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ARTE/MÚSICA NA EDUCAÇÃO
PROFISSIONAL: A VISÃO DO
DOCENTE A RESPEITO DO
CURRÍCULO DOS CURSOS
TÉCNICOS INTEGRADOS AO
ENSINO MÉDIO DOS INSTITUTOS
FEDERAIS
TESE DE DOUTORADO
AGOSTO DE 2018
JOSIANE PAULA MALTAURO LOPES
Senhor Deus, hoje eu não quero pedir nada, porque eu já pedi tanto e tanta coisa me
foi dada. Eu só quero agradecer:
Gratidão!
Essa palavra resume muito do que descreverei aqui. E certamente ela é insuficiente
para agradecer tudo o que cada pessoa que cruzou minha trajetória do doutorado fez por mim.
Antes de tudo, Deus! Agradeço a Ele, pela vida, pela família, pelo trabalho, pela saúde.
Agradeço à Nossa Senhora por nunca me desamparar nesse caminho! Minha força vem da fé!
Agradeço ao meu orientador, professor José Nunes Fernandes, que acreditou e
confiou em mim, mesmo com toda a distância física que me separava do PPGM- Unirio.
Grata por sua humanidade, empatia, simpatia, confiança, carinho, dedicação e
responsabilidade comigo e com meu trabalho. Como é bom ter pessoas que nos inspiram
enquanto seres humanos e profissionais, você certamente é uma dessas pessoas! Muito
obrigada!
À professora Luciana Requião que contribuiu com este trabalho desde as aulas na
disciplina de Seminário Música e Educação II com muito interesse e atenção. Depois, nas
bancas de ensaio I e II, na qualificação e agora, no final dessa etapa. Um exemplo de
professora e de ser humano, que sempre me tratou com o respeito de uma colega de profissão,
me incentivando a crescer e me desenvolver dentro dessa pesquisa. Muito obrigada!
Ao professor Clayton Vetromilla, também acompanhando e contribuindo com esse
trabalho desde os ensaios I e II, qualificação e apresentação final. Mesmo não sendo
exatamente sua área, sempre buscou entender e conhecer a temática do meu estudo, fazendo
valiosas contribuições ao desenvolvimento da pesquisa e da escrita. Gratíssima!
Professora Marcelina Fujii Maschio, meu espelho e inspiração dentro do IF, como
professora e como gestora. Seu carinho e respeito por todos fazem de você um ser iluminado e
inesquecível. Mesmo com todo o seu conhecimento sobre Educação Profissional, sempre nos
tratou como iguais, ensinando a todos com humildade e paciência. Quiçá um dia eu tenha
metade do seu conhecimento. Agradeço por ter aceitado prontamente participar dessa banca e
contribuir com esse trabalho!
À professora Juciane Araldi Beltrame, que também vem fazendo contribuições para
este trabalho desde o projeto. Uma incentivadora para que eu estivesse no doutorado, sempre
disponível para ajudar e contribuir. É uma honra tê-la na banca! Muito obrigada!
À professora Lúcia Barrenechea (Unirio) e professor Airton José Vinholi Junior
(IFMS) que prontamente atenderam o convite à suplência da banca. Disponibilizando-se a
conhecer e ler esse trabalho, mesmo com todos os seus compromissos. Agradeço de coração a
disponibilidade de vocês!
Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Música na Unirio, pelas aulas,
seminários leituras e conhecimentos compartilhados, bem como aos meus colegas de
doutorado: Josélia, Joana, Clarissa, Leonardo, Ilana, Leonardo Moraes, Ester, Pedro.
Agradeço em especial à Josélia, pela companhia semanal, pelo compartilhamento de
conhecimentos, angústias, alegrias, quartos, textos... Joana e Clarissa, por todas as vezes que
receberam em suas casas, oferecendo abrigo e hospedagem. Amigos e colegas, nosso encontro
não foi por acaso, levo um pouco de vocês e deixo um pouco de mim! Muito obrigada!
Gratidão aos professores dos IFs que participaram dessa pesquisa, doando seu tempo e
atenção, sem vocês esse trabalho jamais se concluiria! Muito obrigada!
Algumas pessoas foram mais que especiais no decorrer desses anos de doutorado, vou
começar agradecendo minha mãe e meu pai, pois acreditaram em mim e viveram esse sonho
comigo; agradeço por todas as vezes que me ajudaram financeiramente, emocionalmente,
fisicamente; por estarem sempre presentes em todas as situações importantes e desimportantes
da minha vida; agradeço pelas inúmeras vezes que deixaram seus compromissos para me
ajudar com a Lorena, com a casa, com a mudança, enfim com tudo. Hoje, tenho certeza que
ninguém nesse mundo está mais orgulhoso dessa minha conquista do que meus pais. Eles
valem muito mais que ouro!
Agradeço ao meu esposo pelo incentivo a buscar novos caminhos de formação, por
nunca me deixar desistir, por acreditar que eu iria conseguir e por me incentivar a seguir em
frente. Agradeço pela compreensão em inúmeros momentos em que eu estive ausente para me
dedicar a este trabalho e por encarar com bom humor meu “mantra” dos últimos meses:
“depois que eu acabar o doutorado...”. Agradeço pelo companheirismo, pela amizade, por
dividir a vida comigo e tudo o que vem nesse “pacote”, mas principalmente pelo nosso
“pacotinho de amor” que chegou durante esse percurso do doutorado.
Agradeço à minha pequena Lorena, que ainda não compreende porque a mamãe tem
que fechar a porta e ficar horas na frente do computador, quando poderia estar brincando com
ela. Mesmo assim, agradeço por ela ser essa menininha tão doce e amável, por ela ficar com
as várias “tatas” que passaram por nossa vida nesse último ano, além da escola e, mesmo com
todas as ausências da mamãe, continuar me recebendo com aquele sorriso doce e aqueles
olhinhos brilhantes e cheios de amor.
Agradeço à minha irmã Raquel e meu cunhado Diego, por toda a ajuda dedicada a
mim! Por todos finais de semana que passaram em minha casa cuidando da Lorena para eu
estudar; pela ajuda na coleta de dados, pela companhia, pelos almoços, cafés, jantares,
cuidados conosco.
Gratidão à minha família do coração: Marcel, Tati, Lucas e Luiza, por nunca
duvidarem que eu conseguiria, por serem fiéis companheiros de chimarrão, de churrasco e de
vida. Por todos os conselhos, por todos os silêncios, pelos passeios para espairecer, por
estarem sempre de plantão para me ajudar em tudo. Pelo carinho e pela alegria de
compartilhar do crescimento desses dois tesouros que, com certeza, tornaram esse caminho
mais leve. Gratidão!!!
Agradeço aos meus “nonos”, por todas as orações. Às minhas tias Celi e Jandira e
minhas madrinhas Inês e Renice, igualmente pelas orações e por todo o carinho por mim. Aos
meus primos e primas por todo apoio e força, em especial: Jane, Joice, Anádia, Nice, Karol,
Juli, Edson, Ana, tio Dênis e Carla.
Minha segunda família Margarida, Zé Luiz, Ana e Sheila, por todo apoio, carinho,
orações e compreensões das nossas ausências em momentos importantes.
E tem amigos, para agradecer! Ainda bem! Pois foi muita ajuda que recebi no decorrer
desse caminho. Vou “começar do começo”, agradecendo minha amiga Juci, por ter me
incentivado a fazer as provas, me encorajado a lutar e a vencer essa batalha; por todas as
leituras e sugestões; pela “companhia online” e segurança que sempre me passa. Gratíssima!!!
Agradeço aos meus amigos e ex-colegas de trabalho Airton, Guilherme e Eli, sempre
digo que se não fosse a ajuda deles eu nem teria entrado no doutorado. Airton e Guilherme me
auxiliaram com o projeto, impressão e postagem do currículo, me deram apoio e acreditaram
em mim. Obrigada meus amigos por tudo!!! Por todas as aulas que deram por mim, por todas
as leituras, pelas vezes que me acolheram nos momentos de dúvidas e de incertezas em
especial, por terem me aguentado chorando, reclamando e por terem mantido a confiança e o
apoio até o final. Guilherme, agradeço por todos os gráficos, formatações, planilhas, ideias,
por compartilhar desse trabalho comigo e me ajudar incondicionalmente em todos os
momentos, especialmente na fase final. Muito obrigada! Ao meu ex-colega e sempre amigo
Eli, por todas as leituras e correções de língua portuguesa, pelas sugestões de leitura. Eli, sem
palavras para te agradecer!
Aos meus amigos mais que especiais Lesley e Mara, pela amizade tão especial que
cultivamos e, por todas as conversas sobre doutorado, metodologia, filhos, educação... vocês
também são responsáveis por me incentivar a chegar até aqui! Obrigada!
E tem as amigas que “entraram no ritmo” da tese, me auxiliando de várias maneiras,
seja pesquisando comigo ou sendo aquele alicerce nos momentos de cansaço, amigas não
tenho palavras para agradecer: Vane, Bia, Regi, Lilian, Lígia, Andrea, Rafa, Mara, Carol.
Agradeço a todos os meus colegas de trabalho (professores e técnicos administrativos)
do IFMS, minha instituição “de origem” onde aprendi muito sobre Educação Profissional e da
qual tenho muita saudade. Não nomearei todos, pois posso ser injusta esquecendo de alguém.
Muito obrigada pelo carinho e reconhecimento do meu trabalho, por acreditarem em mim e no
meu crescimento profissional.
Gratidão aos meus novos colegas de trabalho do IFPR, docentes e técnicos
administrativos pelo carinho com que me receberam. Pela confiança depositada em mim e no
meu trabalho logo após minha chegada e, especialmente, pela compreensão nos últimos meses
em que fiquei dedicada à tese. Não tenho palavras para agradecer a todos os que de alguma
forma contribuíram para que eu pudesse concluir esse trabalho, em especial aos que
assumiram minhas aulas em todos os momentos que precisei: Andressa, Franciele, Káthia,
Bruno, Sônia, Renato, Celina, Amilcar, Bartz. Ao apoio dos colegas que sempre estiveram à
disposição para dar dicas, conversar a respeito da tese, companhias diárias tão especiais:
Felippsen, Olavo, Poly, Elenice, Darlan, Everaldo, Michelli, Michelly, Mônia, Aline, enfim,
todos os colegas com os quais me relaciono no IFPR, cada um viveu um pouquinho desse
trabalho comigo. Um agradecimento especial ao professor Felipe, por ter assumido parte das
minhas atividades da Coordenação de Ensino, uma tarefa árdua e de muita responsabilidade.
Grata por sua disponibilidade, energia e dedicação! À Tati, que permitiu que eu pudesse ficar
afastada nos últimos meses o que onerou muito seu trabalho na Direção de Ensino ao assumir
parte de minhas obrigações para que eu pudesse concluir o doutorado. Professor Vicente, que
enquanto gestor, não hesitou em me apoiar, apontando os caminhos legais para que eu
pudesse ficar mais tempo dedicada a esse trabalho.
Enfim, como é bom ter a quem agradecer! Isso mostra que não trilhei esse caminho
sozinha! Quanto mais a gente agradece, mais coisas boas acontecem!
“Que a força do medo que tenho
não me impeça de ver o que anseio,
que a morte de tudo em que acredito
não me tape os ouvidos e a boca,
pois metade de mim é o que eu grito
a outra metade é silêncio...
Que a música que ouço ao longe
seja linda ainda que tristeza,
que a mulher que amo seja pra sempre amada
mesmo que distante,
pois metade de mim é partida
a outra metade é saudade...
Quer as palavras que falo
não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor,
apenas respeitadas, como a única coisa
que resta a um homem inundado de sentimentos,
pois metade de mim é o que ouço
a outra metade é o que calo...
Que a minha vontade de ir embora
se transforme na calma e paz que mereço,
que a tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada,
porque metade de mim é o que penso,
a outra metade um vulcão...
Que o medo da solidão se afaste
e o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável,
que o espelho reflita meu rosto num doce sorriso
que me lembro ter dado na infância,
pois metade de mim é a lembrança do que fui
a outra metade não sei...
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
pra me fazer aquietar o espírito
e que o seu silêncio me fale cada vez mais,
pois metade de mim é abrigo
a outra metade é cansaço...
Que a arte me aponte uma resposta
mesmo que ela mesma não saiba
e que ninguém a tente complicar,
pois é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
pois metade de mim é plateia,
a outra metade é canção...
Que a minha loucura seja perdoada,
pois metade de mim é amor
e a outra metade também”.
Compositor: Oswaldo Montenegro
RESUMO
O objetivo geral deste trabalho é investigar como a música está inserida na organização curricular do
componente de arte, bem como, sua relação com a formação profissional nos cursos técnicos
integrados ao ensino médio dos Institutos Federais (IFs) de Educação Profissional, Científica e
Tecnológica (EPCT), a partir da ótica docente, a respeito do currículo prescrito (oficial) e do currículo
em ação (praticado). A realização desta pesquisa ocorreu em duas etapas. A primeira consistiu no
mapeamento dos dados referentes ao componente curricular de arte e/ou arte/música constantes nos
Projetos Pedagógicos de Curso (PPC) ou matrizes curriculares dos cursos técnicos integrados ao
ensino médio, disponíveis nos sites dos Institutos Federais (IFs) do Brasil. Nesse mapeamento, os
dados levantados demonstram quais são os cursos técnicos integrados ao ensino médio ofertados no
Brasil, bem como a carga horária destinada ao componente curricular de arte e, nos casos em que
estavam disponíveis as ementas, pesquisou-se a presença de conteúdos de música no currículo
prescrito/oficial desses cursos. A segunda etapa da pesquisa se consistiu de um survey, destinado aos
professores de arte dos IFs, em que se aplicou um questionário misto para, pelo menos, um professor
de arte de cada IF. Dos 38 IFs existentes no Brasil, 31 estão representados no survey, que obteve a
participação de 43 docentes. Como aporte teórico, foi consultada a legislação brasileira no que tange à
Educação Básica e à Educação Profissional de nível médio, bem como teóricos da área da Educação
Profissional e do currículo. Os IFs ofertam cursos de qualificação profissional, ensino médio integrado
ao técnico e cursos superiores de tecnologia, bacharelado e licenciatura. Esta pesquisa está delimitada
aos cursos de ensino médio integrado ao técnico oferecidos pelos IFs em todo o Brasil. A proposta do
ensino médio integrado é ofertar os componentes curriculares do ensino médio regular e, ao mesmo
tempo, os componentes curriculares das áreas técnicas, resultando em uma organização curricular
específica (currículo integrado) na qual se contemplam os componentes curriculares da “base nacional
comum” correspondentes à formação regular de ensino médio e componentes curriculares da “parte
diversificada e unidades técnicas” relacionadas à área de formação técnica de cada curso. O
componente curricular de arte deve estar contemplado na parte da “base nacional comum”, dentro da
organização curricular dos cursos de ensino médio integrados ao técnico. No intuito de balizar a
discussão no que diz respeito ao currículo de arte na Educação Profissional, bem como da presença de
conteúdos da linguagem musical neste currículo, estabelecemos como questão central: Como a música
está inserida na organização curricular do componente de arte e qual sua relação com a formação
profissional nos cursos técnicos integrados ao ensino médio dos IFs a partir da percepção dos docentes
sobre o currículo prescrito e o currículo em ação? Os resultados mostram que para que o currículo
integrado se torne currículo em ação é necessário que as escolas promovam ações conjuntas com seus
docentes, a fim de que todos os componentes curriculares estejam voltados a um ponto comum; que os
currículos sejam construídos de modo integrado não só com relação aos conteúdos, mas que se tenha
um foco comum com relação ao profissional e ao cidadão que se deseja formar, enfocando a superação
da histórica dicotomia entre trabalho manual e trabalho intelectual e incorporando a dimensão
intelectual à formação profissional.
The general goal of this work is to investigate how music is inserted in the curricular organization of
the componente of art, as well as its relation with the professional training in the technical courses
integrated to the high school of the Institutos Federais (Federal Institutes (FIs)), by teaching
perspective, respect to the prescribed curriculum (official) and curriculum in action (practiced). This
research was carried out in two stages. The first one consisted in mapping of the data related to the
curricular component of art and / or art / music existing in the Pedagogical Projects of Course (PPC)
or curricular matrices of the technical courses integrated to High School, available on the websites of
the Institutos Federais de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Federal Institutes of
Education Professional, Scientific and Technological (EPCT)) of Brazil. In this mapping, the data
collected demonstrate what are the technical courses integrated to secondary education offered in
Brazil, as well as the hours allocated to the art curricular component and, in cases where the menus
were available, was researched the presence of contents of music in the prescribed / official curriculum
of these courses. The second stage of the research consisted of a survey, destinated to the art teachers
of the IFs (Federal Institutes), in which a mixed questionnaire was applied to, at least, one art teacher
from each IF (FI). Of the 38 IFs (FIs) in Brazil, 31 are represented in the survey, which obtained the
participation of 43 teachers. As a theoretical contribution, the Brazilian legislation was consulted
regarding basic education and professional education of mid-level, as well as theorists about
professional education and curriculum. The IFs (FIs) offer courses of professional qualification,
secondary education integrated to the technician and superior courses of technology, baccalaureate and
licenciatura. This research is limited to the high school courses integrated to the technician offered by
the IFs (FIs) throughout Brazil. The proposal of integrated secondary education is to offer the
curricular components of the regular High School and, at the same time, the curricular components of
the technical areas, resulting in a specific curricular organization (integrated curriculum), in which the
curricular components of the "national common base" corresponding to the regular formation of
secondary education and curricular components of the" diversified part and technical units" related to
the technical training area of each course. The curricular component of art should be included in the
part of the "common national base", within the curricular organization of the high school courses
integrated with the technician. In order to delimit the discussion regarding the curriculum of art in
Professional Education, as well as the presence of contents of the musical language in this curriculum,
we establish as central question: How is music inserted in the curricular organization of the art
component and what is its relation with the professional training in the technical courses integrated to
the high school of the IFs (FIs) by perception of the teachers about the prescribed curriculum and the
curriculum in action? The results show that for the integrated curriculum to become action it is
necessary that the schools promote joint actions with their teachers, so that all the curricular
components are focused on a common point; that the curricula are built in an integrated way not only
with respect to the curricular components and contents, but also have a common focus in relation of
the professional and the citizen that one wishes to train, focusing on overcoming the historical
dichotomy between manual and intellectual work and incorporating the intellectual dimension into
vocational training.
Le but de ce travail est celui de trouver comment la musique est insérée dans l’organisation
curriculaire de la discipline Art, ainsi que son rapport avec la formation professionnelle des
cours techniques intégrés au lycée au sein des Instituts Fédéraux (IFs), par le biais du
professeur concernant la base curriculaire officielle et de la base curriculaire adoptée
(pratiquée). Cette recherche a été réalisé en deux étapes. La première a pris en compte la
cartographie des données concernant l’Art et/ou l’art/la musique qui figuraient parmi les
Projets Pédagogiques des Cours (PPC) ou des matrices curriculaires des Cours Techniques
Intégrés au Lycée, disponibles sur les sites des Instituts Fédéraux (IFs) de l’Éducation
Professionnelle, Scientifique et Technologique (EPST) du Brésil*. Dans cette cartographie,
les données acquises démontrent quels cours techniques ont été intégrés aux lycées brésiliens,
ainsi que la charge horaire destinée à cette discipline. Dans les cas où le résumé du cours était
disponible, on a essayé de trouver des contenus de musique dans le curriculum officiel de ce
cours. La deuxième étape de la recherche s’est fixée autour d’une enquête (survey), destinée
aux professeurs d’Art des IFs qui ont reçu un questionnaire mixte à répondre. Parmi les 38 IFs
existants au Brésil, 31 ont été représentés sur l’enquête, qui a compté avec la participation de
43 professeurs. En ce qui concerne l’éducation de base et l’éducation professionnelle, la
législation brésilienne a été consultée sous support théorique, bien que des théoriciens du
domaine de l’éducation professionnelle et curriculaire. Les IFs offrent des cours de
spécialisation professionnelle, le lycée intégré à l’enseignement technique et des licences en
techonologie. Cette recherche se concentre autour des lycées offerts par les IFs dans tout le
Brésil. La proposition du lycée c’est d’y offre des disciplines soit celle qui sont propres au
lycée, bien que celles qui sont techniques. Le résultat est une organisation curriculaire
spécifique où les éléments curriculaires de la “base nationale commune” cohabitent avec la
“partie diversifiée et des unités techniques”, liées au domaine de formation technique de
chaque cours. Le curriculum d’Art doit être pris en compte dans la partie “base nationale
commune”, dans l’organisation curriculaire des cours du lycée intégré au technique. Ayant
pour but d’équilibrer la discussion concernant le curriculum de la discipline d’Art à
l’enseignement professionnel, ainsi que la présence de contenus de langage musical dans ce
même curriculum, nous avons établi comme question centrale celle qui suit: Comment la
musique est insérée dans l’organisation curriculaire d’Art et quel est son rapport avec la
formation professionnelle des cours techniques intégrés au lycée des IFs, à partir de la
perception des professeurs sur le curriculum officiel et celui qui a été adopté? Les résultats
montrent que pour qu’un curriculum soit adopté, il faut que les écoles promouvoient des
actions communes avec ses professeurs, à fin que tous les éléments du curriculum s’orientent
vers un point commun. Il faut aussi que les contenus soient construits de façon intégrée non
seulement liés aux disciplines et contenus, mais qu’il y ait un regard commun vis-à-vis du
professionnel et du citoyen qu’on souhaite former, ayant comme cible le fait de surmonter la
dicotomie historique entre travail manuel et travail intellectuel, en ajoutant une dimension
intellectuelle à la formation professionnelle.
