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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

ENFERMAGEM

Elisiane Colares Maciel


João Vitor Nunes Teixeira
Mayanne Nobre Santos
Paulo Ribeiro Barros
Vitória De Sousa Silva

Precisamos falar sobre ELA – Esclerose Lateral Amiotrófica

QUIXERAMOBIM
2022
Elisiane Colares Maciel
João Vitor Nunes Teixeira
Mayanne Nobre Santos
Paulo Ribeiro Barros
Vitória De Sousa Silva

Precisamos falar sobre ELA – Esclerose Lateral Amiotrófica

Trabalho de Portfolio Interdisciplinar em Grupo


apresentado à Universidade Pitágoras Unopar, como
requisito parcial para a obtenção de média bimestral na
disciplina de Introdução a Biologia Celular e do
Desenvolvimento, Ciências Morfofuncionais dos
Sistemas Tegumentar, Locomotor e Reprodutor,
Ciências Morfofuncionais dos Sistemas Digestório,
Endócrino e Renal, Saúde Pública e Ciências
Morfofuncionais dos Sistemas Imune e Hematológico.

Professores das disciplinas: Ana Paula Scaramal


Ricietto, Cristiane Mota Leite e Danieli Juliani Garbuio
Tomedi.

QUIXERAMOBIM
2022
SUMÁRIO

1INTRODUÇÃO...........................................................................................................3

2DESENVOLVIMENTO...............................................................................................5

3CONCLUSÃO..........................................................................................................13

4REFERÊNCIAS........................................................................................................15
3

1 INTRODUÇÃO

O desenvolvimento desse trabalho é motivado por ser um assunto de extrema


importância, mas com pouca divulgação para a sociedade, tem o objetivo de
informar e alertar leitores, familiares e, principalmente os profissionais de saúde
envolvidos nos cuidados a pacientes acometidos pela Esclerose Lateral Amiotrófica.
As informações aqui apresentadas serão de fundamental importância para propagar
conhecimento acerca dessa patologia, facilitando seu reconhecimento através dos
sinais e sintomas e consequentemente a obtenção de um possível diagnóstico
precoce, o que irá viabilizar tratamentos e intervenções de saúde mais eficazes
proporcionando melhor qualidade de vida a esses pacientes.
Sabendo das inúmeras barreiras encontradas na ELA (ou doença do neurônio
motor), o presente material tem o desfecho baseado no que é a Esclerose Lateral
Amiotrófica, sua imunologia, seus sinais e sintomas, tratamentos, e a intervenção do
profissional da saúde para apoio ao paciente e a família. No decorrer do material,
veremos como a ELA interfere na vida de uma pessoa recém-diagnosticada, e o
papel do sistema de saúde em amenizar seus severos danos, tanto físicos,
psicológicos, como sociais.
A Esclerose Lateral Amiotrófica como campo a ser explorado, possui muitos enigmas
a qual não conseguimos associá-los, porém, ao aprofundar-nos nessa doença,
vemos que é uma problemática no que se refere a Saúde Pública, pelo fato da
carência de tratamentos, ações profiláticas, o que traz a responsabilidade aos
profissionais, de projetar uma melhor expectativa de vida para o paciente acometido
com a ELA através dos cuidados paliativos de qualidade.
A doença do neurônio motor, também assim chamada, ainda não possui uma
explicação sólida quanto ao fator do seu desenvolvimento, mas sabemos que é uma
doença caracterizada pela degeneração progressiva dos neurônios motores (NM), o
que a coloca como uma patologia autoimune, e podemos associar a disciplina das
Ciências morfofuncionais do sistema imune.
Pelo acometimento do sistema neuromotor do paciente e a degeneração do mesmo,
logo percebe-se a perca de várias funções do corpo do paciente. Porque os
neurônios motores são responsáveis por conduzir impulsos nervosos para órgãos
efetores, como músculos e glândulas, ou seja, a Esclerose Lateral Amiotrófica do
seu estágio inicial ao terminal, irá prejudicar uma grande parte dos sistemas do
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nosso organismo, em que nesse semestre foi observado pelas disciplinas: Ciências
morfofuncionais dos sistemas tegumentar, locomotor e reprodutor, Ciências
morfofuncionais dos sistemas digestório, endócrino e renal, e Ciências
morfofuncionais dos sistemas imune e hematológico.
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2 DESENVOLVIMENTO

