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PSICOBIOLOGIA

Lesões cerebrais e
neuroplasticidade
Mariluce Ferreira Romão

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

> Identificar lesões cerebrais.


> Explicar como ocorre a neuroplasticidade.
> Reconhecer tendências nas pesquisas em neurociência no Brasil.

Introdução
O encéfalo é constituído por várias estruturas que, por meio de ações integradas,
coordenam os ambientes interno e externo do corpo humano. Sendo assim, é
importante conhecermos os aspectos estruturais e funcionais do sistema nervoso,
considerando suas interfaces e conexões motoras, cognitivas, afetivas e sociais.
Todos os seres vivos têm mecanismos estruturais e funcionais de adaptação
ao meio ambiente. No que diz respeito especificamente ao sistema nervoso, essa
adaptação ocorre por um evento conhecido como “neuroplasticidade”, ou “plasti-
cidade neural”. A neuroplasticidade acontece durante o processo de crescimento e
desenvolvimento humano, bem como nos casos em que ocorrem lesões cerebrais,
isto é, danos cerebrais capazes de provocar alterações importantes relacionadas
à aprendizagem, à memória e à atenção, incluindo distúrbios motores.
Neste capítulo, serão apresentadas as lesões cerebrais que ocorrem no encéfalo
e podem provocar alterações estruturais e funcionais importantes. Além disso,
você vai conhecer a neuroplasticidade, que pode restabelecer ou amenizar os
danos provocados pelas lesões cerebrais. Por fim, descreveremos pesquisas em
neurociência que estão sendo desenvolvidas no Brasil.
2 Lesões cerebrais e neuroplasticidade

Mecanismos de lesões cerebrais


As lesões cerebrais são identificadas por meio da análise de sintomas, que
sinalizam comprometimentos funcionais de determinadas áreas do encéfalo.
Uma avaliação neuropsicológica, por exemplo, dispõe de testes padronizados,
que investigam a capacidade de atenção, percepção, comunicação e linguagem,
bem como cognição e habilidades de escrita, cálculo e leitura.
Os testes neuropsicológicos padronizados realizados com crianças são
muito eficientes para avaliar sua evolução. A partir dos resultados obtidos, é
possível detectar distúrbios precoces relacionados com o desenvolvimento
da criança e identificar a cadência do processo. Assim, conhecendo-se a
área afetada, a intervenção terapêutica pode ser mais específica (OLIVEIRA;
RODRIGUES; FONSECA, 2009; COSTA et al., 2004).
Levando-se em conta lesões cerebrais de diversas origens, comprome-
timentos e fatores de impacto, além das avaliações neuropsicológicas, po-
dem ser realizadas avaliações por exames neurológicos, como ressonância
magnética e tomografia computadorizada. A representatividade das lesões é
mensurada com base na sua localização e na sua extensão, e o acometimento
pode ser leve, intermediário e/ou permanente (UMPHED, 2004).
As limitações identificadas podem estar relacionadas com falta de atenção,
sensação de fadiga, alterações na linguagem, memória reduzida, déficit de
aprendizagem e disfunções visuais e espaciais. Também é possível identificar
dificuldade para planejar, automonitorar-se ou resolver problemas, bem como
alterações de personalidade e redução da capacidade de compreensão, de
manifestação de atitudes críticas e de julgamento, além de tendência a atos
impulsivos. Entre crianças e adolescentes, as lesões cerebrais mais comuns,
capazes de prejudicar a progressão prevista no processo de maturação
biológica, podem resultar de eventos como paralisia cerebral e traumatismo
cranioencefálico (TABAQUIM; LIMA; CIASCA, 2012).
Nos casos de paralisia cerebral, considerando-se as estruturas cerebrais
“imaturas”, com perfil progressivo, o impacto pode ser verificado pela ma-
nifestação de distorções e instabilidades posturais e de movimento (WHITE,
1992; TABAQUIM; LIMA; CIASCA, 2012).
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Na paralisia cerebral, o perfil das lesões cerebrais instaladas é per-


