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All content following this page was uploaded by Daniel Jean Roger Nordemann on 11 May 2014.
5
6
Parte 1
Introdução
1
Corpo e mente juntos
2
As doenças psicossomáticas são conhecidas; elas são as
doenças causadas ou influenciadas por estados da mente. Todo
mundo sabe que uma pessoa triste, desesperada, é um alvo fácil para
muitas doenças que nem é preciso citar aqui. O aspecto inverso
corresponde às alterações da mente ou da saúde mental causadas
por perturbações do funcionamento biológico, físico e químico de
partes do corpo. Este aspecto é menos conhecido e, talvez, em parte
esquecido como fator etiológico de muitas doenças mentais ou
perturbações do estado psicológico das pessoas.
A finalidade deste livro é mostrar, através de exemplos e de
raciocínios simples, as fortes influências negativas que anormalidades
do funcionamento de partes do corpo, em particular as que são
causadas por diversas infecções, podem ter sobre o equilíbrio
psicológico e até sobre a saúde mental.
Os seres vivos são constituídos de células biológicas cujo
funcionamento sintonizado envolve a emissão e recepção de sinais de
vários tipos: físicos, químicos, elétricos. Por exemplo, os sinais
elétricos do coração e do cérebro são conhecidos e analisados
através dos eletrocardiogramas (ECG) e eletroencefalogramas (EEG),
respectivamente. Nas células do sistema nervoso predominam os
sinais elétricos e os sinais químicos. De maneira simplificada, pode-
se dizer que os sinais elétricos são mais utilizados para as
transmissões ponto a ponto como, por exemplo, a transmissão de um
estímulo, de uma região do cérebro para a mão para movimentá-la.
Do outro lado, os sinais químicos, como por exemplo, os
representados pelos hormônios e pelas endorfinas, têm um alcance
maior, pelo envolvimento simultâneo de grupos de células ou de
órgãos.
Muitas disfunções e/ou problemas neurológicos/mentais envolvem
alterações no relacionamento entre sinais químicos e sinais elétricos.
Existe uma forte possibilidade de que grande parte dessas alterações
envolva processos metabólicos (processos ligados ao funcionamento
"material" como alimentação das células, eliminação dos resíduos
etc.). Em outros termos, um metabolismo inadequado pode gerar
problemas neurológicos/mentais, o que já é reconhecido em certos
casos, mas o alcance desta observação pode ser maior do que se
acredita de maneira comum até o presente momento. Essa opinião é,
de uma certa maneira, a contrapartida da teoria das doenças
psicossomáticas na qual se considera que doenças podem ser
causadas por estados psíquicos perturbados. Mas uma teoria não
contradiz a outra, e pode até haver uma certa complementaridade.
3
Além disso, um reconhecimento maior das perturbações do
metabolismo, como possíveis causas de distúrbios
neurológicos/mentais, não descarta certas causas clássicas desses
distúrbios, como anomalias genéticas, atrofia cerebral e processos
degenerativos, observando que neste último caso, há necessidade de
se perguntar se os processos degenerativos não têm causas
metabólicas ou catabólicas (processos envolvendo os resíduos da
alimentação/assimilação).
Por sua vez, estas causas metabólicas ou catabólicas podem ser
causadas por infecções viróticas ou bacteriológicas (incluindo as
infecções causadas por leveduras).
Por que associar perturbações da mente, infecções e
dependências químicas? O relacionamento entre esses assuntos não
pode ser negado: muitas doenças mentais apresentam um quadro
simultâneo de dependência química, seja de remédios, de drogas
num sentido amplo ou de bebida alcoólica. Porém, nossa abordagem
é um pouco diferente: alguns distúrbios mentais, e o caso do autismo
infantil talvez represente o melhor exemplo, podem ser caracterizados
por um estado que parece ser o de uma pessoa sob efeito de agentes
entorpecentes. Neste caso, os agentes entorpecentes podem ser
produzidos dentro do próprio organismo da pessoa. É então fácil de
se perguntar se muitas entre as pessoas adictas a entorpecentes não
tiveram durante a infância, infecções ou perturbações do metabolismo
que as predispõem ao consumo e à dependência de entorpecentes.
Por essas razões, pensou-se dar a este livro um título onde
apareceriam as palavras Neurometabolismo ou Neurologia
metabólica. Porém, este livro não é e não pretende ser um tratado de
medicina: é um livro para o público em geral, entre o qual têm
pessoas com os problemas que abordamos e familiares dessas
pessoas assim como profissionais concernidos. Achamos importante
que a sociedade e as pessoas envolvidas tivessem um certo acesso
ao conhecimento atual sobre as associações entre certas
neuropatologias e infecções, problemas do metabolismo e sobre
possíveis fatores envolvidos nas dependências de drogas e
relacionados com nosso assunto.
As pessoas podem tirar algum benefício imediato da leitura de
partes deste livro, e indiretamente, a médio e longo prazo, pelos
possíveis resultados de pesquisas expandidas e/ou desenvolvidas na
procura das respostas às perguntas ou as dúvidas levantadas sobre
esses assuntos. Os médicos e profissionais de saúde podem ler neste
livro textos sobre observações e fatos que eles poderão relacionar
4
com seus próprios casos clínicos e ansiar por mais conhecimento e
mais pesquisa a respeito. Este livro não pretende apresentar
resultados firmes e definitivos, mas sua finalidade ficará alcançada
se, graças à conscientização da sociedade e dos profissionais de
saúde, mais pesquisa pudesse ser realizada no intuito de providenciar
uma vida melhor para milhões de pessoas já nascidas ou que
nascerão, assim como diminuir drasticamente os custos impostos à
sociedade por estas neuropatologias e dependências químicas.
A maior parte dos assuntos mencionados nesta introdução é
abordada ao longo dos capítulos deste livro. Pode ser que a
abordagem do assunto e/ou a dificuldade de leitura não sejam os
mesmos para todos os capítulos, mas não há necessidade de se ler o
livro na ordem, o leitor pode ir diretamente aos assuntos que mais lhe
interessam, e ele pode voltar mais tarde a um capitulo anterior, para
esclarecimentos ou curiosidade sobre assuntos afins.
5
A conexão entre a
levedura candida e o
autismo
por Stephen M. Edelson, Ph.D.
Center for the Study of Autism, Salem, Oregon
6
lugares com mofo. Além disso, a exposição a perfumes e inseticidas
pode fazer piorar a condição.
O Dr. William Shaw dirigiu pesquisas importantes sobre leveduras
e seus efeitos em autistas. Ele descobriu recentemente metabolitos de
micróbios na urina de criança autista que responderam muito bem
aos tratamentos antifúngicos. O Dr. Shaw e seus colegas observaram
uma diminuição dos ácidos orgânicos na urina assim como uma
diminuição da hiperatividade e do comportamento auto-estimulado e
estereotipado; e um aumento no contato visual, a vocalização e a
concentração.
Existem muitos métodos seguros de tratar o crescimento
excessivo da levedura, como tomar suplementos nutricionais que
recolocam no trato intestinal os “bons” micróbios (por exemplo, o
acidophilus) e/ou tomar remédios antifúngicos (por exemplo, Nistatina,
Ketoconosal, Diflucan). É recomendado também que a pessoa seja
colocada numa dieta especial, pobre em açúcar e outros alimentos
com os quais as leveduras se desenvolvem. É interessante notar que
se a Candida albicans causa problemas de saúde e de
comportamento, uma pessoa ficará freqüentemente incomodada
durante alguns dias depois de um tratamento para matar o excesso de
levedura. A levedura é destruída e os resíduos circulam pelo corpo até
serem excretadas. Então uma pessoa que mostra um comportamento
negativo logo após receber um tratamento para a Candida albicans (a
reação de Herxheimer) mostrará provavelmente uma boa
recuperação.
Por favor, observar: O tratamento para a Candida albicans
raramente leva à cura do autismo. Entretanto, se uma pessoa sofre
deste problema, sua saúde e seu comportamento podem melhorar
após a aplicação desta terapia.
Para aprender mais sobre a levedura e a candida albicans, visite a
páginas do Autism Research Institute na Rede Internet/www. A lista de
publicações do Instituto contém uma grande quantidade de
informações e de livros sobre este assunto. Além disso, William G.
Crook, M.D. escreveu alguns excelentes livros sobre a levedura,
incluindo o clássico The Yeast Connection (1986), The Yeast
Connection and the Woman (1995), e mais recentemente, The Yeast
Connection Handbook (1996).
O Dr. William Shaw fornece também testes de ácidos orgânicos
assim como testes adicionais. Ele pode ser contatado em: The Great
Plains Laboratory for Health, Nutrition, and Metabolism, 9335 West
7
75th Street, Overland Park, KS 66204, U.S.A; telephone: 001(913)
341-8949; and fax: 001(913) 341-6207.
8
Parte 2
Neuropatias,
infecções e
distúrbios metabólicos
9
Efeitos alucinógenos
na percepção do autista
por Daniel J. R. Nordemann e João A. Caracas
RESUMO
10
EFEITOS ALUCINÓGENOS
11
informações de entrada mais rápidas do que as habituais. Como
primeira tentativa para responder à pergunta acima, é fácil imaginar
que um autista deve perceber o efeito de "flicker" exatamente como as
pessoas não autistas percebem este efeito em ambientes iluminados
com as chamadas luzes "psicodélicas" (luzes moduladas a intervalos
mais lentos de maneira a permitir que as pessoas percebam mesmo a
iluminação alternada) em danceterias, por exemplo. No caso das
cenas com movimento na tela do cinema, os autistas podem perceber
uma sucessão saltitante de imagens fixas, como acontecia com o
cinema nos seus primórdios, quando se utilizava muito menos
imagens por segundo do que hoje em dia. No caso da tela de um
televisor, pode haver a percepção do ponto luminoso que varre a tela
para reconstituir as imagens.
