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TESE
Pelotas, 2019
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Pelotas, 2019
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Banca examinadora:
Prof. Dr. Alexandre Carriconde Marques (Orientador)
Doutor em Educação Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul
AGRADECIMENTOS
Sempre achei os agradecemos a parte mais difícil da tese, talvez porque ao longo
dos anos de trabalho, muitas pessoas me ajudaram, me ensinaram e me apoiaram. Agora
que alcancei meus objetivos não poderia deixar de agradecê-las.
Primeiramente agradeço ao meu orientador Alexandre Carriconde Marques, por
ser mais que um professor e sim um amigo, meu muito obrigada, por nunca me deixar
desistir e por sempre acreditar que um dia eu conseguiria terminar o tão sonhado
doutorado. Meu parceiro de choro, de chopp, de cubas e viagens, nunca vou esquecer de
tudo que você fez por mim!
Aos meus pais, sem vocês nada disso seria possível, obrigada por estarem
sempre ao meu lado me apoiando e me colocando para cima quando era necessário.
Agradeço a minha mãe Vera Krüger, por todo o carinho e paciência. Ao meu irmão
Felipe Krüger, agradeço imensamente pelas diversas vezes que teve que ler o meu
trabalho e por ser uma espécie de professor “meio sem paciência”, mas aquele que eu
sempre admirei muito.
Agradeço a professora Fernanda Teixeira que vem me
acompanhando/incentivando durante toda essa minha trajetória acadêmica, com as suas
palavras de apoio que sempre me colocam para cima. Meu muito obrigada por ter aceito
ser minha banca no mestrado e agora no doutorado, se tornou uma grande amiga. A
professora Bruna Seron, o professor Gabriel Bergamann, e o professor Fernando
Siqueira por também terem aceito o meu convite e por todas as considerações realizadas
para deixar o meu trabalho com mais qualidade.
Anie Coitinho, professora e amiga que ganhei nesses anos trabalhando no
projeto Carinho, muito obrigada por todo o carinho que sempre teve comigo.
Meu muito obrigada a Camila Sá Britto, Nadine Madruga, Amanda Souza,
Bruna Escobar, Leonardo Pereira, Vanessa Novo, Andressa Marques, Rafaela Muller,
Luiza Nascente, Franciéle da Silva e Laura Brun sem vocês nada disso seria possível,
muito obrigada por todas as manhãs e tardes trabalhadas por acreditarem no meu
trabalho, sei que muitas vezes dava vontade de desistir – naquela sala da gritaria, choro
e loucura -, mas a cada abraço, riso e melhora na vida naquelas crianças nosso trabalho
era recompensado. Esse trabalho também é de vocês.
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RESUMO
O objetivo do estudo foi verificar o efeito de um programa de exercício físico (ExF) de
16 semanas nas habilidades motoras, na qualidade do sono, nos comportamentos de
autoagressão, estereotipados e agressão em crianças com transtorno do espectro autista
(TEA). O presente estudo é uma pesquisa experimental e a amostra foi composta por
crianças com TEA, com idades entre oito e 10 anos, residentes na cidade de Pelotas-RS.
Os indivíduos foram selecionados de forma intencional nas instituições que atendem
crianças com TEA. Todos os participantes do estudo passaram por uma avaliação na
qual foi aplicado o Childhood Autism Rating Scale (CARS) para determinar o nível de
TEA. Os pais ou responsáveis responderam os seguintes questionários: de estilo de vida
(adaptado de Marques, 2008), a versão Brasileira do inventário de problemas de
comportamento the behavior problems inventory/BPI-01 e o Children’s Sleep Habits
Questionnaire - (CSHQ-PT) e sobre a sua percepção das atividades. Todos testes foram
aplicados antes, no meio e depois da intervenção. Avaliou-se as habilidades motoras
utilizando o test of gross motor development-2 (TGMD-2). Padrões de sono e níveis de
atividade física (AF) foram medidos objetivamente utilizando-se um acelerômetro
Actigraph GT3X. O programa de exercício físico teve como duração 16 semanas, com
três sessões semanais de 45 a 50 minutos. Dos 49 indivíduos localizados, 39
concluíram todas as etapas do estudo, onde foram alocados de forma randomizada em
grupo intervenção(19 crianças) e grupo controle (20 crianças). 84,6% (n=33) dos
participantes eram do sexo masculino, 82,1% (n=32) tomam algum tipo de
medicamento. Segundo o relato dos médicos 53,8% (n=21) apresentam TEA leve,
33,3% (n=13) moderado e 12,8% (n=5) severo. Apenas uma das crianças não frequenta
a escola comum e 38,5%(n=15) realizam algum tipo de AF no tempo livre. Em relação
aos resultados da intervenção, nas habilidades motoras observou-se uma melhora
significativa (p<0,0001) entre as três avaliações no grupo intervenção, os grupos
(intervenção e controle) eram semelhantes no início da intervenção, sendo que ao final
os grupos apresentaram habilidades motoras distintas. Com relação ao comportamento
de autoagressão ambos os grupos apresentaram uma diminuição significativa (p<0,001)
entre as avaliações. Não houve diferença entre os grupos em nenhum dos momentos.
Nos resultados dos comportamentos estereotipados, os grupos não eram semelhantes no
início da intervenção, porém se tornaram semelhantes na segunda e na terceira
avaliação, o grupo intervenção apresentou uma diminuição significativa entre os
momentos (p<0,001). Com relação a variável de agressão, houve uma diminuição dos
comportamentos agressivos no grupo intervenção com uma diferença significativa entre
os momentos (p<0,003). No grupo controle houve um aumento dos comportamentos
agressivos entre os momentos, mas sem diferença significativa. Entre os grupos, não
encontrou-se diferença estatisticamente significativa. Quanto as variáveis da qualidade
do sono, mesurada pelo questionário CSHQ-PT, ambos os grupos apresentaram uma
diminuição significativa entre os momentos (p<0,001). Nas variáveis mensuradas pelo
acelerômetro – tempo total de sono e eficiência do sono – observou-se uma diferença
significativa entre os grupos. Não houve efeito entre os momentos em ambos os grupos.
Referente à AF moderada e vigorosa (AFMV) medidas pelo acelerômetro, o grupo
controle apresentou uma diminuição significativa entre os momentos (p<0,001) e o
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ABSTRACT
The objective of the study was to verify the effect of a 16-week physical exercise
program (PEx) on motor skills, sleep quality, self-aggression, stereotyped behaviors and
aggression in children with ASD. The present study is an experimental study and the
sample was composed of children with ASD, aged between eight and 10 years old,
living in the city of Pelotas, RS. Individuals were intentionally selected in institutions
that attend children with ASD. All study participants were evaluated with the Childhood
Autism Rating Scale (CARS) to determine the level of ASD. The parentes/guardians
answered the questionnaires about: lifestyle (adapted from Marques, 2008), the
Brazilian version of the inventory of behavior problems inventory / BPI-01, the
Children's Sleep Habits Questionnaire - (CSHQ-PT) and about their perception of
activities. All tests were applied before, middle and after the intervention. Motor skills
were assessed using the test of gross motor development-2 (TGMD-2). Sleep patterns
and levels of physical activity (PA) were measured objectively using an Actigraph
GT3X accelerometer. The physical exercise program lasted 16 weeks, with three
weekly sessions of 50 minutes. Of the 49 individuals, 39 completed all stages of the
study, 84.6% (n=33) of these participants were male, 82.1% (n=32) took some type of
medication. According to the report of the doctors, 53.8% (n=21) presented mild ASD,
33.3% (n=13) moderate and 12,8% (n=5) severe. Only one of the children does not go
to regular school and 38,5%(n=15) do some kind of PA in their free time. Regarding the
results of the intervention, a significant improvement (p <0.0001) was observed in the
motor skills between the three evaluations in the intervention group, the groups
(intervention and control) were similar at the beginning of the intervention; groups had
different motor skills. Regarding the self-aggression behavior, both groups presented a
significant decrease (p <0.001) between the evaluations. There was no difference
between the groups at any time. In the results of the stereotyped behaviors, the groups
were not similar at the beginning of the intervention, but became similar in the second
and third evaluation, the intervention group showed a significant decrease between the
moments (p <0.001). Regarding the aggression variable, there was a decrease in
aggressive behaviors in the intervention group with a significant difference between the
moments (p <0.003). In the control group there was an increase in aggressive behaviors
between the moments, but without significant difference. Among the groups, no
statistically significant difference was found. As for the sleep quality variables,
measured by the CSHQ-PT questionnaire, both groups presented a significant decrease
between the moments (p <0.001). In the variables measured by the accelerometer - total
sleep time and sleep efficiency - a significant difference was observed between the
groups. There was no effect between the moments in both groups. In relation to the
moderate and vigorous PA (MVPA) data measured by the accelerometer, the control
group presented a significant decrease between the moments (p <0.001) and the
intervention group maintained its levels of MVPA. The intervention and control groups
present similar levels of MVPA at the pre- and middle time and became distinct at the
post-moment (p = 0.05). Based on the results, it was concluded that a 16-week PEx
program was able to improve motor skills and reduce aggression and stereotypy
11
behaviors. However, there were no changes due to exercise, self-harm behavior, sleep
quality and daily MVPA levels in children with ASD.
Key words: Autism spectrum disorder; physical exercise; stereotyped behavior; social
interaction; motor coordination; level of physical activity; sleep quality
12
Sumário
1. Introdução 13
2. Objetivos 15
2.1 Objetivos específicos 15
3. Justificativa 15
4. Revisão de literatura 16
4.1 Transtorno do espectro autista (TEA) 16
4.1.1 Etiologia do TEA 17
4.1.2 Prevalência do TEA 19
4.1.3. Principais características do TEA 19
4.2 Estilo de vida 21
4.3 Estilo de vida de pessoas com TEA 22
4.4 Atividade física (AF) e TEA 25
4.4.1 AF, comportamento estereotipado e TEA 26
4.4.2 AF, habilidades motoras e TEA 35
4.4.3 Nível de AF e TEA 37
4.4.4 AF, TEA e qualidade do sono 45
5. Materiais e métodos 50
5.1Delineamento 50
5.2 Seleção da amostra 50
5.3 População e amostra 50
5.4 Critérios de inclusão 50
5.5 Randomização e alocação 51
5.6 Desenho experimental 51
5.7 Avalições 52
5.8 Programa de exercício físico 57
5.9 Estudo piloto 58
5.10 Procedimentos éticos 58
5.11 Controle de qualidade 59
5.12 Análise estatística 59
6. Resultados 60
6.1 Caracterização da amostra 60
6.2 Resultados da intervenção 61
6.2.1 Habilidades motoras 63
6.2.2 Comportamento de autoagressão, agressão e estereotipia 63
6.2.3 Qualidade do sono 66
6.2.4 Atividade física e descrição da intesidade das aulas 69
7. Discussão 70
7.1 Habilidade motoras 70
7.2 Comportamento de autoagressão, agressão e estereotipia 71
7.3 Qualidade do sono 72
7.4 Atividade física 74
7.5 limitações e sugestões 74
8. Considerações finais 75
9. Considerações sobre a intervenção 75
10. Referências 77
11. Anexos 87
13
1. Introdução
Os benefícios do exercício físico (ExF) nas pessoas com TEA têm sido
amplamente reconhecidos na literatura (LEE et al., 2015; TAN et al., 2016). Estudos
com essa população têm mostrado a importância da prática do ExF regular para
amenizar diversos déficits, como: diminuição das estereotipias (BAHRAMI et al.,
2012), melhora da coordenação motora (HILTON et al., 2014; BREMER et al., 2015) e
na qualidade do sono (TSE E LEE, 2019).
Outro problema relacionado à saúde das crianças com TEA, que tem recebido
uma atenção pela academia, são os distúrbios relacionados ao sono. Liu et. al. (2006)
relataram que a prevalência de insônia varia entre 40% e 80% e Ming et al. (2008)
descreveram que os distúrbios do sono estão entre as comorbidades mais prevalentes
nas crianças com TEA. Os pesquisadores identificaram ligações entre os padrões de
sono e os níveis de AF em crianças com TEA (TATSUMI et al., 2015; WACHOB e
LORENZI, 2015). Verificou-se, ainda, que as crianças mais ativas acordam um número
de vezes menor e depois de adormecerem (WACHOB E LORENZI, 2015). (
2. Objetivo Geral
2.1.Objetivos específicos
3. Justificativa
aptidão física, mas também sobre o seu efeito em outras variáveis que podem alterar
a qualidade de vida dessas pessoas.
As questões voltadas a prática do ExF em crianças e jovens com TEA, visando a
promoção da saúde, tem sido o foco de investigação e trabalho ao longo da minha
formação. As experiências nesta área têm me levado há algumas dúvidas e
indagações sobre os efeitos da ExF como fator de proteção e desenvolvimento na
vida de crianças com TEA.
Com base nisso, a presente pesquisa não pretende avançar apenas nas questões
acadêmicas, em discussões que concernem ao âmbito científico, mas preocupa-se
também, em participar e motivar a criação de programas de conscientização voltados
à população sobre a seriedade que envolve essa questão.
4. Revisão Bibliográfica
4.1.1 Transtorno Do Espectro Autista
Sabe-se que o TEA trata-se de um transtorno multicausal. Logo, as causas podem ser
desde fatores psicológicos, alterações de neurotransmissores e fatores ambientais,
disfunções cerebrais ou de natureza genética (ORRÚ, 2006).
Entre cinco e 14% dos casos têm síndromes genéticas associadas e 11 a 37% dos
casos apresentam alguma síndromes secundárias, como a síndrome do X-frágil,
esclerose tuberosa, síndrome de Down, síndrome de Rett, síndrome de Angelman,
tetrassomia parcial do 15, hipomelanose do Ito, síndrome de Williams, associações
Charge, síndrome de Smith Magenis, síndrome de Smith Lemli Optiz, deleção do braço
curto do cromossomo 22, síndrome alcoólica fetal, retinopatia da prematuridade,
embriopatia por talidomida, embriopatia por valproato, síndrome de Moebius, infecção
por herpes e rubéola (GARCIAS, 2013).
