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“ DOR CRÔNICA E IMPLICAÇÕES


NEUROPSICOLÓGICAS: Análise dos
aspectos neuropsicológicos envolvidos
nas Síndromes dolorosas que afetam a
condição médica geral

Olímpia Maria Dornelles Couto


IEPHAE

10.37885/210303586
RESUMO

A dor crônica tem sido expressivo problema de saúde pública e grande desafio aos
profissionais da saúde e às neurociências por causar atroz sofrimento e prejuízo huma-
no. A literatura médica a descreve como uma experiência subjetiva sensitiva e emocional,
frequentemente atroz e inexplicável que afeta a condição médica geral, manifestando
sintomas dolorosos e persistentes mesmo após tratamento ou na ausência de lesão
tecidual. A neurociência demonstra que a patologia tem oferecido dados importantes
acerca da relação entre cérebro e o comportamento. A neuropsicologia estuda as bases
neurais do comportamento e possui interconexões com a neurologia, psiquiatria e psico-
logia, despertando grande interesse em conhecer a dinâmica exercida entre elas. Esta
análise, alicerçada na revisão de literatura nacional e internacional, apresenta achados
sobre implicações neuropsicológicas e dor crônica e norteia o estudo final.

Palavras-chave: Neurociências, dor Crônica, Neuropsicologia.

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INTRODUÇÃO

A dor crônica tem sido grande desafio ao meio médico e às neurociências por ser um
acometimento que persiste além do tempo de recuperação normal do tecido, frequentemen-
te mantido por um período acima de três meses, mesmo na ausência de lesão tecidual ou
após tratamento desta lesão e considerada fenômeno psicofisiológico e neuropsicológico
complexo3, sugerindo ser um acometimento integral multidimensional neurológico, fisiológico
e comportamental que demanda compreensão na mesma magnitude em que se apresenta.
A neuropsicologia é a neurociência que estuda as bases neurais do comportamento
humano20, possui interfaces com diversas áreas, notadamente, com a medicina neurológica
e psiquiátrica, com a psicologia, fisioterapia, psicopedagogia, fonoaudiologia, entre outras.
Apesar do grande interesse científico e de inúmeros trabalhos publicados nesse campo,
obras na língua portuguesa são escassas, especialmente aquelas de caráter multidisciplinar,
voltadas para a área clínica21 e de compreensão integral do indivíduo.
Resultante das considerações acima, conjectura-se que a dor crônica seja um aco-
metimento ‘neuropsicofisiológico e comportamental” que causa atroz sofrimento e prejuízo
humano, frequentemente manifesto e mantido mesmo na ausência de lesão tecidual ou
após tratamento desta lesão.
Este estudo objetivou demonstrar a existência de implicações neuropsicológicas nas
síndromes dolorosas que afetam a condição médica geral, e, evidenciar a importância da
neuropsicologia para propor formulação diagnóstica e implementação de programa de tra-
tamento à pacientes com dor crônica.
Através de revisão de literatura nacional e internacional abordando sobre implicações
neuropsicológicas, especialmente relacionadas ao “funcionamento cerebral superior” incluindo
aspectos cognitivos, comportamentais, neurológicos, psiquiátricos e demenciais, envolvidos
nas manifestações dolorosas crônicas, como na Fibromialgia, Artrite Reumatoide, Lúpus
Eritematoso Sistêmico, Lyme, Câncer, Enxaqueca, Dor Complexa Regional, Dor Lombar,
Esclerose Múltipla, Fadiga Crônica e uso de Opióides.

A PROBLEMÁTICA DA DOR CRÔNICA E NEUROPSICOLOGIA

Aspectos teóricos

A neurociência, visando compreender as instabilidades envolvendo o sofrimento hu-


mano, tem observado e procurado entender as estruturas e o funcionamento de áreas po-
tenciais correlacionadas como a neurológica, psicológica cognitiva e comportamental e tem

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demonstrado que a patologia humana tem oferecido informações preciosas sobre a relação
entre o cérebro e o comportamento19.
A dor é definida como experiência objetiva sensitiva e emocional, associada com le-
são tissular real ou potencial dos tecidos ou descrita em termos dessa lesão2 e considerada
fenômeno psicofisiológico e neurofisiológico complexo3, sugerindo ser um acometimento
integral multidimensional neurológico, psicológico, fisiológico e comportamental que demanda
compreensão e intervenção na mesma proporção em que se apresenta.
Segundo a Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP)4, a dor é definida
como uma experiência sensorial (sensitiva) e emocional desagradável associada ou descrita
em termos de lesão tecidual. (ou potencial)