A perturbação da persistência da retina altera provavelmente
também a percepção dos movimentos: movimento de um objeto
sobre fundos diferentes, movimento dos olhos, da cabeça ou do
corpo… É mais difícil imaginar o que um autista percebe neste caso,
mas o movimento não deve ser percebido como as pessoas não
autistas percebem. Um fundo fixo observado com movimento dos
olhos pode parecer estar em movimento e isto pode causar um
grande desconforto, como no caso de tonturas. Isto pode ser também
causa de discordância entre as percepções do mesmo objeto por dois
sentidos diferentes: por exemplo, após o movimento de um objeto
e/ou da mão que "almeja" pegá-lo, o objeto pode não parecer estar,
para o tacto, no lugar onde a visão informa que ele está. Isto combina
com a dificuldade ou a lentidão observada nos autistas ao pegar
pequenos objetos (Meirelles, 1989).
Os autistas não são bons nos jogos de bola: é muito mais difícil
para eles, pegar uma bola que chega ao alcance por um movimento
rápido. Os objetos fixos são muito mais fáceis de tocar ou de pegar.
As pessoas imóveis merecem muito mais atenção e até carinho por
parte de autistas do que pessoas em movimento ou gesticulando. As
dificuldades que os autistas enfrentam quando eles andam ou utilizam
escadas podem ser associadas ao fato de eles verem o chão ou os
degraus como objetos em movimento relativo, e isso os força a
progredir sem inteira confiança de onde eles colocarão os pés. Essas
observações podem explicar também por que os autistas gostam
tanto da imobilidade dos objetos e das pessoas e são tão adversos ao
movimento dos objetos e a qualquer movimento.
12
Esses fatos podem ser interpretados como se o autista, através
da preferência quase ritualística para o imobilismo e os movimentos
lentos, procurasse a confiança no mundo material que lhe é recusada
pela discrepância entre as percepções dadas por diferentes sentidos.
A respeito da audição e da comunicação oral, foi observado
também que os autistas não respondem convenientemente a sons
que as demais pessoas consideram como normais: um som forte
provoca medo e reclamações, enquanto que palavras sussurradas
podem ser recebidas e entendidas. Pode-se pensar num modelo
muito simples de transmissão, com amplificador/atenuador/filtro, entre
o órgão receptor do ouvido e o cérebro. Esta transmissão apresenta
provavelmente uma função de resposta ou transferência (saída versus
entrada) semelhante à clássica função logística (Haykin, 1994) (Fig.
1). Alguns limiares podem ser indicados como níveis de resposta para
os quais um efeito é produzido: percepção normal, resposta
desagradável ou dor. Tais funções e limiares dependem do espectro
do som; eles são diferentes entre as pessoas e variam com a idade,
mas é possível considerar que para as pessoas não autistas, sem
problema de audição, as funções individuais são semelhantes
qualitativa e quantitativamente. No caso dos autistas, é possível
pensar que a função é bastante diferente da curva média das pessoas
não autistas e que a curva correspondente é distorcida para valores
mais elevados, o que os provê de uma maior sensibilidade para sons
fracos e de sensação dolorosa para sons altos, porém não tão altos.
Uma outra hipótese é que as funções são quase iguais para
autistas e não autistas, mas que os limiares são bem menores no
caso dos autistas, o que evidentemente provoca os mesmos efeitos.
Uma sensibilidade igualmente elevada do tato pode ser uma das
causas da aversão dos autistas ao contato físico com outras pessoas,
porque eles percebem este contato com dor, ou pelo menos como
uma desagradável surpresa quando não há o aviso visual devido à
visão distorcida dos movimentos.
Na maior parte dos casos, parece que as distorções perceptivas
no autista podem provocar desconforto, surpresa, aversão, dor,
dificuldades do comportamento etc. quando apenas um dos sentidos
é envolvido e/ou pelas discrepâncias entre as percepções de sentidos
diferentes.
13
FIG. 1. GRÁFICO DE UMA FUNÇÃO DE TRANSFERÊNCIA TÍPICA (FUNÇÃO LOGÍSTICA) PARA
CASOS NORMAL (NORMAL) E HIPERSENSÍVEL (HYPERSENSITIVE). OS LIMIARES PARA
DETECÇÃO (DETECTION) E DOR (PAIN) SÃO INDICADOS ESQUEMATICAMENTE POR LINHAS
HORIZONTAIS. AS ESCALAS DE ENTRADA (INPUT) E SAÍDA (OUTPUT) SÃO REPRESENTADAS COM
UNIDADES ARBITRÁRIAS. (AS CURVAS E OS LIMIARES SÃO INDICADOS APENAS COMO
ILUSTRAÇÃO QUALITATIVA E NÃO CORRESPONDEM A RESULTADOS EXPERIMENTAIS).
14
corroborar a hipótese da participação de substâncias geradas por
leveduras nos processos envolvidos. As observações mencionadas
acima e o papel desempenhado pelo cerebelo na aquisição sensorial
(Jia-Hong Gao et al., 1996) sugerem também que este órgão pode ser
envolvido nas distorções perceptivas. Mas a discussão deste tópico
não entra no escopo deste trabalho.
15
" Gliadinomorfina (do glúten): Tyr-Pro-Gln-Pro-Gln-Pro-Phe
Casomorfina (da caseína bovina): Tyr-Pro-Phe-Pro-Gly-Pro-Ile"
16
possivelmente pela falta dos efeitos gerados pela Candida albicans, de
maneira análoga à abstinência ressentida pelos dependentes de
drogas durante a desintoxicação.
Mais pesquisas devem ser realizadas sobre este assunto e sobre
possíveis efeitos similares de outros organismos e/ou outras
substâncias. Algumas linhas de pesquisa devem ser intensificadas ou
abertas para confirmar e prevenir tais efeitos alucinógenos: apoio à
constituição da flora intestinal conveniente nas primeiras semanas de
vida (lembrando que as cólicas do recém nascido são associadas, em
parte pelo menos, à constituição da flora intestinal); eliminação dos
organismos parasitas, ou alimentação parenteral para prevenir a
formação de tais substâncias alucinógenas; neutralização ou
compensação dos efeitos destas substâncias.
As observações descritas neste trabalho evidentemente não
descartam a possibilidade do autismo ter outros mecanismos
envolvidos nas suas causas. Em particular, seria necessário verificar
quais seriam os possíveis fatores de transmissão de mãe para filho, in
utero, durante o parto ou depois, de organismos como as leveduras
citadas. Vale lembrar aqui, a título de exemplo, a possibilidade de
transmissão do vírus SIV (análogo do HIV da AIDS em macacos) por
via oral durante o parto pela ingestão de sangue da mãe pelo filhote
(Baba, 1996; Sternberg, 1996).
INTERVENÇÕES
17
das dificuldades associadas às distorções visuais. Podem ser
utilizados dispositivos para correção das distorções visuais,
semelhantes aos dispositivos de visão noturna ou capacetes para
realidade virtual, porém com resposta temporal adequada ao
problema da persistência da retina. Para a audição, podem ser
desenvolvidos e utilizados, ao lado do simples abafador de som já em
uso, outros dispositivos como amplificadores de surdez, porém com
resposta de amplificação/atenuação em função da freqüência,
adaptada a cada caso.
CONCLUSÕES
18
Referências Bibliográficas
Baba, T.W., A.M. Trichel, Li An, V. Liska, L.N. Martin, M. Murphey-Corb, R.M.
Ruprecht. Infection and AIDS in Adult Macaques after Nontraumatic Oral
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1996.
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Gao, J.-H., Parsons, L.M., Bower J. M., , Xiong, J., Li, J., Fox, P. T. - Cerebellum
Implicated in Sensory Acquisition and Discrimination Rather Than Motor
Control. Science, v.272, n.5261, p.545-547, 1996.
Grandin, T. Teaching Tips for Children and Adults with Autism. 1996.
<http://www.autism.org/temple/tips.html>
Haykin, S. Neural Networks, A Comprehensive Foundation. Macmillan College
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Kaplan, M. Apud Edelson, S. - Overview on Autism. 1995.
<http://www.autism.org>
Lewis, L. S. Understanding and Implementing a Gluten and Casein Free Diet.
1994. <http://www.princeton.edu/~lisas/gfpak.html>
Meirelles, L. Crianças Autistas. São Paulo, Secretaria Estadual da Cultura, 1989.
(Vídeo)
Schwartzman, J.S. Neurobiologia do autismo infantil. In: Schwartzman, J.S.,
Assumpção Jr., F. B. e colaboradores. Autismo infantil. São Paulo: Memnon,
1995.
Small, J.G. EEG and neurophysiological studies of early infantile autism. Biol.
Psychiat., v.10, p.355-97, 1975. Apud Schwartzman, J.S. Neurobiologia do
autismo infantil. In: Schwartzman, J.S., Assumpção Jr., F. B. e colaboradores.
Autismo infantil. São Paulo: Memnon, 1995.
Sternberg, S. New Study May Redefine High-Risk Sex. Science News, v.149,
p.356-356, 1996.
19
Efeitos alucinógenos
na percepção do autista
Parte 2:
Possíveis causas e
conseqüências
Por Daniel J. R. Nordemann
RESUMO
FATORES METABÓLICOS
20
quando se sabe que as conexões neurais, no cérebro e no sistema
nervoso, são feitas através de processos eletroquímicos.
No caso da síndrome de Down, a causa, descoberta pelo médico
e pesquisador francês Jérôme Lejeune, é associada à trissomia 21
que é a presença de um cromossomo 21 a mais. Trata-se de um fator
genética. Porém é possível que suas manifestações principais,
hipotonia muscular e comprometimento intelectual, com vários níveis
entre as pessoas com a síndrome de Down, estejam envolvendo
mecanismos de perturbações metabólicas.
FATORES PSICOLÓGICOS
21
FATORES CEREBRAIS
22
Existe a possibilidade de os mecanismos de aprendizagem do uso
dos sentidos (por exemplo, visão "fixa" do ambiente e dos objetos
imóveis, audição e interpretação dos sons, correlação das
informações oriundas do tato com as da visão etc.) nos primeiros
anos de vida serem "gravados" nas estruturas cerebrais e não serem
apenas "memorizados". Isto pode fazer com que mesmo a supressão,
pelo uso de remédios ou dietas adequadas, dos efeitos alucinógenos
mencionados não consegue remediar às conseqüências adquiridas
durante o estado alucinado, entre as quais o comportamento autístico
típico. Este fator de persistência dos sintomas pode existir além da
síndrome de abstinência provocada por uma dieta capaz de eliminar
os fatores alucinógenos.
