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INTRODUÇÃO 3
1. DISTÚRBIOS QUE PODEM GERAR PERDA DE EQUILÍBRIO 3
1.1 RELAÇÃO DO PARKINSON COM A PERDA DE EQUILÍBRIO 4
1.2 RELAÇÃO DA DOENÇA DE ALZHEIMER COM A PERDA DE EQUILÍBRIO 8
2. COMO MEDO DE SOFRER QUEDAS PODE IMPACTAR A VIDA DOS IDOSOS 8
2.1 ANSIEDADE GERADA PELO MEDO DE SOFRER QUEDAS 9
CONCLUSÃO 13
REFERÊNCIAS 14
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INTRODUÇÃO
fatores de riscos podendo levar à queda. Esta é uma das principais causas de morte acidental e
o seu risco aumenta cerca de seis vezes em pessoas com doença de Parkinson (JÚNIOR e
HECKMAN, 2013; SILVA 2019).
Gallahue e Ozmun (2005) constatam que, no período compreendido entre os 20 e 90
anos, o córtex cerebral experimenta perda de 10% a 20 % de massa, podendo ocorrer em
outras partes do cérebro prejuízo de até 50%. Assim, à medida que o cérebro envelhece, a
atividade bioquímica (neurotransmissores) é afetada frequentemente. Desta maneira, com o
envelhecimento normal, ocorre decréscimo no número de células nervosas, podendo ocorrer
variações com uma mínima perda celular em uma região e prejuízos mais pronunciados em
outras (CANÇADO, ALANIS e HORTA, 2013).
Portanto, o equilíbrio não vai depender apenas da integridade dos sistemas vestibular,
proprioceptivo e visual, mas também da integração sensorial dentro do Sistema Nervosa
Central, que irá envolver a percepção visual e espacial, tônus muscular efetivo, que se adapta
rapidamente a alterações, força muscular e flexibilidade articular. Dessa forma, a organização
sensorial irá consistir na capacidade do SNC selecionar, suprir e combinar os estímulos
vestibulares, visuais e proprioceptivos. Estas habilidades de controle postural são alteradas
com o avanço da idade, propiciando déficits nestes ajustes. Estas alterações levam a um
decréscimo na velocidade de condução das informações, tal como no processamento de
respostas, que por serem lentas e inadequadas, geram situações de instabilidades aumentando
a predisposição à quedas (CRUZ et al., 2010).
não ocorre de forma contínua e sim entrecortada, como uma roda dentada; os músculos do
segmento são afetados como um todo.
O tremor de repouso ainda é o primeiro sintoma reconhecido em 70% dos indivíduos
portadores de doença de Parkinson, pelos próprios indivíduos, seus familiares e os médicos
assistentes, favorecendo dessa maneira o não diagnóstico, principalmente nos muito idosos,
em quem o tremor pode estar ausente. Geralmente, o tremor é assimétrico, acometendo um ou
mais membros. A forma mais característica é a de movimentos rítmicos dos dedos das mãos,
semelhante ao ato de contar dinheiro ou de rolar pílulas. O tremor tende a piorar com o
estresse e desaparecer durante o sono.
A instabilidade postural é decorrente das alterações dos reflexos posturais,
ocasionando maior número de quedas e podendo, com a evolução da doença, não permitir que
o idoso possa levantar-se ou manter-se de pé sem assistência.
Além dos sinais cardinais, podemos encontrar as manifestações motoras e outras
alterações características da Doença de Parkinson, descritas a seguir por Pinheiro (2013):
A postura parkinsoniana é flexionada para frente na fase inicial pode não ser notada,
porém, com a evolução, a cabeça e o tronco ficam fletidos ventralmente, os braços estão à
frente do corpo; cotovelos e joelhos flexionados acabam por configurar a postura
parkinsoniana. A marcha parkinsoniana caracteriza-se por um deslocamento em bloco, com
passos curtos e arrastados, sem a participação dos movimentos dos braços. Pode ocorrer a
festinação da marcha, que são passos curtos e rápidos quase sem deslocamento que vão
aumentando progressivamente sua amplitude, até conseguir andar. Tendo em vista que esses
dois fatores por si só agregados já propicia o indivíduo a risco de quedas pelo desvio do
centro de gravidade e a diminuição do equilíbrio.
O Bloqueio motor ou freezing corresponde à impossibilidade extrema e súbita de
iniciar ou continuar um movimento, mais evidente durante a marcha, ao passar por uma porta
ou transpor uma linha ou obstáculo no solo. O bloqueio motor associado à perda dos reflexos
posturais é responsável pela alta prevalência de quedas e maior incidência de fratura de
quadril nas pessoas idosas.
