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i
Autores
1ª edição
2
Autores
3
Dedicatória
ara todos nós neurodiversos.
4
Neurodiversidade significa a enorme gama de
composições neurológicas que abrange todos os seres
humanos. A palavra se refere a diferentes formas de
existir a partir da formação cerebral e neurológica. “Nós
somos todos habitantes neurodiversos do planeta,
porque não há duas mentes neste mundo que possam
ser exatamente iguais1.”
1 https://autismoerealidade.org.br/2020/06/25/judy-singer-e-a-neurodiversidade/
5
Apresentação
E
ste livro tem a finalidade de utilizar as informações dos
relatórios de anamnese e diagnóstico como forma de
desenvolver uma equipe e um plano único de
intervenção em caso de situação de crise para evitar/minimizar
situações de crise e distinguir o papel de cada membro.
Suzana Portuguez Viñas
Roberto Aguilar Machado Santos Silva
6
Sumário
Introdução.....................................................................................8
Capítulo 1 - Anamnese: o transtorno como oráculo.................9
Capítulo 2 - Guia passo a passo para exames de saúde para
pessoas com dificuldade de aprendizagem.............................28
Capítulo 3 - Procedimentos para diagnosticar uma deficiência
e avaliar necessidades educacionais especiais......................48
Epílogo.........................................................................................62
Bibliografia consultada..............................................................64
7
Introdução
O
s distúrbios de aprendizagem são condições que
causam uma discrepância entre os níveis potenciais e
reais de desempenho acadêmico, conforme previsto
pelas habilidades intelectuais da pessoa. Os distúrbios de
aprendizagem envolvem deficiências ou dificuldades de
concentração ou atenção, desenvolvimento da linguagem ou
processamento de informações visuais e auditivas. O diagnóstico
inclui avaliações cognitivas, educacionais, de fala e linguagem,
médicas e psicológicas. O tratamento consiste principalmente em
manejo educacional e, às vezes, em terapia médica,
comportamental e psicológica.
8
Capítulo 1
Anamnese: o
transtorno como
oráculo
Como compreender, completar e
utilizar um relatório de anamnese,
inicial e de longo prazo
S
egundo a União Européia (European Union, 2023), o
termo anamnese (ανα + μνήμη= memorização), derivado
da palavra grega lembrança, descreve essencialmente a
reminiscência em nossa memória de eventos que ocorreram no
passado. Um relatório de anamnese é um relatório que contém
informações sobre uma pessoa ao longo do tempo. O termo está
ligado ao campo da medicina, psicopedagogia e da psicologia,
mas também é encontrado nas ciências sociais e no campo como
meio de coletar informações relativas à vida de uma pessoa.
A informação extraída e registada num relatório constitui uma
ferramenta importante para o assistente social (mas não só)
porque lhe proporciona uma imagem geral, e geralmente
completa, da pessoa que tem à sua frente, com quem tem de
9
trabalhar ou para. O relato ou história de uma pessoa é essencial
para desenvolver o diagnóstico e o prognóstico que se segue, e
para fazer a avaliação global desse indivíduo. O especialista,
médico, psicólogo ou assistente social tem, de forma sucinta,
acesso aos dados que podem auxiliá-lo no seu trabalho no
presente e no futuro.
Fazer o laudo de anamnese não é prerrogativa exclusiva do
pessoal especializado (médico, psicólogo, assistente social,
pedagogo e psicopedagogo) de uma instituição. Consiste
basicamente em entrevistar uma pessoa, por exemplo numa
instituição para menores, onde a informação é recolhida através
de perguntas e posteriormente registada. Qualquer trabalhador
pode exercer esta função, desde que tenha recebido a
preparação e formação adequadas para tal.
Porém, a anamnese não se limita ao primeiro contato com a
pessoa. Por mais completo que seja, o relatório de anamnese
inicial é de grande ajuda para a avaliação contínua da pessoa e
para o prognóstico de possíveis situações de crise, mas não é
suficiente. A avaliação da pessoa é um processo diário que
acompanha tanto o desenvolvimento (cognitivo, emocional, físico)
como os contactos e atividades sociais. Assim temos também
uma anamnese do cotidiano realizada pelos cuidadores e pela
equipe científica. Essas informações são adicionadas ao arquivo
da pessoa.
10
Explicação de que tipo de conteúdo
informativo deve ter um relatório de
anamnese
Gestação Parto normal, prematuro, baixo peso.
Dados demográficos Nome, idade, sexo, naturalidade,
religião, local de residência.