manente, o que traz graves consequências para a vida dos indivíduos
acometidos, como déficits motores e mentais. Para melhorar sua qualidade de
vida, pode-se lançar mão da estimulação do sistema nervoso, que promove a
neuroplasticidade.
Estudos na área de neurociências têm identificado vários recursos que be-
neficiam o tratamento, como, por exemplo, o uso de música. Exames de imagem,
como ressonância magnética, têm confirmado a existência de diferentes massas
nas estruturas cerebrais de músicos, se comparadas às de não músicos. Assim,
estudos sobre as estruturas relacionadas com os processos de musicalidade têm
identificado relações entre estímulos musicais e neuroplasticidade, sendo eles
capazes de alterar e melhorar a cognição. Com tais estímulos, várias conexões
nervosas são ativadas de forma integrada, tendo impacto sobre a atenção, a
memória, a associação temporal e corporal, as linguagens e as funções emo-
cionais (FERREIRA; LOUREIRO, 2020).

Considerando-se os traumatismos cranioencefálicos, qualquer ato agres-


sivo pode ocasionar uma lesão anatômica capaz de acarretar comprometi-
mentos funcionais de diferentes níveis (leve, moderado ou grave). As sequelas
dos traumatismos cranioencefálicos podem ter perfil físico, sensorial, com-
portamental e emocional (LEATHEM; HEATH; WOOLLEY, 1996; HORA; SOUSA,
2005; TABAQUIM; LIMA; CIASCA, 2012).

Lesões cerebrais traumáticas


A incidência de lesões cerebrais na população tem aumentado cada vez mais,
e isso tem influência direta sobre o alto índice mundial de morbimortalidade
entre crianças e jovens. As lesões cerebrais traumáticas são um problema
de saúde pública, causando déficits incapacitantes cujas consequências são
altamente severas. Nas fases primária e secundária das lesões, os neurônios
morrem devido ao trauma que ocorre no cérebro, e os impactos dessas lesões
atingem níveis fisiológicos, neurológicos, psicológicos, comportamentais e/ou
motores (MALLAH et al., 2018; ZIBARA et al., 2019). As causas mais frequentes
de lesão cerebral são queda (55,1%) e acidente de trânsito (28,6%) (NORDHAUG
et al., 2018).
Nos casos de traumatismo cranioencefálico em nível considerado leve, o
escore na escala de coma de Glasgow é de 13 a 15 pontos; em nível moderado,
de 9 a 12 pontos; e, em níveis mais graves, de 3 a 8 pontos, com alto risco de
morbimortalidade (AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS, 2012; BRASIL, 2015).
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Contando com 15 pontos, a escala de coma de Glasgow é utilizada


para avaliar níveis de excitabilidade, ou seja, o nível de percepção
do indivíduo em relação ao ambiente e sua capacidade para executar tarefas.
Para tanto, são observados os seguintes comportamentos: abertura dos olhos,
resposta verbal e resposta motora. Em cada critério, a resposta vai recebendo
um valor numérico, e o escore maior representa maior comprometimento neu-
rológico (JEVON; EWENS, 2009).
Individualmente, em cada avaliação realizada, são considerados três números
(sendo 15 o máximo e 3 o mínimo). Mesmo que o estado de coma seja considerado
a partir de um valor inferir a 8, o escore 12 já desperta preocupação. Na avaliação
da dimensão motora, um escore de 1 ou 2 pontos indica comprometimento
significativo, para o qual deve ser dada especial atenção. Apesar de todos os
valores serem registrados e de ser considerado um somatório final, os pesos
individuais (referentes à reatividade dos olhos, à verbalização e a aspectos
motores) podem não ficar tão explícitos. Sendo assim, os valores que indicam
os critérios individuais favorecem a identificação do nível de comprometimento
funcional (JEVON; EWENS, 2009).

Os comprometimentos resultantes de lesões cerebrais traumáticas podem


ser classificados em físicos, cognitivos e emocionais e/ou comportamentais,
conforme apresentado a seguir (BRASIL, 2015; SMELTZER; BARE, 2014).

„ Físicos: prejuízos aos sistemas motor, visual e tátil.


