor forma de
comunicação. Quando são ouvidos, os funcionários sentem que suas
opiniões e colaborações são consideradas pela empresa. Para Ferreira
(2017), eles entendem a importância do seu papel e se colocam de
maneira mais focada, dando o seu melhor para que a organização se
mantenha competitiva no mercado.

82
A ARTE DA GESTÃO

Neste sentido, Kyrillos e Sardenberg (2019) observam que o


feedback
aaaaaaaaaaa
frequente é fundamental para que haja o engajamento do
funcionário. Assim como Oliveira e Plaisant (2021) salientam que o retorno
sobre o desempenho de suas funções, o apontamento sobre seus pontos
fortes e fracos e o apoio para que trabalhem para superá-los é de suma
importância para o desenvolvimento profissional e melhoria de sua
performance.

Mais uma vez, a forma como a comunicação acontece neste


momento,
aaaaaaaaa
com autocontrole e empatia, será primordial para que o
resultado deste feedback seja positivo. O feedback construtivo é aquele
que causa no colaborador o desejo por aperfeiçoar o seu potencial.
Estudos indicam que os profissionais da Geração Z precisam de feedback
para serem produtivos e comprometidos. Oliveira e Plaisant (2021)
reforçam que nos casos em que não há esta devolutiva, a tendência é que
haja um afastamento entre colaboradores e líder, dando abertura para a
geração de conflitos e queda no desempenho devido à desmotivação
coletiva.

Além de o líder acreditar que é possível superar desafios por meio


do esforço
aaaaaaa
extraordinário de cada colaborador, é preciso que eles
também acreditem que são capazes de alcançar resultados grandiosos.
Trabalhar a autoconfiança de cada um é um passo importante neste
processo. Agir de maneira a despertar o comprometimento da equipe,
para que todos entendam a importância do empenho e dedicação, sendo
otimistas no alcance dos resultados.

Para obter esta abertura dos empregados, para ajudá-los a


trabalharem
aaaaaaaaaa
suas fraquezas e aperfeiçoarem suas habilidades e
potencialidades, é preciso que os gestores estejam próximos e conheçam
muito bem suas equipes. Para isso, a boa comunicação deve estar entre
as prioridades nas atividades desempenhadas pelos líderes. Não basta ser
apenas comunicativo, é fundamental promover um ambiente favorável à
comunicação efetiva.

83
A ARTE DA GESTÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Observa-se que, se bem gerenciada, a presença de diferentes


gerações
aaaaaaaaaaa
no ambiente de trabalho pode ser bastante positiva, gerando
grandes resultados para as organizações. Porém, é evidente a
necessidade do investimento na capacitação de lideranças para que
estejam preparadas para receber a Geração Z, cada vez mais presente no
mercado de trabalho, a fim de evitar conflitos entre trabalhadores de
diferentes gerações, o que pode impactar na produtividade das equipes.

Além disso, é notável a necessidade de uma política de gestão de


pessoasaaaaaaaa
que considere as expectativas de recompensas tangíveis e
intangíveis para manter estes jovens profissionais na organização. Estudos
mostram que empresas que oferecem flexibilidade, oportunidades para
que estes jovens talentos tenham novos desafios, acesso à capacitação e
novos conhecimentos, além do desenvolvimento de estratégias de um
plano de carreira de maneira que se sintam integrados e parte dos
objetivos da organização, tornam-se mais atrativas para estes jovens
talentos.

Saber lidar com o alto grau de expectativa destes jovens está entre
os principais
aaaaaaaa
desafios dos líderes da Geração Z. Para administrar e tentar
redimencionar os anseios destes profissionais de maneira a evitar
frustrações que reflitam em desmotivação. Neste sentido, a boa
comunicação é ferramenta fundamental para que a liderança exerça o
seu papel da melhor forma possível, a fim de evitar a valorização de
informações desencontradas ou mesmo a falta de informação que possa
estimular falsas expectativas e trazendo resultados negativos como
desmotivação e problemas de relacionamento, que pode impactar no
desinteresse em permanecer na organização.

Verifica-se a necessidade do aprofundamento de estudos que


abordem
aaaaaaaaa
a temática sobre a política de gestão de pessoas, ideal para as
gerações mais jovens, como importante estratégia a ser adotada para
retenção destes profissionais nas organizações.

84
A ARTE DA GESTÃO

REFERÊNCIAS

CAVAZOTTE, F. S. C. N; LEMOS, A. H. C.; VIANA, M. D. A. Novas gerações


no mercado de trabalho: expectativas renovadas ou antigos ideais?
Cadernos EBAPE.BR, Rio de Janeiro, v. 10, n. 1, artigo 9, p. 162-180, 2012.
Disponível
em:
:http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/view/52
51/3985. Acesso em: 07 ago. 2021.

COLET, D. S.; MOZZATO, A. R. Nativos Digitais características atribuídas por


gestores à Geração Z. Desenvolve Revista de Gestão do Unilasalle,
Canoas, v. 8, n. 2, p. 25-40, 2019. Disponível em:
https://revistas.unilasalle.edu.br/index.php/desenvolve/article/view/5020
Acesso em: 05 ago. 2021.

FERREIRA, J. R. M. A relevância da inteligência emocional na


comunicação de líderes para o desenvolvimento e engajamento
dos empregados. V. 2. São Paulo. Faculdade Cásper Líbero, 2017.

KYRILLOS, L.; SARDENBERG, C. A. Comunicação e Liderança. São Paulo:


Contexto, 2019.

OLIVEIRA, C. G. Boas Práticas de Liderança em Projetos com Equipes com


Mindset Fixo. Boletim Do Gerenciamento, [online], 23(23), 49-57, 2021.
Disponível em:
https://nppg.org.br/revistas/boletimdogerenciamento/article/view/551.
Acesso em: 30 jul. 2021.

RECH, I.; VIÊRA, M.; ANSCHAU, C. Geração Z, os nativos digitais: como


as empresas estão se preparando para reter esses profissionais. Revista
TecnolóGica. [online], 6(1), 152 – 166, 2017. Disponível em:
https://uceff.edu.br/revista/index.php/revista/article/view/223. Acesso em:
30 jul. 2021.

85
A ARTE DA GESTÃO

SALVAGNI, P. et al. A Contribuição da Inteligência Emocional no Exercício


da Liderança. Garibaldi, RS. RECSA – Revista Eletrônica de Ciências
Sociais Aplicadas, [online], vol. 8 n.2, jul/dez, 2019. Disponível em:
https://revista.fisul.edu.br/index.php/revista/article/view/123. Acesso em: 1
ago. 2021.

86
4
CAPÍTULO
GESTÃO DAS EMOÇÕES COMO FERRAMENTA
ESTRATÉGICA NA ADMINISTRAÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES
DE SUCESSO

Luzia Corsini Dejavite⁴


[4] Graduada em Ciências Econômicas, Especialista em Gestão de Negócios e Controladoria, Licenciatura


Plena em Administração, Mestranda em Administração pela Must University. E-mail:
ludejavite123@gmail.com.

90
A ARTE DA GESTÃO

INTRODUÇÃO

Devido à necessidade e relevância do aprimoramento e evolução


dos resultados
aaaaaaaa no ambiente corporativo, diversas pesquisas têm
conquistado espaço e gerado maior interesse por parte dos gestores
organizacionais com relação as relações humanas, já que se tornaram de
suma importância na busca por produtividade. No entanto, ainda é um
grande desafio lidar com o outro e como praticar uma liderança que
estimule a motivação da equipe. Segundo Cury (2015, p. 29), o conceito de
Gestão da Emoção está ligado diretamente ao desenvolvimento do
indivíduo, sendo gestão da emoção a “base de todos os diferentes tipos
de processos de desenvolvimento humano, ligados ao desempenho
profissional e pessoal, gestão de carreira, gestão de pessoas, inteligência
financeira, otimização do tempo, construção de relacionamentos”. A
realidade atual é apontada por fortes e intensas mudanças, caracterizadas
por seres humanos que vislumbram no trabalho muito mais do que sua
fonte de sobrevivência ou garantia de emprego, almejam serem vistos por
suas qualidades, personalidades, por seus sentimentos, dando
preferência as empresas que promovam a interação, estejam envolvidas
com questões sociais e que incentivem sua capacidade laboral por meio
de desafios. Apesar da ciência das corporações quanto à realidade desse
cenário, muitas ainda não valorizam a administração emocional de seus
colaboradores.

É imprescindível que as organizações operem com o


gerenciamento
aaaaaaaaaaaaaa
emocional através de estímulos ao desenvolvimento de
equipes multifunções, a colaboração e integração dos profissionais,
propiciando aos trabalhadores maior participação nas tomadas de
decisões e autonomia, objetivando sentirem-se como verdadeiros
membros e corresponsáveis pelo progresso da companhia, pensando no
desenvolvimento de um maior comprometimento no desempenho de
suas funções.

O presente trabalho teve como metodologia a pesquisa


bibliográfica
aaaaaaaaaa
de cunho qualitativo, realizada por meio do referencial
teórico selecionado a partir das discussões sobre o assunto.

91
A ARTE DA GESTÃO

GESTÃO DAS EMOÇÕES NO CONTEXTO DAS ORGANIZAÇÕES

Estamos vivendo a chamada economia do conhecimento, que exige


dos indivíduos
aaaaaaaaaaa
diferentes mudanças comportamentais na abordagem das
relações humanas nos campos de trabalho, em que diversas divisões de
Recursos Humanos precisaram encarar todas essas modificações,
principalmente, na área emocional. As empresas estão adquirindo
complexidade e muito volume, crescendo e melhorando constantemente,
empurradas pela alta concorrência e exigência de seus clientes, passando
a necessitar de colaboradores cada vez mais competentes.

Com a busca pela otimização das tarefas e excelentes resultados,


estudosaaaaaaaa
direcionados à configuração emocional vêm adquirindo maior
visão e suscitando o desejo de muita gente. O cenário organizacional está
inserido em um mercado altamente competitivo, globalizado, com
constantes e profundas mudanças que acarretam instabilidades,
inseguranças, tensões e forte gasto de energia direcionado para a
reprovação do novo. Dentro de tantas adversidades é necessário criar
estratégias, para que não afetem a produção e o clima da empresa.

Interligando os estudos de Hochschild (1979; 1983) e Salovey


(1990),aaaaaaaaa
percebe-se que na execução do trabalho os indivíduos devem
manifestar emoções predefinidas pela corporação, mas nem sempre
coincidem com suas reais expectativas, com isso, além de controlar as
emoções que serão proferidas, as pessoas tendem a modificar seus
sentimentos visando corresponder às exigências da empresa, como forma
de se sentirem inclusas no ambiente organizacional. É preciso eliminar a
ideia de que as atividades laborais são somente racionais e compreender
que o trabalho afeta o lado emocional de cada um e, que poderá
prejudicar a realização das tarefas na organização. “O esforço emocional
reconhece que os sentimentos são parte do comportamento necessário
ao trabalho” (ROBBINS, 2005, p. 97).

Segundo o Dicionário Michaelis (2002, p. 286), a emoção é definida


como aaaaaaaa
“reação repentina, intensa e passageira causada por surpresa,
medo, alegria, etc”.

92
A ARTE DA GESTÃO

Rafaeli e Worline (2001), acreditam que a pessoa está motivada a


acreditar nas emoções como sendo parte mais intrínseca, porém, elas
aaaaaaaaaaa
estão conectadas a outros indivíduos e ao ambiente em que estão
introduzidos. De acordo com as autoras, é no local de trabalho que ocorre
a interação entre as pessoas e a execução de toda e qualquer tarefa
necessita de preparo e competências, mas também de capacidade para
gerenciar as emoções.

Dessa forma, é necessário possuir controle emocional para agir


com coesão. O ambiente laboral expõe circunstâncias que criam ocasiões
aaaaaaaaa
de pressão, gerando forte tensão emocional, em que muitos profissionais
não conseguem manter o comando de suas atitudes, propiciando
resultados negativos à empresa. Muitas organizações estão buscando
selecionar candidatos não somente com competência técnica, mas com
qualidades emocionais desenvolvidas, como o autoconhecimento e
autodomínio, precavendo conflitos e buscando soluções de maneira
tranquila, resultando em um clima organizacional mais harmônico e,
consequentemente, com maior produtividade e lucratividade. Segundo
Cury (2008), o indivíduo que aprende a controlar suas emoções, torna-se
mais resiliente, solidário, maleável, sensível, compassivo, paciente,
generoso e magnânimo.

A Administração das Emoções vem se confirmando como a base de


sustentação no século XXI, pois com o avanço da tecnologia, é natural os
aaaaaaaaaa
comentários sobre gestão do tempo, gestão de pessoal, gestão financeira,
entre outros, porém, ainda existem locais que não estão visualizando a
importância que esse tema possui, proporcionando um grande obstáculo
no ambiente profissional, uma vez que as empresas podem possuir
equipamentos sofisticados e excelente situação financeira, mas é questão
de sobrevivência investir na valorização das pessoas que compõem seu
principal ativo. A Gestão da Emoção é a base de todos os tipos de
processos de desenvolvimento humano: desempenho profissional e
pessoal; gestão de pessoas; gestão de carreira; inteligência financeira;
otimização do tempo e construção de relacionamentos (CURY, 2015).

A evolução da tecnologia também alavancou significativamente as


ascensões ocorridas no contexto organizacional, os procedimentos
aaaaaaaaa
técnicos e rápidos exigem de seus executores mentalidades mais abertas,
aaaaaaaaaa
93
A ARTE DA GESTÃO

sendo essa a premissa principal para a transformação. O termo mindset,


traduzindo para o português, significa mentalidade, esse vocábulo,
utilizado com frequência, atualmente, caracteriza mudanças de atitudes e
posicionamentos, que só acontecem quando se contempla e analisa o
cotidiano de modo mais profundo. Verifica-se que as organizações que já
possuem uma configuração mental mais direcionada às mudanças e
renovação, alcançaram maior dinamismo e se adequaram melhor à crise,
mesmo as corporações de mentalidades mais mecanizada e acomodada,
que não visualizavam de maneira positiva esse modelo, tiveram que se
adaptar sob à consequência de ser extinta do mercado.

Acolher esse modelo de mentalidade não significa a confirmação do


desenvolvimento
aaaaaaaaaaade talentos, mas exercitar uma mente positiva, que
acredita na criação de novas competências e qualidades, através do
empenho e do desejo de aprender, transforma-se em diferencial para o
alcance de metas e condicionado a uma atitude de resiliência mediante os
obstáculos.

A mudança de configuração mental deve se tornar um hábito


rotineiro
aaaaaaaaaaa
e frequente no que se refere à observação situacional da
instituição e das novas modalidades de negócios, do entendimento do
universo tecnológico, da criatividade e de ações que permitem ao
ambiente incentivar as estratégias inovadoras. Dweck (2017, p. 121)
argumenta que, “[...] aqueles com mindset de crescimento não obtém
resultados mais favoráveis apenas para si mesmos, mas, mais importante,
geram soluções criativas que conferem benefícios a todas as partes.” As
principais alterações fomentadas por modelos mentais de crescimento
nas companhias foram o atendimento às necessidades do colaborador,
posição estratégica e celeridade.

Contudo, importante destacar que cada cidadão constrói uma


inteligência,
aaaaaaaaaa
todavia, não são todos que irão realizar, com qualidade, as
atribuições mais relevantes, como refletir antes de tomar uma atitude,
decidir com assertividade, autoconfiança, dialogar e não impor as
informações e ideias, controlar os pensamentos e saber filtrar situações
que levem ao estresse.

94
A ARTE DA GESTÃO

Por conseguinte, torna- se necessário e relevante ter


conhecimentos,
aaaaaaaaaaa
mesmo que básicos, sobre o contexto emocional no
trabalho, corroborando o desenvolvimento empresarial, condicionando os
colaboradores à produtividade e alta performance, sem atravancar a
saúde emocional dos membros que compõem a empresa.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como a Gestão das Emoções pode contribuir com as Organizações


que buscam
aaaaaaaaaaa
elevar sua produtividade, eficácia e lucratividade, se
consolidando nesse cenário altamente competitivo?

Estudos direcionados para a Gestão das Emoções têm conquistado


cada vez
aaaaaaaa
mais força nos ambientes corporativos, especialmente por causa
da dificuldade dos indivíduos em exercitar a capacidade de autocontrole,
causando danos à realização das atividades laborais e ao ambiente de
trabalho. As organizações de excelência estão focando, cada vez mais, na
seleção e contratação de pessoas com Inteligência Emocional bem
desenvolvida, pois, adotam uma posição relevante na instituição,
contribuindo com a eficácia e lucratividade organizacional.

Considerando que o gerenciamento emocional é essencial para o


sucessoaaaaaaaaa
corporativo, garantindo excelência na prestação de serviços,
tornando-se condição sine qua non na elaboração do planejamento
estratégico empresarial, visto que será, principalmente, através dele, que
os profissionais conseguirão trabalhar em equipe, desenvolver o
autoconhecimento e, consequentemente, compreender melhor o
próximo, ser mais empáticos, motivando-se frequentemente na busca por
resultados extraordinários. Indicar e alinhar o mindset dos trabalhadores
com propósitos e, especialmente, culturas e projetos corporativos é
crucial para a permanência das entidades empresariais, elevando o
envolvimento e, também, a redução de turnover ou rotatividade de
pessoas, já que aumenta a motivação dos funcionários. Essa modificação
deve vir do mais alto escalão da corporação até ao mais baixo nível
hierárquico.

95
A ARTE DA GESTÃO

O presente trabalho não possuiu a pretensão de estabelecer uma


conclusão
aaaaaaaaaaa
sobre a temática apresentada, propôs-se apenas à realização
de uma análise sobre os conceitos chave que foram apresentados aqui,
contribuindo com novas reflexões e perspectivas de estudo.

96
A ARTE DA GESTÃO

REFERÊNCIAS

CURY, A. Oitavo código da inteligência: código do eu como gestor da


emoção. In: CURY, A. O código da inteligência: a formação de mentes
brilhantes e a busca pela excelência emocional e profissional. Rio de
Janeiro: Thomas Nelson Brasil/Ediouro, 2008.

CURY, A. Gestão da Emoção. São Paulo. Benvirá, 2015.

DWECK, C. S. Mindset: a nova psicologia do sucesso. São Paulo: Objetiva,


2017.

GREGORIM, C. O. et al. Michaelis: dicionário escolar de língua


portuguesa. São Paulo: Melhoramentos, 2002.

HOCHSHILD, A. R. The Managed Heart: Commercialization of Human


Feeling, With a New Afterword. California. Universidad of California
Press, 1983.

HOCHSHILD, A. R. Feeling around the world. Contexts. [online],7(2), 65-


80, 2008. Disponível em: https://contexts.org/articles/feeling-around-the-
world/. Acesso em: 06 jun. 2022.

RAFAELI, A.; WORLINE, M. Individual emotion in work organizations. Social


Science Information. [online], v. 40, n. 1, p. 95-123, 2001. DOI:
https://doi.org/10.1177/053901801040001006.

ROBBINS, S. P. Comportamento organizacional. São Paulo: Pearson


Prenuce Hall, 2005.

SALOVEY, P.; MAYER, D. Emotional intelligence. Imagination, Cognition


and Personality. [online], v.9, n.3, p.185-211, 1990. DOI:
https://doi.org/10.2190/DUGG-P24E-52WK-6CDG.

97
5
CAPÍTULO
A IMPORTÂCIA DA MENTALIDADE DE CRESCIMENTO
PARA O ALCANCE DE OBJETIVOS

Israel Ribeiro Alves⁵


[5] Mestrado em Administração. E-mail: israelribeiroalves@gmail.com.

100
A ARTE DA GESTÃO

INTRODUÇÃO

É notável que as mudanças fazem parte do cotidiano pessoal e


organizacional.
aaaaaaaaEla acaba tirando os indivíduos de suas zonas de conforto,
e, muitos demonstram certo nível de resistência à mudanças, seja em
menor ou maior escala, principalmente quando mudar não é de escolha
pessoal.

No ambiente organizacional, esse fator se intensifica ainda mais,


mesmoaaaaaaaaaaaaaa
quando mudanças são necessárias e esperadas, parte da rotina.
Nesse sentido, o mindset fixo ou de crescimento das pessoas envolvidas,
exerce papel importante para determinar o nível de aceitação ou
resistência dos colaboradores à mudança. Para tanto, o desenvolvimento
das qualidades básicas através dos próprios esforços tem que ser
desenvolvido através de ações como disciplina e trabalho duro, com a
crença de que é possível desenvolver e alcançar as metas desejadas pelo
processo de aprendizado, sendo que há vários tipos de personalidades
que o ser humano dispõe, como sentimentos e emoções distintas uma
das outras.

Indivíduos e equipes possuem potencial para desenvolver um


mindsetaaaaaaaaaa
de crescimento, contudo, exige-se deixar de lado crenças
limitantes e errôneas sobre a vida.

Portanto, o objetivo é que o indivíduo tenha hábitos diários,


pequenos
aaaaaaaaa
e positivos sobre a mentalidade para vencer desafios e para
alcançar a excelência naquilo em que se exercita incansavelmente,
repetindo sempre.

Este artigo apresenta uma pesquisa investigativa através de


consultas
aaaaaaaa
bibliográficas em websites, livros e artigos que abordam o tema
sobre a importância do desenvolvimento da mentalidade de crescimento
para o alcance de objetivos.

101
A ARTE DA GESTÃO

MENTALIDADE FIXA E MENTALIDADE DE CRECIMENTO

A mentalidade fixa leva o indivíduo a crer que ele é bom ou não em


algumaaaaaaaaaaaa
coisa, com base em sua natureza inerente. Já a mentalidade de
crescimento leva ao entendimento de que alguém pode ser bom em
qualquer coisa, porque suas habilidades são inteiramente devidas a suas
ações.

De acordo com Dweck (2017), uma das crenças mais básicas que se
carrega,
aaaaaaaa
tem a ver com a forma como vemos e habitamos o que
consideramos ser nossa personalidade.

Mentalidade fixa define que nosso caráter, inteligência e habilidade


criativaaaaaaaaa
são dados estáticos e não podem ser mudados de maneira
significativa, para isso, esforçar-se pelo sucesso e evitar o fracasso a todo
custo se torna uma maneira de manter a sensação de ser inteligente ou
habilidoso.

A mentalidade de crescimento é definida pelo desafio, como uma


mola propulsora
aaaaaaaaaae encorajadora para o crescimento e para aumentar
nossas habilidades já existentes.

Conforme Popova (2014), no ponto chave do que torna a


"mentalidade
aaaaaaaaaaa
de crescimento" tão relevante, Dweck descobriu que ela cria
uma paixão pela aprendizagem e não uma fome de aprovação, a
convicção de que qualidades humanas como inteligência e criatividade e
até mesmo capacidades de relacionamento como amor e amizade,
podem ser cultivadas através do esforço e da prática deliberada. Pessoas
com essa mentalidade não são desencorajadas pelo fracasso, elas
realmente não se veem falhando nessas situações, eles se veem
aprendendo.

Diante dessas duas mentalidades, as quais podemos manifestar


desde aaaaaaaaaa
uma idade muito precoce, brota muito em nosso comportamento a
relação com o sucesso e o fracasso, tanto profissional quanto pessoal e,
finalmente, nossa capacidade de felicidade.

102
A ARTE DA GESTÃO

1. Influência da Mentalidade Fixa

De acordo com Dweck (2017), as pessoas que possuem o mindset


fixo sentem
aaaaaaaaaaa
a necessidade de mostrar suas competências e habilidades
para seus colegas, como forma de autoafirmação, o que gera, a longo
prazo, um afastamento das tarefas desafiadoras e de mudanças que
penetrem em sua zona de conforto.

O ser humano tende naturalmente a escolher a solução mais


cômoda,
aaaaaaaa
dedicando a maior parte do tempo a fazer atividades dentro da
sua zona de conforto, um estado em que experimentamos segurança e
bem estar e sentimos que temos o controle da situação.

As nossas emoções constantemente nos impulsionam em direção a


essa zona
aaaaaaaaaa
de conforto, aquela que não precisamos dispor de muito
raciocínio, é automático, porém, se você deseja melhorar o seu
desempenho, é um pré-requisito absoluto sair dela regularmente. O seu
repertório de emoções positivas irá crescer se você simplesmente ousa
dar um salto e se comprometer de fato. Para tanto, e, para transformar
esse tipo de comportamento em hábito, será preciso fazer as perguntas
certas.

Dessa forma, pode-se aferir que pessoas com mindset fixo se


esforçam
aaaaaaaaaa
pelo sucesso, mas evitam o fracasso a todo custo, que em busca
de sua imagem de indivíduo exemplar, evitam tarefas que possam mostrá-
las como fracassadas e com pouca habilidade.

103
A ARTE DA GESTÃO

2. Habilidades na Mentalidade de Crescimento

Os indivíduos com mindset de crescimento estão mais dispostos a


lidar com
aaaaaaaaaaa
a incerteza e aceitar os resultados indesejados, não temendo os
desafios que surgiram para atingir seus objetivos. Portanto essas
características auxiliam o indivíduo a desenvolver o potencial
empreendedor e não ter receio em abrir seu negócio, refreando o
entendimento de que o fato de o negócio não ter tido sucesso não o
qualifica como alguém desprovido de habilidade e inteligência. Ele
enxerga os obstáculos sob uma perspectiva de evolução cognitiva e, por
meio do aprendizado, não se intimida em abrir seu próprio negócio,
persistindo em seus objetivos, procurando sempre aprender com seus
pares e com o ambiente ao seu redor.

De acordo com essa mentalidade, o esforço e a dedicação próprios


poderão
aaaaaaaa
consistentemente levar uma pessoa a melhorar o próprio
rendimento. A pessoa acredita que resultados negativos poderão ser
modificados como consequência do esforço e treinamento. A
preocupação em parecer inteligente, capaz ou talentoso é muito menor
do que na mentalidade fixa e, a autoestima não se abala facilmente com
derrotas. Os fatores genéticos ficam em um segundo plano e não irão
necessariamente decidir os resultados de uma competição ou o sucesso
em uma tarefa, principalmente quando os objetivos a serem alcançados
podem ser a longo prazo.

104
A ARTE DA GESTÃO

3. A Importância da Mentalidade de Crescimento

De acordo com Dueck (2018), a paixão pela busca do


desenvolvimento
aaaaaaaaaaaaa
e por prosseguir nesse caminho, mesmo e
especialmente quando as coisas não vão bem, é o marco distintivo do
mindset de crescimento, uma vez que as pessoas com a mentalidade de
crescimento valorizam o esforço e se sentem vencedoras ao alcançar um
objetivo através da dedicação, encarando os desafios como
oportunidades de aprendizado, permitindo que as pessoas prosperem
em momentos desafiadores de suas vidas.

Desenvolver a mentalidade de crescimento, aprender


continuamente
aaaaaaaaaaaaa
e se adaptar às mudanças é fundamental para o cenário
em que estamos vivendo, em que habilidades cognitivas estão cada vez
ganhando mais valor ante a evolução da tecnologia. É preciso habilidade
para se adaptar e para aprender continuamente e, ter interesse afim de
desenvolver novas habilidades.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse trabalho buscou contribuir para o esforço contínuo em


compreender
aaaaaaaaaaa
a importância do desenvolvimento da mentalidade de
crescimento para o alcance de objetivos. Uma vez que o mindset de
crescimento impacta positivamente no potencial do indivíduo e, dessa
forma, direciona seus objetivos na busca por novos conhecimentos,
desenvolvendo-se por meio do aprendizado, procurando uma
oportunidade assumindo riscos e enfrentando os obstáculos como um
aprendizado.

Conclui-se, a partir desse trabalho, que a mentalidade de


crescimento
aaaaaaaapor si só não basta, é preciso agir, dedicar-se, ter
consistência e aprender a aprender, afinal, somente encarando os
desafios, errando e aprendendo é que o indivíduo evolui.

O mindset ainda é um tema pouco explorado, portanto, propõe-se


pesquisas
aaaaaaaaaaa
futuras acerca dos assuntos relatados nesse artigo, que pode
ser desenvolvido de modo significativo para agregar maior conhecimento.
105
A ARTE DA GESTÃO

Todos temos uma mistura das duas mentalidades, a qual continua


a evoluir
aaaaaaaa
ao longo da vida, portanto, é importante entender que não existe
uma mentalidade puramente de crescimento ou fixa. Mesmo que
cultivemos a mentalidade de crescimento, ainda teremos nossos gatilhos
de mentalidade fixa, que geralmente ocorrem naqueles momentos nos
quais nos deparamos com desafios, recebemos críticas ou nos saímos mal
em comparação com os outros. Essas situações despertam nossa
insegurança ou nos colocam na defensiva.

