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Como a Eletroestimulação Age

O sistema sensorial periférico é fundamental para regular a plasticidade motora e a recuperação motora.

Proprioceptores Dor
Mecanorreceptores Dor
músculos Temperatura
da pele Temperatura
esqueléticos Vibração

 A estimulação elétrica periférica (ES) pode gerar estímulos sensoriais constantes e adequados para
influenciar a excitabilidade do córtex motor, fornecendo uma entrada somatossensorial estável e adequada
pode ser um método ideal de estimular o córtex motor (Pan et al. 2018).

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Como funciona a Eletroestimulação

PULSO
Frequência
1 Hz / 150 Hz

Amplitude
Fase + 1mA / 120 ma

0
Duração de Pulso
Fase - DP (us)
50 us / 600 us

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Frequência ( H z )

 Frequência é o número de pulsos que a onda alterna o ciclo de positivo para negativo durante 1 segundo.

 Frequência portadora de 1000 Hz, significa que temos um estímulo passando mil vezes por segundo com
uma faixa de modulação de até 250 Hz, a mais utilizada na prática clínica são a TENS e a FES

Baixa Frequência 50 Hz Alta Frequência

5 Hz 10 Hz 15 Hz 20 Hz 30 Hz 40 Hz 60 Hz 70 Hz 80 Hz 150 Hz 250 Hz

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Duração Pulso

 A largura do pulso é o comprimento de todo o pulso que inclui as duas fases da onda

Analgesia

 Estimulações sensoriais analgésicas vão desde 50 us até 150 us ou 2 ms (Aussie cont.)

 Estimulações motoras analgésicas vão desde 200 us até 400 us ou 4 ms (Aussie cont.)

NMES

 Estimulações motoras visando a contração muscular sustentada 150 us a 400 us, FES

 Estimulações motoras visando a contração muscular sustentada 2 ms (Aussie e Russa)

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Intensidade (mA)

 Para ser eficiente, o estímulo tem que ter uma intensidade adequada, durar um tempo suficiente para
igualar ou exceder o limiar básico de excitação da membrana.

Muito alta
Alta
Estímulo limiar Média

Baixa
Estímulo supralimiar
Estímulo
sublimiar
Subsensorial

 A intensidade da estimulação pode ser aumentada aumentando a amplitude ou a duração do pulso.

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Rampas de Subida e Descida / Tempo ON e OFF

 O tempo total do estímulo, depende diretamente do número de contrações por minutos, deve
estar de acordo com as condições físicas do paciente, para não se ultrapassar sua condição
metabólica.

TON TON
1 a 60 seg. 1 a 60 seg.

TOFF
1 a 60 seg.
Tempo Total de Estimulação

Ciclo de Estimulação Completo

 O tempo de estimulação deve ser aplicado de forma crescente, respeitando a condição


metabólica do músculo, evitando um gasto energético excessivo (acidose tecidual) e evoluir
até um limite fisiológico

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Tipos de Circuitos
Monopolar

Distância

Bipolar

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Como Age a TENS
TENS de modulação de baixa frequência para dores ou tensão crônica

 Frequências mais baixas (1 a 10 Hz) e


durações de pulsos mais altas (100 a
250 ms) propiciam a estimulação de
fibras do tipo A-d e C.

TENS de modulação de alta frequência para dores ou tensão agudas

 Parâmetros que combinam frequência


elevada (50 a 150 Hz) e duração de
pulso mais baixas (20 ms a 150 ms),
permite a estimulação de fibras
nervosas de grande diâmetro e muito
mielinizadas

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Como Age a TENS

Baixa frequência 50 Hz Alta frequência


5 Hz 10 Hz 15 Hz 20 Hz 75 100 Hz 150 Hz

Acup. Clássico Acup. Adaptado Convencional Clássico Breve Intenso


DP = > 250 us DP = < 250 us DP = > 150

60 minutos para liberação de Beta 20 minutos para liberação de Alfa endorfina, reabsorção em 2 horas
endorfina, reabsorção em 7 horas

 A estimulação elétrica nervosa transcutânea reduz a dor percebida induzida pelo exercício e
melhora o desempenho do exercício de resistência (Astokorki, Mauger, 2017)