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 20
1.1 Organização do estudo ....................................................................................... 26
2 METODOLOGIA ....................................................................................................... 28
2.1 Coleta de dados.................................................................................................. 28
2.2 Análise de dados ................................................................................................ 33
3 CURRÍCULO NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL – O ENSINO TÉCNICO
INTEGRADO AO ENSINO MÉDIO................................................................................... 45
3.1 Histórico da Educação Profissional .................................................................... 45
3.2 BNCC – Ensino Médio ...................................................................................... 52
3.3 O currículo integrado na Educação Profissional ................................................. 54
3.3.1 Organização curricular e tipos de currículo ............................................. 61
3.4 Síntese do capítulo ............................................................................................. 65
4 O CURRÍCULO DO COMPONENTE CURRICULAR DE ARTE/MÚSICA NO
ENSINO MÉDIO INTEGRADO AO TÉCNICO NOS INSTITUTOS FEDERAIS DO
BRASIL............................................................................................................................... 66
4.1 Organização curricular de arte nos Institutos Federais: Aspectos legais .............. 66
4.2 Organização curricular do componente curricular de arte nos Institutos Federais 75
4.2.1 Região Sul .............................................................................................. 76
4.2.1.1 Paraná .................................................................................... 77
4.2.1.2 Santa Catarina ........................................................................ 80
4.2.1.3 Rio Grande do Sul .................................................................. 84
4.2.2 Região Sudeste ....................................................................................... 88
4.2.2.1 Minas Gerais .......................................................................... 89
4.2.2.2 São Paulo ............................................................................... 93
4.2.2.3 Rio de Janeiro......................................................................... 97
4.2.2.4 Espírito Santo ....................................................................... 101
4.2.3 Região Centro-Oeste ............................................................................ 105
4.2.3.1 Mato Grosso do Sul .............................................................. 105
4.2.3.2 Mato Grosso ......................................................................... 109
4.2.3.3 Distrito Federal..................................................................... 113
4.2.3.4 Goiás .................................................................................... 116
4.2.4 Região Nordeste ................................................................................... 119
4.2.4.1 Alagoas ................................................................................ 120
4.2.4.2 Ceará .................................................................................... 122
4.2.4.3 Maranhão ............................................................................. 125
4.2.4.4 Pernambuco.......................................................................... 127
4.2.4.5 Piauí ..................................................................................... 131
4.2.4.6 Paraíba ................................................................................. 132
4.2.4.7 Rio Grande do Norte ............................................................ 135
4.2.4.8 Sergipe ................................................................................. 139
4.2.4.9 Bahia .................................................................................... 142
4.2.5 Região Norte ........................................................................................ 146
4.2.5.1 Amapá .................................................................................. 146
4.2.5.2 Rondônia .............................................................................. 147
4.2.5.3 Roraima................................................................................ 149
4.2.5.4 Tocantins .............................................................................. 151
4.2.5.5 Acre ..................................................................................... 154
4.2.5.6 Pará ...................................................................................... 155
4.2.5.7 Amazonas ............................................................................. 158
4.3 Síntese do capítulo ........................................................................................... 160
5 RELAÇÕES ENSINO MÉDIO INTEGRADO AO TÉCNICO – CURRÍCULO – ARTE
- MÚSICA ......................................................................................................................... 162
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 225
APÊNDICES ..................................................................................................................... 300
APÊNDICE 1 – Questionário ..................................................................................... 300
APÊNDICE 2 – Email enviado aos professores dos IFs para participar do survey ....... 306
ANEXOS ........................................................................................................................... 307
ANEXO 1 – Licença Software ATLAS.ti .................................................................... 307
20
1 INTRODUÇÃO
1
Neste trabalho optamos por utilizar a terminologia “componente curricular” para nos referirmos ao que pode
ser chamado de unidade curricular, disciplina, matéria ou cadeira escolar. Nos PPCs dos IFs os termos
encontrados foram disciplinas, componentes curriculares e unidades curriculares. Na literatura sobre currículo
não encontramos especificações a respeito do uso dessas terminologias, exceto algumas referências em textos
sobre a história das disciplinas escolares (CHERVEL, 1990). Diante disso, entendemos que a terminologia
“componente curricular” se aproxima mais da visão de unidade dentro do currículo; da relação entre os
conhecimentos trabalhados no currículo integrado, a fim de atingir objetivos comuns com vistas à formação
integral do estudante. Assim, entendemos que cada componente curricular é uma parte de compõe um todo
integrado do currículo.
21
com as áreas técnicas dos cursos ofertados no campus que eu atuava. Então surgiu o interesse
em verificar como se dá integração entre o componente curricular de arte e a formação técnica
do estudante, partindo do princípio de que o currículo integrado pressupõe que o trabalho de
todos os componentes curriculares pode contribuir para a formação profissional do estudante.
Este é o ponto de partida para a realização desta pesquisa que está situada na área de educação
musical, na linha de pesquisa ensino e aprendizagem em música.
Para realizar este trabalho, estabelecemos como objetivo geral: investigar como a
música está inserida na organização curricular do componente de arte, bem como, sua relação
com a formação profissional nos cursos técnicos integrados ao ensino médio dos IFs, a partir
da ótica docente a respeito do currículo prescrito/oficial e do currículo em ação. E, como
objetivos específicos: investigar a organização curricular do componente de arte nos cursos
técnicos integrados dos IFs; compreender como a música está inserida nas ementas dos
Projetos Pedagógicos de Curso (PPCs); identificar como se dá a integração entre o
componente curricular de arte e a formação técnica de cada curso e verificar como os
professores percebem a relação entre a arte e a formação profissional a partir do currículo
prescrito/oficial e do currículo em ação.
Nesse sentido, levantamos alguns questionamentos para balizar a discussão no que diz
respeito ao currículo do componente curricular de arte na Educação Profissional, bem como
da presença de conteúdos da linguagem musical neste currículo: Quais são os cursos técnicos
integrados ao ensino médio ofertados pelos IFs? Como está organizado o currículo dos cursos
técnicos integrados no que diz respeito ao componente curricular de arte? Como a música está
inserida no currículo destes cursos? Quais são os conteúdos da linguagem musical abordados
nas aulas de arte? Como são trabalhados os conteúdos de arte e/ou de música no sentido de
contemplar a formação profissional dos estudantes de cursos técnicos integrados ao ensino
médio? Assim, a questão central da pesquisa ficou estabelecida: Como a música está inserida
na organização curricular do componente de arte e qual sua relação com a formação
profissional nos cursos técnicos integrados ao ensino médio dos IFs a partir da percepção dos
docentes sobre o currículo prescrito/oficial e o currículo em ação?
Nas leituras iniciais a respeito de currículo integrado e do currículo de arte,
percebemos que não havia muitas pesquisas a respeito do currículo de arte e da presença da
música nos cursos técnicos integrados dos IFs. Tampouco havia um mapeamento a respeito
do componente curricular de arte nesses cursos. Por isso, dividimos a pesquisa em duas
etapas. A primeira consistiu no mapeamento dos dados referentes ao componente curricular
de arte e/ou arte/música constantes nos Projetos Pedagógicos de Curso (PPC) ou matrizes
22
curriculares dos cursos técnicos integrados ao ensino médio, disponíveis nos sites dos
Institutos Federais de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (IFs) do Brasil. Nesse
mapeamento, os dados levantados demonstram os cursos técnicos integrados ao ensino médio
ofertados no Brasil, bem como a carga horária destinada ao componente curricular de arte e,
nos casos em que estavam disponíveis as ementas, pesquisou-se a presença de conteúdos da
linguagem musical no currículo prescrito/oficial desses cursos. Esse levantamento foi
realizado no período de julho de 2016 a outubro de 2017.
A segunda etapa da pesquisa se consistiu em um survey, com aplicação de um
questionário misto, destinado aos professores de arte dos IFs. Nessa etapa buscamos entender
a percepção dos professores a respeito da organização curricular da arte nos IFs, a presença da
linguagem musical em suas práticas docentes, a integração entre o componente curricular de
arte e os cursos técnicos integrados ao ensino médio e a visão docente a respeito do que está
no currículo prescrito/oficial e o que é realizado na ação docente em sala de aula.
A fim de balizar a pesquisa com aporte teórico, consultamos a legislação brasileira no
que tange à Educação Básica e à Educação Profissional Técnica de Nível Médio, bem como
teóricos da área da Educação Profissional e do currículo, além de verificar outras pesquisas da
área de educação musical, currículo, educação e Educação Profissional, Científica e
Tecnológica.
A Lei nº 11.769/2008 (BRASIL, 2008a), que alterou o Artigo 26 da LDB nº 9.394/96
(BRASIL, 1996), tratando da obrigatoriedade de conteúdos da área de música no currículo da
Educação Básica e, a aprovação em 02 de maio de 2016, da Lei nº 13.278 (BRASIL, 2016a),
que alterou novamente o Artigo 26 da LDB, apontando que, além da música, as artes visuais,
o teatro e a dança compreendem o componente curricular de arte, trazem uma relevante
oportunidade para discutir as relações entre música, arte e educação no Brasil. Ao mesmo
tempo, a partir de 2008, houve uma expansão da Rede Federal de Educação Profissional,
Científica e Tecnológica (EPCT) com a criação dos IFs, por meio da Lei nº 11.892/2008
(BRASIL, 2008c). A Educação Profissional, a partir da efetivação e expansão da Rede
Federal de EPCT, tornou-se o centro das políticas públicas do país. O Plano Nacional de
Educação (PNE) aprovado pela Lei nº 13.005/14 (BRASIL, 2014), estabeleceu a meta de 10%
do Produto Interno Bruto (PIB), a ser alcançada no prazo de dez anos como investimento
público direto para a educação. Parte dessa previsão orçamentária seria dedicada à Meta 11,
para a EPCT, que aponta a triplicação das matrículas da Educação Profissional Técnica de
Nível Médio (BRASIL, 2014). As estratégias referidas nessa meta contemplam a expansão de
23
oferta de vagas pelos IFs, notadamente no que diz respeito a cursos que tenham
compatibilidade com os arranjos produtivos locais e interiorização da Educação Profissional.
As diferentes percepções e direções dos últimos governos brasileiros têm se refletido
nas práticas educativas e nas políticas adotadas para a Educação Profissional. Na década de
1990 do século passado, mediante o Decreto nº 2.208/97 (BRASIL, 1997), a Educação
Profissional, desvinculando-se do ensino médio, passou em grande parte à iniciativa privada,
embora parcialmente subsidiada pelo Estado, e a responsabilidade pela empregabilidade foi
atribuída ao próprio trabalhador. Nos anos 2000, com a retomada de investimentos no setor
produtivo, a questão da mão de obra se recolocou fortemente, sinalizando a necessidade de
trabalhadores de nível técnico (médio) e de uma nova orientação para a Educação
Profissional. Com isso, as discussões passaram a tratar da qualidade da educação e dos
desafios da modalidade ensino médio integrado, considerando o Decreto nº 5.154/2004
(BRASIL, 2004) e a Lei nº 11.741/08 (BRASIL, 2008c), a atualização das diretrizes
curriculares para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio e o aumento de percentuais
do PIB aplicados na área (LEAL, 2011).
Além disso, no decorrer desta pesquisa houve a aprovação da Lei n° 13.415 de 16 de
fevereiro de 2017 (BRASIL, 2017), que altera a Lei n° 9.394/96 no que diz respeito à carga
horária e à organização curricular da Educação Básica, especialmente do ensino médio, além
de associar a organização dos conteúdos curriculares à Base Nacional Comum Curricular
(BNCC). As escolas, de acordo com essa lei, têm até cinco anos para se adaptarem às
alterações de carga horária e, após a aprovação da BNCC, terão até o ano letivo subsequente
para estabelecer o cronograma de adaptação de seu currículo, devendo iniciar sua
implementação já no segundo ano letivo após a homologação da BNCC. De acordo com a Lei
nº 13.415/2017, o ensino médio passará a contar com 2.600 horas distribuídas nos três anos de
curso. Destas, 1.800 serão regidas pela BNCC e as 1.200 restantes pertencerão os chamados
“itinerários formativos” que serão elaborados pelos estados e pelas escolas. No momento da
escrita deste trabalho, só se encontra homologada a BNCC para a Educação Infantil e o
Ensino Fundamental.
O texto da BNCC do ensino médio foi divulgado pelo MEC no início de abril de 2018
(BRASIL, 2018), um ano após a BNCC da Educação Infantil e Ensino Fundamental. A
apresentação de dois documentos separados e com propostas distintas, já demonstra uma
fragmentação entre as etapas da Educação Básica, o que também é um retrocesso, diante de
tantos movimentos educacionais que, historicamente, buscaram a superação desta e de outras
fragmentações na educação brasileira. Quando da redação final desta pesquisa, a versão ainda
24
passaria por audiências e debates e teria que ser votada no Conselho Nacional de Educação
para aprovação. Este fato implicaria inclusive na implantação da Lei nº 13.415/17, que
deveria se iniciar em 2018, caso a BNCC já estivesse totalmente homologada em 2017, já que
o início do chamado “novo ensino médio” nas escolas de todo o país, depende da
homologação da Base Nacional Comum Curricular (IG, 2017).
Diante disso, continuaremos considerando como norteadoras dos conteúdos
curriculares as Resoluções nº 2 e nº 6 de 2012 referentes, respectivamente, às Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (BRASIL, 2012a) e Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio (BRASIL, 2012b)
respectivamente.
Os IFs fazem parte da Rede Federal EPCT. Centenária em história, esta rede iniciou-se
em 1909 com as Escolas de Aprendizes e Artífices que mais tarde se tornaram os Centros
Federais de Educação Profissional e Tecnológica (Cefets) os quais, a partir de 2008 tornaram-
se Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs). Atualmente, a rede conta com
644 unidades, das quais 38 são IFs, 2 Cefets, 25 escolas vinculadas à Universidades Federais
e o Colégio Pedro II. Os IFs ofertam cursos de qualificação profissional, ensino médio
integrado ao técnico e cursos superiores de tecnologia, bacharelado e licenciatura. O foco
desta pesquisa são os cursos técnicos integrados ao ensino médio ofertados pelos IFs em todo
o Brasil.
Os cursos técnicos integrados ao ensino médio são constituídos de componentes
curriculares comuns ao ensino médio regular e de componentes das áreas técnicas
relacionadas à formação profissional de cada curso. O ensino médio integrado diferencia-se
dos cursos concomitantes, nos quais o estudante cursa o ensino médio regular em um período
e em outro turno faz a parte profissional e, também, do curso subsequente o qual estudante
precisa ter concluído o ensino médio regular para, então, frequentar o curso técnico. A
proposta do ensino médio integrado é ofertar os componentes curriculares do ensino médio
regular e, ao mesmo tempo, os componentes das áreas técnicas, resultando em uma
organização curricular específica onde se contemplam os componentes curriculares da “base
nacional comum” correspondentes à formação regular de ensino médio e componentes
curriculares da “parte diversificada e unidades técnicas” relacionadas à área de formação
técnica de cada curso. O componente curricular de arte deve estar contemplado na parte da
“base nacional comum”, dentro da organização curricular dos cursos técnicos integrados ao
ensino médio. Ressaltamos que, mesmo não sendo apontado como um componente curricular
na proposta da BNCC do ensino médio, os conteúdos de arte fazem parte das competências e
25
habilidades contempladas pela BNCC, caberá a cada instituição, ao elaborar seus itinerários
formativos, contemplar a arte como componente curricular ou somente manter seus
conhecimentos específicos dentro da grande área de Linguagem, Códigos e suas Tecnologias.
Tendo como base as discussões a respeito do currículo e dos componentes curriculares
escolares, podemos afirmar que, historicamente, a inserção da música na escola está
diretamente ligada às questões políticas, sociais e culturais que permeiam desde os processos
de seleção, organização e prática dos saberes escolares até as disputas no que diz respeito à
identidade cultural. Garcia (2012) explica que as relações entre música e educação devem ser
compreendidas como um campo que se delimita junto às disputas pela definição e pela
hierarquização dos saberes e fins educacionais, numa perspectiva pela qual não se pode falar
da natureza e do valor da educação musical sem se falar da natureza e do valor histórico e
sociocultural da música e da educação.
A relação música e educação, em suas funções didáticas, pedagógicas e curriculares,
está diretamente ligada ao contexto em que está inserida. Nesse sentido, pesquisadores como
Souza (2007), Penna (2007) e Ilari (2007) discutiram a conquista de espaço da música na
escola, sua inserção no cotidiano escolar diante das diversas instâncias e contextos
educacionais, a comunicação da educação musical com as ciências sociais no que diz respeito
à implementação de políticas públicas para o ensino de música e a onipresença da música nas
atividades humanas. Partindo da ideia que a música faz parte do cotidiano do ser humano e
que, de acordo com Ilari (2007), sua ocorrência se dá por meio da multiplicidade de práticas e
de repertórios relacionados às atividades cotidianas e às funções psicossociais, concordamos
com Penna (2007, p. 63) ao afirmar que “a conquista de espaços para a música na escola
depende, em grande parte, do modo como atuamos concretamente no cotidiano escolar e
diante das diversas instâncias educacionais”.
Currículo e educação e, consequentemente, educação profissional são questões
discutidas por autores como Silva (2015), Moreira e Silva (2013; 1995); Moreira (1995)
Sacristán (2013;2017); Frigotto, Ciavatta e Ramos (2012) e Lopes (2004). A organização e
seleção dos conteúdos escolares, bem como a preocupação com “o que ensinar” vem sendo
discutida desde a Didática Magna de Comenius; antes mesmo de ser chamado de currículo,
pesquisadores da área de educação como John Dewey, Ralph Tyler, David Hamilton, Louis
Althusser, Pierre Bourdieu, Jean-Claude Passeron, Samuel Bowles, Herbert Gintis, Michael
Apple perceberam a importância que a seleção dos conteúdos tem sobre a formação do
estudante, além de ressaltarem e apontarem os jogos de poder que a sociedade exerce sobre a
escola e sobre a organização do currículo (SILVA, 2015). Além disso, acreditamos que nosso
26
interesse pelo currículo advém do entendimento de que é por meio dele que se realizam as
funções da escola como instituição (SACRISTÁN, 2017).
O currículo integrado, concepção utilizada na Educação Profissional e, portanto, nos
cursos técnicos integrados ao ensino médio, objeto desta pesquisa, é discutido numa
perspectiva histórica por autores como Moura (2012); Garcia (2013) Pereira e Passos (2012) e
Azevedo e Reis (2013) e numa perspectiva política por Kuenzer (2002). As concepções de
currículo integrado bem como as possibilidades e desafios de sua implementação são
temáticas apresentadas por Frigotto, Ciavatta e Ramos (2012) e Moll (2010). Saviani (2003)
discute a concepção de ensino médio integrado relacionando-a com os conceitos de educação
unitária, politécnica2e omnilateral.
Diante disso, a proposição desta pesquisa, justifica-se pelo fato de estar investigando
um contexto novo e ainda pouco explorado, que é a relação entre a Educação Profissional e o
ensino de arte e de música. Além disso, este estudo contribui com a área de educação, no que
tange a organização curricular no âmbito da Educação Profissional e na área de educação
musical, por estar investigando a inserção da música em um contexto diferenciando, voltando
seu olhar para a articulação entre o ensino de música em sala de aula, como componente
curricular de arte/música no currículo integrado.
Este estudo está organizado da seguinte forma: após a introdução, que nesse trabalho é
tratada como o primeiro Capítulo, apresentamos a Metodologia que é o Capítulo 2, trazendo
informações a respeito do levantamento dos dados do mapeamento dos currículos do
componente curricular de arte nos IFS do Brasil. Além disso, explicamos o desenvolvimento
do survey com uma amostra dos professores de arte dos IFs do Brasil. O survey foi realizado
por meio da aplicação de um questionário verificando a integração do componente curricular
de arte com a formação profissional dos cursos técnicos integrados, bem como o currículo
prescrito/oficial versus currículo em ação, conceitos estabelecidos por Sacristán (2013; 2017).
A metodologia de análise dos dados foi estruturada a partir dos conceitos de codificação de
Saldaña (2009) e da análise de conteúdo segundo Bardin (2016).
No Capítulo 3 apresentamos uma síntese a respeito do currículo na concepção da
Educação Profissional integrada ao ensino médio, destacando o ensino técnico integrado ao
2
O termo politecnia de acordo com Saviani (2003, p.140) relaciona-se com “domínio de fundamentos científicos
das diferentes técnicas que caracterizam o processo de trabalho moderno”.