Situação familiar Pais, irmãos, ordem na família, outros
parentes (avós, tios/tias,
responsáveis, tutores) etc.).
Relações/vínculos familiares Pais, juntos ou separados, órfãos de
um ou ambos os pais, etc.
Educação Aula, desempenhos,
preferências/dificuldades dos sujeitos.
Histórico médico Situação de saúde, operações,
medicamentos, problemas
enfrentados no passado.
Relações amigáveis Idade dos amigos, que tipo de grupos
são considerados amigos.
Comportamento Com família e amigos, na escola,
sozinho ou em grupo (agressivo,
passivo, etc.).
Uso de substância (drogas) No passado e no presente (e tipo de
substâncias utilizadas).
Atividades Hobbies, ocupações.
Motivos que levaram à instituição
ou consultório
11
os dados iniciais: mudanças, melhorias, problemas que ocorrem
durante a vida da criança no abrigo ou escola.
12
Realizar um relatório de anamnese respeitando as condições
especiais de uma potencial situação de crise (inicial e de longo
prazo).
Elaboração de relatório/entrevista
O recebimento do relato e a coleta de informações por meio de
entrevista pessoal exigem certas condições, principalmente para
as crianças e adolescentes que vivenciaram eventos
traumatizados e suas reações podem ser incertas:
● confiança e segurança
● confidencialidade
13
● aceitação: o entrevistado não deve sentir
que está sendo julgado. o autodeterminação: O
entrevistador não dá conselhos, não comenta.
● Empatia
● O entrevistador precisa prestar atenção ao
seu comportamento (gestos e expressões
faciais, linguagem corporal hostil, como braços
cruzados, interrogatório e contato visual
agressivo)
14
● Indireto, utilizando meios de
telecomunicações (telefone, skype etc).
Registro de informações
O registo da informação é frugal/simples. Caso o registro
contenha um número limitado de perguntas, o entrevistador
poderá complementá-lo. Caso não esteja estruturado, o
entrevistador anota suas perguntas e preenche as respostas. No
final das contas, é um registro direto dos acontecimentos, sem
qualquer opinião pessoal do entrevistador, sem aforismos ou
críticas.
16
O entrevistador que registra o histórico pode redigir a referência
do relatório. Ele deve usar palavras simples e compreensíveis. Ele
deveria evitar jargões e contar os acontecimentos tal como
aconteceram. Durante a permanência do menor no abrigo, são
coletadas informações ao longo de sua vida no abrigo. Pelos
cuidadores, pela equipa científica, pela equipa pedagógica, pelos
diferentes especialistas que têm contacto com o menor. As
mudanças, crescer mentalmente, fisicamente etc., também são
informações importantes. Os contactos com familiares ou amigos,
o grupo de pares. Comportamentos, etc.
17
se à distinção entre doenças que apresentam manifestações
clínicas comuns. Através da exclusão de algumas dessas
doenças, o especialista chega a um diagnóstico que explica todos
os sintomas e sinais sentidos pelo paciente.
O diagnóstico é necessário para a avaliação do prognóstico, a fim
de prever qual será o curso natural do transtorno conforme foi
registrado no estudo. Ao mesmo tempo, o diagnóstico contribui
para administrar o tratamento adequado para erradicar a doença.
O termo diagnóstico, portanto, também é utilizado nas ciências
sociais. Refere-se à avaliação da informação de que o cientista
social dispõe, a partir da qual pode fazer um prognóstico sobre a
evolução de uma situação, de forma a prevenir e levar à sua
dissolução, ou seja, à demonstração de violência.
18
Informações encontradas em relatórios de diagnóstico
Diagnóstico psiquiátrico Avaliação e avaliação do estado psicomental: Expressões
faciais, atitude, aparência, Cuidados corporais/alimentação,
Concentração, Atenção/focalização, Memória, Julgamento e
percepção, Emoção, Hospitalização em clínica psiquiátrica,
Ideação suicida/Tentativas de suicídio, Automutilação ,
comportamento autodestrutivo, Escarificações, Depressão,
Transtorno Borderline, Transtorno de ansiedade,
Agressividade/uso de violência, Outros transtornos de saúde
mental. Recomendações e terapia médica – medicação.
19
Muito importante para esta secção é também o diagnóstico social.
Abordar o diagnóstico a partir desta perspectiva integrada
proporciona potencialmente um contexto mais amplo para os
profissionais compreenderem os factores extramédicos e
psicológicos, o que, por sua vez, tem consequências para os
cuidados aos pacientes e para os resultados de saúde,
consequentemente, para os menores em instituições/abrigos. O
diagnóstico social reconhece a interação entre as estruturas
sociais e as manifestações/sintomas da doença/transtorno.