Os transtornos do humor têm alta prevalência na doença de Parkinson. A depressão
maior pode acometer 17%, depressão menor, 22% e distimia, 13%. Há declínio cognitivo não
tão grave quanto o observado na doença de Alzheimer, porém, cerca de 15% a 20%
desenvolvem demência, em fases mais tardias.
De acordo com Pinheiro (2013), o tratamento desta Doença visa a aplicação de
medidas farmacológicas e não farmacológicas, sendo que na primeira, pode haver o uso de
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As quedas constituem grave problema para o indivíduo idoso visto que suas
consequências, como fraturas e outras lesões corporais bem como o medo de cair, podem
resultar em auto-restrição nas atividades da vida diária, favorecendo a imobilidade e
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Estes fatores interagem como agentes determinantes e predisponentes, tanto para quedas
acidentais quanto para quedas recorrentes. Esta complexidade da etiologia das quedas,
associada às graves consequências geradas por estas, impõem aos profissionais de saúde o
grande desafio de identificar os possíveis fatores de risco e tratar os fatores etiológicos e
comorbidades presentes (RUBENSTEIN, 2001; MAIA et al., 2011).
As quedas em idosos são um problema frequente com importantes consequências
físicas, psicológicas e sociais (VARAS et al., 2006; MAIA et al., 2011). É caracterizada como
um evento em que o indivíduo vai ao solo sem intencionalidade, a um nível mais baixo em
que ocupava anteriormente, com ou sem perda da consciência, sem ter a capacidade de
corrigir a situação em tempo hábil (JÚNIOR e HECKMAN, 2013; SILVA, 2019).
Cerca de 30% dos indivíduos com mais de 65 anos de idade caem ao menos uma vez
por ano, dos quais a metade de forma recorrente (TINETTI, 2003; LIU et al., 2004; MAIA et
al., 2011). Essa taxa aumenta para 40% entre os idosos com mais de 80 anos e 50% entre os
que residem em instituições de longa permanência. As mulheres tendem a cair mais que os
homens até os 75 anos de idade, a partir dessa idade as frequências se igualam. Dos que caem,
cerca de 2,5% requerem hospitalização e desses, apenas metade sobreviverá após um ano.
(BRASIL, 2007)
Pessoas de todas as idades apresentam risco de sofrer queda, porém, para os idosos,
elas possuem um significado muito relevante, pois podem levá-los à incapacidade, injúria e
morte. Seu custo social é imenso e se torna maior quando o idoso tem diminuição da
autonomia e da independência ou passa a necessitar de institucionalização (FABRÍCIO,
RODRIGUES, COSTA JÚNIOR, 2004).
Brasil (2007) ainda cita fatores que predispõem ao risco de quedas: idosos com mais
de 80 anos; sexo feminino; imobilidade; quedas precedentes; equilíbrio diminuído; marcha
lenta e com passos curtos; baixa aptidão física; fraqueza muscular de membros inferiores e
membros superiores (hand grip); polifarmácia; uso de sedativos, hipnóticos e ansiolíticos,
alterações cognitivas e doença de Parkinson, além de fatores relacionados ao meio ambiente
(ambientes inseguros e mal iluminados, mal planejados construídos, com barreiras
arquitetônicas) além dos comportamentos e atividades.
Dentre as principais consequências decorrentes das quedas, encontram-se as fraturas,
que parecem imputar ao idoso maior vulnerabilidade a novos episódios, independentemente
de sua frequência (Perracini, 2002). Dentre os vários impactos supracitados, outras
consequências das quedas, encontram-se lesões na cabeça, ferimentos graves, ansiedade,
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depressão e o chamado “medo de cair” (medo de subsequentes quedas), que também pode
acometer idosos que nunca caíram (TINETTI, 1994; MAIA, 2011).
Historicamente, psicólogos e psiquiatras diferenciam a ansiedade-estado e a ansiedade
traço. O elemento divergente dos dois tipos de ansiedade é a sua duração: a ansiedade-estado
é uma resposta aguda a uma ameaça iminente, que pode ser desencadeada por estresse agudo,
enquanto que a ansiedade-traço é crônica, pois é expressa durante a vida do indivíduo, sendo
por isso considerada uma característica da sua personalidade. Entre os diversos fatores
etiológicos da ansiedade, as situações de estresse assumem um papel de destaque. Os
acontecimentos e experiências de vida estressantes tendem a precipitar, em primeira instância,
sintomas de ansiedade (DAVIU et al., 2019; GUEDES, 2020).