A dificuldade de corrigir o fator cerebral estrutural mencionado
sugere que pode haver impossibilidade de se chegar à cura total do
autismo em crianças mais velhas e adultos. Mas o melhor
conhecimento da etiologia do autismo, nos seus aspectos
metabólicos, psicológicos/psiquiátricos e cerebrais pode permitir
atingir melhorias da qualidade de vida nos casos "maduros" e,
igualmente, ou mesmo mais importante, tomar medidas preventivas
e/ou realizar intervenções com sucesso em caso de autismo com
diagnóstico precoce.
23
Autismo e
infecção do ouvido
Para
Pais e Profissionais interessados no Autismo
24
Durante os primeiros anos de minha prática como pediatra, eu vi
apenas um único caso de criança com o que hoje é chamado de
desordem de déficit/hiperatividade. Mais tarde, no final da década de
60, o número de casos começou a crescer rapidamente. Outros
profissionais, incluindo médicos e psicólogos, observaram também o
número crescente de crianças com estas perturbações.
Este pacote inclui uma coletânea de documentos que, eu espero,
lhe darão informações e ajuda.
Infecções do Ouvido.
25
discussão sobre o uso de antibióticos, Grundfast sublinha que existem
muitos inconvenientes, incluindo o desenvolvimento de infecções por
fungos, em particular as que são causadas pela levedura comum,
Candida albicans.
26
Quando o sistema imunológico é enfraquecido, os
microorganismos que residem em muitas das membranas mucosas
do corpo podem multiplicar-se, provocando infecções.
27
Os antibióticos são realmente necessários no tratamento da
otite média?
28
Comentários finais
29
Respostas imunológicas
defeituosas em pacientes
com candidíase
recorrente
30
Este artigo explora os fatores de predisposição à infecção pela
Candida e os possíveis mecanismos que produzem alterações do
sistema imunológico. Pesquisas recentes do laboratório do autor
sobre a imunossupressão específica da Candida albicans em
pacientes com vaginite recorrente são descritas com detalhes, e as
tentativas de tratamento de candidíase mucocutânea crônica por
agentes imunomoduladores são revistas.
Referência bilbiográfica
31
Candida albicans e o
sistema imunológico
por Kazuo Iwata, M.D.
(1967+)
Referências bibliográficas
32
Labirintite ou epilepsia?
Não!
Infecção intestinal?
Sim!
Labirintite?
33
Luiza confessou ter tido candidíase genital em várias
oportunidades de sua vida e conhece e já usou a pomadas com
nistatina. Sua neta, da qual ela cuida em parte estava, nesta época,
com a presença de sapinhos ao redor da boca, sapinhos que ainda
tem e que, por sinal, são difíceis, talvez impossíveis, de se eliminar
segundo a Luiza. Outro fato importante: a neta de Luiza, desde seu
nascimento até seis meses de idade, sofreu quase que
permanentemente de fortes cólicas, que já fizeram chorar a avó, de
tanto desespero de ver a neta sofrer tanto. A mãe desta neta bem
amada, também, tem a presença de candidíase no seu histórico
médico.
Depois do desaparecimento das manifestações de tonteiras, Luiza
foi submetida por seu médico a um teste de labirintite provocada e
percebeu que os sintomas ressentidos neste teste eram nitidamente
diferentes dos ressentidos durante sua crise aguda.
Diante da acumulação de tantos fatos, podemos nós perguntar se
Luiza não foi vitima de uma intoxicação intestinal que teria provocado
essas manifestações de tonturas. Um desequilíbrio súbito da flora
intestinal, com a participação possível de Candida albicans pode ser
sugerido como causa dos sintomas ressentidos por Luiza, porém a
ausência de exame de fezes com cultura não permite ter certeza
absoluta.
Em casos semelhantes, os médicos consultados deveriam
solicitar testes laboratoriais adequados para confirmar ou rejeitar um
possível diagnóstico de infecção intestinal com efeitos alucinógenos
e/ou psicotrópicos.
Epilepsia?
Daniel (um dos autores deste livro) desmaiou pela primeira vez
quando tinha trinta anos. Foi durante férias na Grécia. Ele dedicava
seu tempo à redação de sua tese de doutorado, à sua namorada e ao
mergulho à pouca profundidade apenas com esnorquel. O tempo era
muito agradável, o Sol muito quente e a costa grega rica em plantas e
peixes coloridos de muitas espécies. Mas a maior parte das pessoas
do grupo eram atingidas por diarréia típica de verão, apesar de a
comida ser excelente e aparentemente de boa qualidade, mas era, de
qualquer jeito, comida grega, com bastante óleo de oliva e mariscos,
incluindo mexilhões pescados em abundância pelo próprio Daniel,
para o agrado da turma e dos demais clientes do café onde a turma
fazia suas refeições. Este café estava à beira da praia e as mesas
34
eram colocadas na beira da rua, acima da praia. No fim da tarde,
Daniel e suas amigas tomam um cerveja na espera do jantar. De
repente, Daniel vira de lado e cai de uma altura de mais ou menos um
metro na areia da praia. Uma dezena de curiosos está em pé ao redor
dele, e eles discutem, em grego, sobre os possíveis motivos do
desmaio. Daniel acorda-se, não se lembrando onde estava, ouve a
animada conversa em grego e pensa que morreu e que se encontra
no paraíso, onde evidentemente fala-se grego! Daniel já estava bem.
Percebeu que estava vivo, sem mais problema, nem foi ver um
médico e terminou feliz suas férias, com boas lembranças e a tese
praticamente completamente redigida.
No ano seguinte, Daniel acompanhado de sua namorada, foi
passar suas férias no sul da Itália, as primeiras férias depois da tese.
As atividades são quase as mesmas. Os problemas de diarréia
também. Por sinal o sul da Grécia era chamado de Grande Grécia na
antiguidade pelos gregos. Um dia no início do jantar, num hotel de
alto padrão desta vez, Daniel sentiu se bastante mal, de uma maneira
que talvez anunciasse um possível desmaio. Ele resistiu, bebeu um
copo de água e não desmaiou.
Outro desmaio. Daniel tinha 33 anos, era solteiro ainda, morava
sozinho e praticamente não tinha problemas de saúde. Em vários
anos, ele faltou no trabalho por motivo de saúde menos do que um
dia por ano. Um dia, de manhã, Daniel sente os efeitos de uma forte
diarréia, com fezes de cor escura, quase preta. Ele se levanta, anda
alguns metros e cai desmaiado. Pouco tempo depois, ele se acorda e
chama um médico generalista que pede muitos exames laboratoriais:
análise bastante completa de sangue, radiografia dos intestinos, uma
vez que Daniel acredita ter desmaiado por causa da dor de barriga
intensa associada à diarréia, eletroencefalograma, para ver possíveis
indícios de epilepsia. Nenhum exame acusou qualquer anormalidade.
O médico concluiu que era uma possível manifestação de
comicialidade (isto é, epilepsia) e recomendou a Daniel para não se
expor a situações potencialmente perigosas em caso de desmaio. Ele
recomendou também que Daniel desistisse de dirigir carros.
O terceiro, e último desmaio até o presente momento, foi numa
clínica depois de cirurgia de hérnia inguinal dupla. A manhã do dia
que seguiu a cirurgia, ele chamou a enfermeira e pediu ajuda para ir
ao banheiro. A enfermeira ajudou e saiu. Daniel desmaiou no
banheiro. Felizmente, ele não se machucou. E quando a enfermeira
voltou, meia hora mais tarde, ele lhe contou que desmaiou e voltou
para cama sozinho depois de acordar. O cardiologista de Daniel foi
35
chamado, parece que desta vez foi apenas devido à uma baixa de
pressão consecutiva à cirurgia.
Eu tinha praticamente esquecido esses episódios até ter a
conversa com Luiza que mencionei acima. Lembrei-me também nesta
oportunidade de uma manhã, quando adolescente, na qual uma
vizinha, de um apartamento vizinho ao de meus pais me chamou,
apavorada, porque o marido dela tinha desmaiado quando sentado no
vaso sanitário. Ajudei a remover seu marido para um sofá. Me foi dito
que era provavelmente o coração. O marido recuperou-se facilmente e
não soube mais nada a respeito dos seus problemas de saúde.
Não podemos deixar de pensar que episódios de desmaio depois
de diarréia podem ser mais freqüentes do que se acredita e que
podem ter um aspecto infeccioso, e que substâncias produzidas pela
infecção, que é a causa da diarréia, podem perturbar, desequilibrar o
funcionamento do cérebro até o ponto de produzir o desmaio.
36
Parte 3
Neuropatias infecciosas
e dietas
37
Antibióticos,
candida albicans,
sensibilidade a alimentos
e autismo
38
Mais recentemente, Kenneth Grundfast, Titular do Departamento
de Otorrinolaringologia do Centro Médico Nacional do Hospital de
Crianças, em Washington, DC, expressou suas preocupações sobre o
uso crescente de "antibióticos profiláticos". Ainda mais, na discussão
sobre o uso de antibióticos, Grundfast enfatizou que existem muitos
inconvenientes, incluindo o desenvolvimento de infecções por fungos,
em particular as que são causadas pela levedura comum, Candida
albicans.
Voltando ao passado. Durante as décadas de 50 e 60, na minha
intensa prática de pediatria geral, eu vi apenas ocasionalmente uma
criança perturbada por hiperatividade, falta de atenção e outros
problemas de comportamento ou aprendizagem. Eu não vi nenhuma
criança com autismo ou perturbações invasoras do desenvolvimento
com sintomas de autismo associado.
Mas no início da década de 70, crianças com hiperatividade, falta
de atenção e outras perturbações do sistema nervoso começaram a
"aparecer". Em 1973, vinte e quatro anos após ter aberto meu
consultório de pediatria, eu vi minha primeira criança autista.
Durante um período de cinco anos a partir do dia primeiro de
janeiro de 1973, eu vi 182 pacientes novos com hiperatividade e falta
de atenção e 7 pacientes novos com problemas de natureza autística.
Eu submeti todas essas crianças a dietas de eliminação/competição e
eu fiquei ao mesmo tempo encantado e espantado pela resposta da
maioria desses jovens: 136 das 182 crianças hiperativas ou com falta
de atenção responderam favoravelmente, mesmo drasticamente, às
mudanças dietéticas (Crook, 1980).