A dor pode ser classificada quanto a duração, a origem, ao padrão e quanto a in-
tensidade: quanto a duração5, classifica-se como aguda e crônica; quanto a origem, clas-
sifica-se como dor nociceptiva, neuropática, mista e psicogênica; quanto ao padrão6–7,
classifica-se como contínua e episódica; e. quanto a intensidade, classifica-se como leve,
moderada ou intensa.
A duração da dor em pacientes que procuram tratamentos em centros especializados
de dor crônica é de aproximadamente sete anos7. Estimativas conservadoras de frequên-
cia de algum tipo de dor crônica na faixa de população só dos EUA é de 75 milhões de
pessoas3. A Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que, em média, 30% da popu-
lação global sofra com dores crônicas e, só no Brasil, esse número equivale a 60 milhões
de brasileiros10.
A dor crônica envolve não só o aspecto físico denunciado pelo sintoma, e sim, a inte-
gralidade que compromete diversos domínios da vida da pessoa, inclusive o estado men-
tal. As estimativas sugerem que pelo menos um diagnóstico de transtorno mental esteja
presente em 59% dos pacientes com dor lombar crônica tratados em centros de dor11.
A dor crônica é classificada e descrita como transtorno Somatoforme, incluindo ma-
nifestações de sintomas físicos para os quais pode ou não ser encontrada uma explicação
médica adequada, cujo os sintomas e queixas somáticas são suficientemente sérios para
causarem um sofrimento emocional ou prejuízo significativo à capacidade do paciente para
funcionar em papeis sociais e ou ocupacionais. Os transtornos somatoformes12 diferem
dos fatores psicológicos que afetam a condição médica, na medida em que não existe uma
condição médica geral diagnosticável que explique plenamente os sintomas físicos.
Toda a manifestação dolorosa, objetiva ou subjetiva, real ou potencial, demanda espe-
cial compreensão e intervenções adequadas. A dor crônica com característica neuropática
ainda é pouco estudada, e os poucos estudos epidemiológicos evidenciaram que a dor neu-
ropática é um problema de saúde pública com elevada prevalência e grande influência na

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vida das pessoas. A realização de estudos populacionais deve ser incentivada objetivando
implementar políticas de prevenção e controle dessa doença13.
A dor crônica é uma experiência individual, ou seja, peculiar à cada pessoa. Referindo-
se à dor crônica, Schneider (1976)14, aponta que “(...) certos indivíduos se tornam doentes
crônicos pela simples razão de apresentarem alterações somáticas tão importantes que são
forçados a renunciar a qualquer possibilidade de adaptação e de desenvolvimento, mesmo
restrito e sentem necessidade de cuidados constantes”.
Múltiplas e contingentes funções cerebrais superiores podem estar envolvidas na
gênese, exacerbação ou manutenção das síndromes dolorosas crônicas. A presença de
déficits cognitivos em pacientes com dor pode ser explicada considerando-se diversas
dimensões15–16–17.
Segundo Sardá Jr. e Garcia18, primeiramente, é sabido que a dor mobiliza nosso sistema
nervoso central por ser uma mensagem de alta valência; em segundo lugar, se percebido
como um evento estressante, as respostas à dor produzem alterações no sistema nervoso
neurovegetativo e demandam atenção, processamento de informações e tomada de decisões.
Ainda, segundo Sardá Jr e Garcia18, transtornos mentais como depressão e ansiedade
são frequentes em pacientes com dor e podem causar déficits cognitivos também. Associado
a isso, essa população usa frequentemente diversas medicações opióides, antidepressivos,
ansiolíticos entre outros que podem causar efeitos indesejáveis tais como sonolência, torpor,
déficits cognitivos.
A avaliação neuropsicológica clínica difere da avaliação psicológica clínica. Os procedi-
mentos utilizados em avaliações psicológicas clínicas em geral diferem dos empregados em
avaliações neuropsicológicas, embora possa, às vezes, haver uma pequena sobreposição.
Por exemplo, as avaliações psicológicas com alguma assiduidade incluem um teste de inteli-
gência, que é essencialmente uma medição cognitiva, e muitas avaliações neuropsicológicas
contêm uma medição de personalidade para triar dificuldades emocionais22.
A avaliação psicológica clínica utiliza testes projetados para prover informações sobre
a personalidade e o funcionamento emocional dos pacientes22. A avaliação neuropsicológi-
ca utiliza medidas comportamentais e de funcionamento cerebral, visando caracterizar de
maneira mais compreensiva o status cognitivo e emocional do paciente23 e objetiva corre-
lacionar as funções preservadas e as prejudicadas, na tentativa de compreender como a
lesão ou disfunção cerebral afeta a realização das atividades de vida diária e o desempenho
escolar e vocacional24.
Os instrumentos de avaliação neuropsicológica têm procedência da medicina neuro-
lógica e ciência psicológica. Os testes neuropsicológicos, como a própria ciência neurop-
sicológica, derivam de várias das práticas do Exame Neurológico Clínico, da Psicologia