2.1 ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA

A Esclerose Lateral Amiotrófica trata-se de uma doença neurodegenerativa assim


como mal de Alzheimer, faz parte do grupo de doenças do neurônio motor (DNM),
dentre as quais é a mais prevalente. Nos Estados Unidos a patologia recebeu o
nome de doença de Lou Gehrig em homenagem ao jogador de beisebol que faleceu
em decorrência da doença, na França é chamada de doença de Charcot, porém é
conhecida mundialmente como doença do neurônio motor. A origem da
nomenclatura no Brasil se dá de acordo com o significado das palavras: Esclerose -
degenera células provocando endurecimento do músculo, lateral - geralmente se
inicia em um dos lados do corpo, amiotrófica - a fraqueza progride para redução do
volume de tecido muscular, ou seja, atrofia.
Tem como principal caráter a morte progressiva dos neurônios, esses neurônios são
células nervosas controladoras dos músculos responsáveis pelos movimentos do
corpo, assim, perdendo consequentemente o controle desses músculos. A doença
afeta duas populações de neurônios, os superiores que estão no córtex e causam
quatro sinais específicos sendo eles: (1) Hiperreflexia, (2) Hipertonia, (3)
Espasticidade, (4) Cutâneo-Plantar e os neurônios da medula espinhal dentro da
coluna. A pessoa diagnosticada com ELA apresenta dificuldade para andar, falar,
mastigar e realizar outros movimentos executados voluntariamente. Na prática os
neurônios dos pacientes acometidos pela doença se desgastam ou morrem e já não
conseguem mais mandar mensagens aos músculos. Isso gera a curto e médio prazo
o enfraquecimento dos músculos, contrações involuntárias e incapacidade de mover
os braços, as pernas e o corpo e a longo prazo evoluem para quadro de paralisia.
De cunho progressivo, a Esclerose Lateral Amiotrófica é fatal e sem cura, o quadro
clinico irá se agravar gradualmente com o passar do tempo. A doença pode
comprometer funções fundamentais, como a respiração em sua fase mais avançada,
etapa na qual o indivíduo passa a depender de um ventilador mecânico que auxilia a
entrada e saída de ar dos pulmões.
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2.2 IMUNOLOGIA DA DOENÇA