A história/relato e os diagnósticos fornecem um perfil completo do
menor, porém, esse perfil se traduz no cotidiano como um
conjunto de comportamentos, e como um conjunto de sintomas,
decorrentes de possíveis doenças, mentais e físicas. A equipe da
instituição conhece as especificidades da adolescência, período
considerado especial pelas rápidas mudanças corporais e pelas
novas evoluções que os adolescentes enfrentam, tanto em suas
habilidades cognitivas quanto em sua sexualidade. É uma busca
ansiosa por uma resposta à pergunta “Quem sou eu”? ', ou em
outras palavras, uma busca por identidade.
O desenvolvimento patológico do adolescente na adolescência é
caracterizado por diversos comportamentos, que evidenciam um
fracasso na busca pela identidade.
Além dos comportamentos comuns da adolescência, patológicos
ou não, os funcionários da instituição também sabem que um
incidente violento (abuso, abuso sexual, perda violenta dos pais,
20
etc.) pode causar um conjunto de sintomas resultantes do trauma
psicológico.
A experiência catastrófica tem forma e intensidade tão
importantes que não deixa espaço para falarmos de uma pessoa
vulnerável e de uma personalidade sensível. As mudanças são
permanentes e duram mais de dois anos. O comportamento
delinquente, os problemas sociais e a exclusão social são o
resultado de traumas psicológicos e atingem principalmente
populações que já enfrentaram problemas médicos e psicológicos
e questões sociais, económicas e jurídicas. A mudança de
personalidade é geralmente precedida pelo TEPT, uma reação
geralmente causada por um incidente violento e inesperado,
limitado no tempo e no curso.
21
Característica desses traumas psicológicos é o fato de as
crianças evitarem falar sobre si mesmas, o que sentiram e sobre
o(s) ataque(s) que sofreram. Eles mantêm isso em segredo por
muito tempo, muitas vezes para sempre, aplicando a “lei do
silêncio”. Nestes casos, não nos deparamos mais com a evitação,
mas com a negação total do(s) evento(s) ocorrido(s),
acompanhada de inibição mental, flexibilização emocional,
afastamento e/ou redução de interesses, de participar de outras
atividades. O bullying constitui um fenómeno social importante; é
o uso de violência física e/ou psicológica contra um ou mais
menores por parte de um ou vários menores. Deve ser
diferenciada da luta comum, pois a vítima não consegue se
defender porque está em uma posição mais fraca, e geralmente
esconde esse fenômeno, pois o vivencia como algo
extremamente humilhante. Isto ocorre principalmente no ambiente
escolar, mas não é incomum observar isso em relação a um
recém-chegado a uma instituição de acolhimento.
A cooperação entre os dois grupos (científicos e cuidadores) é
assim essencial, através de reuniões. Os cuidadores informam a
equipa científica sobre as atividades que realizam e sobre os
problemas que surgem. A equipa científica avalia a informação e
prognostica, ou seja, tenta prever a eclosão de possíveis
situações de crise. A instituição abrigo ou escola e seus
regulamentos definem quando e com que frequência os grupos se
reúnem, geralmente semanalmente. Reuniões extraordinárias são
planejadas dependendo das necessidades.
22
Todos os membros e parceiros possuem uma informação
expressa como comportamento, emoção, ato, escolha, etc…, e
todas essas informações contribuem para a criação do relatório
de anamnese. Ambos os relatórios dependem, portanto, de toda a
informação que parceiros e colaboradores recolhem e fornecem.
É importante manter que um relatório não deixe de ser gerado
durante toda a estadia do menor no albergue ou escola. Em vez
disso, pode evoluir, ser comparado com o passado e o presente,
e dá aos trabalhadores um ficheiro completo sobre o menor que
descreve os seus pontos fracos e permite aos empregados
desenvolver métodos e estratégias de resolução de problemas.
24
● Ambiente familiar agressivo/violento.
● Baixo nível educacional dos pais.
● Mau desempenho escolar/baixo QI.
● Manter relações com um ambiente amigável perigoso.
● Prisões por infrações menores (ou seja, roubos) e/ou ataques,
comportamento agressivo.
● Tentativa(s) de suicídio.
● Doenças que requerem tratamento a longo prazo.
● Uso prévio de substâncias psicoativas ilícitas.
● Vítima de tráfico (tráfico e contrabando, escravatura moderna).
● Ambiente cultural especial, falando uma língua diferente da
habitual:
● Menores desacompanhados.
