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brenda aburqueti

Psicopatologia da Infância
e da Adolescência

1.
Do laço ao embaraço: psiquiatria, psicopatologia e Psicanálise - Mara Viana de Castro Sternick;
Marcela Baccarini Pacífico Greco e Ronan Borges. In: SIMÕES. A. & GESIANNI, G. Psicanálise e
psicopatologia: olhares contemporâneos. São Paulo : Blucher, 2019. (P. 7-19).

• Apesar de hoje psicanálise e psiquiatria constituírem campos epistêmicos distintos,


produzindo a ilusão de que a princípio são como duas paralelas que jamais se
cruzarão, são, na realidade, como dois conjuntos, cujo ponto de interseção é a
psicopatologia.

A clínica psiquiátrica e a práxis psicanalítica compartilharam o adoecimento psíquico


como objeto comum e puderam, a partir daí, fazer laço, hoje, o mesmo objeto,
compreendido sob concepções divergentes, coloca-as diante do embaraço.

• A preocupação dos alienistas desde o nascimento da clínica psiquiátrica era de não


apenas nomear os quadros nosológicos, mas também de explicar a etiologia das
doenças mentais. Enquanto a psiquiatria se preocupava em explicá-las pela via da
organogênese, a psicanálise, ao contrário, explicaria a constituição subjetiva por
outras vias. Nessa perspectiva, sempre houve um distanciamento entre essas
clínicas.

Daí o embaraço, principalmente quando os valores da psicopatologia correm riscos de


ficarem submersos numa clínica, onde o logos antecede o pathos, contrária à forma que
um dia foi lembrada por Canguilhem, em que o pathos antecede o logos.

• Dito de outro modo, em tempos de DSM-V, há uma gama enorme de classificação


de quadros psicopatológicos para qualquer tipo de mal-estar. Cabe à psicanálise
escutar um sujeito em sofrimento e cabe ao analista atualizar-se no discurso
contemporâneo para que, em tempos de DSM-V, ele seja capaz de acolher aqueles
que chegam à sua clínica com “dores na alma”.

Não interessa se o que faz relevo é o fenômeno ou a estrutura, interessa-nos o desejo em


clinicar e saber o que fazer, diante dos embaraços e assim podermos criar algumas
possibilidades de laços entre psiquiatras e psicanalistas para que ambos, cada um ao seu
modo, possam suportar e se manterem nos atravessamentos da psicopatologia da vida
cotidiana.
2.
DI NUBILA, H. B.V. & BUCHALLA, C. M. O papel das Classificações da OMS - CID e CIF nas
definições de deficiência e incapacidade. Rev. bras. epidemiol. [online]. 2008, vol.11, n.2, pp. 324-
335. ISSN 1415-790X.

FARIAS, N. & BUCHALLA, C. M. A classificação internacional de funcionalidade, incapacidade e


saúde da organização mundial da saúde: conceitos, usos e perspectivas. Rev. Bras.

CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE, INCAPACIDADE E SAÚDE (CIF)


& CLASSIFICAÇÃO ESTATÍSTICA INTERNACIONAL DE DOENÇAS E PROBLEMAS
RELACIONADOS COM A SAÚDE (CID)

ICIDH/CIDID

• Em 1976, a OMS publicou a International Classification of Impairment, Disabilities


and Handicaps (ICIDH), em caráter experimental. Esta foi traduzida para o
português como Classificação Internacional das Deficiências, Incapacidades e
Desvantagens (handicaps), a CIDID.
• Sequência de conceitos: Doença ou Distúrbio -> Deficiências -> Incapacidades ->
Desvantagens.

Deficiência: toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica,


fisiológica ou anatômica.

Incapacidade: toda restrição ou falta – devida a uma deficiência – da capacidade de


realizar uma atividade na forma ou na medida que se considera normal para um ser
humano.

Desvantagem: situação prejudicial para um determinado indivíduo, em consequência de


uma deficiência ou uma incapacidade, que limita ou impede o desempenho de um papel
que é normal em seu caso (em função da idade, sexo, e fatores sociais e culturais).
• O processo de revisão da ICIDH apontou suas principais fragilidades, como a falta
de relação entre as dimensões que a compõe, a não abordagem de aspectos sociais
e ambientais, entre outras. Após, em maio de 2001, a Assembleia Mundial da Saúde
aprovou a International Classification of Functioning, Disability and Health (ICF).
A versão em língua portuguesa foi traduzida com o título de Classificação
Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, CIF.

