Você está na página 1de 19

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS

FISIOTERAPIA

Amanda Caroline da Silva Lins - 22005495


Ana Beatriz Oliveira dos Santos- 22002519
Eduardo Albino Semmler- 22007884
Gabriela Picinato- 22000534
Jordan Luz- 22008383
Leonardo de Vitti Pastori - 22004078
Lucas Borges Fagundes- 22003279
Maria Clara de Melo Guimarães- 22002081
Pedro Henrique Causo Zambeli- 22001688
Valentina Goes- 22010955

PROJETO INTEGRADOR- ÓRGÃOS E SISTEMAS

Campinas
2022
1

SUMÁRIO

1. Introdução………..............................................................................................02
2. Desenvolvimento............................................................................................... 03
3. Projeto de Extensão...........................................................................................11
4. Conclusão...........................................................................................................12
5. Referências Bibliográficas................................................................................15
2

1. INTRODUÇÃO

O propósito do trabalho é abordar a porcentagem de pessoas afetadas pela


patologia durante o ano, seus tratamentos de retardo e qual área da fisioterapia pode
auxiliar. Entender qual é a origem da Esclerose Lateral Amiotrófica e como ela age no
corpo, lembrando que não atinge só o paciente, mas também o emocional de cuidadores
e familiares que veem o paciente adoecer. Também ressaltando que as tomadas de
decisão muitas vezes não cabe ao paciente, pois é uma doença que afeta o emocional, o
financeiro, a religião e o social. Pensando nisso, propomos um projeto de extensão com
a ideia de alertar a população a ter respeito e empatia por pessoas com doenças
neurodegenerativas, pois a sociedade muitas vezes já tem em sua cabeça que
inconscientemente o diferente é confuso, então sem querer fazer uma careta que deixa o
indivíduo desconfortável, ou fazer perguntas que não o faça bem. Esse projeto tem a
finalidade de exercitar a empatia ao próximo e ajudar essas pessoas que possuem a
patologia a viverem com respeito em sociedade.
3

2. DESENVOLVIMENTO

A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é doença neurodegenerativa progressiva


do sistema nervoso central , associada à degeneração e perda de neurônios motores do
córtex cerebral, tronco encefálico e medula espinhal. Observa-se, portanto, o
comprometimento de neurônios motores superiores e inferiores . A doença afeta as
fibras ao longo do trato córtico-espinhal, que constitui o maior e mais importante
sistema de fibras descendentes do cérebro humano, transmitindo os impulsos que
controlam os movimentos voluntários. (GARCIA, L. N., 2007)

Existem cerca de 200 mil casos de ELA no mundo e destes apenas 12 mil estão
no Brasil, sua incidência média é de 1/50.000 casos por ano e a sua prevalência média
de 1/20.000 casos por ano, sendo destes o predomínio no sexo maculino com a razão
entre homens e mulheres de 1,5:1. Outra forma de analisá-la seria através da prevalência
da doença na faixa etária, sendo mais comum entre 55 e 75 anos de idade, tendo de 3 a 5
anos de vida e com cerca de 25% dos pacientes sobrevivendo por mais de cinco anos.

Para entender o processo da doença, é necessário entender o funcionamento


fisiológico normal do organismo. Os neurônios são células responsáveis por conduzir
impulsos nervosos a partir de vias sensoriais ao Sistema Nervoso Central (SNC), que é
constituído pelo encéfalo e medula espinal, e também responsáveis por conduzir
respostas do SNC ao tecido alvo.

Os neurônios motores fazem parte da via eferente, ou seja, a via que leva o
estímulo do SNC para o SNP (Sistema Nervoso Periférico), e são responsáveis pela
função metabólica e morfológica das fibras musculares, unidades do músculo
responsáveis pela contração. Logo, os neurônios motores levam o estímulo do SNC para
as fibras musculares. Sem o estímulo, o neurotransmissor acetilcolina não atravessa a
junção neuromuscular para ser liberado no retículo sarcoplasmático, que é responsável
pela abertura dos canais de cálcio e é essencial para o funcionamento das unidades
contráteis do músculo, o sarcômero.