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Fases da Estimulação até Atingir a Tetania

Abalos musculares sucessivos


 As frequências normais de disparo dos neurônios motores
nos músculos humanos raramente excedem 40 Hz (a
tetania é alcançada com frequências de 20 a 40 Hz) e
raramente são menores do que 6-8 Hz.
Tétano incompleto

 Nessas condições, as unidades motoras disparam de modo


não sincronizado; sendo que elas disparam em sincronia
apenas durante contrações potentes e durante a fadiga
(Kitchen, 2003).
Tétano completo

 Neurônios trocam de fenótipo como consequência da


atividade sináptica e isso pode ser a base para o
aprendizado e para a memória (Bear et al., 2006).

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EENM

Baixa Frequência 50 Hz Alta Frequência

Não ultrapassar Modulação

5 Hz 15 Hz 20 Hz 30 Hz 40 Hz 60 Hz 70 Hz 80 Hz
10 Hz 150 Hz - FES

100 Hz - Russa

DP S / SM < 150 us Tipo I > 250 us Tipo IIA < 250 us Tipo IIB< 150 us

CT S / SM - 33% Tipo I - 33% Tipo IIA – 10% a 33% Tipo IIB – 10%
ou 2 ms ou 2 ms ou 2 ms / 4 ms ou 2 m / 4 ms
DB

Fibras Tipo I e Tipo IIA

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Cuidados !!! no uso da EE

 Fadiga Central
 Sistema Nervoso Central (SNC)
 Diminuição da intensidade/número de impulso nervoso
vindo do SNC e enviados aos motoneurônios
 Motoneurônios
 Redução no estoque de Ach nos motoneurônios
 Fadiga Periférica
• Sistema Muscular
Direcionador Clínico geral para Analgesia /
Circulação / Sensibilidade de curta Aplicação

TENS Baixa Frequência Alta Frequência VIF


Frequência 5 Hz a 15 Hz Entre 50 Hz e 150 Hz Alterna entre baixa e alta
frequência de acordo com a
máquina
Duração de Pulso 150 ms a 250 ms Entre 50 ms e 100 ms Cresce quando estiver na
baixa da frequência e decresce
na alta frequência
Intensidade Entre baixa e Média Média Suficiente para produzir na
fase motora pequenas
contrações musculares e na
fase de alta produzir sensação
de parestesia
Tempo de Aplicação Em caso de dor = 20’ Em caso de dor = 20’ Em caso de dor = 20’
Apenas ativação Apenas ativação sensorial = 10’ Ativação sensorial/motora
motora = 10’ entre 10’ e 15’

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Direcionador Clínico Geral para Sensibilidade /
Sensório Motor / Contrações

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Eletroestimulação
em
Paralisia Facial
Eletroestimulação em Paralisia Facial

 É importante considerar a fase durante a qual a estimulação elétrica deve


ser aplicada; isto porque, a estimulação elétrica tem diferentes
possibilidades e limitações, seja precocemente, quando os músculos-alvo
são desnervados, ou mais tarde, durante a reinervação, quando os
músculos já podem ser parcialmente reinervados, mas ainda estão
parcialmente desnervados.

 A estimulação elétrica do nervo facial (não regenerador ou regenerador)


ou recorrente para excitar os músculos alvo, ou seja, a estimulação
nervosa, precisa de parâmetros de estimulação diferentes da estimulação
direta dos músculos desnervados, ou seja, a estimulação muscular.

 Parcialmente, resultados negativos de estudos de estimulação elétrica para


pacientes com lesão de nervo facial ou recorrente podem ser explicados
simplesmente pela aplicação de parâmetros de estimulação não adequados.