27
ensino médio no âmbito da Rede Federal de EPCT. Para compreender esse currículo
integrado, foi apresentado um breve histórico da Educação Profissional a fim de demonstrar
como ele está politicamente inserido no cenário educacional brasileiro. O texto foi construído
a partir da perspectiva histórica de autores que discutem o ensino médio integrado. O
currículo é discutido, nesse capítulo, sob a perspectiva de Sacristán (2013), que trata do
currículo prescrito/oficial e do currículo em ação, e de Apple (2008), que trata do currículo
oculto e das interferências ideológicas e hegemônicas na elaboração dos currículos, o que
também implica na prática docente.
Na sequência o Capítulo 4, apresenta o mapeamento e análise dos dados contidos nas
matrizes curriculares dos PPCs disponíveis nos sites do IFs. Ali, descrevemos a organização
curricular da arte nos IFs trazendo algumas considerações sobre o ensino de arte e buscando
demonstrar como a música está inserida na EPCT.
No Capítulo 5 apresentamos a análise dos dados obtidos no survey. Destacamos nessa
análise a percepção dos professores sobre a organização do componente curricular de arte nos
IFs, a presença da linguagem musical em suas práticas docentes, a integração entre o a arte e
os cursos técnicos integrados ao ensino médio e a visão docente a respeito do que está no
currículo prescrito/oficial e o que é realizado na ação docente em sala de aula.
Feito isso, apresentamos as considerações finais sobre este estudo que, longe de ser
um trabalho conclusivo, demonstra, principalmente que este é apenas um ponto de partida
para inúmeros estudos e incontáveis análises e olhares que podemos ainda construir a partir de
leitura dos dados aqui levantados, bem como de novos dados que podem ser obtidos diante da
temática educação profissional – currículo – arte – música.
28
2 METODOLOGIA
Considerando o objetivo principal desta pesquisa, que é investigar como a música está
inserida na organização curricular do componente de arte, bem como sua relação com a
formação profissional nos cursos técnicos integrados ao ensino médio dos IFs, a partir da
ótica docente a respeito do currículo prescrito/oficial e do currículo em ação/praticado,
delineamos este trabalho em duas etapas.
A primeira etapa tem como base a pesquisa documental, que se vale de materiais que
não receberam ainda um tratamento analítico e/ou que podem ser reelaborados de acordo com
os objetivos da pesquisa, a saber: documentos oficiais, contratos, diários, entre outros (GIL,
2012). Diante disso, realizamos um mapeamento de todos os cursos técnicos integrados
ofertados nos IFs observando a presença do componente curricular de arte nos PPCs e/ou nas
matrizes curriculares disponíveis nos sites institucionais. Também, observamos, dentro destes
documentos oficiais, a carga horária do componente curricular, o regime e o período de oferta.
E, quando as ementas estavam disponíveis, investigamos a presença de conteúdos
relacionados à linguagem musical.
29
Assim, o critério estabelecido para determinar a amostra foi: ser professor de arte de
IF e a amostragem foi de um professor de cada estado. Os participantes foram selecionados a
partir da disponibilidade em participar da pesquisa. O contato foi realizado através de
aplicativo de rede social por meio de dispositivo móvel no qual já existe um grupo dos
professores de arte dos IFs de todo o Brasil. A partir disso, os professores foram convidados a
participar da pesquisa. É importante ressaltar que, por mais que se tenha cuidado para a
seleção da amostra, por se tratar de uma investigação ampla, com os professores de arte dos
IFs de todo o Brasil, é possível que algo tenha ficado a desejar na seleção da amostra, como o
caso de IFs em que tivemos 3 ou mais respostas de professores diferentes e de outros dos
quais não obtivemos resposta.
Como instrumento de coleta de dados na segunda etapa da pesquisa, foi utilizado o
questionário. Os questionários permitem atingir um grande número de pessoas, ainda que
estejam dispersas em uma área geográfica extensa; implica em economia de recursos
financeiros; garante o anonimato das respostas; permite que as pessoas respondam quando
julgarem conveniente e evita a exposição dos participantes à influência das opiniões e aspecto
pessoal do pesquisador. Porém, a coleta de dados através de questionário também apresenta
limitações, pois exclui as pessoas que não sabem ler; impede o auxílio do pesquisador quando
o participante tem alguma dúvida [como foi o caso dessa pesquisa que se utilizou de
questionário online]; não permite o conhecimento das circunstâncias em que foi respondido;
envolve um número pequeno de questões, pois questionários muito extensos tem alta
probabilidade de não serem respondidos; dificulta a objetividade dos resultados, pois cada
item pode ter significados bem diferentes para cada participante (GIL, 2012). Sabendo de tudo
isso, mantivemos a aplicação do questionário misto, considerando o melhor aproveitamento
do tempo entre a aplicação do questionário e a finalização da tese.
O questionário foi composto por questões abertas e fechadas (Apêndice 1). As
questões abertas possibilitam a liberdade do participante, porém as respostas nem sempre são
relevantes, além de dificultarem a tabulação dos dados. Já nas questões fechadas, o
participante precisa escolher alguma alternativa dentre uma lista apresentada, elas conferem
maior uniformidade às respostas e mais facilidade ao serem processadas, porém envolvem o
risco de não incluírem todas as alternativas relevantes. Por esses motivos e também por conta
da natureza desta pesquisa, optamos por construir o questionário com os dois tipos de
questões.
Levando em consideração os avanços da tecnologia, a pesquisa foi realizada através de
questionário online. O questionário foi aplicado através do Formulário Google, que permite
33
que somente as pessoas que possuem o link possam acessar o questionário para respondê-lo.
Diante disso, o link do questionário foi enviado para o email dos professores de arte de cada
IF, que se disponibilizaram a participar da pesquisa. Para responder o questionário através do
Formulário Google não é necessário fazer download, o participante clica no link e já aparece o
questionário a ser respondido. Além disso, após responder, não é necessário fazer upload,
uma vez que as repostas ficam salvas automaticamente no sistema. Acreditamos que esse
procedimento tenha facilitado e agilizado a participação na pesquisa, alcançando maior
número de respostas. Vale destacar, também, que o Formulário Google gera uma planilha
eletrônica contendo todas as respostas dos participantes, além de gerar gráficos com os dados
quantitativos, o que facilita a análise dos dados.
O questionário foi dividido em três sessões. Na primeira, que chamamos de sessão “a”,
foram tratados assuntos relacionados a informações gerais dos respondentes, como nome, e-
mail, telefone, IF em que atua, tempo de atuação em IF, área/linguagem artística de formação,
habilitação (bacharel ou licenciado), pós-graduação. Na sessão “b”, as questões foram
relacionadas à organização curricular dentro dos PPCs, como carga-horária do componente
curricular de arte, elaboração da ementa e, também, questões relacionadas à atuação do
docente diante da organização curricular e dos conteúdos descritos na ementa, inclusive do
trabalho com os conteúdos musicais quando presentes no currículo prescrito/oficial. As
questões dessa parte do questionário continham alternativas, porém, também havia espaço
para o docente descrever situações, comentários ou exemplos que pudessem auxiliar na
compreensão de suas respostas. Na última sessão do questionário, sessão “c”, composta por
questões abertas, tratamos da relação do currículo de arte com formação técnica profissional
(currículo integrado), buscando justamente entender essa relação a partir da ótica docente
diante do currículo prescrito/oficial e das ações que o docente realiza a partir deste currículo
que, na visão de Sacristán (2013), é o currículo em ação.
A análise dos dados também foi dividida em duas fases. Na primeira fase, os dados do
mapeamento foram organizados em gráficos para cada estado da federação. Muitas
informações poderiam ser observadas a partir dos dados obtidos ao preencher a planilha.
Porém, como o objetivo dessa parte da pesquisa era mapear os cursos técnicos integrados dos
IFs e verificar a presença de conteúdos da linguagem musical na ementa do componente
curricular de arte, elaboramos basicamente três tipos de gráficos: cursos técnicos integrados
34
por estado; curso técnico integrado versus carga-horária do componente curricular de arte e,
presença ou não da música na ementa do componente curricular de arte em cada estado. Além
disso, contabilizamos aqueles que não tinham informação. Os dados dos gráficos gerados
foram descritos no decorrer do texto, separados por estado.
Na segunda fase da pesquisa, etapa do survey, os dados obtidos no questionário foram
gerados com natureza mista, ou seja, alguns são dados quantitativos, mais relacionados a
informações gerais dos respondentes, como nome, e-mail, telefone, IF em que atua, tempo de
atuação em IF, área/linguagem artística de formação, habilitação (bacharel ou licenciado),
pós-graduação. A análise destes dados gerais foi realizada através da construção de gráficos e
da descrição dos dados gerados.
Após esse levantamento de dados gerais, fizemos uma sessão a respeito da
organização curricular em relação ao componente curricular de arte nos cursos técnicos
integrados ao ensino médio nos IFs. Nessa sessão, as questões foram relacionadas à
organização curricular dentro dos PPCs, como carga-horária do componente curricular de
arte, elaboração da ementa e, também, questões relacionadas à atuação do docente diante da
organização curricular e dos conteúdos descritos na ementa, inclusive do trabalho com os
conteúdos musicais quando presentes no currículo prescrito/oficial. As questões dessa parte
do questionário continham alternativas, porém, também havia espaço para o docente
descrever situações ou exemplos que pudessem auxiliar na compreensão de suas respostas.
Diante disso, essa parte da análise contou com uma avaliação mista em que descrevemos os
dados que possibilitaram tabulação gráfica, bem como a análise de conteúdo, considerando os
comentários escritos pelos participantes.
E, na última sessão do questionário, composta por questões abertas, tratamos da
relação do currículo de arte com formação técnica profissional nos cursos técnicos integrados
ao ensino médio, buscando entender essa relação a partir da ótica docente diante do currículo
prescrito/oficial e das ações que o docente realiza a partir deste currículo que, na visão de
Sacristán (2013; 2017), é o currículo em ação. Para analisar essa sessão, trabalhamos com
categorizações ou codificações (SALDAÑA, 2009) e análise de conteúdo (BARDIN, 2016),
além de utilizar o software ATLAS.ti.
O processo de análise descrito por Saldaña (2009), é um processo de codificação para
análise qualitativa de dados, que se relaciona com o campo de pesquisa, as opções teóricas e
recortes conceituais do pesquisador. Para essa codificação ele apresenta dois ciclos com 31
possibilidades de elaboração de códigos. No quadro 1 apresentamos as possibilidades de
codificação propostas por Saldaña (2009).
35
Saldaña propõe que antes de iniciar o primeiro ciclo, o pesquisador faça uma pré-
codificação onde é feita a leitura inicial dos dados e construída memórias, onde as
informações relevantes são destacadas (em negrito, circuladas, sublinhadas) e relacionadas
com a teoria, podendo auxiliar na elaboração de questionamentos do que foi levantado nas
leituras iniciais. Essa etapa pode ser associada com a pré-análise proposta por Bardin (2016).
Feito isso, o pesquisador escolhe um método ou uma combinação entre os 24 métodos
indicados para o primeiro ciclo que mais favoreçam a resposta à questão de pesquisa.
36
Para esse trabalho, optamos pelo método de codificação por magnitude, que permite
classificar os participantes da pesquisa. Aplicamos esse método na análise da primeira sessão
do questionário. Depois, categorizamos os códigos a serem utilizados e passamos para a
codificação simultânea que permite descobrir correlações entre as codificações realizadas,
onde podemos atribuir dois códigos ao mesmo fragmento de texto, por exemplo. Isso foi
realizado utilizando o ATLAS.ti durante a análise das respostas descritivas dos participantes
do survey.
Após o primeiro ciclo de codificação, Saldaña (2009) recomenda que os dados sejam
reanalisados, gerando representações gráficas por meio de tabelas de correlação, mapas
mentais, mapas conceituais, gráficos e/ou esquemas que auxiliem o pesquisador na análise
dos dados. O autor acredita que a representação gráfica pode auxiliar o pesquisador a refinar
ainda mais o processo de codificação, facilitando a análise dos dados. Nesse trabalho, após a
codificação e categorização das respostas obtidas no survey, criamos mapas semânticos
relacionando os dados com as categorias de análise estabelecidas e com as teorias a respeito
do currículo. Todos esses procedimentos de análise foram feitos utilizando o ATLAS.ti.
Saldaña aponta que novas etapas de codificação, ainda no primeiro ciclo, podem ser aplicadas
aos dados organizados nas representações gráficas criadas e que, não necessariamente,
precisamos utilizar o segundo ciclo de classificação. Neste trabalho, optamos por não utilizar
o segundo ciclo de classificação.
A análise de conteúdo é uma técnica de análise qualitativa proposta por Bardin (2016),
o qual estabelece três fases essenciais para este tipo de análise: a pré-análise, a exploração do
material e o tratamento dos resultados, inferência e interpretação.
A fase de pré-análise é o que constitui o corpus da pesquisa, é a fase de organização
do material, sistematização das ideias iniciais. Esta primeira fase pode ser construída a partir
de quatro etapas: a leitura flutuante, que seria o contato com os documentos coletados no
intuito de entender o material que o pesquisador tem em mãos e seguir para a etapa seguinte
que consiste na escolha dos documentos delimitando o que será analisado; a partir dessa
leitura e escolha de documentos, o pesquisador formula as hipóteses e objetivos que seria a
terceira etapa da primeira fase e organiza o seu referencial teórico por meio de índices e
indicadores, atingindo a quarta etapa da primeira fase. Nesta pesquisa a fase de pré-análise,
conforme proposta por Bardin (2016), foi constituída com as leituras a respeito de currículo
integrado, Educação Profissional e currículo, e com o mapeamento realizado na primeira
etapa de levantamento de dados. A partir disso, foram formulados os objetivos geral e
específicos.
37
Quadro 2 - Relação entre objetivos e questões de pesquisa com os instrumentos de coleta de dados e categorias
Quadro de correlação dos instrumentos de coleta de dados com os objetivos e com os tipos de currículo - categorias
Perguntas do questionário Conceitos
Objetivo Questões de Pesquisa Etapa da Coleta de Dados correlatas
a. investigar a Subquestão 1. Quais são os Mapeamento e questionário 9.O componente curricular de Currículo Prescrito/Oficial
organização curricular do cursos técnicos integrados ao eletrônico arte é ofertada em quantos
componente curricular de ensino médio ofertados pelos períodos dos cursos técnicos
arte nos cursos técnicos Institutos Federais? integrados do seu campus?
integrados dos Institutos Subquestão 2. Como está 11. Você considera a Currículo Prescrito x
Federais do Brasil. organizado o currículo dos quantidade de horas e Currículo em Ação
cursos técnicos integrados ao períodos em que o
ensino médio no que diz componente curricular de
respeito à unidade curricular arte é ofertada suficiente
arte? para trabalhar o que prevê a
ementa? Justifique sua
resposta na opção “outros”.
12. Quantas horas você Currículo em Ação
considera que seriam ideais
para trabalhar o componente
curricular de arte em um
curso técnico integrado ao
ensino médio?
b. compreender como Subquestão 2. Como está Mapeamento e questionário 10. A respeito da elaboração Currículo Prescrito/Oficial
a música está inserida nas organizado o currículo dos eletrônico ou reestruturação da ementa
ementas dos Projetos cursos técnicos integrados ao do componente curricular de
Pedagógicos de Curso (PPCs); ensino médio no que diz arte dos cursos técnicos
respeito à unidade curricular integrados ao ensino médio,
arte? como foi sua participação?
Subquestão 3. Como a 16. No currículo oficial Currículo Prescrito/Oficial
música está inserida no (ementa) dos cursos técnicos
currículo destes cursos? integrados ao ensino médio
nos quais você atua, estão
previstos conteúdos da área
de música?
16. 1 Se sim, como você Currículo em ação
trabalha com estes
conteúdos?
Subquestão 4. Quais são os 17. Ainda com relação aos Currículo Prescrito/Oficial
conteúdos abordados nas conteúdos musicais, você
aulas de música? poderia definir quais são
estes conteúdos?
c. identificar como se Subquestão 5.Como são Questionário eletrônico 18. Analisando o currículo de Currículo Integrado
dá a integração entre o trabalhados os conteúdos de arte, você observa relação
componente curricular de arte ou arte/música no com a formação profissional
arte e a formação técnica de sentido de contemplar a do curso técnico integrado
cada curso formação profissional dos em que atua?
estudantes de cursos técnicos 18.1 Se sim, descreva de que Currículo Integrado
integrados ao ensino médio? forma o conteúdo (currículo)
da disciplina de arte se
relaciona com a área de
formação técnica
profissional? Pode usar
exemplos.
Questão Central: Como a 19. Na sua prática docente, Currículo em ação
música está inserida na como você trabalha os
organização curricular do conteúdos de arte ou
componente de arte e qual arte/música no sentido de
sua relação com a formação relacioná-la com a formação
profissional nos cursos profissional dos estudantes
técnicos integrados ao ensino de cursos técnicos integrados
médio dos IFs a partir da ao ensino médio? Cite
percepção dos docentes exemplos.
sobre o currículo oficial e
praticado?
d. verificar como os Subquestão 5.Como são Questionário eletrônico 13. Como você trabalha os Currículo em ação
professores percebem a trabalhados os conteúdos de conteúdos de arte, no que diz
relação entre a arte e a arte ou arte/música no respeito às linguagens
formação profissional a partir sentido de contemplar a artísticas?
do currículo oficial e do formação profissional dos 14. Ao trabalhar os conteúdos Currículo Prescrito x
currículo praticado. estudantes de cursos técnicos previstos no currículo oficial Currículo em Ação
integrados ao ensino médio? (descritos na ementa do PPC)
como você atua?
39
Feito isso, foi possível elaborar mapas semânticos diante de cada categoria de análise,
a criação desses mapas semânticos permitiu triangular os dados com as teorias a respeito do
currículo, relacionando-os com as respostas dos participantes.
Na figura 2 podemos observar o momento de construção de um mapa semântico.
Apesar do software interligar as relações entre as categorias criadas (codes) e as respostas
marcadas (quotations) através da ferramenta network, cada resposta foi analisada
individualmente e, muitas vezes, realinhada dentro do mapa semântico criado, a fim de dar
mais sentido à análise.
43
A Educação Profissional, de acordo com Moura (2012), data do início do século XIX,
quando se criou o Colégio das Fábricas. No mesmo período, outras sociedades civis se
organizaram no sentido de amparar crianças órfãs e abandonadas oferecendo-lhes formação
teórico-prática e ensino industrial, tendo um cunho assistencialista. Entre os séculos XIX e
XX, a preparação de operários para trabalhar nas indústrias passou a mesclar os objetivos
assistencialistas da formação profissional. Em 1909, o então Presidente Nilo Peçanha criou as
Escolas de Aprendizes e Artífices, destinadas aos “pobres e humildes” e instaladas em todas
as unidades da federação (MOURA, 2012).
De acordo com o Documento Base da Educação Profissional Técnica de Nível Médio
Integrada ao Ensino Médio,
Dessa forma, o currículo “era enciclopédico e diversificado, constituído por disciplinas das
ciências humanas, da natureza, línguas, artes e literatura. A frequência era obrigatória, e o
sistema de avaliação previa: arguição mensal, prova parcial a cada dois meses, e exame final”
(PEREIRA; PASSOS, 2012 p.79).
Já no ensino profissional médio, a reforma ocorreu através do Decreto nº 20.158 de 30
de junho de 1931, que regulamentou a profissão de contador e organizou o ensino comercial,
dividindo-o em nível médio e superior, com duração e disciplinas diferenciadas. Pereira e
Passos (2012) ressaltam que o ensino profissional médio era composto por dois ciclos. O 1º,
curso propedêutico, com duração de 03 anos, e auxiliar de comércio, com 02 anos; e o 2º,
pelos cursos técnicos com duração de 02 a 03 anos, dependendo do curso (as opções eram:
secretário, guarda-livros e administrador-vendedor - 02 anos; e atuário e perito-contador - 03
anos). Segundo as autoras, o ensino superior restringia-se ao curso de Administração e
Finanças, com 03 anos de duração, porém, acessível apenas àqueles que fizessem o curso de
perito-contador.
Percebe-se que os cursos profissionalizantes, exceto o de cunho comercial, não tinham
vinculação com o ensino secundário e nem com o superior, evidenciando a dicotomia entre a
educação propedêutica3, para a elite e a educação para o trabalho, dirigida aos membros da
classe trabalhadora.
De acordo com Moura (2012), na década de 1930, também houve o Manifesto dos
Pioneiros da Educação Nova
3
Entende-se por propedêuticos os conhecimentos mínimos necessários para se concluir o ensino médio
convencional.
47
artigos. A educação brasileira fica dividida em dois níveis: Educação Básica e Ensino
Superior, a Educação Profissional não está em nenhum dos dois, ou seja, a Educação
Profissional não faz parte do ensino regular no Brasil.
De acordo com o Documento Base da Educação Profissional e Técnica de Nível
Médio Integrada ao Ensino Médio (BRASIL, 2007), essa separação entre ensino médio e
Educação Profissional já estava prevista em um Projeto de Lei de iniciativa do poder
executivo, conhecido como PL nº 1.603, que já tramitava no congresso antes da promulgação
da LBD de 1996. O conteúdo do PL nº 1.603 encontrou resistência por parte da comunidade,
especialmente das Escolas Técnicas Federais (ETF) e dos Centros Federais de Educação
Tecnológica (Cefets).