Um estudo foi realizado com 85 famílias que tinham dois filhos com o
diagnóstico de TEA e observou-se, por meio de um sequenciamento de genoma que os
irmãos possuem na maior parte de seus DNAs, diferentes mutações genéticas (YUEN et
al., 2015).
isso é possível identificar as diferenças dos neurônios de crianças com TEA e testar
novas medicações com o objetivo de desenvolver a cura (GOMES, 2014).
Além das causas genéticas, existe a possibilidade das causas ambientais. Sobre
isso Fadda e Cury (2015) relatam três grupos principais de riscos relacionados ao
ambiente, que são: (a) doenças infecciosas como rubéola congênita e o citomegalovírus;
(b) o consumo de alguns produtos químicos, como ácido valproico e da também
exposição à poluição atmosférica; e (c) que são relacionados às comorbidades maternas
gestacionais como diabetes e hipertensão, além do aumento da idade paterna.
Fonte: DSM-5(2013)
Além das características citadas acima, os indivíduos com TEA podem também
apresentar comprometimento intelectual e/ou da linguagem. Alguns podem apresentar
também inteligência média ou alta, porém, apresentam um perfil irregular de
capacidades. Déficits motores estão frequentemente (falta de coordenação ou
comportamento motor anormal). Adolescentes e adultos com o transtorno têm uma
grande chance de apresentarem ansiedade e depressão DSM-V (2013).
pessoas”. A Organização Mundial da Saúde (OMS, 1998) relata que estilo de vida são
os hábitos e os costumes de cada pessoa que podem ser influenciados, modificados e
encorajados pela socialização, ou seja, estes hábitos podem incluir hábitos negativos ou
positivos como: álcool, fumo, chá ou café, hábitos dietéticos e de exercício.
Nahas (2013) aponta que a geração atual tem diversas vantagens sobre a geração
passada. Contudo, as pessoas ainda estão longe de ser tão saudáveis quanto poderiam
ser. No Brasil há diversas questões que influenciam de maneira negativa esse estilo de
vida, pois existe uma enorme diferença entre os padrões de vida das regiões mais
desenvolvidas e das mais pobres, nas quais há muitas pessoas que vivem em condições
desumanas, lutando diariamente pela sobrevivência. Então, entendem-se que as questões
ambientais são um fator que afetam de forma considerável o estilo de vida. (NAHAS , 2013)
Destaco aqui, outro fator determinante para uma melhora na qualidade de vida
está relacionado aos hábitos alimentares. Azambuja et. al. (2013) relata que o Brasil
passa por uma fase de transição nutricional, visto que há uma redução de crianças
subnutridas e um aumento progressivo na prevalência de excesso de peso. A obesidade
é uma doença gerada por fatores genéticos (genes que predispõem ao maior apetite, à
saciedade reduzida e a maior reserva de gordura) e ambientais (níveis de sedentarismo
cada vez maior e uma alta oferta de alimentos hipercalóricos).
Nunes et al. (2013) ressalta que a escola é uma ferramenta fundamental para
enriquecer as experiências sociais das crianças com TEA, pois nesses ambientes as
crianças têm oportunidades para interagir entre seus pares, contribuindo para novas
aprendizagens de comportamento. (NUNES et al., 2013)
O estilo de vida das pessoas com TEA poderá ser prejudicado pelas
características básicas deste transtorno, bem como as questões voltadas às relações
sociais. O fator relação social é muito importante para uma boa qualidade de vida e, a
falta desse elemento, além dificultar a participação do indivíduo em programas de AF,
pode acarretar em falta de iniciativa, tendência ao isolamento e, pouca ou nenhuma
comunicação. Logo, a escolha de algum tipo de atividade pode ser difícil, e cabe, então,
a família e aos professores a tarefa de ofertar atividades que sejam mais adequadas e
estimulantes (HAX, 2012). Com isso, pode-se observar a importância da criação de
intervenções que acarretem em uma melhora na qualidade de vida desses indivíduos.
Em 2015, Krüger pesquisou sobre as barreiras para a prática de AF em crianças
com TEA, com idades entre 5 a 10 anos. As mais citadas foram: ausência de projetos
sociais para inserção da criança em programas de atividade física, falta de
recomendação por algum professor de educação física, falta de companhia dos amigos
para a prática, preferência por outras atividades, falta de dinheiro para realização de
atividades físicas, falta de locais acessíveis próximos à residência e falta de segurança
da localização da residência .
Os benefícios da AF já estão fortemente concretizados na literatura científica,
principalmente nos estudos que se referem a pessoas sem deficiências. A AF pode
propiciar uma mudança substancial no estilo de vida, trazendo uma série de benefícios.
Logo, considerando-se que a AF é uma atividade que desenvolve aspectos orgânicos e
sociais, a prática torna-se importante para o desenvolvimento das pessoas com TEA.
Pessoas com deficiência, incluindo aqueles com TEA, têm mais chances de
serem fisicamente inativas se comparadas à população em geral. As dificuldades nas
habilidades motoras e os níveis e padrões de AF de pessoas com TEA começaram a
receber maior atenção da literatura especializada. Contudo, a grande maioria dos
estudos que abordam essas questões são realizados em países desenvolvidos, não
refletindo a realidade dos países menos desenvolvidos como o Brasil (KRÜGER, 2015).
Além disso, Curtin et al (2010) revela, em suas pesquisas, que as crianças com
TEA são mais suscetíveis à obesidade. Acredita-se que elas possuem cerca de 40% a
mais de chance de apresentarem sobrepeso ou obesidade quando comparadas às
25
crianças sem o transtorno. Curtin et. al. (2015) realizou uma revisão sobre os fatores
responsáveis pela maior prevalência de obesidade em pessoas com TEA e obteve os
seguintes resultados: a medicação antipsicótica atípica é um claro risco para ganho de
peso nessa população e a duração do sono em crianças com desenvolvimento típico
demonstrou associações positivas com obesidade, porém, é necessário mais estudo com
crianças com TEA . (CURTIN e t al., 2 010; CU RTIN et a l., 201 5)
No total foram encontrados 433 artigos e, após a leitura dos títulos, 118 foram
selecionados para leitura dos resumos, sendo eleitos, então, 61 artigos para a leitura
completa. Observou-se que nove artigos não abordavam os temas AF ou exercício físico
para pessoas com TEA em relação o nível de AF, comportamentos estereotipados e
qualidade do sono. Desse modo, a revisão incluiu 52 artigos.
20
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
1982 1984 1994 1997 2005 2006 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
10 segundos para as estereotipias dos participantes. Tse, Pang e Lee (2017) também
utilizaram o método gravação e codificaram os comportamentos de acordo com o
Gilliam Autism Rating Scale – 3ª(GARS-3) em intervalos de 15 segundos.
Kern et.al. (1982) e Kern et.al. (1984) observaram, também, o efeito do jogo de
bola nos comportamentos estereotipados. Em ambos os artigos o exercício leve
(jogando bola) exerceu pouca ou nenhuma influência nas mudanças do comportamento
estereotipado, encontrando benefícios a penas nas atividades de corrida.
Nelly et. al. (2014) testou como exercício físico o salto no trampolim. Os
primeiros resultados sugerem que as estereotipias foram mantidas por reforço
automático. Então foram testadas as estereotipias e o engajamento acadêmico através de
três condições distintas: (a) nenhum exercício, (b) exercício no trampolim por um breve
período ou (c) exercício no trampolim que se mantiveram até a criança indicar algum
28
Tse, Pang e Lee (2017) verificaram o impacto do exercício físico (bater na bola)
em dois comportamentos estereotipados: agitar as mãos e balançar o corpo. Os
resultados mostraram que as estereotipias de agitar as mãos foi significativamente
reduzida, porém as estereotipias de balançar o corpo não tiveram uma redução
significativa.
29
Tabela 1. Características dos estudos de AF e estereotipias em crianças e adolescentes com TEA, de acordo com autor ano, país, amostra, principais
objetivos, tipo de estudo, instrumentos e principais resultados
Nome/ano Tamanho da amostra Objetivo Tipo de estudo Questionário / testes Principais resultados
(país)
(WATTERS E Cinco indivíduos do sexo Avaliar os efeitos Intervenção O observador avaliou as crianças usando um Foi realizada uma comparação entre a
WATTERS, masculino com idades do exercício físico Foi realizada uma corrida com esquema de amostragem de 5 segundos de 15º sessão e a 5° sessão e encontraram
1980) Canadá
(WATTERS e WATTERS , 1980)
entre 9 a 11 anos. sobre o duração de 8 a 10 minutos. observação/5 segundos de registro. A resultados significativos para os
comportamento Foram realizadas observações observação e a gravação continuaram até o movimentos autoestimulação e número
auto-estimulatório durante as aulas de linguagem. final da sessão. O número de observação por de acertos para as perguntas de
de crianças TEA. No total foram 27 sessões: 15 criança variou de 8 a 13 intervalos de linguagem.
sessões – 5 sessões de TV, 5 observação por sessão. Ao realizar a análise após todas as
acadêmicas e 5 sessões de sessões encontraram uma diminuição
exercícios físicos – e as 12 significativa na autoestimulação após a
restantes – 6 acadêmicos e 6 de realização do exercício e o número de
exercício físico – Foram feitas acertos para as perguntas de linguagem
em torno de 1 a 4 sessões por não foi significativo.
semana.
(KERN et.al., Sete crianças com idades Observar o efeito Foi um estudo de intervenção Foi mensurada a autoestimulação - utilizou-se Os resultados demonstraram que as
1982), EUA
(KERN et al., 1982)
que variaram entre 4 a 14 do aumento de que ocorreu durante 36 sessões. um procedimento de amostragem de tempo sessões breves de corrida produziram
anos. Todas as crianças atividade física nos AF foi composta por um jogo de durante 5 min. no início de cada sessão de 15 diminuições nos níveis subsequentes de
tinham um alto grau de movimentos de bola em que a criança pudesse minutos. Em cada uma dessas amostras de 5 comportamentos auto-estimulantes e
auto-estimulação. auto-estimulação pegar a bola com facilidade, no min. os dados foram registrados durante também produziram aumentos no jogo
subsequente e entanto, nos casos em que a intervalos de 5 segundos, com 10 segundos apropriado e resposta acadêmica; essas
comportamentos criança não fez nenhuma após cada intervalo; a resposta acadêmica mudanças após a corrida foram evidentes
apropriados de tentativa de pegar ou devolver a envolveu duas tarefas de nível pré-escolar: em três cenários experimentais
crianças TEA. bola, o terapeuta iria pegar a correspondência de cores e formas e diferentes: durante a resposta acadêmica
bola e gentilmente jogá-la para a atividades motoras grossas imitativas. em tarefas de nível pré-escolar – em uma
criança com no mínimo de cinco Nenhuma manipulação direta da auto- clínica, durante o jogo de bola em uma
vezes por minuto. No início as estimulação da criança ocorreu durante essas área de lazer externa e em uma sala
sessões eram de 5 a 10 min. e sessões e o ritmo das instruções do terapeuta silenciosa, enquanto nenhuma outra
foram gradualmente aumentadas foi determinado pela latência da resposta da atividade estava ocorrendo –; as medidas
para 20 min. criança. suplementares obtidas em sala de aula
mostraram uma relação semelhante com
ambos os aumentos na atividade de
tarefa e nas classificações de interesse
geral para as tarefas escolares após as
sessões de intervenção.
(KERN et. al, Três crianças com 7, 11 Investigar se o tipo Intervenção 1º Criança foi observada durante 60 min.; Os resultados demonstraram que 15 min.
30
1984), EUA
(KERN et al., 1984)
e 11 anos de idade. específico de Com atividade vigorosa foi 2°AF (atividade vigorosa ou atividade leve) de exercício leve (jogando bola)
Todas apresentavam exercício (isto é, utilizada a corrida, na qual a que ocorreu de forma equilibrada e com exerceram pouca ou nenhuma influência
altos níveis de leve versus criança deveria correr durante duração de 15 min.; sobre as mudanças nos comportamentos
comportamentos vigoroso) afetaria 15 min. Caso estivesse cansada, 3° Observadas por mais 90 min.; estereotipados das crianças e, ainda, 15
estereotipados diferencialmente poderia caminhar durante 15 4º Sessão de AF diferente da na 2º etapa por min. de exercício contínuo e vigoroso foi
comportamentos segundos e voltar a correr. 15 min.; seguido por reduções nos
estereotipados A atividade leve consistiu em 5º Observada por mais 90 min.; comportamentos estereotipados.
subsequentes. um jogo de bola, no qual havia 6° A mesma AF realizada no início;
um monitor que ficava jogando 7° Observada por mais 90 min.
bola com a criança. A taxa de As observações ocorreram da seguinte forma:
lançamento da bola foi de cada período de observação foi dividido em
aproximadamente 10 a 20 vezes blocos de 15 min. com os dados registrados
por min. dependendo da criança. durante os primeiros 5 minutos de cada bloco.
Foi utilizado um procedimento de registro de
tempo em que os intervalos de 15 segundos
foram divididos em 5 segundos de
observação e 10 segundos de registro de
dados, resultando em 20 observações
registradas em cada bloco de 5 min.
(ELLIOTT et al., 6 adultos com TEA, as Comparar os efeitos Foi uma intervenção com um Antes de iniciar o tratamento os participantes A frequência das estereotipias foi menor
1994) EUA idades variaram de 22 a do treinamento total de cinco sessões. foram aleatoriamente divididos em dois após exercício aeróbio vigoroso quando
41 anos. E todos estavam motor em geral e os grupos e observados por 30 minutos. Dois comparado com o grupo controle. O
internados em um exercícios aeróbicos avaliadores treinados registraram todos os grupo do treinamento motor não diferiu
hospital. vigoroso com os comportamentos estereotipados. Em seguida, significativamente do grupo controle.
comportamentos de a frequência cardíaca de repouso foi Três dos seis indivíduos apresentaram
adaptação e verificada e usada para controlar a reduções individualmente significativas
estereotipias em intensidade vigora. Os grupos foram em comportamentos direcionados, isso
adultos com TEA e separados e colocados em um ambiente não foi observado após as atividades de
retardo mental controlado durante 30 minutos e os treinamento motor. Após o exercício
moderado e severo. comportamentos alvo foram registrados. Em aeróbio, mais de 57% dos
seguida, os participantes foram divididos comportamentos desadaptativos e 65%
aleatoriamente em uma das três condições, dos comportamentos estereotipados
todas com a duração de 20 minutos: uma apresentaram melhora.
condição de nenhum exercício (grupo
controle), atividade de treinamento motor
geral (grupo 1) e exercício aeróbio vigoroso
(grupo 2). Após, eram observados por mais
30 minutos, totalizando cinco sessões.
