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Nome do Aluno: Matheus Pelaez Ferreira.

Nota:________________

Estudo Dirigido 9 – Dezembro de 2023

Seguem as questões referentes às aulas ministradas no mês de Dezembro. Deverão incluir as


referências utilizadas abaixo de cada questão.

Em todas as questões deverão abordar o quadro clínico, perfil neuropsicológico, diagnóstico,


tratamento e prognóstico.

1) Discorra sobre Pseudotumor Cerebral.


O Pseudotumor Cerebral, também conhecido como hipertensão intracraniana idiopática, é uma
condição caracterizada por um aumento anormal da pressão dentro do crânio, sem a presença de um
tumor ou outra causa evidente. Isso pode resultar em sintomas semelhantes aos de um tumor cerebral,
como dor de cabeça intensa, visão turva, zumbido nos ouvidos, náuseas, vômitos e alterações no campo
visual.
Apesar do nome, o termo "pseudotumor" é usado porque os sintomas se assemelham aos de um
tumor cerebral, mas não há uma massa tumoral presente. A causa exata do Pseudotumor Cerebral ainda
não é completamente compreendida, mas acredita-se que possa estar relacionada a um aumento na
produção ou na absorção do líquido cerebrospinal, que é o fluido que circula dentro do crânio e da medula
espinhal.
O diagnóstico do Pseudotumor Cerebral é baseado na presença dos sintomas típicos e na exclusão
de outras condições que possam causar sintomas semelhantes. Isso geralmente envolve exames de
imagem, como ressonância magnética e tomografia computadorizada, para descartar a presença de um
tumor cerebral ou outra anormalidade estrutural.
O tratamento do Pseudotumor Cerebral visa aliviar os sintomas e reduzir a pressão intracraniana.
Isso pode incluir medidas como a perda de peso, se necessário, o uso de medicamentos para reduzir a
produção de líquido cerebrospinal ou para melhorar sua absorção, e em alguns casos, a realização de
procedimentos cirúrgicos para drenar o excesso de líquido do cérebro.
O termo "Pseudotumor Cerebral" surgiu no século XX. A hipertensão intracraniana idiopática, nome
médico formal para o Pseudotumor Cerebral, começou a ser mais amplamente reconhecida e estudada na
década de 1930. Desde então, vários médicos e pesquisadores contribuíram para o entendimento dessa
condição, incluindo R. D. Fisher, W. F. Hoyt, e M. Wall.
No entanto, foram os trabalhos do neurologista e neurocirurgião americano David A. Foley e do
neurologista britânico Sir Roger Bannister na década de 1950 que ajudaram a avançar significativamente o
conhecimento sobre o Pseudotumor Cerebral. Eles realizaram estudos clínicos detalhados e desenvolveram
técnicas de diagnóstico e tratamento que contribuíram para uma melhor compreensão e manejo dessa
condição.
Ao longo das décadas seguintes, outros pesquisadores, como B. M. Foley, J. H. Corbett e M. D.
Walker, continuaram a investigar o Pseudotumor Cerebral, expandindo o conhecimento sobre sua
fisiopatologia, epidemiologia, diagnóstico e tratamento. Seus trabalhos foram fundamentais para a
identificação de novas abordagens terapêuticas e para o aprimoramento dos cuidados prestados aos
pacientes com essa condição neurológica.
Apresenta várias implicações no organismo de forma geral, afetando diferentes sistemas corporais.
Uma das implicações mais comuns é a dor de cabeça intensa, que pode ser incapacitante e persistente.
Além disso, a pressão intracraniana elevada pode causar alterações visuais, como visão turva, perda de
visão periférica e visão dupla, devido ao comprometimento do nervo óptico.
Outros sintomas frequentes incluem zumbido nos ouvidos, náuseas e vômitos, decorrentes da