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Experimental e Clínica, e da pesquisa em Neuropsicologia; poucos dos testes foram origi-
nalmente desenvolvidos por neuropsicólogos25–26.
No aspecto histórico da Neuropsicologia, autores23–25 relatam que nas décadas de 50 e
60, a Avaliação Neuropsicológica deveria responder às perguntas sobre “sinais de organici-
dade”, nos dados do paciente. A partir da década de 60, com a proliferação de procedimentos
mais especializados, os clínicos começam a expandir seu papel para localizar lesões nos
hemisférios cerebrais.
Em termos de correlações clínicas, não se pode considerar apenas sítios, órgãos ou
sistemas acometidos, a percepção da dor é um fenômeno complexo que depende da natu-
reza dos estímulos fisiológicos que ativam receptores sensoriais, assim como da condição
afetiva da pessoa27–28.
Fatores psicopatológicos envolvendo qualidade de vida afetiva, social, espiritual, sexual
e financeira da pessoa podem ser peculiaridades fundamentais na gênese e manutenção
da dor. O terapeuta deve ter consciência de que a sensação de dor é subjetiva e não pode
ser expressa numa terminologia científica ou médica porque possui um componente emo-
cional importante. Ao implementar uma interação terapêutica, o desafio para o terapeuta é
ser sensível aos fatores físicos e emocionais que contribuem para a condição do paciente29.
Auxiliar o paciente com dor, demanda mais do que amparar somente clínica, fraternal-
mente ou puramente medicamentosa, se faz necessário conhecer amplamente o dinamismo
envolvido no acometimento para intervir com artes medicinais, abalizadas, norteando res-
postas efetivas. A assistência ao paciente com dor requer não só acolhimento, mas também
ações científicas para identificar e sanar esse sintoma e minimizar o sofrimento10.
Sob a perspectiva neuropsicológica30, a descoberta do sintoma não constitui o fim, mas
o ponto inicial para o estudo das estruturas internas do distúrbio e identificação de fatores
subjacentes. O exame neuropsicológico aplica-se, desta forma, a uma série de propósitos,
tais como: auxílio em diagnósticos; suporte no manejo, cuidado e planejamento de progra-
mas de reabilitação; avaliação da eficácia de tratamentos; fornecimento de informações para
propósitos jurídicos; e pesquisa25.

ASPECTOS PRÁTICOS

1. Fibromialgia, Artrite Reumatoide e Lúpus Eritematoso

A fibromialgia é considerada uma síndrome musculoesquelética de dor crônica e di-


fusa, devido a seu grande número de sintomas. É diagnosticada na presença de dor ge-
neralizada durante três meses, em combinação com sensibilidade em 11 ou mais dos 18
pontos sensíveis à palpação das diversas partes do corpo, conforme o American College

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of Rheumathology. A cronicidade da doença afeta a qualidade de vida dos pacientes, bem
como suas relações sociais, hábitos e rotinas, provocando aumento das anormalidades
psicológicas à doença, especialmente em estados de depressão e alterações psiquiátricas.
A artrite reumatoide é uma doença inflamatória sistêmica crônica, autoimune, que
afeta as articulações e associa-se com manifestações sistêmicas como rigidez, fadiga e
perda de peso. O envolvimento com outros órgãos reduz a expectativa de vida em cinco a
10 anos. A progressão da doença torna os pacientes incapazes de realizar atividades da
vida diária. As alterações psicológicas também se desenvolvem quando correlacionadas ao
comprometimento físico. No entanto, o tratamento com fármacos não surte efeito sobre os
quadros psiquiátricos, quando então são necessários outros recursos.
O lúpus eritematoso sistêmico é uma doença de causa desconhecida. Ela envolve
processos autoimunes e inflamatórios de forma multisistêmica, que atingem frequentemente
o sistema nervoso central, periférico e autônomo, podendo gerar acometimentos neurológi-
cos, síndromes neuropsiquiátricas e psicofuncionais, como convulsões, cefaleia, síndrome
orgânica cerebral e psicose. O comprometimento neurológico pode ocorrer simultaneamente
a outros sintomas ou após o início da doença.
O diagnóstico do lúpus eritematoso sistêmico deve ser realizado tendo como base ao
menos quatro de 11 critérios: eritema malar, lesão discoide, fotosensibilidade, úlceras orais
e nasais, artrite, serosite, comprometimento renal, alterações neurológicas, alterações he-
matológicas, alterações imunológicas e anticorpos nucleares.