31
(CELIBERTI et Um menino de cinco O estudo de caso Período de intervenção A estereotipia física consistia em qualquer O exame dos efeitos temporais indicou
al., 1997), anos com TEA documenta os escalonado de 3 semanas. instância de movimento não funcional dos uma diminuição na auto estimulação
Texas efeitos de dois Foram realizadas 3 sessões de braços, dedos ou mãos. física e no comportamento "fora do
níveis de exercício corrida, 2 sessões de caminhada, A auto estimulação visual consistiu em assento", mas apenas para a condição de
(caminhada/corrida) e, posteriormente, 3 sessões de qualquer instância de cintilação ou fixação jogging. Além disso, observaram-se
sobre o corrida e 3 de caminhada. Cada periférica que durasse pelo menos 2 reduções acentuadas nestes
comportamento de sessão tinha 6 min. de duração. segundos. O comportamento fora do assento comportamentos imediatamente após a
auto estimulação. Após esse período o garoto consistia em qualquer instância quando as intervenção de jogging e aumentaram
tinha 3 minutos de volta à calma nádegas da criança não estavam em contato gradualmente, mas não voltaram aos
e retornava para as atividades com sua cadeira por mais de 2 segundos ou níveis basais durante um período de 40
acadêmicas quando era filmado instâncias quando a criança iria saltar para min.
por 40 minutos. cima e para baixo, mas que as nádegas não
interromperam repetidamente o contato com a
cadeira. Os observadores visualizaram as
sessões de programação acadêmica e
registraram o comportamento da criança em
intervalos de 10 segundos por 40 min.
(BAHRAMI et 30 crianças com TEA Determinar se uma Experimental de 14 semanas. Para medir as estereotipias foi utilizada a O treinamento com técnicas de Kata
al., 2012), Irã com idades entre cinco e intervenção de As atividades de Kata subescala estereotipada de Gilliam Autism reduziu significativamente a estereotipia
16 anos. técnicas de Kata (é começaram com 30 minutos e Rating Scale-Second Edition (GARS-2) que no grupo intervenção. As estereotipias
uma parte foram aumentadas para 90 avalia as mudanças na severidade diminuíram em relação aos níveis basais
integrante da minutos após a 8º semana. estereotipada dos participantes. em média de 42,54% entre os
prática do Karatê) *As crianças foram combinadas Ela foi preenchida através das observações e participantes. Após 30 dias sem a prática,
para crianças com por pares com base na idade, entrevistas dos pais ou professores e a estereotipia no grupo intervenção
TEA pode reduzir sexo e gravidade do TEA para, preenchidas pelo examinador de acordo com permaneceu significativamente
os comportamentos assim, separar de forma sua interpretação. diminuída em comparação com o tempo
estereotipados. aleatória os 15 indivíduos do de pré-intervenção. Os participantes do
grupo controle e 15 do grupo grupo de controle não mostraram
intervenção. alterações significativas na estereotipia.
(NEELY et al., Duas crianças com TEA, Avaliar os efeitos Foi realizada uma intervenção Os exercícios físicos para ambos os Os resultados da análise funcional
2015), Texas uma menina com oito do exercício físico na qual todas as sessões para participantes incluíram saltar em um sugerem que a estereotipia foi mantida
anos e um menino com realizado antes das ambos os participantes foram trampolim interior. O trampolim foi por reforço automático para ambos os
sete anos de idade. sessões de instrução gravadas em vídeo com um localizado na sala das demais terapias. participantes. Um projeto multi elemento
(exercício físico iPod® Touch. As sessões foram Os dados foram coletados usando um foi empregado para avaliar o
antecedente) sobre de 10 min. de duração e foram procedimento de registro parcial de intervalo engajamento acadêmico e estereotipia
o engajamento realizadas uma vez por dia, de 2 de 10s. para a estereotipia dos participantes e durante sessões de instrução seguindo
acadêmico e a 3 dias por semana ao longo de um procedimento de gravação de intervalo aleatoriamente sequenciadas condições
estereotipia durante 10 a 12 semanas. inteiro de 10s. para engajamento acadêmico. envolvendo (a) nenhum exercício
as sessões de A estereotipia foi definida operacionalmente antecedente, (b) breves durações do
32
instrução para duas individualmente para cada participante exercício antecedente, ou (c) exercício
crianças usando as descrições já fornecidas. O antecedente que continuou até que o
diagnosticadas com envolvimento acadêmico da menina foi participante envolveu um
ASD. definido operacionalmente como uma ou uma sistematicamente determinados
combinação de (a) olhar para a tarefa ou indicadores comportamentais de
instrutor, (b) responder verbalmente a saciedade.
perguntas, ou (c) responder adequadamente. Ambos os participantes demonstraram
O engajamento acadêmico do menino foi níveis mais altos de envolvimento
definido como uma combinação de (a) olhar acadêmico e níveis reduzidos de
para a tarefa ou instrutor ou (b) responder estereotipia durante as sessões de
adequadamente. instrução que se seguiram ao exercício
físico antecedente, que continuou até que
os indicadores comportamentais de
saciedade ocorressem.
(ORIEL et al., 4 salas de apoio, em que Determinar se a Intervenção: As aulas eram gravadas durante 15 minutos e Foram encontradas melhorias
2011), 24 crianças tinham TEA, participação no Duas das quatro aulas foram depois analisadas. estatisticamente significativas nas
USA porém, participaram do exercício aeróbio distribuídas aleatoriamente para Foram medidas: 1) respostas acadêmicas respostas corretas após o exercício,
estudo 7 meninos e 2 antes das atividades o grupo intervenção e para o corretas (através de uma contagem de quantas porém, não foram encontradas diferenças
meninas com idades em sala de aula grupo controle para as primeiras vezes a criança respondeu corretamente a significativas para o comportamento na
entre 3 e 6 anos. Sendo melhora o 3 semanas do estudo. Durante as uma atividade dada pelo professor), 2) tarefa ou comportamentos
que delas, sete das engajamento 3 semanas seguintes do estudo, respostas acadêmicas incorretas estereotipados.
crianças tinham um acadêmico e reduz cada classe recebeu a condição (quantificavam também quando o aluno dava
diagnóstico de TEA, comportamentos oposta. uma resposta incorreta ou nenhuma resposta),
enquanto 1 tinha um estereotipados em A intervenção era composta por 3) comportamentos estereotipados
diagnóstico de crianças com TEA. 15 minutos de corrida seguido (frequência dos comportamentos
deficiência intelectual e de uma tarefa em sala de aula. estereotipados) e 4) comportamento na tarefa
1 tinha diagnóstico de (as crianças eram consideradas na tarefa
atraso no quando estavam sentados e produzindo a
desenvolvimento. atividade proposta).
(DUFFY et al., 7 homens de 8 a 20 anos Investigar os A intervenção foi de 2horas Foi utilizado a Escala GARS-3. Não foi encontrado nenhum resultado
2017), Londres de idade com o benefícios da AF, e semanais, as aulas ocorriam nas Cada participante foi avaliado quatro vezes significado das variáveis medidas pelo
diagnóstico de TEA do esportivo segundas-feiras. durante os 6 meses de intervenção, uma vez GARS – 3 - Comportamentos
terapêutico na no início do programa para servir como linha repetitivos, interação social,
gravidade dos de base comunicação social, resposta emocional,
comportamentos e (T1), uma segunda vez após 8 semanas (T2), estilo cognitivo e discurso desadaptativo.
características uma terceira vez após dezesseis Contudo os pais “ficaram muito
associados ao TEA. semanas (T3) e uma quarta avaliação após os satisfeitos” com a participação de seus
Além disso, avaliar 6 meses (T4). filhos no programa de atividade física.
as perspectivas dos
33
pais sobre a
participação de seus
filhos com TEA na
AF.
(OLIN et.al., Sete crianças com média Foi quantificar o Intervenção A criança foi gravada 15 minutos antes de Os resultados indicaram uma redução
2017), EUA de idade de 13 anos. efeito agudo do Cinco dias de tratamento começar o tratamento para anotar os nos comportamentos em todas as
(S CHMITZ OLIN et al., 2017 )
exercício e avaliar a comportamentos estereotipadas da mesma. condições, exceto, nos 20 minutos em
influência da Após foi realizado a sessão de treinamento exercício de alta intensidade. A sessão de
duração e da onde os participantes selecionavam uma exercício mais exaustiva levou ao
intensidade na bicicleta, uma esteira ou um ergômetro aumento dos comportamentos
frequência de elíptico. estereotipados. A condição de 10
comportamentos O exercício aeróbico contínuo foi realizado minutos de exercício leve mostrou a
estereotípados. em quatro condições, 10 minutos de exercício maior redução nos comportamentos.
leve, 10 minutos de exercício de alta
intensidade, 20 minutos de exercício leve e
20 minutos de exercício de alta intensidade.
Após retornaram a sala de aula e foram
novamente observados via câmara de vídeo.
As medições pós-exercício duraram 1 hora
para levar em consideração duração dos
efeitos do exercício sobre comportamentos
estereotipados.
(TSE, PANG E 22 meninos e 8 meninas Investigar o Intervenção As estereotipias foram medidas usando uma Os resultados indicaram que a
LEE, 2017), de 9 a 12 anos de idade, impacto do 24 sessões (duas sessões por câmera de vídeo e Gilliam Autism Rating estereotipia de agitar as mãos foi
China diagnosticado com TEA. exercício física de semana, 20 min por sessão) Scale - 3a edição (GARS-3, 2014). O GARS- significativamente reduzida, mas não
(TSE et al., 2018 )
bater na bola em 3 é uma pesquisa composta por 42 itens reduzi-o a estereotipia de balançar o
dois dividido em três subescalas para medir o corpo após a intervenção de exercício de
comportamentos comportamento estereotipado, toque de bola. Este estudo sugere que o
estereotipados: comunicação e interação social. exercício físico deve ser combinado com
agitar as mãos e Todos os participantes foram gravados em a biomecânica da estereotipia para
balançar o corpo durante os primeiros 10 min da escola. As produzir um benefício comportamental
em crianças com gravações de vídeo foram coletadas e desejável.
TEA. divididos em intervalos de 15 segundos,
depois foram codificados de forma
independente por dois avaliadores para
quaisquer comportamentos estereotipados. O
estereótipo
comportamentos observados foram
34
Os déficits nas habilidades motoras de pessoas com TEA estão sendo bem explorado
pelo meio acadêmico. Neste estudo, na revisão dos 52 artigos encontrados, verificou-se que
20 deles fazem referência a estudos voltados as habilidades motoras de crianças e
adolescentes com TEA. Na tabela 2 estão descritas as principais características dos artigos
incluídos. Dos 20 estudos encontrados, 10 foram realizados nos EUA, três no Canadá, três na
China, dois na Europa, um no Brasil e um na Ásia. Todos os estudos selecionaram crianças ou
crianças e adolescentes como amostra e as idades variaram de um a 20 anos. Dez estudos
tiveram um delineamento transversal, um transversal e longitudinal, um de coorte e oito
estudos de intervenção.
Com relação aos objetivos dos estudos de intervenção, além de verificar o efeito do
exercício físico nas habilidades motoras, pretendia, também, identificar os efeitos na
socialização, na função executiva, no comportamento adaptativo e nos níveis de AF. Os
exercícios foram bastante variados, como: natação, tênis de mesa, atividades variadas em uma
colônia de férias, atividades de coordenação motora ampla, corrida, caminhada, através de um
jogo (arena Makoto), patinação e um jogo de vídeo game (Nintendo Wii). A duração das
intervenções variou de três semanas a 12 semanas, com duas ou três aulas por semana e as
sessões tiveram a duração de 30 a 70 minutos. Apenas uma teve como duração 4 horas por
cinco dias na semana, pois foi realizada em uma colônia de férias de verão, na qual a criança
passava todo o turno da tarde exercendo atividades.
36
Tabela 2. Características dos estudos de AF e habilidades motoras em crianças e adolescentes com TEA, de acordo com autor, ano, país, amostra,
principais objetivos, tipo de estudo, instrumentos e principais resultados
Nome /ano Tamanho da amostra Objetivo Tipo do estudo/ Questionários /testes Principais resultados
(país) Intervenção
(GREEN et al., 111 crianças com TEA, Foi explorar o grau de Transversal A bateria de avaliação do Das crianças com TEA, 79% tinham
2009), Europa com idade entre 9 a 12 comprometimento nas movimento para Crianças (M- comprometimentos nas habilidades
anos. habilidades motoras em ABC6) foi usada para determinar as motores; outros 10% tinham problemas
crianças com TEA e uma habilidades motoras finas e grossas; limítrofes. As crianças com um QI
grande variedade de foi aplicado com os pais o inferior a 70 foram mais prejudicadas
coeficiente de inteligência. questionário de desordem de do que aquelas com QI superior a 70.
coordenação do desenvolvimento Isto é consistente com a visão de que as
(DCDQ13); A avaliação do QI foi alterações de movimento podem surgir
medida usando a Escala de de um comprometimento neurológico
Inteligência Wechsler para crianças mais grave que também contribui para
(WISC-III-UK); a deficiência intelectual e a severidade
do TEA. O comprometimento das
habilidades motoras não foi associado
ao comportamento adaptativo.