Os componentes alimentares que desencadeavam reações do
sistema nervoso incluíam o açúcar, os corantes alimentares, o trigo e
o milho. Além disto muitos outros alimentos podem causar reações.
39
Durante o primeiro ano de sua vida, seu crescimento e seu
desenvolvimento foram normais. Durante seu segundo ano, ela se
tornou freqüentemente "fora do espaço" e mostrava muitas
manifestações estranhas no comportamento, quase como um adulto
com esquizofrenia. Sua fala regrediu e mostrou muitos sintomas
autísticos.
Quando ela tinha 4 anos e meio, um psicólogo notou: "Em
nenhum momento Ann se relacionou comigo de maneira direta.
Algumas vezes, ela respondia, mas apenas de maneira fugaz, e sem
nenhum contato visual. O conteúdo de sua fala era sem sentido e sem
relação com qualquer coisa acontecendo na minha presença. A maior
parte do tempo, ela estava com ecolalia. Seu nível de atividade
poderia ser descrito como sendo de hiperatividade. Todas as
tentativas de testes falharam".
Na época de sua primeira visita, Ann foi submetida à dieta de
alimentos escassos ou do "homem das cavernas" (Nesta dieta, a
criança evita todos os alimentos que ela comia mais do que uma vez
por semana. Entretanto, ela tem ainda mais do que o suficiente para
comer. Segue um breve resumo da dieta habitual: Qualquer fruta
salvo laranja, maçã e bananas. Nenhum salame, presunto, carne de
vaca, porco, frango. Todos os grãos foram eliminados. O amaranto
pode ser utilizado como substituto dos grãos. Apenas água mineral
engarrafada ou água de fonte é utilizada como bebida). Em uma
semana, ela mostrou uma melhora significativa com mais contato
visual, menos hiperatividade e nenhuma ecolalia.
Depois de seguir a dieta durante uma semana, os alimentos
eliminados foram ingeridos de novo, um por dia. Seguem as reações
anotadas pela sua mãe: O açúcar provoca mau humor, irritabilidade e
uma personalidade desagradável. O milho, o trigo e outros grãos
provocam hiperatividade, alucinações, expressões faciais bizarras e
gesticulação, assim como uma flexão estranha de suas mãos. O leite
provoca irritabilidade e a coloca "fora do espaço".
Esses alimentos foram eliminados e Ann foi posta numa dieta
rotativa com uma ampla variedade de alimentos saudáveis. Apesar de
Ann ter melhorado, ela continuou a mostrar muitos sintomas. Ela foi
então examinada pelo psiquiatra ortomolecular de Nova Iorque, Alan
Cott, que achou que Ann tinha níveis notavelmente elevados de
chumbo nos cabelos, no sangue e na urina. Megavitaminas foram
prescritas e os níveis de chumbo de Ann voltaram gradualmente ao
normal durante o ano seguinte.
40
Nos anos seguintes, apesar de ter havido alguns altos e baixos,
Ann continuou a realizar progressos notáveis e, em 1991, ela formou-
se na universidade e está trabalhando agora em Vanderbilt.
Meu segundo paciente autístico, Dwayne de 9 anos de idade,
chegou para mim também em 1973. Como Ann, o histórico do seu
desenvolvimento precoce foi normal. Então, segundo sua mãe, "entre
1 e 2 anos, ele começou a girar e olhar suas mãos. Às vezes, ele nem
notava a presença da gente ou de suas irmãs. Depois de 2 anos, seus
problemas continuaram e tornaram-se piores. Ele começou a se retrair
e a se comportar de maneira estranha; seu desenvolvimento tornou-se
mais lento. Nós o levamos a todo lugar para procurar ajuda.
Recebemos todos os tipos de conselhos. Ritallin, Mellaril e outros
remédios foram prescritos. Tentaram-se Programas Especiais de
Educação; nada adiantou. Finalmente, nós paramos com esses
remédios e houve uma pequena melhora. Ainda ele continua a se
retrair, ele dorme pouco e gira, especialmente com música. Ele não se
comunica com ninguém, salvo comigo".
No momento de sua primeira visita, prescrevi a dieta do homem
das cavernas. Depois de uma semana, ele tornou-se mais atento e
menos hiperativo. Ele mostrou um comportamento onde ele gira
menos. Na volta dos alimentos, ele mostrou as seguintes reações:
O trigo e o açúcar provocam tendência à briga e comportamento
anti-social. O milho o torna mais introvertido. Ele fala mais consigo.
Outros alimentos também causam sintomas.
Após um mês com a dieta de eliminação, sua mãe contou:
"Dwayne é mais calmo e seu comportamento social é melhor; ele gira
raramente. Seu nariz parou de escorrer. Ele é menos desajeitado e
tem coordenação muito melhor. Ele aprendeu o alfabeto inteiro e pode
soletrar e ler muitas palavras, o que ele não podia fazer antes. Além
da dieta, nós também acrescentamos vitaminas e elementos minerais,
em particular as vitaminas B e o magnésio".
Como Dwayne vive a 400 milhas do meu consultório no West
Tennessee, as visitas de retorno foram feitas pelo correio e pelo
telefone. As sensibilidades aos alimentos continuam. Em junho de
1975, a mãe de Dwayne escreveu: "se Dwayne toma apenas uma
colher das de chá de açúcar, ele precisa de 2 ou 3 horas para se
acalmar. Algumas colheres de trigo e cereais provocam também um
comportamento hiperativo por algumas horas. O leite provoca
incontinência e dois ovos o tornam desajeitado”.
41
A resposta de Dwayne não foi tão dramática quanto a de Ann.
Mas, ele fez progresso. Em junho de 1985, sua mãe me mandou o
seguinte relatório: "Dwayne começou a escola pública em 1981 e
formou-se em 1985 com avaliações B e C. Ele está matriculado agora
numa escola profissional para ser pedreiro. Ele anda de motocicleta
todos os dias. Apesar de ele ainda ser do tipo solitário, ele atua na
igreja local e toca o órgão em alguns eventos. Ele limpa a cozinha e
corta a grama. Ele toma um complexo de multivitaminas e minerais,
porém nenhum remédio. Ele continua sem comer pão de trigo, pão de
milho nem bebe leite”.
O pai de Dwayne comentou: "Antes de iniciarmos a dieta, ninguém
acreditaria que Dwayne pudesse passar um só dia na escola. Nos
estamos contentes e orgulhosos do seu sucesso. Além disto, as
conquistas de Dwayne incluem um discurso na Convenção do Autismo
do Estado da Louisiana".
42
No início, o desenvolvimento de Rusty foi normal. Se sentou com
6 meses, ficou em pé com 8 meses e andou através da sala com 11
meses. Sua fala se desenvolveu normalmente e com um ano ele
podia dizer 20 palavras. Mas então seu progresso pareceu parar.
Durante seu segundo ano de vida, ele mostrou sintomas de
hiperatividade e com dois anos, seu sistema nervoso piorou. Alguns
sintomas leves de autismo começaram a aparecer e a comunicação
tornou-se um problema crescente.
No momento de sua primeira visita a mim, Rusty foi colocado na
dieta do homem das cavernas. Após a observação desta dieta durante
uma semana, sua mãe relatou: "Rusty mostrou uma tremenda
melhora. Ele respondeu melhor e começou a cooperar". Depois de
Rusty ter comido cogumelos, sua mãe relatou; "Ele se tornou
selvagem, hiperagressivo, desagradável, chorava e atirava objetos.
"Leveduras provocavam a mesma reação. Outros alimentos, incluindo
trigo, milho e uva passas também causavam reações, algumas muito
fortes”.
A história de Rusty, com infecções do ouvido que foram tratadas
por aplicações repetidas de antibióticos, mais o surto repentino de
sintomas quando confrontado com leveduras e cogumelos, me
fizeram pensar que seus problemas eram relacionados, em parte, à
Candida albicans.
De acordo com isto, como parte do seu tratamento, ele recebeu a
Nistatina e foi colocado numa dieta sem levedura e sem açúcar. Após
três meses desta terapia, os professores de Rusty relataram "uma
melhora drástica no seu comportamento e boa vontade para
aprender."
Em abril de 1982, a mãe de Rusty me mandou este relato: "Rusty
continua a melhorar. Agora ele escreve mais do que seu alfabeto e
conhece o alfabeto na ordem até o H. Ele utiliza mais linguagem e
coloca palavras juntas. Ele se veste sozinho e está se abrindo para o
mundo".
No ano seguinte, o comportamento autístico de Rusty continuou a
melhorar. Entretanto havia altos e baixos. A exposição a fumaças
químicas provocava uma piora; sua família observou também que
doses maiores de vitaminas B, em particular B6, eram fundamentais
para seu funcionamento perfeito. Rusty continuava a precisar de
educação especial. (Não tive mais relatos de Rusty e de seus
progressos durante a última década).
43
Por que as infecções por leveduras induzidas por antibióticos
podem contribuir para infecções recorrentes do ouvido,
hiperatividade e autismo?
44
Em 1991, J.O. Hunter, médico britânico, apresentou na revista
britânica The Lancet uma hipótese que, segundo ele, explica o
mecanismo que acontece nas pessoas que apresentam reações
contrárias a alimentos. Ele sublinhou que os problemas de saúde
causados por "intolerâncias a alimentos" seriam mais
convenientemente chamados "perturbação enterometabólica." Na sua
argumentação seguinte, ele afirmou: "A microbiologia moderna abriu o
caminho para a manipulação da flora bacteriana para permitir a
correção das intolerâncias a alimentos e o controle da doença."
Nem Hunter nem Walker mencionam o papel possível da
contribuição do desenvolvimento excessivo da candida à flora
anormal do intestino. Porém, a resposta favorável a dietas especiais e
remédios antifúngicos, sugere que a Candida albicans tem um papel
nas causas da otite média, da hiperatividade, falta de atenção e
autismo.
Existe ainda outra maneira pela qual a Candida pode ser
relacionada a problemas de saúde nas crianças: a sensibilidade à
Candida. Segundo James H. Brodsky, M.D., professor na Georgetown
University School of Medicine: "Existem bastantes resultados para
sugerir que Candida albicans é um entre os micróbios mais
alergênicos." Parece razoável concluir que as alergias à candida
podem contribuir para infecções recorrentes do ouvido e para o
desenvolvimento subseqüente de sensibilidades a alimentos,
hiperatividade e possivelmente autismo.