„ Cognitivos: déficit de atenção, aspectos referentes à memória e, em
geral, funções superiores do sistema nervoso.
„ Emocionais e/ou comportamentais: redução de autoconfiança, desmo-
tivação, transtornos depressivos, ansiedade e instabilidade emocional.

Na área cognitiva, a sintomatologia tem sido vinculada ao diagnóstico de


menor produção no ambiente de trabalho, e a recuperação de casos leves
de lesões cerebrais traumáticas ocorre de forma natural, entre semanas e
meses (THEADOM et al., 2016; BARKER-COLLO et al., 2015).
Os sintomas mais evidenciados são os das fases agudas, como dor, falta
de equilíbrio, visão turva, dificuldade para dormir, falta de atenção, fadiga,
instabilidade emocional e baixa autoestima (TSYBEN et al., 2018; MUNIVENKA-
TAPPA et al., 2017; GALILI, 2017).
Entre janeiro e setembro de 2008, houve no Brasil 1.090.258 internações
em decorrência de traumatismos intracranianos. Dessas, 42,5% (463.396)
ocorreram no Sudeste e 25,8% (281.907), no Nordeste (BRASIL, 2015). Nesse
cenário, considerando o número total de internações (1.090.258), estima-se
uma taxa de morbimortalidade por lesões cerebrais traumáticas de, em média,
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26,2 a 39,3% de casos para cada 100 mil habitantes. Com relação às lesões
cerebrais, podemos identificar, ainda, maior acometimento em indivíduos
jovens e do sexo masculino (BRASIL, [2016]).
Outra pesquisa relacionada com lesões cerebrais e traumáticas foi rea-
lizada com pacientes admitidos em um hospital de emergência de uma rede
pública municipal. Objetivando identificar os principais fatores desencade-
antes e comprometimentos clínicos e/ou neurológicos, e contando com 1.205
participantes (966 homens e 239 mulheres), essa pesquisa constatou que 80,2%
dos homens haviam sido acometidos, ou seja, a maioria dos participantes
(BARBOSA et al., 2010).
Um estudo realizado com 139 pacientes (119 homens e 20 mulheres) aten-
didos com traumatismo cranioencefálico de nível grave e moderado, em
uma unidade de emergência de um hospital de clínicas de uma universidade
federal, também constatou predominância de homens acometidos, com uma
relação de 5,95 homens para cada mulher (FARIA et al., 2011).
Indivíduos com lesões cerebrais traumáticas leves ou moderadas têm
dificuldade para se manter empregados, pois apresentam problemas somá-
ticos, cognitivos e emocionais que prejudicam a aprendizagem, a atenção e a
memória. Sendo assim, retomar as atividades de vida diária, incluindo o exer-
cício profissional, não é algo simples para essas pessoas (HOWE et al., 2017).

Para saber mais sobre avaliações neuropsicológicas de crianças e


adolescentes diagnosticados com paralisia cerebral e traumatismo
cranioencefálico, recomendamos o artigo “Avaliação neuropsicológica de sujeitos
com lesão cerebral: uma revisão bibliográfica”, de Tabaquim, Lima e Ciasca
(2012). Nele, você poderá compreender como as avaliações neuropsicológicas são
utilizadas para identificar sequelas comportamentais que acometem crianças e
adolescentes pós-insulto. Tais avaliações permitem verificar aspectos relacio-
nados com a memória, a atenção, a linguagem, a inteligência e as habilidades
sociais.

Mecanismos da neuroplasticidade
A neuroplasticidade é um recurso utilizado pelo organismo para minimizar os
comprometimentos provocados por lesões cerebrais e modular os processos
de aprendizagem e memória, por exemplo. Nesse processo de modular ou
remodular os aspectos funcionais, baseando-se na experiência, ocorrem mu-
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danças em algumas estruturas e/ou regiões, transmissões sinápticas tornam-