CIF

• Descreve a funcionalidade e a incapacidade do indivíduo relacionada às condições


de saúde. Seus componentes de avaliação são: funções e estruturas do corpo,
atividade, participação, meio ambiente e fatores pessoais.
• Objetivos: fornecer uma base científica para consequências de condições ou
estados de saúde; estabelecer uma linguagem comum para melhorar as
comunicações; fornecer um esquema de codificação sistemático para sistemas de
informação em saúde.
• Deficiências: são problemas nas funções ou nas estruturas do corpo como um
desvio importante ou uma perda.

As deficiências de estrutura podem constituir uma anomalia, defeito, perda ou outro


desvio importante nas estruturas corporais.

• No contexto da saúde, incapacidade (disability) é um termo guarda-chuva para


deficiências (impairments), limitações em atividades e restrições à participação.
Este termo denota os aspectos negativos da interação entre um indivíduo (com um
estado ou condição de saúde) e os fatores contextuais do indivíduo (fatores
ambientais e pessoais).
3.
Dumas, J. E. (2018). Psicopatologia da Infância e da Adolescência-3. Artmed Editora.

TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)

• Engloba diferentes quadros marcados por perturbações do desenvolvimento


neurológico com três características fundamentais, que podem manifestar-se em
conjunto ou isoladamente.

São elas: dificuldade de comunicação por deficiência no domínio da linguagem e no uso


da imaginação para lidar com jogos simbólicos, dificuldade de socialização e padrão de
comportamento restritivo e repetitivo.

• Recebe o nome de espectro (spectrum), porque envolve situações e apresentações


muito diferentes umas das outras, numa gradação que vai da mais leves à mais
grave. Todas, porém, em menor ou maior grau estão relacionadas, com as
dificuldades qualitativas de comunicação e relacionamento social.

No espectro, o grau de gravidade varia de pessoas que apresentam um quadro leve, e com
total independência e discretas dificuldades de adaptação.

• O hiperfuncionamento local (hiperfoco): a coerência central é a tendência


espontânea que os seres humanos têm de relacionar os elementos dispares de seu
ambiente e interpretá-los em função do contexto que apresentam, a fim de lhes dar
sentido e de utilizá-los de forma a orientar sua ação.

• Curva de Bell = curva “normal”.


• O diagnóstico é essencialmente clínico.
• Os sintomas costumam estar presentes antes dos 3 anos de idade, sendo possível
fazer o diagnóstico por volta dos 18 meses de idade.

Sintomas e transtornos psicopatológicos: automutilação; TDAH; Transtorno Oposicional


Desafiante; Ansiedade e Depressão (especial na passagem à adolescência); alimentares
(consomem número restrito de alimentos); sono irregular e curto; sensibilidade ao som e
toque.

• Marcadores neurológicos: 1. Cerebelo; 2. Amígdala e Hipocampo (manejo das


emoções e memória); 3. Neurônios-espelho (Lobo Frontal); 4. Neurotransmissores
– serotonina, dopamina, norepinefrina, oxitocina e cortisol; 5. Neurônio GABA.
• A Childhood Autism Rating Scale (CARS) é uma escala de itens que auxilia na
identificação de crianças com autismo e as distingue de crianças com prejuízos do
desenvolvimento sem autismo. Sua importância consiste na diferenciação do
autismo leve-moderado do grave.

Relações pessoais: 1. Nenhuma evidência de dificuldade ou anormalidade nas relações


pessoais: O comportamento da criança é adequado à sua idade. Alguma timidez,
nervosismo ou aborrecimento podem ser observados quando é dito à criança o que fazer,
mas não em grau atípico; 2. Relações levemente anormais: A criança pode evitar olhar o
adulto nos olhos, evitar o adulto ou ter uma reação exagerada se a interação é forçada, ser
excessivamente tímida, não responder ao adulto como esperado ou agarrar-se ao pais um
pouco mais que a maioria das crianças da mesma idade; 3. Relações moderadamente
anormais: as vezes, as crianças demonstram indiferença (parece ignorar o adulto). Outras
vezes, tentativas persistentes e vigorosas são necessárias para se conseguir a atenção da
criança. O contato iniciado pela criança é mínimo; 4. Relações gravemente anormais: a
criança está constantemente indiferente ou inconsciente ao que o adulto está fazendo. Ela
quase nunca responde ou inicia contato com o adulto. Somente a tentativa mais
persistente para atrair a atenção tem algum efeito.
Impressões gerais: 1. Sem autismo: a criança não apresenta nenhum dos sintomas
característicos do autismo; 2. Autismo leve: a criança apresenta somente um pequeno
número de sintomas ou somente um grau leve de autismo; 3. Autismo moderado: a criança
apresenta muitos sintomas ou um grau moderado de autismo; 4. Autismo grave: a criança
apresenta inúmeros sintomas ou um grau extremo de autismo.