(STAPLES e 25 crianças com TEA e 25 Comparar o desempenho das Transversal Autism Diagnostic Observation O grupo que correspondente à idade
REID, crianças com o habilidades fundamentais de Schedule (ADOS) foi utilizado para cronológica apresentou um
2010)Canadá desenvolvimento típico, movimentos de crianças com avaliar os níveis de desempenho significativamente melhor
com idade entre 9 a 12 TEA com três grupos desenvolvimento e habilidades de nas habilidades motoras. Ao comparar
anos, 22 crianças que diferentes, combinados em linguagem; Social Responsiveness com o grupo que possuía o mesmo
tinham o mesmo variáveis de desenvolvimento Scale (SRS) é usado para avaliar desenvolvimento nas habilidades
desenvolvimento nas específico: idade cronológica, comportamentos entre crianças em motoras, verificou-se que as crianças
habilidades motoras e 19 desenvolvimento de idade escolar e adolescentes com com TEA funcionam de forma
crianças com a mesma habilidades de movimento e TEA; Leiter-R é uma medida não semelhante às crianças com
idade mental das com desenvolvimento cognitivo. verbal que consiste em duas aproximadamente a metade da idade.
TEA. baterias de avaliação: (a) As comparações com um terceiro
visualização e raciocínio e (b) grupo que possuíam a idade mental
atenção e memória; Test of Gross equivalente revelaram que as
Motor Development (TGMD-2) habilidades motoras das crianças com
para avaliar as habilidades motoras TEA estão mais comprometidas.
de locomoção e controle de objetos.
(BRESLIN e 22 crianças com TEA, Examinar os efeitos de Transversal As habilidades motoras foram Houve diferenças significativas entre
RUDISILL, sendo 16 meninos e a idade suportes visuais sobre o avaliadas através do Test of Gross os protocolos. Os testes indicaram que
39
2013), EUA variou entre 3 a 10 anos. desempenho do teste de Motor Development (TGMD-2) sob a apresentação do cartão com a
desenvolvimento motor bruto três protocolos diferentes imagem da tarefa produziu escores
(TGMD-2) em crianças com (protocolo tradicional, protocolo de motor bruto significativamente mais
TEA. cartão de imagem e protocolo que elevado do que o protocolo tradicional
apresentava todas as imagens em e o protocolo das imagens em um
um pôster). pôster.
(LLOYD et al., 162 crianças com idade Descrever e comparar as Transversal/ longitudinal As habilidades motoras foram As habilidades motoras grossas e finas
2013)EUA entre 12 a 36 meses. habilidades motoras grossas e medidas por meio da Escala Mullen de crianças pequenas com TEA são
finas utilizando a Escala da Early Learning (MSEL); Para atrasadas e tornam-se progressivamente
Mullen da Early Learning confirmação do diagnóstico foi mais atrasadas com a idade. As
(MSEL) em um grupo de 162 administrado o Autism Diagnostic habilidades motoras fundamentais de
crianças com TEA e descrever Instrument-Revised (ADI-R); crianças pequenas com TEA não são
as habilidades motoras de 58 uma prioridade para equipes de
crianças com TEA em dois intervenção precoce, pois se
pontos do tempo, com concentram principalmente nos déficits
aproximadamente 12 meses de na comunicação e comportamentais
intervalo. como as estereotipias.
(MACDONALD 35 crianças (23 com TEA e Determinar se as habilidades Transversal As habilidades motoras foram As habilidades motoras de controle de
et al., 2014), 12 com TDP-NES - motoras funcionais de crianças medidas usando o TGMD-2; O objetos previam significativamente a
EUA Transtorno de de 6 a 15 anos com TEA de diagnóstico confirmatório de TEA gravidade do TEA. As crianças com
Desenvolvimento alto funcionamento preveem ou TDP-NES foi determinado pela habilidades motoras mais fracas têm
Pervasivo, não sucesso em habilidades administração do ADOS; Quociente maiores déficits de habilidades
especificado), as idades comunicativas sociais de Inteligência (IQ) foi mensurado comunicativas sociais. Contudo, isso
variaram entre 6 a 15 anos. padronizadas. pela escala de inteligência Stanford- não foi comprovado através das
Binet, (SB-5); Para medir as habilidades de locomoção também
habilidades sociais os professores medida pelo TGMD-2.
completaram o sistema de
aperfeiçoamento de competências
(SSIS).
(MACDONALD 159 crianças (110 - TEA, Determinar a relação entre as Transversal A Escala Mullen de Aprendizagem As habilidades motoras fina e as
et al., 2013), 26 - TDP-NES e 23 - sem habilidades motoras e as Precoce (MSEL) foi utilizada para habilidades motoras grossas
EUA TEA) entre as idades de 14 habilidades afetivas sociais e avaliar o desenvolvimento predisseram significativamente a
a 33 meses. comportamentos repetitivos de cognitivo e as habilidades motoras; gravidade do TEA. As crianças com
crianças com TEA. Os escores para confirmar o diagnóstico habilidades motoras mais fracas têm
básicos do TEA foram utilizaram o programa de maiores déficits de habilidades
utilizados para indicar os observação de diagnóstico (ADOS); comunicativas sociais.
escores de gravidade do TEA. As pontuações de gravidade do
TEA foram calibradas utilizando o
ADOS para avaliar a
40
sintomatologia do transtorno.
(HILTON et al., Cinco meninos e duas Investigar a eficácia de uma Intervenção Foi aplicado o Inventário de Correlações fortes foram observadas
2014), EUA meninas com idades entre intervenção de treinamento de Foram 30 sessões, sendo Classificação de Comportamento da entre determinados escores da função
9 a 13 anos de idade. “arena Makoto” sobre a 3 sessões por semana Função Executiva; Avaliação da executiva e das habilidades motoras,
Obs.: Todas as crianças velocidade de resposta, função com duração de até 30 coordenação motora foi pelo BOT- sugerindo uma relação entre as duas.
tinham que ter QI ≥ 70; executiva e desempenho motor minutos. Os participantes 2; Velocidade de reação média foi Os participantes aumentaram suas
em crianças em idade escolar jogavam por 2 minutos o registrada para cada participante e velocidades de reação média e
com TEA. arena de Makoto, cada por sessão pelo próprio jogo. observou-se uma melhora significativa
aluno tentava atingir o nas áreas da função executiva
alvo cerca de 1.800 (memória de trabalho e meta cognição
vezes. Os indivíduos e a área motora de força e agilidade).
eram instruídos a bater
nos alvos iluminados
com uma bola o mais
rápido possível.
(MCPHILLIPS 28 crianças com TEA (25 Determinar se as crianças com Transversal Foi utilizada a Escala de Observaram que o grupo com
et al., 2014), meninos); 27 crianças com TEA apresentam déficits Reatividade Social (SRS) para desenvolvimento típico demonstrou
Europa comprometimento motores semelhantes às confirmar o diagnóstico de TEA e habilidades motoras significativamente
específico da linguagem crianças com foi completada pelo professor; A melhores do que os grupos TEA e do
(26 meninos); 28 crianças comprometimento específico Escala Não-verbal de Capacidade com comprometimento específico da
com desenvolvimento da linguagem. de Wechsler (WNV) usada para linguagem. Análises detalhadas dos
típico (28 meninos); as medir o QI não-verbal. A Escala de subtestes motores revelaram que os
idades variaram de 8 a 10 Vocabulário de Imagem Britânica-2 grupos TEA e comprometimento
anos. e o Teste de Vocabulário específico da linguagem tinham perfis
Expressivo-2 foram utilizados para motores muito semelhantes em uma
avaliar vocabulário receptivo e gama de habilidades motoras.
expressivo, respectivamente. Para
interação social foi utilizada o
Composto de Comunicação Geral
(GCC) e o Composto de desvio de
interação social. A Bateria de
Avaliação do Movimento para
Crianças-2 (MABC-2) foi usada
para avaliar as habilidades motoras;
(BREMER et 9 crianças com TEA com 4 Investigar a efetividade Intervenção; O Peabody Developmental Grupo intervenção melhorou
al., 2015), anos de idade. intervenção na melhoria das As habilidades que foram MotorScales-2 (PDMS-2) é uma significativamente a manipulação de
Canadá (grupo experimental= 5, habilidades motoras, no ensinadas incluem tanto avaliação de habilidades motora; seus objetos e os escores motores
Grupo controle = 4). comportamento adaptativo e locomotor (correndo, Comportamento Adaptativo globais em relação ao escores de pré e
41
durante 4 horas por dia, MSEL (Mullen, 1995), foi utilizado socialização dos indivíduos durante a
em 5 dias por semana, para medir a função cognitiva; AF intervenção. Os níveis de AF se
durante 8 semanas foi medida com um ActiGraph mantiveram durante e após as quatro
(durante os meses de GT3X +; Interação social foi semanas de intervenção e não
verão). através de Observação Parque de encontraram diferenças entre os
Peer Engagement (POPE); grupos.
(LOURENÇO et 17 crianças (entre os 4 e os Avaliar a eficácia de um Intervenção (uma sessão Para avaliar a coordenação motora O grupo controle e experimental
al., 2016), 10 anos de idade) com programa de treino de por semana, com duração foi utilizado o testes de Bruininks – apresentaram melhora significativa na
Brasil TEA, distribuídas entre: trampolins, com a duração de de 45 minutos); Oseretsky; O IMC foi calculado proficiência motora. E o IMC não
grupo experimental (n=6), 20 semanas, na proficiência recorrendo à fórmula apresentou melhora em ambos os
e controlo (n=11) motora e índice de massa internacionalmente referenciada; grupos.
corporal (IMC) de crianças
com TEA.
(PAN et al., 22 meninos Avaliar os efeitos de uma Intervenção Bruininks–Oseretsky Test of Motor Ambos os grupos de crianças com TEA
2017), Taiwan Média de idade 9,08 intervenção de tênis de mesa O esporte desenvolvido Proficiency, Second Edition, apresentaram melhorias significativas
11 controle/ 11 intervenção de 12 semanas nas habilidades foi o tênis de mesa, com utilizado para mensurar as na habilidade motora e na função
motoras e na função executiva duas sessões semanais, habilidades motoras e Wisconsin executiva após 12 semanas de
de crianças com TEA e com duração de 70 Card Sorting Test Autism Behavior intervenção de atividade física. Além
examinar se essas melhoras minutos cada por 12 Checklist (ABC) utilizado para disso, as melhorias obtidas foram
foram sustentadas. semanas. Os testes foram avaliar a função executiva; Social sustentadas durante pelo menos 12
realizados três vezes para Responsiveness Scale, Second semanas no Grupo A. Os resultados
cada participante (Grupo Edition (SRS-2) para verificar o fornecem provas de que a atividade
A, agrupamento diagnóstico. física envolvendo o treinamento de
principal: linha de base tênis de mesa pode ser uma opção
(T1), pós-avaliação (T2), terapêutica viável.
e avaliação (T3) de
acompanhamento; Grupo
B, o agrupamento de
controle: T1-T2;
condição de intervenção,
T2-T3).
(MODY et al., 1781 indivíduos de TEA Verificar a linguagem, a Transversal Vineland Adaptive Behavior Scale- Ao realizar uma regressão linear,
2017), EUA com idades entre 2 a17 interação social e as Segunda Edição para mensurar a controlando para idade, QI não-verbal,
anos. habilidades motoras para coordenação motora grossa, o uso de medicação e o tônus muscular,
identificar as relações com os respondido pelo cuidador. Escalas foram encontradas associações
déficits de comunicação em Mullen de Aprendizagem Precoce significativas e positivas nas
indivíduos com TEA. foram utilizadas para medir a habilidades motoras finas com
coordenação motora fina, a linguagem expressiva e linguagem
linguagem expressiva e receptiva e receptiva em um subgrupo de crianças
43
de objetos.
(NAJAFABADI 28 crianças com TEA Avaliar a efetividade de Quase – experimental Foi utilizado subescala de interação Os resultados mostraram que o
et al., 2018), (faixa etária de 5 a 12 exercícios em grupo (esportes, O grupo de tratamento social da Gilliam Autism Rating programa de exercícios em grupo
Ásia anos) participaram deste brincadeiras e recreação) em foi submetido a 36 Scale - Segunda Edição (GARS- (esportes, brincadeiras e recreação)
estudo. crianças com TEA nas sessões de treinamento 2) e checklist de avaliação do melhorou significativamente o
habilidades motoras usando três vezes por semana de tratamento do autismo (ATEC) 15 equilíbrio (estático e dinâmico),
um design quase-experimental 40 minutos. para avaliar os déficits de interação coordenação bilateral e interação social
com medidas repetidas. social. Foi utilizado o o teste (p <0,05) em crianças com TEA.
Bruininks-Oseretsky para avaliar as
habilidades motoras.
(KETCHESON 34 crianças com TEA e 19 Foi medir os níveis de AF de Transversal Para medir a cognição foi utilizado As crianças com TEA passaram menos
et al., 2018), com desenvolvimento crianças com TEA e comparar o MSEL, para confirmação do tempo em atividades sedentárias e mais
EUA típico (DT), com idades esses resultados com crianças diagnóstico foi utilizado o ADOS. tempo em atividades leves, moderadas
entre 2 a 5 anos. com DT. Além de verificar a Para avaliar as habilidades motoras e vigoras, quando comparado com as
relação entre AF e as foi utilizado PDMS-2 é uma crianças com DT. As crianças com DT
habilidades motoras em avaliação padronizada desenvolvida obtiveram um escore bruto
crianças pequenas com TEA e para medir habilidades motoras significativamente maior que as
seus pares de DT. brutas e finas do nascimento da crianças com TEA independentemente
crianças até 71 meses de idade. do grau de TEA. Não houve relação
A AF foi avaliada com o entre as habilidades motoras e o nível
acelerômetro Actigraph GT3X +. de AF.
(CHU et al., 63 adolescentes com TEA Avaliou as associações das Transversal Para avaliar as habilidades motoras AFMV e autopercepção da condição
2019), China do sexo masculino, com competências entre as foi utilizado o teste de Bruininks física relacionada positivamente à
idades entre 12 e 18 anos. habilidades motoras com a AF Oseretsky de proficiência motora e coordenação manual e força e
e a autopercepção física de para mensurar a AF foi utilizado o agilidade.
adolescentes TEA. acelerômetro uniaxial GT1M AFMV foi o único preditor da
Actigraph. Para medir a coordenação manual.
autopercepção física foi utilizado o A condição física percebida explicou
questionário do Perfil de 16% da variância na força e na
Autopercepção Física, agilidade, e a AFMV e a condição
desenvolvido por Fox e Corbin. física percebida juntas representaram
26% da força e da agilidade.