estimulação do centro de vômito no cérebro pela pressão aumentada. Esses sintomas podem impactar
significativamente a qualidade de vida do paciente e interferir nas atividades diárias.
Além das implicações físicas, o Pseudotumor Cerebral também pode ter efeitos neuropsicológicos
nos indivíduos. Isso inclui dificuldades de concentração, déficits de memória, alterações na cognição visual
e distúrbios do sono. Esses efeitos podem afetar a capacidade do paciente de realizar tarefas cognitivas e
podem contribuir para problemas emocionais, como ansiedade e depressão.
A detecção do ponto de vista neuropsicológico requer uma abordagem cuidadosa e abrangente
para avaliar os sintomas e possíveis comprometimentos cognitivos e emocionais associados à condição. O
neuropsicólogo desempenha um papel crucial nesse processo, utilizando uma variedade de técnicas e
instrumentos de avaliação para identificar possíveis sinais de disfunção neuropsicológica.
Durante a avaliação neuropsicológica, o neuropsicólogo realiza uma entrevista detalhada com o
paciente para obter informações sobre a história clínica, sintomas atuais, histórico de saúde mental e
outros fatores relevantes. Isso ajuda a entender melhor os sintomas que o paciente está enfrentando e
como eles podem estar afetando sua vida diária.
Além da entrevista clínica, o neuropsicólogo administra uma bateria de testes neuropsicológicos
padronizados, projetados para avaliar diferentes áreas cognitivas, como memória, atenção, linguagem,
funções executivas e habilidades visuoespaciais. Esses testes fornecem uma avaliação objetiva do
funcionamento cognitivo do paciente e ajudam a identificar possíveis déficits ou áreas de
comprometimento.
O neuropsicólogo também pode realizar avaliações específicas para avaliar aspectos emocionais e
comportamentais, como sintomas de ansiedade, depressão, irritabilidade ou alterações de humor. Isso
pode envolver questionários e escalas de avaliação validadas para medir sintomas psicológicos e
emocionais.
Além disso, o neuropsicólogo pode colaborar com outros profissionais de saúde, como
neurologistas e oftalmologistas, para integrar informações clínicas e examinar possíveis achados
neuropsicológicos à luz de outros aspectos do quadro clínico do paciente.
Estratégias de reabilitação cognitiva são fundamentais, adaptadas às necessidades individuais de
cada paciente, com o intuito de mitigar déficits cognitivos como memória, atenção, funções executivas e
processamento de informações. Essas estratégias podem incluir técnicas de compensação, treinamento de
memória e resolução de problemas.
Além disso, é essencial fornecer apoio psicológico e emocional, ajudando o paciente a enfrentar
desafios como ansiedade, depressão e estresse. Terapias cognitivo-comportamentais, técnicas de
relaxamento e terapia individual podem ser empregadas para lidar com essas questões.
Educação e orientação sobre o Pseudotumor Cerebral também desempenham um papel
importante, capacitando o paciente e seus familiares a entender melhor a condição e a adotar estratégias
de manejo adequadas. Isso inclui orientações sobre autocuidado, adaptações ambientais e suporte social
disponível.
Por fim, o monitoramento contínuo do paciente é fundamental para avaliar a eficácia do
tratamento e fazer ajustes conforme necessário. A colaboração interdisciplinar entre profissionais de
saúde, incluindo neuropsicólogos, neurologistas e psicólogos, é crucial para garantir uma abordagem
abrangente e eficaz ao tratamento do Pseudotumor Cerebral do ponto de vista neuropsicológico.

