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SÉTIMA AULA
Drs. Nicolaas Gosse Vale
INTOXICAÇÃO
Assuntos:
Aspectos neuropsicológicos das doenças de intoxicação no trabalho, no ambiente e
no uso de drogas e de álcool;
O diagnóstico;
A “Síndrome psico-orgânica”;
Os déficits em conseqüência da subnutrição;
O quadro psicopatológico quanto ao funcionamento cognitivo;
Possibilidades de tratamento neuropsicológico.
Introdução
Causas e freqüências
Intoxicação e Neuropsicologia
demência devido à intoxicação durante muito tempo o que geralmente leva a lesões
cerebrais permanentes. Enquanto os efeitos reversíveis normalmente seguem seu
caminho natural podemos acelerar por meio de treinamentos cognitivos
(reaprendizagem), mas os efeitos permanentes merecem nossa atenção especial
em cada quadro patológico apresentado.
Quando se trata de uma intoxicação aguda consideramos o efeito próprio
que se segue á administração de uma substância psicoativa, resultando em
perturbações no nível de consciência, cognição, percepção, afeto ou
comportamento ou outras funções e respostas psicofisiológicas. Estas
perturbações são diretamente relacionadas aos efeitos farmacológicos agudos da
substância e resolvem-se numa recuperação completa ao passar do tempo,
exceto quando surge dano tecidual ou outras complicações, incluindo trauma,
inalação de vômito, delirium, coma, convulsões e outras complicações. A natureza
desses distúrbios depende da classe farmacológica da substância usada e a
maneira de usá-la.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Alumínio
Tem sido associada à constipação intestinal, as cólicas abdominais, anorexia,
náuseas, fadiga, alterações do metabolismo do cálcio (raquitismo), alterações
neurológicas com graves danos ao tecido cerebral. Na infância pode causar
hiperatividade e distúrbios do aprendizado. Inúmeros estudos consideram que o
alumínio tem um papel extremamente importante no agravamento do mal de
Alzheimer (demência precoce).
O excesso de alumínio interfere com a absorção do selênio e do fósforo. O
alumínio pode ser encontrado no leite de mães intoxicadas. O alumínio tem sido
associado a diversas doenças cerebrais. Segundo o órgão oficial americano, “Public
Health Service Agency for Toxic Substances and Disease Registry (ATSDR)”, o
alumínio causa desde efeitos discretos como diminuição da atenção e da
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Arsênico
A toxidez do arsênico pode causar desconforto físico, anemia com leucopenia
(diminuição anormal no número de glóbulos brancos) moderada e eosinofilia
(aumento exagerado de células de defesa presentes no sangue, problemas
digestivos (anorexia, náuseas, vômitos, constipação ou diarréia), circulatórios
(vasodilatação leve com aumento da permeabilidade capilar podendo causar nos
casos mais graves uma necrose de extremidades conhecida como a doença dos
“pés pretos”), cardíacos (lesão do miocárdio com prolongamento do intervalo QT e
ondas T anormais), neurológicos (neuropatia periférica com formigamento e
sensação de agulhadas em mãos e pés), musculares (câimbras e fraqueza em
pernas e pés podendo haver dificuldade para andar nos casos mais graves) e
dermatológicos (hiperpigmentação principalmente no pescoço, pálpebras, mamilos e
axilas, vitiligo, hiperqueratose,(uma produção exagerada de proteínas, denominadas
“queratinas”, Em humanos, o termo é normalmente aplicado para queda de cabelo,
estrias nas unhas e câncer).
OS SINTOMAS PSÍQUICOS
Cádmio
O Cádmio (Cd) é tóxico para os seres humanos e animais. Intoxicações leves
por cádmio podem causar: salivação, fadiga, perda de peso, fraqueza muscular e
disfunção sexual. Níveis moderadamente altos de cádmio, entre 4 a 8 ppm (a
concentração ppm em massa expressa a massa de soluto (disperso), em µg
( micrograma) podem causar hipertensão, ao passo que níveis muito elevados
podem causar hipotensão.
O produto em questão afeta os rins, pulmões, testículos, paredes arteriais,
ossos e interfere com muitos sistemas enzimáticos.
FONTES DE CONTAMINAÇÃO
ASPECTOS COGNITIVOS
Chumbo
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Cobre
O cobre (Cu) é um mineral essencial ao funcionamento do nosso organismo.