Considerando essa resistência e na iminência da aprovação da própria LDB no
Congresso Nacional
4
De acordo com Ramos (2012) a educação integrada enfoca o trabalho como princípio educativo, no sentido de
incorporar a dimensão intelectual ao trabalho produtivo e de superar a dicotomia trabalho manual x intelectual,
formando trabalhadores capazes de atuar como dirigentes e cidadãos.
51
uma possibilidade, uma vez que a LDB nº 9.394/96 no artigo 36, inciso 2 diz que “o ensino
médio atendido à formação geral do educando poderá prepará-lo para o exercício de
profissões técnicas”, o verbo “poderá” exime a obrigatoriedade da oferta do ensino técnico.
Ao mesmo tempo da promulgação do Decreto nº 5.154/04 que possibilitou a
integração do ensino médio com os cursos técnicos, houve uma divisão da então Secretaria da
Educação Média e Tecnológica (SEMTEC), criando-se a Secretaria da Educação Básica
(SEB) e a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), o que demonstra um
movimento contrário ao da integração. Tanto que, somente em 2007 a SETEC publicou o
Documento Base da Educação Profissional Técnica de Nível Médio Integrada ao Ensino
Médio, que discute as concepções, princípios e fundamentos pedagógicos do ensino médio
integrado.
Outros pontos a serem destacados com relação ao Decreto n° 5.154/04 são a falta de
identidade de um ensino técnico integrado ao ensino médio, ou seja, a compreensão do que
seria essa formação realmente integral do estudante, onde se supere a dualidade entre cultura
geral e cultura técnica (para a classe operária) versus formação acadêmica (para a classe
média alta); e a falta de vagas/oportunidades para todos, uma vez que somente 50% das vagas
necessárias são ofertadas. Nesse sentido, o governo entendeu que havia necessidade de
expandir a oferta do ensino médio integrado ao técnico, especialmente em instituições
públicas que se concretizou com a Lei nº 11.741/08 (BRASIL, 2008b) que atualiza as
diretrizes curriculares para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio. Com o aumento
de percentuais do PIB aplicados na área (LEAL, 2011) e com o projeto de expansão da Rede
Federal de Educação Profissional e Tecnológica, as antigas Escolas Técnicas Federais e os
CEFETs forma transformados em Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs)
e abrindo novos IFs em cinco estados que ainda não contavam com instituições da Rede
Federal de Educação Profissional, além de interiorizar esta rede federal, ou seja, implantar IFs
não somente nas capitais e litoral, mas também em cidades do interior, no intuito de dar
acesso às comunidades dessas regiões ao ensino profissionalizante, público, gratuito e de
qualidade. Atualmente, após dez anos de criação da Rede Federal de Educação Profissional,
Científica e Tecnológica, ela conta com por 644 unidades, das quais 38 são IFs, 2 Cefets, 25
escolas vinculadas às Universidades Federais e o Colégio Pedro II.
52
organização curricular passa a ser por área do conhecimento, isso possibilita que a formação
de professores também passe a ser da mesma forma o que gradativamente dispensaria as
formações anteriores.
A BNCC do ensino médio aponta de modo confuso e superficial as competências e
habilidades que deverão ser desenvolvidas nesta etapa da educação pelos itinerários
formativos. Enquanto na BNCC do Ensino Fundamental estão definidas áreas do
conhecimento, competências específicas de cada área, componentes curriculares e as
competências específicas de cada componente. Na BNCC do ensino médio, define-se apenas
áreas do conhecimento e as competências de cada área; os componentes curriculares são
somente Língua Portuguesa e Matemática. Além do que, ao invés de definir unidades
temáticas, objetivos de cada unidade e habilidades específicas, a BNCC do ensino médio
apenas aponta as habilidades.
De acordo com a BNCC, “as habilidades expressam as aprendizagens essenciais que
devem ser asseguradas aos alunos nos diferentes contextos escolares” (BRASIL, 2018, p. 29).
Ainda, segundo a BNCC:
Nesse ponto, vale questionar se o adolescente brasileiro que entra no ensino médio
tem condições e maturidade para escolher seu itinerário formativo, considerando todas
dificuldades e precariedade da educação pública em nosso país; a lei de reforma do ensino
médio e a BNCC, ao invés da flexibilização de conteúdos, simplesmente antecipam a idade de
escolha do aluno para definir qual a área do conhecimento em que ele se especializará. Nos
países em que a flexibilização é definida pelo aluno, ele define quais componentes
curriculares farão parte do seu currículo, mas ele pode cursar componentes de áreas distintas.
Na BNCC do Brasil, isso não está proposto, o aluno deverá seguir todos os arranjos
curriculares do itinerário escolhido, não sendo possível fazer outro itinerário, a não ser que o
faça após a conclusão do ensino médio e se houver vagas.
Além disso, a suposta escolha do aluno fica restrita aos arranjos curriculares
determinados pela escola que ele frequenta, que devem contemplar as orientações da BNCC,
porém, permite que um arranjo aglutine conteúdos de componentes curriculares diferentes.
Isso dá margem para que professores de áreas deixem de ser contratados. Acrescido a isso, o
54
texto não obriga a oferta de todos os itinerários formativos em um único sistema de ensino, já
que sua relevância ficará de acordo com o contexto local e a possibilidade dos mesmos.
Assim, o aluno cursará o que for disponibilizado na sua localidade, ou terá que buscar outras
escolas em outras regiões que contemplem o itinerário de sua preferência.
Ao olhar as propostas do documento preliminar da BNCC, percebe-se o quanto ainda é
necessário expandir e aprofundar estudos a respeito do currículo e, especialmente, sobre o que
é essencial para a educação brasileira, considerando a perspectiva do discurso, discutida por
Silva (2015), que tem como questão central saber qual conhecimento é considerado
importante ou válido para fazer parte do currículo. Ao mesmo tempo, quando vemos um
documento como este refletimos o quanto o discurso hegemônico, dominante e individualista
está presente na educação, resultando em estabelecer fins e instrumentalizar o estudante,
dando a entender que o discutir e o refletir são, nessa visão, menos ou nada importantes. Essa
versão da BNCC teve alguns retrocessos em relação às duas outras versões, especialmente no
que diz respeito à ampla participação de todos os sujeitos envolvidos: alunos, professores,
gestão. Destacamos também que as associações que representam professores de artes e de
música (ANPED e ABEM) tem participado ativamente das audiências no Conselho Nacional
de Educação buscando rebater os problemas identificados no texto da BNCC.
jovens que têm direito ao ensino médio pleno e, ao mesmo tempo, necessitam se situar no
sistema produtivo” (p. 15). Com isso, os mesmos autores defendem a luta por um ensino
médio integrado ao técnico que supere o dualismo, a fragmentação e o aligeiramento do
ensino médio e da Educação Profissional para os jovens trabalhadores. Ao mesmo tempo,
afirmam que essa formação articulada e integrada à formação científico-tecnológica e ao
conhecimento histórico-social, pretende dar possibilidade ao jovem de compreender os
fundamentos técnicos, sociais, culturais e políticos do sistema produtivo atual, ou seja,
pretende que o processo educativo seja emancipatório. Porém, apontam para desmistificação
de que isso garantirá ao jovem o acesso ao mundo do trabalho, pois essa é uma luta mais
ampla da nossa sociedade6.
Nos Institutos Federais, o currículo dos cursos técnicos integrados é composto por
componentes curriculares do “núcleo comum”7 e por componentes das áreas técnicas8. Dentro
do rol do que é chamado de núcleo comum está incluído, entre outros, o componente
curricular de artes ou artes/música, o que nos leva a crer que o ensino técnico integrado ao
ensino médio compreende a importância da formação integral do aluno, dando-lhe subsídios
para atuar no mundo do trabalho, mas também para ir além, dando-lhe condições de continuar
seus estudos em cursos de graduação e pós-graduação, se assim desejar. De acordo com
Garcia (2018), o modelo de formação integrada dos IFs é a escola pública que mais se
aproxima da formação humana integral9.
Nesse sentido, vale ressaltar as críticas comumente apontadas ao ensino técnico como
sendo direcionado somente para a formação de mão-de-obra, porém o ensino médio integrado
ao técnico pressupõe a superação da formação profissional como adestramento e adaptação às
demandas do mercado e do capital, visando a formar um jovem capaz de compreender e lutar
por sua emancipação que seja crítico, reflexivo e transformador da sociedade em que vive.
Isso vem ao encontro de um dos pilares da Educação Profissional do IFs, que é o trabalho
como princípio educativo10 que se resume em formar cidadãos capazes de organizar e pensar
6
A respeito das relações do mundo do trabalho e do ensino médio integrado ao técnico, sugere-se o texto de
Frigotto (2012): Concepções e mudanças no mundo do trabalho e o ensino médio. In.: FRIGOTTO, G.;
CIAVATTA, M.; RAMOS, M. (orgs). Ensino Médio Integrado: Concepção e contradições. 3 ed. São Paulo:
Cortez, 2012.
7
Entende-se por disciplinas do “núcleo comum” as mesmas que fazem parte do ensino médio regular.
8
As “disciplinas técnicas” são aquelas específicas da formação profissionalizante, relacionadas diretamente ao
curso técnico.
9
Moll (2010) destaca que a formação integrada proposta pelos IFs se diferencia da perspectiva de alinhamento
subalterno da educação ao capital, é um projeto pleno que aproxima “ciência, cultura, trabalho e tecnologia na
formação de gerações historicamente excluídas” (p. 132).
10
De acordo com Storni (2018) o trabalho é princípio educativo a partir do momento em que proporciona a
compreensão do processo histórico, científico e tecnológico como conhecimentos desenvolvidos e apropriados
56
suas ações. Diante disso, é necessário que as instituições dialoguem com a sociedade no
sentido de compreender quais são os arranjos produtivos locais e verificar se os egressos dos
cursos ofertados são absorvidos pelo mundo do trabalho. Caso contrário, acontece o que
Kuenzer (2005) aponta que é uma avalanche de ofertas educacionais e formativas que acabam
por “caracterizar uma certificação vazia, por construírem modalidades aparentes de inclusão
educacional, que excluem do mundo do trabalho, dos direitos e das formas dignas de
existência” (p. 15).
Destacamos ainda, que o ensino técnico integrado ao ensino médio, faz parte da
Educação Básica, sendo que as legislações sobre o ensino médio devem ser consideradas na
organização escolar dos IFs. O ensino médio é a última etapa da Educação Básica, tendo
como algumas de suas finalidades:
socialmente para a transformação das condições naturais da vida e a ampliação das capacidades e
potencialidades humanas. Assim, diferentemente de fazer o trabalho braçal, que seria somente executar a ação, a
formação integral sugerida pelos IFs tem a intenção de formar um trabalhador que se molde ao mundo do
trabalho, flexível, interativo e autônomo, não que se adapte à atividade do trabalho, mas que consiga organizar e
pensar suas ações.
57
Nessa perspectiva, parece relevante buscar compreender o currículo “em sua relação
com questões que perguntem pelo ‘por que’ das formas de organização do conhecimento
escolar” (MOREIRA; SILVA, 2013, p. 13), o que nos leva a refletir, no caso das relações
entre a Educação Profissional e a música, sobre as motivações e as formas como a música
torna-se ou não parte desse determinado conjunto de conhecimentos.
O ensino de música na Educação Básica enfrenta desafios que perpassam desde a
formação dos professores para atuar na educação formal (BELLOCHIO, 2001; SOARES;
SCHAMBECK; FIGUEIREDO, 2014) até a indefinição sobre as concepções, utilizações e
funções da música no cotidiano escolar (SOUZA, 2009).
Segundo Fernandes (2013, p. 121), “o pressuposto básico para a elaboração de um
currículo, bem como da prática (curso, aula), é definirmos com clareza quais são os objetivos
de cada componente curricular”, o autor destaca que a educação musical deve contribuir para
que o aluno se desenvolva em diferentes áreas, como intelectual, emocional, sensório-motor e
social, indo além da estética e da alfabetização musical.
Dessa forma, entende-se currículo como um espaço de organização do conhecimento
escolar que perpassa a seleção dos conhecimentos a serem trabalhados na escola, ou seja, que
faz parte de um planejamento pedagógico e institucional.
As teorias do currículo, sob a perspectiva do discurso, de acordo com Silva (2015),
têm como questão central saber o que ou qual conhecimento deve ser ensinado, ou seja, qual
conhecimento é considerado importante ou válido para fazer parte do currículo. Nesse
sentido, a pergunta “o que” sempre está ligada com a questão “o que eles querem se tornar”,
uma vez que o currículo vai influenciar e até modificar as pessoas que vão segui-lo. Dessa
forma, quando se fala em currículo, também envolve-se questões de identidade e
subjetividade.
Na perspectiva pós-estruturalista o currículo é, também, uma questão de poder, uma
vez que selecionar envolve essa questão. Por isso, as teorias do currículo não estão situadas
num campo puramente epistemológico e a questão do poder é o que separa as teorias
tradicionais das teorias críticas e pós-críticas do currículo. As teorias tradicionais pretendem
ser neutras, científicas e desinteressadas, aceitando que existe um conhecimento dominante e
dando como óbvia a seleção de conteúdos, concentrando-se no como transmiti-los. Já as
58
Estas questões, apesar de terem sido feitas no início do Século XX, continuam atuais
quando se discute currículo e Educação Profissional, principalmente no tocante à formação
para o mundo do trabalho, as “ocupações profissionais”, uma vez que nos cursos técnicos
59
integrados existe a preocupação de preparar o jovem para a atuação profissional, o que não
exclui as possibilidades de formação humana e a preocupação com as experiências subjetivas
do jovem.
Com isso, entendemos que a organização curricular não está livre de influências
externas à própria escola, como o interesse social, os movimentos de determinados grupos que
visam escolher os conteúdos que farão parte do currículo, uma vez que o currículo é
construído a partir de uma seleção de conhecimentos a serem trabalhados na escola e faz parte
de um planejamento por onde perpassam interesses pedagógicos e institucionais. Assim,
concordando com as teorias críticas e pós-críticas do currículo, entendemos que não há
neutralidade ou desinteresse na questão da construção do currículo, o qual está diretamente
ligado ao porquê da escolha de um conhecimento em detrimento de outro e aos interesses que
fazem com que determinado conteúdo faça parte do currículo.
Ainda a respeito da neutralidade e influências sobre o currículo, Sacristán (2017)
afirma que o currículo é o reflexo dos interesses da sociedade e dos valores dominantes que
regem os processos educativos, com isso, “a assepsia científica não cabe nesse tema, pois, no
mundo educativo, o projeto cultural e de socialização que a escola tem para seus alunos não é
neutro” (p. 17). Acreditamos e concordamos com Sacristán (2017) no sentido de que o
currículo é uma prática que se relaciona com agentes sociais, elementos técnicos, alunos,
professores e suas ações frente a ele.
Além disso, destacamos que o currículo, está diretamente ligado ao sistema educativo,
o qual é composto por níveis e finalidades diversas, o que resulta em currículos também
diferenciados (SACRISTÁN, 2017). Assim, entendemos que a EPCT e, mais
especificamente, o ensino técnico integrado ao ensino médio, com sua concepção de currículo
integrado, seja um sistema educativo diferenciado e, por esse motivo, pressupõe que as ações
frente ao currículo sejam condizentes com a formação profissional de cada curso.
Ao discutir o conceito de currículo, Schubert (1986 apud SACRISTÁN, 2017)
apontou algumas acepções sobre o currículo. Entre elas: “o currículo como conjunto de
conhecimentos ou matérias a serem superadas pelo aluno dentro de um ciclo” (p. 14), que,
segundo o autor, é o sentido mais clássico e utilizado. De fato, esta é a definição de currículo
que utilizamos para fazer a sua análise, porém, compreendemos essa definição mais no
sentido de organização curricular, onde se encontram os conteúdos, cargas horárias, períodos
que serão trabalhados os componentes curriculares. Nesse ponto concebemos o currículo
como dinâmico e prático, entendendo que ele é, na realidade, a ação e a relação de sala de
60
aula, permeado por todas as influências sociais, culturais e de poder também fazem parte da
concepção do currículo.
Assim, ratificamos a definição de currículo como práxis apontada por Sacristán
(2017), que afirma que, diferentemente de um objeto estático, o currículo
Para discutir a organização curricular e os tipos de currículo, bem como para embasar
nossa análise, o principal referencial teórico que utilizamos nesta pesquisa é Sacristán (2017).
Como já vimos ele defende o currículo como um enfoque prático e processual. Um objeto que
se constrói na configuração, implantação, concretização e expressão de práticas pedagógicas
(p. 99). Essa prática motivada pelo currículo, faz parte de um projeto educativo que reflete as
facetas pessoais, sociais e culturais de diversos indivíduos, os quais necessitam desempenhar
habilidades e funções na sociedade. As habilidade e funções consideradas fundamentais estão,
geralmente, expressas nos conteúdos escolares. Assim, os conteúdos do currículo não podem
mais ser reduzidos às áreas acadêmicas clássicas de conhecimentos, ainda que estes
continuem tendo um lugar importante na ação educativa. De acordo com Sácristan (2017, p.
56):
Diante disso, podemos afirmar que a Educação Básica vem incorporando componentes
culturais cada vez mais amplos, em direção à uma educação integral, o que dificulta ainda
mais a seleção de conteúdos diante a pluralidade cultural que compõe a nossa realidade. Os
componentes culturais têm valores diferentes para cada parte que compõe o currículo:
sociedade, escola, pais, professores e alunos, o que torna mais complexa a construção de um
currículo obrigatório onde cada indivíduo tenha iguais oportunidades de êxito.
A cultura embutida no currículo de cada escola é uma seleção organizada e
apresentada de forma única. Esta organização, “não é uma mera seleção de conteúdos
justapostos ou desordenados [...] nesse sentido, dizemos que o currículo tem um formato, uma
forma como consequência da ‘tecnificação’ pedagógica de que tem sido objeto”
(SACRISTÁN, 2017, p. 75). Esse formato curricular é muito importante para a configuração
do currículo, pois a organização dos elementos que o compõem, como os conteúdos, se reflete
na prática.
62
Os currículos, de acordo com Bernstein (1980 apud SACRISTÁN, 2017) podem ser
classificados em dois tipos básicos, de acordo com as fronteiras que estabelecem entre os
diferentes conteúdos que o formam. Assim, segundo o autor, temos o currículo collection e o
currículo integrado. O currículo collection é composto por “componentes justapostos, no qual
os elementos se diferenciam claramente uns dos outros” (BERNSTEIN, 1980, apud
SACRISTÁN, 2017, p.76). O currículo integrado, é composto por componentes que se
relacionam uns com os outros de forma aberta (Ibid.). O currículo integrado deveria, de
acordo com o autor, proporcionar conteúdos que tenham um sentido em suas relações com os
outros conteúdos e não que visem simplesmente o avanço de uma etapa da escolaridade para
outra. Quando se estabelece fronteiras entre tipos de conhecimento, cria-se um forte
sentimento de grupo e de identidade em torno da especialização de um componente curricular
por exemplo, o que nem sempre é saudável em determinados sistemas escolares.
Diante disso, entendemos que, nos IFs, o currículo integrado deveria ter exatamente a
proposta de que os conteúdos se relacionem entre si e não de justapunham. Concordamos com
Sacristán (2017) ao afirmar que no currículo integrado a organização dos conteúdos segue
uma lógica diferente da visão especialista do conhecimento que o produz em parcelas
separadas. Com isso, a integração do currículo pode apoiar-se na prática docente, com
programações e experiências que abarcam diversos conteúdos. Porém, essa prática também
exige um afastamento da zona de conforto do professor, que geralmente tem uma atuação
mais voltada para a especialidade universitária do que às necessidades formativas gerais de
um aluno de ensino médio. Outra necessidade para o desenvolvimento de um currículo
integrado é a formação de equipes docentes, esta ação também se vê dificultada considerando
o estilo mais individualista dos professores que, acostumados com uma estrutura escolar que
se apoia no currículo collection, acabam apresentando fortes resistências às tentativas de
mudanças. Sacristán (2017) salienta que
é quando ele deixa de ser um plano proposto e passa a ser adotado pelos docentes e, também,
pelos materiais curriculares (textos, documentos, entre outros).
A terceira fase é a do currículo moldado pelos professores. Sacristán (2017) defende
que “o professor é um agente ativo muito decisivo na concretização dos conteúdos e
significados dos currículos, moldando a partir de sua cultura profissional qualquer proposta
que lhe é feita” (p. 104). Os planos de ensino ou os planejamentos de aulas que os professores
fazem, são exemplos deste tipo de interpretação do currículo. Essa organização que o docente
faz no sentido de concretizar o que está prescrito oficialmente e apresentado nos materiais,
por exemplo, pode ser realizada em conjunto ou individualmente e, essa organização social do
trabalho docente tem consequências importantes para a prática.
O currículo em ação é a quarta fase de interpretação do currículo sugerida por
Sacristán (2017). O currículo em ação é a prática guiada pelos esquemas teóricos e práticos
dos professores, onde podemos perceber o significado real das propostas curriculares. O autor
ressalta que a prática ultrapassa os propósitos do currículo, uma vez que é influenciada pelas
vivências e interações que se produzem na própria prática. Sacristán (2013) diz que pode-se
pensar no currículo em ação como aquele que é “realizado na prática real, com sujeitos
concretos e em um contexto determinado” (p. 26).