Contudo, para cultivar o mindset de crescimento, sair da zona de


conforto
aaaaaaaaa
e permanecer na zona de crescimento, devemos identificar e
trabalhar com esses gatilhos e ter em mente que todo sucesso é
consequência de um esforço muito grande, e, a conquista é a ponta de
um iceberg, cuja parte submersa é um conjunto de perdas e ganhos, com
lutas diárias e os vários não recebidos ao longo da jornada.

Adotar postura resiliente e favorável a uma mente voltada para a


adaptação
aaaaaaaaaaa
não é fácil, mas é possível, é preciso prática e ter a crença
verdadeira de que você pode aprender, com esforço, dedicação, quebra
de paradigmas e conceitos pré-estabelecidos (por você ou pelas pessoas
que fizeram você acreditar que não é capaz).

106
A ARTE DA GESTÃO

REFERÊNCIAS

DUECK, C. Mindset: a nova psicologia do sucesso. 1. ed. Rio de Janeiro:


Objetiva, 2018.

DWECK, C. S. Mindset. A nova psicologia do sucesso. São Paulo: Objetiva,


2017.

POPOVA, M. Fixo vs. Crescimento: as duas mentalidades básicas que


moldam nossas vidas. 2014. Disponível em:
https://www.brainpickings.org/2014/01/29/carol-dweck-mindset/. Acesso
em: 20 jul. 2021.

107
6
CAPÍTULO
A UTILIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA COMO
FERRAMENTA ESTRATÉGICA NO DESENVOLVIMENTO
HUMANO E ORGANIZACIONAL

Luzia Corsini Dejavite⁶


[6] Graduada em CiênciasEconômicas, Especialista em Gestão de Negócios e Controladoria, Licenciatura


Plena em Administração, Mestranda em Administração pela Must University. Email:
ludejavite123@gmail.com.

110
A ARTE DA GESTÃO

INTRODUÇÃO

O século XX foi marcado por transformações de grande relevância


na maneira
aaaaaaaa
de viver das pessoas, como exemplo, o desenvolvimento de
novas tecnologias da informação e comunicação com destaque para a
informática e a internet, que reduziu distâncias e rompeu barreiras
geográficas em um mundo globalizado.

Os progressos tecnológicos e a disseminação da internet fizeram


com que
aaaaaaaaaaaaaa
novos formatos de ensino fossem usados na promoção do
aprendizado das pessoas e, uma alternativa eficaz para essa finalidade é a
educação a distância, caracterizanda pela inserção de meios de
comunicação que alcançam grandes longitudes.

A práxis da educação a distância surgiu com a utilização de


apostilas
aaaaaaaaaa
encaminhadas pelos correios aos clientes, conhecido por cursos
por correspondência, passando pela televisão, chegando à utilização dos
aparatos fornecidos pela informática. Atualmente, a educação a distância
ganha novos campos diante da viabilidade de interação e, nunca esteve
tão perto de seus estudantes. Com relação às organizações que adotam
estes dispositivos de ensino, ressalta-se a redução de custos em larga
escala, em comparação aos sistemas presenciais de aprendizagem.

Tachizawa e Andrade (2003) categorizam a educação a distância


como aaaaaaaaa
uma tecnologia que ascende a mudança, pois privilegia tanto a
instituição, quanto os funcionários.

Segundo Chiavenato (2000, p. 163[ICB1] ), “o ensino a distância está


conquistando
aaaaaaaaespaço no ambiente corporativo. Para o autor, isto está
ocorrendo por duas razões: o uso da Internet e Intranets e a evolução
tecnológica dos sistemas de videoconferência.”

O presente trabalho teve como metodologia a pesquisa


bibliográfica
aaaaaaaaaaaaaa
de cunho qualitativo e foi realizado por meio do referencial
teórico abordado selecionado a partir das discussões sobre o tema.

111
A ARTE DA GESTÃO

CONCEITOS E CRESCIMENTO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

O surgimento do uso dessa modalidade como técnica educacional


é registrado
aaaaaaaaaaa
em 1939, por meio da constituição do Instituto Rádio-Monitor
e do Instituto Universal Brasileiro, que ofereciam cursos por
correspondência como opção predominante de aprendizado, em que
algumas ocupações eram oferecidas. A partir dos anos 1960, a educação
a distância ganha um novo impulso com a difusão dos meios de
comunicação de massa, como o rádio e a televisão. A modalidade de
ensino a distância obteve reconhecimento e respaldo legal através da LDB
– Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n° 9394,de 20 de
dezembro de 1996, embora fosse utilizada desde o início do século XX,
como estratégia de formação supletiva. No Brasil, houve forte vinculação
dessa modalidade de educação ao fracasso escolar, pois grande parte dos
alunos que recorriam ao ensino a distância eram pessoas que não haviam
cursado o ensino regularem idade apropriada. A educação a distância
possui alguns atributos predominantes, tais como:
o processo de ensino e aprendizagem mediados através da WEB
(World Wide Web) e computador, também identificado como e-
learning, no qual o professor e aluno se encontram distanciados pelo
espaço e tempo;
a maleabilidade, pois, permite ao estudante viver a experiência da
educação, considerando sua disponibilidade de tempo e local;
a liberdade do estudante, inserindo o processo de educação nas
mãos do estudante, propiciando maior eficiência no processo de
construção do conhecimento;
aproxima aluno e professor, mesmo que distantes fisicamente, por
meio de uma nova experiência de ensino e aprendizagem, conduzida
através do espaço virtual e da interação.

112
A ARTE DA GESTÃO

A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO UNIVERSO DAS ORGANIZAÇÕES

O processo de ensino e aprendizagem nas corporações teve


origemaaaaaaaaaaa
nos Estados Unidos, em 1950 e, por conseguinte, no final do
século XX, no Brasil.

Segundo Esteves e Meiriño (2015), a educação corporativa é a


união aaaaaaaa
ordenada do gerenciamento de pessoas e do aprendizado,
potencializando as táticas organizacionais com o objetivo de atender o
desenvolvimento dos indivíduos através de ações de responsabilidade
socioambiental.

O ensino a distância vem modificando as percepções


preestabelecidas
aaaaaaaaaaaaaaaaa
das pessoas, com relação à imagem negativa que elas
tinham dessa metodologia, como a insegurança relacionada à sua eficácia
ou se o conteúdo trabalhado é tão bom quanto aos conceitos abordados
presencialmente, junto ao professor, considerando que, muitas vezes, o
material é o mesmo, o único fato que altera é a dedicação, a
responsabilidade, a disciplina e uma postura mais dinâmica que o
estudante deve ter (CASARE, 2010).

Todavia, a educação corporativa conquista espaço e destaque no


âmbitoaaaaaaaaaaaa
empresarial, promovendo ganhos de competitividade,
aprimorando a gestão do aprendizado organizacional e impulsionando os
negócios.

Mesmo diante de certa rijeza, a cada ano esse modelo apresenta


crescimento.
aaaaaaaaaaa
Atualmente, a interrelação das pessoas com a tecnologia
está cada vez mais normal, com grandes perspectivas de que em alguns
anos todos estarão envolvidos por ela e a educação a distância se tornará
tão utilizável quanto qualquer outro meio de ensino.

Dentro dessa projeção, é relevante destacar que se os conceitos


desenvolvidos
aaaaaaaaa não despertem nenhuma significação para o estudante,
não existirá discordância entre as modalidades de ensino executadas, nos
levando ao entendimento de que, independentemente da proposta,
presencial ou a distância, o aluno que não se interessar e não ver na
aaaaaaaaaaaaaaaa
113
A ARTE DA GESTÃO

matéria ministrada uma importância para sua vida pessoal, não se sentirá
interessado pelo que é propagado.

De acordo com Ferreira, Valério e Souza (2010), o conhecimento é


um processo
aaaaaaaaaaa
de transferência incentivado por recursos variados e
permeados por emoções, que podem alavancar modificações nas atitudes
do indivíduo. Toda mudança gera sacrifícios, exigindo que os seres
humanos saiam de sua comodidade, em que o aprendiz é quem passa a
ter um papel de personagem principal nesse processo, tornando-se mais
atuante nessa estruturação de ensino gerando, principalmente,
autodisciplina.

1. Definições e Benefícios do E-learning

Para Almeida (2003), o e-learning é um modo de educação a


distância
aaaaaaaaaaa
com apoio na internet e se ampliou a partir das necessidades
das organizações visando a capacitação de profissionais, em que as
práticas estão focadas na seleção, coordenação e concessão de aparatos
didáticos hipermidiáticos. Essa opção de modelo, direcionada ao
colaborador, elimina obstáculos de horários, de custos e de possíveis
limitações para o espaço das aulas, atividades que propiciam grande
expansão do prospecto de treinamento, com diversos privilégios
atraentes para os estudantes e entidades, inclusive, definindo horário de
acesso, permitindo o atendimento de uma quantidade maior de
trabalhadores em várias regiões, sem se preocupar com locomoções e
espaço físico. O monitoramento da performance dos funcionários pode
ser realizado através de relatórios, estimulando o desenvolvimento da
habilidade de aprender sem que o treinador seja o principal responsável
pelo conhecimento, desenvolvendo a maturidade na pessoa e,
consequentemente, contribuindo com seu crescimento pessoal.

Para Eboli (2004), a metodologia de educação nas empresas segue


sete princípios:
aaaaaaaa

114
A ARTE DA GESTÃO

Competição: o fator que diferencia as organizações está na


valorização e desenvolvimento dos seus colaboradores;
Perpetuação: a educação corporativa como processo de disseminação
da cultura, visando perpetuar a sua existência;
Conexão: a informação é coordenada e compartilhada por meio das
redes de relações interna e externa da empresa;
Flexibilidade de horário: o aprendizado ocorre em qualquer lugar e
em qualquer momento;
Cidadania: Incentivo às atitudes de cidadania pessoal e organizacional;
Parceria: a corporação entende que para prosperar necessita do
suporte dos seus parceiros;
Sustentabilidade: a corporação deve gerar resultados agregando valor
de maneira competitiva e sustentável

Gdikian e Silva (2002, p. 25) destacam que “para dar sustentação à


estratégia,
aaaaaaaaaaa
é preciso investir nos ativos intangíveis, que incluem fatores
como: competências, conhecimento, tecnologia da informação, clima
organizacional e outros”. Diante disso, o departamento de recursos
humanos passa a ter um papel estratégico, com a tarefa de incentivar as
pessoas na busca por novas aprendizagens.

O treinamento pode ser executado de várias formas e, apesar dos


principais
aaaaaaaaa
cursos ainda serem através do método presencial, observa-se
uma ampliação na utilização do treinamento por via remota no decorrer
da virada do século, através do uso de telefone, internet ou rádio e quanto
aos modos aplicados, é importante entender que, apesar do treinamento
no cargo e técnicas de classe ter sua realização principal focada no
treinamento presencial, é cada vez mais aceita a aplicação das
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) para as práticas
remotas. Para melhor explanação, conforme Gdikian e Silva (2002), tem-se
que:

Treinamento no Cargo: implantação de um método que elabora um


planejamento de T&D (Treinamento e Desenvolvimento) que fomenta
e motiva o trabalhador através de uma única e efetiva forma,
oscilando de acordo com cada situação, oferecendo comunicação,
dados e informações relativas às funções, incorporando direção,
movimentação de cargos e entrega de projetos inusitados;

115
A ARTE DA GESTÃO

Técnicas de Classe: adesão do uso da sala de aula para que os


colaboradores desenvolvam habilidades, aptidões e contextualizações
relacionadas à função, com o objetivo de gerar competências
socioemocionais e de integração de ocupações, como capacidade de
interpretação e jogos empresariais;
A Modalidade de T&D (Treinamento e Desenvolvimento) mecanicista
não atende às exigências da nova era do conhecimento, onde um dos
maiores entraves é a manutenção de talentos e o compromisso da
companhia com a melhoria contínua como meio de alcançar
vantagem competitiva sustentável.

QUADRO 1 | BENEFÍCIOS E LIMITAÇÕES DO E-LEARNING


CATEGORIAS BENEFÍCIOS LIMITAÇÕES


Redução de custos de viagens, de
tempo de deslocamento e de Alto investimento inicial; Investimento
Recursos
infraestrutura; Aumento do número em equipamentos; Estrutura para
Financeiros
de alunos com baixo custo atendimento ao aluno.
incremental
Uniformidade e consistência na
mensagem; Informações mais
Alto investimento inicial; Investimento
Gestão do completas; Facilidade e rapidez para
em equipamentos; Estrutura para
Recurso atualização; Estruturas curriculares
atendimento ao aluno.
mais flexíveis; Treinamento de grande
número de alunos
Perda do aspecto social do
Integração de pessoas distantes
Dinâmicas em aprendizado; Sentimento de
geograficamente; Construção de
Grupo isolamento; Impacto na
comunidades virtuais
cultura.
Ritmo do curso adaptado ao aluno;
Dificuldade de leitura e interpretação
Acesso de qualquer lugar e a
de textos; Manutenção da postura
qualquer hora; Postura ativa frente
Aluno passiva; Dificuldade para usar a
ao próprio processo de
tecnologia; Baixa velocidade
aprendizagem; Maior participação do
de digitação.
aluno.

FONTE: FLEURY E JACOBSOHN (2003).

116
A ARTE DA GESTÃO

Contudo, deve-se ter muito cuidado para com as reais


necessidades
aaaaaaaaaaa
da empresa, de modo a criar um plano estratégico eficaz,
que visa o desenvolvimento e treinamento consciente dos funcionários,
sempre alinhados aos objetivos organizacionais, almejando pelas
ferramentas de treinamento que possibilitem um amparo com
professores on-line, extinguindo o foco que leva em consideração apenas
a tecnologia, evitando a adoção de métodos prontos, sem a devida
pesquisa e mapeamento dos anseios e necessidades da corporação. O
treinamento deve oferecer momentos de o trabalhador praticar o que
aprendeu.

Portanto, é necessário criar sistemas que identifiquem com rapidez


as competências
aaaaaaaaaadas pessoas e apliquem técnicas de excelência para se
atingir resultados positivos, estimulando a motivação, participação, e,
gerando um cenário harmônico, com relações humanas agradáveis, com
maior integração e interação, solidariedade, empatia e que todos
compartilhem dos mesmos propósitos, elevando a produção e reduzindo
os gastos (CHIAVENATO, 2008).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A educação a distância está sendo utilizada nas corporações com


grandeaaaaaaaaaaa
sucesso, proporcionando novas oportunidades e perspectivas de
negócios por meio da cooperação entre empresas, objetivando a difusão
do conhecimento. Portanto, essa modalidade de ensino possui uma
relevante atuação nas organizações que visam ampliar seu market share
(fatia de mercado).

Com os avanços no papel da área de recursos humanos, aumenta-


se o debate
aaaaaaaa
sobre a importância do treinamento e desenvolvimento dos
indivíduos dentro das entidades, visando a potencialização do tempo e
dos recursos, diminuição de custos e aumento das vantagens para as
instituições, atendendo às expectativas, incentivando a motivação de seus
funcionários. Dessa forma, os profissionais se sentem mais valorizados, e,
consequentemente, contribuem com a produtividade da empresa. Entre
as diversas formas de treinamento, já é constatado que a plataforma de
educação a distância é a que mais proporciona crescimento, trazendo
aaaaaaaaaa
117
A ARTE DA GESTÃO

consigo diversas vantagens para ambos os lados, apontando ser um meio


de baixo custo e com maleabilidade de tempo, permitindo, também, o
desenvolvimento de competências importantes, tais como, a
responsabilidade e comprometimento do trabalhador, considerando que
passa a exercer o papel de um protagonista no processo educativo.
Assim, a educação nas corporações imprime a ideia de maior flexibilidade
na construção dos saberes, com inovação, em que o principal
questionamento deve ser sobre o que realmente é importante aprender.

Nos cursos presenciais, a concentração pode ser facilmente


prejudicada,
aaaaaaaaaaa
já na educação a distância, o nível de entrosamento e
conexão do colaborador com a matéria é maior, com muitos recursos on-
line para serem utilizados, contribuindo com a qualidade do ensino.

118
A ARTE DA GESTÃO

REFERÊNCIAS

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contribuições dos ambientes digitais de aprendizagem. Educação e
Pesquisa. São Paulo, v. 29, n. 2, p.327, 2003. DOI:
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www.inovarse.org/sites/default/files/T_15_042M.pdf. Acesso em: 11 jun.
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FERREIRA, A.; VALÉRIO, J. N. S.; SOUZA, G. C. (2010) A Educação a Distância


nas Organizações: a percepção sobre o e-learning em uma grande
empresa nacional. Revista Científica em Educação a Distância, Rio de
Janeiro, v.1, n.1, p.145- 158. DOI: http://dx.doi.org/10.18264/eadf.v1i1.6.

Fleury, M. T. L.; Jacobson, L. V. A contribuição do e- Learning no


Desenvolvimento de Competências do Administrador. Enanpad,
2003.

GDIKIAN, E. A. E SILVA, M. C. Educação Estratégica nas Organizações.


1. Ed. São Paulo: Qualitymark, 2002.

119
A ARTE DA GESTÃO

TACHIZAWA, T. E.; ANDRADE, R. O. B. Tecnologias da informação


aplicadas às Instituições de Ensino e às Universidades
Corporativas. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

120
7
CAPÍTULO
A INOVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES COMO ESTRATÉGIA
PARA VANTAGEM COMPETITIVA E PERENIDADE EM
NEGÓCIOS

Israel Ribeiro Alves⁷


[7] Mestrado em Administração. E-mail: israelribeiroalves@gmail.com.

124
A ARTE DA GESTÃO

INTRODUÇÃO

As organizações enfrentam grandes desafios atualmente, para se


manterem
aaaaaaaa
no mercado e conquistarem novos clientes, pois nesse
ambiente competitivo, ganha quem chegar na frente com inovações e
diferenciais competitivos que agregam valor.

A competitividade do mercado alerta para as novas tecnologias


motivando
aaaaaaaaaaaaaa
as empresas a focarem a sua estratégia empresarial, pois, o
mundo está mudando a passos largos e novos modelos de negócios, com
visões e possibilidades com remodelação de produtos e serviços, tornam-
se elementos essenciais para a perduração das organizações inseridas
num ambiente globalizado, sem barreiras geográficas e com mudanças
constantes.

Esse cenário, em que as empresas competem, exige a busca


constanteaaaaaaaaaa
por estratégias inovadoras, de modo a possibilitar a
perpetuidade no mercado, adequando a instituição ao novo ambiente,
criando vantagens competitivas coerentes para atingir o melhor
desempenho. Nesse sentido, a inovação é um dos fatores fundamentais
para o crescimento e o desenvolvimento das empresas, seja qual for o
perfil e setor.

A inovação, em qualquer uma das suas vertentes, acontece através


do entusiasmo
aaaaaaaaae energia em desafiar o status quo (coisas como são) e
correr riscos calculados, tanto no âmbito dos produtos, quanto na da
gestão e é uma importante arma para as empresas que buscam vantagem
competitiva, medida pelo incremento econômico e financeiro.

Este artigo apresenta uma pesquisa investigativa bibliográfica, por


livros, artigos
aaaaaaaa
e websites sobre o tema inovação nas organizações como
estratégia para vantagem competitiva e perenidade do negócio, que
buscam ao longo dos anos novas alternativas para aumentar a sua quota
de mercado e, diante de tantas possibilidades para cumprir esse objetivo,
está a busca pela inovação.

125
A ARTE DA GESTÃO

VANTAGEM COMPETITIVA

De acordo com Oliveira (2015), a vantagem competitiva de uma


organização
aaaaaaaaaaa
pode ter a sua origem no ambiente em que atua, com
concorrentes fracos, conforto quanto a recursos financeiros, humanos,
tecnológicos, materiais e equipamentos, além do acesso a uma tecnologia
inovadora. A vantagem competitiva das empresas deixou de ser baseada
no patrimônio ou tamanho e está vinculada, atualmente, ao elo entre a
rotina e a inovação, envolvendo conhecimentos, recursos e avanços
tecnológicos, inserindo um novo produto ou serviço no mercado, ou
ainda, em melhoras significativas em algo existente.

Conforme Melo et al. (2017), a competitividade se origina da


interação
aaaaaaaa
entre organizações, firmas, regiões e países e é possível que as
empresas obtenham vantagens competitivas a partir das suas inovações.

A inovação pode resultar na diminuição de custos para empresas e


ganhosaaaaaaaaaa
na qualidade, produtividade, aumento das vendas, entre outras
situações operacionais, portanto, deve ser considerada uma ferramenta
que proporciona diferenciação e vantagem competitiva em relação aos
concorrentes.

Para a inovação ser competitiva depende de uma cadeia de valores


com grande
aaaaaaaaaaa
capacidade de adaptação, com disposição para quebrar
paradigmas e obter bons resultados que assegurem a perenidade da
empresa.

126
A ARTE DA GESTÃO

PERENIDADE E INOVAÇÃO DE PROCESSO

Os seres com mais probabilidade de perenidade não são os mais


rápidosaaaaaaaaaaa
ou mais fortes e sim, os mais adaptáveis ao ambiente.

A inovação de processos é a uma sequência de atividades cujo


objetivoaaaaaaaa
é gerar resultados através dos processos rotineiros e, está
relacionada com as mudanças significativas de técnicas, procedimentos e
métodos, com a implantação ou melhoramento de um método de
produção ou prestação de serviços e, também, com o aperfeiçoamento
dos processos de fabricação, comercialização ou prestação de serviços.

De acordo com Leite e Heinzmann (2016), a inovação de processos


desempenha
aaaaaaaa
um papel estratégico importante e permite diminuir os
custos de produção, de comercialização ou de prestação de serviços,
maximizando assim, a exploração dos recursos que a organização possui,
beneficiando com a melhora na qualidade e aumento no volume das
vendas e da fidelização de clientes, o que pode resultar em melhor
desempenho econômico e financeiro para a empresa.

Drucker (2015) considera a necessidade como uma fonte de


inovação,
aaaaaaaaaa
a qual ele chama necessidade de processo, sendo que a
influência sobre os processos pode ser manipulada para afetar o
resultado, ou seja, a inovação pode ser gerenciada com a combinação das
mesmas, com uma equipe motivada e uma compreensão instintiva sobre
o que o cliente necessita.

127
A ARTE DA GESTÃO

INOVAÇÃO ANALÍTICA PARA O NEGÓCIO

Competir com a abordagem analítica significa também competir em


tecnologia.
aaaaaaaaaaa
E, quando os concorrentes mais sérios investigam sobre os
mais recentes algoritmos estatísticos e abordagens do processo decisório,
também monitoram constantemente as suas fronteiras de tecnologia da
informação.

A abordagem analítica por si não constitui uma estratégia, mas


utilizá-la
aaaaaaaa
para otimizar uma capabilidade distintiva significa um esforço em
direção aos objetivos estratégicos da organização, ter capabilidade
distintiva significa que a organização visualiza os aspectos de seu negócio
de acordo com o que a diferencia de seus concorrentes e o que faz com
que ela tenha sucesso no mercado.

De acordo com Cavalcanti (2015), ao utilizar uma abordagem


analítica,
aaaaaaaaaa
as decisões tomadas serão melhores e mais corretas, além do
desempenho organizacional que pode ser sempre rigorosamente
controlado e melhorado. Sem essa abordagem, uma organização atua
com intuição e o conceito de melhoria ou otimização de processos jamais
poderão constar no vocabulário da organização.

Conforme Cokins (2013), as organizações podem obter vantagem


por meioaaaaaaaaaa
de uma abordagem mais dinâmica e inteligente de análise para
a tomada de decisão, sendo que as empresas que utilizam a abordagem
analítica apresentam em sua cultura gestores e empregados capazes de
tomar decisões, utilizando suas habilidades analíticas e transformando
dados em informações importantes.

128
A ARTE DA GESTÃO

INOVAÇÃO E COPETITIVIDADE

A inovação pode ser entendida sob vários aspectos que levam a


crer, que
aaaaaaaaaaa
o foco principal da inovação é a busca de melhorias e
desenvolvimento para se manter no mercado cada vez mais globalizado e
exigente, forçando as empresas a buscarem, através da inovação, uma
alternativa de estratégia competitiva.

A competitividade no cenário globalizado exerce, então, pressão


para que
aaaaaaaa
as organizações busquem novidades para sobreviver com
produtos e serviços, tendo em vista que com a vasta informação
disponível em rede, munem os consumidores em suas decisões de
compra e faz com que empresas busquem o funcionamento eficiente por
meio da execução de processos.

De acordo com Maximiano (2011), uma das principais razões para o


sucesso
aaaaaaaaa
é a capacidade de inovar e chegar primeiro ao mercado através
da inovação. Empresas possuem políticas de inovação como estratégia
para manter e aumentar sua presença no mercado e têm outras
empresas com perfil menos inovador, que preferem ser seguidoras e
esperar que os concorrentes inovem primeiro para depois apenas copiá-
los.

Sendo assim, o planejamento com foco na inovação é fundamental


para garantir
aaaaaaaa o crescimento das empresas, pois, o aumento da
capacidade produtiva depende do processo de inovar.

129
A ARTE DA GESTÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo deste trabalho é contribuir para o esforço contínuo para


compreender
aaaaaaaaaaa
a importância da inovação nas organizações como
estratégia para vantagem competitiva e perenidade do negócio, a
inovação é apresentada como fator decisivo no ambiente competitivo, e
as empresas que apresentam inovação estão preparadas para enfrentar
os desafios, aumentando a competitividade e criação de valor econômico
em seus produtos com níveis de satisfação dos clientes, fornecedores,
parceiros e colaboradores que fizeram parte do projeto, os envolvidos no
processo consideram a inovação tecnológica como uma modernização e
extremamente relevante para o atendimento das metas organizacionais.

E para que as empresas realizem inovações é necessário que


estejam
aaaaaaaa
cientes da importância de inovar no cenário competitivo vigente
onde as mudanças ocorrem a cada momento a cada dia, e através da
inovação acompanhar a velocidade destas mudanças.

Sendo que essa concorrência torna o ciclo de vida destes produtos


e serviços
aaaaaaaaaa
cada vez mais curto o que faz com que as empresas invistam
cada vez mais em inovação, torna- se fundamental na adaptação,
renovação e sustentabilidade das organizações.

Conclui-se que o impacto das inovações tecnológicas é positivo,


pois por
aaaaaaaaaa
meio dela se aumenta a competitividade da empresa, melhora
consideravelmente os seus colaboradores da organização e ainda eleva o
potencial da organização para o desenvolvimento de novos produtos e
processos que está entre os fatores primordiais da inovação, uma vez que
estes fatores combinados geraram conquistas para a organização, com
melhoria organizacional, satisfação entre os clientes internos e externos e
a abertura de novos mercados, permitindo com que a empresa obtenha
melhor visibilidade agregando valor a sua marca mantendo-se assim no
mercado, por meio de cultura implementada para a organização gerar e
desenvolver o conhecimento e processos integrado entre os
departamentos.

É notável que este tema é ainda pouco explorado e propõe


pesquisas
aaaaaaaaaaaa
futuras acerca dos temas relatados aqui, que podem ser
aaaaaaaaaaa 130
A ARTE DA GESTÃO

desenvolvidos de modo significativo para agregar maior conhecimento.


Sem dúvidas esse assunto é muito importante para que a gestão entenda
de que forma pode agir para as organizações inovarem com estratégia
para vantagem competitiva e perenidade do negócio e é de grande
necessidade que os estudos sobre o tema continuem e, que possa ser
apresentado cada vez mais o problema, de forma clara e objetiva.

131
A ARTE DA GESTÃO

REFERÊNCIAS

CAVALCANTI, C. X. Alcançando a Inovação em Processos por meio da


Abordagem Analítica. Revista de Ciência da Administração.
Florianópolis, v. 18 n. 45, 2015. DOI: https://doi.org/10.5007/2175-
8077.2016v18n45p125.

COKINS, G. Impulsionando a Aceitação e Adoção de Análises de Negócios.


The Journal of Corporate Accounting & Finance. [online], v. 24, Issue
2, 2013. DOI: https://doi.org/10.1002/jcaf.21831.

DRUCKER, P. F. Inovação e espirito empreendedor


(entrepreneurship). São Paulo: Cengage Learning, 2015.