37
No que diz respeito aos pontos de corte para definição da intensidade das AF
(sedentária, leve, moderada e vigorosa), a maioria dos estudos se basearam em Sandt e Frey
(2005), os pioneiros, utilizando como pontos de corte aqueles utilizados por Freedson et.al
(1997) e também foram utilizados por Tyler et.al. (2014), Pan e Frey, (2016), Pan (2008) e
Pan el al. (2011). O estudo de Macdonald et.al (2011) relatou o ponto de corte em counts
(atividades sedentárias <25, moderada 326-1625 e vigorosas >1626). Além da utilização de
acelerômetros, alguns estudos empregaram outros métodos concomitantemente para a
mensuração da AF, como diários, observação direta e questionários de forma a complementar
os estudos. Dois artigos mensuraram apenas por questionários: Memari etal. (2015) utilizou o
“Godin Shephard Leisure Time questionnaire” (GLTEQ) e Healy etal. (2016) utilizou a
versão adaptada do “leisure time exercise questionnaire”.
A grande maioria dos estudos utilizou o acelerômetro durante sete dias, mas foram
incluídos na amostra os sujeitos que o utilizaram por no mínimo 8h por dia, durante quatro
38
dias – três dias durante a semana e um dia no final de semana – . Tyler et.al (2014) utilizou-se
de um diário no qual os participantes deveriam registrar qualquer momento em que o aparelho
não foi usado, sendo excluídos do resultado final. Além disso, todas as marcações de
atividade de zero counts durante um período superior a 5 minutos foram excluídos da análise
de dados.
Tyler et. al. (2014) e Pan et. al. (2016) investigaram a aptidão física em seus estudos,
obtendo resultados distintos. Tyler relatou que os indivíduos com TEA apresentam menos
força e resistência do que os sem TEA. Já os dados dos testes de flexibilidade, IMC e
VO2max não apontaram diferenças estatísticas entre os grupos. Pan et.al. (2016) observou
que os indivíduos com TEA tiveram escores significativamente menores em todas as medidas
de aptidão física exceto no IMC.
diminuição do nível de AF. Foi evidenciado, também, que a estrutura familiar, as atividades
sedentárias, as comorbidades e a obesidade estão associadas à diminuição dos níveis de AF
em crianças e adolescentes com TEA. Além disso, percebe-se que o nível de AF no sexo
feminino foi significativamente menor do que no sexo masculino. O estudo de Memari et al.
(2015) apontou que o sexo, a renda familiar e a estrutura familiar estão associadas aos escores
de AF. Além disso, relatou que a falta de oportunidade e o fardo financeiro são os principais
obstáculos para prática de AF. E no estudo de Stanish et.al. (2017), relatou que as atividades
físicas mais realizadas pelos adolescentes com TEA, foram: natação e caminhada.
40
Tabela 3: Características dos estudos sobre os níveis de AF em crianças e adolescentes com TEA, de acordo com autor, ano, país, amostra,
principais objetivos, tipo de estudo, instrumentos e principais resultados
Autores (ano), Amostra Objetivo Tipo de estudo Instrumentos Principais resultados
País
(SANDT e FREY, 15 crianças com TEA e Comparar o nível de AF moderada e Transversal Acelerômetro e observação direta Não houve diferenças entre as crianças
2005), EUA 13 crianças sem TEA vigorosa, durante o recreio, nas aulas durante a aula de educação física e com e sem TEA em qualquer ambiente
entre cinco a 12 anos de educação física e depois da escola recreio. em relação à AF.
de idade. entre crianças com e sem (TEA).
(PAN e FREY, 30 jovens com idades Determinar os padrões de AF de jovens Transversal Acelerômetro Manufacturing A maioria dos jovens do estudo não
2006), Taiwan entre 10 a 19 anos com TEA e avaliar a influência e o Technologies Inc. (MTI) 7164 uniaxiale alcançou as recomendações mínimas de
apoio dos pais nas atividades físicas. e o questionário The AF por semana. Ao contrário dos
Child/AdolescentActivity Log (CAAL) resultados em jovens sem deficiência, a
elaborado para medir a AF diária. AF dos pais e o apoio não foram
Apoio Social para AF foi medido com considerados preditores para a AF dos
Scale21. filhos com TEA.
(PAN, 2008), 48 crianças, sendo 24 Comparar os percentuais de tempo Transversal Acelerômetro uniaxial, durante cinco As crianças com TEA eram menos ativas
Taiwan com TEA, de sete aos gasto em AF moderadas e vigorosas dias no período escolar. no recreio, na hora do almoço e no
12 anos em 14 escolas. pelas crianças com e sem TEA durante primeiro e no segundo período da manhã
o recreio. em comparação com aqueles sem
Deficiência, porém nenhuma criança
atingiu 40% em AF durante o recreio.
(MACDONALD et 72 crianças com Descrever os padrões AF leves, Transversal Para medir o nível de AF foi utilizado As crianças mais velhas com TEA são
al., 2011), EUA autismo, com idades de moderadas e vigorosa, de crianças de 9 o Acelerômetro (WASI). significativamente mais inativas, em
nove a 18 anos. a 18 anos de idade com TEA à medida comparação a crianças mais jovens.
que envelhecem.
(PAN et al., 19 crianças com TEA e Avaliar os níveis de AF nas aulas de Transversal A AF foi mensurada através do Os alunos com TEA eram menos ativos e
2011), Taiwan 76 sem TEA com idade educação físicas inclusivas. As acelerômetro GT1M Actigraph e o a AF foi relacionado positivamente com a
média de 14 anos. correlações ambientais e pessoais que engajamento social foi dividido em interação social e a AF moderada a
podem influenciar a AF durante a dois tipos (com adultos e colegas) e vigorosa dependia variou de acordo com o
educação física. duas formas (interação social e conteúdo e do ambiente físico das aulas.
iniciação sociais).
(OBRUSNIKOVA e 12 meninos e duas Avaliar as barreiras na participação de Transversal Escala de Adequação Social (SRS) As barreiras citadas foram intrapessoal,
CAVALIER, 2011 meninas com TEA, AF depois da escola percebidos por para validar o diagnóstico dos física, comunidade e instituição. Os
), EUA com idade entre 8 a 14 crianças com TEA e determinar se os participantes. Os níveis de AF foram facilitadores mais frequentes foram:
anos. padrões de AF de crianças com medidos pelo acelerômetro Actical físico, seguido por intrapessoal e
autismo. (Mini Mitter, Bend), e para identificar institucional.
a barreiras utilizaram a metodologia
41
Photovoice.
(MEMARI et al., 80 crianças e Analisar os padrões de AF em crianças Transversal de base GT3X Actigraph (acelerômetro)/ Houve uma redução substancial da
2013), Irã adolescentes com TEA com TEA e identificar possíveis fatores escolar questionário sobre dados atividade ao longo dos anos. Meninas
de 7 a 14 anos de associados que podem afetar a AF. demográficos, estado de saúde do seu eram significativamente menos ativas do
idade. filho/ medidas antropométricas/ diário que os meninos com TEA.
de comportamento.
(BANDINI et al., 53 crianças com TEA e Comparar os níveis de AF de crianças Transversal O diagnóstico de TEA foi verificado Os grupos de crianças apresentaram níveis
2013), EUA 58 crianças com com TEA com os de crianças sem por meio do Autism Diagnostic de AF moderada e vigorosa semelhantes.
desenvolvimento típico TEA. Interview-Revised (ADI-R) e o nível de Porém, crianças com TEA participaram
com idade entre 3 a 11 AF foi medido com o Actical menos e por um menor tempo em
anos. Acelerômetro. atividades físicas de acordo com o relato
dos pais.
(TYLER e 17 crianças com TEA e Investigar AF e a aptidão física de Transversal Nível de AF foi mensurado pelo Os indivíduos com TEA têm menos força
MACDONALD, 12 sem, com idades crianças em idade escolar com TEA em acelerômetro ActiGraph GTX3+, para e resistência que os sem TEA. Os dados
2014), EUA entre 9 a 17 anos. comparação a crianças com o diagnóstico foi aplicado o “autism dos testes de flexibilidade, IMC e
desenvolvimento típico. diagnostic observation Schedule” VO2max não apresentaram diferença
(ADOS), avaliação cognitiva foi feita estatística significativa entre os grupos.
através do “Stanford-Binet Intelligence Em relação aos dados de AF com TEA,
Scale Fifth Edition” (SB5), aptidão verificou-se que passam mais tempo em
física foi avaliada pelo teste de corrida atividades sedentárias e menos tempo em
de 20 metros, a flexibilidade foi atividade leves, moderadas e atividade
avaliada pelo teste de sentar e alcançar, física moderada e vigorosa (AFMV) em
a força foi medida pelo dynamometro e comparação com os seus pares.
foram avaliados os dados
antropométricos.
(MEMARI et al., 83 crianças (52 Verificar a participação de uma Transversal AF foi medida por meio de um Os resultados indicaram que apenas 10
2015), Irã meninos e 31 meninas) amostra escolar com TEA nas AF questionário “Godin Shephard Leisure (12%) das crianças com TEA eram
com TEA com idades diárias. Buscou-se, ainda, descrever Time Questionnaire” (GLTEQ), fisicamente ativas. As crianças estavam
entre 6 a15 anos. fatores individuais e sociais que validade e adaptado. Para avaliar as predominantemente envolvidas em
contribuíram para a participação em barreiras para AF, Foi fornecida uma atividades solitárias e não em atividades
AF de lazer. lista com as barreiras mais frequentes à sociais. Verificou-se que o sexo, a renda
participação na AF de lazer de seus familiar e a estrutura familiar estavam
42
de AF.
(HEALY et al., 67 crianças com TEA e Comparar a participação na AF, tempo Transversal Para medir a AF e a participação nos O grupo com TEA teve uma participação
2017), 73 de crianças sem de tela e obesidade das crianças com e esportes foi utilizado o questionário menor em AFMV. Ao verificar o tempo
Irlanda TEA com 13 anos. sem TEA e identificar as razões adaptado “Leisure Time Exercise de tela não foram observadas diferenças
relatadas para a falta de participação no Questionnaire”. Para avaliar o tempo significativas entre os grupos. A
desporto. de tela, os pesquisadores fizeram três porcentagem de sobrepeso ou obesidade
perguntas relacionadas ao tempo que a foi mais prevalente entre o grupo com
criança passa assistindo televisão ou TEA (34,4 vs. 24,7%).
DVD, utilizando o computador e
jogando vídeo game. Realizaram
perguntas para tentar explicar as razões
que os indivíduos não praticam
esportes e verificaram o IMC através
do peso e da altura.
(STANISH et al., 35 adolescente com Comparamos o tempo gasto em Transversal Autistic Diagnostic Interview, Revised Os adolescentes com TEA gastarem
2017), EUA TEA e 60 adolescentes AFMV, tipo e frequência das práticas (ADI-R) foi aplicado para confirmar o menos tempo em AFMV e apenas 14%
com desenvolvimento em atividades físicas entre adolescentes diagnostido de TEA; Vineland atendiam as recomendações de AF diária,
típico. com TEA e adolescentes com Adaptive Behavior Scales II (VABS-II) em quanto os demais adolescentes 16%
desenvolvimento típico. foi aplicado para analisar o nível de atingiam o recomendado. Além disso, os
funcionamento adaptativo. Para medir com TEA participaram de menos
a AF foi utilizado acelerômetros. atividades do que os outros adolescentes.
Desenvolveram um questionário para
coletar dados sobre o tipo e a
frequência das AFs.
(KETCHESON et 34 crianças com TEA e Foi medir os níveis de AF de crianças Transversal Para medir a cognição foi utilizado o As crianças com TEA passaram menos
al., 2018), EUA 19 com com TEA e comparar esses resultados MSEL, para confirmação do tempo em atividade sedentárias e mais
desenvolvimento típico com crianças com DT. Além de diagnóstico foi utilizado o ADOS. tempo em atividades leves, moderadas e
(DT), com idades entre verificar a relação entre AF e as Para avaliar as habilidades motoras foi vigoras, quando comparado com as
2 a 5 anos. habilidades motoras em crianças utilizado PDMS-2 é uma avaliação crianças com DT. As crianças com DT
pequenas com TEA e seus pares de padronizada desenvolvida para medir obtiveram um escore bruto
DT. habilidades motoras brutas e finas do significativamente maior que as crianças
nascimento da crianças até 71 meses de com TEA independentemente do grau de
idade. TEA. Não houve relação entre as
A AF foi avaliada com o acelerômetro habilidades motoras e o nível de AF.
Actigraph GT3X +.
(CHU et al., 63 adolescentes com Avaliou as associações das Transversal Para avaliar as habilidades motoras foi AFMV e autopercepção da condição
2019), China TEA do sexo competências entre as habilidades utilizado o teste de Bruininks física relacionada positivamente à
44
masculino, com idades motoras com a AF e a autopercepção Oseretsky de proficiência motora e coordenação manual e força e agilidade.
entre 12 e 18 anos. física de adolescentes TEA. para mensuar a AF foi utilizado o AFMV foi o único preditor da
acelerômetro uniaxial GT1M coordenação manual.
Actigraph. Para medir a autopercepção A condição física percebida explicou 16%
física foi utilizado o questionário do da variância na força e na agilidade, e a
Perfil de Autopercepção Física, AFMV e a condição física percebida
desenvolvido por Fox e Corbin. juntas representaram 26% da força e da
agilidade.