A quinta fase corresponde ao currículo realizado apontado por Sacristán (2013; 2017)
como os efeitos reais da educação escolar situados no plano subjetivo dos aprendizes. São
“efeitos complexos dos mais diversos tipos: cognitivo, afetivo, social, moral” (SACRISTÁN,
2017, p.104). O currículo realizado pode ser entendido como as consequências do currículo,
cujos efeitos complexos e difíceis de definir, afetam tanto os alunos quanto os professores.
Por fim, a sexta fase é o currículo avaliado que é “expresso nos resultados
educacionais escolares comprováveis e comprovados que são refletidos no rendimento
escolar” (SACRISTÁN, 2013, p. 26). Por meio do currículo avaliado o significado do que é a
prática são reforçados. Para o aluno, a aprendizagem escolar sempre está vinculada a algum
tipo de valoração.
O autor destaca que existe uma separação entre a prescrição de conteúdos no currículo
e sua organização pedagógica para produzir experiências significativas. As prescrições não
vão além de bons textos escritos. A prática daquilo que está prescrito, bem como as condições
para que a prática possa se desenvolver é onde deve-se concentrar as energias. O centro das
atenções do ensinar deve se deslocar para o aprender “dos que ensinam para os que aprendem,
do que se pretende para o que se consegue na realidade, das intenções declaradas para os fatos
alcançados” (SACRISTÁN, 2013, p. 27).
65
O ensino médio é a etapa final da Educação Básica e, nas últimas décadas tem estado
em eveidência as discussões em torno de sua identidade, funcionalidade, organização
curricular, formação dos docentes e os desafios da formação humana diante das
transformações no campo do trabalho, cultura, ciência e tecnologia da sociedade
contemporânea. Essas mudanças na sociedade trazem algumas contradições entre o ensino
médio tradicional e sua capacidade em atender às expectativas dos jovens, que por vezes,
acabam vendo esta etapa da educação como desestimulante e sem sentido (AZEVÊDO; REIS,
2013). Além disso, muitos jovens necessitam buscar a inserção no mundo do trabalho11, muito
antes dos 18 anos, no intuito de complementar a renda familiar. Nesse sentido, cursar um
ensino médio que pouco se relaciona com as atividades laborais, faz com que muitos desses
jovens, partam para a vida adulta sem completar a escolaridade básica.
11
Segundo Azevêdo e Reis (2013), as expressões “mundo do trabalho” e “mercado de trabalho” são diferentes.
“O mundo do trabalho diz respeito à complexidade da realidade social, da produção da vida. Nela estão inseridas
todas as formas de produção de atividades econômicas (serviços, indústria, comércio, agropecuária), atividades
culturais (toda produção social no âmbito das manifestações da cultura, mídia, cinema, dança, teatro, música,
entre outros) [...]. Assim, uma educação com o foco no mundo do trabalho visa fomentar percursos discentes na
direção de uma inserção crítica propositiva e não subordinada no mercado de trabalho, por meio da formação
cidadã e técnica (p. 35).
67
Além disso, no artigo nº 35 da LDB, na sessão que trata do ensino médio, está descrito
que uma das finalidades do ensino médio é “a preparação básica para o trabalho e a cidadania
do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade
a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores” (BRASIL, 2010a, p. 28-29),
considerando também a formação humana, da ética, autonomia intelectual, desenvolvimento
do pensamento crítico e a compreensão do pensamento crítico, associando a teoria com a
prática.
Na Lei nº 11.892/2008 (BRASIL, 2008c) que institui a Rede Federal de Educação
Profissional, Científica e Tecnológica, cria os Institutos Federais de Educação, Ciência e
Tecnologia, no art. 6º, inciso primeiro salienta que os IFs têm por finalidade:
Portanto, entendemos que tanto no ensino médio regular, como no ensino médio
integrado, o vínculo com o exercício profissional e a prática social devem estar contemplados.
A Lei nº 11.741/2008 (BRASIL, 2008b) que redimensionou, institucionalizou e
integrou as ações da Educação Profissional Técnica de Nível Médio, da educação de jovens e
adultos e da Educação Profissional, Científica e Tecnológica, trouxe alterações no artigo 36
da LDB, sendo que o artigo 36-A, como passou a ser denominado, ficou com o seguinte texto:
“Sem prejuízo do disposto na Seção IV deste Capítulo, o ensino médio, atendida a formação
geral do educando, poderá prepará-lo para o exercício de profissões técnicas” (BRASIL,
2008b, p. 2). Assim, entendemos que, nos cursos técnicos integrados ao ensino médio, a
preparação para o exercício de profissões técnicas deve acontecer atendendo a formação geral
do educando, ou seja, em um curso integrado, tanto a formação profissional quanto a
formação propedêutica são relevantes e devem ser contempladas.
Os IFs, de acordo com a Lei nº 11.741/2008, na alteração para o art. 36-B da LDB,
podem ofertar Educação Profissional Técnica de Nível Médio na forma articulada com o
ensino médio; e/ou subsequente, em cursos destinados a quem já tenha concluído o ensino
médio. No acréscimo do art. 36-C trazido pela mesma lei, explica-se que a Educação
Profissional Técnica de Nível Médio articulada pode ser desenvolvida de forma:
69
Vale ressaltar que, na forma integrada, também podem ser ofertados os cursos técnicos
integrados na modalidade PROEJA (Programa Nacional de Integração da Educação
Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos).
A Resolução CNE/CEB nº 6 de 20 de setembro de 2012 que define as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio, aponta que:
Ainda na LDB, no que diz respeito à Educação Profissional o parágrafo único do art.
36-C ressalta que a Educação Profissional Técnica de Nível Médio deverá observar “os
objetivos e definições contidos nas diretrizes curriculares nacionais estabelecidas pelo
Conselho Nacional de Educação” (BRASIL, 2010a, p. 31). Assim, entende-se que o ensino
técnico integrado ao ensino médio está diretamente vinculado à Educação Básica,
especialmente no que tange aos componentes curriculares do núcleo comum, como é o caso
da arte, sendo que as diretrizes curriculares nacionais para o ensino médio também devem ser
observadas ao tratar-se da organização curricular dos cursos técnicos integrados.
70
saber: “O som. O silêncio e seus recursos expressivos. Qualidades sonoras (alturas, timbres,
intensidades, durações). Movimento. Imaginação sonora; ideia de música” (BRASIL, 2006, p.
193). O documento ressalta que isso pode ser trabalhado tendo como base a produção e a
interpretação musicais. O documento finaliza ressaltando o currículo como uma construção
permanente e repassando para a escola a responsabilidade de organizar o ensino de arte no
espaço-tempo que julgar pertinente, considerando as reivindicações historicamente
consolidadas.
Por fim, percebe-se que o ensino de arte, bem como o de música, no ensino médio,
pode ser organizado de modo diferente em cada unidade escolar, de acordo com seu contexto
e com suas possibilidades. Não há uma carga horária mínima a ser cumprida e os conteúdos
apontados não são fechados e podem ser trabalhados de acordo com o contexto escolar e com
a formação dos professores.
12
De acordo com o Ofício nº 072/2015/SETEC/MEC recomenda-se que as instituições da Rede Federal de
Educação Profissional, Científica e Tecnológica adotem o uso dos vocábulos campus, para utilização no
singular, e campi, para utilização no plural, na forma latina, portanto em itálico, conforme entendimento da ABL
(Academia Brasileira de Letras).
77
11 no IFF, totalizando 42 campi. Assim, na Região Sul são 95 campi de IFs oferecendo cursos
técnicos integrados ao ensino médio.
4.2.1.1 Paraná
Gráfico 2 - Carga horária do componente curricular de arte nos cursos técnicos integrados do
Paraná
Santa Catarina conta com dois IFs, o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) e o
Instituto Federal Catarinense (IFC). O estado conta com um total de 66 cursos técnicos
integrados ao ensino médio. O gráfico 4 apresenta os cursos técnicos integrados ofertados no
estado de Santa Catarina.
Em relação à organização curricular, observamos que todos os cursos que
disponibilizavam o PPC ou a matriz curricular nos sites dos campi dos IFs de Santa Catarina
(IFSC e IFC) possuem o componente de arte no currículo dos cursos técnicos integrados.
O gráfico 5 apresenta a carga horária do componente curricular de arte ou artes no
estado de Santa Catarina. A carga horária de arte nos IFs do estado varia entre 201 e 40 horas.
Dos 66 cursos ofertados em Santa Catarina, 18 não disponibilizavam informações sobre carga
horária do componente de arte nos sites dos cursos.
Quanto ao regime de oferta, Santa Catarina possui cursos ofertados em regime anual e
semestral. O período de oferta do componente curricular de arte varia dependendo o projeto
de curso, da carga horária e do regime de oferta.
Em relação aos conteúdos de música presentes na ementa do componente curricular de
arte, nos cursos técnicos integrados de Santa Catarina, 31 apresentam conteúdos de música,
81
26 focam em conteúdos das outras linguagens artísticas e nove não apresentam informação
sobre a ementa no site dos cursos. Isso pode ser observado no gráfico 6.
Nas ementas disponíveis nos sites dos campi as palavras relacionadas à música que
mais apareceram foram: definição de arte e música; recursos primordiais de produção
musical; princípios básicos da rítmica musical: compasso, pulso, andamento, valores e
acentos; gêneros de música popular; instrumentos musicais; história da música popular
brasileira; princípios básicos da escrita musical: alturas e melodia; desenvolvimento e gêneros
musicais brasileiros; formas e estruturas musicais: fraseado, repetições, seções, contrastes;
polifonia e princípios básicos da construção harmônica; a música programática como recurso
expressivo multilinguístico; elementos da linguagem musical; biografia dos compositores;
escrita musical; música; som e suas propriedades; gêneros musicais; o significado e as
funções da música na sociedade; teoria e solfejo musical elementar; produção musical; música
popular brasileira e as contribuições: negra, indígena e europeia; canto; linguagens sonoras;
música; estudo da música: a música como objeto de conhecimento; estilos e gêneros musicais;
música no século XX e XXI; artistas e estilos musicais; música brasileira; apreciação e análise
de produções artísticas internacionais, nacionais e locais.
82
Gráfico 5 - Carga horária do componente curricular de arte nos cursos técnicos integrados de
Santa Catarina
O estado do Rio Grande do Sul conta com três Institutos Federais, o Instituto Federal
do Rio Grande do Sul (IFRS), o Instituto Federal Sul-riograndense (IFSul) e o Instituto
Federal Farroupilha (IFFar). O estado oferta 83 cursos técnicos integrados ao ensino médio. O
gráfico 7 apresenta os cursos técnicos integrados ofertados no Rio Grande do Sul.
Todos os cursos que disponibilizavam PPC ou matriz curricular nos sites dos campi
possuem o componente de arte no currículo dos cursos técnicos integrados. No Rio Grande do
Sul, são ofertados cursos técnicos integrados anuais e semestrais, com predominância no
regime anual com duração de quatro anos. O período de oferta varia de acordo com o PPC, a
carga horária e o regime de oferta, mas observou-se que a maioria oferece o componente
curricular de arte no primeiro ano do curso.
O gráfico 8 apresenta a carga horária do componente curricular de arte ou artes no Rio
Grande do Sul. A carga horária de arte nos IFs do estado varia entre 165 e 33 horas. Dos 83
cursos ofertados no estado, 10 não disponibilizavam informações a respeito da carga horária
do componente curricular de arte nos sites dos campi.
A respeito dos conteúdos relacionados à música presentes na ementa do componente
curricular de arte, nos cursos técnicos integrados do Rio Grande do Sul, o gráfico 9 demonstra
85
que 50 cursos apresentam conteúdos de música, nove focam em conteúdos das outras
linguagens artísticas e 24 não apresentavam informação a respeito da ementa nos sites dos
campi.
Nas ementas disponíveis, os termos relacionados à música que mais apareceram
foram: definição de arte e música; recursos primordiais de produção musical; princípios
básicos da rítmica musical: compasso; características da música e oficinas práticas de música;
apreciação musical; som; parâmetros do som; contextualizações e análises dos diferentes tipos
de música, gêneros e estilos; elementos da linguagem musical; contextualização de períodos
da História da Música; leitura rítmica; linguagens da arte: música; elementos da musicalidade:
ritmo, entonação, harmonia; noções básicas das linguagens da arte com enfoque em música;
elementos básicos da música; exercícios auditivos; a linguagem musical; materiais sonoros e
as transformações históricas; o papel sociocultural da música; criação e experimentação
musical; desenvolvimento do pensamento artístico e musical e da percepção estética;
experiências de expressão musical e introdução dos conteúdos e da função da música na
sociedade; estruturas morfológicas e sintáticas da música; contexto histórico, social e
narrativo da música; música popular brasileira; reflexões sobre o pensamento artístico e
musical e suas articulações com a sociedade contemporânea.
86
Gráfico 8 - Carga horária do componente curricular de arte nos cursos técnicos integrados do
Rio Grande do Sul
Gráfico 9 - Rio Grande Sul: presença de conteúdos musicais na ementa do componente curricular de arte
Na Região Sudeste são cinco IFs no estado de Minas Gerais, a saber, o Instituto
Federal de Minas Gerais (IFMG) com 17 campi, Instituto Federal do Sul de Minas
(IFSULDEMINAS) com 8 campi, Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) que conta
com nove campi, Instituto Federal do Sudeste de Minas (IFSUDESTE) com dez campi, e o
Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG) que têm 11 campi, totalizando 55 campi
em Minas Gerais. São Paulo possui somente o Instituto Federal de São Paulo (IFSP) com 38
campi. O Rio de Janeiro possui dois IFs, o Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) com 13
campi e o Instituto Federal Fluminense com 12 campi, totalizando 25 campi de IFs no Rio de
Janeiro13. No Espírito Santo são 21 campi do Instituto Federal do Espírito Santo. No total são
139 campi de IFs na região sudeste.
13
Lembrando que nesse mapeamento só estão contabilizados os IFs, dessa forma não estão contabilizando os
Centros Federais de Educação Tecnológica (CEFETs), o Colégio Pedro II e as Escolas Técnicas Federais
vinculadas às Universidades.
89
O estado de Minas Gerais conta com cinco IFs, o Instituto Federal de Minas Gerais
(IFMG), Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM), O Instituto Federal do Sul de Minas
Gerais (IFSULDEMINAS) e o Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais (IFSUDESTE).
Minas Gerais oferta 118 cursos técnicos integrados ao ensino médio. O gráfico 10 apresenta
os cursos técnicos integrados ofertados no estado.
Em relação à organização curricular, observamos que, de todos os cursos que
disponibilizavam o PPC ou a matriz curricular nos sites dos IFs de Minas Gerais, apenas um
não apresentou o componente curricular de arte na matriz curricular dos cursos técnicos
integrados.
A carga horária de arte nos IFs do estado varia entre 180 e 30 horas. Dos 118 cursos
ofertados em Minas Gerais, 27 não disponibilizavam informações a respeito da carga horária
do componente curricular de arte nos sites dos campi. Os gráficos 11 e 12 apresentam a carga
horária do componente de arte ou artes no estado de Minas Gerais.
Quanto ao regime de oferta, Minas Gerais possui cursos ofertados em regime anual e
semestral. O período de oferta do componente curricular de arte varia dependendo o projeto
de curso, da carga horária e do regime de oferta.
Sobre os conteúdos relacionados à música na ementa de arte, nos cursos técnicos
integrados de Minas Gerais, 56 apresentam conteúdos de música, 19 focam em conteúdos das
outras linguagens artísticas e 42 não apresentam informação a respeito da ementa no site,
além de um curso não apresentar o componente curricular de arte no PPC. Essas informações
podem ser observadas no gráfico 13.
Nas ementas disponíveis nos sites dos campi os termos relacionados à música que
mais apareceram foram: música; noções básicas de música; cantos cívicos nacionais; artes
audiovisuais; percepção sonora e sensibilidade estética; os sons em fontes sonoras diversas;
contextualização da música na história da humanidade; ritmo e movimento; som; estudo sobre
música; instrumentos musicais.
90
Gráfico 11 - Carga horária do componente curricular de arte nos cursos técnicos integrados de
Minas Gerais (IFMG e IFTM)
Gráfico 12 - Carga horária do componente curricular de arte nos cursos técnicos integrados de
Minas Gerais (IFSULDEMINAS; IFSUDESTE; IFNMG)
O estado de São Paulo possui somente um IF, o Instituto Federal de São Paulo (IFSP)
que conta com 38 campi e 72 cursos técnicos integrados ao ensino médio, os quais podem ser
observados no gráfico 14.
Em relação à oferta do componente curricular de arte, observamos que todos os cursos
que disponibilizavam o PPC ou a matriz curricular nos sites dos campi do IFSP tem arte no
currículo dos cursos técnicos integrados.
O gráfico 15 apresenta a carga horária do componente curricular de arte ou artes no
IFSP. Constatamos que a distribuição da carga horária nos diversos cursos técnicos integrados
ofertados em São Paulo varia entre 201 e 57 horas. Dos 72 cursos ofertados no IFSP, 17 não
disponibilizavam informações sobre a carga horária de arte nos sites dos campi.
Todos os cursos técnicos integrados do IFSP que disponibilizavam no site matriz
curricular e/ou PPC apresentavam regime de oferta anual. O período de oferta do componente
curricular de arte varia dependendo o projeto de curso e da carga horária.
94
Gráfico 15 - Carga horária do componente curricular de arte nos cursos técnicos integrados de
São Paulo
O estado do Rio de Janeiro conta com dois IFs, o Instituto Federal do Rio de Janeiro
(IFRJ) e o Instituto Federal Fluminense (IFF), ofertando, ao todo, 55 cursos técnicos
integrados ao ensino médio. O gráfico 17 apresenta os cursos técnicos integrados ofertados no
estado14.
Em relação à organização curricular, constatamos que a maioria dos sites dos IFs do
Rio de Janeiro não continham informações disponíveis a respeito do PPC, matriz curricular e
ementas do componente curricular de arte. Observou-se que os IFs do estado ofertam cursos
técnicos integrados em regime anual e semestral e o período de oferta do componente
curricular de arte varia dependendo o projeto de curso, da carga horária e do regime de oferta.
14
Lembrando que estão sendo considerados somente os Institutos Federais, pois o Rio de Janeiro conta com
outras escolas da Rede Federal que certamente ofertam cursos técnicos integrados.
98
Gráfico 18 - Carga horária do componente curricular de arte nos cursos técnicos integrados do
Rio de Janeiro
O estado do Espírito Santo possui somente um IF, o Instituto Federal do Espírito Santo
(IFES) que conta com 21 campi e 41 cursos técnicos integrados ao ensino médio, os quais
podem ser observados no gráfico 20.
Em relação à oferta do componente curricular de arte, observou-se que todos os cursos
que disponibilizavam o PPC ou a Matriz Curricular nos sites dos campi do IFES tem arte no
currículo dos cursos técnicos integrados. Porém, ressaltamos que 25 cursos não apresentavam
informações a respeito da Matriz Curricular nos sites.
O gráfico 21 apresenta a carga horária do componente curricular de arte ou artes no
IFES. Observamos que a distribuição da carga horária nos diversos cursos técnicos integrados
ofertados no Espírito Santo varia entre 120 e 31,66 horas. Dos 41 cursos ofertados no IFES,
25 não disponibilizavam informações sobre a carga horária do componente curricular de arte
nos sites dos campi.
Todos os cursos técnicos integrados do IFES que disponibilizavam no site matriz
curricular e/ou PPC apresentavam regime de oferta anual. O período de oferta do componente
curricular de arte varia dependendo o projeto de curso e da carga horária.
102
No IFES, dos 41 cursos técnicos integrados ofertados nos campi, seis apresentam
conteúdo relacionado à música na ementa; dez contemplam outros conteúdos de arte e 25 não
continham informações sobre a ementa de arte no site. Isso pode ser observado no gráfico 22.
Os termos e expressões relacionadas à música que apareceram nas ementas descritas
dos PPCs disponíveis nos sites do IFES foram: música; e história da arte: características,
representantes, obras, música e poesia.
103
Gráfico 21 - Carga horária do componente curricular de arte nos cursos técnicos integrados do
Espírito Santo
O Mato Grosso do Sul possui um IF, o Instituto Federal de Mato Grosso do Sul que
conta com dez campi e oferta, ao todo, 20 cursos técnicos integrados ao ensino médio. O
gráfico 23 demonstra os cursos técnicos integrados ofertados no IFMS.
Em relação à oferta do componente curricular de arte, observamos que todos os cursos
disponibilizavam informações no site do IFMS e possuem o componente de arte no currículo
dos cursos técnicos integrados.
106
Gráfico 24 - Carga horária do componente curricular de arte nos cursos técnicos integrados de
Mato Grosso do Sul
Gráfico 27 - Carga horária do componente curricular de arte nos cursos técnicos integrados de
Mato Grosso
O Distrito Federal conta com um IF, o Instituto Federal de Brasília (IFB) que oferta 12
cursos técnicos integrados ao ensino médio. O gráfico 29 demonstra os cursos técnicos
integrados ofertados no IFB.