Referência:
Ferraz, V. R., & Spitz, M. (2009). Pseudotumor cerebral. Revista Neurociências, 17(1), 89-95.
Sá, S. I., Mafalda, S., Ribeiro, J., Ferreira, S., & Pereira, D. (2017). Pseudotumor cerebral: uma
revisão de caso clínico. Revista Portuguesa de Clínica Geral, 33(1), 61-64.
Fonseca, R. P., Malloy-Diniz, L. F., Mattos, P., & Abreu, N. (2013). Neuropsicologia: Teoria e Prática.
Artmed Editora.

2) Discorra sobre o Distúrbio do Sono.


O distúrbio do sono é uma condição que afeta a qualidade, duração e padrão do sono, resultando
em consequências negativas para a saúde e o bem-estar geral do indivíduo. Essa condição pode se
manifestar de diversas formas, desde dificuldades para adormecer até despertares frequentes durante a
noite, passando por problemas de respiração durante o sono e sonolência excessiva durante o dia. A
qualidade do sono desempenha um papel fundamental na regulação de diversos processos fisiológicos e
cognitivos, e quando comprometida, pode levar a uma série de impactos negativos na saúde física e
mental.
Um dos distúrbios do sono mais comuns é a insônia, caracterizada pela dificuldade em iniciar ou
manter o sono, resultando em uma quantidade insuficiente ou inadequada de sono. A insônia pode ser
causada por diversos fatores, como estresse, ansiedade, depressão, condições médicas subjacentes ou
hábitos de sono inadequados. Além da insônia, outros distúrbios do sono incluem a apneia do sono,
narcolepsia, síndrome das pernas inquietas e o distúrbio do ritmo circadiano, entre outros.
As consequências do distúrbio do sono podem ser amplas e abrangentes, afetando diferentes
aspectos da vida do indivíduo. No curto prazo, a falta de sono adequado pode resultar em sonolência
diurna, fadiga, dificuldade de concentração, irritabilidade e diminuição da capacidade cognitiva. A longo
prazo, os distúrbios do sono estão associados a um maior risco de desenvolvimento de doenças crônicas,
como obesidade, diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e distúrbios psiquiátricos, incluindo
depressão e ansiedade.
O termo "distúrbio do sono" começou a ser utilizado e compreendido de forma mais abrangente
principalmente no século XX, com diversos pesquisadores e médicos contribuindo para seu estudo e
avanço. Entre os principais autores que descobriram e contribuíram para esse tema estão Nathaniel
Kleitman, considerado o "pai da pesquisa do sono", que fez importantes estudos sobre os ciclos de sono e
vigília, e William C. Dement, um dos fundadores da medicina do sono moderna, conhecido por identificar e
caracterizar distúrbios como a narcolepsia e a apneia do sono. Além deles, Christian Guilleminault foi
pioneiro no estudo da apneia do sono e da síndrome das pernas inquietas, enquanto Michel Jouvet
contribuiu significativamente para a compreensão dos mecanismos neurais do sono REM (Rapid Eye
Movement). Esses e outros pesquisadores foram fundamentais para estabelecer as bases da medicina do
sono e para desenvolver estratégias de diagnóstico e tratamento dos distúrbios do sono.
Os distúrbios do sono podem ter várias implicações no organismo, afetando sistemas e funções
corporais além de terem impactos significativos nos aspectos neuropsicológicos dos indivíduos. Em termos
gerais, esses distúrbios podem resultar em fadiga, sonolência diurna, comprometimento do sistema
imunológico, aumento do risco de doenças cardiovasculares, problemas metabólicos como obesidade e
diabetes, bem como prejuízos cognitivos, incluindo memória, atenção, concentração e tomada de decisão.
Nos efeitos neuropsicológicos, observa-se que a privação do sono pode causar dificuldades de
memória, atenção e concentração, além de alterações no humor, como irritabilidade, ansiedade e
depressão. Além disso, a falta de sono adequado pode levar a uma diminuição do desempenho cognitivo
em geral, afetando a rapidez de raciocínio, a capacidade de resolver problemas e até mesmo a criatividade.