De forma a compreender melhor o processo do estímulo e contração, analisa-se


as estruturas celulares e suas funções. O neurônio possui dendritos, que são
4

responsáveis por receber o estímulo; o corpo celular, que processa o estímulo; o axônio,
que conduz o estímulo; e a bainha de mielina, que cerca o axônio e auxilia na condução
rápida e precisa do estímulo. De forma a comunicar o neurônio e o músculo, existe a
junção muscular, que libera os neurotransmissores nos sarcômeros, que são células
excitáveis, e a partir dos ´túbulos T´, ocorre a despolarização da célula. A
despolarização é a inversão de cargas na célula, ou seja, o meio intracelular fica positivo
e o meio extracelular fica negativo. Essa inversão acontece devido a abertura dos canais
dependentes de voltagem, que são iônicos, a partir da ação direta ou indireta dos
neurotransmissores. A abertura destes canais permite a troca de íons, e também a
entrada de Ca 2+, que é responsável pelo funcionamento dos filamentos do sarcômero,
logo, a contração muscular.

O excesso de íons e proteínas excitatórias também pode alterar a estrutura e


funcionamento neurológico, podendo causar a degeneração até a morte celular
programada, apoptose. A morte progressiva e degeneração desses neurônios é
responsável pelo acometimento das funções musculares voluntárias, até a progressão ao
acometimento de funções no sistema digestório e cardiorrespiratório.

É importante destacar o comprometimento do sistema respiratório, já que


corresponde a maior causa de mortes por ELA. A disfunção respiratória é resultado do
não funcionamento dos mecanismos de ação dos três grupos musculares respiratórios
que ocorre devido a desnervação ativa dessas estruturas. Os músculos inspiratórios,
especialmente o diafragma, são mais afetados, resultando numa hipoventilação alveolar
e hipercapnia evolutiva, que comprometem amplamente a saúde do portador de ELA.

Várias hipóteses da etiopatogenia de ELA têm sido levantadas, como a mutação


da enzima que catalisa superóxido-dismutase (SOD-1), que aumenta os radicais livres e
com isso ocorre a morte dos neurônios. A excitotoxicidade com aumento do glutamato e
fatores virais tardios (poliomielite) também são fatores que desencadeiam a ELA.
(GARCIA, L. N., 2007)

A ELA é uma doença de caráter neurodegenerativo que acomete os 1º e 2º


neurônios motores superiores e inferiores, onde ocorre a deterioração em progressão das
células do núcleo motor presente nos nervos do tronco encefálico. Ou seja, envolve o
5

feixe motor córtico-espinhal (piramidal) e de neurônios no cormo anterior da medula


espinhal juntamente com os núcleos motores dos nervos cranianos bulbares. (SANTOS,
M. R. 2017)

Grande parte dos pacientes é acometida primeiramente nos neurônios motores da


medula espinhal, enquanto que para cada 4-5 indivíduos, o início se dá através do bulbo.
(SANTOS, M. R. 2017)

A degeneração progressiva dos neurônios motores da ELA leva a morte celular,


causando a incapacidade do cérebro de iniciar e controlar os movimentos musculares, os
pacientes no estágio final da doença podem ficar totalmente paralisados.

O estudo da patologia colabora de forma uniforme para o diagnóstico da doença


Esclerose Lateral Amiotrófica, fazendo o uso de exames de sangue como um dos
métodos para identificação da ELA.

Devido a degeneração dos neurônios motores, o tecido nervoso é afetado que


inerva outros tecidos do corpo, iniciando um processo inflamatório que é uma forma de
reação e proteção do corpo. Uma inflamação no sistema nervoso central chama-se
neuroinflamação, onde há evidências crescentes de que a neuroinflamação acompanha a
morte de neurônios motores na ELA. No entanto, as evidências até agora não sustentam
que a ELA seja uma doença autoimune. O processo inflamatório aparentemente é uma
reação à morte das células, e não o instigador.

A esclerose lateral amiotrófica não tem cura, mas seu ritmo de progressão pode
ser diminuído. O medicamento Radicava (edaravone), foi aprovado pelo FDA (Food
and Drug Administration) em 2017 para o uso no tratamento de pacientes com a
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). A droga é intravenosa e tem função de diminuir o
ritmo do declínio funcional de um paciente diagnosticado. O Radicava deve ser
manuseado por um profissional da saúde.

Outros fármacos como o ozanezumabe, ceftriaxona, dexpramixol, mexiletina,


anakinra, ácido tauroursodioxicolico e eritropoietina, não causam retardos significativos
ou favoráveis no avanço da ELA. Desse modo, o Edaravone é o único medicamento
6

recente que pode ser usado como alternativa para o tratamento, já que diminui o ritmo
de progressão da doença.