LEITE, D. B.; HEINZMANN, L. M. Gestão da inovação: estudo de casos


múltiplos no segmento de reparação de veículos. Revista da Micro e
Pequena Empresa. Campo Limpo Paulista, 2016. Disponível em:
http://www.spell.org.br/documentos/ver/43063/gestao-da-inovacao--
estudo-de-casos- multiplos-no-segmento-de-reparacao-de-veiculos.
Acesso em: 17 out. 2021.

MAXIMIANO, A. C. Administração para Empreendedores: fundamentos


da criação e da gestão de novos negócios. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2011.

MELO, T. M. R. et al. Competitividade e gap tecnológico. uma análise


comparativa entre Brasil e países europeus selecionados. Revista
Brasileira de Inovação. Campinas, v. 16, n. 1, 2017. DOI:
https://doi.org/10.20396/rbi.v16i1.8649142.

OLIVEIRA, D. P. Planejamento Estratégico: conceitos, metodologias,


práticas. São Paulo: Atlas, 2015.

132
8
CAPÍTULO
A MODELAGEM DE NEGÓCIO COM QUALIDADE
ESTRATÉGICA DE VALOR

Sylvana Lima Teixeira⁸


[8] Advogada e mediadora, especialista em MBA em Negociação, Mediação e Arbitragem pela Faculdade
Senac (DF) em parceria com o Instituto Latinoamericano de Analisisdel Conflito (Montevideu-Uruguai).
Mestre em Resolução de Conflitos e Mediação pela Universidade de Leon (Espanha). Pós-graduanda em
gestão de negócios pela BBI Chicago. Mestranda em Administração pela Must University. E-mail:
sylvana.adv@gmail.com.

136
A ARTE DA GESTÃO

INTRODUÇÃO

Pensar em criação de negócio vai além de uma simples ideia. O


plano da
aaaaaaaa
cogitação mergulhado na dose de emoção e de entusiasmo é
apenas o início de uma jornada para esse universo empreendedor.
Passada a fase de natural empolgação, é necessário estruturar um
planejamento lógico e racional.

É desenvolver as bases para tornar viável o pensamento inaugural.


É pensar
aaaaaaaaaaaaaa
em varáveis objetivas que não podem ser descartadas sob pena
de não se ter um negócio concreto e real, inclusive com margem para
adaptações e flexibilizações em alguma etapa da sua construção.

É abraçar a tecnologia e a inovação como aliadas, mas não as


únicasaaaaaaaaaa
nesse processo. É ter clareza da sua atividade, do seu tipo de
cliente, dos meios necessários para obter sucesso, dos apoiadores e
colaboradores do empreendimento, enfim, mapear a estrutura de
negócio, o seu modelo, com vistas à diminuição da margem de riscos não
previstos e nem pensados.

Com base nas premissas acima, o desenrolar do presente estudo é


direcionado
aaaaaaaaa
para a desmistificação de que se bastaria uma boa ideia,
isolada, para a inauguração de um negócio que alcance um desenho no
mercado competitivo, com variáveis mensuráveis e de forma objetiva.

137
A ARTE DA GESTÃO

FIGURA 1 | MODELAGEM DE NEGÓCIO DE VALOR


MODELAGEM NEGÓCIO: VALOR

COGITAÇÃO

PENSAR SENTIR EMOCIONAL

ATITUDE RACIONAL

MODELAGEM
FATORES OBJETIVOS
NEGÓCIO: VALOR

TECNOLOGIA
INOVAÇÃO
CLAREZA ATIVIDADE
COLABORADORES

FONTE: ELABORADA PELA AUTORA (2021).


O respaldo teórico desse estudo se encontra nas pesquisas feitas


em sede
aaaaaaaaaaa
de artigos científicos e de autores com autoridade na defesa das
suas percepções quanto à temática proposta numa investigação de
qualidade para a formatação do conteúdo do trabalho (MARCONI;
LAKATOS, 2007; ALYRIO, 2009).

A metodologia de qualidade técnica empregada se divide em dois


temas. aaaaaaaa
O primeiro diz respeito ao jogo de palavras ideia e negócio ao
trazer as reflexões de que uma ideia não é um negócio e que o negócio é
uma ideia. O segundo tema foca na percepção estrutural do negócio onde
se traz as bases objetivas para a construção do seu modelo com vistas a
sua inclusão no mercado.

138
A ARTE DA GESTÃO

UMA IDEIA NÃO É UM NEGÓCIO E O NEGÓCIO É UMA IDEIA

Uma boa ideia nem sempre significa o estabelecimento de um


negócioaaaaaaaaaaa
duradouro. Pode ser o início de um, certamente, mas não
necessariamente a sua aceitação no mercado e a sua posterior
consolidação. É ir além da cogitação para o plano do estabelecimento de
fatores objetivos e reais para a sua estreia com louvor, para os palcos de
consumo.

Fatores objetivos pela necessidade de elementos de métrica e


passíveis
aaaaaaaa
de mapeamento como qual, o produto ou serviço, a
funcionalidade, os destinatários, os insumos básicos, valores de
investimento, o momento de lançamento, os fornecedores e tempo de
entrega, as redes de apoio, enfim, toda uma logística estratégica por trás.

Fatores reais tendo em vista não enxergar o mercado com base em


estudosaaaaaaaaaa
de futuro, somente de esperança, sem considerar as
instabilidades políticas, econômicas locais e, porque não mencionar,
mundiais. Possuir margem de realidade, isto é, do imprevisível e, às vezes,
de uma pequena porcentagem de pessimismo pode evitar projeções e
desgastes fora do contexto.

É minorar a emoção do amadorismo para potencializar a


racionalidade
aaaaaaaaaaaa
estratégica. É nutrir o devido comprometimento a ponto de
não ser mais uma frustração desencadeadora de desistência de uma
oportunidade chave de rentabilidade. É abrir mão de um resultado prático
e imediato para benefícios de longa percepção.

O ponto emocional como estopim de uma ideia, ainda no plano


mental,aaaaaaaaaa
nesse sentido, é encarado com cautela. Ferreira (2007, p. 16)
afirma que “promessas não cumpridas são motivos de vários
desequilíbrios emocionais, que podem perdurar por uma vida inteira e
atacar até a saúde. Por isso, antes de se comprometer, analise bem, do
contrário a sua consciência irá cobrá-lo para sempre”.

Nesse contexto, conseguir unir a emoção, a ideia e a estratégia


voltadas
aaaaaaaaaaaaa
para uma sagacidade de mercado, demonstra uma inteligência
mercadológica, definida por Minarelli (2009, p. 4-5) como “a capacidade de
aaaaaaaaaa 139
A ARTE DA GESTÃO

identificar oportunidades, de desenvolver serviços adequados e de vendê-


los, procurando satisfazer às necessidades dos clientes. É a capacidade de
gerar trabalho e rendimento”.

Júlio (2005) reforça os argumentos acima ao focar na estratégia


como oaaaaaaaaaaa
caminho chave decisório para delimitar cada passo operacional,
de objetivos claros, com vistas à satisfação de necessidades, universais,
que, em maior ou em menor profundidade, revelam-se em algum
momento da trajetória.

Para aproveitar as referidas oportunidades, os profissionais


precisam se comportar como provedores de serviços e
colocar a mercadologia no seu jeito de pensar. A inteligência
mercadológica, integrante do software mental, faz com que o
profissional tenha um olhar diferente e veja as necessidades
em todos os lugares: nas filas, nas reclamações, na internet,
nas coisas que quebram, nos serviços malfeitos, na
descoberta de formas mais rápidas de atendimento etc.
Descrevendo de modo detalhado, inteligência mercadológica
é a capacidade de perceber oportunidades, prover soluções,
acompanhar a evolução da demanda, ter a sua marca
distintiva e uma reputação, fazer-se conhecido e lembrado,
saber vender ideia e serviços, saber cobrar e ficar de olho
nesses fatores que garantem a permanência no mercado,
medindo a satisfação e gerando o marketing boca a boca
para formar uma clientela (MINARELLI, 2009, p. 4).

FIGURA 2 | NEGÓCIO E REUNIÃO: OPORTUNIDADE


FONTE: GERD ALTMANN, PIXABAY (2022).


(DISPONÍVEL EM: HTTPS://PIXABAY.COM/PT/PHOTOS/TEMPO-GERENCIAMENTO-DE-TEMPO-
3216252/)

140
A ARTE DA GESTÃO

Ademais, no percurso da construção das bases de um potencial


negócioaaaaaaaaaaa
com as suas variáveis de objetivos, de emoção, de estratégias, há
que se mencionar o elemento valorativo de qualquer ideia: a sua
capacidade de ser inovadora e de impactar o mercado na supressão de
uma necessidade jamais suprida pelos demais concorrentes.

Na concepção original, inovação, por Schumpeter (1988),


representaria
aaaaaaaaaaaaa
a quebra da zona de conforto de um determinado
segmento de produção, já consolidado pela sua estabilidade, para avançar
a outro nível, seja na substituição da tecnologia, seja na mutação das
etapas operacionais, seja na própria mudança do produto.

Para Nogami (2019, p.10) “a introdução de um novo método de


produção,
aaaaaaaa
ou seja, um método ou processo produtivo ainda não utilizado
que pode inovar como um determinado setor é configurado”.

Nessa linha de raciocínio, a inovação teria duas espécies, a


incremental
aaaaaaaaaaa
e a radical. Para Ceretta, Reis e Rocha (2016, p. 434) “a
incremental gera pequenas melhorias em produtos, processos ou
serviços existentes, aprimorando a forma de fazer algo que já fora feito
anteriormente. Já a inovação radical engendra rupturas mais intensas,
causando uma mudança profunda nos serviços, produtos ou processos”.

Numa visão rasa, a inovação se traduziria no elemento utilidade do


bem (BESSANT;
aaaaaaaaaaaTIDD, 2009), ou mesmo em mero lançamento de uma
novidade no mercado de consumo com perspectiva de ganhos comerciais
(GUNDAY et al., 2011).

Numa perspectiva macro, a inovação repercutiria nos processos de


produção,
aaaaaaaaaaa
na própria tecnologia empregada com sensíveis impactos na
qualidade do produto e no trabalhar com volume de produtividade, ao se
alinhar com as expectativas externas do mercado de consumo com
ganhos de valor (NAGANO; STEFANOVITZ; VICK, 2014; NOGAMI, 2019).

Se pararmos para pensar sobre o que consideramos valor


num produto ou serviço, chegaremos a uma conclusão não
muito distante de algo como o “quanto estamos dispostos a
pagar para ter os benefícios advindos de um determinado
produto ou serviço”. Na verdade, o produto em si – ou per se
aaaaaaaaaa
141
A ARTE DA GESTÃO

como gostam os acadêmicos mais eruditos – não tem valor


algum, somos nós que definimos o seu valor de acordo com
os benefícios nele percebidos (CARVALHO FILHO, 2007, p.
56).

Esse então, é o elemento central de toda inovação, qual seja, estar


atentoaaaaaaaaaaa
às necessidades do visado público, ao acrescentar valor às
utilidades do bem para que o seu negócio consiga se manter de forma
constante, adaptável e duradouro, além de ter a sua posição no mercado.
Os investimentos, por sua vez, tornam-se consequência (CHRISTENSEN,
2001; MINARELLI, 2009; NOGAMI, 2019).

A PERCEPÇÃO ESTRUTURAL DE NEGÓCIO

Um negócio, então, parte de uma ideia desencadeadora de várias


etapasaaaaaaaaaaa
operacionais e lógicas para que se materialize no mercado. O
desenvolvimento de uma estrutura base para que o empreendimento
logre êxito tendo como norteador o propósito da sua existência, com
clareza e com perspectivas reais.

Nessa perspectiva, Júlio (2005, p. 37) é prático ao afirmar que “a


estratégia
aaaaaaaa
sempre nascerá errada se não for feita uma análise da
empresa, do seu mercado (do ambiente em que se encontra), ou se essa
análise estiver equivocada ou incompleta”.

De forma oportuna, Minarelli (2009, p. 10) assegura que “nenhum


profissional
aaaaaaaaaa
aprende uma profissão para atender às próprias
necessidades. Todos a aprendem e a exercem para atender às
necessidades de outras pessoas, daquelas que geram a demanda do
serviço praticado e pagam por ele, dando a justa retribuição”.

Segundo Biava (2017), o desafio de qualquer empreendimento é


equilibrar
aaaaaaaaa
os benefícios da independência financeira e da liberdade para
ser o seu próprio gestor com os riscos da instabilidade inicial, de um
eventual fracasso e do desconhecimento do funcionamento de qualquer
negócio.

Assim sendo, estabelecer as premissas de um modelo de negócio é


aaaaaaaaa
142
A ARTE DA GESTÃO

fundamental, na medida em que se retira a bolha emocional na qual o


plano da cogitação está para evoluir para a sua viabilidade mercadológica
e, posterior, consolidação.

O olhar mercadológico pode ser treinado. Não são todos os


que vêem as oportunidades. Alguns têm um instinto mais
aguçado ou uma característica inata e percebem com mais
facilidade situações de mercado que podem se transformar
em trabalho. Outros, com miopia mercadológica, precisam
de ajuda para enxergar as situações da vida pelo prisma
mercadológico (MINARELLI, 2009, p. 13).

Modelo de negócio, para Slywotzky (1996, p. 4), por exemplo, trata-


se da “maneira
aaaaaaaaaaa
como uma companhia seleciona seus clientes, define e
diferencia seus produtos e/ou serviços - de quais tarefas deverá se
incumbir e quais irá terceirizar -, configura seus recursos, vai ao mercado,
oferece novos produtos e/ou serviços e consegue ter lucro”.

Na concepção de Osterwalter e Pigneur (2010), a estrutura dorsal


de negócio,
aaaaaaaa
o tipo de moldagem adotada, deve levar em consideração o
ciclo da cogitação de ideias criativas, sua respectiva entrega para o
mercado para, então, aferir expressão qualitativa de valor.

O desenho do negócio, sob o ponto de vista de Malhotra (2000),


envolveria
aaaaaaaaa
a inovação dentro da cadeia tecnológica empregada na
produção e na coleta de informações e, o correspondente auxílio no
processo decisório de ações dentro do espectro estratégico comercial de
valor.

Para Martins, Mota e Marini. (2019, p. 50), “o objetivo de criar um


modelo
aaaaaaaaaa
de negócio foi de auxiliar a compreender, descrever ou prever
como as organizações funcionam em suas atividades de oferta de
produtos e na obtenção de um retorno financeiro sustentável”.

Nesse sentido, Osterwalter e Pigneur (2010) desenvolveram um


desenho
aaaaaaaaaa
facilitador de negócio composto por etapas objetivas de
mapeamento estratégico de determinado empreendimento, chamado de
Modelo de Negócios Canvas.

A finalidade desse modelo proposto por Osterwalter e Pigneur


aaaaaaaaaa
143
A ARTE DA GESTÃO

(2010), é mapear o negócio de forma macro e sistêmica em elementos


mensuráveis, de forma objetiva, além de oportunizar o tão buscado valor
à atividade, com inovação e criatividade, com o mínimo de imprevisões e
de impactos negativos.

FIGURA 3 | PERCEPÇÃO ESTRUTURAL DO NEGÓCIO


PERCEPÇÃO ESTRUTURAL DO NEGÓCIO

NECESSIDADES: MODELO DE
ESTRATÉGIA DESENHO
MERCADO NEGÓCIO

SUSTENTABILIDADE CANVAS

LIBERDADE E INDEPENDÊNCIA
SEGMENTO DE CLIENTES
FINANCEIRAS
RELACIONAMENTO
CANAIS
PROPOSTA DE VALOR
ATIVIDADES-CHABE
RECURSOS
PARCERIAS-CHAVE
CUSTOS
FONTES DE RECEITAS

FONTE: ELABORADA PELA AUTORA (2021).


O primeiro elemento diz respeito aos clientes e se subdivide em


segmento
aaaaaaaaaaa
de clientes e o relacionamento com os mesmos. Por
segmentação, entende-se qual a fatia do mercado consumidor se irá
alcançar, qual grupo será o destinatário do serviço criado. Em
contrapartida, que tipo de relacionamento com esse grupo será
construído até mesmo como meio de torná-lo fiel (CORDEIRO et al., 2017).

144
A ARTE DA GESTÃO

Teixeira e Lopes (2014) afirmam que a segmentação de clientela


está relacionada
aaaaaaaaaaa às similitudes que determinado grupo possui,
características e percepções comuns que os unem. O relacionamento,
para os autores, representa a força motriz da empresa para o olhar das
necessidades dessa parcela do mercado.

A próxima etapa diz respeito à forma de comunicação com os


destinatários
aaaaaaaaaa
do serviço, qual o canal utilizado para tal finalidade, por qual
meio a empresa colherá as impressões de seu público e coleta de suas
expectativas.

Sobre os canais de comunicação, complementa Teixeira e Lopes


(2014, aaaaaaaaaa
p. 5) que “este conceito abrange não só a comunicação como a
venda e até mesmo a distribuição – é a forma como a empresa interage
com os seus clientes”.

Por canais, Cordeiro et al. (2017, p. 7) especifica “por meios diretos,


como lojas
aaaaaaaa
próprias, lojas on-line, equipes de vendas e por meios indiretos
também, como distribuidores, atacados, lojas parceiras”.

Em seguida ao canal de comunicação, há a verificação das


propostas
aaaaaaaaaaaa
de valor. Já se tem delimitado o público, o tipo de
relacionamento, o meio para abertura do diálogo para então lhes lançar
as propostas de qualidade valorativa, o que será entregue para
corresponder aos anseios do mercado.

Acerca de propositura de valor, Teixeira e Lopes (2014, p. 5)


determinam
aaaaaaaaaaa
que “é o conjunto de ofertas que uma empresa possui para
os seus clientes, representa a forma como a empresa cria/acrescenta
valor para um segmento de clientes, como também a maneira como esta
se diferencia da concorrência”.

Os recursos-chave, os investimentos, parte sensível do negócio, são


levados aaaaaaaaaaa
em consideração, assim como o fator da estrutura de custos, para
viabilizar as atividades-chave, isto é, o núcleo de ações necessárias para
conferir viabilidade ao negócio.

145
A ARTE DA GESTÃO

Para a infraestrutura, o bloco referente aos Recursos-Chave


descreve os bens necessários e mais importantes para que o
modelo de negócios funcione numa empresa. Estes
permitem que a instituição produza e entregue a sua
proposta de valor aos seus clientes. As Atividades-Chave são
tarefas que a empresa precisa de realizar, sendo essenciais
para que o modelo de negócios funcione o melhor possível.
Tal como os recursos principais, as atividades também estão
ligadas à criação e entrega da proposta de valor, aos canais,
receitas e ainda ao relacionamento da empresa com os
clientes (TEIXEIRA; LOPES, 2014, p. 5).

Por fim, há as parcerias-chave, a rede colaborativa e de apoio para


executar
aaaaaaaaaaa
o negócio e as fontes de renda, ou seja, o ganho aferido dentro
de cada segmentação, a monetização do negócio em si.

Teixeira e Lopes (2014) compreendem as parcerias como alianças


imprescindíveis
aaaaaaaapara potencializar e alavancar qualquer negócio, haja vista
a possibilidade de compartilhamento de custos, de recursos e de
expectativas. O reflexo será sentido na projeção dos rendimentos através
das fontes de receita decorrentes da segmentação e escolha da cartela de
clientes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A dor do usuário expressa através de necessidades não alcançadas,


fomentaaaaaaaaaaaa
o desenvolvimento de atividades por profissionais e por
empresas atentas a essa oportunidade. É conseguir ultrapassar as
barreiras da miopia mercadológica, para corresponder as expectativas de
uma clientela dentro do mercado de consumo.

E para isso, é preciso não apenas uma boa ideia, inovadora em si


mesmo, aaaaaaaa
como torná-la atrativa para o segmento desejado, além de
viabilizá-la no mercado como uma oportunidade rentável, não só de
efeitos imediatos, como com um usufruto de longa percepção.

A maioria das estruturas negociais não consegue subsistir pelos


equívocos
aaaaaaaaaa
verificados em suas premissas básicas: bastaria a ideia, depois
se olharia para o destinatário para só então, na prática, ter o choque de
realidade de procedimentos e variáveis relevantes não antes cogitada.
146
A ARTE DA GESTÃO

A criação de qualquer negócio parte de uma etapa cognitiva e


emocional
aaaaaaaaaaa
com evolução para o desenvolvimento de um desenho
estruturado de um modelo composto por vários elementos: desde o visar
do seu público até o formato de absorção de receitas e compartilhamento
de custos e de atividades.

E, o enfrentamento de cada etapa de forma racional, aliado a um


percentual
aaaaaaaaaa
mínimo de pessimismo pelas oscilações mercadológicas,
incrementa as chances de êxito nessa jornada. A consequência, sem
dúvida, é a entrega de uma proposta de valor mais robusta e congruente
com os anseios de fatia do mercado.

A modelagem de negócio, portanto, traz a clareza necessária para


que a atividade
aaaaaaaaaconsiga se inserir no mercado consumidor e se monetizar
através da entrega de proposituras de qualidade de valor para setores
carentes de tais serviços. A junção perfeita do propósito da atividade com
a sensação de pertencimento e de valorização do consumidor para com o
serviço ofertado.

147
A ARTE DA GESTÃO

REFERÊNCIAS

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de Janeiro, Fundação CECIERJ, 2009.

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A ARTE DA GESTÃO

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A ARTE DA GESTÃO

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http://sistema.semead.com.br/17semead/resultado/trabalhosPDF/93.pdf.
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150
9
CAPÍTULO
O PAPEL DA GESTÃO NA IMPLANTAÇÃO DAS AÇÕES
ESTRATÉGICAS PARA ENFRENTAMENTO DOS DESAFIOS
DAS ORGANIZAÇÕES

André Charone Tavares Lopes⁹


[9] Graduado em Ciências Contábeis. Especialista a nível MBA em Gestão Financeira, Auditoria e
Controladoria pela FGV. Mestrando em Negócios Internacionais pela Must University. E-mail:
andrecharone@belconta.com.br.

154
A ARTE DA GESTÃO

INTRODUÇÃO

O mundo é um local altamente competitivo e exigente, o que se


tornou aaaaaaaa
ainda mais verdade no mundo pós-Covid 19. A sociedade
contemporânea passa por situações nunca vivenciadas, aumentando a
incerteza, o medo e o estresse inerentes ao desconhecido.

Ante esse novo ambiente, as organizações precisam se adaptar e


implantar
aaaaaaaaaaaaaa
novas técnicas de gestão que permitam alcançar as suas metas.
Segundo Lima (2015), no seu artigo “Ecologia Organizacional: Muito Além
do Ambiente da Organização”, as empresas são sistemas abertos e, como
tal, dependem da interação como o seu ambiente. A autora faz ainda um
paralelo da Ecologia Organizacional com a Teoria da Evolução de Charles
Darwin, em que as espécies que melhor se adaptam ao seu ambiente
tendem a prosperar.

Algo semelhante acontece com as organizações, no sentido de que


as empresas
aaaaaaaaaa
que não conseguem se adaptar a essa “Nova Ecologia”
tendem a desaparecer, especialmente nesse mundo pós-pandemia, em
que a economia global passa por um processo de crise e, novos hábitos
de consumo foram desenvolvidos, fazendo com que a concorrência fique
ainda mais acirrada.

Como explanou o pesquisador e professor universitário Moore


(1993), aaaaaaaaa
no seu artigo “Predators and Prey: A New Ecology of Competition”,
publicado na Harvard Business Review, o entendimento acerca do
ambiente e a adaptação da estrutura organizacional para utilizá-lo, no
processo de gestão, a favor dos objetivos da empresa, é um importante
diferencial competitivo.

Em tempo de incertezas econômicas como o que o mundo


enfrenta
aaaaaaaaaaaa
nessa segunda década do Século XXI, a preocupação dos
tomadores de decisão deve ser voltada cada vez mais nessa adaptação à
Nova Ecologia e não às burocracias, como muitas vezes era feito na
administração clássica. Nesse sentido, assim comentam os pesquisadores
Martins, Oliveira e Santos (2020, p. 10), “o desafio dos administradores,
gestores ou líderes na atualidade difere e muito da antiga que se pautava
na burocracia como fonte de vantagem competitiva. Uma nova ecologia
aaaaaaaaaaa 155
A ARTE DA GESTÃO

organizacional precisa ser uma constante nas práticas da administração


contemporânea”.

Percebe-se que a gestão moderna deve sempre considerar a


importância
aaaaaaaaaaa
da nova ecologia nas organizações, desde o seu
planejamento, passando pela execução e até mesmo nos processos de
controle e feedback. A empresa é um sistema aberto, formado por partes
e subsistemas que devem atuar em conjunto com o seu ambiente
externo, para alcançar os seus objetivos.

Neste sentido, o presente trabalho visa estudar os desafios das


organizações,
aaaaaaaaa
em especial nessa nova ecologia, e o papel da gestão na
implantação das ações estratégicas e mudanças. Para tal, buscou-se
responder às seguintes perguntas: Quais os desafios e as ações que as
organizações podem adotar para maximizar os seus resultados?
Minimizar impactos frente a um ambiente em constante mudança? E, qual
o papel da gestão nesse processo?

De modo a alcançar esses resultados, utilizou-se metodologia de


pesquisaaaaaaaaaaaaa
bibliográfica, por uma abordagem descritiva e exploratória. Com
esse intuito, o trabalho foi baseado em dados e informações coletados em
livros, revistas científicas e websites.

156
A ARTE DA GESTÃO

DESENVOLVIMENTO

Em conformidade aos objetivos expostos na Introdução, o


desenvolvimento
aaaaaaaaaaa
do presente artigo foi estruturado em tópicos que visam
abordar e contextualizar os desafios das organizações e o papel
fundamental da gestão na implementação das ações estratégicas e/ou
mudanças. Para tal, o referencial teórico será divido nos itens transcritos a
seguir.

1. A Nova Ecologia e o seu Impacto nas Organizações

Para a ciência administrativa moderna, as organizações são


sistemas
aaaaaaaaaaa
abertos e, como tal, dependem da interação com o seu meio
externo para alcançar os seus objetivos. Segundo Fernandes (2021),
quando Ludwig Von Bertalanffy desenvolveu a Teoria Geral dos Sistemas,
os gestores passaram a ter uma noção mais clara da interdependência
das organizações com os seus meios ambientes. Na época, essa foi uma
importante mudança de paradigmas para a Administração.

Ainda sobre essa importância do ambiente externo para o


desenvolvimento
aaaaaaaaaaaa
das empresas, a Teoria da Ecologia Organizacional, a
qual, segundo Assis (2019) se disseminou no meio acadêmico a partir da
publicação, em 1977, do artigo “The population ecology of organizations”
dos pesquisadores Michael T. Hannan e John Freeman, defendem que a
Ecologia ocasiona uma seleção natural entre as organizações. Portanto, as
empresas que não se adaptarem ao seu meio tendem a perder espaço,
dando lugar para as mais bem adaptadas, com uma chance muito maior
de prosperarem.

Ante o exposto, a importância da gestão numa organização não se


restringe
aaaaaaaaa
apenas à tomada de decisões acerca dos fatos internos, que
estão sob o seu controle. Os gestores precisam também compreender o
funcionamento do ambiente externo e ter capacidade de se adaptar a ele.
Sobre esse assunto, assim comenta o professor e pesquisador Miguel
Pina e Cunha:

157
A ARTE DA GESTÃO

O papel do gestor e o seu mérito devem ser avaliados cada


vez mais pela capacidade demonstrada em articular de
forma harmoniosa as pressões externas com as
necessidades e capacidades internas. Subjacente a essa
ideia, encontra-se a noção de que os gestores de topo
devem ser cada vez mais catalisadores da abertura ao
exterior em vez de controladores intraorganizacionais
(CUNHA, 1999, p.24).

O ambiente externo, portanto, é um fator crítico a ser considerado


pelos aaaaaaaaaaa
gestores, os quais devem atuar de maneira a se adaptarem da
melhor forma às pressões recebidas. Esse fenômeno foi colocado a teste
nas organizações de forma ainda mais intensa nos últimos anos, após a
pandemia da Covid-19 e os seus efeitos impactantes no mercado.