● Cigano.
● Menores provenientes de áreas rurais com
um forte dialeto local.
25
● Discussões: o cuidador discute com a criança, tenta entender as
razões do seu comportamento e tenta acalmar o seu estresse. Ele
tenta ajudar o menor a entender qual é o problema e a aceitá-lo.
● Encorajamento: o cuidador incentiva o menor a tomar a
iniciativa de participar nas atividades diárias da instituição e a
expressar os seus sentimentos.
● Isolamento: quando o menor se torna perigoso para si e para os
outros (raiva, fúria, brigas, destruição de materiais, etc.).
● Recompensa - privação : o cuidador recompensa o menor com
privilégios quando este respeita as suas obrigações dentro da
instituição (uso do telefone, computador, passeios, etc.) ou os
nega quando o seu comportamento vai contra as suas obrigações
(proibido sair, usar uma computação, para participar de
atividades, etc.). o Lidar e resolver conflitos – mediar: O cuidador
tem a capacidade de ser mediador entre duas ou mais pessoas.
Através da sua intervenção, ele reduz as tensões conversando
com todas as partes envolvidas e tenta encontrar um ponto
comum nas suas diferenças.
● Estudar e aprender as características culturais específicas do
menor (país diferente, religião, língua, hábitos de vestuário,
hábitos alimentares, hábitos sociais antes da sua colocação na
instituição, ou seja, trabalho) a fim de explicar as diferenças tanto
ao menor como ao outros menores hospedados.
● Psicoterapia: com psicólogo da instituição ou parceiro externo,
quando necessário.
26
● Terapia psiquiátrica: quando os sintomas não podem ser
tratados psicologicamente.
● Terapia médica: quando o menor apresenta sintomas físicos
graves. o Ajuda dos professores: quando o menor apresenta
dificuldades nas suas obrigações escolares.
27
Capítulo 2
Guia passo a passo para
exames de saúde para
pessoas com
dificuldade de
aprendizagem
P
essoas com dificuldades de aprendizagem (LD, do inglês
learning disabilities) têm pior saúde física e mental do
que outras pessoas e morrem mais jovens. Muitas destas
mortes são evitáveis e não inevitáveis. Os exames ajudam a
detectar e gerir precocemente as condições de saúde, a avaliar se
os tratamentos actuais são apropriados e a ajudar a construir a
continuidade dos cuidados. Eles resultam no aumento de
investigações, avaliações de saúde gerais e específicas,
identificação de comorbidades comuns, revisões de
medicamentos e encaminhamentos para cuidados secundários.
Este guia foi produzido para ajudar os pedagogos,
psicopedagogos, psicólogos, enfermeiros e a equipe da
administração a organizar e realizar exames de saúde de
qualidade em pessoas com dificuldades de aprendizagem. O
objetivo é identificar quem pode precisar de mais apoio de saúde
e quem pode ter problemas de saúde que passam despercebidos.
28
O termo ‘deficiência intelectual (DI)’ é usado na literatura
acadêmica e em alguns países. No entanto, os utilizadores dos
serviços e os seus cuidadores preferem geralmente o termo
“dificuldades de aprendizagem (LD, do inglês “Learning
Disabilities”).
• Epilepsia (29,23–32,92%).
• Constipação (10,97–12,68%).
• Deficiência visual (6,86–8,89%).
• Perda de audição.
• Eczema.
• Dispepsia.
• Distúrbios da tireoide, especialmente hipotireoidismo.
Obesidade.
• Distúrbios de saúde mental, especialmente depressão e
ansiedade.
30
• Doença de Parkinson ou Parkinsonismo.
32
‘Há alguma coisa com que você esteja preocupado ou
preocupada?’.
Níveis de dificuldade de
aprendizagem
34
Lembre-se de perguntar à pessoa com deficiência de
aprendizagem, ao seu cuidador ou ao pessoal remunerado que a
acompanha, se tem alguma preocupação ou problema específico
que pretenda abordar durante a realização do exame de saúde. É
particularmente importante lembrar-se de registar e depois
abordar todas estas preocupações no final do exame de saúde,
ao preparar o plano de acção de saúde. Antes de abordar estas
preocupações, será necessário reunir todas as informações
relevantes, antes de “atravessar a ponte” e discutir a gestão. O
caminho de navegação de Damien Kenny para a consulta
[damiankenny.co.uk/navigationtool.pdf] enfatiza a importância de
reunir todas as informações relevantes primeiro, antes de
“atravessar a ponte” e discutir a gestão.