As diretrizes de tratamento e protocolos também incluem, tratamentos não


medicamentosos como o suporte ventilatório não invasivo nas suas várias modalidades,
o treinamento muscular inspiratório, empilhamento de ar como a terapia de
hiperinsuflação manual, remoção das secreções, suporte nutricional e atendimento
domiciliar.

Os tratamentos podem ser realizados por especialistas em variadas áreas da


saúde como nutricionistas, psicólogos, fonoaudiólogos e os fisioterapeutas. A
fisioterapia ajuda tanto na parte motora como na respiratória. Devido à fraqueza
muscular generalizada, os músculos respiratórios enfraquecem e ocasionam a
insuficiência respiratória do paciente. Além disso, o fisioterapeuta vai ajudar na parte
motora do paciente, na qual ele vai dar mais atenção a força muscular, e vai evitar
complicações como dores locais ou gerais, trombose e edemas. A fisioterapia motora
também aliviará a pressão devido a longos períodos em repouso, vai maximizar a força
muscular e a independência do paciente que conseguir realizar as atividades. Somente o
fisioterapeuta pode avaliar e prescrever exercícios para o paciente com ELA, pois
depende de cada paciente e de suas complicações.

A proposta é de duas a três sessões semanais do profissional fisioterapeuta com


o paciente e cada uma com duração de 45 minutos. Para complementar as sessões, o
fisioterapeuta pode recomendar exercícios diários para que o paciente realize em casa,
com a ajuda de um cuidador, como por exemplo os alongamentos. Em todos os casos os
exercícios devem ser de resistência baixa a moderada e cada paciente deverá ter uma
prescrição de acordo com o quadro apresentado, no qual determina-se a intensidade, a
duração e as repetições dos exercícios, sempre evitando que o paciente sinta fadiga e
dor. Isso é importante pois exercícios excessivos além de contribuir para a insuficiência
respiratória, podem levar ao avanço da doença, segundo estudos.

A fisioterapia motora deverá dispor de recursos que auxiliem na reabilitação e


que melhorem as atividades diárias do paciente com ELA. Desta maneira, alguns
equipamentos que podem ser utilizados durante a fisioterapia motora são como
7

bengalas, muletas, tornozeleiras, colares cervicais, andadores, colchões e almofadas.


Alguns são utilizados para manter o equilíbrio durante a locomoção devido à fraqueza
muscular e outros para a prevenção de feridas devido às posições de decúbito. O
cuidador pode e deve aprender técnicas com o fisioterapeuta, como trocas posturais,
meios de como movimentar o paciente, e o fisioterapeuta deve avaliar também o local
onde o paciente convive, se é adaptado para sua locomoção e deve sugerir mudanças se
necessário para facilitar principalmente para o paciente e para o cuidador. Nenhum
exercício com carga ou isométrico é indicado, pois pode favorecer o avanço da doença.

A esclerose lateral amiotrófica pode ser tratada pela fisioterapia neurofuncional,


na qual atua de forma preventiva, curativa, adaptativa ou paliativa nas sequelas
resultantes de danos ao Sistema Nervoso, tanto o Central como o Periférico. A
fisioterapia neurofuncional atua em pacientes que apresentam doenças neuromusculares.
Na ELA, as células nervosas se degeneram, logo, reduzindo a funcionalidade dos
músculos aos quais dão suporte. A fisioterapia neurofuncional é recomendada em
situações como doenças do neurônio motor, cerebelopatias, disfunções vestibulares,
polineuropatias, parkinsonismo, dentre outras. Deve-se procurar um fisioterapeuta
neurofuncional se você possui dificuldades para movimentar alguma parte do seu corpo
que não seja em decorrência de algum trauma ou doença nos músculos e/ou ossos,
dificuldade para caminhar ou para se mover durante as atividades do seu dia-a-dia, entre
outras dificuldades.