45
Dessensibilização reforçada por enzima (EPD)
Comentários finais
46
As sensibilidades aos alimentos parecem mais capazes de se
desenvolver em crianças que receberam tratamentos repetidos ou
prolongados de amoxillin, Ceclor, Keflex e outros remédios
antibióticos de amplo espectro. Tais remédios levam ao
desenvolvimento exagerado de uma levedura comum, Candida
albicans, no trato digestivo, produzindo o que foi chamado de "
intestino poroso" ("leaky gut").
Toxinas e alérgenos de alimentos de vários tipos são mais aptos
de serem absorvidos e essas substâncias podem afetar
negativamente o sistema nervoso da criança.
Dietas especiais e medicações antileveduras não propiciam um
"conserto imediato" ou uma "cura" para a criança com autismo e
problemas afins do desenvolvimento. Entretanto, muitas crianças com
estes problemas podem ser ajudados com um programa de
tratamento que inclui:
- a identificação e a eliminação dos alimentos que provocam
reações sensíveis,
- o uso de nistatina (sem açúcar), Diflucan e/ou outros remédios
antifúngicos,
- a restrição na dieta de açúcar, xarope de milho e outros
carboidratos simples.
Um novo tipo de imunoterapia, a dessensibilização reforçada por
enzima (EPD), foi apresentada recentemente por providenciar uma
ajuda significativa, mesmo drástica, para um grupo de crianças com
hiperatividade associada a alimentos. Talvez esta mesma terapia
possa no futuro providenciar ajuda a crianças autistas que são
perturbadas com sensibilidades a alimentos.
Referências bibliográficas
47
Dextrose e candidíase
Introdução
Discussão
Conclusões
48
A substituição da dextrose pelo xilitol de valor calorífico
semelhante pode oferecer uma diminuição do risco de mucosite ou
candidemia durante os períodos de imunossupressão.
Outras citações
Referências bibliográficas
49
Uma intervenção
experimental:
Entender e implementar
uma dieta sem glúten e
sem caseína
Nos três últimos anos, desde que meu filho foi diagnosticado
como tendo autismo, eu passei centenas de horas em bibliotecas e
em ligações com a rede e bancos de dados computadorizados. Como
eu trabalho na universidade, tenho acesso a estes recursos e o
treinamento e a prática para usá-los. Através destes meios e da
conexão com uma rede mundial de computadores (a chamada via
expressa da informática), eu fui capaz de juntar uma grande
quantidade de informações.
Em 1993, eu comecei uma experiência dietética que se mostrou
muito benéfica para meu filho. Como eu passei tanto tempo e gastei
tanta energia procurando respostas para saber porque isto ajudou
meu filho e como implementar esta dieta, decidi juntar o que achei e
compartilhá-lo com outros pais e profissionais. Espero que vocês
achem este pacote útil. Por favor, sinta-se à vontade para
compartilhá-lo com quem pode ser beneficiado ou pode simplesmente
procurar mais informações.
Para falar mais sobre este assunto, você pode mandar
mensagens para lisas@pucc.princeton.edu.
50
O que é o Glúten?
Dados preliminares
51
anormais na urina de autistas. Nós mesmos, como bastante outros
grupos, tentamos reproduzir seus resultados. Apesar de sua técnica
ser relativamente simples, havia dificuldades técnicas e essas
tentativas foram sem êxito. Mais adiante, nós mudamos para uma
técnica mais sofisticada e conseguimos confirmar os resultados de
Reichelt. Na urina de 50% dos autistas aparecem níveis elevados de
substâncias com propriedades semelhantes às esperadas de
peptídeos opióides.
As quantidades destes compostos, achados na urina, são muito
maiores para ser originadas pelo SNC (Sistema Nervoso Central). As
quantidades são tais que elas podem apenas ser derivadas da
degradação incompleta de certos alimentos. As proteínas consistem
de longas cadeias de unidades conhecidas como aminoácidos. As
proteínas normais são digeridas por enzimas nos intestinos, e são
quebradas nestas unidades. Entretanto, se por alguma razão, esta
digestão é incompleta, seu resultado consistirá em curtas cadeias
destes aminoácidos (conhecidas como peptídeos). É sugerido que
estes peptídeos podem ser biologicamente ativos e podem dar os
sintomas que nós observamos no autismo. A maior parte destes
peptídeos será eliminada na urina, onde Reichelt e nós os achamos.
Uma pequena fração chegará ao cérebro e interferirá com
transmissões de tal maneira que a atividade normal fica alterada ou
interrompida. Pode ser que estes compostos, eles mesmo, tenham
um efeito direto na transmissão ou que eles se liguem às enzimas que
quebrarão nossas enzimas naturalmente presentes. As conseqüências
serão as mesmas em ambos os casos.
É bem conhecido que a caseína do leite (de mulher ou de vaca)
degrada-se no estômago para produzir um peptídeo conhecido como
casomorfina, que como seu nome indica, tem atividades opióides.
Efeitos semelhantes são observados com o glúten do trigo e de outros
cereais (aveia, cevada e centeio) para o qual os compostos formados
são as gluteomorfinas (ou gliadinomorfinas).
Se a hipótese do excesso de opióides é correta, muitas
estratégias podem ser adotadas. Em primeiro lugar, o Naltrexone,
remédio anti-opióide, pode ser considerado e resultados promissores
foram relatados.
[Nota: uma pesquisa recente dirigida por Magda Campbell com
41 crianças, não deu resultados positivos com doses baixas de
52
Naltrexone. É possível que doses fracas de Naltrexone não dão
resultados positivos. É possível que as doses eram fracas demais,
mas agora, a efetividade desta intervenção médica deve ser
questionada].
De maneira alternativa, a dieta que exclui a caseína (leites e
derivados) ou o glúten (trigo e outros produtos de cereais) poderia ser
considerada. Deve ser possível determinar pelo espectro dos
peptídeos urinários se a caseína ou o trigo (glúten), ou os dois devem
ser evitados, mas tais conclusões são prematuras neste estágio. Foi
observado que as crianças cujo autismo aparece no ou na época do
nascimento podem ter problemas com a caseína enquanto que as
crianças cujo autismo torna-se aparente com aproximadamente dois
anos, quando uma dieta baseada no trigo é provavelmente adotada,
têm dificuldades particulares com o glúten. Algumas crianças podem
ter dificuldade com os dois.
Os colegas de Reichelt na Noruega publicaram dados que
indicam a efetividade de tais programas dietéticos, mas essas
pesquisas não podem ser consideradas como conclusivas. Não houve
outra tentativa real para demonstrar a efetividade de tais dietas com
base científica. Muita gente experimentou individualmente e relatou
respostas com sucesso, mas tais provas não podem ser
consideradas, de jeito nenhum, como conclusivas. Nas pesquisas de
Rimland sobre relatórios de pais, entretanto, os resultados parecem
ser muito melhores do que os obtidos com qualquer teoria baseada
nos remédios.
Aspectos práticos
53
naturais e sadios podem ser um recurso melhor. Nutricionistas e
especialistas em dietética devem saber aconselhar nisto.
No início, os resultados podem ser negativos, estômago
perturbado, ansiedade, necessidade de atenção e mau humor leve. A
experiência ensina que estes são bons sinais e precursores de uma
resposta positiva. Reichelt recomenda um período de teste de três
meses. Se não funciona durante este tempo, é pouco provável que
funcione.
[Numa mensagem para Lisa S. Lewis, Reichelt sugeriu um
período de um ano].
A experiência sugere também que os resultados são mais visíveis
em crianças mais jovens. Os efeitos em pessoas já crescidas
parecem ser menos impressionantes. Sendo que o autismo pode ter
muitas causas possíveis, não é surpreendente que uma solução única
não sirva para todos os casos.
Conclusões
54
Uma citação da mensagem de Reichelt para Lisa S. Lewis:
Artigos relacionados
55
seus (dois) métodos (baseados nas peneiras moleculares e
imunoteste). Nós usaremos dois métodos completamente diferentes
(HPLC) e Eletroforese Capilar. Mike Gardner (em Bradford, Reino
Unido) utilizará um método cromatográfico completamente diferente.
Naturalmente, todas as análises serão realizadas às cegas em relação
aos diagnósticos clínicos. Nós todos estaremos procurando por
conteúdos anormais de peptídeos nas urinas. Ao todo, entretanto,
cinco métodos diferentes de análise serão utilizados. Pouca pesquisa
no campo do autismo foi feita com um estudo tão rigoroso.
O planejamento de uma pesquisa com cruzamento duplo às
cegas e que utiliza intervenção dietética apresenta dificuldades.
Realizar tal estudo com medidas significativas é ainda mais difícil.
Obter a aprovação ética para um estudo deste tipo, no qual autistas
devem comer dietas experimentais, deve ser problemático (pelo
menos deste lado), mas nós teremos finalmente que resolver estes
problemas. A opinião segundo a qual nenhuma terapia pode ser
verificada por provas científicas é característica do charlatão; isto não
é aceitável. Nós estamos obtendo constantemente apoio anedótico
para essas idéias e tentaremos de confirmá-las usando entrevistas (e
talvez análises de urina) nos meses que vêm.
Meu filho Sam tem seis anos, e foi diagnosticado como PDDNOS
(autista) quando tinha três anos e meio. Nós pensamos que seu
desenvolvimento foi normal durante os 18 primeiros meses de sua
vida. Com dois anos e meio, Sam foi num programa de intervenção
precoce onde foi dito que ele tinha problemas de integração sensorial.
Com três anos, ele foi num turno por dia, numa escola maternal para
crianças com distúrbios múltiplos, e teve terapia particular de fala.
Apesar de ele ter com dois anos a fala apropriada para a idade de 13
meses, era muito aquém da fala de seus pares e era caracterizado
por uma elocução ecolálica (convenientemente colocada). Quando
Sam fez três anos e meio, seu pai estudou o DSMIII-R e realizou que
PDDNOS era o único diagnóstico adaptado a seu filho.