Mais do que conhecer o ambiente externo, essa Nova Ecologia


exige que
aaaaaaaa
as organizações tenham resiliência. O professor livre-docente
da FEA/USP Marcelo Caldeira Pedroso assim comentou sobre a resiliência
empresarial:

Num contexto mais operacional, a resiliência pode ser


entendida como a habilidade de uma organização se
recuperar rapidamente de infortúnios ou turbulências
ambientais. Num nível mais estratégico, a resiliência pode
representar a habilidade da empresa em alterar as suas
estratégias de maneira dinâmica ou até mesmo reinventar o
seu modelo de negócio visando a uma adaptação ao seu
ecossistema (PEDROSO, 2020, [n.p.]).

Na Nova Ecologia, conseguir se adaptar à nova realidade, ao “novo


normal”,
aaaaaaaaaaa
é uma condição essencial para a sobrevivência de uma
organização. A pandemia e as medidas restritivas ocasionadas por ela
trouxeram uma nova forma de consumo, o que modificou o mercado e,
consequentemente, a economia de forma global.

158
A ARTE DA GESTÃO

2. Como Enfrentar os Desafios no Mundo Pós-Covid-19

Partindo da premissa de que a resiliência é uma característica


fundamental
aaaaaaaaaaa
na Nova Ecologia e que os gestores da atualidade precisam
se adaptar às mudanças do ambiente externo, ocasionadas pela
pandemia da Covid-19 e pelos impactos econômicos das suas medidas
restritivas, o papel da gestão moderna se torna ainda mais imprescindível
nas organizações.

Segundo Backes et al. (2020), nos últimos dois anos, os gestores


dos mais
aaaaaaaa
diversos tipos e tamanhos de organizações precisaram trabalhar
a inovação e reestruturar os seus planejamentos estratégicos para se
adequar à nova realidade. Ainda sobre esse assunto, os mesmos autores
também afirmam que o futuro próximo deve continuar a ser marcado por
incertezas e a resiliência permanecerá como uma característica
fundamental à gestão organizacional:

Tivemos que aprender, muitas vezes pela força, e a resiliência


apareceu como uma habilidade inestimável para indivíduos e
organizações. A falta de certeza com a qual imaginamos o
ano de 2021, continuará a adaptação e as estratégias de
resposta rápida em todas as áreas de nossas vidas. As
empresas terão que continuar surfando nas crises
econômicas das diferentes regiões do mundo, tentando
descontinuar áreas e mercados não lucrativos para
promover outros economicamente atrativos (Backes et al.,
2020, p. 8).

Segundo Pedroso (2020), as empresas que apresentam alta


resiliência
aaaaaaaaaaa
organizacional tendem a ter um melhor desempenho
comparativamente a empresas menos resilientes, o que pode ser
verificado por meio de resultados econômico-financeiros e taxa de
sobrevivência ao longo do tempo.

A resiliência deve fazer parte da cultura organizacional, de modo a


absorver
aaaaaaaaaa
a totalidade dos elementos do sistema empresarial. Ainda que
as decisões sejam tomadas pelos participantes ativos da gestão, é
importante que o processo envolva toda a organização, mesmo que, por
vezes, de forma indireta.

159
A ARTE DA GESTÃO

Nesse sentido, assim comenta a pesquisadora Gaidargi (2021)


sobre oaaaaaaaaaaa
processo de planejamento e desenvolvimento da resiliência:

A empresa deve reunir informações sobre como o negócio


opera em todos os níveis da companhia. Isso inclui examinar
as pessoas, processos, tecnologias, instalações, cultura e
liderança da empresa. Então, a equipe de resiliência deve
realizar uma análise de risco detalhada para identificar todos
os riscos, ameaças e vulnerabilidades potenciais. Ele também
deve analisar as ações que a organização tomará para
mitigar eventos perturbadores (GAIDARGI, 2021, [n. p.]).

Mais uma vez, destaca-se a importância do processo de gestão


para minimizar
aaaaaaaaaaa
os impactos frente a um ambiente em constante mutação.
O planejamento estratégico, por exemplo, é uma das ferramentas
gerenciais básicas que têm o potencial de contribuir para alcançar os
objetivos organizacionais.

Segundo Rovina (2018, [n. p.]), “o planejamento estratégico auxilia


na compreensão
aaaaaaa das mudanças do ambiente externo e interno, pois
ajuda a reconhecer problemas que podem surgir ao longo do caminho e a
identificar oportunidades de melhoria para o negócio”. Ou seja, a partir
dessa compreensão do ambiente empresarial, o planejamento estratégico
permite apontar de forma mais certeira os pontos fortes e fracos da
organização (a nível interno) e as ameaças e oportunidades (a nível
externo).

Em tempos de incertezas, a gestão precisa ser flexível e resiliente.


Com aaaaaaaaaaa
Nova Ecologia Organizacional, especialmente no mundo pós-covid,
a gestão deve estar preparada para as constantes mudanças em seu
ambiente.

A organização se mantém preparada para o alto grau de


variação nas condições de mercado em ambientes
turbulentos e tiram proveito da ecologia organizacional em
seu favor, ao ter flexibilidade em mudar sua estratégia com
rapidez e obter vantagem competitiva ao alcançar melhor
poder de negociação e desenvolver maior valor agregado
(PIALARISSI, 2018, [n. p.]).

Uma forma eficiente de se fazer isso é buscar definir metas mais


próximas,
aaaaaaaaaaa
que sirvam como parâmetro gradual as estratégias de maior
aaaaaaaaaa
160
A ARTE DA GESTÃO

prazo. Assim, fica mais fácil medir e corrigir eventuais desvios ou


mudanças de rota com maior agilidade.

Percebe-se que a gestão voltada para a resiliência e o


entendimento
aaaaaaaaaaa
do ambiente é um grande diferencial competitivo na nova
ecologia, minimizando os impactos em um cenário de constantes
mudanças.

3. O Papel dos Gestores no Processo de Maximização dos


Resultados

Além de reduzir os impactos do ambiente, o processo de gestão


dentro aaaaaaaaaaa
de uma organização possui fundamental importância na
maximização dos resultados. Em um artigo publicado na edição on-line da
Forbes Magazine, Gibbs (2020) comenta sobre a importância dos líderes e
gestores para a maximização dos resultados nesse período pós-
pandemia.

Ainda segundo o autor, muitas empresas conseguiram lucrar ainda


mais nos
aaaaaaaa
últimos anos, pois os seus executivos conseguiram aprender
com as experiências recentes de desafios e incertezas (GIBBS, 2020).

A maximização dos resultados dentro de uma organização pode ser


alcançada
aaaaaaaaaa
por meio de diversos procedimentos trabalhados pela gestão
empresarial. Acerca da importância desses processos, Alessandro Natal
(2021), colunista do Portal Catho, assim explana:

Os processos da Gestão Empresarial visam organização da


rotina, definição de objetivos e metas, planejamento e
execução das estratégias, redução de custos, prestação de
contas em relação às metas traçadas e desenvolvimento das
lideranças. Muitas empresas não têm dado a devida atenção
aos princípios da Gestão e com isso tem sofrido as
consequências e muitas vezes não conseguem reverter os
resultados negativos (NATAL, 2021, n.p).

Percebe-se que a utilização correta dos processos de gestão


empresarial
aaaaaaaaaaa
citados pelo autor pode contribuir para a maximização dos
lucros. Da mesma forma, a negligência à gestão também contribui no
sentido inverso, prejudicando o resultado da organização.

161
A ARTE DA GESTÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A gestão é um processo fundamental para reduzir riscos e


maximizar
aaaaaaaaaaa
os resultados das organizações. Seja no planejamento (com a
definição da estratégia e dos objetivos empresariais), no suporte à
execução, ou no controle dos resultados (através dos feedbacks obtidos ao
longo do processo), os gestores exercem papel vital para o
desenvolvimento dos empreendimentos.

A Nova Ecologia, especialmente após a pandemia da Covid-19, traz


uma série
aaaaaaaa
de desafios às organizações que ressaltam ainda mais a
importância dos gestores. Processos de gestão eficientes podem reduzir
os impactos do ambiente, tornando a empresa mais resiliente e
aumentando a probabilidade de sucesso.

O presente estudo realizado possibilitou um melhor entendimento


sobre oaaaaaaaaaaa
papel da gestão nas organizações. Através da revisão de literatura
realizada, foi possível alcançar os objetivos do trabalho.

Sem dúvida, o tema é muito relevante para o desenvolvimento


profissional,
aaaaaaaaaa
contribuindo para o conhecimento como gestor e abrindo
caminho para estudos futuros acerca dos tópicos abordados.

162
A ARTE DA GESTÃO

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163
A ARTE DA GESTÃO

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164
10
CAPÍTULO
EDUCAÇÃO FINANCEIRA: A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO
DAS FINANÇAS PESSOAIS

O Impacto dos Investimentos das Pessoas Físicas na


Economia, na Vida, na Formação de patrimônio e na
Renda Passiva Futura

Francisco Almeida Costa¹⁰


[10] Graduação em Administração. Pós-graduação com MBA em Gestão Empresarial. Mestrando em


Administração pela Must University. E-mail: adm.francisco.costa@gmail.com.

168
A ARTE DA GESTÃO

INTRODUÇÃO

Educação financeira é um dos temas mais discutidos nos últimos


anos, dada
aaaaaaaa
a relevância da saúde financeira das pessoas físicas na
economia e no bem-estar social. Destarte, percebe-se que a maioria dos
brasileiros, por exemplo, não tem a cultura de administrar as finanças
pessoais. Tampouco, a visão futurista de buscar conhecimentos
específicos quanto às possibilidades de aplicação de recursos visando
garantir uma renda passiva futura (viver de renda), para prover recursos
para garantir a qualidade de vida, em especial na terceira idade.

No Brasil, mediante o cenário econômico atual, com o alto índice


inflacionário,
aaaaaaaaaaaaaa
agravado pelo cenário da crise sanitária em decorrência do
período pandêmico da Covid-19, resta perceptível o reflexo no poder de
renda dos cidadãos e, por consequência, na economia brasileira.
Outrossim, o poder aquisitivo das pessoas físicas é afetado por múltiplos
fatores como o desemprego, consumismo impulsivo, má gestão
governamental, entre outros. Neste diapasão, torna-se importante
promover a reflexão concernente à relação do cidadão com o dinheiro,
assim como as oportunidades de investimentos disponíveis. Para tal, é
mister vislumbrar sobre o mercado financeiro e os tipos de investidores.

A garantia da qualidade de vida, no presente e no futuro, submerge


o estabelecimento
aaaaaaaaaa de objetivos e para tal, a educação das finanças
pessoais se torna essencial. A falta dela ou a sua ineficiência pode
acarretar sérios impasses, de modo a refletir na saúde financeira das
pessoas físicas.

Este artigo foi delineado com metodologia pautada em estudos


bibliográficos,
aaaaaaaaa tendo como ponto basilar o referencial teórico
considerando as discussões sobre o contexto da temática, descritos por
diversos autores citados, como: Hassier (2019), Magalhães (2021),
Tommasi e Lima (2007), Nigro (2020), Pellini (2019), Henrique (2019), entre
outros.

Diante do exposto, o escopo deste estudo consiste em vislumbrar


sobre aaaaaaaaaaaa
a necessidade de desenvolver a mentalidade da educação
financeira, bem como uma análise do impacto dos investimentos dos
aaaaaaaaaaa 169
A ARTE DA GESTÃO

cidadãos na economia e no seu futuro financeiro. Destacando as


estratégias básicas para obter a capacidade de poupar e investir, os perfis
dos investidores no mercado de ações, assim como, sobre as crenças
limitantes que impedem a conquista da liberdade financeira das pessoas
físicas. Deste modo, evidencia um diagnóstico das principais alternativas
de investimentos disponíveis no mercado financeiro atual. O caráter
permanente desta obra, nas linhas traçadas, é a compreensão dos
desafios dos indivíduos frente ao processo de desenvolvimento da
educação financeira pessoal, bem como sobre a necessidade de
promover investimentos para a conquista da perenidade da renda no
futuro.

Desta forma, este estudo está dividido do seguinte modo: após


essa introdução,
aaaaaaaaaaaapresenta-se o desenvolvimento teórico discorrendo
sobre os assuntos basilares correlatos à temática, expondo a referência
bibliográfica dos principais conceitos abordados, na sequência,
apresentam-se as opções de investimentos para as pessoas físicas no
mercado financeiro e os perfis básicos dos investidos, para enfim, expor
as considerações finais com as conclusões elencadas.

Assim, este estudo tem a conotação particular de revisar


criticamente
aaaaaaaaaaaaaa
as evidências teóricas disponíveis sobre o assunto e
contribuir para a reflexão sobre a importância da educação financeira das
pessoas físicas, para o seu bem-estar financeiro e o seu impacto na
economia. Não requer aqui esgotar o assunto, pela sua complexidade e
relevância.

170
A ARTE DA GESTÃO

DESENVOLVIMENTO TEÓRICO

Ao expor uma pesquisa atinente a importância da educação


financeira
aaaaaaaaaaa
dos cidadãos para a garantia da sua tranquilidade financeira
numa visão futurista, com enfoque sobre o impacto dos investimentos das
pessoas físicas na economia, pontuando algumas alternativas dentre as
oportunidades de investimentos para a conquista da perenidade
financeira. Faz-se necessário entender o comportamento dos indivíduos
quanto ao seu estilo de vida com as finanças pessoais, em especial quanto
à capacidade de promover a cultura da gestão do seu patrimônio e
aproveitar as principais possibilidades de investimentos disponíveis no
contexto atual. Destarte, vale compreender de maneira estruturada o que
os pesquisadores especialistas e renomados no assunto vêm a ponderar
quanto ao tema, de maneira a ilustrar o melhor escopo para essa
abordagem. Assim sendo, o compilado de informações do
desenvolvimento do presente trabalho apresenta enfoques de pesquisas
científicas como contorno de diagnóstico. Neste sentido, vale destacar os
principais conceitos correlatos à temática.

1. Educação Financeira

O tema educação financeira tem ganhado, nos últimos anos, maior


destaque
aaaaaaaaaaa
tanto nacional quanto internacionalmente. Tem sido
considerado um dos requisitos essenciais para promover uma qualidade
de vida perene e digna no futuro, visto que retrata a consciência sobre
hábitos de consumo e cultura do investimento. Nesse contexto, percebe-
se que a educação financeira ainda é considerada como algo longínquo
ou inacessível para muitas famílias brasileiras. Embora, dia após dia, tenha
se dado maior atenção ao tema. Considerando as pesquisas e análise,
resta evidente que muitos cidadãos ainda não despertaram para a real
importância da gestão das finanças pessoais. E tal realidade, propicia,
inclusive, muitos conflitos familiares.

Corroborando com essa constatação, segundo o renomado


escritor,
aaaaaaaaaa
educador e terapeuta financeiro, Domingos (2012), o assunto
educação financeira é pouco debatido nos lares das famílias brasileiras.

Além de ser um tema ainda pouco discutido nos lares brasileiros, é


aaaaaaaaaaa 171
A ARTE DA GESTÃO

também uma espécie de tabu nas relações familiares. Em geral, o que


acontece com mais frequência é virar um elemento de conflito,
justamente por não ser discutido de forma aberta e transparente. Isso
significa que, quanto mais luz você jogar sobre esse assunto, mais fácil vai
ser lidar com essas questões daí em diante, pois, é preciso combater a
causa do problema e não mais o efeito. E o melhor: resolvendo as suas
próprias questões em relação ao dinheiro, você estará mais saudável e
equilibrado para plantar a semente da prosperidade (DOMINGOS, 2012).

No mesmo sentido, Henrique (2019, p. 11), cita que “finanças e


dinheiro
aaaaaaaaaaaaaa
ainda são considerados assuntos delicados e complicados para a
maioria dos brasileiros”.

A educação financeira já pode ocorrer na infância, mediante


situações
aaaaaaaaaa
cotidianas, sobretudo, sabendo que a aprendizagem prática é
bastante importante, principalmente porque durante a infância, as
crianças observam atentamente os adultos sendo influenciadas pelo
comportamento destes. Se os pais tiverem noção desses momentos,
pode realçar aspectos fundamentais relacionados com o ato de consumir.
Ou seja,o comportamento dos adultos no núcleo familiar influencia na
educação financeira dos indivíduos desde a fase infatil (FERREIRA, 2013).

Os autores do livro Pai Rico Pai Pobre, Kiyosaki e Lechter (2000),


afirmamaaaaaaaaaaa
ser importante ensinar educação financeira às crianças desde
cedo. E enfatizam que infelizmente, a maioria dos pais não assume esse
compromisso ou nem tem condições de fazê-lo.

Na ótica de Pellini (2019, p.22), “no Brasil, investir não é uma tarefa
fácil. Enquanto
aaaaaaaaaaaa
em diversos países as crianças aprendem ainda na escola
sobre como se relacionar com dinheiro, nós não temos educação
financeira nem mesmo na faculdade”.

Para Tommasi e Lima (2007, p.14), "o objetivo final da educação


financeira
aaaaaaaaaaa
é permitir a melhora da nossa qualidade de vida, seja hoje ou
no futuro, atingindo de forma inteligente os nossos objetivos pessoais".

Para Henrique (2019, p. 13), “a maneira como você se relaciona com


o dinheiro,
aaaaaaaaaa
ou aquilo que pensa sobre ele, pode ser determinante para o
aaaaaaaaaaa
172
A ARTE DA GESTÃO

nível de sucesso financeiro que você terá na vida. Isso é chamado mindset
financeiro, ou modelo mental”.

Na visão de Kiyosaki e Lechter (2000), torna-se preocupante o fato


de as pessoas
aaaaaaaaaaa
buscarem a riqueza e não a educação financeira, fato que
várias pessoas recebem prêmios milionários que acabam em meses.

Concernente à importância da alfabetização financeira, como


também aaaaaaaaaaa
é conhecida a educação financeira, segundo Kiyosaki e Lechter
(2000, p. 59), “é como plantar uma árvore. Você rega durante anos e,
então, um dia ela não precisa mais disso. As suas raízes são
suficientemente profundas. Então, a árvore lhe proporciona sombra para
o seu prazer”.

Ainda segundo Tolotti (2007), geralmente é mais fácil o indivíduo


contrair
aaaaaaaa
dívida que deixar de comprar algo desejado. E elenca que o
endividamento pode acontecer em dois aspectos: o racional e a
interferência afetiva.

Do ponto de vista racional, objetivo ou concreto, a dificuldade está


concentrada
aaaaaaaaaa
na falta de conhecimento financeiro, e consequentemente,
na má gestão dos rendimentos. Quanto às interferências afetivas, o
endividamento é um provável reflexo de insatisfações e sofrimentos,
traduzidos pelo consumo desenfreado, ou seja, por incessantes atos de
compra (TOLOTTI, 2007).

Segundo Martins (2004, p.52), "a necessidade de ostentar e a


vaidadeaaaaaaaaaaaa
excessiva, são emoções que conduzem a pessoa a fazer gastos
exagerados, na hora errada, de maneira impensada e abusiva,
transformando-a numa máquina de destruir dinheiro". Para Henrique
(2019, p. 18), “no jogo do dinheiro, os determinados são aqueles que
definem a sua vitória e conseguem visualizá-las”.

Empregar tempo e dinheiro para cuidar da sua educação


emocional
aaaaaaaaaaaa
e da instrução financeira, pode ser uma gostosa aventura, a
felicidade está na própria jornada e não na chegada. Abraçar um projeto
de aprendizado e crescimento pessoal é uma boa maneira de dar novo
colorido à vida, além de propiciar resultados que o surpreenderão: mais
aaaaaaaaaaaa
173
A ARTE DA GESTÃO

dinheiro; mais liberdade; melhores opções e mais tranquilidade (MARTINS,


2004).

Para Henrique (2019, p. 11), “criar uma boa relação com o dinheiro,
saber como
aaaaaaaaaaa
controlar as suas finanças, investir e gastar da melhor forma
possível é um grande jogo na vida”. Já Luquet e Assef (2007, p.7) alegam
que, "o remédio não é aumentar a receita, mas essencialmente gerir
melhor o que se tem". Segundo Henrique (2019, p. 17), “independente de
idade, profissão, escolaridade ou posição social, qualquer pessoa pode
transformar a sua vida financeira, se assim desejar”.

Diante das constatações expostas, pode-se inferir que a temática


sobre finanças
aaaaaaaaaa
pessoais deve ser aprimorada no âmbito familiar e escolar,
em especial ainda na fase de criança e adolescência. Entretanto, essa
gestão requer disciplina e mudança de comportamentos e hábitos. O
escopo da educação financeira não é o enriquecimento, mas sim a
concepção de como aplicar da melhor forma possível os recursos
disponíveis.

FIGURA 1 | EDUCAÇÃO FINANCEIRA


EDUCAÇÃO FINANCEIRA

GANHAR SABER POUPAR DIVERSIFICAR OS


DINHEIRO RECURSOS INVESTIMENTOS

GASTAR COM INVESTIR ALÉM DA


RESPONSABILIDADE POUPANÇA

FONTE: ELABORADA PELO AUTOR (2021).

174
A ARTE DA GESTÃO

2. Planejamento e Gestão das Finanças Pessoais

No mundo cada vez mais conectado globalmente, em que a mídia


estimula
aaaaaaaaaaa
as pessoas a um sentimento permanente de insaciabilidade,
resta evidente a falta da cultura de gestão planejada do dinheiro no
tempo. Nesse contexto, em que o cenário econômico está em atualização
constante e as pessoas não têm tempo para acompanhar tais alterações,
especialmente concernente a como planejar e administrar os recursos
próprios, torna-se essencial que os cidadãos aprendam a gerir as suas
finanças pessoais. É perceptível que o assunto finanças pessoais seja
tratado por cada indivíduo de maneira distinta e que os imprevistos
impactam de forma direta no processo de decisão, acarretando
resultados com base na capacidade individual de planejar as finanças
pessoais.

Nas palavras de Gitman (2010, p. 03), “o termo finanças pode ser


definido
aaaaaaaa
como a arte e ciência de administrar dinheiro”. Para Bodie e
Merton (2002, p. 32), “finanças é o estudo de como as pessoas alocam
recursos escassos ao longo do tempo”. Segundo Ferreira (2006, p.16)
“finanças pessoais são a arte do gerenciamento do dinheiro das pessoas,
é o processo de planejar, organizar e controlar o nosso dinheiro, tanto no
curto, no médio como no longo prazo”.

Por sua vez, Bodie e Merton (2002, p. 456), asseguram que “existem
cinco aaaaaaaaaa
razões básicas para se estudar finanças: para administrar os
recursos pessoais, para lidar com o mundo dos negócios, para buscar
oportunidades de carreira interessantes e compensadoras, para fazer
escolhas como cidadão através de informações conhecidas publicamente
e para expandir a mente”.

Na visão de Pires (2006, p. 16), “para atingir os objetivos das


finanças
aaaaaaaaaaa
pessoais é preciso conhecer a lógica do dinheiro e do mercado,
ou seja, os fundamentos das finanças pessoais”.

Guenther (2020, p. 9), sobre como gerir as finanças pessoais após


período
aaaaaaaaa
pandêmico, aduz que, “hábitos de consumo também poderão
mudar no mundo pós pandeia, o consumo consciente e sustentável
deverá ser incorporado pela sociedade, pensaremos melhor antes de
aaaaaaaaaaa 175
A ARTE DA GESTÃO

comprar e daremos mais valor ao nosso dinheiro”.

Para Frankenberg (1999), o hábito de poupar sabiamente deve ser


compreendido
aaaaaaaaaaa
pelas pessoas como uma maneira de reservar recursos
para serem usados para a aposentadoria no período planejado, fazendo
com que não dependa do sistema público previdenciário. Ainda segundo
Frankenberg (1999, p.39), “gastar com prudência significa saber
diferenciar o que é essencial do que é supérfluo”. Para Henrique (2019, p.
12), “no jogo do dinheiro, há três tipos: os determinados; os acomodados;
e, os esquecidos”. Macedo (2007, p. 38) alerta, “tome um cuidado especial
com os gastos que você faz para gerar status”. Já para Henrique (2019, p.
150), “a maioria das pessoas tem o hábito de gastar o que ainda não
ganhou, para comprar coisas de que não precisam para impressionar
pessoas de quem não gostam”.

Diante das constatações evidenciadas, percebe-se que o bom


hábito aaaaaaaaaaa
de gerir os recursos financeiros estrategicamente, é essencial para
a saúde financeira das pessoas e na garantia da melhor qualidade de vida
no futuro.

OPÇÕES DE INVESTIMENTOS PARA PESSOAS FÍSICAS E o seu


IMPACTO NA ECONOMIA, NA VIDA, NA FORMAÇÃO DE
PATRIMÔNIO E NA RENDA PASSIVA FUTURA

Praticar a arte de investir é essencial para todos. Percebe-se que


não se aaaaaaaaaaa
trata de um status luxuoso, mas de uma real necessidade na busca
da estabilidade financeira.

Corroborando com essa constatação, na ótica de Pellini (2019,


p.22), “investir
aaaaaaaanão é um luxo, pelo contrário, é uma necessidade cada vez
mais urgente”. De acordo com Oliveira (1980 p. 11), “investir é aumentar o
estoque de riqueza”. Para Magalhães (2021, p. 12), “os brasileiros ainda
têm muita resistência para investir e costumam associar essa palavra a
risco. Entende que o ato de poupar é ter dinheiro nas mãos, pronto para
ser usado (como a própria poupança)”.

Corroborando com essa mesma linha de pensamento, Rassier


aaaaaaaa
176
A ARTE DA GESTÃO

(2019, p. 7), diz que “a renda variável gera medo, devido à incerteza
quanto aos ganhos, ou seja, ninguém sabe quanto vai ganhar, ao comprar
uma ação”.

De acordo com Nigro (2020, p. 182), “os pontos iniciais para quem
está começando
aaaaaaaaaaasão: quitar as dívidas; construir uma reserva de
emergência e só depois pensar em diversificar o seu capital, focando no
longo prazo”.

Segundo Zaremba (2007, p. 38), “o primeiro item de um plano de


investimento
aaaaaaaaa
é o esforço para poupar, devido a uma razão muito simples:
você precisa de dinheiro para poder investir”.

Quando investe, você está plantando seu futuro e construindo sua


árvoreaaaaaaaaa
de dinheiro. Se você adubá-la corretamente, poupando de forma
sistemática e investindo, poderá ter renda para sempre sem depender da
venda do seu tempo para ganhar dinheiro (MACEDO, 2007).

Para Zaremba (2007. P. 38), “o ato de poupar deve ser considerado


um hábito”.
aaaaaaaa
Macedo (2007, p. 112) aduz que poupança, “é a forma de
investimento mais conservadora e com a mais baixa rentabilidade ao
longo de sua história”.

Sobre ações, Rassier (2019, p. 8) conceitua como “títulos


nominativos,
aaaaaaaaaaa
negociáveis, que representam uma fração do capital social
de uma empresa. Ao comprar uma ação, o investidor se torna um
acionista, sócia da empresa, ou seja, passa a ser um dos donos da
empresa”. Neste mesmo sentido, para Magalhães (2021, p. 79), ação “é um
pedacinho de uma empresa”.

Segundo Oliveira (1980 p. 11) “o que é um investimento para um


indivíduo,
aaaaaaaaa
pode não ser para a comunidade como um todo, por exemplo,
se um indivíduo compra um imóvel, está investindo. Para a comunidade
não houve investimento, mas apenas a transferência de propriedade”. Na
opinião de Pindyck e Rubinfeld (2005), o primeiro ponto a ser analisado
numa aplicação financeira e escolha de um ativo é o retorno.

Sendo assim, segundo Pellini (2019, p. 32), “pode parecer exagero,


aaaaaaaa
177
A ARTE DA GESTÃO

mas a verdade é que não é preciso ser um expert para começar a investir.
Você só precisa parar de achar que esse tipo de conhecimento é
inatingível”.

Para Macedo (2007, p. 40), “se dinheiro não é sinônimo de


felicidade,
aaaaaaaaaaa
a falta de dinheiro e as dívidas são certamente boa parte do
caminho para a infelicidade”.

Contudo, diante das constatações supracitadas, pode-se inferir que


saber aaaaaaaaa
ganhar dinheiro, poupar, economizar e investir são princípios
básicos da educação financeira estratégica, atitudes primordiais para a
saúde das finanças pessoais. Percebe-se, que há várias opções disponíveis
de investimentos no atual mercado, tanto de renda fixa como de renda
variável. É importante conhecer as características básicas de cada uma
delas (renda fixa e variável).