Esses efeitos podem variar em gravidade e duração, mas enfatizam a importância do tratamento adequado
dos distúrbios do sono para promover um funcionamento saudável tanto do corpo quanto da mente.
Do ponto de vista neuropsicológico, a detecção dos distúrbios do sono envolve uma avaliação
completa das funções cognitivas, comportamentais e emocionais do indivíduo, juntamente com uma
análise detalhada dos padrões de sono e vigília. Inicialmente, o neuropsicólogo conduz uma entrevista
minuciosa com o paciente para compreender seus hábitos de sono, sintomas relacionados ao sono e
possíveis fatores desencadeantes, como estresse ou ansiedade.
Além disso, questionários e escalas de avaliação podem ser utilizados para quantificar a gravidade
dos sintomas, como sonolência diurna ou qualidade do sono. Em certos casos, o uso de dispositivos de
monitoramento do sono, como actígrafos, pode ser recomendado para fornecer dados objetivos sobre os
padrões de sono ao longo do tempo. Além da avaliação do sono, o neuropsicólogo realiza uma avaliação
das funções cognitivas e comportamentais, já que os distúrbios do sono podem estar associados a prejuízos
em áreas como atenção, memória e humor. Ao integrar essas diferentes abordagens de avaliação, o
neuropsicólogo pode identificar possíveis distúrbios do sono e colaborar com outros profissionais de saúde
para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado.
No tratamento neuropsicológico dos distúrbios do sono, estratégias cognitivo-comportamentais
são frequentemente empregadas. Isso pode incluir terapia cognitivo-comportamental para insônia (TCC-I),
que visa identificar e modificar pensamentos disfuncionais e comportamentos que contribuem para a
insônia. A TCC-I pode incluir técnicas como higiene do sono, controle de estímulos, restrição de sono,
biofeedback e relaxamento muscular progressivo.
Além disso, intervenções específicas podem ser direcionadas para lidar com os efeitos
neuropsicológicos dos distúrbios do sono. Por exemplo, estratégias de reabilitação cognitiva podem ser
utilizadas para abordar prejuízos na memória, atenção e outras funções cognitivas afetadas pela falta de
sono adequado. Isso pode envolver o desenvolvimento de programas de treinamento cognitivo
personalizados, juntamente com o ensino de estratégias de compensação e adaptação.
A terapia psicológica também pode desempenhar um papel importante no tratamento dos
distúrbios do sono, especialmente quando estão associados a problemas emocionais ou psicológicos
subjacentes, como ansiedade, depressão ou estresse. A terapia pode ajudar os pacientes a lidar com esses
problemas, reduzindo assim os sintomas do sono e melhorando o funcionamento neuropsicológico geral.
Por meio dessas abordagens integrativas e baseadas em evidências, o tratamento neuropsicológico
dos distúrbios do sono visa melhorar a qualidade do sono, reduzir os sintomas neuropsicológicos adversos
e promover o bem-estar geral do paciente.
Do ponto de vista neuropsicológico, o tratamento dos distúrbios do sono envolve uma abordagem
integrativa que visa tanto a melhora dos sintomas do sono quanto a minimização dos efeitos
neuropsicológicos adversos. Estratégias cognitivo-comportamentais são frequentemente empregadas,
como a terapia cognitivo-comportamental para insônia (TCC-I), que visa modificar pensamentos e
comportamentos que contribuem para a insônia. Além disso, intervenções específicas podem ser
direcionadas para lidar com os efeitos neuropsicológicos dos distúrbios do sono, como estratégias de
reabilitação cognitiva para abordar prejuízos na memória e atenção. A terapia psicológica também pode ser
útil para lidar com problemas emocionais subjacentes, como ansiedade e depressão. Essas abordagens
integrativas visam melhorar a qualidade do sono, reduzir os sintomas neuropsicológicos adversos e
promover o bem-estar geral do paciente.