Gravidade da incapacidade
[ ]Dificuldade de aprendizagem leve
[ ] Dificuldade de aprendizagem moderada
[ ] Dificuldade de aprendizagem grave
[ ]Dificuldade de aprendizagem profunda
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• Pode ser capaz de usar um telefone celular e enviar mensagens
de texto.
• Provavelmente teve algumas dificuldades de aprendizagem na
escola.
• Podem ser capazes de gerir eficazmente as suas próprias
necessidades de cuidados pessoais com um apoio mínimo.
• Pode ter dificuldades mais significativas em expressar ideias e
sentimentos em palavras.
• Capacidade limitada para abstrair e generalizar o que aprendem.
• Capacidade de atenção limitada, fala e desenvolvimento da
linguagem lentos.
• Dificuldades de leitura, escrita e compreensão. Isso, por sua
vez, pode afetar sua auto-estima e confiança.
37
• Podem ter competências de comunicação adequadas, mas é
pouco provável que sejam capazes de usar um telemóvel.
• Podem aprender a desenvolver algum grau de independência no
autocuidado, embora provavelmente necessitem de supervisão e
estímulo regulares.
• Provavelmente necessitará de assistência mais substancial com
comunicação, gestão de riscos, lidar com questões sociais e/ou
emocionais e possivelmente mais ajuda física com mobilidade,
continência e alimentação.
• Provavelmente necessitará de apoio em alfabetização e
numeramento, incluindo gestão de dinheiro.
38
dificuldades significativas de fala e/ou comunicação. Eles também
podem ter deficiências concomitantes, como deficiência física,
auditiva ou visual, condição do espectro autista (TEA), distúrbios
emocionais ou epilepsia. As pessoas com dificuldades de
aprendizagem graves têm provavelmente uma consciência e uma
compreensão limitadas de si mesmas, das pessoas que as
rodeiam e do mundo em que vivem.
39
de comunicação e múltiplas deficiências. As características
podem incluir:
40
e adultos com dificuldades de aprendizagem profundas e
múltiplas necessitarão de elevados níveis de apoio contínuo e
qualificado durante toda a vida. Isto inclui ajuda em todos os
aspectos dos cuidados pessoais, como lavar-se, vestir-se e
comer, bem como garantir que cada pessoa tenha acesso a
atividades significativas e de alta qualidade ao longo da vida.
41
Outras dicas de comunicação e
necessidades adicionais de suporte
1. Fale primeiro com a pessoa com dificuldades de
aprendizagem e só depois verifique com o cuidador se algo
não estiver claro.
• ‘Preciso ouvir o que você diz sobre por que veio me ver.’
42
• ‘Talvez eu precise olhar para a parte de você que dói.’
• ‘Vou pensar no que há com você.’
• ‘Eu lhe direi o que faremos a seguir.’
43
apoiador responder, mas sempre direcione a pergunta para a
pessoa com LD. A pessoa deve estar sempre presente se você
fizer perguntas sobre ela.
44
Algumas pessoas com dificuldades de aprendizagem têm pouca
ou nenhuma compreensão do tempo. Isso pode desafiá-lo a
explicar as coisas de maneiras diferentes, por ex. explicar com
que frequência tomar medicamentos pode precisar de mais do
que “duas vezes por dia”. Por exemplo, é melhor dizer ‘tomar este
medicamento ao café da manhã e ao jantar’.
Mobilidade
Se o paciente estiver imóvel, considere as necessidades de
cuidados posturais.
Muitas pessoas com dificuldades de aprendizagem terão
necessidades físicas associadas que podem restringir a sua
mobilidade e afetar a forma e a postura do seu corpo. Isto afecta
particularmente aqueles com dificuldades de aprendizagem
profundas e múltiplas e aqueles com paralisia cerebral. O cuidado
45
postural é definido como suporte para proteger a forma corporal
de alguém, usando equipamentos e técnicas de posicionamento
corretos, ao mesmo tempo que visa ajudar a restaurar a forma
corporal. O equipamento é frequentemente referido como
sistemas de dormir e sentar.
Porém os equipamentos são apenas parte dos cuidados posturais
e também precisam ter acesso à fisioterapia, terapia ocupacional
e hidroterapia. Ao mesmo tempo, os seus cuidadores precisam de
receber formação que lhes permita gerir as suas necessidades
físicas com confiança no dia-a-dia.
Ao perguntar sobre cuidados posturais, verifique:
46
Você precisará estar em conformidade com os Padrões de
Informações Acessíveis. A norma visa garantir que as pessoas
com deficiência ou perda sensorial recebam informações que
possam ler ou compreender facilmente e com apoio para que
possam comunicar eficazmente com os serviços de saúde e
assistência social.