Depois de um neurologista ter confirmado o diagnóstico do meu
marido, nós procuramos uma avaliação educacional independente no
Instituto Eden em Princeton, New Jersey. Uma colocação mais
específica para o autismo foi recomendada, e Sam foi aceito no
Centro Douglass de Distúrbios do Desenvolvimento para o ano
seguinte. Entretanto nós tinhamos um verão para matar, e este verão
56
foi mesmo a morte. O comportamento de Sam passou a ser
impossível e, pela primeira vez, a agressão foi predominantemente
caracterizada. Eu suprimi os derivados do leite de sua dieta, a título
de experiência. As agressões diminuíram, apesar de continuar a ser
um problema significativo.
Sam se saiu muito bem na sua nova escola, e as técnicas de
modificação do comportamento (incluindo aversões suaves) foram
tentadas para eliminar seu comportamento agressivo. Cada uma
dessas intervenções comportamentais ajudaram por um tempo, mas
nada suprimiu o comportamento agressivo. Ultimamente, nós ficamos
preocupados com as técnicas de aversão e achamos que, de fato,
elas aumentavam o comportamento agressivo e, então, retiramos a
permissão para seu uso.
Em junho e julho de 1993, a agressividade de Sam aumentou de
repente. O número de agressões chegou a mais de 10 em um turno
de 5 horas na escola. Sem saber o que mais fazer, eu decidi mexer de
novo com a dieta de Sam. Escolhi retirar o trigo porque eu sabia que
é um alérgeno comum. Após cinco dias, as agressões de Sam
diminuíram drasticamente. Para o resto do ano escolar, suas
agressões eram, em média, 6,1 por dia. Durante seu mês de férias,
Sam não agrediu de jeito nenhum. Quando ele voltou à escola em
setembro, suas agressões diminuíram ainda mais, até, em média,
2,47 por dia durante os sete meses seguintes. Também, Sam
começou a falar sobre suas agressões. Mesmo quando ele perdia o
controle, ele agora podia me dizer "eu não quero bater ou chutar", e,
então, nós passamos a poder discutir seu comportamento com ele e
sugerir alternativas.
Em novembro de 1993, achei os artigos de Reichelt e de Shattock
e acreditei que era o glúten que provavelmente era significativo, em
vez do trigo. Eu passei a utilizar a aveia e a farinha de centeio, e
ambas estes cereais têm altos teores de glúten. A partir de novembro
de 1993, o glúten foi eliminado da dieta de Sam. Eu não vi as
mudanças imediatas que eu vi quando nós retiramos o trigo mas, com
certeza, sua progressão continuou.
Na primavera de 1994, Sam foi colocado numa estrita dieta
antilevedura com doses elevadas do remédio antifúngico Nistatina.
Disseram-nos que, se o tratamento era para ser benéfico, nós
veríamos no início uma regressão. Nós de fato vimos uma regressão
que durou 3 semanas e que foi seguida por uma melhoria lenta,
porém firme, na fala e no comportamento. Durante este período, as
agressões de Sam voltaram ao nível de antes da dieta. Desde então,
57
as agressões ficaram, em média, inferiores a 5 por dia. (A maior parte
do comportamento agressivo concentraram-se em dois diasdurante
este verão, Excluindo os dados desses dias, a média cai para 1,076
por dia).
Eu não tenho a pretensão de que a única coisa que ajudou o Sam
tenha sido sua dieta sem glúten. Ele esteve dois anos completos
numa excelente escola especial. Ele teve terapia de fala cada semana
desde a idade de 3 anos, terapia de integração sensorial desde a
idade de 4 anos, e ele usou óculos de prismas aparelhados ("yoke
prism glasses") durante um ano. Uma dose de 0,05 mg de clonidine
cada noite mantém seu nível de atividade na faixa normal.
De qualquer jeito, a mudança após a remoção do trigo é
incontestável, como a que aconteceu nas ocasiões nas quais ele
ingeriu glúten acidentalmente. Em quatro ocasiões diferentes, Sam
ingeriu glúten sem o nosso conhecimento, e as mudanças foram
rápidas e bastante nítidas. Em cada caso fomos capazes de
determinar o que causou a brusca e felizmente curta regressão.
Eu não posso estar segura do que mais ajudou o Sam.
Entretanto, uma vez que tenho o registro diário do seu
comportamento e muitas de suas expressões vocais, desde quando
ele tinha 3 anos, eu posso correlacionar as mudanças com
intervenções particulares. Porque o autismo é um distúrbio de
etiologias múltiplas, é pouco provável que todos os autistas poderão
ser beneficiados com esta dieta. Eu acredito fortemente, entretanto,
que esta abordagem vale a pena ser tentada.
Uma vez que Sam respondeu tão bem a uma dieta sem glúten (e
muito reduzida em caseína), me sinto frustrada que muitos pais não
têm vontade de tentar esta dieta. Entretanto, eu também sei que tive
sorte. Meu filho não é exigente na comida e ele aceita os vários
substitutos que eu lhe ofereço. Ele pode agora monitorar sua própria
dieta até um certo ponto, recusando pão ou bolachas "comuns". Ele
também come uma grande variedade de alimentos, a maior parte
dela, sadia. Ele toma com pouca dificuldade os suplementos de
vitamina que eu lhe dou.
Para uma criança com uma dieta muito restritiva, eu começaria
com testes de laboratório para determinar se ele se beneficiará com a
dieta. Evidentemente, todos os pais de crianças com dietas muito
restritivas vão querer aumentar as escolhas de alimentos que a
criança aceitará. Entretanto, se os resultados positivos de testes
mostram que o glúten ou a caseína podem prejudicar o SNC (Sistema
Nervoso Central), a mudança de dieta é crucialmente importante.
58
Mesmo para crianças que aceitam voluntariamente os substitutos do
trigo e do leite, estes testes representam uma primeira etapa
conveniente. Os testes não serão mais válidos depois de o glúten e/ou
a caseína terem sido removidos da dieta da criança por qualquer
intervalo de tempo.
Nota final: O doutor que prescreveu o programa antilevedura para
Sam, o Dr. Sidney Baker de Weston, Connecticut, USA, pediu
também extensivas análises de sangue, urina, saliva e fezes.
Enquanto que a maior parte era normal, Sam era deficiente em oito
aminoácidos. Ele era seriamente deficiente em cinco deles e com
zinco baixo. Seguindo a recomendação do Dr. Baker, Sam tomava
cada dia: composto de vitaminas SuperNuThera, L-lisina, zinco e
glutathione reduzido.
A história de Jake
Jake nasceu quando Sam tinha três anos e nós observamos com
cuidado seu desenvolvimento. Quando Jake fez 9 meses, nós
começamos a ficar muito preocupados. Ele mostrava pouco
desenvolvimento pré-verbal. Ele não tentava balbuciar e emitia muito
poucos sons. Na mesma época, o pediatra disse que ele estava
pronto para o leite. O leite de vaca pareceu provocar uma mudança
imediata no Jake. Ele passou a exigir atenção e tinha mais
desarranjos de estômago. Eu voltei imediatamente na loja para
comprar substituto do leite ("formula"). Então num momento que
retrospectivamente parece como uma iluminação, no lugar comprei
leite de soja ("soy formula"). Em dois dias, Jake ficou mais feliz do
que ele jamais foi. Em três dias, ele dizia "mamamamam" "dadadada"
etc. No seu primeiro aniversário, Jake tinha aproximadamente 10
palavras; com 15 meses, ele tinha 200; com 18 meses, ele falava com
frases. Ele continua a se desenvolver como um menino
inacreditavelmente imaginativo e verbalmente precoce. Além da
alegria que ele trouxe a seus pais, ele é o melhor "terapeuta" que Sam
jamais teve! Será que eu o salvei do autismo? Ou de qualquer outro
distúrbio do desenvolvimento? Eu jamais saberei.
59
Análise dos peptídeos urinários
60
intestino fino. A lesão é produzida, através de mecanismos não claros,
por constituintes protéicos de algumas sementes de cereais". (J.S.
Trier, 1993) Tradicionalmente, os médicos suspeitaram a CD apenas
em pacientes com crescimento reduzido, problemas gastrintestinais
extremos e fezes gordurosas. É conhecido agora que muitos
pacientes com uma sensibilidade ao glúten bastante séria para
danificar a parede do intestino não mostram tais sintomas!
Nos pacientes com CD, a parede intestinal é extremamente
porosa; não apenas os nutrientes são inadequadamente absorvidos,
mas as moléculas grandes que deveriam estar contidas pela parede
intestinal, não o estão. Isto pode ser o caminho pelo qual peptídeos
inadequadamente digeridos passam para corrente sangüínea e, então,
atravessam a barreira sangue-cérebro. Por isto, a suspeita de que a
CD está presente em algumas crianças autistas que se beneficiariam
de uma dieta sem glúten, não é inconsistente com a teoria do excesso
de opióides de Reichelt e Shattock.
Vários especialistas em autismo parecem ter rejeitado, há muito
tempo, a idéia do que o glúten pudesse se um fator causal
significativo. Entretanto, o glúten existe como "ingrediente escondido"
em muitas comidas, remédios e até nas cola dos envelopes que
lambemos. É possível que crianças autistas, colocadas numa
chamada dieta sem glúten, tenham ingerido por inadvertência glúten
em quantidades muito pequenas. Para as pessoas com doença
celíaca completamente detonada, quantidade muito pequenas podem
ser tóxicas.
Deficiência de sulfur-transferase
61
é igualmente interessante: porque a maior parte dos peptídeos
bioativos são achados em diferentes comprimentos de cadeias, mas
com atividade similar, defeitos de peptidases diferentes causariam
perfis de sintomas e perfis de peptídeos semelhantes porém não
idênticos".
Eles acreditam que isto indica que tais "peptídeos efetivantes"
seriam o "caminho final comum a diferentes subtipos clínicos que
envolvem diferentes comprimentos de peptídeos. Isto sugere também
que outras doenças podem exibir sintomas autísticos se os peptídeos
são envolvidos, como é observado na doença celíaca”.
62
Referências e algumas receitas
63
Dieta Recomendada:
Controle de
candida albicans
(sapinho)
64
É recomendado seguir a dieta tão rigorosamente quanto possível
durante 2 a 3 semanas e então reintroduzir progressivamente alguns
alimentos e monitorar a reação a estes alimentos. Qualquer alimento
que não produz a volta dos sintomas pode ser ingerido com
moderação e os que causam a reincidência devem ser evitados a
maior parte do tempo. A severidade da infecção pela Candida deve
determinar a severidade e a duração da manutenção da dieta.