Estudo
Uma análise neuropsicológica de distúrbios cognitivos em pacientes com fribromialgia,
artrite reumatoide e lúpus eritematoso sistemico, realizado na UNB em 2012, objetivan-
do analisar a possível existencia de distúrbios cognitivos associados a fibromialgia, artrite
reumatoide, lúpus eritematoso e a influencia das variáveis idade, escolaridade e sintomas
psiquiatricos sobre esses distúrbios, revelou a presença de distúrbios cognitivos associados
às três patologias, porém com diferenças significativas entre os grupos, concluindo que ren-
dimento neuropsicológico está significativamente afetado pela dor e o nível de ansiedade
explica parte da variabilidade nos testes neuropsicológicos que não é explicado pela dor.

2. Síndrome de Fibromialgia (SF)

Estudos prévios têm mostrado a presença de alterações cognitivas em síndromes de


fibromialgia (SF), contudo, não tem determinado a possível influência das distintas variáveis
clínicas nestas alterações.

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Estudo
Um estudo sobre Neuropsicologia dos pacientes com Síndrome de Fibromialgia, realiza-
do em Psicothema, Oviedo, em 2008, visando determinar as diferenças na função cognitiva
entre pacientes com SF e controles hígidos, e, determinar a influência da ansiedade e a dor
na função cognitiva em pacientes com SF, observou que as pacientes com SF apresentaram
rendimento cognitivo significativamente inferior aos controles hígidos em todos os parâmetros
avaliados e que o rendimento neuropsicológico em pacientes com SF está associado a dor,
sendo esta relação independentemente do nível de ansiedade e concluiu que o rendimento
neuropsicológico está significativamente afetado pela dor, e o nível de ansiedade explica
parte da variabilidade nos testes neuropsicológicos que não é explicado pela dor.

3. Esclerose Múltipla (EM)

Os déficits cognitivos são uma manifestação comum na esclerose múltipla e têm um


efeito grande sobre a qualidade de vida do paciente. O alívio dos efeitos nocivos causa-
dos por esses déficits deve ser um dos principais objetivos da pesquisa e da prática no
tratamento da EM.

Estudo
Estudo sobre reabilitação neuropsicológica para esclerose múltipla, realizado no Centro
de reabilitação neurológica Masku – Finlândia, em 2011, visando avaliar os efeitos da rea-
bilitação neuropsicológica/cognitiva em EM através da realização de uma revisão sistemá-
tica, encontrou quatorze estudos, cujos resultados foram agrupados evidencia redução de
sintomas cognitivos em EM em baixo nível, porém, significativos em doze estudos, quando
analisados individualmente. Não havia métodos de reabilitação neuropsicológica sobre as
funções cognitivas e emocionais. A qualidade global dos estudos, bem como a comparabili-
dade dos estudos incluídos foram relativamente baixos devido as limitações metodológicas
e heterogeneidade de medidas utilizadas e concluiu que Baixo nível de evidência de efeitos
positivos na reabilitação neuropsicológica em EM intervenções incluídas na revisão foram
heterogêneas. Consequentemente, inferências clínicas só podem ser desenhadas a partir
de estudos individuais.

4. Esclerose Múltipla (EM)

A esclerose múltipla é uma doença progressiva, autoimune e de etiologia desconhe-


cida. Caracteriza-se por uma disfunção do sistema nervoso que causa a perda da ba-
inha de mielina que envolve os neurônios, associada a uma inflamação e à destruição dos
axônios, prejudicando a condução dos impulsos nervosos e gerando sintomas físicos e

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cognitivos. Os sintomas da EM incluem comprometimentos motores (tremores, paralisias,
parestesias, dores, etc.), alterações emocionais (depressão, estresse, ansiedade exacerbada)
e cognitivas (déficits de memória, atenção, funções executivas, velocidade de processamento
da formação, etc.).
A EM possui quatro manifestações clínicas distintas: 1. Forma recorrente remitente:
em que os sintomas costumam exacerbar-se por cerca de uma ou duas horas (período de
crise), seguidos por uma melhora gradual, com duração de dois ou três meses. No início
da doença, a duração dos sintomas pode ser total durante o período de remissão, contudo,
com a repetição das crises, alguns déficits passam a se acumular; 2. Forma Progressiva
Secundária: nesse quadro a doença inicia como forma surto-remissiva, mas com o decorrer do
tempo os comprometimentos tornam-se progressivos, sem fases de melhora dos sintomas; 3.
Forma Progressiva Primária: em que o comprometimento progressivo está presente desde o
início da doença; 4. Forma Progressiva com Surtos: quando a doença se mostra progressiva
desde o surgimento, apresenta surtos claros de exacerbação dos sintomas, com ou sem
recuperação total das funções afetadas e piora progressiva fora de manifestações de surto.
A avaliação neuropsicológica pode auxiliar no diagnóstico e tratamento de pacien-
tes com transtornos neurodegenerativos, mas ainda enfrenta problemas com a escolha
e a qualidade dos instrumentos, especialmente ao avaliar patologias específicas, como a
Esclerose Múltipla .