Entretanto, deve-se tomar precauções ao entrar em contato com um paciente,


como a higiene. Ao lidar com um paciente debilitado, é importante se precaver para não
transmitir uma infecção. Considerando que o paciente está passando por um processo
inflamatório, sua imunidade está baixa tornando-o mais vulnerável a novas agressões e
a possibilidade de agravamento da doença, junto a contração de novas infecções, logo a
higienização antes de entrar em contato com o paciente é essencial. Outras precauções
são a forma ética de tratamento, o respeito com o paciente e a doença que possui. Como
a doença ELA ainda não possui uma forma de tratamento totalmente eficaz, é preciso
ter cuidado com a forma de abordar o paciente, não o desanimando, sendo positivo e
dando esperanças para o portador da doença ficar em forma física e mental no seu
máximo de esforço, pois isso ajudará muito no dia a dia e no lidar com a doença. O
desânimo do portador pode agravar a doença, resultando em menos tempo de vida.
8

Portanto, a doença é muito mais do que uma patologia neurodegenerativa, ela é


um fator social, cultural, relacionado ao estilo de vida e também a religião. O indivíduo
que porta essa doença é responsável pela tomada de decisões do que irá fazer com seu
corpo, ele pode escolher seguir o tratamento do profissional da saúde, ou ele pode
ignorá-lo. Muitas vezes, a negação do aconselhamento médico não é por falta de
cuidado ou simplesmente ignorância, e sim por valores religiosos. Algumas religiões
não permitem o uso de remédios, como a Cientologia ( ensina que as pessoas são seres
imortais que se esqueceram de sua verdadeira natureza. Seu método de reabilitação é
psiquiátrica espiritual, no qual os praticantes visam reviver conscientemente os eventos
dolorosos ou traumáticos de seu passado a fim de libertar-se dos seus efeitos limitantes),
dessa forma o paciente que segue essa religião, escolhe não tomar remédios que
retardam a doença. A ELA não tem cura, dessa forma o tratamento mais eficaz
normalmente dado é o retardamento da doença por remédios entre outros
procedimentos, como a traqueostomia, e essas precauções devem ser respeitadas pelo
profissional da saúde ao ser negada pelo portador da doença.

A traqueostomia é recomendada quando o indivíduo está em uma fase da doença


em que ele começa sentir a falta de ar e o O2 fornecido em tanques de oxigênio não são
suficientes para suprir a respiração. Esse procedimento consiste em uma abertura de um
orifício na traqueia e na colocação de uma cânula para passagem de ar por meio de uma
cirurgia, que é um processo extremamente invasivo e existem religiões que não
permitem essa intervenção no corpo, assim o paciente pode escolher não realizar o
procedimento mesmo que aumente o tempo de sobrevida.

A ELA também está associada com transtornos mentais. Como uma pessoa
diagnosticada deixa de viver sua vida de antes e entende que também não voltará a ser
como era, já que acaba dependendo de outra pessoa para realizar simples tarefas do
cotidiano, um portador pode apresentar maior probabilidade de desenvolver ansiedade e
depressão. Nesse ponto de vista, muitos optam por não realizarem a traqueostomia por
não terem mais vontade de viver. Por outro lado, existem religiões que tem como
princípio priorizar a vida, ou seja, se o paciente não sentir mais vontade de viver e não
quiser realizar a traqueostomia, isso em sua religião é considerado uma desvalorização a
9

vida. Portanto, um paciente pode escolher fazer o procedimento contra sua vontade,
desse modo seu sofrimento vai se estender.

Stephen Hawking foi um físico teórico e cosmólogo britânico, conhecido pelo


mundo por sua contribuição para a ciência. Além de ajudar com seus estudos, Stephen
fez com que ELA passasse a ser mais conhecida entre as pessoas, ainda mais que teve
um filme que relatava sobre sua vida, “A teoria de tudo”. Ele foi diagnosticado aos 21
anos, sendo que normalmente os sintomas aparecem aos 50 anos, e morreu aos 76 anos
(em 2018), vivendo mais de 50 anos após o diagnóstico sendo que um portador
geralmente não vive mais que 10 anos (em média de 3 a 5 anos). Após descobrir a
doença e ter que fazer uma traqueostomia, que fez perdê-lo irreversivelmente suas
cordas vocais, ele contou com a ajuda de um sistema alternativo de comunicação que foi
desenvolvido por ele e com ajuda de outros físicos, esse aparelho permite escrever
frases, acessar a Internet, enviar e-mails e falar em voz alta, por meio de um sistema de
voz. Deste modo, o físico desenvolveu autocontrole e independência ao longo dos anos,
o que se tornou uma referência de alta importância para pessoas com ELA e outras
deficiências.