- Carboidratos refinados.
- Todos os açúcares, as farinhas (farinha de trigo, "do reino"),
bolos, bolachas, refrigerantes, sucos de frutos de garrafa, de lata ou
de caixinha, pirulitos, chocolate, molho de tomate, sorvetes.
- Todos os produtos feitos com leveduras: pão, bolos de massa e
produtos de extratos de leveduras, molho de soja.
- Produtos de fermentação: vinho, cerveja, vinagre de malte,
picles.
- Frutos secos, por causa do seu teor elevado de açúcar e
tendência à presença de mofo na sua superfície.
- Pasta de amendoim industrializada freqüentemente feita com
adição de açúcar.
- Carnes defumadas como salame, que atraem mofo.
- Melões que reconhecidamente agravam os sintomas da
Candida.
- Queijos, por serem fabricados com fungos e bactérias que
encorajem o desenvolvimento da Candida.
- Iogurtes com sabor, por ter adição de açúcar.
- Derivados do leite em geral, em particular no início da dieta.
65
- Água de coco não industrializada e carne do coco, rica(s) em
ácido caprílico que inibe o crescimento da Candida.
- Alho e gengibre, que são alimentos antifúngicos.
- Óleos virgens, espremidos a frio (suco de limão, azeite
doce/óleo de oliva e "cheiro verde" picado representam um
maravilhoso substituto dos molhos de salada industrializados).
- Frutos frescos, com a condição de terem sido muito bem
lavados antes.
TUDO BEM !
66
Parte 4
Consciência,
memória,
dependências:
fatores químicos
67
O homem é um animal evoluído porque possui individualmente
linguagem, consciência, memória… e a humanidade e os indivíduos
que a compõem são também considerados como evoluídos porque
possuem linguagem, memória, agricultura, tecnologia/engenharia,
consciência coletiva… Do ponto de vista do desenvolvimento
individual, a diferença entre uma pessoa (criança/homem/mulher) e
um recém nascido é que este último, apesar de já possuir até um
certo ponto, os mesmos órgãos e feições do que os seres adultos,
não adquiriu ainda os mecanismos/conhecimentos que lhe permitirão
mais tarde e aos poucos tornar-se evoluído e adequadamente inserido
na sociedade. Já foi reconhecido que entre a célula fecundada e o
indivíduo completo existe uma progressão/evolução que apresenta
semelhança com a evolução biológica à escala de milhões de anos. O
desenvolvimento psíquico da criança apresenta também uma
semelhança com o desenvolvimento da humanidade desde o homem
primitivo.
Quais são os processos e as etapas pelas quais o feto e o recém
nascido passam para adquirir o conhecimento e os mecanismos que
lhe permitirão sua inserção, boa na maior parte dos casos, na
sociedade?
Algumas observações nossas já poderiam ser aplicadas ao feto
no seu desenvolvimento físico e psíquico, mas para simplificar e
exemplificar, consideraremos o recém nascido. Ele tem que satisfazer
suas necessidades básicas (como dizem os especialistas em
Qualidade Total), em primeiro lugar respirar, o que ele não fazia antes
de nascer. O mecanismo é instintivo, quase que automático. A
transição entre o útero da mãe e o mundo exterior foi brutal, ele pode
sofrer e tem a possibilidade de reclamar e a obrigação de convencer
os presentes de sua existência como ser vivo e atrair a atenção pelos
clássicos choros.
Satisfação das necessidade básicas: choro, sede, fome, dores
(primeiras cólicas: instalação da flora intestinal que já mexe com o
cérebro pela sensação de dor, e isto é apenas o início). Em seguida,
conhecer e reconhecer o meio ambiente (os familiares, o berço, a
roupa, o quarto, o apartamento, a casa, a rua, o jardim etc.). Essa
noção lembra, para os especialistas a do reconhecimento das feições
amplamente usado na análise das imagens digitais, como, por
exemplo, no sensoriamento remoto. Mais tarde vem a aprendizagem
de palavras associadas a objetos/sensações e da própria linguagem
usando/brincando com as palavras, numa semântica e gramática
elementares. A linguagem primitiva é orientada para objetos, conceito
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que a matemática computacional aplicou recentemente em relação a
linguagens de alto nível.
O reconhecimento das feições do meio ambiente próximo e das
pessoas representa a comparação das informações adquiridas pelos
sentidos, visão, tato etc. com a memória de informações adquiridas
anteriormente. Se há concordância, dentro de um padrão de
tolerância, a criança sente-se em confiança com o ambiente. Se há
uma certa discordância tolerável, a criança adapta a informação
memorizada, e isto representa uma certa aprendizagem, ou seja, um
aumento do conhecimento do meio ambiente. Se a discordância não é
tolerável, pelos critérios pessoais da criança, esta sente-se agredida e
reage de uma maneira ou outra, defende-se, fecha-se ou agride de
uma maneira ou outra. Este processo de reconhecimento corresponde
de uma certa maneira a uma tomada de consciência não formalizada.
Os animais devem ter mecanismos comparáveis a estes, como
podem atestar as pessoas que convivem com animais domésticos,
cachorros e gatos em particular. Ligando com um assunto tratado
também neste livro, é provável que os autistas tenham dificuldades
com este tipo de processos devido as distorções sofridas por eles nas
informações transmitidas dos órgãos dos sentidos até o cérebro, uma
vez que essas distorções prejudicam sobremaneira e
permanentemente o reconhecimento de feições do meio ambiente, o
que explicaria parte do comportamento deles em relação às pessoas e
aos objetos.
A consciência mais organizada e estruturada provavelmente
depende da linguagem. O pensamento é um processo mais “linear”,
isto é, é mais uma sucessão de processos elementares, do que uma
análise consciente global. Esses processos elementares, de uma
maneira ou outra, parecem apoiar-se, na conscientização das
palavras (chegada à memória “consciente”), cada uma com seu
significado memorizado, que vêm se “costurando” numa corrente
linear em frases, de acordo com a gramática da língua falada. Mais
uma vez, deve ser mencionada uma analogia com a computação:
existe uma analogia certa entre esta corrente de palavras e as
correntes de caracteres manipuladas pelo processador do
computador. Como é também mencionado neste livro, as
comparações entre computador, rede neural e cérebro são apenas
comparações para fins didáticos e não analogias estreitas. Porém a
familiaridade com os processos utilizados nos computadores e nas
linguagens computacionais pode ajudar a descrever qualitativamente
processos elementares do funcionamento do cérebro.
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Todos somos dependentes de algo,
mas alguns o são mais do que outros…
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locais/localizados e de natureza especializada/fina e os sinais
químicos são mais difusos, de maior alcance.
O estado geral da mente, bem estar, mal estar, enjôo etc. são
provavelmente associados a sinais químicos… São também
provavelmente estes sinais que regem o mal-estar associado à
síndrome de abstinência e que levam o indivíduo, para sair desse
mal-estar, a tomar uma nova dose da droga ou da bebida alcoólica. A
predisposição pode ser um processo que acontece durante a infância
quando, no trato digestivo, existe a produção de substâncias
entorpecentes, como álcool e semelhantes, como peptídeos de
degradação inadequada das proteínas ou permeabilidade excessiva
do intestino a estas substâncias presentes naturalmente ou por
infecção no intestino.
Assim, um possível fator de predisposição à dependência química
que praticamente não é reconhecido pode ser a existência no corpo
da criança de substâncias de efeitos semelhantes aos dos
entorpecentes. Fora e dentro do corpo, certas leveduras podem
transformar açúcares em álcool, ou gerar peptídeos, produtos de
degradação das proteínas semelhantes às endorfinas. Álcool,
peptídeos, endorfinas e com certeza muitos outros podem ter efeitos
visíveis e levar a um comportamento anormal da criança, como, por
exemplo, no caso do autismo. Em outros casos, a criança aprende, de
uma maneira ou outra, a conviver com essas substâncias e seus
efeitos, mas ao crescer, e se a produção dessas substâncias passa a
ser insuficiente, por exemplo por mudanças hormonais no
crescimento ou mudança de dieta, o adolescente ou o adulto poderá
inconscientemente, diante das manifestações de uma síndrome de
abstinência, procurar restabelecer o abastecimento dessas
substâncias ou de equivalentes através do uso, e mais tarde, do
abuso, de bebidas alcoólicas ou de entorpecentes.
Essa observação não deve ser entendida como uma desculpa
para os adictos de bebidas alcoólicas ou de entorpecente. Ela deve
ser entendida como a sugestão de um possível fator ou mecanismo
para o início das dependências químicas. Se isso pode explicar parte
ou totalidade das dependências químicas, não podemos responder
agora. Mas existe a possibilidade de esta pergunta ser respondida um
dia. Este dia pode não estar tão longe se a sociedade decidir e aceitar
fazer esforços para desenvolver pesquisas orientadas para este
assunto. Não é necessário explicar porque vale a pena sugerir e
realizar tais pesquisas: se os mecanismos sugeridos acontecem, e
acreditamos que eles acontecem, haveria a possibilidade de
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intervenção neles e de diminuir, talvez até suprimir, as dependências
químicas e através disto, de livrar a humanidade, de muitos dos
males e gastos associados a elas.
Para reforçar o argumento a favor da pesquisa sobre as possíveis
causas bioquímicas das dependências químicas, podem ser citados
alguns dos prejuízos causados por elas: dissolução das famílias dos
envolvidos; acidentes de tráfego e de trabalho; ausências e baixo
rendimento no trabalho; violência; mortes prematuras por suicídio ou
assassinato; disseminação de doenças; corrupção e ganhos ilícitos
associados à produção e ao comércio dos entorpecentes; custos
elevados de saúde pública; infelicidade associada a todos os prejuízos
citados etc.
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Mas vale a pena tentar, na base das evidências que este livro
pretende mostrar.
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Bibliografia recomendada
Atkins, Robert C. Candidiasis - Potentially Crippling Complication.
Six alternative treatments your doctor won't tell you about. Agora
Publications, 1996.
Atkins, Robert C. Probiotics fight antibiotics overkill (Candida
albicans). Health Revelations (Agora Publications), Vol. iV, Nr. 2, p. 4,
Feb. 1996.