Estudo
Estudo sobre as dificuldades na Avaliação Neuropsicológica de pacientes com Esclerose
Múltipla, realizado em UFTM em 2012, objetivando apresentar os resultados e as dificuldades
enfrentadas ao realizar a avaliação neuropsicológica de pacientes com EM atendidos em
um ambulatório público de uma cidade do interior de Minas Gerais, observou que a maioria
dos pacientes apresentou algum déficit nas funções executivas, especialmente na memória
ou na capacidade motora. O processo de avaliação evidenciou a dificuldade para utilizar
provas de longa duração em pacientes que sofrem de fadiga crônica e para obter material
validado específico para avaliar pacientes com EM e concluiu que é necessário avaliar os
pacientes no período da manhã, com instrumentos menos extensos e também avaliar o
estado emocional dos pacientes com EM.

7. Síndrome da dor complexa regional (SDCR)

Estudo
Estudo sobre déficits neuropsicológicos associados a Síndrome Complexa Regional,
realizado em Drexel University, Colégio de Medicina, Departamento de Neurologia em 2010,

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visando elucidar a existência de subtipos neuropsicológicos em Síndrome Dolorosa Complexa
Regional, analisou cento e trinta e sete pacientes em três grupos: grupo 1, pacientes ob-
tiveram escores mais elevados do que os grupos 2 e 3 em todos os testes. Entretanto, os
grupos 2 e 3 foram igualmente prejudicados em testes executivos. O grupo 3 foi prejudicado
na avaliação de nomeação/memória em comparação com os outros grupos e concluiu que,
significativos déficits neuropsicológicos estão presentes em 65% dos pacientes. Muitos dos
pacientes apresentam elementos de comprometimento executivo e alguns pacientes com
comprometimento cognitivo global.

8. Dor Lombar

A lombalgia é uma doença que exerce um profundo impacto em várias esferas de


funcionamento psicossocial, incluindo emocional, limitações funcionais e decréscimos nos
contatos sociais.

Estudo
Estudo sobre as peculiaridades das funções cognitivas em pacientes com dor crôni-
ca nas costas, realizado na Universidade Korsakova, Centro de Neurologia e Psiquiatria,
Sechenova – Moskva em 2009, objetivando estudar os fatores cognitivos que influencia em
pacientes com dor lombar crônica, observou que, diferenças significativas nos testes neu-
ropsicológicos, ou seja, flexibilidade mental, memória de atraso, velocidade psicomotora,
que se refere ao comprometimento cognitivo sutil com distúrbios de função executiva, foram
encontrados em ambos os grupos de pacientes com dor lombar crônica em comparação com
adultos sem dor e concluiu que, características sensório-discriminativo (dor de intensidade)
e afetivo-emocionais (emoções negativas, em particular, ansiedade) teve efeito sobre as
funções cognitivas em pacientes mais jovens, sem sintomas depressivos. Características
afetivo-emocionais (ansiedade, angústia psicológica) e cognitivos (catastrofização) contribuiu
para os distúrbios cognitivos em pacientes mais velhos.

9. Dor Lombar Crônica e Somatoforme

Doença psicossomática é toda a perturbação que comporta no seu determinismo um


fator psicológico intervindo não só de modo contingente, como pode acontecer qualquer que
seja a afecção, mas por uma contribuição essencial à gênese da doença.
A dor lombar crônica, como principal sintoma de um transtorno de dor somatoforme é
uma categoria diagnóstica remanescente para muitos médicos, clínicos gerais e cirurgiões
ortopédicos. Pacientes com transtorno de dor somatoforme (CID-10:F45.4), muitas vezes
não são diagnosticados até depois de vários anos e vários procedimentos de diagnóstico,

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em alguns casos, após a imparidade iatrogênica. Um conhecimento mais preciso da doença
pode evitar a cronificação.

Estudo
Exame sobre características psiquiátricas, psicológicas e neurológicas de pacientes
com dor lombar crônica, realizado na Universidade Korsakova, Centro de Neurologia e
Psiquiatria, Sechenova – Moskva em 2003, visando examinar particularidades psiquiátricas,
psicológicas e neurológicas em pacientes com síndrome de dor crônica (SDC) causada pela
patologia da coluna e pacientes diagnosticados com transtorno de dor crônica somatoforme
(TDCS), observou que, os sintomas depressivos predominaram em pacientes com TDCS,
que exibiram distúrbios psicopatológicos mais pronunciados e duas vezes maior frequên-
cia de transtornos de personalidade, em comparação com os SDC. Em pacientes TDCS
a intensidade da dor e a reação à síndrome de dor significativamente maiores do que em
pacientes do SDC e concluiu que ansiedade, depressão e desadaptação sociopsicológicas é
muito significativamente maior em TDCS. Avaliação neuropsicodiagóstica revela expressiva
diferença entre os grupos: tônica muscular miofascial em TDCS e disfunção da articulação
iliosacral em SDC.