-se mais eficientes e redes neuronais são readaptadas (ROCHA; ARAÚJO, 2021).
A plasticidade é uma forma encontrada pelos organismos para realizar
adaptações (ODA; SANT’ANA; CARVALHO, 2002). Trata-se, em sentido amplo,
da capacidade que todos os indivíduos têm para se reorganizar estrutural
e funcionalmente de acordo com as influências do meio ambiente. Espe-
cialmente nos seres humanos, a plasticidade é um mecanismo muito com-
plexo. Isso se deve à diversidade de comportamentos identificados e, como
consequência, às variadas possibilidades de adaptação por cada organismo,
apesar da similaridade morfológica existente entre os indivíduos. Ou seja, o
próprio comportamento indica a plasticidade cerebral, considerando-se as
adaptações possíveis em determinados contextos.
Então, em linhas gerais, pode-se dizer que a plasticidade é uma ferramenta
de adaptação que abrange aspectos ontogenéticos e filogenéticos relacio-
nados ao sistema nervoso. Embora as expressões “plasticidade cerebral”,
“plasticidade neural”, “plasticidade neuronal” e “plasticidade sináptica” sejam
frequentemente empregadas como sinônimas, elas não o são, pois englobam
estruturas diferentes. Como o próprio nome indica, a plasticidade cerebral
ocorre no cérebro; a neural, no sistema nervoso; a neuronal, nos neurônios;
e a sináptica, nas sinapses (ODA; SANT’ANA; CARVALHO, 2002). A seguir, vamos
descrever cada um desses tipos de plasticidade.

Plasticidade cerebral
Relacionada com o cérebro e sua capacidade de diferenciação durante o
processo de maturação biológica, a plasticidade cerebral pode ser compre-
endida como a capacidade de adaptação do sistema nervoso central, que
pode alterar seus aspectos funcionais e estruturais. Essas mudanças podem
acontecer nas estruturas sinápticas, nos receptores sensoriais, nas estru-
turas neuroquímicas, na membrana, entre outras estruturas dos neurônios
(AGUILAR-REBOLLEDO, 1998).
Há algum tempo, entendia-se que, em casos de, por exemplo, lesões graves,
não era possível ocorrer regeneração cerebral, apesar de haver recuperação.
Nesses casos, a recuperação gradual, incluindo a melhora nas funções, pode
estender-se por anos após a ocorrência da lesão. Trata-se de um processo
influenciado pelo local e pela abrangência da lesão, pela idade do indivíduo
lesionado, por fatores ambientais e psicossociais, bem como pelos meios que
o cérebro encontra para se reorganizar (AGUILAR-REBOLLEDO, 1998).
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Plasticidade neural
A plasticidade neural, ou neuroplasticidade, corresponde a uma adaptação
estrutural e funcional do sistema nervoso, em qualquer período ontogenético,
que resulta de conexões entre os ambientes interno e externo, bem como por
consequência de traumas ou lesões capazes de afetar as funções neuronais
(ODA; SANT’ANA; CARVALHO, 2002).
A plasticidade neural ocorre tanto no sistema nervoso central quanto no
sistema nervoso periférico — ao passo que a plasticidade cerebral acontece
apenas naquele. Ao longo de sua evolução, o cérebro foi aprimorando suas
conexões com base nas experiências. As conexões nervosas são capazes
de se modificar morfologicamente. Importa salientar que as mudanças do
sistema nervoso com base nas experiências podem acontecer também na
fase adulta e na velhice, diferentemente do que se afirmava décadas atrás
(ODA; SANT’ANA; CARVALHO, 2002).

Plasticidade neuronal
A plasticidade neuronal diz respeito às mudanças que acontecem especifi-
camente na unidade funcional do sistema nervoso, ou seja, no neurônio. Na
impossibilidade de replicação neuronal, quando ocorre a morte de neurônios,
a perda é considerada permanente, com possibilidade de regeneração nas
suas extensões (ODA; SANT’ANA; CARVALHO, 2002).
A plasticidade neuronal inclui alterações físicas, metabólicas e químicas;
diferentes meios de desenvolvimento do sistema nervoso; e alterações na
capacidade integrativa e adaptativa, incluindo os processos de aprendizagem e
a memória. Estrutural e funcionalmente são identificados novos brotamentos
terminais, desenvolvimento de sinapses e dendritos, bem como aumento da
capacidade funcional das sinapses, além de menor espaço na fenda sináptica
(ODA; SANT’ANA; CARVALHO, 2002).