Atkins, Robert C. Lifting the shroud of brain (Candida albicans).
Health Revelations (Agora Publications), Vol. iV, Nr. 4, p. 2, Apr.
1996.
Gauderer, E. Christian. Autismo e outros Atrasos do
Desenvolvimento. Brasília. Coordenadoria Nacional para Integração
da Pessoa Portadora de Deficiência - CORDE, 1993.
Kovács, Zsolt L. O Cérebro e sua Mente. Uma Introdução à
Neurociência Computacional. São Paulo: Edição Acadêmica, 1997.
Nordemann, D.J.R.; Caracas, J.A. Efeitos alucinógenos na
percepção do autista. I Jornada Paulista sobre Distúrbios do
Desenvolvimento; III Encontro de Amigos do Autista. São Bernardo do
Campo, SP, Out. 1996.
Préfaut, J.-M. Maman, pas l'hôpital!. Paris, Robert Laffont, 1997.
Rocha, P. P. A Saga do Autismo. Rio de Janeiro: Editora
LELU/APARJ, 1991.
Sacks, O. Enxaqueca. Cia. das Letras, 1970.
Sacks, O. O Tempo de Despertar. Cia. das Letras, 1974.
Sacks, O. Um Antropólogo em Marte. Cia. das Letras, 1995.
Sacks, O. A Ilha dos Daltônicos. Cia. das Letras, 1996.
Schützer Del Nero, H. O Sítio da Mente. Pensamento, Emoção e
vontade no Cérebro Humano. São Paulo: Collegium Cognitio, 1997.
Schartzman, J.S. Autismo infantil. Brasília, Coordenadoria
Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência -
CORDE, 1994.
Schartzman, J.S.; Assumpção Jr, F.B. e colaboradores. Autismo
infantil. São Paulo, Memnon Edições Científicas, 1995.
Werner D. Onde não há Médico. São Paulo. Edições Paulinas,
1981.
Zehentbauer, J. Drogas Endógenas. Buenos Aires: Ediciones
Obelisco, 1995.
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Alimentos, elementos e
substâncias envolvidas
Acetona (CH3 CO CH3): sua presença em excesso no organismo chama-se
acetonúria e é um distúrbio grave do metabolismo.
Açúcar: Ver sacarose.
Álcool (C2H5 OH) Produto da fermentação do açúcar por uma levedura (Cerevisae
saccharomycete). Está presente nas bebidas chamadas bebidas alcoólicas.
O abuso faz muito mal ao organismo (cirrose do fígado) e a mente (delírio).
Alimentos e alergias alimentares. Exemplos: Alergia ao leite (caseína) que talvez
leva a diabetes e alergia ao trigo (glúten).
Amoníaco (NH4 OH): sua presença em excesso no organismo chama-se
hiperamoníase e é um distúrbio grave do metabolismo provavelmente envolvido
na síndrome de Rett.
Antibióticos: Não abuse; Se for possível não use; Não se medique sozinho.
Cacau: matéria prima do chocolate extraída do fruto do cacaueiro (Theobroma
cacau)
Cafeína: substância excitante presente no café e chá da Índia. É a cafeína que é
responsável por tirar o sono de quem bebe muito café.
Café: bebida feita a partir das sementes torradas e moídas do cafeeiro (Coffea
arabica). O café contém cafeína. A variedade C. arabica mais produzida na
América Latina contém menos cafeína e menos sódio que a variedade C.
robusta produzida na África.
Canditoxina: Toxina gerada pela levedura Candida albicans (Candidíase)
Carboidrato: Genericamente, todos os compostos de carbono, hidrogênio e
oxigênio como glicose, sacarose etc. (os açúcares)
Caseína: proteína do leite
Chá: bebida feita pela infusão em água quente de folhas de várias plantas. O chá
da Índia é feito com folhas do arbusto Camellia sinensis da família Theaceae.
O chá contém cafeína.
Chocolate: Coisa gostosa de se comer. Foi descoberto recentemente que certa
proteína presente no chocolate é bem semelhante a uma que se encontra na
maconha. Observar que existem viciados e viciadas no chocolate. História a
seguir.
Coca: Arbusto; de suas folhas é extraída a cocaína.
Coca-Cola: A bebida gaseificada Coca-Cola não contém mais extrato de folhas de
coca. Entretanto, ela contém cafeína.
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Cocaína: Alcalóide branco ou incolor extraído das folhas da planta coca. Provoca
euforia e cria dependência com fortes sintomas de abstinência.
Crack: Derivado da cocaína com maiores efeitos devastadores.
Dextrose: Açúcar em C6 cuja solução na água tem poder rotatório a direita para a
luz polarizada.
Droga: Significa tanto remédio quanto entorpecente; este último sentido é o que
prevalece hoje em dia.
Endorfinas: proteínas envolvidas nos mecanismo químicos de transmissão entre
neurônios. A produção de endorfinas é envolvida nos efeito
entorpecentes/analgésicos dos exercícios físicos intensos (malhação com
mais de 3 horas por dia; superar a dor nas provas de atletismo).
Entorpecentes. Exemplos: cocaína, morfina, anfetaminas, canabina, produtos
derivados de cogumelos (peyoltl), Santo Daime, casca de banana ("Fly
National"). Reconhecer a dualidade de efeitos: - os de efeitos
rebaixadores/tranqüilizadores de atividade cerebral: funções estabilizadores e
de agüentar a sociedade. Uso de beta-bloqueadores pelos assaltantes; - os de
efeitos elevadores de atividade cerebral: Ajuda para escapar dos limites; ficar
"alto"; aumento correlato da delinqüência.
Ergotoxina: proteína presente no joio e responsável pelos envenenamentos
causados pela ingestão acidental de joio quando presente ao lado do trigo.
Excitantes. Exemplos: cafeína (no café e no chá preto), teobromina (no chocolate)
Ferro (Fe). O exemplo do ferro no organismo é bastante interessante. Ele é
necessário à vida, sendo um dos componentes essenciais da hemoglobina.
Antes de examinar os possíveis efeitos de um excesso de ferro nos
organismos, gostaria de lembrar uma importante hipótese sobre a
produtividade de biomassa dos oceanos. A cadeia alimentar no oceano vai dos
organismos menores que constituem o plâncton até os peixes e mamíferos
maiores, cada espécie alimentando-se em geral de organismos menores. Por
sua vez o plâncton alimenta-se dos resíduos dos organismos maiores, num
exemplo característico de reciclagem natural. Os fatores físicos como
temperaturas, circulações oceânicas, têm grande importância na produtividade
de biomassa e portanto das abundâncias nas diversas espécies. O ferro foi
citado como um importante fator químico da regulação da produtividade
primária ao nível do plâncton, e, em particular, o ferro de origem cósmica,
oriundo de micrometeoritos e da ablação de meteoritos maiores. O efeito dos
enxames de meteoros pode ter um efeito que se acrescenta ao efeito sazonal,
e a abundância relativa entre anos diferentes pode desencadear variações
importantes na produtividade global do oceano. Nos mamíferos e nos
pássaros, o ferro é um constituinte básico dos glóbulos vermelhos, as
hemácias que transportam o oxigeno dos pulmões até os órgãos e os
músculos. A falta de ferro gera a conhecida anemia. Pesquisas recentes
indicam que o ferro tem um papel importante na oxidação do colesterol, na
hipertensão arterial e no diabetes. Uma pesquisa feita na Finlândia por J.
Salonen sobre 1900 homens entre 42 e 60 anos mostrou que os indivíduos
com maiores reservas de ferro tinham um risco de sofrer um enfarte duas
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vezes maior do que nos outros. Poderia haver um papel do ferro no sentido de
contribuir ao depósito do colesterol nas artérias. Se este depósito de colesterol
é devido, mesmo que indiretamente, a uma infecção das paredes arteriais,
será que o ferro não estaria favorecendo a proliferação do organismo que é a
causa desta infecção?
Glicose (C6H12O6):carboidrato presente nas frutas
Glúten: proteína do trigo e responsável pela alergia ao trigo.
Leite: Alimento líquido produzido pelas fêmeas dos mamíferos. Contém água,
gordura, lactose (açúcar), proteína (caseína que pode provocar alergia em
certos casos).
Levedura: os fermentos naturais são leveduras assim com a Candida albicans
causadora da candidíase.
Levulose: Açúcar em C6 cuja solução na água tem poder rotatório a esquerda para
a luz polarizada.
Maconha (Canabis sativa): Erva que se fuma, com efeitos alucinógenos. Outros
nomes: cânhamo (fazem-se cordas de uso geral e para a marinha); marijuana
(espanhol); hemp (inglês); chanvre (francês). Certas pessoas consideram a
maconha como um entorpecente suave que não leva à dependência. Certos
recomendam o uso da maconha para minimizar a dor e abrir o apetite no caso
de pessoas com Aids (com a sabia recomendação de secar bem a erva no
forno antes para eliminar o mofo).
Morfina: derivado do ópio; efeitos analgésicos (suprime as dores) e gera euforia.
Entorpecente que altera profundamente a saúde mental.
Nistatina: antibiótico usado (por via oral e/ou em pomada) contra a Candida
albicans
Ópio: Substância extraída de frutos imaturos de papoulas (Papaver) e utilizada
como narcótico. Opiáceo ou opiato: medicamento que contém ópio ou um
derivado do ópio, cuja ação principal é aliviar a dor.
Opióide: Substância que possui atividade semelhante à do ópio mas não se deriva
deste.
Penicilina: antibiótico produzido naturalmente por fungos (Penicillium) ou por
síntese química. A penicilina (descoberta por Flemming em 1928) foi o
primeiro dos antibióticos a ser utilizado para fins terapêuticos.
Peptídeos: proteínas curtas de degradação das proteínas mais compridas. Os
peptídeos gerados por degradação incompleta das proteínas no trato digestivo
podem ser envolvidos nos efeitos alucinógenos sofridos pelos autistas
portadores de candidíase.
Sacarose (C12H22O11): constituinte principal do açúcar.
Tetraciclina (Tetracyclin): antibiótico de uso comum.
Uréia (NH2CONH2): composto de degradação normal das proteínas. A uréia é
eliminada pela urina.
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Gráfica Palas Atena
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