A utilização de testes psicológicos surgiu a partir da necessidade e
entendimento de que as funções cognitivas, acadêmicas, comportamentais e psiquiátricas pudesse sofrer alterações de acordo com alterações internas e externas como idade, doenças, cotidiano, difusões, lesões ou desenvolvimento normal/ anormal do cérebro como abordado por Semrud-Clikeman & Ellison, 2009. Como exemplos de prejuízos externos podemos associar a utilização intensa de álcool e drogas, lícitas ou não, como condicionantes do baixo desempenho nas tarefas cognitivas e condições de saúde física e emocional além do próprio declínio cognitivo (CERVILLA; PRINCE; MANN, 2000 WEISSENBORN; DUKA, 2003). Já quanto as alterações internas os aspectos emocionais como a depressão acarretam déficits nas funções cognitivas (AUSTIN et al., 1999) assim como o fator biológico seja genético ou mesmo relacionado ao quesito idade. “O idoso está exposto a perdas funcionais que se originam do processo de envelhecimento em si (senescência) e/ou do acometimento de enfermidades (senilidade). Ademais, algumas doenças possuem uma prevalência maior nessa faixa etária, como é o caso das demências, a mais comum sendo a Doença de Alzheimer, que apresenta déficits cognitivos debilitantes.”(pegar referencia scielo)
Dentre os testes desenvolvidos embasados nesses fatores encontra-se o
Instrumento de Avaliação Neuropsicológica Breve Neupsilin (FONSECA; SALLES; PARENTE, no prelo). Segundo a editora vetor uma das fabricantes do teste, o Neupsilin é uma ferramenta capaz de demonstrar de forma compreensível as funções preservadas ou com algum prejuízo ela engloba em seu público alvo pessoas de 12 à 90 anos contendo 32 subtestes, porém apesar de contar muitas tarefas o teste leva em média de aplicação 30 a 50 minutos, por isso é considerado um teste breve. Ao identificar o teste como sendo apropriado pode-se encontrar as suas funções, ou seja, aquilo que o teste tenta buscar em sua aplicação, em pesquisas ao SATEPSI encontram- se como constructo 8 funções neuropsicológicas: “Orientação têmporo- espacial, atenção concentrada, percepção visual, habilidades aritméticas, linguagem oral e escrita, memória verbal e visual, praxias e funções executivas.”
Dentre todos os testes deve-se levar em consideração fatores
influenciadores de resultados como abordado por Pawlowski, Fonseca, Salles, Parente, & Bandeira, 2008; Rosselli & Ardila, 2003 “Na avaliação neuropsicológica clínica, as características sociodemográficas dos participantes, tais como a idade e a escolaridade, devem sempre ser consideradas, uma vez que estas podem influenciar nos resultados dos testes.” Demência senil/vascular e o uso de remédios Como resposta a evolução da medicina e saneamento básico que proporcionam uma perspectiva de vida melhorada acarretou também em um aumento populacional de idosos e diminuição de nascimentos no Brasil como aponta o IBGE (S.I.) em seus gráficos da população etária, trazendo ainda uma estimativa até 2060. Sobre isso ele aponta que no ano de 2010 no Brasil a população de 60 anos e mais representavam 10,71% da população e que em 2060 a estimativa está pautada em 32,16% da população brasileira, ou seja, um aumento de 21,45% na expectativa de vida. Concomitantemente com a melhora nos estilos de vida a população tende a permanecer cada vez mais idosa em sua maioria como ocorre em alguns países europeus, isso acarreta significantemente o aumento de doenças senis como a demência. A demência é entendida como um transtorno neurocognitivo que causa mudanças nas áreas cognitivas, comportamentais e funcionais do individuo que contém essa síndrome como apontado por Pessoa et. al. (2016). Mudanças significativas com relação a essa síndrome ocorreram com a atualização do DSM de 2013 juntamente com os transtornos cognitivos, que deixaram de levar o nome de demência e passaram a ser transtorno neurocognitivo maior e de transtorno neurocognitivo leve aqueles que não apresentavam grande comprometimento cognitivo e funcional (PESSOA et. al., 2016). Também como atualização do DSM-5 foi implementado a utilização de testes neuropsicológicos para apontar percas significativas do cognitivo sejam eles, testes padronizados, relatos do paciente juntamente com uma avaliação clínica (PESSOA, 2019). Dentro das diversas definições do DSM quanto essa síndrome encontra-se um subcritério voltado para uma demência decorrente de doença cerebrovascular é designada demência vascular, que pode ser causada por uma sequencia de infartos e/ou hipertensão arterial sistêmica. Segundo Cruz e Tavares (2002) a demência vascular só perde para o Alzheimer nas doenças relacionadas a velhice como as mais comuns. Pode-se classificar a demência vascular de acordo com o mecanismo da lesão cerebrovascular, distribuindo-a em cinco grupos: demência por múltiplos infartos; demência por infarto único em posição estratégica; doença dos pequenos vasos; hipoperfusão; e demência hemorrágica. Pode haver coexistência de mais de um desses mecanismos na patogênese da demência vascular. Além disso, podem estar envolvidos outros mecanismos de lesão, ainda não conhecidos. (CRUZ E TAVARES, 2002, p. 116).
Os sintomas relacionados a demência podem variar de acordo com a área
afetada, mas em especifico a vascular acarreta perda de memoria nem sempre imediata afetando menos a personalidade, isso além das comuns como dificuldade de iniciar tarefas e raciocínio lento, o Manual MSD (S.I.) além de trabalhar com esses conceitos antes mencionados afirma ainda que não há tratamento de medicalização especifico dessa demência, apenas inibidores de colinesterase.