47
Capítulo 3
Procedimentos para
diagnosticar uma
deficiência e avaliar
necessidades educacionais
especiais
D
e acordo com o Dr. Martin Desforges e o Professor
Geoff Lindsay do Centro de Desenvolvimento
Educacional, Avaliação e Pesquisa, Universidade de
Warwick (Reino Unido), não existe um sistema de classificação
universalmente aceito que seja utilizado no domínio da educação
especial em diferentes países. Classificar as crianças em
categorias específicas de deficiência e necessidades educativas
especiais é difícil e surgem muitas questões relevantes. Por
exemplo, que definições de categoria de deficiência ou
necessidade educativa especial são utilizadas? Como isso se
relaciona com as dificuldades de aprendizagem que as crianças
enfrentam na escola? Como se relacionam com intervenções
específicas concebidas para ajudar estas crianças a aprender?
48
Tanto as abordagens nacionais como internacionais de
classificação, como a CID-11 (Organização Mundial de Saúde2) e
o DSM V (Associação Americana de Psiquiatria3), assumem que
tais grupos distintos existem, que podem ser descritos de forma
coerente e que avaliações fiáveis e válidas podem ser feitas para
colocar um indivíduo dentro de uma categoria diagnóstica
específica. No entanto, a nossa análise da prática actual em
vários países indica uma variedade de abordagens diferentes
baseadas em diferentes pressupostos e teorias sobre diferenças
individuais e deficiência. Argumentamos que existem três modelos
principais que orientam as avaliações e intervenções em
educação especial. É importante notar que estes não são três
modelos de diagnóstico. Estas reflectem diferentes
conceptualizações da causalidade e das intervenções necessárias
para crianças e jovens com Necessidades Educativas Especiais
(SEN, do inglês Special Educational Needs). Estes são os
modelos médico, social e interacionista/ecológico. Cada modelo
baseia-se em diferentes pressupostos sobre a importância relativa
do papel das características humanas individuais e a forma como
o desenvolvimento humano é afectado por factores ambientais.
O modelo médico vê a diferença individual em termos de défice,
incapacidade ou doença, e tenta ver as deficiências de formas
que tenham ligações directas com tratamentos ou intervenções.
Tal como na medicina, o diagnóstico é necessário para garantir
2https://www.paho.org/pt/noticias/11-2-2022-versao-final-da-nova-classificacao-
internacional-doencas-da-oms-cid-11-e
3https://www.institutopebioetica.com.br/documentos/manual-diagnostico-e-
estatistico-de-transtornos-mentais-dsm-5.pdf
49
um tratamento eficaz. Neste modelo, a função da avaliação é
encontrar o diagnóstico correto que levará a uma intervenção
específica para remediar a condição, e são feitas algumas
suposições fundamentais:
4 https://ncse.ngo/
50
dificuldades semelhantes identificadas tenham exatamente as
mesmas causas em crianças diferentes, ou que as mesmas
intervenções educativas sejam bem sucedidas. em cada caso.
Além disso, cada criança pode ter mais de uma deficiência (dentro
da criança), por exemplo, tanto uma deficiência auditiva como
uma deficiência intelectual.
Norwich (2007) analisa a utilização de categorias de deficiência
nas SEM e distingue a utilização de categorias de deficiência para
fins administrativos, tais como atribuição de recursos escassos, e
aquelas utilizadas para fins de ensino/intervenção. Ele conclui que
as revisões e análises de pesquisas mostram consistentemente a
utilidade limitada das categorias de deficiência em muitas áreas.
De acordo com Norwich (2007, 2008), mesmo quando têm algum
significado educativo, a sua natureza geral significa que informam,
em vez de determinarem o planeamento e a oferta educativa
específica.
O modelo social vê a deficiência como uma construção social e
defende que a deficiência e as SEN devem ser compreendidas no
contexto em que ocorrem. Ao explorar as formas como as escolas
e as salas de aula criam dificuldades de aprendizagem e como
estigmatizam os alunos assim rotulados, este modelo defende
abordagens que incluam toda a escola para prevenir e enfrentar
as dificuldades de aprendizagem (Booth e Ainscow, 2002). Ao
concentrarem-se na mudança das condições de ensino e
aprendizagem nas escolas para melhor satisfazer as
necessidades educativas de todas as crianças, os expoentes
51
desta abordagem desafiam a necessidade de sistemas de
classificação ou categorização de SEN e deficiência.