Em relação à oferta do componente curricular de arte, observamos que todos os cursos
que disponibilizavam PPC ou matriz curricular no site dos campi do IFB possuem arte no
currículo dos cursos técnicos integrados, em um campus o componente curricular é chamado
de Linguagens.
A respeito da carga horária do componente curricular de arte, constatamos que no IFB
a carga horária varia entre 160 e 66,7 horas. O gráfico 30 demonstra a distribuição da carga
horária de arte no IFB. Todos os cursos técnicos integrados do IFB que disponibilizavam no
site Matriz Curricular e/ou PPC dos cursos, demonstravam que o regime de oferta é semestral.
O período de oferta do componente curricular de arte varia dependendo o projeto de curso.
114
Gráfico 30 - Carga horária do componente curricular de arte nos cursos técnicos integrados do
Distrito Federal
4.2.3.4 Goiás
Goiás conta com dois IFs, o Instituto Federal de Goiás (IFG) e o Instituto Federal
Goiano (IFGoiano), ofertando, ao todo, 71 cursos técnicos integrados ao ensino médio. O
gráfico 32 apresenta os cursos técnicos integrados ofertados no estado.
Em relação à organização curricular, constatamos que todos os cursos que continham
informações a respeito do PPC e matriz curricular nos sites dos IFs possuem o componente
curricular de arte, o qual em alguns campi é denominado: Arte e Processos de Criação.
Observamos que todos os cursos técnicos integrados que continham informações disponíveis
são ofertados em regime anual e o período de oferta do componente de arte varia dependendo
o projeto de curso e da carga horária.
A carga horária de arte nos IFs de Goiás varia entre 162 e 34 horas. O gráfico 33
apresenta a carga horária do componente curricular de arte ou Arte e Processos de Criação no
estado de Goiás. Dos 71 cursos ofertados em Goiás, quatro não disponibilizavam informação
a respeito da carga horária.
Em relação à presença de conteúdos musicais na ementa do componente curricular de
arte, destacamos que 29 cursos possuem conteúdos relacionados à música na ementa, 8
117
Gráfico 33 - Carga horária do componente curricular de arte nos cursos técnicos integrados de
Goiás
4.2.4.1 Alagoas
O estado de Alagoas possui somente um IF, o Instituto Federal de Alagoas (IFAL) que
conta com 16 campi e 28 cursos técnicos integrados ao ensino médio, os quais podem ser
observados no gráfico 35.
Em relação à oferta do componente curricular de arte, constatamos que muitos campi
não disponibilizavam informações a respeito da organização curricular, no site dos campi,
sendo que 22 campi não continham informações sobre a matriz curricular ou PPC. Dos que
disponibilizavam informações, observamos que, em alguns campi o nome do componente
curricular é Arte, em outros Artes e, ainda, Estudo da Arte.
Em relação à carga horária, apenas seis cursos disponibilizavam informações, nos
quais a carga horária do componente curricular de arte é de 33,3 horas. Assim, dos 28 cursos
técnicos integrados ofertados no IFAL, 22 não disponibilizavam informações sobre a carga
horária de arte nos sites dos campi. Isso pode ser observado no gráfico 36.
Nos PPCs dos cursos técnicos integrados que disponibilizavam informações no site,
observamos que o regime de oferta á anual e a arte está alocada na organização curricular
durante o 1º ano de curso.
No IFAL, dos 28 cursos técnicos integrados ofertados nos campi, 22 não
disponibilizavam informações a respeito da ementa nos sites dos campi, quatro apresentavam
conteúdos relacionados à música e dois apresentam conteúdo das outras áreas de arte. Isso
está demonstrado no gráfico 37.
Dos quatro cursos que continham música na ementa do componente curricular de arte,
os termos e expressões que apareceram foram: características da música e gêneros musicais.
121
Gráfico 36 - Carga horária do componente curricular de arte nos cursos técnicos integrados de
Alagoas
4.2.4.2 Ceará
O Ceará conta com um IF, o Instituto Federal do Ceará (IFCE), que possui 28 campi e
oferta 32 cursos técnicos integrados ao ensino médio. O gráfico 38 apresenta os cursos
técnicos integrados ofertados no estado do Ceará.
Em relação à organização curricular, observamos que todos os cursos que
disponibilizavam o PPC ou a matriz curricular nos sites do IFCE possuem o componente
curricular de arte no currículo dos cursos técnicos integrados, esse componente em alguns
cursos é chamado de Arte e Educação. Dos 32 cursos, dez não continham informação sobre os
componentes curriculares.
A respeito do regime de oferta, o Ceará possui cursos ofertados em regime anual e
semestral. O período de oferta do componente curricular de arte varia dependendo o projeto
de curso, da carga horária e do regime de oferta
O gráfico 39 apresenta a carga horária do componente curricular de arte no estado do
Ceará, sendo que a carga horária de arte no IFCE varia entre 120 e 20 horas. Dos 32 cursos
ofertados no IFCE, 11 não disponibilizavam informações a respeito da carga horária de arte
nos sites.
123
Gráfico 39 - Carga horária do componente curricular de arte nos cursos técnicos integrados do
Ceará
4.2.4.3 Maranhão
O Maranhão conta com um IF, o Instituto Federal do Maranhão (IFMA) que possui 28
campi e oferta 95 cursos técnicos integrados ao ensino médio. O gráfico 41 mostra os cursos
técnicos integrados ofertados no estado do Maranhão.
Em relação à organização curricular, constatamos que a maioria dos campi não
disponibilizava informações a respeito da organização curricular no site do IFMA. Assim, dos
95 cursos técnicos integrados, apenas três continham informações sobre a organização
curricular disponíveis. Nestes, observou-se que o regime de oferta é semestral e que o
componente curricular de arte está presente na matriz curricular.
Em relação à carga horária, nos três cursos que disponibilizavam informações, a carga
horária de arte é de 100 horas. O que pode ser observado no gráfico 42.
No IFMA dos três cursos técnicos integrados que disponibilizavam informações a
respeito da ementa, constatamos que um apresenta conteúdos relacionados à música e 2
apresentam conteúdos das outras áreas de arte. Isso está demonstrado no gráfico 43.
126
Gráfico 42 - Carga horária do componente curricular de arte nos cursos técnicos integrados do
Maranhão
4.2.4.4 Pernambuco
Gráfico 45 - Carga horária do componente curricular de arte nos cursos técnicos integrados de
Pernambuco
4.2.4.5 Piauí
O Piauí conta com um IF, o Instituto Federal do Piauí (IFPI) que possui 20 campi e
oferta 50 cursos técnicos integrados ao ensino médio. O gráfico 47 mostra os cursos técnicos
integrados ofertados no estado do Piauí.
Em relação à organização curricular, constatou-se que os sites não disponibilizavam
informações a respeito da organização curricular, apenas dados mais gerais a respeito dos
cursos.
Diante disso, a única informação que pode ser observada a respeito da organização
curricular foi a de que o regime de oferta dos cursos técnicos integrados do IFPI é anual.
Informações a respeito do componente curricular de arte e sua carga horária, bem
como sobre a ementa, não puderam ser observadas através das informações que estavam
disponíveis no site do IFPI. Assim, não poderão ser apresentados gráficos a respeito da carga
horária e sobre a presença de conteúdos musicais no componente curricular de arte dos cursos
técnicos integrados do IF do Piauí.
132
4.2.4.6 Paraíba
O estado da Paraíba conta com um IF, o Instituto Federal da Paraíba (IFPB), que
possui 18 campi e oferta 46 cursos técnicos integrados ao ensino médio. O gráfico 48
apresenta os cursos técnicos integrados ofertados no estado da Paraíba.
Em relação à organização curricular, observamos que todos os cursos que
disponibilizavam o PPC ou a matriz curricular nos sites do IFPB possuem o componente
curricular de arte no currículo dos cursos técnicos integrados. Dos 46 cursos, 11 não
continham informação sobre os componentes curriculares.
A respeito do regime de oferta, os cursos que disponibilizavam informações no site
ofertam os cursos técnicos integrados em regime anual. O período de oferta do componente
curricular de arte varia dependendo o projeto de curso, da carga horária.
O gráfico 49 apresenta a carga horária de arte no estado da Paraíba, sendo que a
maioria oferta 67 horas do componente curricular de arte, dois cursos ofertam 66,67 horas, um
curso tem 66,7 horas e um curso possui 133,3 horas. Dos 46 cursos ofertados no IFPB, 11 não
disponibilizavam informações a respeito da carga horária de arte nos sites.
133
Gráfico 49 - Carga horária do componente curricular de arte nos cursos técnicos integrados da
Paraíba
O Rio Grande do Norte conta um IF, o Instituto Federal do Rio Grande do Norte
(IFRN). O estado conta com um total de 65 cursos técnicos integrados ao ensino médio. O
gráfico 51 apresenta os cursos técnicos integrados ofertados no Rio Grande do Norte.
Em relação à organização curricular, observamos que todos os cursos que
disponibilizavam o PPC ou a matriz curricular no site do IFs do Rio Grande do Norte,
possuem o componente curricular de arte no currículo dos cursos técnicos integrados. Dos 65
cursos, 15 não apresentavam informações sobre a organização curricular.
A carga horária de arte em todos os cursos do IFRN que apresentavam informações no
site é de 90 horas. O gráfico 52 apresenta a carga horária do componente curricular de arte no
estado do Rio Grande do Norte.
A respeito do regime de oferta todos os cursos que disponibilizavam informações no
site são semestrais. O período de oferta do componente curricular de arte varia dependendo o
projeto de curso, da carga horária.
136
Gráfico 52 - Carga horária do componente curricular de arte nos cursos técnicos integrados do
Rio Grande do Norte
4.2.4.8 Sergipe
Sergipe conta com um IF, o Instituto Federal de Sergipe (IFS), que possui oito campi e
oferta 18 cursos técnicos integrados ao ensino médio. O gráfico 54 apresenta os cursos
técnicos integrados ofertados em Sergipe.
Em relação à organização curricular, observamos que todos os cursos que
disponibilizavam o PPC ou a matriz curricular nos sites do IFS possuem o componente
curricular de arte no currículo dos cursos técnicos integrados. Dos 18 cursos, sete não
continham informação sobre os componentes curriculares.
A respeito do regime de oferta, os cursos que disponibilizavam informações no site do
IFS ofertam os cursos técnicos integrados em regime anual. O período de oferta do
componente curricular de arte varia dependendo do projeto de curso, da carga horária.
O gráfico 55 apresenta a carga horária do componente curricular de arte no estado de
Sergipe, sendo que a carga horária varia entre 67 e 33 horas. Dos 18 cursos ofertados no IFS,
sete não disponibilizavam informações a respeito da carga horária de arte nos sites.
140
Gráfico 55 - Carga horária do componente curricular de arte nos cursos técnicos integrados de
Sergipe
4.2.4.9 Bahia
A Bahia conta com dois IFs, o Instituto Federal da Bahia (IFBA) e o Instituto Federal
Baiano (IFBaiano). O estado conta com um total de 70 cursos técnicos integrados ao ensino
médio. O gráfico 51 apresenta os cursos técnicos integrados ofertados no estado.
Em relação à organização curricular, observamos que todos os cursos que
disponibilizavam o PPC ou a matriz curricular nos sites dos IFs da Bahia (IFBA e IFBaiano)
possuem o componente curricular de arte no currículo dos cursos técnicos integrados.
O gráfico 52 apresenta a carga horária do componente curricular de arte ou artes no
estado da Bahia. A carga horária de arte nos IFs do estado varia entre 100 e 33,3 horas. Dos
70 cursos ofertados na Bahia, 23 não disponibilizavam informações a respeito da carga
horária do componente curricular de arte nos sites ou páginas dos cursos.
A respeito do regime de oferta, todos os cursos que disponibilizavam informações nos
sites dos IFs da Bahia são anuais. O período de oferta do componente curricular de arte varia
dependendo o projeto de curso, da carga horária. Porém, observamos que a maioria oferta arte
no primeiro ano de curso.
143
Em relação aos conteúdos de música presentes na ementa de arte, nos cursos técnicos
integrados da Bahia, 25 apresentam conteúdos de música, 22 focam em conteúdos das outras
linguagens artísticas e 23 não apresentavam informação a respeito da ementa no site. Isso
pode ser observado no gráfico 53.
Nas ementas disponíveis nas páginas dos campi os conteúdos relacionadas à música
identificados foram: música; musical; confeccionar painéis sobre instrumentos musicais,
cantores e tipos de dança com seus referidos acessórios; conceituar e conhecer instrumentos
musicais; diferenciar ritmos musicais; analisar tipos de vozes através de audições musicais;
noções de história da música; pauta, clave, nota, figura, compasso e ritmo; acidentes; aparelho
fonador; conjunto vocal; conjunto instrumental; música brasileira; tropicalismo; bossa nova;
aspectos da história da música brasileira, suas origens e principais movimentos musicais
brasileiros do séc. XX; através de exercícios de apreciação e percepção musical, os alunos
poderão distinguir estilos musicais, situando, assim, obras musicais brasileiras num
determinado contexto histórico cultural e social; interpretar e compor, ouvir e apreciar e
contextualizar; música - análise de conceitos e interligação com outros saberes; o fazer
musical relacionado aos aspectos culturais, políticos, sociais e econômicos; som/silêncio –
conceitos fundamentais; parâmetros/qualidades do som/silêncio: altura – frequência da onda
sonora – localização do som, que implica na diferença entre sons graves, médios e agudos;
duração – tempo de propagação da onda sonora registrado cronométrica ou
metronomicamente, ou seja tamanho do som e do silêncio, que se desdobra em diferentes
ritmos, pulsações, tempos, compassos e andamentos; intensidade – amplitude da onda sonora
– força do som, que é demonstrada através da dinâmica de forte, pianos crescendo e
diminuindo; timbre - resultante da fonte geradora do som – cor do som, analisada a partir de
agrupamentos macros como voz humana, instrumentos musicais, animais, sons da natureza e
aqueles provocados pela tecnologia; textura do som – elemento da estruturação musical,
formas de construção/ composição; densidade do som – aspecto quantitativo da textura;
instrumentos musicais e seus agrupamentos em famílias – cordas, sopro e percussão; prática
na execução de instrumentos de percussão envolvendo basicamente dois gêneros: samba e
baião; história da música no Brasil – do descobrimento aos dias atuais.
144
Gráfico 58 - Carga horária do componente curricular de arte nos cursos técnicos integrados da
Bahia
A Região Norte conta com um total de 63 campi, sendo que o Instituto Federal do
Amapá (IFAP) possui cinco campi. O Instituto Federal de Rondônia (IFRO) conta com quatro
campi. Roraima possui cinco campi no Instituto Federal de Roraima (IFRR). O Instituto
Federal de Tocantins (IFTO) possui 11 campi. O Instituto Federal do Acre (IFAC) conta com
seis campi. O Pará possui 17 campi no Instituto Federal do Pará (IFPA). E o estado do
Amazonas conta com 15 campi no Instituto Federal do Amazonas (IFAM).
4.2.5.1 Amapá
O Amapá conta com um IF, o Instituto Federal do Amapá (IFAP) que possui cinco
campi e oferta 17 cursos técnicos integrados ao ensino médio. O gráfico 54 mostra os cursos
técnicos integrados ofertados no estado do Amapá.
147
4.2.5.2 Rondônia
Rondônia e conta com um IF, o Instituto Federal de Rondônia (IFRO), que possui
quatro campi e oferta sete cursos técnicos integrados ao ensino médio. O gráfico 55 apresenta
os cursos técnicos integrados ofertados em Rondônia.
Em relação à organização curricular, observamos que todos os cursos que
disponibilizavam o PPC ou a matriz curricular nos sites do IFRO possuem o componente
curricular de arte no currículo dos cursos técnicos integrados.
A respeito do regime de oferta, os cursos do IFRO ofertam os cursos técnicos
integrados em regime anual. O período de oferta do componente curricular de arte em seis
148
cursos ocorre no primeiro ano e em um curso a arte está presente no primeiro e também no
segundo ano.
O gráfico 56 apresenta a carga horária de arte em Rondônia, sendo que a carga horária
varia entre 67 e 66 horas.
No IFRO, todos os cursos técnicos integrados apresentaram conteúdos relacionados à
música, o que pode ser observado no gráfico 57. Porém, vale ressaltar que o conteúdo que
predomina na ementa é o desenho, na linguagem de Artes Visuais.
Em relação aos conteúdos de música presentes na ementa do componente curricular de
arte, nos cursos técnicos integrados de Rondônia, observamos que as expressões que
apareceram foram: música e representação.
Gráfico 62 - Carga horária do componente curricular de arte nos cursos técnicos integrados de
Rondônia
4.2.5.3 Roraima
O estado de Roraima conta um IF, o Instituto Federal de Roraima (IFRR) que possui
cinco campi. O estado oferta nove cursos técnicos integrados ao ensino médio. O gráfico 58
demonstra os cursos técnicos integrados ofertados em Roraima.
Em relação à organização curricular, observamos que todos os cursos que
disponibilizavam o PPC ou a matriz curricular nos sites do IFRR, possuem o componente
curricular de arte no currículo dos cursos técnicos integrados, em alguns campi o componente
é denominado Educação Artística. Dos nove cursos, quatro não apresentavam informações
sobre a organização curricular.
A carga horária do componente curricular de arte em todos os cursos do IFRR que
apresentavam informações no site varia entre 40 e 30 horas. O gráfico 59 apresenta a carga
horária de arte no estado de Roraima.
A respeito do regime de oferta todos os cursos que disponibilizavam informações no
site são semestrais. O período de oferta do componente curricular de arte varia dependendo o
projeto de curso, da carga horária.
Em relação à presença de conteúdos musicais na ementa do componente curricular de
arte, nos cursos técnicos integrados de Roraima, dos cinco cursos que disponibilizavam
150
informações a respeito da ementa todos têm música na descrição dos conteúdos; quatro cursos
não apresentavam informação a respeito da ementa no site. Isso pode ser observado no gráfico
60.
Nas ementas disponíveis nas páginas dos campi os conteúdos relacionados à música
identificados foram: conhecer as linguagens artísticas: artes visuais, artes cênicas e música por
suas características formativas, informativas e comunicativas; arte antiga: idioma modal;
execução vocal; forma vocal; arte pré-moderna: execução instrumental; idioma tonal; arte
contemporânea: idioma atonal; execução instrumental e mecânica.
Gráfico 65 - Carga horária do componente curricular de arte nos cursos técnicos integrados de
Roraima
4.2.5.4 Tocantins
O estado de Tocantins conta com um IF, o Instituto Federal de Tocantins (IFTO), que
possui 11 campi e oferta 24 cursos técnicos integrados ao ensino médio. O gráfico 61
apresenta os cursos técnicos integrados ofertados em Tocantins.
Em relação à organização curricular, observamos que todos os cursos que
disponibilizavam o PPC ou a matriz curricular no site IFTO possuem arte no currículo dos
cursos técnicos integrados. Dos 24 cursos, 4 não continham informação sobre os componentes
curriculares.
A respeito do regime de oferta, os cursos que disponibilizavam informações no site
ofertam os cursos técnicos integrados em regime anual e semestral. O período de oferta do
componente curricular de arte varia dependendo o projeto de curso, da carga horária e do
regime de oferta.
O gráfico 62 apresenta a carga horária de arte no estado do Tocantins, que varia entre
201 e 40 horas. Dos 24 cursos ofertados no IFTO, quatro não disponibilizavam informações a
respeito da carga horária do componente curricular de arte nos sites.
152
Gráfico 68 - Carga horária do componente curricular de arte nos cursos técnicos integrados de
Tocantins
4.2.5.5 Acre
O estado do Acre conta com um IF, o Instituto Federal do Acre (IFAC) que possui seis
campi e oferta oito cursos técnicos integrados ao ensino médio. O gráfico 64 mostra os cursos
técnicos integrados ofertados no estado do Acre.
Em relação à organização curricular, constatamos que o site do IFAC não
disponibilizava informações a respeito de matriz curricular, nem de PPC, apenas dados mais
gerais a respeito dos cursos.
Diante disso, informações a respeito do componente curricular de arte, carga horária,
ementa e conteúdos também não puderam ser observadas nos cursos técnicos integrados do
IFAC. Assim, não poderão ser apresentados gráficos a respeito da carga horária e sobre a
presença de conteúdos musicais na emente de arte dos cursos técnicos integrados do IF do
Acre.
155
4.2.5.6 Pará
O Pará conta um IF, o Instituto Federal do Pará (IFPA), que possui 17 campi. O estado
conta com um total de 60 cursos técnicos integrados ao ensino médio. O gráfico 65 apresenta
os cursos técnicos integrados ofertados no Pará.
Em relação à organização curricular, observamos que todos os cursos que
disponibilizavam o PPC ou a matriz curricular no site do IFPA possuem arte no currículo dos
cursos técnicos integrados, em alguns campi o componente curricular é chamado de Artes e
Música.
A carga horária de arte em todos os cursos do IFPA, que apresentavam informações
nos sites, varia entre 134 e 34 horas. O gráfico 66 apresenta a carga horária do componente
curricular de arte no estado do Pará.
A respeito do regime de oferta, os cursos do IFPA são anuais ou semestrais. O período
de oferta do componente curricular de arte varia dependendo o projeto de curso, da carga
horária e do regime de oferta.