Para Magalhães (2021, p. 47), “o principal conceito de renda fixa é


permitir
aaaaaaaaa
que você tenha uma rentabilidade previsível”. Castro (1979, p. 92),
afirma que “são aqueles que contêm um componente de remuneração
periódica determinada contratualmente”.

Segundo Magalhães (2021, p. 47), sobre investimento em renda


fixa, diz
aaaaaaaaa
que “De maneira geral, tem três opções: o papel pós-fixado, o
prefixado e o que segue algum indexador, como o IPCA (Índice de Preços
do Consumidor Amplo, a forma mais comum de medir inflação no Brasil),
adicionado de ganho real”.

Com as inquirições citadas, pode-se ponderar que a renda fixa


pode ser
aaaaaaaaaa
prefixada (a qual já se sabe quanto receberá no final do período
de aplicação) ou pós-fixada (a qual a remuneração só é conhecida ao final
da aplicação, baseada em um índice, taxa de juros etc.).

Todavia, as aplicações em renda variável não têm a remuneração


ou vencimento
aaaaaaaaaapreviamente acordados e o rendimento é obtido da
diferença entre o preço inicial de aquisição e o preço final de venda. Um
exemplo de título de renda variável é ação (menor parcela de capital de
uma empresa, negociada no mercado de capitais), letras de câmbio etc.

178
A ARTE DA GESTÃO

De acordo com Rassier (2019), há dois tipos básicos de ações,


sendo: aaaaaaaaaaa
ações ordinárias – são as que além do resultado, concede, ao
investidor, o direito de voto nas sessões da assembleia da empresa; e,
ações preferenciais – são as que detêm preferência quanto ao
recebimento de dividendos, ou seja, participa dos resultados da empresa,
mas não detém o direito de voto.

Rassier (2019, p. 1), assevera que, “o mercado de ações no Brasil


ainda se
aaaaaaaaaa
encontra em pleno crescimento. Apesar de hoje ser bem mais
comum falarmos ou ouvirmos falar de investimento em ações e de Bolsa
de Valores”.

Para Pellini (2019, p. 33), “assim que começar a poupar, a investir


com inteligência
aaaaaaaaaae a reinvestir os dividendos, você vai perceber que, em
algum momento, esse círculo virtuoso ganha uma tração própria e se
torna uma bola de neve”.

Segundo Pellini (2019, p. 111), sobre as opções de investimentos,


assegura,
aaaaaaaaaa
“recomendo os ETFs que atua nos índices americanos S&P 500,
o IWB1, o Ibovespa, o BOVA11, pois assim ainda é possível estar exposto
na Bolsa americana e também na brasileira, respectivamente, com
liquidez e baixas taxas de administração”.

Corroborando com essa mesma opinião, Magalhães (2021, p. 24),


fala que
aaaaaaaaa
“o ideal é que você tenha vários investimentos diferentes de
acordo com seus objetivos e que cada um compense o outro,
minimizando também os riscos”.

De acordo com Nigro (2020, p. 184), sobre as melhores opções de


investimento
aaaaaaaaaa
para reserva de emergência, aponta, “Tesouro Selic, fundos
DI de renda fixa com liquidez diária e CDBs de liquidez diária”.

De acordo com Pellini (2019, p.119), “comprar ações pode ser até
mais seguro
aaaaaaaaaa
do que empreender”.

Em 2019, dados do Índice de Preços do Consumidor Amplo (IPCA)


mostram
aaaaaaaa
que 90% dos brasileiros aposentados são sustentados pela
previdência social, o que engloba pessoas de todas as classes sociais,
aaaaaaaaaaa
179
A ARTE DA GESTÃO

renda e regiões do Brasil. Apenas 6%, no entanto, investiram na


previdência privada e podem usufruir desse dinheiro e garantir seu
sustento na terceira idade (PELLINI, 2019, p. 23).

Para Henrique (2019, p. 35), “os problemas financeiros são


responsáveis
aaaaaaaaaaa
por mais de 50% dos divórcios no Brasil”.

Segundo Pellini (2019, p. 22), no Brasil, “os números revelam algo


assustador.
aaaaaaaa
Em 2018, 56% da população não possuía nenhum real
aplicado, apenas um terço da população consegue guardar dinheiro na
poupança, um produto financeiro que rende, praticamente, menos que a
inflação”.

Pellini (2019, p. 33), afirma que, “em um relatório publicado em


2018 pelo
aaaaaaaaa
Fundo Monetário Internacional (FMI), o Brasil ficou em segundo
lugar como o pior país em taxa de poupança per capita da América do Sul,
perdendo, apenas, para a Venezuela”.

Segundo Henrique (2019, p. 25), “mais de 95% das famílias


brasileiras
aaaaaaaaaa
não conseguem manter o mesmo padrão de vida que leva hoje
quando se aposentar”. De acordo com Henrique (2019, p. 27), “para cada
100 integrantes da População Economicamente Ativa (PEA), há 21 idosos
em situação de dependência de aposentadoria. De acordo com o IBGE,
em 2060, serão 63 para cada 100”.

Henrique (2019, p. 101), diz que, “de acordo com a pesquisa da


Anbima,aaaaaaaa
40% dos brasileiros não guardam dinheiro, pois alegam que não
conseguem fazer sobrar, já que usam todo ele para pagar as suas contas”
e, continua, “no pequeno grupo de pessoas que poupam regularmente, a
maioria afirma ganhar mais que dois salários mínimos, 45% têm ensino
superior e 51% pertencem à classe “A”, o que mostra o quanto a educação
está vinculada ao controle financeiro”.

Sabe no que a população investe seu dinheiro? 89% das pessoas o


destinam
aaaaaaaaa
para a caderneta de poupança. Uma pequena parcela, apenas
6%, utiliza a previdência privada, seguida dos fundos de investimento e
títulos privados, com 5% e 4% da preferência dos investidores,
respectivamente, e os títulos do Tesouro Nacional aparecem com 3%,
aaaaaaaaaa
180
A ARTE DA GESTÃO

sendo geralmente utilizados por pessoas com mais de 60 anos,


pertencentes à classe “A” e com salário superior a dez salários mínimos
(HENRIQUE, 2019).

Pra Pellini (2019, p. 160), “um dos grandes segredos da geração de


riquezaaaaaaaaaaaa
é o aporte mensal: fixar um valor do salário para poupar
mensalmente. Uma forma de ajudar nessa mudança de hábito é incluir as
aplicações financeiras no orçamento como uma despesa”. De acordo com
Magalhães (2021, p. 16), no Brasil, “as pessoas precisam se adaptar a uma
nova realidade, buscar novos investimentos”.

Diante destas evidências, sabe-se que a resiliência se torna


essencial,
aaaaaaaaaaaa
uma vez que as pessoas precisam se adaptar as circunstâncias
da realidade em que vive e procurar as melhores opções para investir
seus recursos.

1. Perfis ou Tipos Básicos de Investidores

Segundo Rassier (2019, p. 72), “como qualquer atividade econômica


social, aaaaaaaaaaa
a Bolsa de Valores forjou seus tipos humanos: figuras, personagens
que lhe são próprias, reconhecidas como tal. Dentre estas, duas se
destacam: a do investidor e a do especulador”. Ainda segundo Rassier
(2019, p. 72), sobre os tipos diz que, “o investidor prioriza preservar seu
capital, seu patrimônio; o especulador quer aumentá-lo ao máximo
possível em um só lance de audácia e suspicácia, conspirando, muitas
vezes, para que isso aconteça”.

Por sua vez, Magalhães (2021), afirma que são três os tipos de
investidores:
aaaaaaaa
os conservadores, os moderados e os agressivos. Magalhães
(2021, p. 36), expõe que o tipo conservador “acaba sendo o investidor
mais comum de todos. A maioria das pessoas já se considera
conservadora de cara, por não querer perder 1 centavo de deu capital
investido [...] alguns investimentos nessa modalidade são: Tesouro Selic,
CDBs de liquidez diária e fundos de investimentos DI”.

O investido moderado, de acordo cm Magalhães (2021, p. 37), “é o


que quer
aaaaaaaaaaa
ganhar dinheiro, mas que não quer perder o capital alocado”.

181
A ARTE DA GESTÃO

Já o agressivo é aquele que arrisca um pouco mais do seu


patrimônio
aaaaaaaaaaa
e, geralmente, sabe mais sobre o mercado financeiro (e
precisa saber mais também). Ele vai ter mais exposição em ações, fundos
imobiliários, fundos alavancados de bolsas e fundos multimercados com
mais volatilidade. Onde o risco está lá (MAGALHÃES, 2021).

Para Zaremba (2007), há cinco tipos de investidores que atuam no


mercado
aaaaaaaaa
de ações, destacando:

Os especuladores: giram muito suas carteiras, procurando maximizar


seus ganhos mediante uma série de operações de compra e venda
distintas;
Os com visão de longo prazo: que aplicam recursos com objetivo de
valorização ao longo do tempo e fazem suas compras de acordo com
análises fundamentalistas baseadas na projeção de resultados futuros
das empresas das quais pretendem se tornar sócios;
Os afoitos: que compram e vendem com base em dicas ou
acontecimentos específicos;
Os adeptos exclusivos da análise gráfica: que tomam suas decisões
apenas considerando os gráficos do comportamento das diversas
ações oferecidas no mercado;
Os temporários: que apenas procuram o mercado quando está em
claro processo de alta.

Já para Macedo (2007), existem apenas dois tipos de negociantes


no mercado
aaaaaaaaaaa
de ações, os especuladores, aqueles que compram e vendem
para lucrar no curto prazo, e, os investidores, os que compram a ação e
esperam o que a empresa tem a lhe dar.

Para Henrique (2019, p. 71), “de modo geral, existem quatro tipos
de perfis
aaaaaaaa
financeiros: poupador, gastador, esquivo e monge”. Em suma,
segundo Henrique (2019), o perfil poupador é avesso ao risco, o perfil
gastador é do tipo que tem o prazer de gastar, o perfil esquivo evita
contato com dinheiro e falar sobre, já o perfil monge tem o estilo caridoso.

182
A ARTE DA GESTÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se que educação financeira é a base fundamental para


quem quer
aaaaaaaaaaa
viver de renda passiva, ou seja, viver de rendimentos por
tempo indeterminado sem precisar dedicar mais tempo ou esforço
contínuo. Para tal, se faz necessário o desenvolvimento de um mindset
(modelo mental) com foco em gastar com consciência e investir com
inteligência para conquistar a liberdade financeira perene. O processo de
conscientização quanto à prática de poupar com sabedoria e saber
investir estrategicamente são passos complacentes para projetar, numa
visão futurista, o alcance e a cobertura das necessidades cômodas ao
padrão de vida desejado.

No mercado atual, há múltiplas opções para investimentos


financeiros,
aaaaaaaa
com rendimentos e riscos distintos, de acordo com o perfil do
investidor, seus objetivos e disponibilidade de recursos para aplicação.
Destarte, para ingressar com investimentos no mercado de ações não
precisa ser, necessariamente, um investidor expert. Assim, após os
primeiros passos basilares no mercado financeiro, recomenda-se
reinvestir sempre parte dos lucros, e em alguns anos, é provável que o
retorno dos investimentos possibilite uma renda passiva futura
satisfatória para garantir o bem-estar financeiro. Entretanto, o importante
é investir com astucia o patrimônio, podendo ser em ações, imóveis, ou
outros tipos de investimentos que garantam retornos significativos.

Conclui-se também que existem alguns impasses que dificultam a


conquista
aaaaaaaaa
da liberdade financeira, são as atitudes e crenças limitantes,
como: medo, não definir um objetivo, não controlar as despesas, não
envolver a família no planejamento financeiro, não reservar um montante
para investir e falta de disciplina. Outro entrave que dificulta
sobremaneira a conquista da liberdade financeira é a falta de
conhecimento atinente ao mercado financeiro. Contudo, existem algumas
estratégias fundamentais na gestão das finanças pessoais, como, por
exemplo: ter hábitos e consumos conscientes, fazer reserva de
emergência, poupar com sabedoria, gastar com prudência, adoção da
filosofia de investimentos e estudos.

Infelizmente, a falta de educação financeira, ligada à facilidade de


aaaaaaaaaa 183
A ARTE DA GESTÃO

acesso a créditos, submerge muitas pessoas no endividamento excessivo


e descontrolado, privando-as de parte de suas rendas para cobrir
prestações mensais que reduzem drasticamente suas capacidades de
consumir produtos básicos para suas satisfações e bem-estar. O
problema financeiro, seja em maior ou menor grau, irá refletir na rotina
profissional, provocando muitas vezes à baixa produtividade. Todavia, ter
dívidas não é essencialmente algo ruim, desde que promova condições de
honrá-las. As pesquisas revelam que, atualmente, grande parte da
população brasileira, ainda aplica seu dinheiro na caderneta de poupança
e não avalia outras opções de multiplicar rendimentos. Outra sequer tem
dinheiro para o sustento da família, o que requer políticas públicas mais
eficazes por parte dos governantes.

No contexto atual, independentemente de idade, renda, objetivo ou


profissão,
aaaaaaaaaaa
é imperioso organizar e controlar as finanças pessoais.
Outrossim, um adequado planejamento é a chave do sucesso. Discutir
esse assunto desde a infância é muito importante para prosperar a vida
financeira e garantir um futuro mais confortável e estável.

Com este trabalho não esgota o tema referente à importância da


mentalidade
aaaaaaaaa
da educação financeira, pois se faz necessário aprofundar os
estudos para maior reflexão e acompanhar a evolução dessa abordagem.
Mas apresenta-la como importante estratégia para superar os desafios na
conquista da perenidade e bem-estar financeiro.

184
A ARTE DA GESTÃO

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A ARTE DA GESTÃO

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186
11
CAPÍTULO
A REALIDADE DO ANALFABETISMO E DA IMATURIDADE
EMOCIONAL NO TRATO COM FINANÇAS

Sylvana Lima Teixeira¹¹


[11] Advogada e mediadora, especialista em MBA em Negociação, Mediação e Arbitragem pela Faculdade
Senac (DF) em parceria com o Instituto Latinoamericano de Analisisdel Conflito (Montevideu-Uruguai).
Mestre em Resolução de Conflitos e Mediação pela Universidade de Leon (Espanha). Pós-graduanda em
gestão de negócios pela BBI Chicago. Mestranda em Administração pela Must University. E-mail:
sylvana.adv@gmail.com.

190
A ARTE DA GESTÃO

INTRODUÇÃO

Numa realidade em que ser próspero significa a aquisição de bens,


seria até
aaaaaaaa
justificável viver em descontrole financeiro numa preocupante
materialização de um etiquetamento cultural. Crenças familiares na
relação com o dinheiro aliadas à dose de desconhecimento sobre
educação financeira, têm gerado cada vez mais adultos endividados e
escravos da moeda.

Não raro, a conta entre receitas e despesas não fecha. São muitos
gastos aaaaaaaaaaaaaa
para manutenção de um patrimônio sem a geração de qualquer
renda positiva. A cegueira em torno dessa realidade leva muitos adultos a
extenuantes jornadas de trabalho como se os extras compensassem
eventuais parcelas para usufruto de bens.

Nesse contexto, há a percepção da fragilidade na educação


financeira,
aaaaaaaaaa
quase inexistente para muitos. Não se consegue falar de
investimentos sem antes permear os aspectos estimuladores para o
presente analfabetismo financeiro.

E nesse sentido, o presente artigo busca focar nessas questões


prévias.aaaaaaaaa
É inclusive ir à contramão de apresentar vantagens de
investimentos, indicar opções e ser até mais do mesmo. É despertar um
estado de curiosidade para retroceder em etapas talvez não pensadas
que influenciam, em maior ou menor profundidade, a escolha ou não de
uma mudança de olhar sobre a relação com o dinheiro.

A investigação desses motivos partiu de buscas bibliográficas para a


construção
aaaaaaaaaaaa
do suporte teórico necessário para a compreensão do tema
(MARCONI; LAKATOS, 2007; ALYRIO, 2009). Para Treinta et al. (2014)
inclusive afirma ser tais pesquisas, uma estratégia de identificação de
relevantes trabalhos norteadores para novas contribuições para o meio
científico.

Em termos de estruturação do raciocínio, a qualidade metodológica


deste aaaaaaaa
estudo abarca dois temas. O primeiro versa sobre a questão do
analfabetismo financeiro com reflexões sobre a atual escravidão e uma
eventual dignidade financeira. Em seguida, amarra o entendimento sobre
aaaaaaaaaaa 191
A ARTE DA GESTÃO

a imaturidade emocional financeira e algumas etapas para uma


convivência saudável com o dinheiro.

O ANALFABETISMO FINANCEIRO

Falar sobre estratégias de investimento é simplesmente abrir uma


janela aaaaaaaaaaa
para discussão da fragilidade em que se encontra a maioria das
pessoas, em grande medida pelo desconhecimento financeiro.
Planejamento não era uma palavra utilizada com frequência nas vertentes
financeiras em especial para ganhos de longa duração (SAVOIA; SAITO;
SANTANA, 2007).

Savoia, Saito e Santana (2007) já alertava para a deficiência sentida


nos bancos
aaaaaaaaescolares, que poderiam aproveitar o nascedouro da
solidificação da personalidade de crianças e de adolescentes, para inserir
as bases para a construção de uma educação financeira.

Um argumento de mudança de cenário é reforçado por Vanderley,


Silva eaaaaaaaaa
Almeida (2020, p. 152), “pois com um estudo iniciado logo cedo,
crianças e jovens adolescentes crescerão conscientes da importância de
gerir com responsabilidades os recursos pessoais”.

Cada indivíduo participante do processo de formação do ser


humano tem uma parte de responsabilidade nesse processo
de mudança pela qual a educação passa. E a educação
financeira vem ser um elo entre várias áreas do
conhecimento, no sentido de fazer com que trabalhem
juntas e formem na epistemologia do aluno, conceitos
capazes de instrumentalizá-lo para a construção da sua
autonomia (STHEPANI, 2005, p. 12).

Saraiva (2017), inclusive amplia a margem de alcance da


alfabetização
aaaaaaaaaaa
financeira para além dos muros escolares, ao se buscar
público que não está restrito aos institutos direcionados à tradicional
educação considerada formal. O intuito é de disseminação desse
conhecimento para todos, independente do contexto social e/ou
educacional inseridos.

Desta feita, o que se tem de congruente, é que sem


considerar a relevância da instrução financeira em terna
192
aaaaaaaaaa
A ARTE DA GESTÃO

idade, dentro ou não dos bancos escolares, em futuro não


muito distante, a realidade será de adultos em descontrole
nas suas dívidas, cuja conta de receita e despesa não fecha
de forma positiva.
Trata-se de aproveitar os benefícios de se ter um
conhecimento financeiro pessoal para estar sempre se
aproximando mais da qualidade de vida que se cobiça. Em
outras palavras qualidade de vida é o objetivo e educação
financeira pode ser o meio.
Não só isso, a falta de conhecimentos financeiros também
está se tornando um problema para o bem-estar das
pessoas, como vimos os índices de inadimplência estão cada
vez maiores o que querendo ou não causa um desconforto e
até mesmo uma preocupação diária que acaba com o
conforto e até mesmo a saúde mental de uma pessoa
(FERREIRA, 2017, p. 10).

Ademais, até pouco tempo atrás, as gerações mais maduras só


acreditavam
aaaaaaaaaaa
na poupança, quando a rentabilidade era atrativa e por ser
uma alternativa mais popular (Clarke, 2015). Havia uma certa crença de
controle mensal sobre as oscilações monetárias aliada à facilidade de
resgate imediato.

O conservadorismo, nesse sentido, é de fácil percepção, haja vista


os ensinamentos
aaaaaaaa passados de gerações, em que as operações mais
seguras são as conhecidas e tudo o que fugir da clássica poupança seria
um comportamento temerário (DETONI; LIMA, 2011). Fatores como o
quanto declarar, o quanto e quando receber, além de o quanto render,
geravam dúvidas consistentes.

193
A ARTE DA GESTÃO

FIGURA 1 |ANALFABETISMO FINANCEIRO


ANALFABETISMO FINANCEIRO

IRRESPONSABILIDADE
DESCONHECIMENTO FRAGILIDADE
MONETÁRIA

AUSÊNCIA CONSCIÊNCIA:
EDUCAÇÃO FINANCEIRA REALIDADE
PLANEJAMENTO

INSTRUÇÃO /
EVOLUÇÃO: RELAÇÃO SAUDÁVEL EDUCAÇÃO
ESTRATÉGIAS DE DINHEIRO FINANCEIRA
INVESTIMENTO

FASE ESCOLAR
VIDA ADULTA

FONTE: ELABORADO PELA AUTORA (2021).


O fato é que, diante de tudo isso, começou-se a não mais engavetar


o problema
aaaaaaaaaaa
e sim enfrentá-lo. A ausência de educação financeira não
poderia ser um impeditivo para que continuasse com um déficit
orçamentário, à medida que se via os frutos do trabalho serem
consumidos por falta de conhecimento e de estratégia.

Por educativos de índole financeira, acredita Saraiva (2017) ser um


conglomerado
aaaaaaa de estratégias de controle com dupla finalidade, isto é,
para diminuir a coerção política ao mesmo tempo, em que busca o
equilíbrio com a máxima conformidade dos sujeitos com os parâmetros
sociais sem se submeter à rigidez existente nas normas disciplinares.

Em outras palavras, esclarece Saraiva (2017) que não é tão somente


ter umaaaaaaaa
atividade frutífera em termos de ganhos financeiros, mas
compreender o que, de forma efetiva resta, após os abatimentos legais
dos tributos e dos impostos devidos e qual a real margem líquida.

194
A ARTE DA GESTÃO

Sobre educação financeira como fator do processo decisório, é


bem-vinda
aaaaaaaaaaa
a contribuição de Gallery et al. (2011, p. 288), enquanto
representa “a capacidade de fazer julgamentos inteligentes e decisões
eficazes em relação ao uso e gestão do dinheiro”.

O fato é que, segundo Savoia, Saito e Santana (2007, p. 1122), “na


sociedade
aaaaaaaaa
contemporânea, os indivíduos precisam dominar um conjunto
amplo de propriedades formais que proporcione uma compreensão
lógica e sem falhas das forças que influenciam o ambiente e as suas
relações com os demais”.

A maioria das pessoas tem um preço. E isso por duas


emoções humanas, o medo e a ambição. Primeiro, o medo
de não ter dinheiro as leva a trabalhar arduamente, e
quando recebem o pagamento, a ambição ou o desejo as
leva a pensar nas coisas maravilhosas que podem ser
compradas. Então se define o padrão (KIYOSAKI, 2017, p. 39).

FIGURA 2 | MEDO

FONTE: MICHAL JARMOLUK, PIXABAY (2022).


(DISPONÍVEL EM HTTPS://PIXABAY.COM/PT/PHOTOS/NOITE-REC%C3%A9M-CHEGADO-UFO-
1080547/)

195
A ARTE DA GESTÃO

De forma bem clara, é como se a escravidão retornasse de forma


mais sutil
aaaaaaaaaaa
e com refinamentos. Nesse sentido, Saraiva (2017, p. 162) é
categórica, pois, “parece haver um entendimento de que o segmento
populacional – que não teria habilidades em lidar com o dinheiro – seria
justamente aquele que vende a sua força de trabalho”.

A escravidão continuaria, agora não mais com as dores sentidas


atravésaaaaaaaaaa
dos chicotes como punição e sim através de jornadas exaustivas
de trabalho. As horas a mais de serviço, o extra, parecem não compensar
os gastos mínimos necessários para ter uma vida digna segundo os
parâmetros constitucionais, a exemplo, saúde física e emocional, lazer,
educação e moradia.

Apesar de nos parecer que esta interpretação extensiva não


seja a mais adequada, não se pode deixar de reconhecer
esta proteção aos direitos e garantias fundamentais
integrantes do “mínimo existencial, consistente em um grupo
menor e mais preciso de direitos sociais formado pelos bens
e utilidades básicas imprescindíveis a uma vida com
dignidade. Assim como a proteção assegurada aos direitos e
garantias individuais decorre de sua íntima ligação com a
dignidade da pessoa humana, alguns direitos sociais, como
derivações diretas desta mesma dignidade, devem ter o seu
núcleo essencial protegido, o que não significa sua
imutabilidade (NOVELINO, 2008, p. 80).

196
A ARTE DA GESTÃO

FIGURA 3 | EDUCAÇÃO FINANCEIRA


FATOR DO PROCESSO ESTRATÉGIAS DE DIMINUIÇÃO:


DECISÓRIO CONTROLE COERÇÃO POLÍTICA

CAPACIDADE DE
EDUCAÇÃO EQUILÍBRIO:
JULGAMENTOS
FINANCEIRA PARÂMETROS SOCIAIS
INTELIGENTES

DECISÃO EFICAZ: USO RUPTURA COM A


MARGEM LÍQUIDA
E GESTÃO DO ESCRAVIDÃO
EFETIVA
DINHEIRO FINANCEIRA

FONTE: ELABORADA PELA AUTORA (2021).

Desta feita, na mesma visão de ensino financeiro, assegura Ferreira


(2017, aaaaaaaaaaa
p. 3) “que se trata de conhecimentos e competências que te
ajudam fazer escolhas inteligentes relacionadas a dinheiro, transações
financeiras e consumo o que te fazem adquirir certo bem- estar e
tranquilidade na vida”.

197
A ARTE DA GESTÃO

IMATURIDADE EMOCIONAL FINANCEIRA

Em uma percepção empírica, tem-se que a relação com o dinheiro


não é aaaaaaaaaaaa
mais saudável. Trabalha-se cada vez mais para ter cada vez menos
e o que resta de liquidez é direcionado para o pagamento de serviços e
para a aquisição de bens. Aquece-se o mercado de consumo com
compras emocionais em detrimento de reservas ou mesmo de
investimentos racionais.

De fato, a relação que os pais possuem com o dinheiro, tem


grande influência nas escolhas dos filhos. Da mesma forma,
pais que agem de forma impulsiva ao consumo desenfreado
não poderão exigir que seus filhos pratiquem uma boa
gestão financeira e pensem em um futuro promissor, sem
dívidas ou fracassos (DETONI; LIMA, 2011, p. 3).

Convém reforçar a contribuição cultural e familiar, isto é, não se há


o desenvolvimento
aaaaaaaaaaado hábito de economizar, de tornar o dinheiro rentável
por si só. O que se faz é a compra cada vez mais de bens, alguns
desnecessários, sem levar em consideração o quanto a ser revertido para
a sua respectiva manutenção. O resultado é a imaturidade emocional
financeira (VANDERLEY; SILVA; ALMEIDA, 2020).

Com efeito, nem todos nascem com uma inteligência


emocional sobre finanças ou sobre administrar suas próprias
contas. Essa é uma situação que inicia a partir da convivência
com pessoas negativas ou pessoas positivas, dependendo do
ponto que cada um observa, e isso pode atrapalhar qualquer
ser humano, porque naturalmente se aprende pela
observação. Dessa maneira, conforme se cresce, o contato
com dinheiro se torna mais íntimo, pois, desde criança
passamos a ter um valor imaginário sobre aquele papel,
como ele pode ser trocado e, pode nos render doces
(VANDERLEY; SILVA; ALMEIDA, 2020, p. 159).

Assim sendo, há esperança para a saída da inércia do


desconhecimento
aaaaaaaaaaa financeiro. O primeiro passo é reconhecer a
necessidade de ter uma relação saudável com o dinheiro e inverter a
crença de que se precisa trabalhar mais em termos de quantidade de
horas. Em verdade o que se almeja é torná-lo um aliado, autossuficiente
na geração de lucros a médio e a longa percepção de retorno.

198
A ARTE DA GESTÃO

Um despreparo financeiro evidenciado pelos notórios fatos


imprevistos
aaaaaaaaaaa
na realidade mundial. Os resultados foram perdas
significativas e prejuízos, o que clarificaram a fragilidade e a falta de
planejamento estratégico. Por conta disso, o resgate de informações
sobre como se preparar financeiramente para desfrutar de liberdades e
sem tantos fantasmas negativos vieram à tona com intensidade.

As informações sobre como iniciar essa nova mentalidade estão


disseminadas
aaaaaaaade forma abundante através do mundo virtual. Segundo
Gitman e Joehnk (2015, p. 2) “a internet tem desempenhado um amplo
papel na abertura do mundo dos investimentos a investidores individuais.
Ao lhes dar acesso a ferramentas antes restritas aos profissionais de
investimentos, ela cria um campo de atuação mais equilibrado”.