Modelo interacionista/ecológico
O modelo interacionista/ecológico leva em conta as diversas
forças que afetam a criança em desenvolvimento, formando um
conjunto complexo de fatores de estresse e de apoio que
interagem em momentos específicos durante a vida de uma
criança para ajudar a proteger um indivíduo das dificuldades ou,
inversamente, para fazer com que tornando-os especialmente
vulneráveis. Os factores podem ser agrupados em três títulos;
aqueles intrínsecos à criança (por exemplo, danos genéticos,
neurológicos), factores de stress e de apoio no ambiente
doméstico e escolar da criança e, finalmente, factores
socioeconómicos mais amplos, como habitação ou atitudes
sociais em relação à deficiência – (Lindsay e Desforges, 1998).
No centro estão os fatores individuais relativos às capacidades da
criança, que normalmente são o foco das avaliações individuais e
do diagnóstico de deficiência. Este modelo também tem em conta
os factores domésticos e escolares, tanto positivos como
negativos, que afectam a criança e afectam as suas
necessidades. Conceitualmente, este modelo está relacionado
com o modelo ecossistêmico de Bronfenbrenner (1979), que
propõe o ambiente de aprendizagem imediato no centro, aninhado
na sala de aula; isso, por sua vez, está aninhado na escola e, em
52
seguida, na comunidade em geral. Finalmente, existe o contexto
jurídico e de valores global da sociedade em questão.
54
Sistemas de Classificação
Internacional
Várias tentativas foram feitas para fornecer sistemas de
classificação internacionais. Os dois principais sistemas
internacionais de uso comum são a Classificação Internacional de
Doenças da Organização Mundial da Saúde (CID-11 da OMS,
OMS) e o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais (DSM).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) utilizou um sistema
tripartido de classificação: deficiência, incapacidade e deficiência.
Este sistema foi criticado por assumir uma progressão linear da
deficiência para a deficiência e para a deficiência, e por não
implicar outros factores para além dos factores intrapessoais
nestas categorias. O sistema foi desenvolvido principalmente para
permitir a recolha e compilação de dados de morbilidade e
mortalidade dos países membros, e não para fins clínicos de
diagnóstico e intervenção. O objectivo era analisar a saúde geral
das populações, monitorizar a incidência e prevalência de
doenças e outros problemas de saúde de uma forma que
permitisse a comparação entre países. Além disso, o esquema foi
dirigido principalmente a adultos e não é amplamente utilizado
para informar avaliações ou políticas de educação especial em
qualquer país. Este sistema foi utilizado para diagnóstico clínico,
estudos epidemiológicos, manutenção de registros e compilação
de tabelas comparativas internacionais. Mais recentemente, esta
55
variedade de utilizações foi reconhecida e o sistema está
disponível em diferentes formas para diferentes fins.
A CID-11 trata da classificação dos transtornos mentais e
comportamentais e, assim como o sistema da OMS, está
disponível em diferentes formatos para diferentes finalidades. As
“Descrições Clínicas e Diretrizes de Diagnóstico” destinam-se ao
uso clínico geral, educacional e de serviços. Os “Critérios de
Diagnóstico para Investigação” foram produzidos para fins de
investigação, e uma versão mais curta e simples está em
preparação para profissionais de cuidados de saúde primários. As
secções de maior relevância para o SEN são:
• Retardo mental.
• Desenvolvimento psicológico com início específico na infância.
• Distúrbios comportamentais e emocionais com início na
infância/adolescência.
Outras seções que podem ser úteis são aquelas sobre transtornos
de humor e afetivos, transtornos neuróticos e relacionados ao
estresse e transtornos comportamentais associados a distúrbios
fisiológicos e fatores físicos.
56
• Transtorno: existência de um conjunto clinicamente reconhecível
de sintomas ou comportamentos associados, na maioria dos
casos, ao sofrimento e à interferência nas funções pessoais.
• Comprometimento: perda ou anormalidade de uma estrutura ou
função corporal.
• Deficiência: restrição ou falta de capacidade para realizar uma
atividade da maneira ou dentro da faixa considerada normal para
um ser humano.
• Handicap: desvantagem para um indivíduo que impede ou limita
o desempenho de uma função que é normal para esse indivíduo.
57
Um relatório recente do projecto Medir a Saúde e a Incapacidade
na Europa (MHADIE, 2008) expressa opiniões positivas sobre a
aplicação do sistema de Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (ICF, International
Classification of Functioning, Disability and Health) na educação.