O atendimento humanizado é um importante fator para um tratamento eficaz, já


que quando a pessoa procura a ajuda de um profissional especializado ela está
fragilizada, dessa forma é construída uma união entre a técnica aplicada e o bom
relacionamento do paciente com o profissional. Os cuidados humanizados com todos os
pacientes é de extrema importância, porém quando se trata de uma doença degenerativa
como a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) os cuidados humanizados passam a ser
crucial, por se tratar de uma doença agressiva e que encarcera o paciente dentro do seu
próprio corpo, o impedindo de responder às suas vontades. Por mais que o tempo da
consulta seja limitado, os profissionais devem acolher o paciente e não os tratar como
uma variável. A partir da solidarização com a dor do próximo, há uma facilitação do
trabalho para ambos, profissional e paciente.

Para dar suporte às pessoas diagnosticadas com a esclerose lateral amiotrófica,


existem associações que prestam suporte de diversas maneiras. Dentre elas estão, a
abrELA (Associação Brasileira de Esclerose Lateral Amiotrófica), Associação Prócura
10

da ELA, APELA (Associação Portuguesa da Esclerose Lateral Amiotrófica), ARELA


(Associação Regional da Esclerose Lateral Amiotrófica).
11

3. PROJETO DE EXTENSÃO

Considerando a pesquisa desenvolvida, entende-se os desafios de portar uma


doença neurológica degenerativa. Além das pressões e conflitos internos de um
indivíduo diagnosticado com ELA, dentre outras doenças, ocorre julgamentos e
desentendimentos por parte da sociedade direcionados a esse indivíduo, o que torna a
aceitação da doença e o convívio diário mais desafiador.

Portanto, como projeto de extensão decidimos usar a nossa pesquisa como forma
de alertar a sociedade, de modo a abordar questões empáticas e também preventivas da
doença. Logo, escolhemos tratar do tema em adolescentes, executando apresentações de
linguagem acessível, dinâmica e colaborativa nas escolas.

A decisão do público a ser abordado tomou em consideração princípios de


maturidade e desconhecimento maior do assunto, precavendo atitudes indesejáveis
direcionadas aos portadores e promovendo conhecimento para possibilitar o tratamento
antecipado de possíveis casos de ELA e doenças neurológicas generalizadas.
12

4. CONCLUSÃO

A priori, como dito anteriormente, a finalidade do trabalho é apresentar a


porcentagem de pessoas afetadas pela Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) durante
todo o ano, seus tratamentos para retardo e quais áreas da fisioterapia podem contribuir
para isso; além de entender o conceito da patologia, sua fisiologia, como ela ocorre no
corpo, levando em consideração que a ELA não afeta somente o paciente, e sim todos
em sua volta, como familiares, cuidadores e amigos. Além disso, fizemos uma breve
dissertação como projeto de extensão - concluímos que as tomadas de decisões variam
nos casos tanto para os pacientes, quanto para os familiares, pois é uma doença que
acaba afetando o emocional, financeiro e outros aspectos - com finalidade de
conscientizar a sociedade e alertá-los sobre respeito e empatia relacionados a pessoas
que possuem doenças neurodegenerativas.

Em primeiro plano, é importante ressaltar o conceito da Esclerose Lateral


Amiotrófica (ELA): Doença neurodegenerativa progressiva do sistema nervoso central
(SNC);ela está diretamente relacionada com a degeneração e perda de neurônios
motores do córtex cerebral, tronco encefálico e medula espinhal. Certo disso, é
compreendido o comprometimento dos neurônios, a doença afeta uma parte essencial do
nosso encéfalo, que transmite os impulsos que controlam os movimentos voluntários.
Além disso, é importante ressaltar que existe cerca de 200 mil casos de ELA no mundo
e destes apenas 12 mil estão no Brasil, sendo seu maior predomínio no sexo masculino
com a razão entre homens e mulheres.

Ademais, a partir de nossas pesquisas feitas, buscando compreender a fisiologia,


e os processos anatômicos que ocorrem em nosso corpo, conclui-se que, a morte
progressiva e degeneração desses neurônios é responsável pelo acometimento das
funções musculares voluntárias, até a progressão ao acometimento de funções no
sistema digestório e cardiorrespiratório. Dito isso, também é importante dar ênfase no
comprometimento do sistema respiratório, já que está relacionado com a maioria das
causas de morte por ELA. A disfunção respiratória é resultado do não funcionamento
dos mecanismos de alguns grupos musculares respiratórios que ocorre devido a
desnervação ativa dessas estruturas. Os músculos inspiratórios, especialmente o
13

diafragma, são mais afetados, resultando numa hipoventilação alveolar e hipercapnia


evolutiva, que comprometem amplamente a saúde do portador de ELA.