10. Lombalgia e Lombociatica

A compreensão da dor como um fenômeno multidimensional é fundamental pelas


abordagens mais efetivas das síndromes dolorosas, as quais reconhecem a mediação de
aspectos emocionais e comportamentais sobre as mesmas.

Estudo
Estudo sobre diagnóstico de aspectos emocionais associados à Lombalgia e a
Lombociatica, realizado na UFSC, Departamento NIDI Neurociências em 2003, objetivando
verificar a presença da depressão, ansiedade e somatização em um grupo de pacientes com
lombalgia e lombociática, atendidos no Núcleo de Intervenção e Diagnóstico por Imagem
(NIDI), em Florianópolis, constatou que a Avaliação Neuropsicológica evidencia uma asso-
ciação significativa entre depressão, ansiedade e somatização associadas à lombalgia e à
lombociática e concluiu que as alterações associadas à lombalgia e à lombociática, apontadas
neste estudo, vão de encontro à Teoria do Portal e aos resultados similares de pesquisas
apresentadas no exterior. O estudo demonstra a importância da avaliação neuropsicológica
no diagnóstico e tratamento de síndromes dolorosas de origem lombar.

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11. Cefaleia

É situação frequente na prática clínica neurológica os pacientes com cefaleias, prin-


cipalmente migrânea, queixarem-se de problemas de memória, aprendizagem, atenção e
concentração. Eles relatam, por exemplo, dificuldades para lembrar números de telefones,
recados, nomes de pessoas e endereços, esquecendo-se do que estavam indo fazer ou dizer
em determinado momento. Essas queixas podem interferir no funcionamento dos pacientes,
comprometendo a qualidade de vida dos mesmos.

Estudo
Estudo sobre Neuropsicologia das cefaleias, realizado na UFMG, Faculdade de
Medicina, Departamento de Clínica Médica em 2008, objetivando analisar os achados neu-
ropsicológicos de pacientes com cefaleia do tipo tensional e migrânea, descobriu que as
alterações cognitivas observadas em pacientes adultos com migrânea parecem estar pre-
sentes desde a infância e não poderiam ser explicadas por comorbidades psiquiátricas ou
o uso de medicamentos. Estariam possivelmente relacionadas ao processo fisiopatológico
subjacente à migrânea e concluiu que pacientes com cefaleia tipo tensional exibem fun-
cionamento cognitivo similar a controles assintomáticos. Portadores de migrânea tendem
a apresentar pior desempenho em todas as tarefas, mesmo em períodos livre de dor. A in-
vestigação neuropsicológica deveria ser parte integrante da abordagem dos pacientes com
cefaleia, especialmente do tipo migrânea.

12. Enxaqueca e Alodinia

Alodinia cutânea (AC) na enxaqueca é uma manifestação clínica de sensibilização


do sistema nervoso central. Várias síndromes de dor crônica e transtornos de humor são
comorbidades com a enxaqueca.

Estudo
Estudo sobre Alodínia na enxaqueca, associação com condições de dor e de comor-
bidades, realizado na Universidade de Toledo, Colégio de Medicina, Toledo, OH, EUA em
2009, buscou analisar a relação da enxaqueca associada a Alodínia cutânea e comorbida-
des, constatou que a prevalência de diagnóstico médico de auto relato de dor e condições
de comorbidades (síndrome do intestino irritável, síndrome da fadiga crônica, fibromialgia) e
condições psiquiátricas (depressão e ansiedade) foram amplamente associadas a sintomas
de Alodínia. A probabilidade de relatar sintomas de Alodinia grave foi muito maior em pes-
soas com 3 ou mais condições de dor e concluiu que Alodinia cutânea na enxaqueca é uma

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manifestação clínica de sensibilização do sistema nervoso central. Os sintomas de Alodínia na
enxaqueca estão associados com ansiedade, depressão e várias condições de dor crônica.

13. Sequela Neuropsicológicas da Quimioterapia

Resultados contraditórios sobre as sequelas neuropsicológicas da quimioterapia como


único tratamento pediátrico para leucemia linfoblástica aguda, sem radiação, indicam a ne-
cessidade de uma ampla revisão meta-analítica.