No entanto, também enfatiza a necessidade de formação
sistemática de todos os utilizadores e do desenvolvimento de
novos instrumentos e ferramentas que captem de forma mais
fiável a capacidade, a lacuna de desempenho e as complexidades
da participação social num ambiente escolar. Além disso, a CIF
não foi projetada para deficiências infantis.
Consequentemente, há questões importantes ainda a serem
abordadas no desenvolvimento deste sistema, para que seja
relevante para a deficiência infantil. Simeonsson et al. (2006)
mostraram como a estrutura conceitual da CIF pode ser usada
para fornecer uma classificação mais completa de crianças
pequenas para fins de intervenção precoce. Eles argumentam que
“critérios funcionais, e não diagnósticos, formam a base para a
documentação, sendo a unidade de classificação características
funcionais, e não a classificação de pessoas” (p. 366; grifo nosso).
A sua análise da codificação atribuída a 5.500 crianças (0-36
meses) utilizando os quadros da CIF e da CID resultou em quatro
categorias principais: Estruturas e funções corporais; Atividades e
Participação; Condições saudáveis; e Fatores Ambientais. No
geral, o domínio com maior frequência foi o relacionado com
informações diagnósticas ou funcionais relativas à fala e à
linguagem (cerca de 40 por cento de todas as crianças).
58
O DSM V foi produzido pela Associação Americana de Psiquiatria
e é um sistema de classificação categórica, que frequentemente
diferencia formas leves, moderadas e graves de um transtorno. É
um sistema multiaxial, com cinco eixos relativos a diferentes
aspectos do transtorno ou deficiência. Este sistema multiaxial
permite a avaliação nestes 5 eixos, cada um dos quais se refere a
um domínio diferente de informação que é utilizado para chegar a
um diagnóstico. Os cinco eixos são descritos como:
59
objectivo aqui era desenvolver definições baseadas em recursos
capazes de acomodar todos os vários quadros conceptuais para
SEN utilizados pelos vários estados membros. Este sistema utiliza
as categorias de deficiência, dificuldade e desvantagem para
desenvolver um sistema de classificação tripartido, como segue:
60
Um sistema de avaliação das NEE baseado num modelo
interaccionista/ecológico requer uma abordagem de avaliação que
é muito mais ampla do que a procura de factores dentro da
criança, muitas vezes baseada em instrumentos psicométricos,
tais como testes padronizados e listas de verificação.
61
Epílogo
O
s distúrbios de aprendizagem são considerados um tipo
de distúrbio do neurodesenvolvimento. Os distúrbios do
neurodesenvolvimento são condições de base
neurológica que aparecem no início da infância, geralmente antes
do ingresso na escola. Esses transtornos prejudicam o
desenvolvimento do funcionamento pessoal, social, acadêmico
e/ou ocupacional e normalmente envolvem dificuldades na
aquisição, retenção ou aplicação de habilidades específicas ou
conjuntos de informações. Os distúrbios podem envolver
disfunções na atenção, memória, percepção, linguagem,
resolução de problemas ou interação social. Outros transtornos
comuns do neurodesenvolvimento incluem transtorno de déficit de
atenção/hiperatividade, transtornos do espectro do autismo e
deficiência intelectual.
Assim, esses transtornos envolvem problemas de leitura,
matemática, ortografia, expressão escrita ou caligrafia e
compreensão ou uso da linguagem verbal e não verbal. A maioria
dos distúrbios de aprendizagem são complexos ou mistos, com
déficits em mais de um sistema.
O tratamento dos distúrbios de aprendizagem centra-se na gestão
educacional, mas também pode envolver terapia médica,
comportamental e psicológica. Programas de ensino eficazes
62
podem adotar uma abordagem corretiva, compensatória ou
estratégica (isto é, ensinar a criança a aprender). Uma
incompatibilidade entre o método de ensino e o distúrbio de
aprendizagem e preferência de aprendizagem de uma criança
agrava a deficiência.
Algumas crianças necessitam de instrução especializada em
apenas uma área enquanto continuam a frequentar aulas
regulares. Outras crianças precisam de programas educacionais
separados e intensos. Idealmente e conforme exigido pela lei nos
EUA, as crianças afectadas devem participar, tanto quanto
possível, em aulas inclusivas com colegas que não tenham
dificuldades de aprendizagem.
As drogas afetam minimamente o desempenho acadêmico, a
inteligência e a capacidade geral de aprendizagem, embora certas
drogas (por exemplo, psicoestimulantes, como o metilfenidato e
diversas preparações de anfetaminas) possam aumentar a
atenção e a concentração, permitindo que as crianças respondam
mais eficientemente às instruções.
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