A imunologia é o ramo da medicina que busca estudar o sistema imunológico e as


condições que podem afetá-lo. O sistema imunológico é composto por células como
os linfócitos, leucócitos e fagócitos, que fazem parte do sistema de defesa do corpo
humano, contra vírus, bactérias, fungos outros possíveis invasores do organismo.
As causas do surgimento da doença Esclerose Lateral Amiotrófica ainda não são
conhecidas, no entanto, sabe-se que cerca de 10% dos casos é causado por um
defeito genético e 90 % dos casos são raros, sendo que apenas 5% a 10 %
apresentam origem familiar. A incidência da doença é de cerca de 2,7/100, e no
sexo masculino apresenta leve predominância no aparecimento de sintomas, a faixa
etária mais comum é entre 55 e 75 anos de idade sendo a média de 64 anos, porém
há possibilidade de acometer pessoas mais jovens. Nas formas familiares o
diagnóstico costuma ser antecipado em 10 anos, em relação às formas esporádicas
menos de 5% dos casos são diagnosticados antes dos 30 anos. A sobrevida média
da doença é de 2,5 a 3 anos a partir do diagnóstico.
Já foi levantada a hipótese de uma possível relação entre esportes e o
desenvolvimento da ELA, especialmente aqueles em que ocorrem recorrente trauma
na cabeça, mas essa correlação ainda carece de comprovação. A exposição a
fatores ambientais, como toxinas, metais pesados, agrotóxicos, cigarro, dieta,
radiação e falta de atividade física, como gatilho para o desenvolvimento da doença,
já foi uma hipótese levantada por alguns estudos epidemiológicos.
O que sabemos sobre a patogenia? Ainda há muito para ser descoberto em termos
dos mecanismos fisiopatológicos que causam a doença e não se sabe muito sobre
as suas bases moleculares. Porém, existem várias explicações que tentam
compreender o processo de iniciação e evolução da doença, a mais comum dessas
explicações é uma mutação de um gene que codifica a enzima antioxidante
superóxido dismutase 1 (SOD1). Essa mutação leva a uma instabilidade estrutural,
que ocasiona um dobramento equivocado da enzima, que leva a sua agregação nos
neurônios motores no sistema nervoso central, o modo de ação da SOD1 mutada
nos neurônios ainda é desconhecido, porém várias hipóteses já foram descritas.
A excitotoxicidade mediada por Glutamato é causada por uma redução de um tipo
de transportador de glutamato presente nos neurônios, o que permite acúmulo
desse neurotransmissor na fenda sináptica, com consequente superestimulação de
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receptores de glutamato e degeneração neuronal por excitotoxicidade. Com o


excesso de glutamato extracelular, ocorre um desbalanço eletrolítico, com entrada
excessiva de cálcio nos neurônios, disparo excessivo do neurônio motor e iniciação
de processos bioquímicos destrutivos na célula, disfunção mitocondrial também
participa da fisiopatologia, pois ocorrem alterações na estrutura dessas organelas
por acúmulo da SOD1 na membrana externa e na matriz da mitocôndria.
Como consequência, ocorre uma produção deficitária de ATP, por diminuição da
atividade de alguns complexos da cadeia respiratória. Além disso, ocorre um menor
tamponamento dos níveis citosólicos de cálcio, o que contribui para dano neuronal.
Os neurônios são células polarizadas, que podem ter axônios bem extensos,
chegando a 1 metro de comprimento, em alguns casos, o que torna necessário um
eficaz mecanismo de transporte de organelas, proteínas, RNA etc.
Na ELA, foram encontrados neurônios com estrutura axonal prejudicada, o que leva
a um defeito desse transporte e consequente acúmulo de neurofilamentos,
organelas e autofagossomos, o que contribui para morte celular. Por fim, com a
mutação da SOD1, que é uma enzima com ação antioxidante, ocorre acúmulo de
espécies reativas de oxigênio (ROS), que são produtos do metabolismo normal do
oxigênio. Com isso, ocorre aumento do estresse oxidativo na célula, com
consequente citotoxicidade, sendo essa uma das primeiras teorias a correlacionar a
SOD1 mutada com a lesão neuronal.