E para isso, a conta a ser fechada é ter um aumento na receita e


uma diminuição
aaaaaaaaaanas despesas. Em outras palavras, é verificar os gastos
sem necessidade, sem previsão anterior e movidos por estímulos
emocionais e minorá-los, para em contrapartida estimular as entradas
financeiras, não apenas com o salário, com extras de bonificações, como
também recebidos de investimentos feitos (SANTOS, 2014).

Se você tem dinheiro em uma conta de poupança, já tem


pelo menos um investimento em seu nome. Um
investimento é simplesmente qualquer instrumento em que
os fundos disponíveis podem ser colocados com a
expectativa de que gerarão renda positiva e/ou que seu valor
será preservado ou aumentado (GITMAN; JOEHNK, 2005, p.
3).

O próximo passo então, é estudar quais são as possibilidades


dentro aaaaaaaaaaa
do contexto econômico no qual está inserido e qual compromisso
de cota mensal pode ser destacado para um fundo específico. A escolha
deve ser feita com cautela, com a dose racional na medida para incluir,
conforme Gitman e Joehnk (2005, p. 3), “seus recursos, seus objetivos e
sua personalidade”.

Esse mapeamento possibilitará o passeio por meios de


investimento
aaaaaaaaaaaa
através do mercado de ações, para aqueles mais arrojados,
ou por meio de opções bancárias disponíveis para correntistas como
alternativas para os conservadores. Ao mesmo tempo, fixa as bases para
aaaaaaaaaa
199
A ARTE DA GESTÃO

o tempo de maturação do investimento feito. A variável embutida então é


o risco e o quanto está disposto a suportá-lo.

Por risco, entendem Giltman e Joehnk (2005, p. 4) “a probabilidade


de osaaaaaaaaaaa
retornos reais sobre investimentos diferirem dos retornos
esperados. Quanto mais ampla for a gama de valores ou retornos
possíveis associados a um investimento, maior será seu risco”. Fator este,
fundamental para a persecução dos resultados esperados se de imediato
ou se de longo prazo.

Esclarecem Giltman e Joehnk (2005), que os de baixo risco são


aqueles
aaaaaaaaa
investimentos com margem de segurança de retornos positivos
enquanto que os de alto risco têm o fator incerteza presente. Prosseguem
os autores que em termos de maturação, há os tidos como de curta
percepção de prazo de um ano e os de longa percepção de prazo a
vencer mais duradouros.

Portanto, antes de qualquer investida em estratégias de


rentabilidade
aaaaaaaaaaaa
é necessário que se compreenda a influência dos
ensinamentos familiares sobre finanças, a relação que se alimenta com o
trabalho e a percepção de renda, se há uma escravidão ou um vínculo
saudável e, entender a razão pela qual as despesas são maiores do que as
receitas.

200
A ARTE DA GESTÃO

FIGURA 4 | IMATURIDADE EMOCIONAL FINANCEIRA


IMATURIDADE FINANCEIRA EMOCIONAL

IMATURIDADE
EMOCIONAL
ESTÍMULO: FINANCEIRA
CRENÇAS CONTRIBUIÇÃO COMPRAS
EMOCIONAIS
RELAÇÃO TÓXICA
COM O DINHEIRO
CULTURA
ESCRAVIDÃO
FAMILIAR SOCIAL

RUPTURA: MEIOS
INFORMAÇÕES
PLANEJAMENTO
ESTRATÉGIAS
EQUILÍBRIO: RECEITAS E DESPESAS
INVESTIMENTOS
OPÇÕES
RISCOS ACEITÁVEIS
RETORNO E LUCRATIVIDADE

FONTE: ELABORADA PELA AUTORA (2021).


Sem a construção dessas bases e o enfrentamento de normais


resistências,
aaaaaaaaaaa
permanecerá a visão tóxica das finanças e qualquer
estratégia de mudança tenderá ao fracasso. O alicerce de uma educação
financeira passa por essas premissas básicas para só então avançar em
estratégias voltadas aos riscos de investimentos sejam baixos ou não,
independentemente do tempo de maturação para a colheita de frutos
positivos.

201
A ARTE DA GESTÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pensar a médio e longo prazo não faz parte da cultura da maior


parte da
aaaaaaaaaaa
população. Em um movimento de muito imediatismo e de
resultados captados a curto prazo, é de se esperar a falta de interesse em
termos de planejamento para longa percepção. Um fato evidenciado
quando se fala em questões de trato financeiro.

O analfabetismo financeiro é decorrente de desconhecimento


sobre oaaaaaaaa
tema, de visões culturais e familiares sobre como lidar com o
dinheiro e do próprio vetor emocional e social, que impulsionam a
aquisição de bens e ativos sem a geração correspondente de renda
positiva. Compra-se cada vez mais sem levar em consideração os custos
de sua manutenção, as clássicas compras emocionais. Existe uma áurea
de pretensa riqueza e de melhoria de padrão social verificada por um
patrimônio adquirido quando, em verdade, há cada vez mais retiradas e
despesas com a compensação de mais horas de trabalho.

Uma escravidão não sentida, tendo em vista a justificativa de que os


extras aaaaaaaaaa
laborais valeriam a pena. Um ledo engano. A questão não é
trabalhar mais e sim ter a inteligência de multiplicar os ganhos aferidos.
Não é trabalhar mais em termos de quantidade de horas para ter renda. É
ir um pouco além para mudar a forma como se relaciona com o dinheiro,
ao deixar a posição de refém do mesmo para tê-lo como aliado.

É entender que é possível deixar crenças e influências negativas de


lado e aaaaaaaa
buscar a consolidação do novo padrão de relação com as finanças.
É se permitir mergulhar no universo das informações, hoje mais
difundidas, para compreender as várias opções existentes no mercado e
que casem, com maestria, à realidade de cada pessoa.

Pesar nesses fatores conduzirá a uma abertura de um novo


mundo, aaaaaaaaa
onde o ciclo de retornos positivos aumente através do trabalho
com qualidade, no qual se deixará de lado a visão imediata e de efeitos
curtos, para dar margem à cogitação de estratégias de eventuais
investimentos.

202
A ARTE DA GESTÃO

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A ARTE DA GESTÃO

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204
12
CAPÍTULO
A ARTE DA GESTÃO

DESMISTIFICANDO AS ESTRATÉGIAS DE INVESTIMENTO


A Criação de um Perfil de Investidor – Pessoa Física


Tiago Felix dos Santos Porfirio¹²


[12] Graduado em Gestão Comercial, Graduado em Administração, Especialista em Administração


Aplicada e Gestão Empresarial, Especialista a nível MBA em Empreendedorismo, Marketing e Finanças,
Especialista em Gerenciamento de Projetos, Mestre em Administração pela MUST University. E-mail:
tiago.felix.porfirio@gmail.com.

208
A ARTE DA GESTÃO

INTRODUÇÃO

O território brasileiro é um dos mais vastos do mundo, com


proporções
aaaaaaaa
que o tornam a quinta maior nação do planeta. Um território
tão vasto, proporciona e confere ao seu povo uma vasta pluralidade de
culturas, conhecimentos, posicionamentos e ideais, mas, mesmo com
essa vastidão, existe um tema ainda pouco explorado pelos brasileiros:
investimentos.

Historicamente, o Brasil passa por sucessão de crises e gestões


complexas,
aaaaaaaaaaaaaa
que acentuam muitas vezes um cenário de desigualdade,
somado a isso, os brasileiros não são estimulados a compreender como
funciona o mercado financeiro e o ambiente de investimentos nacional.

No currículo base da educação brasileira (ensino fundamental e


médio),aaaaaaaaaa
disciplinas relacionadas à gestão financeira, planejamento e
controle de gastos não estão inseridas e, apesar de revisões na busca por
melhorias, a educação do país geralmente, ainda está longe de atender
requisitos de construção de uma população que seja mais capacitada a
realizar uma gestão de finanças realmente eficiente.

Conforme a pesquisa do Banco Central do Brasil (BCB, 2018), em


2018, aaaaaaaaa
dentre as principais queixas financeiras da população brasileira,
duas se destacam: não possuir dinheiro para investir e não saber realizar
investimentos. Sendo assim, o presente artigo busca desmistificar as
estratégias de investimento e descrever caminhos possíveis à construção
de um perfil investidor, apresentando os impactos da realização de
investimentos para pessoas físicas.

Para tal, apresenta-se uma metodologia que leve à compreensão


do leitor
aaaaaaaaaaaa
aos conceitos teóricos e práticos do tema, no desenvolvimento
textual a seguir pontuado.

209
A ARTE DA GESTÃO

METODOLOGIA

Ao realizar uma pesquisa sobre um tema substancial como o


desenvolvimento
aaaaaaaaaaade estratégias de investimento pensadas para a
população brasileira, faz-se necessário somar ao estudo um método de
análise com robustez adequada à proposta de escrita. Pautando esse
aspecto, o presente artigo apresenta como metodologia a pesquisa
descritiva-exploratória, pois este método busca proporcionar maior
familiaridade com o problema de pesquisa, com vistas a torná-lo mais
explícito ou a construir hipóteses, como bem descreve Oliveira (2018),
este tipo de pesquisa é realizada quando o tema escolhido não possui
vastas análises anteriormente feitas ou não aplicadas diretamente ao
contexto abordado, sendo de difícil formulação e operacionalização de
hipóteses, neste caso, a identificação e análise do mercado financeiro
brasileiro e a desmistificação do mercado de investimento, principalmente
às pessoas físicas. Somada ao método inicial, também se optou pela
adoção conjunta do método de pesquisa bibliográfica.

A pesquisa bibliográfica busca a resolução de um problema


(hipótese) por referenciais teóricos publicados, analisando e
discutindo as várias contribuições científicas. Esse tipo de
pesquisa trará subsídios para o conhecimento sobre o que
foi pesquisado, como e sob que o enfoque e/ou perspectivas
foi tratado o assunto apresentado na literatura científica.
Para tanto, é de suma importância que o pesquisador realize
um planejamento sistemático do processo de pesquisa,
compreendendo desde a definição temática, passando pela
construção lógica do trabalho até a decisão da sua forma de
comunicação e divulgação (BOCCATO, 2006, p. 266).

Assim sendo, na descrição do método e do desenho da pesquisa,


considerou-se
aaaaaaaaaaa
todas as pluralidades do tema na busca sistemática pela
entrega de um artigo robusto e voltado à construção das bases de
interpretação do leitor sobre o tema, expondo de acordo com Gil (2007), o
levantamento bibliográfico preliminar, necessário à formulação de
problema, posterior elaboração do plano provisório de assunto, aliado a
busca das fontes, leitura do material, fichamento, organização lógica do
assunto e redação do texto, ou seja, a construção total do conteúdo.

210
A ARTE DA GESTÃO

DESENVOLVIMENTO

O desenvolvimento do material se baseia na exposição dos


principais
aaaaaaaaaaa
aspectos necessários à construção de um perfil de investidor
inicial no território brasileiro, apresentando assim, o panorama de
investimentos no país, os conceitos sobre o mercado financeiro do Brasil,
os tipos de investimentos disponíveis e a criação de uma carteira de
investimentos.

1. Definição e Panorama de Investimentos no Brasil

A economia brasileira é uma das mais diversificadas no mundo. Nos


últimosaaaaaaaaaaa
40 anos, a população brasileira viu mais de cinco planos
monetários diferentes, conseguindo estabelecer e iniciar o processo de
consolidação de uma moeda nacional forte com o Plano Real. A partir daí,
questões como o descontrole financeiro, inflação e outros monstros
econômicos foram devidamente domados. Com isso, o mercado
financeiro obteve as mudanças necessárias para que o povo brasileiro
pudesse efetivamente começar a pensar em investimentos, sejam os mais
conservadores ou até mesmo os arriscados.

Compreender a extensão do panorama de investimentos no Brasil


passa aaaaaaaa
pela identificação conceitual deste mercado, investigação de tipos
de investimentos possíveis que levem ao início da criação de um perfil
investidor e posteriormente, à criação de uma carteira de investimentos,
conforme demonstrado a seguir.

2. Conceitos Principais do Mercado Financeiro Brasileiro

O mercado financeiro do Brasil é regulado por atos, ações,


normativas
aaaaaaaaaaa
e afins, baseados em entendimentos do Banco Central do
Brasil e Ministério da Economia. Entre os principais indicadores para
realização de investimentos no país, existem:

Taxa Selic: também conhecida como a taxa livre de riscos ou taxa


básica de juros, é a taxa de juros mais importante do território
brasileiro. Regulada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), órgão
aaaaaaaaa
211
A ARTE DA GESTÃO

do Banco Central, ela expõe o cenário do momento no país à


realização de investimentos, ajustada a cada 45 dias, ela determina se
o ambiente é propício aos investimentos. De acordo com Boniatti
(2021), a Selic regula o mercado e pode influenciar no crescimento das
empresas, na inflação, no crescimento do PIB - Produto Interno Bruto,
na cotação do dólar e, principalmente, no retorno dos investimentos
anteriormente feitos.
Certificado de Depósito Interbancário (CDI): é a taxa que os
bancos cobram entre si, dado que os mesmos também tomam
empréstimos uns dos outros. É importante que se atente a variações
desta taxa, pois, além de estar diretamente ligada à Selic, a mesma
também está atrelada a práticas de varejo e rentabilidade de
investimentos.
Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA): trata-se de uma
pesquisa efetuada regularmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística – IBGE, em que é periodicamente registrada a variação %
de preços de determinados produtos (geralmente os itens que
compõem a cesta básica de consumo do brasileiro) e constatam de
quando foi esse aumento (ou baixa em caso de deflação), está
diretamente ligado ao poder de compra do consumidor e a forma
como o seu dinheiro é valorizado ou desvalorizado e também impacta
na disponibilidade de recursos para os investimentos de pessoas
físicas, pois se os produtos no mercado estão mais caros,
possivelmente a disponibilidade de sobra monetária para
investimentos diminui.
Liquidez: Boniatti (2021) ressalta que, quanto mais líquido for um
título, mais fácil e rápido o seu resgate será efetuado. Ou seja, quanto
maior for a liquidez, mais rapidamente é possível ter acesso ao
dinheiro investido. Desta forma, a liquidez pode ser definida como o
tempo em que o investidor conseguirá efetivar o resgate do dinheiro.
Neste ponto é essencial não confundir liquidez com o período de
vencimento. Enquanto a liquidez é o tempo que será percorrido até o
investidor receber o dinheiro resgatado, o vencimento é a data até a
qual o título efetivamente existirá, ou seja, após essa data o título
deixará de existir, e o dinheiro, mesmo que não resgatado
anteriormente, é automaticamente registrado e depositado na conta
do investidor.
Títulos prefixados e pós-fixados: ainda pautando o pensamento de

212
A ARTE DA GESTÃO

Boniatti (2021), as terminologias pós-fixadas e prefixadas se referem


às formas pelas quais um título terá rentabilidade. Enquanto os títulos
prefixados são aqueles em que o investidor pode realizar uma
previsão exata de retorno futuro, já que os títulos possuem
rentabilidade previamente definida, nos títulos pós-fixados, a
rentabilidade será definida como um percentual sobre algum outro
índice, por exemplo, um título que promete pagar 80% da Selic, neste
caso, o investidor conseguirá conhecer apenas a sua rentabilidade
atual, no caso exemplificado, 80% da Selic, mas não conseguirá prever
essa rentabilidade futura, pois a Selic pode variar para mais ou para
menos durante o período que o dinheiro estiver aplicado.

Com o conteúdo anteriormente pautado, apresentam-se os


os principais
aaaaaaaaaaa
conceitos do funcionamento básico do mercado brasileiro,
essenciais para que a realização de investimentos no Brasil seja feita de
forma consciente, consistente e pautada no cálculo adequado do
dimensionamento dos riscos, para adentrar no âmbito da criação de um
perfil investidor.

3. Tipos de Investimentos

De acordo com Boniatti (2021), entre os tipos de investimentos


disponíveis
aaaaaaaaaaa
com acesso ao público brasileiro, tem-se aqueles chamados
Investimentos de Renda Fixa (os que têm percentual de ganho fixado no
momento da realização do aporte de investimento) e Investimentos de
Renda Variável (que podem gerar mais ou menos retorno do investimento
de acordo com os fatores de exposição ao mercado).

3.1. Investimento de Renda Fixa

Iniciando a conceituação pelos Investimentos de Renda Fixa, os


mesmos
aaaaaaaaaaa
são divididos em quatro grupos distintos, sendo eles:

1. CDB, LCI e Debêntures;


2. LCI, LCA, CRI e CRA;
3. Tesouro Selic, Tesouro Pré-fixado e Tesouro IPCA;
4. Fundos de Investimentos de Renda Fixa.

213
A ARTE DA GESTÃO

O que difere um título do outro, neste caso, é se os mesmos


possuem aaaaaaaaaaa
o Fundo Garantidor de Crédito (FGC), tendo este fundo como
principal objetivo, manter a confiança dos investidores e garantir a
segurança, de forma que as pessoas não tenham medo de perder o seu
capital para quem o dinheiro está a ser destinado e, por fim, se o título
onera ou não o investidor de riscos, conforme detalhado a seguir.

Grupo 1: Investimentos de Renda Fixa: CDB, LCI e Debêntures

Citando o pensamento de Boniatti (2021), os Investimentos em


Renda aaaaaaaaaaa
Fixa, composto por CBD, LCI e Debêntures têm a sua essência
igualitária, o que os ramifica no grupo é para quem o investidor empresta
dinheiro e se existirá ou não direito ao FGC.

Em síntese, no Certificado de Depósito Bancário (CDB), ao ato do


investimento
aaaaaaaa
é realizado um empréstimo de recursos do investidor ao
banco, que utilizará esse montante nas suas operações e ao fim de um
período, fará a remuneração deste investimento por meio do retorno
monetário ao investidor, ou seja, ao fim do período estimado pela
instituição financeira onde o aporte é feito, o investidor receberá o
montante investido, acrescido de juros, que no caso do CDB atual (2021) é
de 1,90% (a.a.) e este tipo de operação é assegurada com FGC.

Já a Letra de Câmbio (LC) é idêntica ao CBB em funcionamento, a


única aaaaaaaaa
diferença encontrada entre os investimentos está na instituição
emissora do título, enquanto o CDB é emitido por bancos, a LC é emitida
por uma financeira e também é assegurada por FGC.

Por fim, no Grupo 1, ainda se encontram as Debêntures, que


funcionam
aaaaaaaaa
de maneira semelhante aos títulos CDB e LC, porém, são
emitidos por empresas e não possuem direitos FGC, todos os títulos
desse grupo têm percentuais de pagamento de impostos regressivos.

214
A ARTE DA GESTÃO

Grupo 2: Investimentos de Renda Fixa: LCI, LCA, CRI e CRA

Os Investimentos em Renda Fixa têm na sua composição as


chamadasaaaaaaaaaaa
Letras de Créditos Imobiliários (LCI), Letra de Crédito do
Agronegócio (LCA), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e
Cerificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA). Um ponto em comum
entre todos esses títulos de investimentos é que os mesmos são isentos
do pagamento de impostos no ato do recebimento do retorno do
investimento, isso ocorre, pois os investimentos desse grupo são
destinados aos setores com incentivos fiscais.

De acordo com Cerbasi (2019), nos títulos do tipo LCI e LCA, o


dinheiro
aaaaaaaa
é destinado a uma instituição financeira, que recebe o
investimento e o remunera com juros conforme a taxa vigente e após
certo período, concentrando esse investimento monetário nos setores
imobiliário e agrícola. Tanto no caso da LCI quanto da LCA, estes títulos
possuem lastros de segurança que garantem o seu retorno.

Ao mesmo passo, os títulos CRI e CRA serão em suma, idênticos aos


LCI e LCA
aaaaaaa
em operacionalização, com uma diferença principal que neste
caso, o dinheiro é emprestado a uma securitizadora, que fará os
investimentos e posteriormente remunerar o capital. Enquanto os títulos
LCI e LCA são protegidos pelo FGC, os CRI e CRA não são.

Grupo 3: Investimentos de Renda Fixa: Tesouro Selic, Tesouro


Pré-fixado e Tesouro IPCA

Ainda utilizando o pensamento de Cerbasi (2019), o Grupo de


Investimentos
aaaaaaaaaaa
de Renda Fixa é composto pelo Tesouro Selic, Tesouro Pré-
fixado e Tesouro IPCA. Diferente dos títulos anteriormente descritos, estes
são fornecidos exclusivamente como fins de emissão de títulos da dívida
pública sendo destinados ao público que busca uma maior rentabilidade
que a poupança, porém com um risco ainda mais baixo que as opções
anteriormente apresentadas.

No Tesouro Selic, apresenta-se o formato de retorno de


investimento
aaaaaaaaaaa
pós-fixado indexado à Taxa Selic, ou seja, o rendimento
deste título está diretamente ligado à Taxa Selic e não apresenta
aaaaaaaaaaa 215
A ARTE DA GESTÃO

rendimentos superiores ou inferiores aos mesmos. Enquanto o Tesouro


Pré-fixado será regulado pela marcação de mercado e o investidor poderá
resgatá-lo apenas no prazo estimado e pela marcação de mercado, que
consiste na atualização do preço de um ativo de renda fixa ou uma cota
de fundo de investimento. A marcação de mercado possui curta duração
(geralmente diária), baseando-se principalmente na flutuação de oferta e
demanda dos ativos, bem como no comportamento dos mercados
primários e secundários, de modo que neste caso, o investidor saberá
exatamente o valor final (face à face) do título, ou seja,
independentemente do valor inicialmente investido na aquisição do título,
o investidor receberá o seu valor pré-fixado ao fim da operação.

Já o Tesouro atrelado ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo


(IPCA) éaaaaaaaaaaa
um misto de Tesouro Selic com Tesouro Pré- fixado, possuindo
uma parte prefixada e outra regulada pela marcação de mercado.

Grupo 4: Investimentos de Renda Fixa: Fundos de


Investimento de Renda Fixa

O último dos Grupos de Investimento de Renda Fixa é composto


pelos Fundos
aaaaaaaaaaa
de Investimento de Renda Fixa. De acordo com Boniatti
(2021), estes fundos existem com intuito de preencher um espaço vago
pelas pessoas que buscam realizar investimentos, mas não possuem o
conhecimento técnico mínimo para fazê-lo, desse modo, optando por
contratar os serviços do Fundo de Investimentos. Estes fundos cobram
por suas operações, de modo que possuem taxas de administração e taxa
de performance, cobradas de acordo com o desempenho do
investimento, sendo dos tipos simples, curto prazo, referenciados ou de
dívidas externas.

216
A ARTE DA GESTÃO

3.2. Investimentos de Renda Variável

De acordo com Boniatti (2021), diferente dos investimentos de


renda fixa,
aaaaaaaaaaa
que possuem entre suas características a previsibilidade do
retorno, os tipos de investimentos que compõem a renda variável não
possuem métricas exatas de retorno do investimento e podem variar em
resultado de acordo com fatores como: micro e macroeconomia, situação
financeira local, mundial, mudanças em taxas de juros, mudanças de
comportamento de investidores, anúncios governamentais e afins. Dentro
deste mercado existem alguns termos conhecidos como: Renda Passiva
(montante que você recebe sem efetivamente precisar trabalhar);
Mercado de Proventos (os dividendos e juros obtidos sobre o seu capital
próprio); Initial Public Oferring (IPO – Oferta Pública de Ações na Bolsa);
Análise Fundamentalista (Indicadores fundamentalistas para verificação de
assertividade de investimento em uma empresa); Análise Técnica
(baseadas em tendências e padrões gráficos de mercado); Day Trade
(compra e venda de ações no mesmo dia); Swing Trade (compra e venda
de ações em dias diferentes); Mercado de Comprados e Vendidos
(Investimento com pretensão de retorno pautado em valorização); e,
Mercado de Índices, Bull e Bear Market (fases de mercado de
investimentos). Esses termos são ligados diretamente aos tipos de
investimentos variáveis disponíveis.Entre os principais tipos de
investimentos de renda variável, os mais conhecidos são:

Mercado de ações;
Fundos imobiliários;
Investimentos em ETFs (Exchange-Traded Fund) e Moedas.

Mercado de Ações

Para compreender o mercado de ações, é interessante


correlacionar
aaaaaaaaaaa
o tema embasado nos escritos de Jenks (2006), em que as
ações são descritas como uma parte, uma pequena fração de um
patrimônio líquido de um negócio e que, seu valor será influenciado para
cima ou para baixo, de acordo com o aumento ou decréscimo do
patrimônio líquido da empresa.

217
A ARTE DA GESTÃO

As ações são negociadas em ambientes específicos para este fim,


também aaaaaaaaaaa
conhecidos como Bolsas de Valores, nessas bolsas, as
organizações credenciadas a realizar a oferta de ações disponibilizam seu
“papeis” para negociação, captando assim investimentos externos em
troca de uma pequena fração do patrimônio líquido da empresa.

Existem três tipos de ações disponíveis para negociação, sendo


elas, asaaaaaaaa
Ordinárias, que dão poder de ordem ao investidor que realiza a
sua aquisição, sempre de acordo com a proporcionalidade a que o
mesmo tenha comprado. Também existem as ações do tipo Preferenciais,
que como o nome ressalta, trazem preferência no recebimento de
proventos ao investidor que as compra e por fim os chamados Units,
compostas por um pacote misto de ações Ordinárias, Preferenciais e
outros benefícios agregados de aquisição deste tipo de investimento.

Fundos Imobiliários

De acordo com Jenks; Eckett (2006), os fundos imobiliários podem


ser apresentados
aaaaaaaaaaa como os fundos de investimentos que contam com um
corpo técnico composto por gestores de ativos do setor imobiliário,
incluindo nestes, os imóveis físicos ou títulos de dívidas do setor.

Nesse ambiente de investimentos, existem os fundos imobiliários


chamados
aaaaaaaaa
de “fundos de tijolos” que investem o montante destinado
pelos investidores em imóveis preferencialmente físicos e também os
fundos imobiliários, que investem diretamente em títulos de dívida do
setor ou outros fundos semelhantes.

Investimentos em ETFs e Moedas

Dos tipos de investimentos variáveis, os ETFs e Moedas estão entre


os maisaaaaaaaaaaa
voláteis e com menor previsibilidade. De acordo com Boniatti
(2021), os ETFs podem ser caracterizados como os fundos de índices, ou
seja, eles vão variar de acordo com os índices de negociação do mercado
de renda variável, estipulados pelas bolsas de valores. Eles apresentam ao
investidor um tipo de forma de investimentos variáveis de baixo custo e
simples operacionalização, porém, demandam de um acompanhamento
constante de índices para que o investidor não perca seus proventos.
aaaaaaaaa 218
A ARTE DA GESTÃO

Junto das ETFs, encontram-se as moedas e, nesse âmbito, entra o


investimento em câmbio, com a aquisição de moedas estrangeiras para
composição de patrimônio ou até mesmo a aquisição de moedas digitais,
que também apresentam pouco potencial de previsibilidade de retorno.

CRIAÇÃO DE UM PERFIL INVESTIDOR – PESSOA FÍSICA

De acordo com Jenks e Eckett (2006), o desenvolvimento de um


perfil investidor
aaaaaaaaaaa
parte da compreensão dos aspectos de composição do
mercado de investimentos, a partir daí, é possível que o mesmo
identifique em quais tipos de opções de investimento disponíveis no
momento do aporte, fará mais sentido destinar os seus recursos.

Considerando esta ótica, baseada nos tópicos anteriormente


descritos,
aaaaaaaa
o presente texto apresenta um modelo de proposta conceitual
para a criação de uma carteira de investimentos, exemplificada pelo passo
a passo descrito no quadro a seguir.

219
A ARTE DA GESTÃO

QUADRO 1 | PROPOSTA PARA CRIAÇÃO DE UM PERFIL INVESTIDOR E UMA CARTEIRA DE


INVESTIMENTOS(PESSOA FÍSICA)

ETAPA DESCRIÇÃO DA ETAPA


O primeiro dos pontos considerados no momento da criação de
Etapa 1 um perfil investidor é a compreensão do mercado de
investimentos. Para tal, o novo investidor precisa realizar
Compreensão do pesquisas e análises do mercado, objetivando agregar os
mercado financeiro de conhecimentos necessários para começar a investir. Isso
investimentos auxiliará o investidor a compreender se o seu perfil de
investimentos é mais conservador ou arrojado.
Etapa 2
Uma vez que o novo investidor compreende o funcionamento
inicial do mercado de investimentos, o mesmo precisa verificar
Compreender os tipos
quais opções de investimentos estão disponíveis no mercado
de investimentos
em que ele buscará atuar e escolher quais os investimentos
disponíveis em seu
serão efetivamente feitos.
mercado
Escolhido o tipo de investimento, é chegado o momento de
Etapa 3 realizar o aporte de valores. Nesta etapa, espera-se que o
investidor destine os recursos necessários para começar a
Destinar os recursos de investir, de forma clara e diversificada, pautado nas análises
investimentos anteriormente feitas que apontaram os melhores investimentos
para seu perfil (conservador ou arrojado).