Estudo
Estudo em metanálise sobre sequelas neuropsicológicas do tratamento quimioterápico
pediátrico em leucemia linfoblástica aguda, realizado na Universidade de Missouri-Kansas,
Instituto do Câncer em 2008, objetivando avaliar diferenças no funcionamento neuropsico-
lógico e acadêmico entre crianças com leucemia linfoblástica aguda tratados apenas com
quimioterapia e grupos de comparação, constatou que efeito significativamente diferente
para vários domínios de realização inteligência e acadêmico; velocidade de processamen-
to, memória verbal, e alguns aspectos do funcionamento executivo e habilidades motoras
finas, indicando pior funcionamento em todos os sobreviventes e concluiu que os resultados
comprovaram a presença de sequelas neuropsicológicas e acadêmicas para todos os so-
breviventes tratados apenas com quimioterapia e destaca a necessidade do acompanha-
mento contínuo em crianças com LLA, utilizando uma bateria de testes neuropsicológicos
padronizados e metodologia de pesquisa.

14. Efeitos neuropsicológicos no tratamento de câncer em adultos

Estudo
Estudo em meta-análise e revisão de literatura sobre os efeitos neuropsicológicos no
tratamento de câncer em adultos, realizado na Universidade de Missouri-Kansas, Instituto do
Câncer em 2004, objetivando avaliar os possíveis efeitos neuropsicológicos de tratamentos
para o câncer em adultos, constatou que resultados com efeito negativo estatisticamente
significativos foram encontrados de forma consistente. Nas amostras para aqueles com diag-
nóstico relativamente “menos grave”, os efeitos permaneceram e concluiu que os resultados
apontam para efeitos cognitivos específicos da terapia contra o câncer sistêmico em geral.
Mais pesquisas são necessárias para esclarecer quais os tratamentos que podem ou não
produzir decréscimos cognitivos, o tamanho dos efeitos e a sua duração.

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15. Performance neuropsicológica no uso de Opióides a longo prazo

Estudo
Estudo sobre a performance neuropsicológica prejudicada em pacientes com dores
crônicas não malignas que recebem a terapia de Opióides orais a longo prazo, realizado em
Bispebjerg Hospital, Departamento de Medicina Paliativa Copenhagen, Dinamarca em 2000,
objetivando investigar o desempenho neuropsicológico em pacientes com dor crônica não
oncológica recebendo terapia de Opióides orais a longo prazo, constatou o desempenho
neuropsicológico significativamente mais pobres do que os controles em todos os testes
neuropsicológicos aplicados no presente estudo e concluiu que o uso de opióides orais a
longo prazo evidenciou performance neuropsicológica significativamente prejudicada.

16. Lyme

Doença de Lyme é causada pela espiroqueta carrapatos Borrelia burgdorferi, está as-
sociada com uma grande variedade de anormalidades neurológicas. No início da doença,
muitos pacientes com episódios de cefaleias e menigismo leve. Dentro de algumas semanas,
cerca de 15 por cento apresentam anormalidades neurológicas objetivas, mais comumente
meningite linfócitica, motora ou sensorial radiculoneurite ou neuropatia craniana, em parti-
cular paralisia facial.
O envolvimento neurológico crônico afeta tanto o sistema nervoso central ou perifé-
rico e também pode ocorrer em borreliose de Lyme. Pode ocorrer encefalomielite borrelial
progressiva, uma doença neurológica grave caracterizada por parestesia estática ou tetra-
paresia, ataxia, déficit cognitivo, disfunção da bexiga e neuropatia craniana, principalmente
déficits do sétimo ou oitavo nervo craniano. Pode ocorrer acrodermatite crônica atrofiante,
uma manifestação tardia da pele borreliose de Lyme relatada principalmente na Europa, tem
sido associada com uma polineuropatia sensitiva e com muitos distúrbios mentais.

Estudo
Estudo sobre o funcionamento neuropsicológico na doença de Lyme crônica, realizado
no Departamento de Psiquiatria e Comportamento Humano, Brown Medial School, Província,
Rhode Island, EUA em 2001, objetivando mostrar se os déficits observados em indivíduos
com a doença de Lyme crônica são consistentes com os déficits que podem ser vistos em
processos envolvendo o sistema nervoso frontal, constatou observações consistentes com os
resultados neurorradiológicos dos déficits neuropsicológicos e concluiu que déficits neurop-
sicológicos significativos são observados na doença clínica de Lyme crônica, especialmente
envolvendo o sistema nervoso frontal.