2.3 SINTOMATOLOGIA

O diagnóstico da ELA se dá através da observação das manifestações clínicas


somadas a exames, pois é preciso descartar outras patologias neurodegenerativas
com sinais e sintomas semelhantes. Para ser considerada Esclerose Lateral
Amiotrófica é necessário que haja o comprometimento simultâneo dos neurônios
motores inferiores e superiores. Se houver comprometimento apenas em neurônios
motores inferiores, caracteriza Atrofia Muscular Progressiva (AMP). Se o
acometimento for apenas nos neurônios motores superiores, demonina-se Esclerose
Lateral Primária (ELP). Caso existam apenas sintomas bulbares trata-se de Paralisia
Bulbar Progressiva (PBP).
O acometimento dos neurônios motores inferiores resulta em câimbras musculares,
atrofia muscular e fraqueza, o paciente sente câimbras e fasciculação geralmente
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nas mãos e pés que posteriormente evoluem para paralisia. A fraqueza muscular
nas mãos, braços, pernas, musculatura da fala, deglutição e respiração afeta 60%
dos pacientes que podem apresentar respiração curta, dificuldade em deglutir,
fraqueza facial, disartria e disfagia. A disartria culmina em um indivíduo que não
consegue articular e pronunciar as palavras ou mesmo apresenta uma fala
embolada, podendo ou não ser acompanhada por disfonia que é a mudança no
timbre e intensidade da voz, prejudicando o principal meio de comunicação, a fala.
Já a disfagia é a dificuldade de engolir, esse paciente pode engasgar-se
frequentemente enquanto se alimenta, sendo assim tem risco de broncoaspiração e
pode consequentemente evoluir para uma pneumonia por aspiração. Ambas são
observadas no início da ELA bulbar em cerca de 30% dos pacientes.
A degradação dos neurônios motores superiores causa movimentos lentos e fracos,
aumento dos reflexos tendinios profundos (sinal de babinski), espasmos e
mioclonias, perda da coordenação motora e do controle do choro, além de
espasticidade muscular que é um distúrbio caudor de alteração no tônus, o mesmo
vai causar contração excessiva da musculatura e vai tornar o musculo tenso e
enrijecido.
A Esclerose Lateral Amiotrófica também ocasiona distúrbios do sono, dor, fadiga,
laringoespasmos (reflexo de fechamento da glote intenso e duradouro, que pode
inclusive levar a morte), constipação crônica, sialorreia (perda não intencional de
saliva pela boca ou salivação excessiva). Em decorrência da fraqueza muscular e
perda da coordenação motora esse paciente não vai conseguir se locomover ou
manusear objetos, tendo sua autonomia cada vez mais comprometida. A
espasticidade enrijece o músculo de tal modo que as mãos do paciente perdem
gradativamente a função e se torna em formato de garras. No início dos sintomas é
comum que haja o derreamento do pé, iniciado geralmente em um dos lados, que
ocasiona tropeços no próprio pé do paciente, fenômeno o qual denomina-se marcha
escarvante, mas o sinal clínico diferencial da ELA é o sinal da língua lustrosa/
brilhante que na verdade se refere a uma atrofia e fasciculação na língua.

2.4 TRATAMENTO

Apesar dos vários estudos e pesquisas em busca do tratamento ideal e satisfatório,


a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) não possui um procedimento que promova a
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cura do paciente, mas, somente medicamentos que possam retardar avanço da


degeneração dos neuromotores.

• RILUZOL
No momento, tem-se apenas um medicamento que foi aprovado pelas agências
reguladoras de saúde, sendo inclusive, distribuída pelo SUS, o Riluzol. Sendo a
única terapia medicamentosa disponível. Esse fármaco ainda não está
completamente elucidado quanto ao seu mecanismo de ação, mas se tem associado
com a inibição no processo de liberação do glutamato, bem como o antagonismo de
receptores glutamatérgicos.
Estudos clínicos controlados revelaram a eficácia do medicamento em reduzir a
progressão da doença e aumentar a sobrevida dos pacientes de 3 a 6 meses. Os
que se beneficiaram da melhor forma com o Riluzol são, especialmente, pacientes
nos estágios iniciais e nos pacientes com ELA que desenvolveram inicialmente
sinais bulbares, ou seja, na respiração, deglutição e fala. Além disso, a perda de
força muscular foi significativamente mais lenta no grupo atacado.
Estudos realizados por Zoccolella e col. apresentaram que o Riluzol teria sua função
desabilitada a partir de 18 meses após o início da medicação. Segundo a pesquisa,
isso pode estar relacionado ao fato de que nos estágios finais da doença há um
aumento de glutamato (aminoácido neurotransmissor excitatório do Sistema
Nervoso), o que incapacita o seu bloqueio.