Porém, quando aumentado causa intoxicação. A intoxicação por cobre pode ocorrer
devido a contaminação de cobre na água, absorção através da pele e níveis
insuficientes de elementos que competem com o cobre nos locais de absorção
intestinal como o zinco e o molibdênio. (do grego molybdaina, chumbo é um
elemento químico de símbolo Mo)... Na deficiência de zinco, geralmente o cobre
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Manganês
O manganês (Mn) é um mineral essencial ao funcionamento do nosso
organismo. Porém, quando muito aumentado causa intoxicação. As causas mais
comuns de intoxicação por Mn são devidas à inalação em indústrias e em minas. A
Intoxicação por Mn é responsável por anorexia, fraqueza, apatia, insônia e outras
perturbações do sono, excitabilidade mental, comportamento alterado, dores
musculares, quadro neurológico (tremores simulando o mal de Parkinson) e
distúrbios psicológicos: a "loucura mangânica", caracterizada por
comportamento violento associado a períodos de mania e depressão.
Mercúrio
O mercúrio (Hg) é tóxico para os seres humanos e animais. O mercúrio
elementar é a mais volátil das formas inorgânicas do metal. Os vapores de mercúrio
podem ser liberados a partir das restaurações dentárias de amálgama.
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Lítio
O lítio (Li) está envolvido em processos de potencial relevância para a
fisiopatologia da doença de Alzheimer. Existem diversas evidências de suas ações
neurotróficas e neuroprotetoras em pacientes bipolares. Desta forma, o lítio pode ter
uma ação neuroprotetora também em doenças neurodegenerativas (NUNES, 2007).
O lítio é um mineral essencial ao funcionamento do nosso organismo. Porém,
quando muito aumentado causa intoxicação. A intoxicação por lítio na grande
maioria das vezes ocorre devido ao tratamento medicamentoso na base de lítio.
Existe uma associação entre hipotireoidismo e a utilização de doses excessivas e
prolongadas de lítio.
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Vanádio
Vanádio (Va) é um elemento metálico presente em rochas fosfáticas (fonte
fertilizante), petróleo (óleo cru, óleo de xisto) e carvão. Industrialmente é usado para:
ligas metálicas, produção de ferramentas de aço, cerâmica, catálise em processos
químicos, resistência a corrosão e para tingimento e estamparia. O vanádio é um
mineral essencial ao funcionamento do nosso organismo. Porém, quando muito
aumentado causa intoxicação.
O vanádio em excesso pode ser tóxico, com sintomas dependendo da forma
química e do modo de contaminação. Vanádio inalado pode causar tosse com muco,
irritação do trato respiratório e bronquite. Vanádio ingerido em excesso causa
diminuição do apetite, diarréia e agravamento da psicose maníaco-depressiva.
Referência
GÓMEZ-PINILLA.F (2008) Brain foods: the effects of the nutrients on brain function.
Nature Reviews 9, 568-578.
DEPENDÊNCIA QUÍMICA:
USO DE DROGAS E DE ÁLCOOL
I ) A DEPENDÊNCIA
Dependência física
1) Os efeitos cognitivos
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MACONHA
PESQUISA
AS CONCLUSÕES:
O uso de Canabis (maconha)1300 joints num período de 5-7 joints por semana
durante quatro anos não mostraram diferenças grandes entre um grupo
experimental e um grupo de controle quanto à memória de curta duração e à
concentração.
O uso de 1900 joints num período de 5-7 joints por semana durante seis anos ou
10-14 joints por semana durante três anos mostrou menos atividade cerebral
durante os testes de memória de longo prazo e mudanças no tecido neuronal
hipocampal (os neurônios hipocampais tem uma densidade muito alta de
receptores cannabinoides ( influenciável para cannabis). Hipocampo é ligado
com a memória. O resultados mostraram que –apesar da atividade cerebral
diminuída- não houve nenhuma relação entre a atividade diminuída cerebral, uso
de cannabis (maconha) e a memória. Portanto, a atividade cerebral diminuída
causada pelo uso de Cannabis não tem relação com problemas de cognição
(memória de longa duração).
Os efeitos de longa duração no uso freqüente e durante muito tempo de ecstacy
junto com outras drogas (maconha, anfetaminas, cocaína, álcoo , tabaco.) foram
detectados na diminuição da memória de longa duração mas não da memória de
curta duração nem do grau de concentração . Interessante é notar que as
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Ecstacy (XTC)
A Substância
MDMA, do ecstasy e seus efeitos podem ser estendidos para as outras duas”
(KALANT, 2003).