Em relação aos conteúdos de música presentes na ementa de arte, nos cursos técnicos
integrados do Pará, apenas um curso disponibilizava informação a respeito da ementa, todos
os outros apresentavam somente a matriz curricular. Diante disso, observamos que um curso
possui conteúdos de música descritos na ementa e cinco apresentam o nome do componente
curricular como Artes e Música o que dá a entender que a música é trabalhada como conteúdo
156
nesses cursos. Os outros 54 cursos não apresentam informação a respeito da ementa no site.
Isso pode ser observado no gráfico 67.
Na ementa disponível no site consta a palavra música na descrição dos conteúdos da
ementa, porém os conteúdos estão descritos de maneira bastante generalizada, juntando as
várias linguagens.
Gráfico 71 - Cursos técnicos integrados – Pará
Gráfico 72 - Carga horária do componente curricular de arte nos cursos técnicos integrados do
Pará
4.2.5.7 Amazonas
Gráfico 75 - Carga horária do componente curricular de arte nos cursos técnicos integrados do
Amazonas
Entendemos que são muitos dados e que não conseguiremos, neste trabalho, dar conta
de todas as informações relevantes contidas no levantamento. Além do que, ressaltamos que
essa análise não se constitui exatamente em uma análise curricular propriamente dita, mas em
um estudo das relações do currículo prescrito/oficial com a prática docente dentro dos cursos
técnicos integrados ao ensino médio no que diz respeito à arte e à música.
Iniciaremos trazendo as informações da primeira sessão do questionário. Por questões
éticas não apresentaremos os nomes dos participantes, tampouco vincularemos suas respostas
ao IF e campus a que pertencem. Ao nos referirmos aos participantes utilizaremos números de
1 a 43. As questões de 1 a 4 eram, respectivamente, nome, email, telefone e IF/campus que
atua, por isso não aparecerão na descrição e análise dos dados.
A questão 5 tratou do tempo de atuação do professor no IF. Vimos que 49% dos
participantes atuam há menos de 5 anos no IF, 44% entre 5 e 10 anos de atuação em IF e 7%
há mais de dez anos atuando como docente do IF. Vejamos no gráfico 75 a seguir:
Neste ponto vale ressaltar, apesar de não ser objeto desta pesquisa, que o art. 40 da
resolução 006 de 2012 do Conselho Nacional de Educação (CNE), que trata especificamente a
respeito das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Técnica de Nível Médio,
explica que a formação para a docência nesse nível de ensino se realiza em cursos de
graduação e licenciatura ou outras formas definidas pelo CNE. A resolução não determina
exatamente que a formação deve ser com habilitação em licenciatura, mas logo abaixo no
inciso 2º do mesmo artigo, aponta que, para os professores que não são licenciados, mas que
estejam em exercício na profissão docente, é assegurado o direito de ter reconhecido seus
saberes profissionais ou participar de processos destinados à formação pedagógica, podendo
ser equivalentes às licenciaturas15. Diante disso, muitos IFs que fizeram e fazem concurso
para bacharéis acabam concedendo um prazo para que o docente faça uma licenciatura ou
curso que corresponda e, também, em alguns IFs são ofertados cursos de pós-graduação,
conforme prevê a resolução 006/2012, aos professores não licenciados.
15
A resolução 006/2012 prevê como equivalente à licenciatura excepcionalmente pós-graduação lato sensu, de
caráter pedagógico, sendo o trabalho de conclusão de curso, preferencialmente, projeto de intervenção relativo à
prática docente ou reconhecimento de saberes pela rede CERTIFIC à docentes com mais de dez anos de
experiência na Educação Profissional (essas duas opções são válidas somente até o ano de 2020). E, na forma de
uma segunda licenciatura, diversa de sua graduação, que habilitará o exercício docente.
166
Importante ressaltar a qualificação profissional dos docentes da área de arte que atuam
nos IFs, uma vez que todos possuem especialização, metade possui mestrado e muitos desses
comentaram no questionário, que estão cursando doutorado, além de 14% já possuir
doutorado. Essa qualificação não é comum aos professores de nível médio do país. Os IFs têm
políticas de incentivo à capacitação e qualificação profissional - Lei nº 12.772/2012 -
(BRASIL, 2012c) que valorizam a carreira dos docentes em relação à cursos de pós-
graduação. Nessas políticas estão previstas as possibilidades de afastamentos remunerados
para os cursos de pós-graduação stricto sensu, bem como aumento salarial após a conclusão
desses cursos.
Até aqui apresentamos uma visão geral de quem é o docente que atua no IFs na área
de arte. Essa parte foi bem simples e descritiva, uma vez que não é objetivo deste trabalho,
discutir ou analisar a formação profissional dos docentes de arte dos IFs. Portanto, as
informações descritas até agora serviram para caracterizar o perfil dos docentes participantes
167
desta pesquisa. Contudo, entendemos que outros trabalhos possam explorar com a devida
importância essas informações. Passaremos agora para os dados a respeito da organização
curricular de arte no IFs.
ainda, que o currículo prescrito é organizado em ciclos, etapas ou níveis que marcam uma
linha de progressão diante de tipos de conteúdos e de aspectos que devem estar presentes em
um plano progressivo de estudos (SACRISTÁN, 2017). Com isso, entendemos que fazem
parte do currículo prescrito: a organização curricular, além dos conteúdos, também a forma de
oferta (anual, semestral, ciclos de alternância, entre outras), a quantidade de horas do curso e
dos componentes curriculares, além da organização geral da prática escolar de uma instituição
de ensino, que deve estar presente, no caso dos cursos técnicos integrados ao ensino médio,
nos PPCs.
Assim, iniciamos a análise apresentando a questão dos períodos de oferta do
componente curricular de arte. Lembrando que alguns IFs trabalham com cursos de oferta
semestral e outros com cursos anuais. Diante disso, cada docente respondeu de acordo com
sua realidade. Também havia um espaço para que o docente pudesse escrever a respeito dos
períodos, alguns comentaram que os diversos cursos oferecidos têm períodos diferentes de
oferta do componente curricular arte.
O gráfico 79 apresenta os dados obtidos a partir da questão: “O componente curricular
de arte é ofertado em quantos períodos dos cursos técnicos integrados do seu campus?”. Os
dados demonstram que a maioria dos cursos, o que representa 47% do total dos participantes,
ofertam arte em um período apenas, um semestre, no caso de cursos semestrais ou um ano no
caso de cursos anuais. Depois, 21% ofertam o componente curricular por dois semestres ou
dois anos; 21% têm arte durante três semestres ou três anos; 3% ofertam arte durante dois
anos para alguns cursos e um ano para outros cursos dentro de um mesmo campus; 2%
ofertam arte por três anos em alguns cursos e durante um ano em outros cursos; 2% ofertam
durante três ou dois anos dependendo do curso; 2% têm aula de arte durante quatro semestres
ou quatro anos e 2% ofertam o componente curricular durante cinco semestre ou mais.
169
Gráfico 80 - Período de oferta do componente curricular de arte nos cursos técnico integrados
Aqui já podemos destacar as diferenças de organização curricular nos IFs, visto que a
quantidade de períodos de oferta varia significativamente de uma instituição para outra.
Consequentemente a carga horária do componente curricular de arte também varia, pois está
diretamente ligada aos períodos em que é ofertado. Isso foi perguntado aos docentes
participantes da pesquisa e a maioria dos participantes, 81% consideram que a carga horária e
os períodos de oferta do componente curricular de arte nos cursos em que lecionam, não é
suficiente para desenvolver a ementa e todos os conteúdos nele prescritos; 12% consideram a
carga horária e os períodos de oferta de arte suficientes e 7% usaram a opção “outros” no
questionário para dizer que em partes considera suficiente, mas não totalmente. Vejamos o
gráfico 80 relacionado à pergunta 11 do questionário.
170
Alguns dos docentes que marcaram a opção “outros” respondendo “sim e não” para
esta questão, justificaram suas respostas. Nas justificativas os docentes comentaram que, na
visão deles, a carga horária e os períodos de oferta não são suficientes para desenvolver o que
está previsto na ementa; outros apontaram que nos seus campi as cargas horárias e ementas
para o componente curricular de arte são diferentes de um curso para outro e que, portanto, se
sentem satisfeitos em um curso, mas não em outro. Vejamos alguns comentários dos
docentes:
Considero que deveríamos ter artes nos três anos. E no mínimo 2 anos da disciplina
no Ensino Médio. Não temos tempo hábil para trabalhar os conteúdos propostos,
nas quatro modalidades Artísticas de Dança, Teatro, Música e Artes Visuais. Minha
opinião é que no 1º ano cada bimestre fosse para uma modalidade artística (assim
ele teria pelo menos a vivência em cada uma) e no segundo ano o aluno escolhesse
uma para aprofundar os conhecimentos (PROF.39, 2018).
171
Na sequência, perguntamos quantas horas, na visão dos docentes, seria suficiente para
trabalhar com o componente curricular de arte em um curso técnico integrado ao ensino
médio. As respostas da questão 12, que estão apresentadas no gráfico 81, demonstram que
39% dos docentes consideram que a carga horária ideal deve estar acima de 120h durante o
curso; 23% consideram que entre 80h e 100h seria uma carga horária suficiente para arte;
12% considera a carga horária ideal entre 100h a 120h; 12% consideram entre 60h a 80h
suficientes para trabalhar com o componente curricular de arte; outros 12% consideram de
40h a 60h suficientes e 12% acreditam que até 40h é a carga horária ideal para o trabalho com
arte nos cursos técnicos integrados ao ensino médio.
Gráfico 82 - Carga horária ideal para o componente curricular de arte nos cursos técnicos
integrados ao ensino médio
Dando início às reflexões acerca das escolhas e das influências que o currículo recebe
ao ser elaborado, perguntamos aos docentes sobre sua participação na elaboração das ementas
do componente curricular de arte. Esse questionamento foi feito no intuito de identificar se os
172
Diante destas colocações, vamos discutir mais especificamente três pontos principais
destas respostas. O primeiro, bastante aparente, com taxa de 33% aponta os docentes que não
participaram da elaboração da ementa do componente curricular que ministram. Considerando
o que Sacristán (2017) defende a respeito da importância da participação do professor da
construção e na prática do currículo, vemos que, muitas vezes, aquilo que está prescrito acaba
não tendo a participação do docente, que passa a ser um executor de ideias de outrem.
Sacristán (2017) salienta que é necessário que o professor participe da elaboração dos planos
ou projetos de curso, especialmente da ementa, e não seja apenas um executor de uma prática
que eles não organizaram. Assim, o currículo se torna parte de um projeto educativo,
organizado com vistas à princípios e finalidades pedagógicas que leve em consideração os
interesses, as formas de aprender e as possibilidades de aprendizagem dos alunos.
Outro ponto que vamos destacar são os 2% que sinalizaram a construção da ementa
em diálogo com os outros professores que atuam no mesmo curso. De acordo com Sacristán
(2017) e com Bernstein (1980 apud SACRISTÁN, 2017), o currículo integrado deve ser
construído em conjunto, os professores que atuam nos cursos devem dialogar verificando
possibilidades de integração deste currículo, verificando pontos semelhantes e assuntos que
são complementares, somente com essa prática os currículos integrados deixarão de ter um
caráter de justaposição de conhecimentos para ter realmente a integração.
Outro ponto, não tão aparente no gráfico, aponta que se somarmos as porcentagens de
participação do docente de arte, mesmo que parcialmente, na elaboração das ementas de arte,
percebemos que 46% participou da elaboração da ementa do componente curricular, seja em
diálogo com docentes de arte do seu campus ou de outros campi do mesmo IF, seja dando
sugestões para uma comissão responsável por essa tarefa e ainda em diálogo com professores
de outros componentes curriculares que atuam nos mesmos cursos e, que atuam em diferentes
cursos no mesmo campus ou noutros campi. Diante disso, reafirmamos as colocações de
Sacristán (2017) descritas anteriormente a respeito da importância da participação do docente
na construção dos planos ou projetos de curso, visando produzir um currículo prescrito que
leve em consideração as possibilidades do docente e, também, dos alunos.
Na sequência, questionamos sobre a presença de conteúdos musicais na ementa do
componente curricular de arte. Observamos nas respostas que 77% dos cursos têm na ementa
conteúdos da linguagem musical e 23% não possuem conteúdos musicais em seus currículos
oficiais, de acordo com os docentes participantes da pesquisa. O gráfico 83 demonstra essa
questão.
175
Como essa questão serviu de base para a resposta da próxima pergunta do survey, não
há muito o que ser discutido nela, apenas descrever em que proporção os conteúdos de música
estão presentes no currículo prescrito ou oficial dos cursos técnicos integrados ao ensino
médio.
Assim, no decorrer do questionário perguntamos quais conteúdos musicais estão
presentes nas ementas do componente curricular de arte dos cursos técnicos integrados. Os
participantes podiam marcar algumas opções de resposta, podendo escolher mais de uma
resposta estabelecida, além de poderem descrever conteúdos que não estivessem presentes nas
opções disponibilizadas. Vale destacar que os conteúdos apontados nas opções de resposta
estão associados aos conteúdos presentes nas ementas disponíveis nos sites do IFs e
observadas na primeira fase da pesquisa, ou seja, no mapeamento. A partir das respostas
obtidas, organizamos um mapa semântico (Figura 3) no software ATLAS.ti da categoria
“Currículo Prescrito/Oficial”, pois entendemos que os conteúdos apontados pelos docentes
são os que estão presentes nos PPCs de cursos e, portanto, caracterizam o currículo oficial,
prescrito para ser desenvolvido em sala de aula.
176
Esse mapa semântico (Figura 3) está composto por 42 respostas a respeito dos
conteúdos musicais presentes na ementa. Separamos as respostas em 5 grupos: parâmetros do
som, leitura e escrita musical; história da música; apreciação musical; outros conteúdos e
música não presentes na ementa. Percebemos que a maior parte das respostas estão
relacionadas com os parâmetros do som, leitura e escrita musical. Os participantes que
marcaram os conteúdos de parâmetros do som, leitura e escrita musical, marcaram, também,
conteúdos de música brasileira, produção e apreciação musical e conteúdos que associam a
música com outras linguagens artísticas. No mapa semântico 1 esses conteúdos podem ser
localizados ao lado esquerdo. Fizemos um recorte aproximado do mapa semântico para
visualizar melhor algumas das respostas dos professores, que podemos observar na figura 4.
Essas informações podem ser observadas na figura 6 que apresenta um recorte aproximado do
mapa semântico 1.
Alguns professores responderam que não tem música na ementa ou que não trabalham
com a parte de música da ementa e, também, que não seguem o currículo proposto na ementa.
Essas informações podem ser observadas na figura 7 que apresenta um recorte aproximado do
mapa semântico 1.
192
O currículo não existe se não for colocado em prática. Assim, concordamos com
Sacristán (2017) ao defender o currículo como práxis. Nesse sentido, entendemos que a
separação entre o currículo prescrito e o currículo praticado só existe no âmbito da
organização oficial, uma vez que o currículo se realiza por meio da prática pedagógica. “O
currículo, ao se expressar através de uma práxis, adquire significado definitivo para os alunos
e para os professores nas atividades que uns e outros realizam e será na realidade aquilo que
essa depuração permita que seja” (SACRISTÁN, 2017, p. 201).
A análise dos dados, agora, terá um olhar voltado para tentar entender a ação docente
em sua prática de sala de aula, a partir daquilo que está previsto na ementa, dentro de uma
determinada carga-horária e em cursos técnicos integrados diversos. É o que Sacristán (2017)
chama de currículo em ação ou currículo praticado (SACRISTÁN, 2013). O currículo em
ação, de acordo com Sacristán (2017) “é a última instância de seu valor, pois, enfim, é na
prática que todo projeto, toda ideia, toda intenção, se faz realidade de um forma ou outra; se
manifesta, adquire significado e valor, independentemente de declarações e propósitos de
partida” (p. 201).
Diante dos questionamento sobre a presença de conteúdos da linguagem musical na
ementa do componente curricular de arte dos cursos técnicos integrados ao ensino médio,
discutida anteriormente, perguntamos como o professor trabalha conteúdos da linguagem
musical que estão presentes na ementa. Para analisar esta questão criamos um mapa
semântico que nominamos no ATLAS.ti de “Currículo em ação/música” (Figura 8).
195
artística; 14% afirmou que trabalha com todas as linguagens artísticas; 7% respondeu que usa
como foco a arte-educação de modo mais generalizado, sem se ater a uma linguagem
específica; e outros 7% responderam que trabalham somente a linguagem artística de sua
formação. O gráfico 84 apresenta esses dados.
Apontamos aqui dois pontos de reflexão a respeito destes dados. Um é sobre termos
ementas que não foram elaboradas pelos docentes que ministram o componente curricular.
Diante disso, certamente teremos como resultado da relação currículo prescrito versus
currículo em ação, propostas bastante distantes, pois se o currículo já é influenciado por
diversas relações de poder que interferem externamente em sua construção e, além disso, o
docente, dentro das instituições também não escolhe ou seleciona os conteúdos dos
componentes curriculares que vai ministrar, não dialoga com os professores de outras áreas
que trabalham nos mesmos cursos e não dialoga com seus pares a respeito do que será
trabalhado, continuaremos sendo reféns de um sistema hegemônico que vê o professor como
um executor de cartilhas. Sacristán (2017) salienta que
Separar plano de prática, plano curricular de execução implica tirar dos professores
as habilidades relacionadas com as operações de organizar os componentes
curriculares, deixando-lhes o papel de executores de uma prática que eles não
198
Outro ponto mais relacionado à área de arte é a dificuldade que temos em fazer com
que os sistemas educativos compreendam que a formação do docente de arte polivalente já
não é mais ofertada, com isso, cada vez mais teremos professores de arte especialistas em uma
linguagem, isso não significa que o professor não possa fazer relações com as outras
linguagens, pois, principalmente em se tratando de ensino médio, as diretrizes preveem que o
trabalho com a arte seja mais crítico e reflexivo do que focar nas atividades práticas
desenvolvidas durante o ensino fundamental. Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o
Ensino Médio destacam que, nesta etapa da Educação Básica, é importante que os alunos
aperfeiçoem e aprofundem os conhecimentos adquiridos nas etapas anteriores (BRASIL,
2000). Porém, estes professores formados em uma determinada linguagem artística,
geralmente trabalham com foco em sua linguagem de formação. Portanto, os sistemas
educativos precisam superar a visão polivalente da arte e compreender que a seleção dos
conteúdos do currículo para arte irá, necessariamente, perpassar a área de formação do
professor. Não podemos deixar de salientar, mesmo não sendo este o foco desta pesquisa que,
se os sistemas educativos querem o trabalho com todas as linguagens artísticas, é necessário
buscar meios para investir em contratação de professores das diversas linguagens. Apesar da
última atualização da LDB em relação à arte, através da Lei nº 13.415/2017, não determinar
especificamente as linguagens artísticas: “Art. 26 [...] § 2º o ensino da arte, especialmente em
suas expressões regionais, constituirá componente curricular obrigatório da Educação Básica”
(BRASIL, 2017) sabemos que a formação dos docentes de arte é realizada em cursos
específicos. Com isso, mesmo que a legislação aponte que todas as linguagens artísticas
devem ser trabalhadas na Educação Básica, em nenhum momento coloca que esse trabalho
deve ser realizado pelo mesmo docente. O que se vê normalmente são solicitações para que o
professor de música trabalhe com um grupo de teatro, ou que o professor de artes visuais
trabalhe com dança, o que caracteriza um desrespeito com a formação daquele profissional.
Não podemos solicitar que o professor de inglês dê aula de espanhol, mesmo ambos sendo da
área de letras. Da mesma forma entendemos que o professor de arte precisa ser respeitado
com relação à sua linguagem de formação. Os PCNEM destacam, ao tratar da seleção dos
conteúdos que, o docente só pode ensinar conteúdos já estudados por eles, mesmo sabendo
que eles têm acesso à diversas fontes de informação, não se pode listar conteúdos que
constituem-se como objetos de ensino, que não façam parte da formação do docente
199
(BRASIL, 2000). Sacristán (2017) também destaca o papel ativo do professor na definição
dos conteúdos:
Tento trabalhar todas pois acho importante o mínimo de vivência em cada uma das
linguagens, mas faço isso por conta do aluno porque não me sinto seguro em certas
linguagens como Artes Cênicas, por exemplo e, também com um certo desconforto
pois, ideologicamente, penso que o correto seria ter um professor para cada
linguagem (PROF. 26, 2018).
Aqui temos professores de dança, música e artes visuais, então cada um trabalha sua
linguagem; na informática cada linguagem é dada em um dos anos; em eventos eles
tem as 3 linguagens todos os anos, com projetos integrados (PROF. 41, 2018).
práticas e técnicas específicas de uma linguagem artística (artes visuais, dança, música ou
teatro); 5% atuam com práticas e técnicas específicas de uma linguagem artística e, também,
buscando construir reflexões críticas, mas com enfoque prático em sua área de formação; 5%
atuam com práticas e técnicas específicas de uma linguagem artística e de modo a instigar os
alunos a construir uma reflexão crítica a respeito da arte em geral, buscando construir
reflexões críticas mas com enfoque prático na sua área de formação; 5% atuam de modo a
instigar os alunos a construir uma reflexão crítica a respeito da arte em geral e buscando
construir reflexões críticas mas com enfoque prático na sua área de formação; 2% atuam com
práticas e técnicas específicas de uma linguagem artística e de modo a instigar os alunos a
construir uma reflexão crítica a respeito da arte em geral.