O medo de uma nova queda tem alta frequência entre os estudos, sendo identificado
com uma taxa de variação entre 44 a 88,5%; o abandono de atividades teve uma variação de
12 a 25,9% e a perda de autonomia foi encontrada em um estudo (14%). Os números de
lesões, torções, contusões, ferimentos (superficiais) e surgimento de outras doenças foram
citados na maioria dos artigos presentes nesta revisão, com uma variação de 1 a 56% (MAIA
et al. 2011)
O medo de cair, embora seja mais prevalente em idosos caidores, também está
presente na população idosa sem histórico de queda. Nossos achados revelaram a prevalência
de queda de 35,7% e a do medo de cair de 43%. É amplamente discutido que o medo de cair
pode desempenhar papel protetor à ocorrência de quedas, à medida que a baixa autoeficácia
para evitar o evento limitaria o idoso à exposição em situações de grande risco. Em
contrapartida, o medo excessivo é capaz de desencadear um ciclo vicioso ao levar o idoso à
restrição funcional e as suas consequências como diminuição da força muscular e alterações
na marcha, que levariam, por sua vez, ao aumento do risco de quedas (FALSARELLA,
GASPAROTTO, COIMBRA 2014; MOREIRA 2016; CRUZ, DUQUE e LEITE 2017,
VIEIRA 2013; FIORITTO, CRUZ e LEITE, 2020).
Dessa forma, ambientes físicos adequados proporcionam ao idoso maior
independência e segurança, pois quando este encontra barreiras no ambiente há tendência ao
isolamento social, depressão, declínio funcional e consequente aumento do medo de cair.
Cerca de 30% dos idosos limitam a realização de AVD devido ao medo de cair tendo em vista
que, no presente estudo, o medo de cair manteve associação independente com o alto risco de
queda (OR=12,13; IC95% =2,21; 66,76) (FIORITTO, CRUZ E LEITE, 2020).
No estudo de Cruz, Duque e Leite (2017), o medo de cair se mostrou mais frequente
em idosos que apresentaram dificuldade para andar, o que corrobora com os achados da
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presente pesquisa. É provável que sujeitos que relatem dificuldades para andar já apresentem
certo declínio da capacidade funcional e alterações neuromotoras. Essas alterações prejudicam
a segurança e eficácia da deambulação e comprometem a autoconfiança desses idosos em
evitar quedas, gerando uma base para construção do medo.
Falsarella, Gasparotto e Coimbra (2014), Cruz, Duque e Leite (2017) apud Fioritto,
Cruz e Leite (2020) relatam que a necessidade de ajuda para andar através tanto de auxílio
humano quanto de dispositivo auxiliar manteve-se associada ao alto risco de queda no modelo
final do presente estudo. Ao passo que a ajuda para andar é uma estratégia que visa otimizar a
mobilidade e aumentar a segurança do idoso durante a locomoção, nem sempre ela cumpre tal
objetivo e como mostram alguns estudos, pode aumentar o risco de queda.
Diante do exposto fica esclarecido alguns fatores e consequências que impactam
negativamente a vida do idoso por vezes lhe impondo medo, este instintivo ao ser humano
diante dos perigos servindo de proteção, mas que quando exacerbado se torna patológico
podendo levar a um quadro de ansiedade. Esta pelas análises concluídas pode atuar como
causa primária ou secundária de quedas, sendo esta pela antecipação de medos/perigos
estimulando os sistemas endócrinos de alerta (adrenalina, noradrenalina) causando muitas
vezes reações biológicas inesperadas que somadas aos declínios funcionais da senilidade
(redução de massa muscular, redução acuidade visual e auditiva, etc.) podem se constituir em
quedas e aquelas, através dos medicamentos ministrados quando o quadro de ansiedade já está
instalado e diagnosticado, tais como o uso de antidepressivos/ansiolíticos benzodiazepínicos
que segundo Frank (2013) podem levar agitação, distúrbio psicomotor, alteração cognitiva ou
até depressão respiratória e os não-benzodiazepínicos que podem gerar efeitos colaterais ou
adversos tais como tonturas, cefaleias e vômitos podendo potencializar o risco de quedas no
idoso. Estas quando repetidamente podem levar a uma cascata de efeitos indesejados desde o
medo de realização das atividades diárias ou até ao enclausuramento por medo de sair e cair
que podem levar a um maior declínio funcional por inatividade e agravar ainda mais o quadro
descrito.
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CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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