Plasticidade sináptica
A plasticidade sináptica corresponde às modificações que ocorrem nas pró-
prias sinapses, envolvendo os neurotransmissores. Trata-se de alterações que
acontecem entre os neurônios como um processo expressivo neuroativo, que
pode contribuir tanto para o aumento quanto para a diminuição da síntese
de neurotransmissores (ODA; SANT’ANA; CARVALHO, 2002).
Considera-se plasticidade sináptica de longo prazo uma série de modi-
ficações que ocorram em um intervalo de tempo que exceda 30 minutos. Já
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a plasticidade sináptica de curto prazo é aquela cuja duração é inferior a 30


minutos (COLINO; MUÑOZ; VARA, 2002). Tais modificações representam um
processo fisiológico que torna as sinapses mais potentes, prolongando suas
áreas de ativação (BRODAL, 1984; DOUGLAS, 1999).

Lesões cerebrais e neuroplasticidade


Em uma lesão cerebral, as células do sistema nervoso sofrem traumas ou
morrem. Neste último caso, fica impossibilitado qualquer tipo de prolifera-
ção celular, sobretudo porque há o comprometimento de novas formações
citoplasmáticas, responsáveis pela condução de estímulos. A lesão fica de-
limitada por um tecido cicatricial, que pode ser formado alguns dias após
o acometimento. Isso compromete o crescimento do axônio, por exemplo
(RIBEIRO SOBRINHO, 1995).
Mesmo lesões cerebrais específicas, como os traumatismos cranioencefá-
licos, podem resultar em sequelas importantes, como paralisias e disfunções,
com impacto negativo sobre várias regiões encefálicas. Isso compromete os
processos de adaptação em diversos locais. Em contrapartida, por pior que
possa parecer a repercussão das lesões cerebrais, é comum ocorrer melhora
nos prejuízos funcionais. Na maioria dos casos, a melhora pode ser observada
já no início do processo de reabilitação. Também há casos em que, embora seja
mais lenta, a reabilitação evolui relativamente bem (RIBEIRO SOBRINHO, 1995).
A função do sistema nervoso de manter a homeostase, ou seja, o equi-
líbrio interno do corpo, apesar das influências externas, pode desenvolver
adaptações. Trata-se de um mecanismo integrado, que recupera parcial-
mente funções, tendo em vista as alterações morfológicas responsivas às
respectivas lesões. Esse mecanismo é conhecido como “neuroplasticidade”
(RIBEIRO SOBRINHO, 1995).
Por fim, é essencial destacar que a neuroplasticidade permite que o
próprio corpo induza alterações fisiológicas, que são capazes de readaptar
aspectos funcionais considerando-se as limitações e/ou impossibilidades
de cada indivíduo lesionado. Além disso, a excitabilidade elétrica também
auxilia nos processos adaptativos, de forma mais rápida, mapeando o sistema
nervoso, ou seja, fixando as experiências memorizadas.