201
Não me sinto preparada para trabalhar com áreas que não são de minha formação
exatamente porque acredito que cada linguagem precisa ter o professor com a
formação específica, a fim de garantir a qualidade do ensino (PROF. 09, 2018).
O tempo em sala de aula não é suficiente para que se trabalhe muito além do que
consta na ementa, portanto muito pouco se pode fazer com relação a outros
conteúdos (PROF. 09, 2018).
Trabalho com base nos conteúdos que estão previstos na ementa, porém acrescento
outros conteúdos da minha área de formação. Contudo além de formação na área de
Artes, tenho formação na área técnica (Mecânica Industrial), tenho um bom
conhecimento da parte elétrica e sempre estudei em escolas técnicas. Por isso
sempre faço uma conexão dos conteúdos da disciplina Arte com a área do curso
técnico dos alunos (PROF. 39, 2018).
significativas e relacionadas com situações reais vivenciadas pelos estudantes na vida pessoal
e profissional. Para que o currículo integrado seja implementado de fato, é necessária uma
ruptura com os modelos de hierarquização dos conhecimentos, uma mudança de postura tanto
de professores quando de alunos.
Por isso, destacamos neste trabalho a visão do docente diante do currículo prescrito e
do seu entendimento de currículo integrado colocado em prática (currículo em ação). Assim, a
partir deste ponto da análise, passamos para a terceira sessão do questionário que compõe o
survey que trata mais especificamente das relações entre a arte e a música com a formação
profissional a partir do currículo prescrito e do currículo em ação. Nessa parte da análise,
olharemos os dados com o objetivo de compreender o currículo integrado e, mais
especificamente, como o docente da área de arte atua com relação à essa integração com a
parte profissional do currículo.
Alguns docentes criticaram essa abordagem, uma vez que entendem que essa
integração não é necessária e que a parte profissionalizante dos cursos já é bastante
contemplada com a vasta carga horária destinada aos componentes curriculares das áreas
técnicas. Diante disso, compreendemos o que muitos docentes apontaram na pesquisa com
relação à baixa carga horária arte e suas dificuldades para desenvolver tudo o que está
previsto diante desse tempo. Entendemos, ainda, as dificuldades em compreender e atuar
dentro das propostas de currículo integrado, no sentido de romper com as tradicionais
atividades específicas de cada componente curricular e passar a atuar em um processo de
ensino-aprendizagem complexo e amplo e que requer uma ressignificação do trabalho
educacional, tanto por parte da instituição, que deve proporcionar essa compreensão a respeito
do currículo integrado, quanto por parte de docentes e estudantes. Machado (2010) destaca
ainda que a superação do desafio da organização curricular integrada pode ser vista no sentido
de superar fragilidades verificadas tanto no ensino médio básico, quanto no ensino técnico a
partir das oportunidades que se abrem para os docentes destes dois tipos de ensino. A autora
aponta que:
Diante disso, seguimos com a discussão da análise do discurso que irá trazer os
comentários dos docentes a esse respeito. Inicialmente, construímos um mapa semântico com
todos as codificações da categoria currículo integrado. Obtivemos 101 codificações dessa
categoria. Isso pode ser observado no mapa semântico 3 a seguir (Figura 9).
209
16
No ATLAS.ti a numeração de cada docente ganha os dois pontos e mais um número, considerando a
organização dentro do software. Porém os dois primeiros algarismos correspondem à mesma organização do
Excel, portanto não interferindo na codificação das falas dos participantes, mesmo utilizando softwares
diferentes.
213
arte com a criação das logomarcas e embalagens de produtos [...] além de promover análises
críticas das embalagens e imagens existentes considerando o período que foi feita” (PROF.
35:6, ATLAS.ti, Mapa semântico, Currículo Integrado). Nesse ponto, refletimos que a
construção de um currículo integrado requer uma disposição por parte dos docentes e dos
estudantes para o rompimento com a fragmentação dos conteúdos, buscando inter-relações e a
implementação de uma concepção metodológica global, criando formas de articulação dos
conhecimentos que “possibilitem a geração de aprendizagens significativas e que criem
situações que permitam saltos de qualidade no processo de ensino-aprendizagem”
(MACHADO, 2010, p. 82).
Diante da quantidade de codificações dessa categoria e ao analisar cada resposta
marcada como currículo integrado, percebemos que a visão dos docentes a respeito da relação
da arte e da música com o currículo integrado se divergia. Assim, alguns apontavam que não
trabalham na perspectiva da integração, outros tem como foco a arte e a cultura e não
especificamente a integração e outros, ainda, destacaram que trabalham em busca dessa
integração curricular. Com isso, criamos submapas semânticos dentro da categoria currículo
integrado, agrupando as visões similares dos docentes a respeito da integração arte/música e
área técnica.
O primeiro submapa semântico que apresentaremos é o dos docentes que não
trabalham na perspectiva da integração entre a arte e a área técnica. Podemos dizer que estes
docentes ignoram o fato de estarem inseridos em instituições e em cursos que já foram criados
com a perspectiva do currículo integrado, e, desse modo, atribuir a responsabilidade da
integração somente ao docente, que certamente traz para sua atuação suas experiências em
formações compartimentadas e fragmentadas. Ou podemos, também, refletir até que ponto o
currículo dos cursos técnicos integrados ao ensino médio em que estes docentes atuam, foi
construído vislumbrando essa integração. E, ainda, em que momento a instituição ofereceu
espaços de diálogo e capacitações para que esses docentes pudessem compreender a atuação
na perspectiva do currículo integrado e, assim, dividir a responsabilidade da integração com a
instituição, o que nos parece mais justo. Destacamos aqui a responsabilidade da instituição em
oferecer espaços onde os docentes possam reunir-se, discutir e refletir sobre suas práticas na
perspectiva do currículo integrado (SACRISTÁN, 2017), pois integrar não é sobrepor
conteúdos ou componentes curriculares. Ciavatta (2012) destaca que o termo integrar,
significa tornar íntegro, tornar inteiro e, no caso do currículo integrado, assume o sentido de
“completude, de compreensão das partes no seu todo ou da unidade no diverso, de tratar a
educação como uma totalidade social, isto é, nas múltiplas mediações históricas que
214
Diante disso, refletimos a importância da arte estar presente no currículo dos cursos
técnicos integrados ao ensino médio, justamente pela formação humana que oferece e que, de
certa forma, complementa aquela formação mais técnica, oferecida pelos componentes
curriculares das áreas ligadas à formação profissional. Alguns docentes, durante a pesquisa,
também chamaram atenção para o fato de que os cursos técnicos integrados ao ensino médio,
são, também, ensino médio e por isso os componentes curriculares do núcleo comum devem
estar presentes no currículo, independente de se relacionarem com a área técnica, uma vez que
muitos estudantes procuram os IFs pela qualidade do ensino médio gratuito e não
especificamente pela formação profissional. Entendemos essa reflexão e também
concordamos com ela, porém acrescentamos que os IFs são, por essência, instituições de
formação profissional, a própria criação dos cursos técnicos integrados já vem com a premissa
do currículo integrado. Então, o professor não deve, de modo algum, deixar de colocar em
ação um currículo que considere toda essa formação humanística, voltada para o
desenvolvimento cultural e para a formação de cidadãos sensíveis, críticos e reflexivos, até
porque esse também é um dos focos dos IFs. Porém, também precisa considerar conhecer e se
inserir numa cultura institucional de currículo integrado, o que, como aponta Sacristán (2017),
implica, muitas vezes, em sair de sua zona de conforto e reconstruir suas práticas em diálogo
com colegas de áreas completamente diferentes.
Na sequência, estruturamos um submapa semântico (mapa semântico 3.3) onde
codificamos os comentários dos docentes que atuam no sentido de integrar os conteúdos do
componente curricular de arte com a área técnica. Os comentários codificados nesse mapa
semântico estão relacionados com as questões abertas do survey que indagam a respeito da
atuação docente no sentido de relacionar a arte com a formação profissional dos estudantes de
cursos técnicos integrados ao ensino médio.
219
Observamos nessa fala, que embora o professor cite outros componentes curriculares
com uma abordagem multi e/ou interdisciplinar, parece que há um entendimento que o
currículo integrado ocorre através de um conteúdo que mesmo sendo interdisciplinar, também
contempla a área técnica, justamente no sentido de oferecer ao estudante a possibilidade de
que a sua educação geral esteja ligada à sua formação profissional.
221
Figura 15 - Recorte 1 – Mapa semântico 3.3 – Currículo Integrado/Integração
Outro comentário interessante foi o do professor 17:7 ao afirmar que procura realizar a
integração através do uso da tecnologia tanto com a linguagem de artes visuais quanto para a
linguagem musical:
Na figura 16 que também faz parte do submapa semântico 3.3 de currículo integrado
com foco na integração entre a arte e a parte técnica do currículo, destacamos o comentário do
docente 29:25 que destaca que as relações entre a arte e a formação profissional ocorre em seu
campus através de “práticas profissionais integradas que são muito exitosas, atuando
interdisciplinarmente com um média de 4 disciplinas entre básicas e técnicas” (PROF. 29:25,
ATLAS.ti, Mapa semântico, Currículo Integrado/Integração). Nesse comentário, percebemos
que há um diálogo entre docentes de áreas técnicas e do núcleo comum e, ainda que essa
prática não esteja descrita no currículo prescrito, no currículo em ação a integração acontece.
223
Eventos trabalha com música o tempo todo. Como partes de eventos diversos ou em
eventos especificamente artístico/musicais. Informática, utilizando novas
tecnologias, linguagens, redes sociais, composições e arranjos musicais em
programas de edição de música, entre outros. (PROF 42:5, ATLAS.ti, Mapa
semântico, Currículo Integrado/Integração).
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esse formato do currículo afeta diretamente alunos e docentes e, portanto, tem repercussões
diretas na prática, pois o currículo passa a ser parte integrante da mensagem que a escola
pretende transmitir.
Mesmo com todas essas informações do mapeamento, sentimos a necessidade de
contatar os professores de arte dos IFs para melhor compreender como os conteúdos são
trabalhados, as possibilidades de trabalhar os conteúdos musicais diante de formações
docentes em linguagens artísticas diversas e das possibilidades de atuar com o componente
curricular de arte integrado à formação profissional dos estudantes de cursos técnicos
integrados ao ensino médio. E, com isso, poder avaliar as relações do currículo
prescrito/oficial e do currículo em ação e, também do currículo integrado.
A partir das informações obtidas no mapeamento, elaboramos o questionário que foi
utilizado no survey. O questionário dividiu-se em três sessões, a primeira contemplou
questões gerais a respeito da experiência dos docentes nos IFs e sobre suas formações
acadêmicas; a segunda teve relação direta com o mapeamento, quando foi questionado a
respeito organização curricular da arte nos IFs e, acrescentamos a visão dos docentes sobre
essa organização e sobre sua participação na construção do currículo dos cursos nos quais
atuam, já tentando observar as aplicações práticas do currículo prescrito/oficial, ou seja, as
relações entre o currículo prescrito/oficial e o currículo em ação; a terceira sessão do
questionário tratou mais especificamente sobre o currículo em ação, ou seja, sobre a atuação
docente a partir do currículo prescrito e sobre as possibilidades de integração do currículo de
arte com a área técnica dos cursos.
Assim, na segunda fase da pesquisa realizamos um survey, onde tivemos a
participação de 43 docentes representando 81,5% dos IFs existentes no país. Oriundos da
segunda fase da pesquisa, estabelecemos três categorias de análise: currículo prescrito/oficial,
currículo em ação e currículo integrado. No decorrer do processo de análise percebemos que é
impossível falar dessas categorias separadamente, pois todo o currículo é ação, o currículo se
constitui efetivamente na prática (SACRISTÁN, 2017). Concordamos com Sacristán (2017)
ao declarar a dificuldade que é “ordenar num esquema e num único discurso coerente todas as
funções e formas que parcialmente o currículo adota” (p. 15). Pois, o currículo está inserido
em especificidades de cada sistema educativo, de cada nível ou modalidade de ensino, de
orientações filosóficas, pedagógicas e sociais, enfim, das múltiplas tradições e contradições
que permeia cada sistema educativo.
Diante disso, os dados obtidos no survey foram analisados em duas etapas, a primeira
com respostas organizadas em gráficos que demonstraram a formação acadêmica e a
227
experiência dos docentes com a Educação Profissional. Nessa etapa concluímos que a maioria
dos professores que participaram da pesquisa tem menos de 5 anos de experiência em IFs; as
linguagens artísticas de formação a nível de graduação ficaram equilibradas entre música e
artes visuais; a maioria é licenciado e possui mestrado.
Na segunda etapa de análise do survey, organizamos os dados em gráficos ou mapas
semânticos, constituídas mais especificamente pela análise de conteúdo (BARDIN, 2016). Em
ambas etapas utilizamos os softwares Excel e ATLAS.ti. A análise de conteúdo demonstrou
que a maioria dos docentes não participou da elaboração da ementa do componente curricular
de arte, o que resulta em um currículo em ação distanciado do currículo prescrito/oficial ou
dificuldades para colocar em prática o currículo prescrito/oficial. Sacristán (2017) salienta que
é essencial que o professor participe da elaboração dos planos curriculares e não seja apenas
um executor de uma prática que eles não organizaram. Assim, o currículo se torna parte de
um projeto educativo, organizado com vistas a princípios e finalidades pedagógicas que leve
em consideração os interesses, as formas de aprender e as possibilidades de aprendizagem dos
alunos.
A respeito da música, os dados revelaram que a música está presente nas ementas da
maioria dos cursos técnicos integrados ao ensino médio no IFs, corroborando com os dados
obtidos na primeira fase da pesquisa. Vale destacar que, apesar do conteúdo de música estar
presente no currículo, os professores que não tem formação nessa linguagem artística
demonstraram dificuldade em colocar em prática o que está prescrito e, com isso, acabam não
seguindo a ementa ou não trabalhando o conteúdo de música. O mesmo pode ocorrer com os
conteúdos de outras linguagens artísticas, uma vez que a prática está diretamente ligada aos
conhecimentos que o docente tem sobre o conteúdo. Assim, apontamos a necessidade da
presença do professor na escolha dos conteúdos para a área de arte, ou seja, na construção do
currículo. Embora muitos demonstrem que os conteúdos musicais se relacionam com outras
áreas, percebemos a dificuldade do professor em desenvolver os conteúdos presentes nas
ementas, justamente porque o que está prescrito não está relacionado com a área de formação
do docente. Além disso, a ideologia de uma escolarização integrada à vida social vem ao
encontro da ideia de construção de um currículo integrado e, para tanto, a participação do
docente na seleção dos conteúdos seria uma condição indispensável para que, posteriormente
à construção do currículo prescrito, ele possa ser colocado em prática. Caso contrário, o
currículo prescrito não passará de um texto com palavras bem escritas, que atendem às
legislações vigentes, porém inexequíveis para o docente e sem sentido para o aluno e
professores.
228
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Acesso em: 11-set-17
http://libra.ifpi.edu.br/teresinazonasul/o-campus/cursos/tecnicos/integrados/saneamento.
Acesso em: 11-set-17
http://libra.ifpi.edu.br/teresinazonasul/o-campus/cursos/tecnicos/integrados/vestuario. Acesso
em: 11-set-17
300
APÊNDICES
APÊNDICE 1 – Questionário
Questionário (Survey):
Esta pesquisa tem como objetivo investigar como a música está inserida na organização do
componente curricular de arte, bem como, sua relação com a formação profissional nos cursos
técnicos integrados ao ensino médio dos IFs, a partir da ótica docente a respeito do currículo
oficial e praticado.
(Ao responder tenha como foco o componente curricular de arte e não os projetos
extracurriculares).
a. Dados Gerais
1. Nome (opcional):_____________________________
2. Email (opcional):______________________________
3. Telefone (opcional):____________________________
4. IF e campus em que atua:________________________
7. Sua habilitação:
301
( ) Licenciatura
( ) Bacharel
( ) Outro: ________
12. Quantas horas você considera que seriam ideais para trabalhar o componente
curricular de arte em um curso técnico integrado ao ensino médio?
( ) Até 40h
( ) De 40h a 60h
( ) de 60h a 80h
( ) de 80h a 100h
( ) de 100h a 120h
( ) Acima de 120h
13. Como você trabalha os conteúdos do componente curricular, no que diz respeito às
linguagens artísticas?
( ) Foco da minha área de formação fazendo relações com as outras linguagens artísticas
( ) Trabalho somente a linguagem da minha formação
( ) Trabalho todas as linguagens artísticas
( ) No meu campus existe mais de um professor de Arte, com formação em áreas diferentes o
que permite trabalhar com mais linguagens
( ) Trabalho mais a arte-educação de forma generalizada, sem focar em linguagens
específicas
( ) Outro ______________
( ) Atuo buscando construir reflexões críticas mas com enfoque prático na minha área de
formação
( ) Outro:______________________
15. Com relação ao que está previsto no currículo oficial (ementa) e sua prática em sala de
aula, como você avalia sua atuação:
( ) Trabalho estritamente o que está previsto na ementa
( ) Trabalho com base nos conteúdos que estão previstos na ementa, porém acrescento outros
conteúdos da minha área de formação
( ) Trabalho com base nos conteúdos que estão previstos na ementa e acrescento outros
conteúdos que considero importantes para a formação relacionada à área técnica
( ) Trabalho minimamente o que está previsto na ementa, porém acrescento conteúdos que
considero importantes relacionados à área de arte.
( ) Trabalho minimamente o que está previsto na ementa, porém acrescento conteúdos que
considero importantes para a formação profissional do aluno.
( ) Outro______________
16. No currículo oficial (ementa) dos cursos técnicos integrados ao ensino médio nos
quais você atua, estão previstos conteúdos da área de música?
( ) Sim
( ) Não
17. Ainda com relação aos conteúdos musicais, você poderia definir quais são estes
conteúdos? (assinale quantas alternativas julgar necessário)
( ) Conteúdos relacionados aos Parâmetros do som e leitura e escrita musical
( ) Conteúdos relacionados à história da música
( ) Conteúdos voltados à música brasileira
( ) Conteúdos relacionados à produção musical
( ) Conteúdos relacionados apreciação musical
( ) Conteúdos que relacionam a música com as outras linguagens artísticas
( ) Outros________
19. Na sua prática docente, como você trabalha os conteúdos de arte ou arte/música no sentido
de relacioná-la com a formação profissional dos estudantes de cursos técnicos integrados ao
ensino médio? Cite exemplos.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
20. Que metodologias você utiliza ou considera importantes para promover a integração entre
a arte e a formação profissional nos cursos técnicos integrados ao ensino médio?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
305
21. Como você visualiza a relação dos estudantes de cursos técnicos integrados ao ensino
médio com o componente curricular de arte?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
22. Em relação à sua atuação nos cursos técnicos integrados ao ensino médio, quais são os
principais desafios para trabalhar Arte?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
23. Descreva como você percebe o papel da arte na Educação Profissional, mais
especificamente nos cursos técnicos integrados ao ensino médio dos IFs.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
APÊNDICE 2 – Email enviado aos professores dos IFs para participar do survey
307
ANEXOS
ANEXO 1 – Licença Software ATLAS.ti
23/06/2018 Gmail - N° de referência 133879853: Seu pedido do Licença de estudante do ATLAS.ti (PC + Mac)
https://mail.google.com/mail/u/1/?ui=2&ik=ac88bab350&jsver=nzsP6mBWYsU.pt_BR.&cbl=gmail_fe_180618.12_p3&view=pt&
search=inbox&th=… 1/3
Josiane Lopes josianelopesifms@gmail.com
Informações do pagamento
Seu cartão de crédito (xxxxxxxxxxxxx5117) foi autorizado. O débito no extrato do cartão de
crédito aparecerá em nome de "CBA*ATLAS.ti".
Nota importante:
Pagamentos com cartão de crédito não podem ser feitos em reais. Por isso, as transações
serão realizadas em dólares norte-americanos (USD) e impostos e taxas adicionais serão
aplicados
Além do preço indicado na fatura, será cobrado o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF),
à taxa atual de 6,38%, para pagamentos com cartão de crédito.
Seus produtos
Quant. Nome do produto Entrega
1 Licença de estudante do ATLAS.ti (PC + Mac)
Para uso pessoal no contexto dos estudos acadêmicos do detentor
da licença. Todos os outros usos são proibidos. A licença para uso
do programa termina assim que a matrícula a tempo inteiro já não é
mantida. As licenças de estudante são licenças *pessoais* e não
podem ser instaladas ou usadas em uma estação de trabalho detida
ou controlada por uma instituição ou organização. Não podem ser
usadas em qualquer tipo de contexto comercial ou contexto fora da
aprendizagem acadêmica pessoal do licenciado.
eletrônica
License key: 81D2E-3B296-D559J-JOV41-009BF
(Licença de estudante do ATLAS.ti (PC + Mac))