(HAMM e YUN, 320 adultos de 18 a 35 Foi examinar a influência da presença Transversal Para avalia a qualidade de vida foi As regressões múltiplas revelaram que a
2019), EUA anos de idades, 143 do TEA e da prática da AF nos utilizado o WHOQOL-BREF uma presença do TEA e a qualidade de vida
foram diagnosticados múltiplos domínios da qualidade de versão abreviada do World Health geral relacionada à saúde prevê, o
com TEA. vida relacionada à saúde em adultos escala de Qualidade de Vida da domínio da saúde física, o domínio
jovens. Organização. psicológico ea
A atividade física foi medida com o domínio do ambiente. Além disso, a
Godin Leisure-Time Questionário de atividade física previu significativamente
Exercício. cada domínio e, em geral,
qualidade de vida relacionada à saúde,
independentemente da presença do TEA.
(PASTOR et al., 78 crianças e Foi comparar a composição corporal e Transversal Medidas antropometricas e a AF foi A prevalência de sobrepeso e obesidade
2019), Espanha adolescentes nível de atividade física entre crianças avaliada com o acelerômetro Actigraph foi maior em homens do que em crianças
e adultos (56 meninos / e adultos com TEA. GT1M. do sexo masculino (p <0,001) e em
homens e 22 meninas / homens comparada com as mulheres (p =
mulheres), com idade 0,035). As crianças registraram mais
entre 7 e 48 anos AFMV (p = 0,040) do que adultos.
anos.
(BENSON et al., 15 adolescentes e Investigar as diferenças de sono, Transversal Para medir a AF todos completaram o Em comparação ao grupo DT, o grupo
2019)Canadá adultos com TEA e 17 sonolência e AF entre adultos jovens questionário Godin-Shephard Leisure- TEA dormiu mais em média por noite,
com desenvolvimento com TEA e desenvolvimento típico. Time Physical Activity Questionnaire mas demorou mais para adormecer. Em
típico (DT) com idades (GSLTPAQ). relação aos níveis de AF, uma
de 18 à 35 anos. Todos responderam um questionário porcentagem menor no grupo com TEA
sobre a qualidade do sono: “Perceived realiza as recomendações de AFMV
Sleep Quality, Insomnia and Sleep comparado com o grupo DT. Menos
Apnea Risk”. minutos de vigília durante o período de
Os parâmetros do sono e os níveis de sono na amostra de TEA foram
AF foram medidos objetivamente com associados com mais AF no dia seguinte.
o actigraph MotionloggerTM da
Ambulatory Monitoring Inc., usado no
pulso durante 14 dias.
45
Em crianças com TEA, os problemas do sono são comuns (BRAND et al., 2015). Liu
et.al. (2006) relataram que as taxas de prevalência de insônia variam entre 40% e 80%. Em
razão destas altas taxas de insônia, nos EUA uma organização chamada National Sleep
Foundation relatou que as crianças com TEA devem ser prioridade para as pesquisas
relacionadas ao sono (MINDELL et al., 2006). Cortesi et al (2010), ao realizar uma revisão
sobre o sono em crianças com TEA, descobriram que os pais de crianças com TEA relataram
um maior comportamento motorizado (agitação, aumento de comportamentos restritos e
estereotipados) após uma noite com sono gravemente prejudicado, em comparação com noites
com sono regular. (LIU et a l., 200 6; CORTESI et al., 2 010)
de 60 minutos por sessão. Tse et. al. (2018) utilizou atividades de basquete, foram duas
sessões semanas de 45 minutos, durante 12 semanas.
O estudo de Brand et.al. (2015) utilizou uma medida direta de avaliação do sono o
sleep – EEGs, foi avaliado no início, no final do estudo e duas noites durante a segunda
semana de intervenção, concomitante com a medida objetiva foi aplica mais dois
questionários, insomnia severity (ISI) e o Pittsburgh sleep quality índex (BRAND, et.al.
2015). O estudo de Tse et.al. (2018) os parâmetros do sono foram mensurados através do
acelerômetro Actigraph GTT3X+, utilizado no pulso da mão não dominante por sete dias
consecutivos. O algoritmo de Sadeh (1994) foi implementado para identificar o início do sono
47
e o deslocamento durante o sono. Foi realizado um diário para registrar horarios específícos
do sono (por exemplo, hora de dormir, início do sono, final do sono, horário de despertar e
duração do sono).
Tabela 4. Características dos estudos de AF e qualidade do sono em crianças e adolescentes com TEA, de acordo com autor, ano, país, amostra,
principais objetivos, tipo de estudo, instrumentos e principais resultados
Nome /ano Tamanho da amostra Objetivo Tipo do Questionários /testes Principais resultados
(país) estudo
(TATSUMI 31 crianças pré-escolares Investigar a associação Transversal AF e o sono foram medidas objetivamente Nas crianças sem TEA o tempo de início do sono após as
et al., com TEA e 16 sem entre atividade física medidas usando o acelerômetro Actiwatch no manhãs e tardes ativas não diferiu das manhãs e tardes inativas.
2015), pareadas por idade que diurna e sono em pré- pulso da mão não dominante durante sete dias. Em contraste, o início do sono após a manhã mais inativa
Japão variavam entre 48-83 escolares com ou sem Os participantes registraram os tempos em que (tempo médio de início do sono 9:57 pm) e a tarde mais inativa
meses. TEA. seus filhos removeram os dispositivos (tempo mediano de início do sono 10:24pm) começou
Actiwatch e quando os colocaram novamente. significativamente mais tarde do que após as manhãs mais
Os pais ou responsáveis também preencheram ativas (tempo de início: 9:21 pm) e as tardes mais ativas (tempo
“a Child Behavior Checklist” (CBCL). mediano de início do sono: 9:39 pm) em crianças com TEA. A
Os pais ou responsáveis preencheram uma porcentagem de sono para crianças sem TEA após a manhã
avaliação do sono das crianças por meio de um mais ativa foi significativamente maior do que a manhã mais
questionário. inativa. Associações significativas não foram encontradas entre
as AF realizadas no período da noite e o sono nas crianças com
TEA ou nas crianças sem TEA.
(WACHOB 10 crianças (nove Determinar a relação que Transversal Padrões de sono e níveis de AF foram medidos Verificou-se que as crianças eram significativamente menos
e LORENZI, meninos e uma menina) o envolvimento de AF pelo acelerômetro Actigraph GT3X+ (Modelo ativas na escola quando comparadas com o tempo pós-escolar;
2015), com idades entre 9 a 16 moderada a vigorosa tem ActiSleep), o qual as crianças utilizavam na Ao analisar a idade com as variáveis foram encontrados
EUA anos. sobre os padrões de sono cintura durante sete dias consecutivos; Índice resultados significativos relatando que os participantes mais
saudáveis nesta de Massa Corporal (IMC) das crianças foi velhos eram mais sedentários e tinham padrões de sono mais
população específica de calculado com base na altura, peso e idade; Os perturbados. Os dados também mostraram que as crianças mais
crianças. pais dos participantes foram convidados a ativas tiveram menos tempo acordados depois de adormecerem
preencher o “Children’s Sleep Habits e que as crianças que estavam envolvidas em comportamentos
Questionnaire (CSHQ)”. mais sedentários tendiam a ter uma menor eficiência do sono,
A validação do tempo de não-uso usou 60 min. ou seja, demoravam mais para adormecer depois de ir para a
de zeros consecutivos com uma tolerância de cama durante a noite.
pico de 2 min para identificar quando o
dispositivo era suposto a ser removido. Os dias
em que o dispositivo foi usado por 8h. foram
considerados inválidos e foram excluídos da
análise.
(BRAND et 10 participantes, sendo Investigar até que ponto Intervenção Foram 3 semanas consecutivas com três Insônia leve a moderada foi relatada em 70% das crianças. Em
al., 2015), cinco meninas com uma combinação de sessões semanais com duração de 60 minutos. comparação com as noites sem a AF, nas noites seguintes à AF,
49
Suiça idades entre sete a 13 treinamento de exercício Cada sessão foi composta por 30 minutos de a eficiência do sono aumentou, a latência do início do sono
anos; Seis eram aeróbico e coordenação bicicleta (a parte aeróbica), seguido de 30 encurtou e o tempo de vigília após o início do sono diminuiu
diagnosticadas com motora melhoraria o sono minutos de treinamento em coordenação para 63% da amostra, como avaliado através do sono-EEG. O
autismo infantil, três com e o desempenho físico motora e equilíbrio. O sono foi avaliado quatro humor na manhã, como avaliado pelos pais, melhorou após três
síndrome de Asperger e em uma pequena amostra vezes, no início e no final do estudo (noites em semanas, bem como a coordenação motora (bola jogando,
uma com autismo de alto de crianças com TEA. que não realizou AF) e duas noites durante a 2ª exercício de equilíbrio).
funcionamento. semana após AF.
O sono foi mensurado pelo sleep- EEGs, uma
medida objetiva e os pais ou responsável
também respondeu o questionário “Insomnia
Severity Index” (ISI); Para avaliar os horários
de sono e o funcionamento psicológico
relacionado ao sono, foi aplicado o
questionário baseado no “Pittsburgh Sleep
Quality Index”
(BENSON 15 adolescentes e adultos Investigar as diferenças Transversal Para medir a AF todos completaram o Em comparação ao grupo DT, o grupo TEA dormiu mais em
et al., com TEA e 17 com de sono, sonolência e AF questionário Godin-Shephard Leisure-Time média por noite, mas demorou mais para adormecer. Em relação
2019), desenvolvimento típico entre adultos jovens com Physical Activity Questionnaire aos níveis de AF, uma porcentagem menor no grupo com TEA
Canadá (DT) com idades de 18 à TEA e desenvolvimento (GSLTPAQ). realiza as recomendações de AFMV comparado com o grupo
35 anos. típico. Todos responderam um questionário sobre a DT. Menos minutos de vigília durante o período de sono na
qualidade do sono: “Perceived Sleep Quality, amostra de TEA foram associados com mais AF no dia
Insomnia and Sleep Apnea Risk”. seguinte.
Os parâmetros do sono e os níveis de AF
foram medidos objetivamente com o actigraph
MotionloggerTM da Ambulatory Monitoring
Inc., usado no pulso durante 14 dias.
(TSE e 40 crianças com TEA Examinar o impacto da Intervenção 12 semana de intervenção (2 sessões por Encontraram uma melhora significativa na eficiência do sono,
LEE, com idades entre 8 à 12 atividade física na semana de 45 minutos) de atividades de latência no início do sono e duração do sono no grupo de
2019), anos. qualidade do sono e basquete. intervenção, durante a semana. Além disso, uma melhoria
China cognição em crianças Os parâmetros do sono foram mensurados significativa no controle inibitório foi mostrado no grupo de
com TEA. através do acelerômetro Actigraph GT3X+ e intervenção. Nenhuma melhoria significativa na capacidade de
um registro do sono(utilizado no pulso por sete memória de trabalho foi documentada em ambos os grupos.
dias).
50
5 Materiais e Métodos
5.1 Delineamento
Considerando os objetivos estipulados e por investigar as condições relacionadas
à saúde, este estudo define-se como um estudo experimental (THOMAS E NELSON,
2002).
Após o contato inicial com as instituições foi realizada uma reunião em cada
instituição que atendem crianças com TEA, para explicar o objetivo e procedimentos do
trabalho. Após obter o contato das crianças, foi realizado uma ligação para cada
individuo, convidando para participar de uma reunião que aconteceu na Escola Superior
de Educação Física. Nessa reunião foram explicados os objetivos da presente pesquisa e
a importância da frequência nas atividades. A partir desse momento já foi marcado a
primeira avaliação.
A população deste estudo foi crianças com TEA, do sexo feminino e masculino,
com idades entre oito a 10 anos da cidade de Pelotas. A amostra final foi composta por
49 crianças com TEA, de ambos os sexos, com idades entre oito e 10 anos, sendo
alocados 29 no grupo controle(GC) e 20 no grupo experimental (GE).
GI:20
Sexo: Masculino (17)
Feminino (3)
Grau de TEA: Leve (12);
Moderado (5); Grave (3)
5.7 Avaliações
comportamentos da criança ocorridos pelo menos uma vez durante os últimos dois
meses.
O instrumento serviu como base para a verificação das estereotipias durante as
aulas, sendo que todas as aulas foram gravadas e posteriormente as aulas 3, 24, 42
analisadas registrando a frequência e o tipo de estereotipia das crianças no decorrer das
atividades.
5.7.5 Acelerômetro
crianças foram convidadas a usar um dispositivo no quadril direito preso por meio de
cintos elásticos (para medir a AF, visto que no pulso mensuraria as estereotipias como
AF – KRUGER, 2015-) e um no pulso da mão não dominante (para medir o sono),
durante sete dias consecutivos antes do início da intervenção, na oitava semana e após a
intervenção. Além disso, os pais ou responsáveis receberam um diário no qual devem
ser inseridas anotações dos períodos, os quais, eventualmente, o acelerômetro não for
utilizado. Foi anotado, ainda, o horário em que a criança dormiu e o horário que ela
acordou.
Após o recolhimento do acelerômetro, os dados foram analisados no software do
fabricante. A frequência de registro dos dados foi de 60Hz. Somente foi considerado
como dia válido para análise aqueles com no mínimo 480min./dia de dados registrados.
A validação do tempo de não-uso será de 60 min. de zeros consecutivos com
uma tolerância de pico de 2 min. para identificar se o aparelho for supostamente
removido. Além disso, 60min. de zero dados de registro do aparelho foram
interpretados como períodos de não-uso. Será considerado, ainda, como dia válido para
análise aquele em que a criança utilizar o acelerômetro por oito ou mais horas, caso
contrário o dia foi excluído das análises.
Para medir a intensidade das aulas, todas as crianças fizeram o uso do
acelerômetro no quadril do lado direito. Posteriormente os dados foram analisados no
software do fabricante e posteriormente analisados de forma continua.
AF foi coletada de forma contínua em minutos, mas depois operacionalizada de
maneira dicotômica (<300 min/sem – insuficientemente ativo; ≥300min/sem – ativo).
Os níveis de AF foram verificados por tempo despendido em atividades sedentárias,
leves, moderadas, vigorosas e muito vigorosas. Também pelo número de counts por
minuto (cpm). Foram utilizados os pontos de corte (leves: 101- 2295 com, moderadas:
2296- 4011 cpm e vigorosas: 4012 - ∞ com) de Evenson et.al, (2008), para categorizar
as atividades em diferentes intensidades.