Pesquisas em neurociências no Brasil


A década de 1990 foi marcada por pesquisas envolvendo o cérebro humano,
ficando conhecida como “Década do Cérebro” (EARL, 2014; OLIVEIRA; ANJOS,
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2015). No Brasil, esse período também foi bastante importante para os es-
tudos na área de neurociências, com destaque para as pesquisas realizadas
por Roberto Lent, Suzana Herculano-Houzel e Dora Ventura. Esse quadro é
apresentado por Ventura (2010), que aborda temas como as pesquisas sobre
o cérebro humano; aspectos sobre a Sociedade Brasileira de Neurociências
e Comportamento; as discussões pioneiras sobre depressão ocorridas em
universidades públicas no século passado; bem como a consolidação do
Congresso de Neurociências Latinoamericano, Caribenho e Ibérico. De maneira
geral, o Brasil vem acompanhando as tendências dos estudos na área de
neurociências (EARL, 2014; OLIVEIRA; ANJOS, 2015; LAVAREDA; DUARTE, 2016).
Os avanços na ciência são observados com maior nitidez quando são
consideradas as aspirações futuras baseando-se no passado e no presente.
No passado, a obra A estrutura das revoluções científicas, de Thomas Kuhn,
definiu o paradigma científico como uma série de tarefas acadêmicas con-
solidadas, comuns a vários pesquisadores. Com a revolução científica, emer-
giram novas visões e propostas. As pesquisas na área de neurociências, por
exemplo, passaram a considerar a plasticidade cerebral de forma integrada
e mais dinâmica, desmistificando a divisão funcional do cérebro em partes.
Além disso, por possibilitarem uma nova abordagem de questões como a
cognição, o desenvolvimento e o processo de aprendizagem de seres huma-
nos, as neurociências passaram a integrar estudos em diversas áreas que
se interessam pelo tema, como a psicologia, a pedagogia, a neurologia e a
psiquiatria (COSTA; SILVA; JACÓBSEN, 2019).
Essa relação entre diferentes áreas tendo como foco o cérebro humano
vem conquistando cada vez mais espaço. Um exemplo disso são os diálogos
entre a pedagogia e a psicologia visando à compreensão da relação entre
a aprendizagem e o cérebro (BORTOLI; TERUYA, 2017; LIMA, 2020). Tendo em
conta que as metodologias de ensino e aprendizagem têm sido norteadas
pelas novas descobertas das neurociências, é desejável que os educadores
compreendam tanto a organização do sistema nervoso, para intervir em
disfunções e distúrbios, quanto as capacidades cerebrais, considerando suas
potencialidades e limitações. Isso sinaliza a importância de acompanhar a
evolução científica na área de neurociências (BARTOSZECK, [20--]; GUERRA,
2011).
Com os avanços nas pesquisas da área, o sistema nervoso passou a ser
compreendido como um sistema em processo de plasticidade contínua.
O período em que há maior probabilidade de ocorrerem modificações ou
plasticidade são os primeiros anos de vida, o que se deve à formação de
inúmeras sinapses. Entretanto, o desenvolvimento de novas sinapses pode
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ser observado até a adolescência, e a plasticidade é contínua por toda a vida,


embora com menor intensidade (GUERRA, 2011).
Cada vez mais pesquisas na área de neuropsicologia têm sido realizadas
com ênfase nas sequelas adquiridas após lesões cerebrais. Para avaliar crianças
e adolescentes acometidos por paralisia cerebral e traumatismo cranioence-
fálico, os testes mais utilizados são o WISC-II e IV, o WPPIS, o trail making test
e o teste de fluência verbal, que avaliam a cognição, a linguagem, as funções
superiores ou executivas, a memória, as habilidades sociais, a aprendizagem
e a atenção. Esses testes podem evidenciar, por exemplo, a evolução dos
pacientes com lesões cerebrais, pois eles identificam, por meio de avaliação
clínica, os aspectos cognitivos preservados ou mais comprometidos, favo-
recendo a forma adequada de intervenção (TABAQUIM; LIMA; CIASCA, 2012).
Na área de reabilitação, as pesquisas vêm progredindo sobretudo em rela-
ção às estruturas cerebrais. Os avanços do conhecimento sobre a plasticidade
neural têm tornado mais claras as possibilidades de reabilitação neurológica,
notadamente por mecanismos de remissão espontânea, com auxílio de es-
tímulos programados para aprendizagem ou adaptações (FONSECA JUNIOR
et al., 2019). De maneira geral, no Brasil os estudos na área de neurociências
seguem as tendências mundiais, com aspirações de novos avanços.
Neste capítulo, você pôde compreender as lesões cerebrais e os meca-
nismos de plasticidade. Reconhecendo a capacidade do sistema nervoso
de se modificar e identificando onde essas alterações podem acontecer,
você poderá intervir de forma mais adequada e eficiente em sua prática
profissional, como, por exemplo, em reabilitação cognitiva, comportamental
e motora de pacientes com patologias ou condições congênitas. Especifica-
mente em relação ao comportamento, é importante considerar as alterações
morfológicas resultantes do impacto causado, pois o comportamento pode
provocar a neuroplasticidade, assim como a neuroplasticidade pode interferir
no comportamento.

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Leituras recomendadas
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