Dependência
Ainda não há evidências de que o ecstasy provoque dependência física.
Cocaína
Efeitos no cérebro:
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alguns estudiosos afirmam que os únicos perigos médicos do uso da cocaína são as
reações alérgicas fatais e a habilidade da droga em produzir forte dependência
psicológica, mas não física. Esta afirmação se dá por ser uma substância de efeito
rápido e intenso, acaba por estimular o usuário a utilizá-la seguidamente para fugir
da profunda depressão que se segue após o seu efeito.
No cérebro, a cocaína afeta especialmente as áreas motoras, produzindo
agitação intensa. A ação da cocaína no corpo é poderosa, porém breve, durando
cerca de meia hora, já que a droga é rapidamente metabolizada pelo organismo.
Interagindo com os neurotransmissores, tornam imprecisas as mensagens entre os
neurônios.
Crack
Os efeitos cognitivos
Pedras Oxi na Polícia Federal de Rio Branco, Acre (Regiclay Alves Saady)
paralisia) acetona, ácido sulfúrico, amônia e soda cáustica - muitos dos itens podem
ser facilmente encontrados em lojas de material de construção. A variedade amplia
os riscos à saúde e dificulta o tratamento.
Confira a seguir as informações conhecidas sobre o oxi e uma comparação
dele com o crack:
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Referências
JAGER.G (2006) ‘Cannabis use and memory brain function in adolescent boys: a
cross-sectional multicenter functional magnetic resonance imaging study’ Rudolf
Magnus Institute of Neuroscience, University Medical Center Utrecht, The
Netherlands. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry 49:561-72, 572.e1-3
KALANT, H (2001) The Pharmacology and Toxicology of Ecstasy. Can Med Ass J
2001; 165: 917-929
ÁLCOOL
A dependência
A SADD (Raistrick & cols., 1983) foi padronizada para uso no Brasil por Jorge
e Masur (1986). Trata-se de uma escala auto aplicável, constituída por 15 itens
relacionados ao consumo do álcool, que objetiva avaliar o grau de dependência
desta substância. Há quatro alternativas de respostas para cada questão: 0=Nunca;
1=Poucas vezes; 2=Muitas vezes; e 3=Sempre. De acordo com a soma total de
pontos, os alcoolistas são classificados nas seguintes categorias: 1 a
9=Dependência leve; 10 a 19=Dependência moderada; e 20 a 45=Dependência
grave.
As mudanças cognitivas em alcoolatras estão relacionadas com o grau de
decréscimo no uso de álcool, e que se isso não acontece, há um decréscimo
continuo na qualidade das funções cognitivas.
Apesar dos inúmeros prejuízos conseqüentes do abuso de álcool, os clientes
com tal disfunção apresentam dificuldades em se manter por um longo período em
tratamento psicoterápico (Edwards & Dare, 1997). O abandono dos programas de
tratamento do alcoolismo sugere que dois terços dos pacientes terminam o processo
de recuperação antes da décima sessão, com o número médio de quatro sessões
(Stark, 1992)
Referência
SÍNDROME PSICO-ORGÂNICA
Crianças
As pesquisas de Yara Lúcia Exposito (1975) em S.Paulo e Brasilia mostraram
que crianças com um alto rísico de desnutrição pregressiva apresentam déficits nas
funções neuropsicológicos: conceitos básicos, linguagem e operações
cognitivas. Gravioto; Robles (1965) na mesma época, constataram que o
desenvolvimento da linguagem era a área mais atingida por desnutrição infantil e
crianças com avançado grau de desnutrição durante os primeiros seis meses de
vida sofreram mais defeitos do que as crianças que sofriam desnutrição numa idade
avançada (Chase e Martins, 1970). Estes dados sugerem, portanto que os efeitos
tem um caráter permanente: o prejuízo causado por desnutrição na fase inicial da
vida se apresenta em estágios posteriores do desenvolvimento da crianças.
Alimentação
TERAPIA
Crianças que tiveram um atraso no seu desenvolvimento psico-cognitivo por
subnutrição ou negligência afetiva, tem uma melhora bastante acentuado quando
colocados num ambiente estimulante.(Swaab.2010)
REFERÊNCIAS
SANTIN,J (2005) Ferro, zinco, carne bovina e cognição Rede AgriPoint: AgriPoint |
Cursos Online AgriPoint | Interleite 2011 | Workshop BeefPoint.