Alunos: Alexandre Carvalho, Fabiana Ferreira, Gabriel Peres e Gabriele

Bontempo
Professora: Cátia Lira
Disciplina: Toxicologia Organofosforados
– Malation

TOXICODINÂMICA

A toxicodinâmica descreve a interação dinâmica de um toxicante com as

moléculas biológicas as consequências dessa interação no desequilíbrio
homeostático. Segundo o Sistema Nacional de Informações
TóxicoFarmacológicas (SINITOX), as intoxicações por agrotóxicos ocupam o
terceiro lugar entre as causas mais comuns de intoxicação no Brasil. Os
organofosforados atuam como inibidores da colinesterase, impedindo a
inativação da acetilcolina, o que resulta em uma intensa atividade
(hiperestimulação colinérgica) deste neurotransmissor nas membranas
póssinápticas. Isso pode levar à paralisia dos músculos devido aos níveis
elevados que interferem na capacidade de despolarização celular. No organismo
humano, existem três tipos de colinesterase: acetilcolinesterase,
pseudocolinesterase e esterase neuropática alvo.

Os organofosforados agem inibindo enzimas esterases, especialmente a

acetilcolinesterase, o que pode comprometer irreversivelmente essas enzimas
(Caldas, 2000). A acetil-colina desempenha um papel crucial na regulação
cardíaca, contração muscular, atividade glandular e outras funções do sistema
nervoso central, ao se comunicar com os receptores de acetil-colina através das
vias de sinalização por proteína G. (Picciotto et al., 2012; Kruse et al., 2014).
Além disso, esse neurotransmissor interage com receptores nicotínicos,
contribuindo para processos cognitivos (Dani, 2015; Nishio et al., 2015).

Em condições de homeostase, a acetil-colina é normalmente quebrada pela

acetil-colinesterase em acetato e colina após a transmissão neural. No entanto,
quando essa atividade é inibida, ocorre um quadro conhecido como efeito
colinérgico excessivo, devido ao acúmulo de acetil-colina nas sinapses,
interrompendo a transmissão nervosa. Isso leva a uma superestimulação dos
receptores colinérgicos no sistema nervoso central, nas junções
neuromusculares e nos terminais parassimpáticos pós-ganglionares, podendo
resultar em complicações graves, inclusive fatalidade (Curtil & Masson, 1993;
Caldas, 2000). Assim, ocorre uma intensificação do estímulo em todos os
receptores colinérgicos, devido ao excesso de acetil-colina não degradada pela
sua enzima correspondente.

Nesse contexto, a remoção de um grupo funcional dos compostos ou da própria

enzima, como a perda de grupamentos alquilas pelas esterases, pode intensificar
e prolongar a interação entre os organofosforados e a acetilcolinesterase,
levando a um estado irreversível de inativação enzimática chamado de
envelhecimento da enzima (Curtil & Masson, 1993). Além disso, a
estereoquímica dos compostos também influencia na reativação enzimática
(Cheung et al., 2018). Os sintomas comuns incluem efeitos de estimulação
nicotínica e muscarínica, além de paralisia de receptores, como diarreia,
bradicardia, salivação, hipotensão, alteração do nível de consciência e tremores,
geralmente causados pela crise colinérgica aguda (Solomon et al., 2007;
Cavalcanti et al., 2016). As manifestações clínicas variam de acordo com as
propriedades físico-químicas do composto, a via de intoxicação, a quantidade e
a duração da exposição (Caldas, 2000).

Os compostos organofosforados podem também induzir outra forma de

neurotoxicidade conhecida como polineuropatia retardada, cujos sintomas
principais incluem formigamento nas mãos e pés, perda sensorial, fraqueza
muscular seguida de flacidez nos músculos esqueléticos distais e ataxia. Esses
sintomas são resultado da inibição das atividades das enzimas esterases e
fosfolipases (Lotti & Moretto, 2005; Nand et al., 2007). Além disso, os
organofosforados demonstraram potencial inibitório em várias lipases e
acilpeptídeo-hidrolase, uma peptidase presente em roedores, associando esses
compostos ao estresse oxidativo, conforme relatado em estudos in vitro, in vivo
e em humanos (Richards et al., 2000; Kovacic, 2003; Quistad et al., 2006;
Giordano et al., 2007).

Malationa: O mecanismo primário de ação da malationa, assim como de outros

inseticidas organofosforados, é a inibição da atividade da enzima
acetilcolinesterase. Esta inibição impede a degradação do neurotransmissor
acetilcolina que, então, se acumula nas terminações nervosas. Este acúmulo
resulta em uma hiperestimulação de células musculares, glandulares,
ganglionares e do sistema nervoso autônomo, causando efeitos muscarínicos
(sistema nervoso paras simpático), nicotínicos (sistema nervoso simpático e
motor) e no sistema nervoso central.

REFERÊNCIAS

BL MALATHION UL - Alteração de marca comercial – 14 de julho, 2021.

Intoxicação por Organofosforados | Colunistas - Sanar Medicina

By Anon Container: Sanar | Medicina URL:
https://www.sanarmed.com/intoxicacao-por-organofosforados-colunistas

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Efeitos do gênero citrus no sistema nervoso central: Uma revisão de

literatura / Citrus gender effects on the central nervous system: A literature
review
Marianna Letícia Vasconcelos Patrocínio, Camille Moura de Oliveira, Cláudio
Felipe Vasconcelos Patrocínio, José Eduardo Ribeiro Honório Júnior, Luzia
Kalyne Almeida Moreira Leal, Silvânia Maria Mendes Vasconcelos, Manoel
Cláudio Azevedo Patrocínio. 2020

FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA

SUB-ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: TOXICOLOGIA CONTRIBUIÇÃO PARA O
ESTUDO DA INTOXICAÇÃO HUMANA POR CARBAMATOS: O PROBLEMA
DO "CHUMBINHO" NO RIO DE JANEIRO
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https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/handle/icict/5200/170.pdf?sequence=

INTOXICAÇÕES EXÓGENAS AGUDAS POR CARBAMATOS,

ORGANOFOSFORADOS, COMPOSTOS BIPIRIDÍLICOS E PIRETRÓIDES
By Querino Luiz, Araújo De, Caldas URL:
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