Depois da realização do aporte, o investidor precisa


Etapa 4 acompanhar o investimento, sempre a fim de verificar se o
mesmo está gerando os retornos esperados. Este
Realização de acompanhamento permitirá que o investidor se antecipe a
acompanhamentos possíveis problemas que venham a gerar perdas no
investimento realizado.

Uma vez que o investidor inicial já está operando seus


Etapa 5
investimentos e os mesmos começam a apresentar os retornos
esperados, é chegado o momento de continuar a buscar novos
Busca constante pela
investimentos, que demandam de novas análises, aportes e
diversificação e novos
acompanhamentos que a médio e longo prazo, trarão ainda
investimentos
mais retornos ao investidor.

FONTE: ELABORADO PELO AUTOR (2021).


Seguindo as etapas descritas acima, espera-se que o novo


investidor
aaaaaaaaaaa
tenha o mercado de investimentos desmistificado, conseguindo
adentrar no mesmo, de acordo com suas possibilidades de investimento,
estando apto a receber os retornos proporcionados pela adoção de um
perfil investidor.

220
A ARTE DA GESTÃO

1. Os Impactos da Adoção de um Perfil Investidor – Pessoa


Física

Uma vez que o novo investidor consegue criar seu perfil de


investimentos,
aaaaaaaaaaa
ele poderá operacionalizar as suas opções financeiras de
investimento. De acordo Jenks e Eckett (2006), a adoção de um perfil
investidor causa impactos na vida de quem investe, a depender de fatores
como o tipo de investimento escolhido, o período de realização de
aportes e as expectativas de retorno, em suma, existem dois principais
panoramas de retorno, o retorno de investimentos de renda fixa e o
retorno de investimentos de renda variável, como demonstrado a seguir.

Quando um investidor opta por seguir e construir sua carteira


baseadaaaaaaaaa
em investimentos de renda fixa, o mesmo inicia a consolidação
de um perfil conservador, neste aspecto, os retornos serão em sua
maioria, previsíveis, seguros e geralmente garantidos, esse tipo de retorno
também tende a trazer menor retorno financeiro frente ao investimento
que os investimentos variáveis, mas dispensa o risco que poderia ser
corrido no processo de investimento, desta forma, auxiliando o investidor
a ter uma melhoria no sentido de aumento de patrimônio, que apesar de
em muitos momentos singela, com característica principal de ser
constante.

Já nos investimentos do tipo variável, os investidores podem


esperaraaaaaaaaaaaa
retornos mais expressivos nos aspectos monetários, porém estão
sujeitos a tensões e riscos que são acentuados de acordo com o mercado
e o tipo de investimento variável que vem sendo feito, para minimizar os
riscos, nesta estratégia de investimentos, o investidor precisa realizar
análises precisar e cálculos de risco, embora os ganhos sejam maiores, os
riscos aumentam proporcionalmente.

Adotando cautela no desenvolvimento do perfil investidor, o


investidor
aaaaaaaaaa
também pode a médio e longo prazo, diversificar sua carteira
de investimentos, criando assim um perfil misto, realizando investimentos
de renda fixa ou variável, desse modo, aumentando o patrimônio e
conseguindo realizar cada vez mais e melhores investimentos que,
consequentemente, resultam em aumento da qualidade de vida e poder
de compra.
221
A ARTE DA GESTÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como visto nos tópicos apresentados, existe um vasto mercado de


opçõesaaaaaaaaaaa
para realizar investimentos que atendem tanto consumidores
conservadores, quanto aos mais arrojados e dispostos a arriscar.

Dentro do ambiente brasileiro, o tema investimentos ainda é pouco


explorado
aaaaaaaa
e, com isso, leva a população a crer que investir é uma
realidade extremamente distante e que não é possível começar com
valores menores. Apesar dos investimentos do tipo variável demandarem
muitas vezes de capitais maiores para realização de aportes que gerem
resultados expressivos, ainda sim é possível ao pequeno investidor
individual começar a traçar estratégias que permitam investimentos que
consigam partir da renda fixa, que apresenta menor variabilidade e maior
previsibilidade de retorno.

Desse modo, a realização de investimentos traz ao investidor uma


segurança
aaaaaaaaaa
maior de obtenção de proventos futuros e consequentemente,
de desenhar um caminho assertivo para mudança de vida no aspecto do
aumento do poder de compra e negociação.

Por fim, a educação financeira no aspecto de compreender as


possibilidades
aaaaaaaaaa
de aumento do patrimônio precisam ser exploradas com
assertividade, na busca constante pela melhoria da qualidade de vida e
ascensão financeira, para tal, apresentado nesse texto, um caminho viável
no despertar investidor, por meio da desmistificação do tema, com a
apresentação do detalhamento dos tipos de investimentos e os caminhos
para a construção de um perfil pessoal de investidor.

222
A ARTE DA GESTÃO

REFERÊNCIAS

BCB – Banco Central do Brasil. Pesquisa do Banco Central do Brasil: O


brasileiro e sua relação com o dinheiro. 2018. Disponível em:
https://www.bcb.gov.br/content/cedulasemoedas/pesquisabrasileirodinhei
ro/Apresentacao_brasileiro_relacao_dinheiro_2018.pdf. Acesso em: 13 jun.
2022.

BOCCATO, V. R. C. Metodologia da pesquisa bibliográfica na área


odontológica e o artigo científico como forma de comunicação. 18. ed).
Revista de Odontologia da Universidade de São Paulo. São Paulo,
set-dez, 18(3) 265-74, 2006. Disponível em:
https://arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/revista_odo
ntologia/pdf/setembro_dezembro_2006/metodologia_pesquisa_bibliografi
ca.pdf. Acesso em: 13 jun. 2022.

BONIATTI, P. Montando uma Carteira de Investimentos Inteligente:


estratégias vencedoras para investir no longo prazo e com baixo risco. 1.
ed. São Paulo: Novatec Editora, 2021.

CERBASI, G. Investimentos inteligentes. 1. ed. [e-book]. Rio de


Janeiro:Sextante, 2019.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

JENKS, P.; ECKETT, S. The Harriman House Book of Investing Rules. [E-
book]. Hampshire: Harriman House Books, 2006.

OLIVEIRA, C. M. Políticas Educacionais e Organização da Educação. 1.


ed. Maringá: Editora UniCesumar, 2018.

223
13
CAPÍTULO
A ARTE DA GESTÃO

ANÁLISE DOS FATORES ESSENCIAIS PARA O PROCESSO


DE INTERNACIONALIZAÇÃO DE NEGÓCIOS

Tiago Felix dos Santos Porfirio¹³


[13] Graduado em Gestão Comercial, Graduado em Administração, Especialista em Administração


Aplicada e Gestão Empresarial, Especialista em Empreendedorismo, Marketing e Finanças, Especialista em
Gerenciamento de Projetos, Mestre em Administração pela Must University. E-mail:
tiago.felix.porfirio@gmail.com

226
A ARTE DA GESTÃO

INTRODUÇÃO

A compreensão do ambiente de negócios internacionais é


fundamental
aaaaaaaa
para todas as empresas que buscam passar pelo processo
de expansão através das fronteiras do seu país de origem, essa análise se
mostra essencial para o correto dimensionamento do esforço necessário
para reduzir possíveis taxas de fracasso no desenvolvimento
internacional, sendo estes pontos abordados no presente texto.

Ao considerar o pensamento de Yan (2015), pode-se definir o


comércio
aaaaaaaaaaaaaa
internacional como ambiente onde ocorre o intercâmbio de
informações, propriedades, produtos e conhecimentos técnicos entre
pessoas e organizações de diferentes nações. Desse modo, toda troca
realizada entre agentes de países diferentes pode ser considerada
escambo internacional.

Assim sendo, para que uma empresa consiga alcançar com relativo
sucesso
aaaaaaaaaa
o objetivo de se internacionalizar, uma série de fatores devem ser
considerados e inúmeros critérios precisam ser atendidos ou
desenvolvidos nos aspectos financeiros, econômicos, sociais, de
comunicação, gestão de pessoas e operações do negócio.

O correto atendimento dessas ações tende a apresentar resultados


positivos,
aaaaaaaaa
tendo em vista esses aspectos, o presente artigo sintetiza os
principais pontos necessários para iniciar, desenvolver e concluir o
processo de transformação de um negócio local num negócio global.

Portanto, este trabalho visa realizar a apresentação de forma clara


e objetiva
aaaaaaaaaaaa
dos principais desafios da internacionalização de negócios,
auxiliando no processo de análise de ambientes de negócios
internacionais, aliado a ferramentas como a análise Pestel, formas para a
realização de negociações internacionais, os principais participantes das
negociações internacionais e desse modo, mostrar quais os desafios
culturais encontrados na internacionalização dos negócios, as teorias e
modelos de negócios internacionais, as suas variáveis econômicas,
governamentais, legais e políticas e assim, orientar a construção de um
modelo de expansão internacional seguro, consistente e com potencial de
longevidade.
227
A ARTE DA GESTÃO

DESENVOLVIMENTO

O desenvolvimento do conteúdo apresentado deu-se com base no


expostoaaaaaaaaaaa
na sua introdução, corroborado pela abordagem metodológica
de pesquisa descritiva-exploratória, pois este tipo método busca
proporcionar maior familiaridade com o problema de pesquisa, com vistas
a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses, como bem descreve
Oliveira (2018), este é o tipo de pesquisa é realizada quando o tema
escolhido não possui vastas análises anteriormente feitas ou não
aplicadas diretamente ao contexto abordado, sendo de difícil formulação
e operacionalização de hipóteses, neste caso, a análise dos fatores
essenciais para o processo de internacionalização de um negócio.
Somada ao método inicial, também se optou pela adoção conjunta do
método de pesquisa bibliográfica.

A pesquisa bibliográfica busca a resolução de um problema


(hipótese) por referenciais teóricos publicados, analisando e
discutindo as várias contribuições científicas. Esse tipo de
pesquisa trará subsídios para o conhecimento sobre o que
foi pesquisado, como e sob que o enfoque e/ou perspectivas
foi tratado o assunto apresentado na literatura científica.
Para tanto, é de suma importância que o pesquisador realize
um planejamento sistemático do processo de pesquisa,
compreendendo desde a definição temática, passando pela
construção lógica do trabalho até a decisão da sua forma de
comunicação e divulgação (BOCCATO, 2006, p. 266).

Assim sendo, na descrição do método e do desenho da pesquisa,


se considerou
aaaaaaaaaaa
todas as pluralidades do tema na busca sistemática pela
entrega de um artigo robusto e voltado a construção das bases de
interpretação do leitor sobre o tema, expondo, de acordo com Gil (2007),
o levantamento bibliográfico preliminar, necessário à formulação de
problema, posterior elaboração do plano provisório de assunto, aliado a
busca das fontes, leitura do material, fichamento, organização lógica do
assunto e redação do texto, ou seja, a construção total do conteúdo.

228
A ARTE DA GESTÃO

1. Os Desafios: Análise do Ambiente de Negócios


Internacionais

Todo mercado, interno ou externo, apresenta aos empreendedores


desafios
aaaaaaaaaaa
de gestão para os negócios. Quando o assunto são os mercados
internacionais, de acordo com Yan (2015), podem-se citar como principais
desafios de penetração de novos mercados:

A compreensão dos hábitos e forma de consumo da população


atendida;
Os fatores econômicos da região onde a empresa internacional
pretende se estabelecer;
A definição de cotas e volumes de exportação para novos mercados;
As barreiras não tarifárias do país de destino; e
A compreensão total do novo mercado.

O ambiente de negócios internacionais é recheado de desafios de


inserção
aaaaaaaa
e ingresso efetivo a novos mercados, mas também é repleto de
oportunidades de crescimento e desenvolvimento de negócios. Quando
se fala do ambiente onde as negociações transfronteiriças ocorrem, tem-
se uma realidade que propicia o acesso a novos consumidores e novos
mercados de atuação, fatores de produção com menor custo, quando
comparado ao país de origem das empresas, potencial de
desenvolvimento de novas competências de negócios, alavancagem de
novas competências mercadológicas e gerenciamento de risco
comparativo mais adequado.

Além destas variáveis, deve a organização que pretende expandir


os seusaaaaaaaaaaa
negócios para além do seu país de origem, considere os fatores
políticos da nova nação onde buscará atuar, visto que esse é um dos
fatores cruciais de sucesso ou fracasso nas novas operações.

229
A ARTE DA GESTÃO

1.1. Análise Pestel

Na busca pela expansão internacional, as empresas precisam ter à


disposição
aaaaaaaaaaa
ferramentas que facilitem o planejamento estratégico de
entrada em novos mercados. A partir desta necessidade, foi criada a
Análise Pestel, uma matriz dividida em 6 fatores, sendo eles: ambientais;
econômicos; legais; políticos; sociais; e, tecnológicos.

Por meio da análise destas dimensões, as empresas com intuito de


serem aaaaaaaa
multinacionais tem a disposição para avaliação, dados consistentes
sobre as questões ambientais de um país, onde podem identificar se a
produção ou inserção do seu produto respeitará as normas vigentes na
nação, também conseguem identificar questões de ordem econômica,
que podem impactar negativa ou positivamente nos lucros da empresa,
os pontos legais, de legislação, abertura de firma etc., a política vigente, se
e quais restrições o governo impõe as multinacionais, o modo como a
sociedade reagirá ao produto ou serviço que será ofertado, se ele
possuirá boa aceitação do público e os fatores relacionados a tecnologia
local, que poderão ser decisivos no modo como a empresa lidará com o
mercado local.

1.2. Participantes e Negociações no Cenário Internacional

Após validar os pontos de inserção internacionalmente, espera-se


que asaaaaaaaaaaa
empresas aspirantes a multinacionais ou apenas exportadoras
tenham noções de para quais nações seu produto ou serviço pode ser
internacionalizado. Desse modo, iniciam-se os processos de negociação
internacional, em que a equipe de gestão e planejamento de expansão
internacional da organização explore as especificidades do mercado alvo,
como exemplo: as empresas que pretendem vender ou estabelecer filiais
na Ásia, deverão atingir este mercado com uma estratégia de expansão,
caso entrem na China diferente da estratégia caso buscassem adentrar no
Japão, apesar de ambos estarem no continente asiático, a história e
origem dos consumidores alvo é totalmente diferente. Quando se fala em
participantes dos negócios internacionais, é comum o pensamento de
que apenas grandes empresas participam deste processo, porém, esta é
uma inverdade, visto que empresas de todos os tipos e portes, podem
negociar internacionalmente.
230
A ARTE DA GESTÃO

Entre os principais negociadores dos negócios mundiais, estão:


pequenas
aaaaaaaaaaa
e médias empresas; grandes organizações de renome mundial;
e empresas do tipo franquia. Em comum, todas essas organizações
buscam com a expansão internacional dos seus negócios, minimizar os
riscos competitivos, adquirir novos recursos, expandir as suas vendas e,
principalmente, diversificar as suas fontes de renda. Por consequência,
este movimento resulta no aumento da competição global, no
desenvolvimento de pesquisas tecnológicas e na liberação de serviços de
apoio em negociações transfronteiriças.

2. Os Desafios Culturais na Internacionalização de Negócios

Ao apresentar-se às questões da globalização para o processo de


internacionalização
aaaaaaaaaaa dos negócios, é preciso ter em mente que, este
processo afeta os consumidores em todo o mundo, de modo que,
entender os conceitos, elementos e desafios culturais de cada mercado é
essencial no sucesso da expansão de qualquer tipo de empresa para
além do seu país de origem.

O primeiro aspecto observado diz respeito ao próprio conceito de


cultura,aaaaaaaa
de acordo com Tylor (1871), pode-se definir cultura como “esse
todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, lei, costume
e quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem como
membro da sociedade”.

Com esta definição, chega-se ao entendimento que a cultura é


compartilhada,
aaaaaaaaaaa
isto é, ocorre na interação de duas ou mais pessoas e
possui características universais e específicas de cada povo, outro ponto
focal e correlacionado ao modelo de negócios leva ao fato que, assim
como a cultura, os sistemas econômicos surgem para atender aos
quesitos fisiológicos universais de uma nação.

Compreender estes pontos culturais pode levar uma empresa a


exploração
aaaaaaaaa
máxima do potencial de penetração da nação em que se
instalará. Deixando claro que, a equipe organizacional responsável por
esse processo de expansão deve compreender os seguintes aspectos:

231
A ARTE DA GESTÃO

Sistemas econômicos;
Sistemas educacionais;
Sistemas de controle social e de crença no sobrenatural das nações
em que pretende atuar.

O respeito a pluralidade da nação para qual a empresa busca


adentrar
aaaaaaaaaaa
as suas operações internacionais é de suma importância para
alcançar os níveis mínimos de assertividade e potencial de sucesso do
negócio, de modo que as adaptações aos pontos culturais de cada nação
para onde se quer expandir tendem a trazer maior facilidade de inserção
no novo mercado a ser explorado.

3. As Teorias e Modelos de Negócios Internacionais

Ao longo dos séculos, diversos pensadores discorreram sobre os


negócios
aaaaaaaaaaa
internacionais, chegando às mais diversas conclusões e teorias
sobre o comércio internacional, conforme exposto no quadro a seguir.

QUADRO 1 | TEORIAS E MODELOS DE NEGÓCIOS INTERNACIONAIS


NOME DA
PROPOSTA TÉCNICA
TEORIA
O mais antigo dos modelos de comércio internacional, é o Mercantilismo,
proposto por Jean Baptiste Colbert (1619-1683), imperou como filosofia
econômica e cultural entre os séculos XVI e XVII, pregava, entre outros
Mercantilismo dispostos que, as políticas que promovessem exportações deveriam ser
encorajadas enquanto as propostas voltadas a importações deviam ser
limitadas, visando o aumento da riqueza e a expansão da produção
industrial interna, para atendimento às novas demandas internacionais.
Na Teoria da Vantagem Absoluta, proposta em 1776, Adam Smith (1723-
1790), propôs o seguinte questionamento: Por que os países não podem
confiar nos bens e serviços que eles produzem e ser autossuficientes? A
Teoria da
questão foi destrinchada na obra “Um Inquérito sobre a Natureza e a
Vantagem
Causa da Riqueza das Nações”, que explorava os fatores que levam ao
Absoluta
aumento da riqueza de uma comunidade, o conceito de indústria
transformadora, a divisão do trabalho e as vantagens naturais de cada país,
para seu posicionamento no cenário comercial internacional.

FONTE: ELABORADO PELO AUTOR (2021).

232
A ARTE DA GESTÃO

NOME DA
PROPOSTA TÉCNICA
TEORIA
Formulada em 1817 por David Ricardo (1772-1823), referia-se à troca de
bens entre países cuja produção é mais barata para um deles. Sua teoria
foi responsável por introduzir no mercado as leis que regulam a
Teoria da
distribuição, os princípios da economia política e tributária, além da
Vantagem
explanação de que os preços eram determinados, principalmente, pela
Comparativa
quantidade de mão de obra utilizada na produção. Com conceitos
definidos sobre o custo de capital, embasou por mais de um século as
pesquisas na área.
Desenvolvido por dois economistas suecos, que dão nome ao modelo, o
Modelo de mesmo foi proposto em 1920 e, diferente do modelo ricardiano, que
Heckscher – considerava apenas o trabalho como fator de produção, introduziu uma
Ohlin segunda variável, o capital. O modelo assume a propriedade privada do
(Proporções capital, enquanto o trabalhador, vende o seu tempo em troca de uma
dos Fatores) remuneração denominada salário, o capital se “aluga” visando aumentar,
gerando a renda do capital.
Em 1966, pela primeira vez, uma teoria que considerava o ciclo de vida dos
produtos, isto é, a trajetória desde a pré- concepção a retirada do produto
Teoria do
do ambiente denegociação, foi apresentada. De autoria de Raymon Vernon
Comércio e
(1913-1999), a mesma considerava as informações gerais e incertezas de
Ciclo de Vida
mercado, o custo comparativo na produção, economias de escala e a
do Produto
invenção, amadurecimento, padronização e retirada de um produto ou
serviço do mercado.
O mais recente dos modelos que estudam a abrangência dos negócios
internacionais é o Diamante de Porter (1990), de Michael Porter (1947), a
teoria propõe que uma nação obtém vantagem competitiva se as suas
Diamante de empresas forem competitivas, dado este corroborado por um estudo
Vantagem coordenado por Porter, que realizou pesquisas com 100 empresas de 10
Nacional de nações desenvolvidas para chegar às conclusões propostas. O Diamante
Porte considera 4 condições primárias para validar a vantagem empresarial,
sendo elas: Estratégia e rivalidade da empresa; Condição de fator da
empresa; Condição de demanda de mercado para os produtos e serviços
desenvolvidos; e as Indústrias relacionadas e de apoio.

FONTE: ELABORADO PELO AUTOR (2021).


Todos os embasamentos e propostas de modelos de negócios


internacionais,
aaaaaaaaaaa
contribuíram ativamente para a construção do sistema
monetário internacional, as formas de realização de modelagem de
negócios internacionais e o gerenciamento de pessoas e recursos de
forma global, conforme exposto na continuidade deste texto.

233
A ARTE DA GESTÃO

4. O Sistema Monetário Internacional

O processo de internacionalização dos negócios exige a adoção ou


adaptação
aaaaaaaaaaa
de empresas que buscam se tornar multinacionais, ao sistema
monetário internacional. Este sistema também é denominado mercado
cambial, onde as organizações realizam as trocas de moeda local por
moeda estrangeira, a fim de adentrar em novos mercados, isto ocorre,
pois, os países utilizam sistemas monetários diferentes e a conversão de
moeda estrangeira em moeda regional é um requisito básico para
penetração em novos mercados, de modo que, mercado cambial é
utilizado por empresas (públicas ou privadas), regulado por governos e
assistido por bancos e instituições financeiras.

Para que esse fluxo monetário ocorra, as empresas precisam


compreender
aaaaaaaa
o funcionamento do câmbio e se atentar principalmente as
taxas, que provém de citações indiretas ou diretas do câmbio no período
de tempo analisado. A correta verificação deste quesito, pode resultar em
bons negócios empresariais, visto que, uma taxa de câmbio mais baixa,
para uma moeda local, resulta em aumento das exportações de um país,
aumentando a dimensão “crédito” do balanço de pagamentos.

4.1. O Balança de Pagamentos

De acordo com Yan (2015), balanço de pagamentos é uma


declaração
aaaaaaaaaaa
resumida de todas as transações que ocorrem entre um país e
o resto do mundo em um determinado período de tempo (geralmente um
ano) e, conta com operações de débito (pagamentos) e créditos
(recebimentos) de valores. O balanço de pagamentos traz um norte a
empresa ou país, auxiliando a verificação de fatores como saúde
financeira, necessidade de investimentos ou mudança em estratégias de
mercado.

234
A ARTE DA GESTÃO

4.2. Considerações sobre o Câmbio Mundial

Entre os principais aspectos que uma empresa precisa avaliar no


espectro aaaaaaaaaaa
do câmbio mundial, estão: a demanda e fornecimento de
câmbio, a determinação da taxa de câmbio e os regimes de taxa de
câmbio. No que tange a demanda e fornecimento de câmbio, estes são
determinados por forças de oferta e demanda no mercado, isto é, de
acordo com a procura e disponibilidade de moeda, estipuladas dentro do
chamado câmbio de equilíbrio, com a interseção destas curvas de ofertas
e demandas junto da hipótese cateris paribus (todo o resto constante).
Com a demanda de câmbio compreendida, é necessário que a
organização avalie os aspectos de determinação destas taxas, são
consideradas as forças que influenciam a demanda e o fornecimento de
moedas, sendo elas, as receitas nacionais relativas, os níveis de preço
nacionais relativos, às taxas de juros, as expectativas sobre o valor futuro
da moeda e as especulações cambiais. Todos esses fatores culminaram
no regime de câmbio adotado por um país. Yan (2015) ressalta que a
grande maioria dos países utilizam três principais taxas de câmbio: a taxa
fixa, a taxa variável e a taxa gerenciada de câmbio.

4.3. O Sistema Monetário Internacional e a Paridade do Poder


de Compra (Lei do Preço Único)

Na atualidade, pode-se dizer que o sistema monetário internacional


é vistoaaaaaaaaaaa
como uma rede que efetua pagamentos internacionais de acordo
com as seguintes características: consideração do elemento tempo na
eliminação do desequilíbrio da balança de pagamentos entre dois países;
a escolha de unidade conjunta de conta para compras (moeda);
cooperação internacional entre as nações que estão realizando
negociações; e, promoção do comércio internacional. Para que essas
características sejam validadas, o sistema monetário internacional se
baseia em cotação feitas considerando o padrão do ouro (cotações
baseadas no preço do ouro) no momento das negociações, a proposta de
“nova ordem” do Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Paridade no
Poder de Compra, proposta por Gustav Cassel (1866-1945), também
conhecida como Lei do Preço Único, sustenta que as taxas de câmbio
entre duas moedas se ajustem para refletir diferenças dos níveis entre
dois países, tornando as negociações vantajosas para ambas as nações no
aaaaaaaaaaa 235
A ARTE DA GESTÃO

processo do comércio internacional.

4.4. Órgãos e Instituições Reguladoras do Sistema Monetário


Internacional

Para garantir a assertividade e expansão do comércio internacional,


ao longo
aaaaaaaaaaa
da história, órgãos e instituições reguladoras do sistema
monetário internacional foram criados. Os dois órgãos principais no
contexto mundial são a Organização Mundial do Comércio (OMC), criada
em 1947 com o objetivo de liberalizar o comércio internacional, propondo
comercialização indiscriminada e mediando os conflitos entre as nações, o
Fundo Monetário Internacional (FMI), que atua principalmente
examinando as economias de todos os seus estados membros,
fornecendo, entre outros, financiamentos de curto prazo e programas de
estabilização de economias e o Banco Mundial, que além de fornecer
crédito para desenvolvimento das nações, possui metas de redução da
mortalidade infantil e melhoria no padrão de vida dos países no mundo
todo.

4.5. A Integração Econômica Mundial

Para aumentar o nível de efetividade e satisfação dos negócios


internacionais,
aaaaaaaaaaa
várias nações vêm trabalhando para criar um sistema de
integração econômica mundial. O conceito de integração foi proposto
inicialmente por economistas das maiores nações do mundo moderno e
investiga a tentativa de países combinarem economias separadas em
blocos regionais econômicos maiores, com redução discriminatória ou
eliminação de barreiras comerciais entre nações integrantes destes
blocos. Um dos exemplos de integração bem sucedidos é a Comunidade
Econômica Europeia (CEE), criada em 1957, oriunda da junção da
Comunidade Europeia do Carvão e Aço (CECA) e da Comunidade Europeia
da Energia Atômica (Euroton), propiciou uma maior integração comercial
entre os países europeus, sendo modelo seguido por várias nações em
todo mundo para criação de seus blocos de integração do comércio
internacional.

236
A ARTE DA GESTÃO

5. Variáveis Governamentais, Legais e Políticas nos Negócios


Internacionais

Ao se expandir internacionalmente, as empresas também precisam


avaliaraaaaaaaaaaa
as variáveis governamentais, legais e políticas dos negócios que
ultrapassam suas fronteiras nacionais, principalmente no que tange às
especificidades dos países que buscam iniciar operações transfronteiriças.

Nesse aspecto, o gestor de negócios internacionais precisa


compreender
aaaaaaaae trabalhar para lidar com os principais riscos da
internacionalização, sendo eles, os riscos do âmbito político e financeiro.

De acordo com Katsioloudes e Hadjidakis (2007), os riscos políticos


podemaaaaaaaaa
ser considerados como “as ações de grupos de pessoas ou
governos que têm o potencial de afetar a viabilidade imediata e / ou de
longo prazo de uma empresa”. Dessa forma, no momento de realizar a
análise de viabilidade de internacionalização, atentar-se ao sistema
político do país é essencial para a longevidade do negócio internacional,
países em constante instabilidade política representam riscos aos
investimentos empresariais.