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A Psicologia e Suas Interfaces na Saúde, Educação e Sociedade
17. Lyme

Estudo
Estudo controlado de déficits cognitivos em crianças com doença de Lyme crôni-
ca, realizado em Columbia University, Departamento de Psiquiatria, Divisão de Medicina
Comportamental, New York, NY em 2001, objetivando mostrar a dinâmica cognitiva e psiquiá-
trica de crianças com a doença de Lyme crônica, constatou que as crianças com a doença
de Lyme crônica tiveram significativamente mais perturbações cognitivas e psiquiátricas em
relação a amostra comparada. Os déficits cognitivos ainda foram encontrados depois de
controlar a ansiedade, depressão e fadiga e concluiu que doença de Lyme em crianças pode
ser acompanhada por distúrbios neuropsiquiátricos a longo prazo, resultando em prejuízos
psicossociais e acadêmicos. Sugere estudos neuropsicológicos ainda mais aprofundados.

18. Lyme

Estudo
Estudo sobre síndrome pós Lyme e síndrome da fadiga crônica, semelhanças e dife-
renças neuropsiquiátricas, realizado na Universidade Estadual de Nova York, Departamento
de Neurologia, Stony Brook em 2007, objetivando examinar as diferenças nestes distúrbios
neuropsiquiátricos para melhorar a compreensão de como o humor, fadiga e desempenho
cognitivo se inter-relacionam em doença crônica de Lyme, concluiu que apesar da sobrepo-
sição de sintomas, os pacientes com PLS apresentam maiores déficits cognitivos do que os
pacientes com SFC comparados com controles saudáveis. Isto é particularmente evidente
entre os pacientes com PLS que não têm a doença psiquiátrica pré-mórbida.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Compreender e tratar a dor crônica tem sido um grande desafio ao meio médico e des-
pertado importante interesse às neurociências, especialmente a neuropsicológica visando
compreender o envolvimento entre a mente, o cérebro e o comportamento nas síndromes
dolorosas crônicas e têm fornecido informações cruciais em todos os estudos ora analisa-
dos, evidenciando a importância da Neuropsicologia ser inserida à prática em diagnósticos
e indicações de programas de tratamento.
A dor crônica é uma manifestação dolorosa, objetiva e subjetiva, uma experiência indi-
vidual frequentemente acompanhada por transtornos mentais e cognitivos, envolve múltiplas
e contingentes funções cerebrais superiores e em diversas dimensões, apresenta alterações
no sistema neurovegetativo, a natureza da dor depende dos estímulos que ativam receptores

107
A Psicologia e Suas Interfaces>na Saúde, Educação e Sociedade
sensoriais e emocionais, assim como, fatores psicopatológicos envolvendo a vida afetiva,
social, espiritual, sexual e financeira, podem ser peculiaridades fundamentais na gênese e
manutenção da dor, demandando investigação integral.
Assim, a presente análise desnuda a dor crônica como sendo um fenômeno “psicofi-
siológico e neuropsicológico complexo”, em que, a própria patologia oferece informações
preciosas sobre a relação entre cérebro e o comportamento, descortinando, amplamente, a
ação exercida entre mente, cérebro, e comportamento, envolvendo a estrutura neurológica,
psicológica e fisiológica geral, portanto, com conteúdos “neuropsicofisiológicos”, expressos
por problemas observáveis e não observáveis no funcionamento do corpo.

CONCLUSÃO

Conclui-se que, a análise demonstra robustamente a existência de implicações neurop-


sicológicas nas síndromes dolorosas que afetam a condição médica geral em uma importante
variabilidade de problemas físicos e oferece evidências fartamente sólidas sobre a importân-
cia da Neuropsicologia ser incluída em indicações diagnósticas e programas de tratamento.
A dor crônica, considerada fenômeno psicofisiológico e neuropsicológico complexo,
envolvendo a estrutura neurológica, psicológica e fisiológica, com conteúdos, portanto, as-
sociados a fatores neurológicos, psicológicos, fisiológicos e comportamentais, confirma ser
um acometimento “Neuropsicofisiológico e comportamental”, acima conjecturado.
Conclui-se, ainda, que ao auxiliar o paciente com dor, especialmente com síndrome
dolorosa crônica, pode ser de fundamental importância incluir à pratica clínica multiprofis-
sional, um saber que vise conhecer mais amplamente o dinamismo neuro-psico-fisiológico
e comportamental, propondo, assim, uma abordagem “Neuropsicofisiológica e comporta-
mental” que auxilie na formulação diagnóstica e implementação de programas de tratamento
à pacientes com dor crônica.
Por fim, a abordagem “Neuropsicofisiológica e Comportamental”, pode ser aplicada a
uma série de propósitos, tais como na pesquisa, para auxiliar em diagnósticos, dar suporte
no manejo, cuidado e planejamento de programas de reabilitação, avaliação da eficácia
de tratamentos, fornecimento de informações para propósitos jurídicos, tais como, perícias
judiais e outros. Norteando o presente trabalho, por demonstrar fundamental importância
e ter conquistado destaque no meio científico e neurocientífico, avança em stricto senso.

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A Psicologia e Suas Interfaces na Saúde, Educação e Sociedade
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