• EDARAVONE
Medicamento testado no primeiro ensaio clínico no Japão, em 2014. Estudos
realizados na Clínica de Neurologia Yoshino, no Japão, durante o período de outubro
de 2011 a maio de 2014, com vinte e seis pacientes, avaliou a eficácia do Edaravone
como um eliminador de radicais livres. Esperava-se muito dessa nova medicação,
todavia, não apresentou resultados satisfatórios. Essa medicação foi aprovada pelo
Food and Druc Administration (FDA), porém ainda não possui registro na Anvisa, o
que a deixa de difícil acesso, pois tem que ser importada e custa em média
R$9.000,00 mensais.

• CÉLULAS-TRONCO
As células-tronco são consideradas essenciais numa cadeia de processos como:
proliferação celular, migração, diferenciação e maturação, importantes fatores na
manutenção da maioria das células de um organismo adulto, além de originarem
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diferentes células progenitoras. Grande parte dos pesquisadores atualmente tem se


dedicado a pesquisa de como poderia ser utilizado as células-tronco para a
regeneração do sistema nervoso. Entre as questões abordadas estão: os melhores
critérios para a seleção dos pacientes, dose e localização do enxerto de células-
tronco no paciente, fonte adequada para obtenção das células-tronco, etc.
São muitas as indagações no que se refere as células-tronco, e enquanto não forem
elucidadas, trazendo dessa maneira segurança para o paciente e eficácia, é
imprescindível a procura por terapias aprovadas que possibilite uma qualidade de
vida e maior longevidade ao paciente.

2.5 INTERVENÇÕES DE SAÚDE

A Esclerose Lateral Amiotrófica, popularmente conhecida como ELA, é uma


patologia que acomete o sistema nervoso, sendo degenerativa que altera o
desenvolvimento das células neuromotoras superiores e inferiores que estão
envolvidas com o sistema neuromotor a nível bulbal, cervical, torácico e lombar. Seu
principal alvo são pacientes acima de 50 anos e geralmente do sexo masculino. Por
isso torna-se indispensável a discussão de intervenções de saúde relacionadas ao
adulto portador da Esclerose Lateral Amiotrófica.
A base para uma assistência qualificada a esses pacientes é fornecer um cuidado
humanizado desde o momento em que os profissionais e familiares conseguem
compreender a complexidade da doença, sendo essencial a construção conjunta de
habilidades para utilizar outros meios de comunicação verbal e não verbal. Mesmo
rodeados de tanta tecnologia, a ELA ainda é uma doença sem cura, mas existem
formas de retardar sua evolução, por isso o tratamento mais adequado para os
pacientes são os cuidados paliativos, visando a melhoria da qualidade de vida.
Qualidade de vida é “a percepção do indivíduo de sua inserção na vida, no contexto
da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos,
expectativas, padrões e preocupações” (Organização Mundial da Saúde).
O papel da enfermagem vai além de oferecer apenas procedimentos mecanizados
de um sistema, é necessário ofertar qualidade de vida para as pessoas portadoras
da ELA, incentivando-os a enfrentar a doença com integridade, participação e
responsabilidade. É de fundamental importância a conscientização desses
pacientes, pois mesmo sendo uma doença crônica e sem cura existem pessoas com
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doenças conhecidas que também não tem cura, mas que conseguiram obter uma
grande melhoria de vida com as intervenções de saúde e o avanço tecnológico.
A patologia é diagnosticada a partir dos 11 meses após a observação da
sintomatologia, tendo uma perspectiva de 3 a 5 anos, por ser uma doença
neurodegenerativa que afeta a musculatura no decorrer de sua evolução o paciente
apresenta dores intensas e sensação de impotência. Os sinais e sintomas são
identificados quando o paciente começa a apresentar dificuldades em realizar
tarefas diárias, como apertar um pregador de roupas, pentear o cabelo, locomover-
se, disfagia e outra característica pertinente à doença é a fraqueza muscular.
A partir dos diagnósticos a enfermagem irá promover intervenções, analisando as
condições de saúde/doença, agindo para que a assistência possa contribuir
promovendo, reabilitando e recuperando a saúde do paciente adulto acometido pela
ELA, aumentando sua perspectiva e qualidade de vida, motivando o paciente e
familiares a lutar contra a doença.
As intervenções de enfermagem estão voltadas a retardar a progressão rápida da
doença, a atenção deve ser para melhores condições de vida, proporcionando
conforto ao paciente durante esse momento limitado. O alívio e controles dos
sintomas é um fator de extrema importância pois irá garantir uma melhor qualidade
de vida, que consiste em propor intervenções terapêuticas como músicas, leitura,
adequação do ambiente, fisioterapia respiratória e mudança de decúbito que quando
aliados a outros cuidados é possível observar uma melhoria considerável na vida do
paciente.
Um dos diagnósticos mais preocupantes da doença é que no decorrer da sua
evolução os músculos responsáveis pela deglutição vão se atrofiando, tornando seu
funcionamento ineficaz, isso acaba acarretando estresse ao paciente e uma rápida
degeneração muscular. Analisando o diagnóstico pode-se intervir com uma dieta
adaptada e uma contínua readaptação alimentar, recorrendo a alimentação por meio
de sonda enteral e também o controle da ingestão hídrica. Outras intervenções
também podem ser adotadas, algumas delas são: terapia endovenosa, dieta
prescrita e nutrição parenteral total (NPT).
A deambulação é prejudicada devido a fraqueza muscular, que se torna um
agravante na piora da melhoria das condições de vida desses pacientes, algumas
intervenções podem ser implantadas, como: caminhar - treino para fortalecimento e
alongamento; equilíbrio - exercício para mobilidade articular; coordenação - exercício
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para controle muscular; resistência - estabelecer várias metas, avaliar a


