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1 Cirurgiã Dentista, Mestre pela Universidade de São Paulo (USP) e Doutora pela
Universidade Estadual Paulista (UNESP), Coordenadora da Pós Graduação da Faculdade de
Ciências Biomédicas de Cacoal (FACIMED), Brasil. E(mail: kcsabreu@terra.com.br
2 Acadêmica de Odontologia.
3 Psicólogo, Mestre em Saúde e Comportamento (UCPEL) e Doutor em Psicologia pela
PUCRS, Coordenador do curso de Psicologia da Facimed, professor de Graduação do curso
de Psicologia da Facimed.
são aqueles cuja harmonia do órgão foi rompida e que por essa razão, apresentam
determinados desvios dos padrões de normalidade, necessitando de atenção e abordagem
especial por um período de sua vida ou indefinidamente.
A população brasileira consiste em torno de 160 milhões de habitantes. Segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS) 15% apresentam algum desvio da normalidade, o que
faz com que apresentem necessidades especiais ( ). No entanto o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) considera que 10% têm necessidades especiais,
aproximadamente 3% recebem atendimento odontológico, que correspondente a 480 mil
pacientes ( ).
Os distúrbios neuropsicomotores, de acordo a IADH (International Association of
Dentistry for Handicapped) apud são classificados como desvios ou
defeitos de: inteligência, físicos, congênitos, comportamentais, psíquicos, deficiência
sensoriais e de audiocomunicação, doenças sistêmicas crônicas, doenças endócrina
metabólicas e estados fisiológicos especiais.
O desvio de inteligência é uma alteração anormal da capacidade intelectual, social e
comportamental de um indivíduo, podendo ser classificada conforme o grau de sua
deficiência (leve, moderada, severa, aguda e profunda). Este tipo de distúrbio mental pode
ocorrer desde o período pré(natal até o período pós(natal, podendo englobar diversas
patologias, como exemplo, o portador de deficiência mental. O desvio psíquico também
pode estar presente devido à carência afetiva, por conseqüência do desvio social que os priva
da sociedade, além do defeito físico que se refere a qualquer tipo de alteração da capacidade
motora do individuo, podendo ser classificado conforme o comprometimento do sistema
nervoso central, músculo esquelético ou neuromuscular. ( ).
A paralisia cerebral é uma encefalopatia crônica não progressiva, ocasionando o
comprometimento de várias partes do corpo ou paralisia em um único membro. Normalmente,
ocorrem incapacidades múltiplas que afetarão o controle do corpo, manifestado através de
convulsões, falta de equilíbrio e incoordenações. A sua etiologia é multifatorial, podendo
ocorrer devido a fatores pré, peri ou pós(natais ( ! ").
A doença de Parkinson também faz parte das afecções do sistema nervoso central,
como um distúrbio neurológico irreversível, crônico e progressivo, cuja etiologia se deve a
um processo degenerativo e progressivo das células nervosas (neurônios), principalmente da
região cerebral chamada de substância negra ( # $% ).
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O desvio social pode estar relacionado aos distúrbios neurológicos por diversas
razões: falta de orientação, fator sócio(econômico, desnutrição e o estress emocional que
acarreta em uma alteração comportamental. ( ).
Cerca de 10% da população mundial é constituída por pacientes especiais, sendo 50%
de deficiência mental, 20% de deficiência física, 15% de deficiência auditiva, 5% de
deficiência visual e apenas 10% com alterações múltiplas. 6 7 .
deficiência em quatro níveis. A deficiência mental leve constitui o maior grupo de indivíduos
na sociedade com aproximadamente 85% dos casos, porém integrados socialmente.
Deficiência mental moderada compõe 10% da população de indivíduos com deficiência
mental que apresentam a possibilidade de adquirir hábitos de autonomia, podendo inclusive
ter certas atitudes bem elaboradas e quando adultos, freqüentar lugares ocupacionais, mesmo
que necessitem de constante supervisão. Deficiência mental profunda engloba 1 a 2% dos
indivíduos com deficiência mental que apresentam incapacidade mental de autonomia,
incluindo as que vivem em estado vegetativo; corresponde a um grupo quase que totalmente
dependente, porém com treino apropriado, podem progredir no desenvolvimento motor, no
cuidado consigo mesmo e na habilidade da comunicação. Por último a deficiência mental
severa, constitui um índice pouco significativo do grupo de deficientes mentais, que são
trabalhados constantemente para melhor autonomia dos seus hábitos, pois possuem
capacidade de comunicação muito limitada ( % ).