IDADE DO APARECIMENTO

• Autismo precoce: antes dos 12 meses.


• Regressão: perda de habilidades após desenvolvimento típico (adquiridas); perda
de habilidades após desenvolvimento atípico.
F.80 -89 TRANSTORNOS DO DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO

• F84. - Transtornos Globais do Desenvolvimento; F84.0 - Autismo Infantil; F84.1 -


Autismo Atípico; F84.5 - Síndrome de Asperger; F84.8 - Outros Transtornos
Globais do Desenvolvimento; F84.9 - Transtornos Globais não Especificados do
Desenvolvimento.

DSM-V

• Déficits clinicamente significativos e persistentes na comunicação social e nas


interações sociais, manifestadas por: déficits expressivos na comunicação não
verbal e verbal usadas para interação social; falta de reciprocidade social;
incapacidade para desenvolver e manter relacionamentos de amizade apropriados
para o estágio de desenvolvimento.
• Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades,
manifestados por: comportamentos motores ou verbais estereotipados, ou
comportamentos sensoriais incomuns; excessiva adesão/aderência a rotinas e
padrões ritualizados de comportamento; interesses restritos, fixos e intensos.
• Os sintomas devem estar presentes no início da infância, mas podem não se
manifestar completamente até que as demandas sociais excedam o limite de suas
capacidades.

DIAGNÓSTICO PRECOCE

• A identificação precoce dos sinais e dos sintomas de risco para o desenvolvimento


do TEA é fundamental, pois, quanto antes o tratamento for iniciado, melhores são
os resultados em termos de desenvolvimento cognitivo, linguagem e habilidades
sociais.
• Aproximadamente 60-70% têm algum nível de deficiência intelectual, enquanto os
indivíduos com autismo leve, apresentam faixa normal de inteligência e cerca de
10% dos indivíduos com autismo têm excelentes habilidades intelectuais para a sua
idade.

A SÍNDROME DE ASPERGER

• Manifesta-se desde a primeira infância por perturbações graves no das interações


sociais e um comportamento bastante restritivo e de natureza repetitiva.

SÍNDROME DE RETT

• Primeira infância: caracteriza-se por um processo de desintegração; diversas


perturbações graves – alterações significativas das relações sociais, perda parcial
ou completa da linguagem, do uso normal das mãos e desaceleração do
crescimento craniano.
• Estimativa – 1 /1 0 mil pessoas acompanhada de crises de epilepsia; dificuldade de
mastigar, salivação excessiva, falta de controle esfincteriano; primeiros sinais aos
6 meses – 1 a 3 anos (espasmos – deficiência intelectual grave; após 1 0 anos os
sintomas motores se estabilizam – voltando a se agravar na idade adulta.

4.
Dumas, J. E. (2018). Psicopatologia da Infância e da Adolescência-3. Artmed Editora.

ESQUIZOFRENIA

• Etimologicamente: esquizo (fragmentada ou partida) frenia (mente).


• É uma doença mental grave e crônica. Caracteriza-se principalmente por
alucinações e delírios; causa profundas deficiências na capacidade de pensar com
clareza e sentir emoções normais.

O comportamento da criança e do adolescente caracteriza-se por discordâncias ou


distorções da percepção, do pensamento, do afeto e do aspecto motor.

• Homens e mulheres são acometidos em igual proporção, mas a doença costuma ser
diagnosticada mais cedo no sexo masculino (pico de incidência nos homens aos 15-
25 anos e 25-35 anos nas mulheres).
• Atinge as pessoas no geralmente no fim da adolescência ou no início da segunda
década de vida. Apesar de ser rara antes da puberdade, existem relatos de
esquizofrenia em crianças com até 5 anos de idade.
• Deixa a maioria das pessoas incapazes de retornar à vida adulta normal: estudar,
trabalhar, casar e ter filhos.