sustentabilidade das atividades; mobilidade articular - exercícios para fortalecimento,
preparação antecipada contra quedas; mobilidade - motivar a deambulação,
atividades prescritas que estimulem o paciente a movimentar-se em seu próprio
ambiente.
Outro obstáculo no processo do cuidar à pessoa acometida com Esclerose Lateral
Amiotrófica é a comunicação verbal prejudicada (quando a transmissão ou recepção
da informação está diminuída), recorrendo ao uso de comunicação não verbal. As
intervenções de enfermagem relacionadas a esse diagnóstico terão que ser
realizadas pelo profissional de enfermagem visando a motivação dos pacientes, com
os seguintes cuidados: cognição - apoio nas decisões, treinamento de memória,
facilitar a aprendizagem e orientar a realidade; comunicação - escutar ativamente,
arte terapia e intermediação cultural; expressão - treinamento da assertividade;
recepção - estimulação cognitiva; processamento de informações - controle de
delírio e demência, melhora na educação em saúde e na disposição de
aprendizagem.
As intervenções de enfermagem irão proporcionar ao paciente qualidade e uma
expectativa de vida além do que lhe é dada após diagnosticado com a Esclerose
Lateral Amiotrófica (ELA). A aproximação entre profissionais e familiares por meio
das intervenções é indispensável, assim como a comunicação para falarem a
mesma linguagem em cada fase da doença, por isso o esclarecimento para os
envolvidos é de extrema importância para que a oferta de cuidados e
profissionalismo dê um retorno positivo com mais anos de vida. A conscientização
dos familiares também é um dos objetivos a serem alcançados, explicando melhor a
complexidade da doença, não curável que possuí apenas tratamento e que vem
tendo uma certa predominância em pessoas acima dos 50 anos de idade, mas que
também acomete adolescentes, só que em menor escala, levando ambos a óbito.
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3 CONCLUSÃO