Os dados de aceleração foram coletados a 60 Hz para a avaliação do sono
noturno utilizando o algoritmo de Sadeh et al. (1995). Este algoritmo foi utilizado
dentro dos períodos pré estabelecidos, (através de diário, em que os responsáveis
anotaram a hora que a criança dormiu e acordou) (anexo 6), para assim gerar as
seguintes variáveis: tempo total de sono e eficiência do sono, onde ambas foram
analisadas de forma contínua.
57
O programa de exercício físico teve como duração 16 semanas, com três sessões
semanais de 45 minutos. As aulas foram ministradas pela pesquisadora principal e por
mais três alunos com experiências prévias com a população estudada. O número de
alunos por aula foi de quatro a cinco crianças.
2° Parte – No aquecimento que era realizado por meio de brincadeiras que promovam a
interação social – estimulando contato com o colega – ex.: pega-pega, atividades com
música, lúdicas, entre outras;
3° Parte – A parte principal da aula foi composta por dois circuitos: o primeiro era
formado por três ou quatro atividades aeróbicas que deveriam ser repetidas em torno de
4 ou 5 vezes e o segundo circuito era de exercícios voltados aos membros inferiores,
superiores, tronco e abdômen ou exercícios multiarticulares;
6. Resultados
Tabela 7. Valores de média e desvio padrão das seguintes variáveis: habilidades motoras, autoagressão, estereotipias, agressão, questionário CSQ-PT,
tempo total de sono, eficiência do sono e AFMV por dia, antes, após oito semanas e após 16 semanas de intervenção
Pré Meio Pós Pré Meio Pós Grupo Tempo Grupo* Tempo
Média ±DP Média ±DP Média ±DP Média ±DP Média ±DP Média ±DP p p p
TGMD † 30,8 25,1 48,7 31,1 57,2 29,2 36,9 21,1 38,0 19,3 38,2 19,7 0,314 <0,001 <0,001
Autoagressão † 4,8 3,7 2,3 2,9 1,7 2,4 3,9 3,8 2,6 3,0 2,6 2,8 0,895 <0,001 0,177
Estereotipias † 22,0 16,4 13,3 12,4 12,2 9,3 12,5 10,9 10,6 8,7 11,3 9,1 0,187 0,001 0,016
Agressão † 5,6 4,9 2,2 2,1 1,7 2,6 3,1 4,1 2,7 3,2 3,6 2,1 0,994 0,019 0,014
CSHQ –PT † 59,7 7,3 55,7 5,8 54,8 5,9 54,0 7,2 51,35 6,4 51,2 6,8 0,16 <0,001 0,479
Total de tempo de sono 344,7 130,8 337,7 115,65 3383 142,85 424,7 70,5 428,7 80,4 434,4 77,8 0,005 0,974 0,897
(min.)*
Eficiência do sono (%)* 84,3 6,1 81,0 5,6 83,9 4,2 75,0 11,3 76,4 13,8 74,7 12,8 0,004 0,784 0,245
AFMV por dia (min)* 45,1 21,2 46,0 20,1 50,3 14,1 50,3 20,8 36,8 17,6 39,6 16,5 0,419 0,05 0,004
*Medidas pelo acelerômetro, † escore total, TGMD – quanto maior o escore melhores são as habilidades motoras. Autoagressão, agressão e
estereotipias – número total de comportamentos observados pelos pais. CSHQ-PT – menor o valor do escore, melhor é a qualidade do sono.
63
Como pode ser observada na figura 6 uma diminuição na média das estereotipias
durante as aulas, essa redução foi significativa, apresentando um p= 0,004.
perdeu a ecolalia e começou a formular frases, esse foi um avanço, esse trabalho é
maravilhoso, ele parou de se tocar, ele chegava a machucar o pênis, agora ele não
precisa mais usar o macacão...”.
Para os comportamentos de agressão, constatou-se uma interação significativa
entre os fatores grupo*tempo. Através do teste post hoc de bonferroni encontrou-se no
grupo intervenção uma melhora significava (p<0,003) da avaliação um para a avaliação
dois e para a avaliação três (pré, meio e pós). Os grupos controle e intervenção eram
semelhantes nos momentos pré (p=0,093), e se mantiveram no momento meio
(p=0,494) e no pós (p=0,159).
* * *
Figura 11. Média e desvio padrão da AFMV por dia do grupo controle e do
grupo intervenção. Letras minúsculas diferentes representam diferenças significativas
entre os momentos para o grupo intervenção. * representa diferença significativa entre
os grupos.
Grupo intervenção
25
20
15
10
0
Aula 3 Aula 24 Aula 46
Grupo intervenção
Figura 12. Média da intensidade das aulas mensurada pelo acelerômetro no grupo
intervenção.
7. Discussão
população (LOUD, MACDONALD, LORD, 2013), os quais tem sido citado como uma
característica marcante. Green et.al. (2009), em uma amostra de 111 crianças com TEA,
com idades entre nove a 12 anos, descreveram que 79% tinham comprometimento e
10% tinham déficits limítrofes nas habilidades motoras.
Somado a isso, melhorias nessas habilidades são fundamentais, visto que essas
características têm sido relatadas como barreiras para uma pratica regular de AF
(KRUGER, 2015, MUST, 2015). No estudo de Must et. al. (2015) foi evidenciado uma
relação entre as barreiras e à atividade física, quanto maior o número de barreiras
relatadas, menor é a participação nas atividades físicas, além disso, as barreiras para AF
também foram relacionadas positivamente com o tempo de tela das crianças com TEA.
Observou-se que crianças com TEA apresentaram um bom nível nas habilidades
motoras e desenvolvem as suas atividades de vida diária com maior desenvoltura e
independência. Outrossim, uma condição motora satisfatória contribui na participação
com sucesso em programas de exercícios físicos no que diz respeito a socialização no
ambiente de prática. No decorrer da intervenção verificou-se que a família entendeu a
importância da prática de AF, não apenas nas questões motoras, mas também na
oportunidade de uma melhor interação social.
Para Tse, Pan e Lee (2017), evidências consideráveis têm mostrado que o
exercício físico pode ser uma solução eficaz na redução dos comportamentos
estereotipados. Esses pesquisadores realizaram uma intervenção com exercícios de
“bater na bola”, e os resultados indicaram que a estereotipia com o movimento da mão
72
foi significativamente reduzida. Outro estudo que utilizou as técnicas de Kata (conjunto
de movimentos nas arte marcial) também encontrou resultados positivos, verificando
uma redução significativa nas estereotipias no grupo intervenção. Entretanto, não são
todos os estudos que obtém resultados positivos nesse quesito, Neely et al., (2015)
evidenciaram - através de uma intervenção com sessões de exercício físico de 10
minutos - que as estereotipias foram mantidas após as 12 semanas. Talvez o tempo de
aula não tenha sido suficiente para modificar os comportamentos.
deve ser destacado aqui é fato dos familiares perceberem uma mudança na rotina do
sono dessas crianças, que não foi identificado pelo acelerômetro.
Sabe-se que nesta população problemas relacionados ao sono são comuns. Malhi
et.al. (2018) revelou em seu estudo com 60 crianças com e sem TEA, que os problemas
do sono foram quase duas vezes mais prevalentes entre as crianças com TEA (88,3%)
em comparação com o grupo sem TEA (46,7%). Ou seja, as crianças com TEA
possuem um alto risco de problemas de sono. Esses problemas devem ser logo
identificados e intervenções devem ser iniciadas logo que possível, para assim, melhorar
a qualidade de vida dessas pessoas e de seus familiares.
Mesmo não encontrando resultados significativos em nossa pesquisa, vale
ressaltar que Brand et. al. (2015) observou que nas noites seguintes do ExF, a eficiência
do sono aumentou, a latência do início do sono encurtou e o tempo de vigília após o
início do sono diminuiu para 63% da amostra, avaliado através do eletroencefalograma
sono-EEG uma medida objetiva. Além disso, o humor na manhã - avaliado pelos pais -
melhorou após três semanas. No estudo de Tse el. al. (2018) verificou-se que as
atividades esportivas de basquete, realizadas duas vezes na semana com uma duração de
45 minutos por 12 semanas, encontraram uma melhora significativa na eficiência do
sono, na latência do sono e na duranção do sono no grupo intervenção, durante a
semana.
No estudo de Brand et.al. (2015) foi utilizou o eletroencefalograma para medir o
sono. O método é uma medida mais precisa para avaliar o sono se comparado a presente
pesquisa, onde foi utilizado o acelerômetro GT3X. Destaca-se que em ambas as
pesquisas observou-se uma avaliação positiva da ExF com relação à qualidade do sono
pelos familiares. No estudo de Tse el. al. (2018) utilizou a mesma ferramenda, do
presente estudo, para mensurar o sono - o acelerômetro GT3X- também utilizado no
punho por sete dias consecutivos e encontrou resultados positivos para três variaveis –
efeciência do sono, latência do sono e duração do sono, contudo as crianças do estudo
de Tse et.al. (2018) apresentavam um grau de TEA mais leve e apenas seis crianças
faziam uso de algum tipo de medicamento, ao comparar com o presente estudo, onde 32
crianças fazem o uso de algum tipo de medicamento de forma continua, o que pode ter
influênciado nos resultados. Com isso, mais estudos com ExF precisam ser realizados
e o uso de medicamentos é uma variável importante que necessita ser bem controlada.
74
8. Considerações Finais
proporcionados pelo contato com esse grupo de pessoas que, de fato, se tornaram
especiais para quem escreve essas frases.
Nesse sentido, para o enriquecimento de futuras discussões, acreditamos ser
oportuno apresentar as principais dificuldades encontradas durante a pesquisa:
2. Participação dos alunos: observou-se que alguns alunos passavam muito tempo
realizando estereotipias, deitados no chão ou simplesmente não apresentavam
interesse nas atividades, sendo necessário que os monitores acompanhassem
lado a lado, muitas vezes de mão dadas ou narrando as atividades passo a passo
até que adquirirem autonomia para a realização das atividades. A partir disso,
criou-se um sistema visual para chamar a atenção dos alunos (a sinaleira: verde
– bom comportamento, fez todos os exercícios; amarelo comportamento
mediano, não realizou todos os exercícios; vermelho comportamento ruim, não
realizou os exercícios) que contribuiu de forma significativa, porque eram
questionados sobre a sua participação e depois recebiam o feedback dos
professores e todos gostavam de receber o sinal verde, fazendo com que se
esforçassem mais.
77
10. Referências
ROJAHN J.; MATSON J. L.; LOTT D.; ESBENSEN A. J.; SMALLS Y. The Behavior
Problems Inventory: an instrument for the assessment of self-injury, stereotyped
behavior and aggression/destruction in individuals with developmental disabilities. J
Autism Dev Disord. v. 31, p.577-88, 2001.
SAE: Secretária de assuntos estratégicos 2016. Página inicial. Disponível em:
<http://www.secretariageral.gov.br/estrutura/secretaria_de_assuntos_estrategicos/>.
Acesso em: 13 de abril. de 2016.
SADEH A.; HAURI P.J.; KRIPKE D. F. The role of actigraphy in the evaluation of
sleep disorders. Sleep v.18 n.4. p.288–302. 1995.
SANDT, D. D. R.; FREY, G. C. Comparison of Physical Activity Levels Between
Children With and Without Autistic Spectrum Disorders. Adapted Physical Activity
Quarterly v. 22, n. 1, p. 146-159, 2005.
SCHENKELBERG, M. A. et al. Social Environmental Influences on Physical Activity
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41, May 2015. ISSN 1543-3080.
SCHOPLER E.; REICHLER R.; RENNER B. R. The Childhood Autism Rating Scale
(CARS). 10th ed. Los Angeles, CA: Western Psychological Services; 1988.
SCHMITZ OLIN, S. et al. The Effects of Exercise Dose on Stereotypical Behavior in
Children with Autism. Med Sci Sports Exerc, v. 49, n. 5, p. 983-990, May 2017. ISSN
0195-9131.
SHARP, W. G. et al. Feeding problems and nutrient intake in children with autism
spectrum disorders: a meta-analysis and comprehensive review of the literature. J
Autism Dev Disord, v. 43, n. 9, p. 2159-73, Sep 2013. ISSN 0162-3257.
SILVA, F. G.; SILVA, C. R.; BRAGA, L. B.; NETO, A. S.; Portuguese children's sleep
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90. n.1. p.78−84. 2014.
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TAN, B. W.; POOLEY, J. A.; SPEELMAN, C. P. A Meta-Analytic Review of the
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85
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ISSN 1034-4810.
THOMAS, J. R.; NELSON J.K. Métodos de pesquisa em atividade física. São Paula:
Artmed, 2002.
11.Anexos
11.1 Ficha do teste do TGMD-2
AVALIAÇÃO DO TGMD
Nome: ___________________________________________
1º 2º ES
Escore da Habilidade
Escore da Habilidade
3. Solto com 1.A perna de não suporte movimenta-se para frente de modo
Escore da Habilidade
Escore da Habilidade
Escore da Habilidade
Escore da Habilidade
1º 2º ES
Escore da Habilidade
lugar
2.Empurrar a bola com os dedos (não com a palma)
Escore da Habilidade
Escore da Habilidade
90
Escore da Habilidade
Escore da Habilidade
bola por estendida atrás do tronco, enquanto o peito esta de frente para
os cones.
baixo
2.Um passo a frente com o pé oposto a mão preferencial em
direção aos cones.
Escore da Habilidade
Nome:
Nome do responsável:
Dia da coleta:
I. Relações Pessoais____________________________________________________________
1.5
2 Relações levemente anormais: A criança pode evitar olhar o adulto nos olhos, evitar o adulto ou
ter uma reação exagerada se a interação é forçada, ser excessivamente tímido, não responder ao
adulto como esperado ou agarrar-se ao pais um pouco mais que a maioria das crianças da mesma
idade.
2.5
3.5
________________________________________________________
Observações:
II. IMITAÇÃO____________________________________________________________________
1 Imitação adequada: A Criança imita sons, palavras e movimentos, os quais adequados para o seu
nível de habilidade.