Referência:
Menna-Barreto, L. (2014). Cronobiologia: princípios e aplicações. Editora Manole.
Tufik, S., & Poyares, D. (2019). Medicina e biologia do sono. Editora Atheneu.
Menna-Barreto, L. (2014). Cronobiologia: Princípios e Aplicações. Editora Manole.

3) Discorra sobre os Transtornos Psicóticos.


Os transtornos psicóticos são condições psiquiátricas caracterizadas por uma perda de contato com
a realidade, manifestada por sintomas como alucinações, delírios, pensamento desorganizado e alterações
no comportamento. Esses transtornos podem ser categorizados em diferentes tipos, sendo a esquizofrenia
a forma mais conhecida e estudada, porém há outras condições, como transtorno esquizofreniforme,
transtorno delirante, transtorno psicótico breve, transtorno psicótico compartilhado e transtorno psicótico
devido a condição médica geral.
Os sintomas psicóticos podem variar em gravidade e duração, e podem ser episódicos ou
persistentes. As alucinações envolvem percepções sensoriais que não têm uma base na realidade, como
ouvir vozes ou ver coisas que não estão presentes. Os delírios são crenças fixas e falsas que não são
influenciadas por evidências contrárias. O pensamento desorganizado pode se manifestar na fala
incoerente ou no comportamento bizarro. Além disso, os transtornos psicóticos podem afetar a cognição, o
humor e a funcionalidade social e ocupacional do indivíduo.
O tratamento dos transtornos psicóticos geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar que
inclui medicamentos antipsicóticos, psicoterapia, suporte familiar e intervenções de reabilitação
psicossocial. Os antipsicóticos são frequentemente prescritos para reduzir os sintomas psicóticos agudos,
enquanto a psicoterapia, como a terapia cognitivo-comportamental, pode ajudar os indivíduos a entender
e gerenciar seus sintomas. O suporte familiar e as intervenções de reabilitação psicossocial visam melhorar
a funcionalidade e a qualidade de vida do paciente, ajudando-os a reintegrar-se na comunidade e a
desenvolver habilidades para enfrentar os desafios da vida diária.
É importante destacar que os transtornos psicóticos podem ser debilitantes, mas com o tratamento
adequado e o apoio apropriado, muitos indivíduos podem experimentar uma melhora significativa em seus
sintomas e alcançar uma vida satisfatória e produtiva.
O termo "transtornos psicóticos" começou a ser utilizado e compreendido mais amplamente ao
longo do desenvolvimento da psiquiatria como disciplina médica. Não há um único autor ou data específica
associada à sua descoberta, pois os transtornos psicóticos foram identificados e descritos ao longo do
tempo por vários médicos, psiquiatras e pesquisadores.
Entre os principais contribuintes para a compreensão dos transtornos psicóticos ao longo da
história da psiquiatria estão nomes como Emil Kraepelin, Eugen Bleuler e Kurt Schneider. Kraepelin foi um
psiquiatra alemão que introduziu o conceito de demência precoce (que mais tarde se tornou conhecida
como esquizofrenia) e transtorno bipolar em sua classificação de doenças mentais. Bleuler, outro psiquiatra
suíço, cunhou o termo "esquizofrenia" e enfatizou a importância dos sintomas psicóticos, como a
fragmentação do pensamento. Schneider, por sua vez, desenvolveu a classificação dos sintomas psicóticos
e propôs critérios diagnósticos específicos para transtornos como esquizofrenia e transtorno delirante.
Ao longo do tempo, outros pesquisadores e profissionais da saúde mental continuaram a expandir
o conhecimento sobre os transtornos psicóticos, refinando critérios diagnósticos, explorando causas
biológicas e ambientais e desenvolvendo novas abordagens terapêuticas. Assim, o entendimento e a
abordagem dos transtornos psicóticos evoluíram significativamente ao longo dos anos, tornando-se um
campo importante e dinâmico dentro da psiquiatria e da saúde mental.
Os transtornos psicóticos têm implicações abrangentes no organismo e afetam diversos aspectos
neuropsicológicos dos indivíduos. Em termos gerais, esses transtornos podem desencadear uma série de
alterações físicas e neuropsicológicas que impactam a saúde e o funcionamento global dos pacientes.
No que diz respeito às implicações no organismo, os transtornos psicóticos podem causar
perturbações hormonais e metabólicas, resultando em desequilíbrios químicos que afetam o sistema
endócrino e podem contribuir para o desenvolvimento de condições físicas, como doenças
cardiovasculares, diabetes e obesidade. Além disso, esses transtornos podem aumentar o risco de