Outrossim, abordamos sobre a degeneração progressiva dos neurônios motores


da ELA, que levam à morte celular, causando a incapacidade do cérebro de iniciar e
controlar os movimentos musculares, por isso os pacientes podem ficar totalmente
paralisados no fim do estágio da doença. Também é importante destacar que, devido a
degeneração dos neurônios motores, o tecido nervoso é afetado e inicia-se um processo
inflamatório que é uma forma de reação e proteção do corpo, localizada no SNC,
neuroinflamação. Sendo assim, há evidências crescentes de que a neuroinflamação
acompanha a morte de neurônios motores na ELA. No entanto, as evidências até agora
não sustentam que a ELA seja uma doença autoimune, o processo inflamatório
aparentemente é uma reação à morte das células, e não o instigador, conclui-se desta
maneira que, mesmo a nossa ciência sendo tão avançada em pleno ano de 2022, ainda
existe curiosidades sobre o processo dessa doença .

Ainda por cima, é importante abordar que a ELA não possui cura, mas seu ritmo
de progressão pode ser diminuído, principalmente com o auxílio do Radicava, que foi
aprovado pelo FDA em 2017. Os tratamentos podem ser realizados por especialistas em
variadas áreas da saúde como nutricionistas, psicólogos, fonoaudiólogos e os
fisioterapeutas. Agora partindo para o ramo da fisioterapia, ela é importante porque
ajuda na parte motora e na parte respiratória do indivíduo, podendo até mesmo evitar
complicações futuras para o paciente. O fisioterapeuta também pode passar exercícios
para o paciente realizar, desde que os exercícios sejam de resistência baixa a moderada e
cada paciente deverá ter uma prescrição de acordo com o quadro apresentado, no qual
determina-se a intensidade, a duração e as repetições dos exercícios, sempre evitando
que o paciente sinta fadiga e dor; a fisioterapia neurofuncional também é recomendado
e pode ajudar muito.

Ainda mais, é necessário lembrar-se de tomar precauções de higiene ao entrar


em contato com o indivíduo que obtém ELA, já que, o paciente está passando por uma
processo inflamatório e sua imunidade está baixa tornando-o mais vulnerável a novas
agressões e a possibilidade de agravamento da doença, junto a contração de novas
infecções.
14

Além do mais, é importante destacar que esta doença é mais do que uma
patologia do sistema nervoso, é um fator social, cultural, de estilo de vida e religioso. Já
o método de reabilitação é psíquico psiquiátrico e os praticantes visam recriar
conscientemente eventos dolorosos ou traumáticos do passado para se libertar de
influências limitantes. A ELA é incurável, portanto, o tratamento mais eficaz que
costuma ser dado é retardar a doença com medicamentos entre outros procedimentos,
como a traqueostomia, esses cuidados devem ser seguidos pelo profissional de saúde
quando a pessoa acometida pela doença as recusa. O atendimento humanizado de todos
os pacientes é extremamente importante, mas quando se trata de uma doença
degenerativa como a esclerose lateral amiotrófica (ELA), o atendimento humanizado
torna-se fundamental, pois é uma doença agressiva que prende o paciente em seu
próprio corpo, impedindo-o de cumprir com seus apetites.

Por fim, de acordo com nosso projeto de extensão, depreende-se que, portar uma
doença neurologicamente degenerativa possui seus desafios, que não são fáceis,
destacando-se pressões, conflitos internos de um indivíduo, julgamentos e
desentendimentos feitos pela sociedade (pensamentos que estão enraizados na cultura),
e tudo isso só dificulta para a aceitação da doença e o convívio diário. Logo, como
projeto de extensão, decidimos utilizar nosso projeto e fundamentação teórica para
conscientizar toda a sociedade sobre o assunto, além de discutir sobre a necessidade da
empatia e respeito das pessoas em relação aos portadores de ELA, além de tratar do
tema com adolescentes, executando apresentações de linguagem acessível, dinâmica e
colaborativa nas escolas.
15

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

● Vista da Esclerose lateral amiotrófica. Uft.edu.br. Disponível em:


<https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/patologia/article/view/3518/11
598>. Acesso em: 18 out. 2022.
● NEUROLOGIA CLÍNICA. GILSON EDMAR GONÇALVES E SILVA e
MARCO OTÁVIO SARAIVA VALENÇA. UM VOLUME (16x23 CM) COM
622 PÁGINAS. RECIFE, 2003: EDITORA UNIVERSITÁRIA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE). Disponível em:
https://www.scielo.br/j/anp/a/P3vs7kDWqVSnhmPYdr63N9S/?lang=pt
● VARELLA, Mariana. Neurônio. Drauzio Varella. Disponível em:
<https://drauziovarella.uol.com.br/corpo-humano/neuronio/>. Acesso em: 18
out. 2022.
● Uma breve história da ELA Classificação e quadro clínico Diagnóstico
Epidemiologia Etiologia Tratamento Orientação terapêutica sugerida Esclerose
Lateral Amiotrófica. [s.l.: s.n.], 2013. Disponível em:
<https://www.abrela.org.br/wp-content/uploads/2018/05/AbrELA_LIVRETO_w
eb.pdf>.
● ASSOCIAÇÃO PRÓ CURA DA ELA - Quais são os mecanismos da ELA ? -
Disponível em :
https://procuradaela.org.br/wp-content/uploads/2020/10/6.Quais-s_o-os-mecanis
mos-da-ELA-V1.pdf - Acesso: 10/06/2020
● RUBIN, Michael. Esclerose lateral amiotrófica (ELA) e outras doenças do
neurônio motor (DNMs). Manual MSD Versão Saúde para a Família. Disponível
em:
<https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-med
ula-espinal-e-dos-nervos/nervo-perif%C3%A9rico-e-dist%C3%BArbios-relacio
nados/esclerose-lateral-amiotr%C3%B3fica-ela-e-outras-doen%C3%A7as-do-ne
ur%C3%B4nio-motor-dnms>. Acesso em: 18 out. 2022.
● EDUARDO LINDEN JUNIOR; LINDEN, Diego; DE, Bareta; et al.
ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA: ARTIGO DE ATUALIZAÇÃO.
Fisioterapia em Ação - Anais eletrônicos, p. 47–62, 2016. Disponível em:
16

<https://periodicos.unoesc.edu.br/fisioterapiaemacao/article/view/10241>.
Acesso em: 18 out. 2022.
● Ministério da Saúde - Governo Federal do Brasil. Ministério da Saúde.
Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br>. Acesso em: 18 out. 2022.
● Fisioterapia Neurofuncional: “especialidade exige muito estudo e uma dose a
mais de empatia”. CREFITO-15. Disponível em:
<https://www.crefito15.org.br/fisioterapia-neurofuncional-especialidade-exige-
muito-estudo-e-uma-dose-a-mais-de-empatia/>. Acesso em: 18 out. 2022.
● SANTOS, M. R. ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA: UMA BREVE
ABORDAGEM BIBLIOGRÁFICA. Faculdade de Educação e Meio Ambiente.
15, 2017. Disponível em:
https://repositorio.faema.edu.br/bitstream/123456789/1251/1/SANTOS,%20M.
%20R.%20-%20ESCLEROSE%20LATERAL%20AMIOTR%C3%93FICA%20
UMA%20BREVE%20ABORDAGEM%20BIBLIOGR%C3%81FICA.pdf.
Acesso em: 21 set. 2022.
● GARCIA, L. N. et al. Relação entre degeneração do trato córtico-espinhal
através de ressonância magnética e escala funcional (ALSFRS) em pacientes
com esclerose lateral amiotrófica. Arq. Neuropsiquiatra. v. 65, n. 3-B), p.
869-874, 2007. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/anp/a/tjdgpVdr7ZXP4nq6DF5MyQn/?lang=pt. Acesso
em: 21 set. 2022.
● HTTPS://WWW.FACEBOOK.COM/BBCNEWS. 5 segredos da Igreja da
Cientologia revelados por documentário de TV - BBC News Brasil. BBC News
Brasil. Disponível em:
<https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/03/150323_cientologia_hb>.
Acesso em: 18 out. 2022.
● Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). Ministério da Saúde. Disponível em:
<https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/e/esclerose-lateral-ami
otrofica-ela-1>. Acesso em: 18 out. 2022.
● Jornal Nacional. Brasil participa de pesquisa internacional para desvendar a
esclerose lateral amiotrófica. G1. Disponível em:
<https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2019/06/21/brasil-participa-de-pes
quisa-internacional-para-desvendar-a-esclerose-lateral-amiotrofica.ghtml>.
Acesso em: 18 out. 2022.
17