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Eletroestimulação em Paralisia Facial

Os objetivos da estimulação elétrica logo após a paralisia aguda do nervo facial ou


das pregas vocais podem ser (Annabella Kurz et al. 2022):

 a) prevenir a atrofia muscular,

 b) manter a função muscular durante a fase de desnervação e


reinervação,

 c) acelerar a regeneração do nervo e, consequentemente, a


recuperação,

 d) aumentar o brotamento do nervo preferencial, reinervação mal


direcionada levando à sincinesia,

 e) evitar a perda da representação cortical dos padrões de movimento


originais,

 f) melhorar para melhorar o resultado funcional. Isso levaria, na melhor


das hipóteses, à restauração da função mímica após paralisia facial
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Eletroestimulação em Paralisia Facial

 É possível encontrar parâmetros de estimulação capazes de


provocar uma estimulação seletiva efetiva de um músculo facial
específico sem causar desconforto ao paciente e sem causar
reações inespecíficas indesejadas de outros músculos ipsi e/ou
músculos faciais contralaterais.

 A eficácia da EE está fortemente condicionada pela correta


colocação dos eletrodos, que devem interessar exclusivamente à
área do músculo alvo e sua proximidade imediata (Arnold et al,
2021).

 Dentro dessas condições, é possível colocar eletrodos e selecionar


parâmetros de estimulação para obter uma estimulação seletiva,
simultânea ou sequencial de músculos agonistas e antagonistas
com parâmetros iguais ou diferentes para obter uma mímica facial
aprimorada (Arnold et al, 2021).

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 a estimulação elétrica seletiva do músculo facial deve principalmente
evitar a estimulação indesejada de outros músculos faciais vizinhos.

 A outra limitação importante é o desconforto facial sendo a dor, sentida


através do nervo trigêmeo não afetado.

 O desconforto aumenta com a amplitude do estímulo e a duração do


pulso, tornando a estimulação intolerável e prejudicial com altas
amplitudes

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 Mangabeira (1981) e Almeida (1992) defendem que a estimulação elétrica
pode produzir alterações de placas mioneurais, causando espasmos
desagradáveis.

 Caso ocorra exagero na intensidade da corrente aplicada, podem ocorrer


danos na estrutura neuromuscular ao longo do tratamento. (Lucena, 1993).

 Segundo Soares (2002), a eletroestimulação pode ser prejudicial, pois, ao


contrário de outros músculos do corpo, os músculos da face não perdem
seu tônus, portanto não há necessidade de contraí-los eletricamente
(Soares et al., 2002).

 Há discordâncias quanto ao uso da eletroterapia, pois se alega que esta seja


responsável pelo aumento de tetanias, contraturas, hipertonias e espasmo
hemifacial, o que, pode desencadear sincinesias (Carlyle et al., 2007).

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Ponto Motor

Um ponto motor é um ponto na pele em que a estimulação


elétrica causa contração de um músculo

O impulso elétrico imita o potencial de ação proveniente do


sistema nervoso central e faz com que o músculo se contraia.

O posicionamento dos eletrodos para a EENM ativar os


PMs, é fundamental para maximizar a tensão muscular
evocada e as alterações metabólicas relacionadas,
minimizando a intensidade e o desconforto da corrente.
[Gobbo et al. 2011]

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Identificando um Ponto Motor

Enquanto estimula em frequência baixa (1 ou 2 Hz) e


intensidade (a partir de 1 mA), usando uma onda bifásica com
duração de 100 a 200 μs para indivíduos sem problemas
neurológicos (geralmente é necessária uma maior duração em
caso de desnervação ou paresia).

Se nenhum local reage ao nível escolhido de corrente, a


amplitude da estimulação aumenta lentamente (com passos de 1
mA) e a varredura da pele sobre a superfície muscular é repetida
até que uma contração clara do músculo seja observada.

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Aparelho com 4 canais / Bipolar Monopolar / Contralateral / PM

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Estimulação Sensorial Ampla
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Tratamento da Face Contralateral

 Pacientes com sincinesia frequentemente apresentam alterações na


musculatura facial não afetada contralateral, que pode desenvolver
hipercinesia estática ou dinâmica. (Cabin et al. 2015)

 Vários mecanismos foram propostos para explicar essas mudanças e


a mais aceita, afirma que um mecanismo compensatório resultante do
lado afetado ocorre no lado não afetado, levando ao aumento da
contração muscular e reorganização cortical. (Salles et al. 2009)

 A atuação no músculo frontal e corrugador do supercílio, elevador do lábio


superior e do depressor do lábio inferior no lado não afetado alivia a
assimetria e o desconforto devido ao aumento da tensão. (Choi et al. 2014)

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