Estes riscos também se expandem ao âmbito financeiro, uma vez


que, mudanças
aaaaaaaaade cenário econômico interno de um país podem afetar
desde os custos com operações aos lucros advindos da comercialização
de produtos e serviços.

Nos aspectos legais das negociações, devem ser levados em


consideração
aaaaaaaaaa
os conjuntos de leis comerciais vigentes, tanto no país de
origem do negócio quanto no país de destino do produto ou serviço, isto
também é válido para a instalação de empresas multinacionais, que
seguem rígidos padrões legais e burocráticos para instalação além de
suas fronteiras territoriais de origem. Dentro do sistema legal (jurídico)
dos países, encontram-se leis que abrangem o direito comum (ligadas a
tradição e cultura do país), direito civil (código legal) e as leis teocráticas
(baseadas em religiosidade). Todas essas nuances devem ser
consideradas no planejamento estratégico de internacionalização e essas
observações serão cruciais para o alcance do sucesso nestas operações.

237
A ARTE DA GESTÃO

6. Orientações para o Planejamento Estratégico (PE) Global

Com a amostra em Likert, as tendências estatísticas permitidas para


analisar
aaaaaaaaaaa
os dados são a mediana e a moda encontradas. A mediana
mostrará o ponto em que a amostra se divide ao meio, indicando se as
escolhas tendenciam aos pontos de fragilidade ou de força do
comportamento. A moda indica qual a maior concentração de respostas
por item, ou seja, as que foram mais escolhidas pelos respondentes e
devem ser ponto focal das tratativas pós-análise.

A Tabela abaixo relaciona os valores de mediana e moda relativos à


amostra
aaaaaaaa
completa do estudo. O impacto da Moda corresponde à
quantidade de respostas dadas ao valor na referida questão aplicada em
questionário.

6.1. Critérios de Decisão para Entrada no Mercado


Internacional

As organizações que buscam a internacionalização de seus


negócios aaaaaaaaaaa
precisam avaliar os modos de entrada nos mercados externos
no momento de realizar esta operação de expansão comercial. Entre as
opções disponíveis, pode-se citar a exportação indireta de produtos
(utilização de um agente externo para auxiliar no processo de
exportação), ou exportação direta (realizada entre filiais nacionais (sede) e
internacionais (subsidiárias) da empresa), licenciamento de fabricação
(modelo de franquia internacional) ou a aquisição de operações
internacionais (joint venture). Uma vez escolhido o modo de entrada no
novo mercado, os investidores tem a frente os critérios de
operacionalização final do negócio, que envolvem o tamanho e
crescimento do mercado alvo, a regulamentação governamental, o novo
ambiente competitivo, a infraestrutura local, os objetivos da empresa, os
recursos disponíveis e a flexibilidade de adaptação a novos cenários, que,
de acordo com as variáveis ambientais do novo cenário de negócios,
podem ser voláteis.

238
A ARTE DA GESTÃO

7. O Marketing Internacional

Tão importante quanto o processo legal de entrada em novos


mercados
aaaaaaaaaaa
internacionais, está o procedimento de planejamento das
estratégias de marketing global. O entendimento do papel do marketing
global e das características do ambiente global, são essenciais para que a
organização consiga caminhar na busca da competitividade e do sucesso
dos negócios.

Nesse sentido, Kotler e Armstrong (2003) ressaltam que o papel do


marketing
aaaaaaaa
é responder aos desejos e necessidade dos consumidores,
fornecendo as melhores escolhas, combinações e alternativas de
produção com base no conceito de que os recursos são limitados, sendo
assim, o marketing internacional trata do conjunto de ferramentas
metodológicas e mercadológicas que foram desenvolvidas para
desbloquear os inúmeros e complexos problemas associados a múltiplas
opções possíveis disponíveis quando uma empresa se torna internacional,
convergindo para o pleno atendimento das necessidades e expectativas
dos clientes alvo.

Por conta destas questões, em 1983, o pesquisador Theodore


Levitt introduziu
aaaaaaaaa o conceito de Globalização de Mercados, publicado na
Harvard Business Review, revista de artigos de negócios da Universidade
Harvard, em que o mesmo afirma que certo nível de homogeneidade
apareceu em mercados em todo o mundo, exigindo assim, um padrão de
marketing semelhante em seus conceitos centrais, porém, levando as
especificidades dos diferentes mercados na formulação de estratégias de
marketing global.

Dessa forma, a eficiência do marketing global deve seguir o


seguinte
aaaaaaaaaaa
preceito: adaptar os elementos do marketing aos requisitos do
ambiente local, considerando a geografia e critérios regionais específicos.
Assim, chega-se aos dois tipos de marketing aplicados no contexto global.
O marketing doméstico, que abrange as estratégias mercadológicas
aplicadas ao mercado interno da empresa e o marketing multinacional,
que nada mais é que a adaptação dessas estratégias mercadológicas em
vários mercados domésticos diferentes. Processos estes, que podem ser
otimizados com a adoção de um sistema informatizado de
aaaaaaaaaaaaaaa 239
A ARTE DA GESTÃO

Relacionamento de Marketing com o Cliente, também conhecido como


CRM.

7.1. Elementos de um Sistema de Informações de Marketing


Internacional (SIM)

Como abordado anteriormente, após compreender aspectos


necessários
aaaaaaaaaaa
para gerenciar o marketing de forma eficiente, a organização
pode otimizar estas ações estratégicas por meio da adoção de sistemas
de relacionamento com o cliente, o sistema de marketing internacional. O
mercado oferta os mais variados tipos de soluções/softwares de gestão de
marketing global, que propiciam a análise de oportunidades de modo
global, auxiliando também na formação do mix de marketing da empresa
que está se internacionalizando. Entre os principais elementos que um
sistema de marketing global propicia ao negócio, pode-se citar, a
possibilidade de criação de estratégias de marketing global integradas
entre a sede e as subsidiárias da empresa, mecanismos de análise de
inteligência e avaliação de mercados, definição de perfis de clientes,
canais de distribuição mais adequados a região analisada, melhores
práticas profissionais e identificação do comportamento dos
consumidores. Uma vez que o SIM é projetado para incorporar dados
específicos de pontos de venda eletrônicos, internet, bancos de busca de
dados regionais e outros, ele consegue auxiliar no direcionamento de
ações estratégicas, principalmente no que tange às atividades comerciais,
ao mesmo tempo que fornece dados para ajudar na tomada de decisões
de marketing, corroborando para análises comparativas adequadas,
identificação de clusters (categorias) de clientes e estimativa de demanda
de produtos, deste modo, o plano de marketing global final, consegue
abranger o atendimento de especificidades locais, tais como percepção
cultural, costumes, religiosidade etc., o que contribui para uma taxa mais
alta de sucesso das operações internacionais.

240
A ARTE DA GESTÃO

7.2. Estratégias de Marketing Internacional

Dentro do cenário de expansão internacional, diferentes


combinações
aaaaaaaaaaa
entre concentração e diversificação de produtos e serviços
são possíveis. Para tal, uma estratégia de marketing internacional
competitiva deve ser traçada. A mesma pode se pautar no Modelo do
Diamante de Porter, aliada ao desenvolvimento de análise SWOT
(Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats), visto que, de acordo com
DAYCHOUW (2007), a análise SWOT é uma ferramenta utilizada para fazer
análises de cenário (ou análises de ambiente), sendo usada como base
para a gestão e o planejamento estratégico de uma organização. É um
sistema simples para posicionar ou verificar a posição estratégica da
empresa no ambiente em questão.

Dessa forma, o planejamento de marketing precisa ser condizente


com o aaaaaaaa
planejamento estratégico da empresa, uma vez que, as ações
interligadas executadas, resultarão na obtenção dos resultados
esperados.

Ainda na ótica do marketing internacional, os 4 P’s de Marketing


devemaaaaaaaaa
ser avaliados, sendo eles: Preço; Praça; Produto; e, Promoção.

Existem ainda debates que consideram um quinto P, de Pessoas,


que também
aaaaaaaa
são partes chave no processo de marketing de qualquer
negócio. Os 4 P´s permitem que a organização consiga atender o público
internacional com eficiência, pois, analisa as variáveis de otimização da
satisfação dos clientes, extensão do produto ou serviço, comunicação de
adaptação de produtos e serviços a realidades locais e custos e
combinações que gerem variações destes produtos e serviços aos mais
diversos mercados atendidos.

241
A ARTE DA GESTÃO

8. Contabilidade e Ações Financeiras Internacionais

Yan (2015) cita que a contabilidade financeira existe para fornecer


informações
aaaaaaaaaaa
úteis para a tomada de decisões comerciais e econômicas,
nesse âmbito, a contabilidade financeira internacional tem o mesmo
fundamento, projetada as abrangências transfronteiriças, esse campo das
finanças é tido como complexo e amplo, requerendo uma estrutura
especializada em negociações internacionais.

Os negócios internacionais ganharam muita projeção com a


ascensão
aaaaaaaa
dos financiamentos transfronteiriços, uma vez que os mesmos
propiciam a expansão de negócios internacionalmente e são, muitas
vezes, mais baratos que financiamentos internos, este é mais um ponto
de relevância do papel da contabilidade internacional, pois, ela fornecerá
informações úteis para os participantes de diferentes culturas, línguas e
países, realizarem as melhores transações financeiras.

A empresa que está se internacionalizando também deve se


atentaraaaaaaaaaaaaa
as taxas e preços de transferências internacionais, como cada país
possui seu regime financeiro, e, se regem por dois principais princípios: o
princípio territorial, este, implica que a renda obtida fora do território de
um país não é tributável, ao passo que o princípio mundial dita que, um
país tem o direito de cobrar impostos sobre o rendimento obtido fora do
país de origem por uma empresa domiciliada no país de origem. Além
destas situações, existem grandes variações de taxas e impostos efetivos
de um país para outro, neste aspecto, o gestor de finanças internacionais
acaba desempenhando um grande papel para a saúde financeira da
organização: a minimização dos impostos, buscando atingir a
maximização dos lucros.

242
A ARTE DA GESTÃO

9. Operações Internacionais

De acordo com Kotler e Armstrong (2003), todas as organizações,


independentemente
aaaaaaaaaaa do tamanho, têm como base de sua existência, a
busca constante por algum objetivo. Essa frase possui como preceito, a
afirmação de que as empresas existem por possuírem algum propósito,
seja ele a criação e oferta de bens, serviços, obtenção de lucro ou geração
de benefícios agregados para a sociedade, composta por seus clientes
potenciais. Para que esses objetivos sejam alcançados, a empresa precisa,
obrigatoriamente, gerenciar suas operações.

Yan (2015), propõe que as operações são os processos de entrada


e saída
aaaaaaaa
que transformam recursos (insumos) em bens e serviços
(produtos), seja em organizações públicas ou privadas.

Dessa forma, pode-se constatar que o gerenciamento de


operações
aaaaaaaaaaa
envolve o gerenciamento de sistemas ou processos que criam
bens e serviços para serem consumidos pelo público. Junto do
gerenciamento de demandas, gerenciamento de recursos monetários e
gerenciamento de design, compõem as chamadas funções de linha de
uma organização, sendo voltadas principalmente ao planejamento,
organização, liderança e controle de operações, sempre seguindo a visão
estratégica da organização.

O ambiente de operações nas empresas internacionais também


propiciou
aaaaaaaaaa
a globalização de mercados e globalização de produção, em que
as empresas que estão em busca de comercializar seus produtos e
serviços internacionalmente devem formular estratégias de foco global,
desempenho just-in-time, parcerias de cadeias de suprimentos,
desenvolvimento rápido de produtos, personalização em massa e
capacitação de colaboradores, assim, conseguindo consolidar as
operações a nível mundial.

243
A ARTE DA GESTÃO

10. Gestão de Pessoal no Âmbito Global

Compreender os processos que envolvem a área de Recursos


Humanosaaaaaaaaaaa
(RH) nas atividades internacionais e entender os diferentes
tipos de abordagens para o gerenciamento de pessoal a nível global, são
questões essenciais para estruturação de um departamento de Recursos
Humanos realmente eficiente.

A busca pelo equilíbrio entre competitividade global e


peculiaridades
aaaaaaaaaaaaa
locais, devem ser consideradas no âmbito internacional,
uma vez que, em diferentes mercados, diferentes culturas e ações são
tomadas na busca pela estratégia adequada de atuação no
gerenciamento de pessoas, o alcance deste equilíbrio pode ser obtido
pela escolha da abordagem correta ao país que as operações
internacionais estão sendo efetivadas, na literatura tradicional, os autores
Perlmutter (1969) e Heenan (1979) destacam estas abordagens como:

Etnocêntricas: subsidiárias estrangeiras têm pouca autonomia;


Policêntricas: subsidiárias como entidades nacionais distintas;
Geocêntricas: favorece a capacidade e a experiência em relação a
nacionalidade;
Regiocêntrica: práticas uniformes para todos os gerentes da região.

Quando a abordagem correta é escolhida e aplicada, a empresa


experimenta
aaaaaaaaaa
o sucesso em suas missões táticas e estratégicas,
alcançando resultados esperados no suprimento, transferência de
informações, desenvolvimento, em atividades de controle e coordenação.

Após a implementação da abordagem de atuação de recursos


humanos
aaaaaaaa
no novo mercado, a empresa passa a categorizar seu pessoal
em nível internacional, tendo as seguintes categorias de classificação de
pessoas internacionalmente:
PCNs: funcionários da sede da empresa expatriados;
HCNs: funcionários do país anfitrião;
TCNs: funcionários de países diferentes da sede ou subsidiárias da
empresa;
Impatriados: HCNs enviados à sede da empresa.

244
A ARTE DA GESTÃO

Com a categorização, a organização consegue planejar


adequadamente
aaaaaaaaaaaseus processos de recrutamento e seleção internos e
externos, considerando fatores como o custo de contratação,
conhecimento de candidatos, proximidade à sede ou subsidiárias,
conhecimento do ambiente e capacidade de adaptação a novos cenários,
desta forma, os candidatos qualificados a dinâmica de trabalho
internacional, conseguirão participar do processo de expansão do negócio
e, o pessoal com potencial dos países de destino da internacionalização
poderão ser recrutados.

11. Negócios com Economias em Desenvolvimento

De acordo com o Relatório Anual do Fundo Monetário Internacional


(FMI, 2019),
aaaaaaaaaaa
80% das economias do planeta são emergentes e as mesmas
tiverem um salto de 4,4% em seu PIB (Produto Interno Bruto), quando
comparado ao ano anterior. Sendo um mercado vasto, é de interesse
tanto para as nações desenvolvidas quanto as em crescimento, fazerem
negócios com economias emergentes.

Os mercados em desenvolvimento possuem especificidades e


oportunidades
aaaaaaaade negociação que devem ser cuidadosamente analisadas
para sucesso em parcerias. O próprio Banco Mundial classifica estas
economias em categorias, sendo elas: países menos desenvolvidos,
nações produtoras de petróleo (em desenvolvimento) e países em
desenvolvimento da Organização dos Países Produtores de Petróleo
(OPEP), essa categorização propicia que as empresas que buscam a
internacionalização consigam enxergar quais nações apresentam maior
potencial de sucesso e retorno em investimentos externos.

O resultado dessa análise é parte da definição da estratégia de


entrada
aaaaaaaaaa
no país em desenvolvimento, estas podem ser:

exportação e importação direta;


exportação e importação indireta;
licenciamento;
off-shore;
subcontratação;
investimento de carteira.
245
A ARTE DA GESTÃO

Ao fim da apresentação das opções de entrada, a empresa fará


suas considerações
aaaaaaaaaaa de escolha, sempre se baseando em suas
características e as do país de acolhimento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o objetivo principal de realizar a análise dos fatores essenciais


para oaaaaaaaaaaa
processo de internacionalização de negócios, o presente artigo
explorou de forma mais abrangente possível, as nuances para projeção de
uma empresa a nível global, com vistas a oportunizar as bases conceituais
iniciais necessárias para a modelagem da expansão internacional de um
negócio.

Ao longo dos parágrafos, foram exploradas principalmente as


questões
aaaaaaaa
fundamentais a operacionalização de negócios transfronteiriços,
tais como, a integração econômica internacional, os fatores políticos,
legais e burocráticos envolvidos na expansão de mercado além das
fronteiras de uma organização, o marketing internacional e seus
desdobramentos e os aspectos financeiros da internacionalização para
uma empresa.

Desse modo, todas as nuances e detalhamentos possíveis no


recorteaaaaaaaaaaa
dessa pesquisa buscam introduzir estes principais conceitos a
serem abordados no processo de expansão empresarial a novas nações,
que muitas vezes possuem diferenças que vão deste o sistema monetário
local a crenças, dogmas e paradigmas, que podem representar em
desafios a serem mitigados no constante processo de alcance do sucesso
internacional.

Assim sendo, a principal conclusão apresentada é de que, se o


processo
aaaaaaaaa
de internacionalização for realizado de forma correta,
respeitando as questões locais, burocráticas e as especificidades do novo
mercado, os benefícios para o negócio são inúmeros.

Considerando que o mundo vive cada dia mais interligado, expandir


produtos
aaaaaaaa
e serviços para um vasto número de países promove não
somente ganhos monetários, mas também aperfeiçoamento de bens e
aaaaaaaaaa
246
A ARTE DA GESTÃO

serviços ofertados, por meio do contato com novas culturas, modos de


produção e comercialização, tecnologias envolvidas na concepção e
melhoria contínua dos produtos e serviços, de modo a beneficiar e
aperfeiçoar a cadeia global de desenvolvimento econômico.

O material também traz um esboço para um fluxo mais assertivo de


início aaaaaaaaaaa
do processo de internacionalização que uma empresa precisa
seguir, sendo sua leitura simplificada e otimizada para que os gestores de
negócios vislumbram a possibilidade de adentrar um novo cenário com
potencial de crescimento cada vez maior.

247
A ARTE DA GESTÃO

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está? Publicado em: 05 out. 2016 por Andrew Walker. Disponível em:
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A ARTE DA GESTÃO

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250
14
CAPÍTULO
A ARTE DA GESTÃO

A COMPETITIVADADE DAS EMPRESAS COM O SCM


Israel Ribeiro Alves¹⁴


[14] Mestrado em Administração. E-mail: israelribeiroalves@gmail.com.

254
A ARTE DA GESTÃO

INTRODUÇÃO

Com foco no crescimento num ambiente competitivo, o Modelo de


Negócios
aaaaaaaa
SCM (Supply Chain Management, Gestão da Cadeia de
Abastecimento no português), vem através das práticas de gestão na
cadeia de suprimentos reduzir o tempo de ciclo e inventários, otimizando
a logística e serviços, com as integrações das áreas organizacionais, com
resultados comuns a todos os envolvidos no SCM, a fim de que seja
percebida pelos clientes. Parece ser simples, porém, o Supply Chain, não é
tão simples quanto parece, deve haja o apoio dos envolvidos para haver
sucesso, em especial dos gestores em garantir que a suas equipes
estejam comprometidas com os objetivos, e os mesmos cientes de que
cada ação tomada impactará e refletirá no restante das ações,
considerando que o Supply Chain tem encontrado barreira na
implantação em algumas empresas, pois, muitas não conseguem fazer a
integração das áreas com o comprometimento de manter o
funcionamento na cadeia de suprimentos para o seu sucesso.

Em relação à redução dos custos e desperdícios, a gestão na cadeia


de suprimentos
aaaaaaaaaaaaaa
oferece vantagens aumentando a eficiência produtiva,
demonstrando que os fornecedores diretos não são o início da cadeia e
os clientes não são o fim dela, transformando as empresas e clientes,
numa rede entre fornecedores de maneira que todos se comuniquem
produzindo informações para serem elaboradas estratégias, identificando
os pontos para melhoria nos fluxos e nos processos, com diferenciação
para obter vantagens competitivas frete aos concorrentes.

Este artigo apresenta pesquisa investigativa através de websites


sobre aaaaaaaaaa
o tema competitividade das empresas no mercado com relação à
cadeia de suprimentos. Dado que o consumidor está mais informado e ao
mesmo tempo mais exigente em relação aos produtos e serviços, o qual
procura estabelecer um relacionamento único com a empresa, com o
conceito de que não é, o ter, mais importante, e sim, o usar.

255
A ARTE DA GESTÃO

CADEIA DE SUPRIMENTOS

O conceito de SCM, inicialmente, está relacionado com a


perspectiva
aaaaaaaaaaa
de integração dos processos, nos quais diferentes membros
na cadeia de suplementos reúnem esforços para coordenar as atividades
ou processos específicos o objetivando satisfazer todos os clientes e,
evoluindo para uma visão mais sistêmica e estratégica, alocando recursos
e esforços para implementar uma estratégia única na cadeia, melhorando
para obtenção de vantagem competitiva, com custos reduzidos e
satisfazendo melhor os clientes e todos os participantes.

De acordo com Miguel e Brito (2009), o SCM é um conceito


bastante
aaaaaaaa
abrangente que não se limita a uma área específica de
conhecimento e considera que várias empresas adotam as práticas de
gestão integrada, com consequente aumento na vantagem para
competitividade e redução de custos, com melhor satisfação do cliente.

O SCM se destaca em focalizar no consumidor com um destaque


excepcional
aaaaaaaaaa
buscando equacionar a cadeia de suprimentos atendendo de
forma desejada e a integração do SCM nos processos industriais e
comerciais, partindo do consumidor final ao os fornecedores iniciais
gerando produtos, serviços e informações que agregam valor apara os
clientes.

1. Evolução da Integração na Cadeia de Suprimentos

A gestão na cadeia de suprimentos, é uma extensão da lógica da


logística,
aaaaaaaaaaa
para isso a logística foca a sua atenção aos fluxos na
organização, e a gestão na cadeia de suprimentos, na integração e na
evolução da posição do estágio um da independência funcional, em que
cada função de negócios, como a produção ou compra, faz o seu próprio
trabalho em completo isolamento de outras funções, reconhecendo que a
empresa tem necessidade de um grau limitado de integração entre
funções, como a distribuição e gerenciamento de estoques ou de compra,
e controle de materiais. Conforme Christopher (2012), o desenvolvimento
econômico sustentável, através da governança corporativa contribui para
melhor desempenho das empresas, evitando assim diversos fracassos
empresariais como abusos de poder.
256
A ARTE DA GESTÃO

2. Fonte de Competitividade

A fonte de vantagem competitiva está relacionada a dois pontos


principais,
aaaaaaaaaaa
o primeiro na capacidade da organização de se diferenciar dos
seus concorrentes aos olhos do cliente e o segundo, na capacidade em
operar com custo menor.

Os princípios que fundamentam o gerenciamento do SCM, é o fluxo


eficiente
aaaaaaaa
de materiais e de informação para atender às exigências dos
clientes e as organizações empresariais reconhecem o impacto vital que o
gerenciamento logístico na cadeia de suprimentos para obtenção de
vantagem e competitividade.

Conforme Novaes (2015), fazer a gestão da cadeia de suprimentos


corresponde
aaaaaaaaaa
a integrar os processos industriais e comerciais, partindo do
consumidor final e indo até os fornecedores iniciais, gerando produtos,
serviços e informações que agreguem valor para os clientes.

A Logística Empresarial desenvolveu quatro tipos de valores


positivos,
aaaaaaaa
como o valor de lugar em que o produto deve estar no lugar
certo, o do tempo em que o produto deve estar disponível na hora certa,
o de qualidade em que o atendimento as expectativas do cliente, e a de
informação aonde se tem o acompanhamento em tempo real do status
do pedido. De acordo com Novais (2015), logística e gerenciamento da
cadeia de distribuição, além de agregar quatro tipos de valores positivos,
procura também eliminar do processo tudo que não tem valor para o
cliente, ou seja, tudo que acarreta apenas custos e perda de tempo.

3. Redução de Custos e Produtividade

A cadeia de suplementos pode aumentar a eficiência com o


gerenciamento
aaaaaaaaaaa
e a logística da produtividade, contribuindo de maneira
significativa para a redução dos custos de produção, diminuindo o custo
por unidade de produto, ofertando produtos ou serviços certos no lugar
certo, no momento certo e nas condições desejadas, contribuindo para a
empresa, e diferenciando as ofertas de produtos em relação aos da
concorrência.

257
A ARTE DA GESTÃO

De acordo com Miguel e Brito (2009) na prática, diversas empresas


passaram
aaaaaaaaaaa
a adotar técnicas de gestão de suprimentos para melhorar seu
desempenho e com a adoção da gestão na cadeia de suplementos, os
custos da empresa foram afetados significativamente e as tomadas
decisões nos processos proporcionam níveis diferentes de serviços aos
consumidores, de maneira eficaz em relação a outros mercados,
aumentando seus os lucros. Portanto, uma boa gestão não gera somente
vendas e reduz custos.

CARACTERÍSTICAS PARA VANTAGEM COMPETITIVA

Existem fatores que influenciam para o alcance das características


competitiva,
aaaaaaaaaaa
como relacionamento entre fornecedores e os clientes, o
sistema de produção, o grau tecnológico empregado, sendo que não há
fórmula mágica, e sim a resposta está dentro de cada empresa.

Para atingir um grau de agilidade mais eficiente na cadeia, utiliza-se


ferramentas
aaaaaaaa
de tecnologia de informação com uma estratégia de alocação
de estoques de forma intensiva, observando o padrão de consumo, caso
haja mudanças, poderão ser detectadas e então, as estratégias entre
fornecedores e clientes podem ser delineadas facilmente com as filiais
ligadas on-line e centros de distribuição, tendo informações real-time do
consumo e provedores logísticos cientes dos níveis de produtos, com
estoque e em trânsito, aumentando a agilidade da cadeia de suprimentos.

Manter parceiros alinhados com a estratégia da empresa é a


melhoraaaaaaaaa
opção para o sucesso, estabelecendo incentivos para aqueles que
colaboram, como fornecedores qualificados. As entregas podem ser
dispensadas de verificações individuais, poupando tempo daquele que faz
a entrega, agilizando o processo e economizando dinheiro.

258
A ARTE DA GESTÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo deste trabalho é contribuir para análise e compreensão


de queaaaaaaaaaaa
a gestão na cadeia de suprimentos proporciona competitividade
de maneira contínua entre as empresas. O Supply Chain está inserido em
contextos cada vez mais desafiadores, mais complexos e a forma de lidar
com estes desafios é simplificar, eliminando os desperdícios com
processos mais enxutos e investindo em tecnologia.

O futuro do Supply Chain Management depende da simplificação,


no desenvolvimento
aaaaaaaa de tecnologia e das relações de colaboração e,
poderá ser aprofundado em estudos futuros.

Nesse contexto, conclui-se que com a gestão da cadeia de


suprimentos
aaaaaaaaaaa
é possível aumentar a competitividade entre as empresas,
com atividades desenvolvidas através de ferramentas que contribuam
para o planejamento na distribuição de produtos e aquisição de matéria
prima e armazenamento, com redução dos custos e aumentando a
competitividade diante do mercado que é extremamente competitivo,
desenvolvendo mecanismos propício para identificar e disseminar o
conhecimento, agregando valor a organização, com metas e objetivos,
atingindo o consumidor final com celeridade e com produtos de
qualidade.

259
A ARTE DA GESTÃO

REFERÊNCIAS

CHRISTOPHER, M. Logística e Gerenciamento da Cadeia de


Suprimentos. São Paulo: Cengage Learning, 2012.

MIGUEL, P. L.; BRITO, L. A. A Gestão da Cadeia de Suprimentos e sua


Conexão com a Visão Relacional da Estratégia. In: XXXIII Encontro da
ANPAD. São Paulo/SP, 19 a 23 de setembro de 2009. Disponível em:
http://www.anpad.org.br/diversos/down_zips/45/GOL1965.pdf. Acesso
em: 21 abr. 2021.

NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição.


Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.

260
A gestão ganha novos desafios na
sociedade 5.0, imersa na revolução 4.0,
em que as novas tecnologias estão
propondo adequações e mudanças de
forma cada vez mais rápida no setor
empresarial. Nessa direção e sentido,
esta obra apresenta 14 artigos de
Mestrandos em Administração de
Negócios da MUST University, que
abordam sobre a gestão e a liderança
nesses tempos de mudanças do mercado
e da sociedade, emergindo o debate a
respeito das empresas serem feitas de
pessoas e, para pessoas, levando a
concluir que o capital humano seja o
recurso mais precioso das organizações
e, para tanto, a gestão desse recurso
seja uma arte, a Arte da Gestão.

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