20% das crianças e adolescentes apresentam prejuízo nas capacidades intelectuais; 49-
72%, déficits na aquisição da linguagem, na motricidade fina, na destreza, na atenção e na
memória e nas funções cognitivas; 74-81%, repertório limitado de expressões afetivas
(embotamento afetivo).

ETIOLOGIA

• Não existe causa única.


• Existe uma concordância de que são necessários fatores predisponentes
(genéticos, constitucionais, bioquímicos) em concomitância com fatores
ambientais para o desenvolvimento da doença.
• A hipótese dopaminérgica: dopamina é um neurotransmissor central liberado em
vesículas nas sinapses do Sistema Nervoso Central; na esquizofrenia, estariam
envolvidos os sistemas mesolímbico e mesocortical.

Com o surgimento dos antipsicóticos “de segunda geração” (atípicos), que têm um perfil
mais amplo, além do bloqueio dos receptores da dopamina, há o bloqueio dos receptores
da serotonina do tipo 2 (5-HT2), sugerindo um papel para a serotonina na fisiopatologia
da esquizofrenia.

Outro neurotransmissor, o glutamato, também está relacionado ao desenvolvimento da


esquizofrenia. Segundo a hipótese glutamatérgica, quantidades excessivas desse
neurotransmissor são liberadas e exercem um efeito neurotóxico que desencadeia os
sintomas da esquizofrenia.
HISTÓRIA NATURAL

• Fases: pré-mórbida, prodrômica, progressão e estabilização.

Pré-mórbida

• Baixa sociabilidade, com predileção por atividades solitárias ou ansiedade social.


• Alterações cognitivas (principalmente déficits de memória verbal, atenção e
funções executivas). Essas alterações no comportamento, observáveis desde a
infância, podem progredir e estar associadas ao seu desenvolvimento.

Prodômica

• Caracterizada por um período variável, geralmente de meses, antecedendo a


eclosão da psicose, em que o indivíduo pode apresentar um estado de apreensão e
perplexidade sem um foco aparente, sendo comum o sentimento de que “algo está
para acontecer”.
• Geralmente se nota uma mudança no comportamento da pessoa, que passa a ficar
mais isolada e a demonstrar atitudes peculiares e excêntricas, podendo ocorrer
sintomas psicóticos breves e transitórios.

Progressão

• O período prodrômico culmina muitas vezes com o primeiro episódio de psicose e,


nesse ponto, inicia-se a chamada fase progressiva da esquizofrenia, podendo
ocorrer deterioração.

Estabilização

• A esquizofrenia evolui para fase estável, sujeita a recaídas. Os sintomas negativos


muitas vezes são detectáveis desde o princípio, ao passo que os sintomas positivos
ocorrem durante o período de exacerbação.

QUADRO CLÍNICO

• Alterações em quase todas as funções da esfera psíquica, ou seja, percepção,


pensamento, linguagem, memória e funções executivas.
• Os sintomas podem ser divididos em dois grupos: sintomas positivos e negativos.

Os sintomas positivos são caracterizados pela presença de manifestações psíquicas que


deveriam estar ausentes (alucinações, delírios, comportamento bizarro, alteração formal
do pensamento), enquanto os sintomas negativos se caracterizam pela ausência de
manifestações psíquicas que deveriam estar presentes (embotamento afetivo, alogia,
abulia-apatia, anedonia, atenção).

DIGNÓSTICO DIFERENCIAL

• Os sintomas psicóticos são encontrados em muitas outras doenças, incluindo:


abuso de substâncias (alucinógenos, fenilciclidina, anfetaminas, cocaína, álcool);
transtornos mentais primários: transtorno esquizoafetivo, o transtorno do humor,
o transtorno delirante e os transtornos de personalidade.

TIPOS

F20.0 Esquizofrenia paranóide

• Ideação delirantes relativamente estável, frequentemente de perseguição, em geral


acompanhadas de alucinações, particularmente auditivas e de perturbações das
percepções.
• As perturbações do afeto, da vontade, da linguagem e os sintomas catatônicos,
estão ausentes, ou são relativamente discretos.