● FONSECA, Leticia Alves; FONTES, Sissy Veloso; ANEQUINI, Isabela Pessa;


et al. Orientações emergenciais para profissionais que assistem pacientes com
Esclerose Lateral Amiotrófica. Revista Neurociências, v. 20, n. 2, p. 260–265,
2001. Disponível em:
<https://periodicos.unifesp.br/index.php/neurociencias/article/view/8279?articles
BySameAuthorPage=7>. Acesso em: 18 out. 2022.
● A importância da Fisioterapia Motora na Esclerose Lateral Amiotrófica –
ABrELA. Abrela.org.br. Disponível em:
<https://www.abrela.org.br/2020/06/18/a-importancia-da-fisioterapia-motora-na-
esclerose-lateral-amiotrofica/>. Acesso em: 18 out. 2022.
● Lopes. M. Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). Fisioterapia e Saúde.
Disponível em:
<https://mayaralopesfisioterapia.wordpress.com/2014/08/19/esclerose-lateral-am
iotrofica-ela/>. Acesso em: 18 out. 2022.
● DO, Cruzeiro. Vida com ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica). Cruzeiro do Sul.
Disponível em:
<https://www.jornalcruzeiro.com.br/suplementos/inclusao/2021/08-vida-com-ela
-esclerose-lateral-amiotrofica.html>. Acesso em: 18 out. 2022.
● Neto. P. M. Octavio. Tecnologia permite comunicação a portador de ELA
avançada. Jornal da USP. Disponível em:
<https://jornal.usp.br/radio-usp/tecnologia-permite-comunicacao-a-portador-de-e
la-avancada/>. Acesso em: 18 out. 2022.
● Neto. P. M. Octavio. Pesquisa mostra pequeno avanço no tratamento da ELA.
Jornal da USP. Disponível em:
<https://jornal.usp.br/radio-usp/pesquisa-mostra-pequeno-avanco-no-tratamento-
da-ela/>. Acesso em: 18 out. 2022.
● MARIZ, Fabiana. Alterações no metabolismo de gordura estão ligadas à
progressão da Esclerose Lateral Amiotrófica. Jornal da USP. Disponível em:
<https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-da-saude/alteracoes-no-metabolismo-de-
gordura-estao-ligados-a-progressao-da-esclerose-lateral-amiotrofica/>. Acesso
em: 18 out. 2022.
18

● HONORATO, Thainan. Esclerose lateral amiotrófica tornou-se frequente entre


jovens. Jornal da USP. Disponível em:
<https://jornal.usp.br/atualidades/esclerose-lateral-amiotrofica-tornou-se-frequen
te-entre-jovens/>. Acesso em: 18 out. 2022.
● Ben, Tamires UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE FARMÁCIA DISCIPLINA DE TRABALHO DE
CONCLUSÃO DE CURSO NOVOS FÁRMACOS PARA O TRATAMENTO
DA ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA ESPORÁDICA (ELA)
-REVISÃO. janeiro de 2018. [s.l.: s.n., s.d.]. Disponível em:
<https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/178636/001066203.pdf?seq
uence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 18 out. 2022.
● FESTA, Juliana. FDA aprova medicamento para tratar esclerose lateral
amiotrófica (ELA). PEBMED. Disponível em:
<https://pebmed.com.br/fda-aprova-medicamento-para-tratar-esclerose-lateral-a
miotrofica-ela/>. Acesso em: 18 out. 2022.
● Radicava (edaravone) for amyotrophic lateral sclerosis: US experience at 1 year
after launch. Amyotrophic Lateral Sclerosis and Frontotemporal Degeneration.
Disponível em:
<https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/21678421.2019.1645858>.
Acesso em: 18 out. 2022.
● TV SENADO. Especial - Superação da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) -
26/10/2020. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=U5DSjQrsYdI>. Acesso em: 18 out. 2022.
● MINISTÉRIO DA SAÚDE - Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas da
esclerose lateral amiotrófica - 13/08/2020 Disponivel em:
protocolo_clinico_terapeuticas_esclerose_lateral_amiotrófica.pdf (saude.gov.br)
● Links das associações:
- https://www.abrela.org.br/
- https://procuradaela.org.br/
- https://www.apela.pt/
- http://www.arela-rs.org.br/historia_arela_rs

Você também pode gostar