Com base nas informações apresentadas no decorrer do presente trabalho


concluímos que o CID10- G12.2, referente a Esclerose Lateral Amiotrófica, configura
um dos diagnósticos mais angustiante para o paciente e seus familiares. Com a
progressão da enfermidade há o comprometimento da capacidade comunicativa
através da fala, expressão facial e linguagem corporal, uma vez que o indivíduo fica
restrito apenas ao movimento dos olhos. Essa paralisia em todo o corpo também
impede o paciente de realizar atividades corriqueiras e vai pouco a pouco cerceando
a autonomia e independência do mesmo, o que pode contribuir para o acometimento
de transtornos psicológicas, como a ansiedade e depressão. Além de prejudicar a
interação social, essa patologia afeta a forma como o indivíduo se vê, pois passa a
ser dependente de cuidados em tempo integral. Em decorrência da situação
supracitada, os achados da pesquisa demostram que a qualidade de vida dos
pacientes com ELA e sua sobrevida estão atrelados aos avanços tecnológicos,
fármacos e técnicos ofertados pelos profissionais nos tratamentos e cuidados em
saúde.
Atualmente, todo o cuidado em saúde referido a ELA se limita a cuidados paliativos,
alguns medicamentos são utilizados na tentativa de retardar a evolução inexorável
da patologia. Uma equipe multidisciplinar se faz necessária na abordagem para
melhorar a qualidade de vida dos pacientes, amenizando os incômodos e
alentecendo a progressão dos sintomas, essa equipe geralmente é composta por:
fisioterapeutas, fonoaudiólogos, médicos e enfermeiros. Apesar dos avanços e das
pesquisas que contribuem para melhorias no tratamento, pouco se sabe sobre as
causas dessa doença, e essa possivelmente é uma das maiores barreiras para a
descoberta de um tratamento eficaz e uma cura. Nesse sentido o maior desafio no
cuidado em saúde se tratando de esclerose lateral amiotrófica é seu caráter
incurável, progressivo e fatal.
O cuidar é próprio da enfermagem, visto que o enfermeiro detém o papel de
cuidador e está responsável por implementar cuidados individuais e coletivos de
forma a compor um sistema de saúde integral que atenda a população de acordo
com as diretrizes do SUS. Sendo a enfermagem essa área, fica a cargo do
profissional ofertar não só suas técnicas e conhecimentos para intervenção na
doença, mas também uma abordagem humanizada, respeitando a subjetividade do
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indivíduo que possibilite uma vivencia digna após o diagnóstico. O enfermeiro


analisa as condições de saúde/doença, e age na assistência retardando a evolução
da enfermidade, proporcionando o alivio dos sintomas e conforto.
Assim identificamos a importância das disciplinas estudadas no decorrer do
semestre, como Saúde Pública, que traz a luz a necessidade de repensarmos nosso
papel como profissionais na área da saúde e realizar uma conduta alinhada as
diretrizes do SUS, visando qualidade no atendimento. As disciplinas de Introdução a
Biologia Celular e do Desenvolvimento e Ciências Morfofuncionais do Sistema Imune
e Hematológico que são de suma importância para o entendimento dos processos
que levam ao aparecimento dos sinais e sintomas da ELA. Um adendo para
Ciências morfofuncionais dos Sistemas Imune e Hematológico pois a partir da
compreensão da imunologia da Esclerose Lateral Amiotrófica é que se pode traçar
condutar para realização de um tratamento efetivo e eficaz, mesmo que sejam esses
cuidados paliativos.
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REFERÊNCIAS

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https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/esclerose-lateral-amiotrofica-
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https://www.scielo.br/j/anp/a/GTd5VybL7hCjng8MvrWYPKN/?lang=pt&format=pdf
https://blog.jaleko.com.br/voce-conhece-ela-a-esclerose-lateral-amiotrofica/
http://www.sbcm.org.br/revistas/RBCM/RBCM-2010-06.pdf#page=66
https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/178636
DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM AO ADULTO
ACOMETIDO POR ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA - Revista Brasileira
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BERTAZZI, Renan Nogueira; MARTINS, Fernanda Resende; ZICA, Samir Zacarias;
GUEDES, Virgílio Ribeiro. ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA. Revista de
Patologia do Tocantins, Vol. 4 No. 3, Setembro 2017.

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