1.5
92
2 Imitação levemente anormal: Na maior parte do tempo a criança imita comportamentos simples
como bater palmas ou sons verbais isolados; ocasionalmente imita somente após estimulo ou
com atraso.
2.5
3 Imitação moderadamente anormal: a criança imita apenas parte do tempo e requer uma grande
dose de persistência ou ajuda do adulto; frequentemente imita apenas após um tempo ( com
atraso).
3.5
4 Imitação gravemente anormal: A criança raramente ou nunca imita sons, palavras e movimentos
mesmo com estímulo e assistência.
________________________________________________________
Observações:
III.RESPOSTA EMOCIONAL__________________________________________________________
1 Resposta emocional adequada à situação e à idade: A Criança de mostra tipo e grau adequados
de resposta emocional, indicada por uma mudança na expressão facial, postura e conduta.
1.5
2.5
3.5
4 Resposta emocional gravemente anormal: As respostas são raramente adequadas a situação. Uma
vez que a criança atinja um determinado humor, é muito difícil alterá-lo. Por outro lado, a
criança pode demonstrar emoções diferentes quando nada mudou.
________________________________________________________
Obeservações:
93
IV.USO CORPORAL__________________________________________________________
1 Uso corporal adequado à idade: A Criança move-se com a mesma facilidade, agilidade e
coordenação motora que uma criança normal da mesma idade.
1.5
2 Uso corporal levemente anormal: Algumas peculiaridades podem estar presentes, tais como falta
de jeito, movimentos repetitivos, pouca coordenação ou presença rara de movimentos incomuns.
2.5
3.5
4 Uso corporal gravemente anormal: Movimentos intensos ou frequentes do tipo listado acima são
sinais de uso corporal gravemente anormal. Estes comportamentos podem persistir apesar das
tentativas de desencorajar as crianças a fazê-los ou de envolver a criança em outras atividades.
________________________________________________________
Obeservações:
V.USO DE OBJETOS__________________________________________________________
1 Uso e interesse adquados por brinquedos e outros objetos: A Criança demonstra interesse normal
por brinquedos e outros objetos adequados para o seu nível de habilidade e os utiliza de maneira
adequada.
1.5
2 Uso e interesse levemente inadequado por brinquedos e outros objetos: A criança pode
demonstrar um interesse atípico por um brinquedo ou brincar com ele de forma inadequada, de
um modo pueril (exemplo: batendo ou sugando o brinquedo).
2.5
3 Uso e interesse moderadamente inadequado por brinquedos e outros objetos: A criança pode
demonstrar pouco interesse por brinquedo ou outros objetos, ou pode estar preocupada em usá-lo
de maneira estranha. Ela pode concentrar-se em alguma parte insignificante do brinquedo,
tornar-se fascinada com a luz que reflete do mesmo, repetitivamente mover alguma parte do
objeto ou exclusivamente brincar com ele.
94
3.5
4 Uso e interesse gravemente inadequado por brinquedos e outros objetos: A criança pode engajar
nos mesmos comportamentos citados acima, porém com maior frequência e intensidade. É difícil
distrair a criança quando ela está engajada nestas atividades inadequadas.
________________________________________________________
Observações:
VI.RESPOSTA A MUDANÇA__________________________________________________________
1.5
2 Resposta à mudança adequada a idade levemente anormal: Quando um adulto tenta mudar
tarefas, a criança pode continuar na mesma atividade ou usar os mesmos materiais.
2.5
3.5
4 Resposta à mudança adequada a idade gravemente anormal: A criança demonstra reações graves
às mudanças. Se uma mudança é forçada, ela pode tornar-se extremamente zangada ou não
disposta a ajudar e responder com acessos de raiva.
_______________________________________________________
Observações:
VII.RESPOSTA VISUAL__________________________________________________________
1 Resposta visual adequado: O comportamento visual da criança é normal e adequado para sua
idade. A visão é utilizada em conjunto com outros sentidos como forma de explorar um objeto
novo.
1.5
95
2 Resposta visual levemente anormal: A criança precisa, ocasionalmente, ser lembrada de olhar
para os objetos. A criança pode estar mais interessada em olhar espelhos ou luzes do que o fazem
seus pares, pode ocasionalmente olhar fixamente para o espaço, ou pode evitar olhar as pessoas
nos olhos.
2.5
3 Resposta visual moderadamente anormal: A criança deve ser lembrada frequentemente de olhar
para o que está fazendo, ela pode olhar fixamente para o espaço, evitar olhar as pessoas nos
olhos, olhar objetos de um ângulo incomum ou segurar os objetos muito próximos aos olhos.
3.5
4 Resposta visual gravemente anormal: A criança evita constantemente olhar para as pessoas ou
para certos objetos e pode demonstrar formas extremas de outras peculiaridades visuais descritas
acima.
________________________________________________________
Observações:
VIII.RESPOSTA AUDITIVA__________________________________________________________
1.5
2 Respostas auditiva levemente anormal: Pode haver ausência de resposta ou uma resposta
levemente exagerada a certos sons. Respostas a sons podem ser atrasadas e os sons podem
necessitar de repetição para prender a atenção da criança. A criança pode ser distraída por sons
externos.
2.5
3.5
4 Respostas auditiva gravemente anormal: A criança reage exageradamente e/ou ou despreza sons
num grau extremamente significativo, independente do tipo de som.
________________________________________________________
Observações:
96
1 Uso e respostas normais do paladar, olfato e tato: A da criança explora novos objetos de um
modo adequado a sua idade, geralmente sentido ou olhando. Paladar ou olfato podem ser usados
quando adequado. Ao reagir a pequenas dores do dia-a-dia, a criança expressa desconforto mas
não reage exageradamente.
1.5
2 Uso e resposta levemente anormal do paladar, olfato e tato: A criança pode persistir em colocar
objetos na boca; pode cheirar ou provar/experimentar objetos não comestíveis. Pode ignorar ou
ter reação levemente exagerada à uma dor mínima, para qual uma criança normal expressaria
somente desconforto.
2.5
3 Uso e resposta moderadamente anormal do paladar, olfato e tato: A criança pode estar
moderadamente preocupada em tocar, cheirar ou provar objetos ou pessoas. A criança pode
reagir demais ou muito pouco.
3.5
4 Uso e resposta gravemente anormal do paladar, olfato e tato: A criança está preocupada em
cheirar, provar e sentir objetos, mais pela sensação do que pela exploração ou uso normal dos
objetos. A criança pode ignorar completamente a dor ou reagir muito fortemente a desconfortos
leves.
________________________________________________________
Observações:
X.MEDO E NERVOSISMO________________________________________________________
1.5
2.5
97
3.5
4 Medo e nervosismo gravemente anormal: Medos persistem mesmo após experiências repetidas
com eventos ou objetos inofensivos. É extremamente difícil acalmar ou confortar a criança. A
criança pode, por outro lado, falhar em demonstrar consideração adequada aos riscos que outras
crianças da mesma idade evitam.
________________________________________________________
Observações:
XI.COMUNICAÇÃO VERBAL________________________________________________________
1.5
2 Comunicação verbal levemente anormal: A fala demonstra um atraso global. A maior parte do
discurso tem significado; porém, alguma ecolalia ou inversão pronominal podem ocorrer.
Algumas palavras peculiares ou jargões podem ser usados ocasionalmente.
2.5
3 Comunicação verbal moderadamente anormal: A fala pode estar ausente. Quando presente, a
comunicação verbal pode ser uma mistura de alguma fala significativa e alguma linguagem
peculiar, tais como jargão, ecolalia ou inversão pronominal. As peculiaridades na fala
significativa podem incluir questionamentos excessivos ou preocupação com algum tópico em
particular.
3.5
4 Comunicação verbal gravemente anormal: Fala significativa não é utilizada. A criança pode
emitir gritos estridentes e infantis, sons animais, ou bizarros, barulhos complexos semelhantes à
fala, ou pode apresentar o uso bizarro e persistente de algumas palavras reconhecíveis ou frases.
________________________________________________________
Observações:
1.5
2.5
3.5
4 Uso da comunicação não-verbal gravemente anormal: A criança utiliza somente gestos bizarros
ou peculiares, sem significado aparente, e não demonstra nenhum conhecimento do significado
associados aos gestos ou expressões faciais dos outros.
________________________________________________________
Observações:
1 Nível de atividade física normal para idade e circunstâncias: A criança não é nem mais nem
menos ativa que uma criança normal da mesma idade em uma situação semelhante.
1.5
2 Nível de atividade levemente anormal: A criança pode tanto ser pouco irrequieta quanto um
pouco “preguiçosa”, apresentando, algumas vezes, movimentos lentos. O nível de atividade da
criança interfere apenas levemente seu desempenho
2.5
3 Nível de atividade moderadamente anormal: A criança pode ser bastante ativa e difícil de conter.
Ela pode ter uma energia ilimitada ou pode não ir prontamente para a cama à noite. Por outro
lado, a criança pode ser bastante letárgica e necessitar de um grande estímulo para mover-se.
3.5
________________________________________________________
99
Observações:
1 Nível de atividade física normal para idade e circunstâncias: A criança não é nem mais nem
menos ativa que uma criança normal da mesma idade em uma situação semelhante.
1.5
2 Nível de atividade levemente anormal: A criança pode tanto ser pouco irrequieta quanto um
pouco “preguiçosa”, apresentando, algumas vezes, movimentos lentos. O nível de atividade da
criança interfere apenas levemente seu desempenho
2.5
3 Nível de atividade moderadamente anormal: A criança pode ser bastante ativa e difícil de conter.
Ela pode ter uma enegia ilimitada ou pode não ir prontamente para a cama à noite. Por outro
lado, a criança pode ser bastante letárgica e necessitar de um grande estímulo para mover-se.
3.5
________________________________________________________
Observações:
1.5
2 Funcionamento intelectual levemente anormal: A criança não é tão inteligente quanto a uma
típica criança da mesma idade, porém, a criança pode funcionar próximo do normal em uma ou
mais áreas intelectuais.
2.5
3.5
4 Funcionamento intelectual gravemente anormal: Embora a criança geralmente não seja tão
inteligente quanto uma típica criança da mesma idade, ela pode funcionar até mesmo melhor que
uma criança normal da mesma idade em uma ou mais áreas.
________________________________________________________
Observações:
1.5
2 Autismo leve: A criança apresenta apenas um pequeno número de sintomas ou somente um grau
leve do autismo.
2.5
3.5
________________________________________________________
Obeservações:
Resultado:
Informações Educacionais
35. Em geral quantas horas por dia ele usa o computador e/ou vídeo game?
a) num dia normal da semana [ ] horas
b) durante um dia no final de semana [ ] horas
[ ] carro ou moto
[ ] a pé
[ ] bicicleta
[ ] outro __________________
PERCEPÇÃO DE SAÚDE
41.De um modo geral, que tipo de efeito o autismo tem sobre a saúde emocional
ou mental de seu filho?
( ) Muito negativo ( ) Pouco negativo ( ) Nem positivo nem negativo ( ) Pouco
positivo ( ) Muito positivo
42. De um modo geral, que tipo de efeito o autismo tem sobre a saúde física de seu
filho?
( ) Muito negativo ( ) Pouco negativo ( ) Nem positivo nem negativo ( ) Pouco
positivo ( ) Muito positivo
43. Considerando os últimos 30 dias com que frequência ele comeu ou bebeu os seguintes
alimentos:
Nunca 1a3 1 a 3 vezes 4 a 6 dias Todos os
vezes no na SEMANA na DIAS da
MÊS SEMANA semana
1. sucos de frutas naturais ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
2. saladas verdes (com ou sem outros vegetais) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
3. batatas fritas e outras frituras ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
4. doces (balas, bolos, etc.) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
5. frutas (não inclui sucos) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
6. verduras (não inclui sucos) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
7. Carnes (porco, rês, frango ou peixe) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
Preferencias de Atividades
Ministério da Educação
Universidade Federal de Pelotas
Escola Superior de Educação Física
Manual de instrução do uso do acelerômetro
Este aparelho serve para medir as atividades que a criança faz no dia-a-dia
(caminha/correr, andar de bicicleta, jogar bola, ficar sentado, dormir e etc.). Além disso,
os horários de todas as atividades realizadas são captados.
Por favor, coloque um dos aparelhos na cintura da criança (no qual o aparelho
deve permanecer do lado direito da criança) e outro deve ser colocado no pulso da
mão não dominante. Ele(a) deverá utilizá-lo 24h por dia, inclusive ao dormir
(exceto quando houver risco de molhá-lo).
CUIDADOS
1. O APARELHO NÃO DEVE SER MOLHADO! RETIRE O APARELHO DA
CRIANÇA PARA TOMAR BANHO E COLOQUE DE NOVO QUANDO A
CRIANÇA ESTIVER SECA.
2. O APARELHO É FRÁGIL (PODE QUEBRAR FACILMENTE). TENTE NÃO
DEIXÁ-LO CAIR NO CHÃO. UTILIZE-O SEMOMENTE CONFORME ESTAS
INSTRUÇÕES E NÃO ESQUEÇA DE TIRÁ-LO DA ATIVIDADES NA PISCINA.
Como colocar o aparelho
Um aparelho deve ser colocado na cintura apoiado no lado direito por uma cinta elástica
(como se fosse um cinto).
Um aparelho deve ser colocado no pulso da mão não dominante (como se fosse um
relógio).
Diário do aparelho
O diário serve para anotar algum fato importante que poderá ocorrer durante o período
de uso de aparelho, como por exemplo, caso seja esquecido de colocar o aparelho por
algum tempo ou retirá-lo para alguma atividade. Além disso, nesses casos, deverá ser
anotada também, a hora que retirou e a hora que colocou o aparelho novamente.
E também é muito importante você anotar a hora que ele foi dormir e a hora que ele
acordou.
111
Data Hora que retirou o aparelho Hora que colocou novamente Hora que dormiu Hora que acordou
Terça - feira
29/11
Quarta - feira
30/11
Quinta - feira
1/12
Sexta - feira
2/12
Sábado
3/12
Domingo
4/12
Segunda - feira
5/12
Terça - feira
6/12
111
112
112