mortalidade prematura e incapacidades funcionais devido a uma série de fatores, incluindo efeitos
colaterais dos medicamentos antipsicóticos, estilo de vida prejudicado e aumento do estresse crônico.
No que se refere aos efeitos neuropsicológicos, os transtornos psicóticos estão associados a
prejuízos cognitivos significativos, como comprometimento da memória, atenção, função executiva e
velocidade de processamento mental. Além disso, estudos de neuroimagem sugerem que esses
transtornos podem levar a alterações na estrutura e na função cerebral, afetando áreas responsáveis pelo
processamento de emoções, tomada de decisões e regulação do comportamento. Esses déficits
neuropsicológicos podem impactar negativamente o funcionamento social, acadêmico e profissional dos
indivíduos, dificultando a manutenção de relacionamentos interpessoais, a participação em atividades
cotidianas e o alcance de objetivos pessoais.
A detecção de transtornos psicóticos envolve uma avaliação abrangente das funções cognitivas,
comportamentais e emocionais do indivíduo. O neuropsicólogo utiliza uma variedade de técnicas e
instrumentos para investigar possíveis sintomas psicóticos e suas implicações no funcionamento cerebral e
mental do paciente.
Uma das abordagens principais é a realização de uma entrevista clínica detalhada, na qual o
neuropsicólogo explora os sintomas presentes, a história médica e psiquiátrica do paciente, o
funcionamento social e ocupacional, bem como o contexto familiar. Além disso, são utilizados testes
neuropsicológicos específicos para avaliar as funções cognitivas, como memória, atenção, processamento
verbal e habilidades executivas. Esses testes ajudam a identificar possíveis déficits cognitivos associados aos
transtornos psicóticos.
Além da avaliação cognitiva, o neuropsicólogo também pode observar o comportamento do
paciente durante a consulta, buscando por sinais de desorganização do pensamento, alucinações, delírios e
outros sintomas psicóticos. A análise dos padrões de comunicação verbal e não verbal do paciente também
pode fornecer informações importantes sobre o seu estado mental.
Além disso, o neuropsicólogo pode se valer de instrumentos padronizados, como escalas de
avaliação de sintomas psicóticos, para quantificar a gravidade dos sintomas e monitorar a progressão ao
longo do tempo. A combinação de diferentes abordagens de avaliação permite ao neuropsicólogo
identificar com precisão os transtornos psicóticos e colaborar com outros profissionais de saúde na
elaboração de um plano de tratamento individualizado e eficaz para o paciente.
Do ponto de vista neuropsicológico, o tratamento dos transtornos psicóticos envolve uma
abordagem integrativa, com foco na melhoria dos sintomas psicóticos e dos déficits cognitivos associados.
Essa abordagem é discutida por Halligan e David (2016) em "Cognitive Neuropsychiatry". O neuropsicólogo
desempenha um papel crucial nesse processo, utilizando técnicas como reabilitação cognitiva, treinamento
de habilidades sociais e psicoeducação. A reabilitação cognitiva visa melhorar funções cognitivas
comprometidas, como memória e atenção, enquanto o treinamento de habilidades sociais busca melhorar
a interação social e a comunicação. A psicoeducação é fornecida ao paciente e à família para promover
uma melhor compreensão dos transtornos psicóticos e adesão ao tratamento. O acompanhamento regular
e o ajuste do tratamento garantem que as intervenções sejam adaptadas às necessidades individuais do
paciente, visando uma melhor adaptação e qualidade de vida.

Referência:
Ribeiro, R. P., & Lafer, B. (2017). Manual de Psiquiatria. Artmed Editora.
Elkis, H., & Tamai, S. (2019). Esquizofrenia: Manual de Informações para Pacientes e Familiares.
Atheneu Editora.
Halligan, P. W., & David, A. S. (2016). Neuropsicologia Cognitiva. Editora Manole.

Observações: O estudo dirigido deverá ser enviado para o e-mail hcturma2023@gmail.com. Os estudos
de abril a agosto compõem uma disciplina com valor de 0,0 a 10,0 (2,0 cada estudo). Os estudos de
setembro a janeiro compõem outra disciplina com valor de 0,0 a 10,0 (2,0 cada estudo). O estudo
deverá ser preparado nesta folha com os logotipos do curso. O trabalho não pode ser realizado em
tópicos.

Critério de avaliação: responder todas as questões e entregar na data determinada. Será descontado 0,5
se entregue posteriormente e 0,5 se houver questões não respondidas.

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