Caso o cérebro da criança com síndrome de Down não atingir seu desenvolvimento
funcional, resultará em dificuldades generalizadas afetando a capacidade de aprendizagem,
linguagem, autonomia, motricidade e interação social ( ).
Esses pacientes por sua vez podem apresentar algumas manifestações sistêmicas
associadas à paralisia cerebral, tais como: epilepsia, podendo estar associada a crises
convulsivas; desvio de inteligência, ocorrendo em 50% dos casos; deficiência visual precoce;
dificuldades de aprendizagem a qual dependerá de um estímulo para ajudar a integrar(se na
sociedade e dificuldade na fala e alimentação, devido ao hipodesenvolvimento do terço
médio da face.
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Pacientes portadores de paralisia cerebral possuem alto índice de cárie, devido à falta
de coordenação motora, a qual leva a uma dificuldade de higienização e falta de
conscientização de seus responsáveis pelos cuidados necessários. Outro fator que favorece
não só a cárie como também a doença periodontal, é a dieta inadequada destes pacientes. A
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incapacidade neuro(muscular impede que tais pacientes façam uso de alimentos mais
consistentes. Portanto a alta prevalência da doença cárie e periodontal estão relacionadas à
dificuldade dos responsáveis em higienizar corretamente os dentes e a qualidade da
alimentação com potencial cariogênico. Já, a presença de maloclusões relaciona(se com os
distúrbios neuro(musculares e funções de respiração, mastigação e deglutição inadequadas. A
maloclusão ocorre em função das ações musculares e da respiração bucal. O trauma oclusal e
o bruxismo são ocasionados devido à contração muscular.
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demonstração do aparato odontológico, para que o paciente saiba antes de ser atendido, o que
será utilizado em sua boca, incluindo as de vibrações e ruídos que farão parte do atendimento
proposto; e sob o atendimento sob contenção (mecânica, química, hipnose), alguns pacientes
que apresentem problemas graves no que se refere à cooperação e ao manejo devem ser
considerados dentro do grupo com indicação para a contenção química e anestesia geral. Mas
6 7 alega a falta de preparo técnico do cirurgião(dentista frente às esses
pacientes, pois não tiveram treinamento para o atendimento de pacientes portadores de
distúrbios neuropsicomotores durante o curso de graduação.
Apesar de C 6 7 citar que além de problemas de saúde
bucal, os pacientes expressam também comportamentos indicadores de medo, ansiedade e
tensão emocional. > 6 7 argumenta que medidas de comportamento e
personalidade são "inexatas e controversas", havendo teorias a respeito do desenvolvimento
da personalidade. = 6 7 relata que o compreender e interpretar a
personalidade do paciente é fundamental para a relação de confiança entre o cirurgião(
dentista, paciente e família, uma vez que favorece um tratamento tranqüilo e com resultados
positivos. D 6 7 cita a importância da criação do vínculo com paciente e a
família para realização de técnicas de condicionamento no tratamento odontológico com o
paciente especial de forma segura. 6 7 descreve uma técnica de contenção
física, realizada pela mãe com a criança em seu colo e abraçada, para que o tratamento
odontológico seja realizado. No entanto 6 87 relata que este tipo de
contenção física é realizado em crianças até a faixa etária dos 3 anos de idade.
6 7 reforça que este tipo de contenção poderá causar um trauma físico e psicológico ao
paciente. No entanto 6 ) ressalta que esta contenção somente é realizada
após condicionamento verbal e psicológico para que a criança não sofre nenhum trauma
psicológico.
Quanto ao anestésico ou medicamento prescrito ao paciente portador de distúrbio
neuropsicomotor, os autores 6 % % %
8) 7, ressaltam que a relação do cirurgião(dentista
com o médico especialista é fundamental para a segurança dos pacientes, uma vez que fazem
uso de medicamentos diversos. Entretanto 6 7 relata que que o cirurgião(
dentista ainda demonstra uma certa insegurança no momento da escolha das soluções
anestésicas locais ou na prescrição de medicamentos de uso odontológico.
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Os autores 6 % % %
8 ) 7 sugerem a criação de Programas de saúde bucal ao
paciente portador de necessidades especiais, visando à integração multiprofissional e familiar,
além de estar proporcionar sua integração plena à sociedade.
ALVES REIS, G. E.; ACERBI GOES, A.; MALHÃES GALHOTINI,C. H. M.; Estudo
Epidemiológico dos Pacientes Portadores de deficiência Neuropsicomotora Atendidos. )J.
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