F20.1 Esquizofrenia do tipo desorganizado (hebefrênica)

• Caracterizada por presença proeminente de uma perturbação dos afetos.


• As ideias delirantes e as alucinações são fugazes e fragmentárias, o
comportamento é irresponsável e imprevisível; existem frequentemente
maneirismos.
• O afeto é superficial e inapropriado e o pensamento é desorganizado e o discurso
incoerente.
• Há uma tendência ao isolamento social. Geralmente o prognóstico é desfavorável
devido ao rápido desenvolvimento de sintomas “negativos”, particularmente um
embotamento do afeto e perda da volição.
• Deveria normalmente ser somente diagnosticada em adolescentes e em adultos
jovens.

F20.2 Esquizofrenia catatônica

• É dominada por distúrbios psicomotores proeminentes que podem alternar entre


extremos, tais como hipercinesia e estupor, ou entre a obediência automática e o
negativismo.
• Atitudes e posturas a que os pacientes foram compelidos a tomar podem ser
mantidas por longos períodos (flexibilidade cérea - paciente permanece longos
períodos na mesma posição, como se fosse feito de cera).
• Um padrão marcante da afecção pode ser constituído por episódios de excitação
violenta.
• O fenômeno catatônico pode estar combinado com um estado oniróide com
alucinações cênicas vívidas.

F20.3 Esquizofrenia indiferenciada

• Afecções psicóticas que preenchem os critérios diagnósticos gerais para a


esquizofrenia mas que não correspondem a nenhum dos subtipos incluídos em
F20.0-F20.2, ou que exibam padrões de mais de um deles sem uma clara
predominância de um conjunto particular de características diagnósticas.

F20.6 Esquizofrenia simples

• Caracterizado pela ocorrência insidiosa e progressiva de excentricidade de


comportamento, incapacidade de responder às exigências da sociedade, e um
declínio global do desempenho.
• Os padrões negativos característicos da esquizofrenia residual (como
embotamento do afeto e perda da volição) se desenvolvem sem serem precedidos
por quaisquer sintomas psicóticos manifestos.

DIAGNÓSTICO NA PSICOLOGIA

• Processos do pensamento perturbado relacionados com ideação delirante;


incapacidade de concentrar-se; distúrbios volitivos; inaptidão para resolver
problemas.
• Alteração da sensopercepção: auditiva/visual/tátil relacionada com processos do
pensamento alterados.
• Isolamento social associado a incapacidade de confiar, pensamento delirante,
regressão, tristeza, embotamento afetivo, sentimento de rejeição ou de solidão.
• Risco de violência: autodirigida ou dirigida a outras pessoas, relacionada com
desconfiança, ansiedade, excitação catatônica, reações de fúria, destruição
intencional de objetos no ambiente.
• Distúrbio de comunicação verbal associado a ansiedade, retraimento, pensamento
desorganizado, neologismo, ecolalia, salada de palavras.
• Déficit do autocuidado pessoal relacionado com retraimento, incapacidade de
confiar, dificuldade de executar as tarefas associadas a higiene, vestir-se, cuidar
da aparência, alimentar-se e excretar.
• Ajuste familiar ineficaz associado a distúrbio da comunicação familiar, negação ou
preocupação excessiva relacionada com doença do paciente, negligência da
família em relação aos cuidados das necessidades humanas básicas.
• Manutenção da saúde alterada relacionada com delírios e evidenciada por
incapacidade de executar as práticas de saúde básica.

MANEJO TERAPÊUTICO

• O tratamento é realizado principalmente com o uso dos neurolépticos, também


chamados de antipsicóticos de primeira ou segunda geração (atípicos) e as
intervenções psicossociais.
• Sintomas psicóticos devem ser tratados de forma incisiva com neurolépticos.

As medicações intramusculares são úteis em pacientes que não cooperam ou não aderem
ao tratamento; a adesão diminui as recaídas, o número de internações e melhora o
prognóstico e a reabilitação social; muitos pacientes necessitarão de medicações ao longo
da vida.

TERAPIA FAMILIAR

• Reduz as taxas de recaídas na esquizofrenia, resultando em melhor prognóstico.


• Orientações sobre a natureza da doença; desenvolvimento de habilidades para o
melhor relacionamento possível com o paciente; ajuste de suas expectativas aos
reais limites de cada paciente; compartilhar o sofrimento com outros familiares e a
equipe de saúde.

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